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O código de processo civil estabelece e define as diversas fases ou etapas por que passa
uma acção em tribunal, numa sequência lógica e ordenada de todos os actos que são em
norma praticados no processo, quer pelas partes quer pelo juiz da causa, embora este
esquema seja ordenado não quer dizer que sempre assim aconteça.
Nem sempre no decurso de uma acção têm lugar todas essas fases ou momentos. Pode
acontecer que o processo termine logo no despacho saneador, ou porque a meio do
processo as partes chegam a um acordo ora porque o réu não contesta, etc. Com isto há
certas circunstancias que implicam uma tramitação diferente da prevista.
Tramitação normal e previsível;
-Inicio da instância; art. 267º nº 1 CPC – ocorre com a propositura da acção
-Suspensão da Instancia nos casos indicados art. 276º; art. 277ºCPC - Falecimento ou
extinção de algumas das partes; art. 278ºCPC - Patrocínio judiciário obrigatório na
impossibilidade do advogado falecer etc; art. 229º - Tribunal ordena suspensão ou
quando a lei especialmente o determina.
-Por outro lado há a interrupção da instancia – art. 285º e 286º CPC- Processo parado
mais de um ano
-As causa de extinção da instância – art. 287º CPC; art. 288º CPC- Julgamento formal
da lide em relação á absolvição do réu da instancia; art. 290º CPC compromisso arbitral;
art. 291º CPC - Deserção; art. 293 nº 1 e 295 a 301CPC - desistência da instancia ou do
pedido
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(art. 520 CPC e quanto aos documentos art. 523º CPC) e até após a discussão da matéria
de facto (art. 653º nº 1 CPC). Também o julgamento da causa pode ser feito na fase do
saneamento, desde que o juiz se sinta habilitado para isso, mediante aquilo que resulta
do processo (art.510º nº 1al.b) CPC)
PROCESSO SUMARISSIMO
Só tem aplicação em situações limitadas e de valor reduzido (art.462º CPC), sendo
assim a tramitação é mais simples e ligeira, em duas fases;
Articulados: há uma limitação quanto ao número de peças, na medida em que apenas
são admitidas a petição inicial e a contestação.
Audiência final: após os articulados passa-se logo para a fase da audiência final, a qual
inclui a produção de prova, a discussão (debate oral) e a decisão do pleito (sentença)
proferida imediata e verbalmente.
1.ARTICULADOS
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completadores ou correctores dos espontaneamente apresentados (al. b) do nº 1 e nº 3 do
508º CPC).
1.2 Forma articulada
As peças apresentadas pelas partes designam-se por articulados porque a exposição
(narração) dos seus argumentos de facto deve ser feita por artigos, isto é por
proposições numeradas, sempre que a lei não dispense tal formalismo (art. 151º nº2
CPC).
A forma articulada encontra justificação histórica na concisão e sintetização que
permite, relativamente aos fundamentos invocados pelas partes. È suposto que ao serem
apresentado os fundamentos separadamente, consiga a parte ser bem mais sintética e
concisa e também por via disso, mais exacta e clara, o que seguramente, só lhe traz
vantagens. Alem disso constitui um benefício para a parte contrária, para o litígio
objectivo em si mesmo e para o juiz que o vai decidir.
No CPC não há qualquer artigo relativo á tramitação do processo ordinário que dispense
a forma articulada, o mesmo sucede em relação ao processo sumário.
Quanto ao processo sumaríssimo, o art. 793ºCPC prevê a despensa da utilização deste
formalismo.
A petição inicial é o articulado que o autor utiliza para formular um pedido de tutela
jurisdicional e alegar os respectivos fundamentos de facto e de direito. A petição Inicial
é o articulado mais importante, é a base de todo o processo, sem esta o processo nunca
chega a existir. Na petição inicial o autor propõe.
Sobre esta matéria rege o art. 467º CPC, estabelecendo os requisitos a observar na
elaboração da petição inicial, estruturando-se esta em 4 partes fundamentais;
- Endereço
- Cabeçalho
- Narração
- Conclusão
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Cabeçalho - Deve o autor identificar as partes, indicando os seus nomes, domicilio ou
sedes e sendo possível, numero de identificação civil e fiscal profissões e locais de
trabalho conforme a segunda parte do art. 467 nº 1 al. a)CPC. Nesta identificação é
relevante indicar a situação civil das partes, no caso de ser solteira, há interesse em
determinar se a pessoa é ou não menor, pois se for podem levantar-se problemas ao
nível da sua capacidade judiciária.
Uma outra indicação a colocar no cabeçalho é relativo á forma, devendo o autor indicar
se a acção é especial ou comum e neste caso se é ordinária, sumaria ou sumaríssima art.
467nº 1 al. c) CPC.
Narração -É a parte da petição inicial em que o autor expõe os factos e invoca as razões
de direito que servem de fundamento á acção art. 467 nº 1 al. d) CPC. De entre as
indicações a incluir na narração assume particular relevo a da causa a pedir. Na narração
devem constar os factos e as razões de direito, o certo é que sob a forma de articulado se
reveste de maior importância, uma vez que, quanto a ela o tribunal encontra-se em regra
vinculado às alegações das partes só podendo conhecer os factos que estas tragam ao
processo art. 664vº CPC.
A petição inicial, deve conter a indicação do valor de causa art. 467nº1al. f) CPC.
Quando for o caso, deve constar da petição a designação do solicitador de execução que
efectuara a citação ou do mandatário judicial que a promoverá art. 467 nº 1 al. g)
Nos termos do art. 467º CPC, o autor deve ainda juntar á petição documento
comprovativo do prévio pagamento da taxa de justiça inicial ou da concessão de
beneficio de apoio judiciário art. 467 nº 3 CPC.
Deve ainda se juntar á petição inicial os documentos destinados a fazer prova dos factos
nela alegados art. 523 nº 1.
A petição inicial tem que ser assinada por quem a realizou, ou seja pelo advogado
constituído, cujo domicilio profissional deve ser indicado – art. 467 nº 1 al b) CPC.
Modalidades de pedido
Analisemos as diversas formas que o pedido pode revestir á face da lei de processo,
podem ser formulados os seguintes pedidos;
- Pedidos alternativos
- Pedidos subsidiários
- Pedidos cumulativos
- Pedidos genéricos
- Pedidos de prestações vincendas
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estas são juridicamente equivalentes. O art. 468º CPC refere dois tipos de direitos
alternativos, os que são originariamente ou por natureza, e os que, embora não sejam
inicialmente, se podem resolver em alternativa.
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discriminação dos seus elementos constitutivos, no art. 471ºCPC são indicadas três
hipóteses em que admite a formulação, podendo afirmar-se que elas correspondem a
situações excepcionais, já que em regra o pedido deve ser apresentado sob a forma
especifica – art. 471 nº 1 al a); b) e c) CPC.
A petição deve ser apresentada em juízo para se dar inicio á acção, sendo, precisamente
o momento de recebimento da petição pela secretaria que marca o inicio da instância. O
momento da propositura da acção é determinante para o efeito de interromper a
caducidade do direito de agir.
Uma vez que a petição deve observar determinados requisitos, levanta-se a questão de
saber como há-de actuar a secretaria judicial quando, no momento da apresentação
daquele articulado, constatar o desrespeito por tais requisitos, a secretaria poderá
recusar o recebimento da petição inicial nos termos do art. 474ºCPC, tal recusa dever
ser apresentada por escrito. Se a recusa ocorrer pode o autor reclamar hierarquicamente
para o juiz, quando entenda que é inválido o motivo da recusa art. 475º nº1 CPC, se o
juiz atender á reclamação, esta considera-se recebida, caso contrário é confirmada a
recusa. O autor pode recorrer para a relação ainda que o valor da causa não ultrapasse a
alçada da 1ª instância art. 475 nº 2 CPC.
Havendo recusa ou confirmação judicial da mesma, o autor pode apresentar outra
petição que esteja em condições de ser recebida, no prazo de dez dias, valendo como
data de inicio da acção aquela em que foi apresentada a primeira petição inicial art. 476º
CPC.
Uma vez recebida a petição inicial é apresentada á distribuição. Este acto tem em vista a
repartição das petições iniciais pelas diversas secções, varas e juízos do tribunal.
A distribuição tem lugar diariamente e é realizada de forma automática art. 214º nº 1
CPC, tendo em conta as espécies definidas no art. 222 CPC. De acordo com o disposto
no art. 209ºA, as operações de distribuição e registos previstas no artigo anterior são
integralmente realizadas por meio electrónico. Feita a distribuição procede-se á
autuação do processo, nele se integrando a petição inicial e os documentam que a
acompanham, este acto é levado a cabo pela secção, juízo ou vara designados.
Citação do Réu
Preliminares;
O processo não vai concluso isto é, não é apresentado ao juiz da lausa logo no inicio da
instancia. Com efeito por via da regra, de acordo com o previsto no art. 479º e art. 234
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nº 1 CPC, compete á secretaria promover oficiosamente sem necessidade de despacho
prévio, as diligencias que se mostrem adequadas à regular citação do réu.
A citação art. 228 nº1CPC é o acto pelo qual se dá conhecimento ao réu de que foi
proposta contra ele determinada acção e se chama ao processo para se defender. Com a
citação concretiza-se a relação processual assim se dando cumprimento ao princípio do
contraditório nº1 e nº 2 do art. 3º CPC, permitindo que a pessoa contra quem foi
proposta acção possa vir a juízo pronunciar-se apresentando para o efeito, a sua defesa
art. 480ºCPC.
No acto de citação devem ser disponibilizado ao réu o duplicado da petição inicial e as
cópias dos documentos que a acompanham, além disso deve o seu demandado ser
informado dos elementos identificativos da acção para a qual é citado (tribunal, juízo,
vara secção e numero de processo. Do prazo que dispõe para apresentar a sua defesa
como também a necessidade ou não de constituir advogado. Por fim deve ser advertido
das cominações em que incorre se não contestar art. 228º nº 3 e art. 235º CPC. A citação
é um acto de interpelação judicial que pertence à categoria das notificações. Estas
destinam-se a dar conhecimento de um facto ou chamar alguém a juízo, aplicando-se a
todos os casos em que não haja lugar á citação – art. 228 nº2CPC
-pessoal
-edital
A citação pessoal é que é feita na própria pessoa do citando, pelos seguintes modos;
Transmissão electrónica de dados art. 233º nº 2 al a).
Pelo correio através de carta registada com aviso de recepção art. 233º nº2 al b),
art.236º, art. 237ª nº1 e art.238º CPC
Por contacto pessoal do solicitador de execução ou de funcionário judicial como citando
art. 233º nº2 al c), art. 239º e art. 240º CPC
Por mandatário judicial art. 233º nº 3, art. 245º e art. 246º CPC
A citação pelo correio constitui o regime regra, sendo a citação por mandatário judicial
uma figura alternativa dependente de manifestação de vontade nesse sentido pelo autor.
A citação edital tem lugar não só quando o citando se encontre em parte incerta, como
também quando sejam incertas as pessoas a citar art. 233º nº 6 CPC
Nos art. 248º e 252º CPC estão fixados as formalidades a observar neste tipo de citação.
Uma vez que não é possível levar ao conhecimento pessoal do citando a existência da
acção, recorre-se á fixação de editais e publicações de anúncios, art. 250º n º 1CPC.
Existe também a citação urgente nesta a lei prevê excepcionalmente que a citação do réu
possa ter lugar antes da distribuição, as razões que levam a esta citação chamada
urgente é entre outras, o receio de ausência do réu e a iminência da prescrição.
Efeitos de citação
Os efeitos de citação são referidos no art.481ºCC, mas há ainda outros. È costume
distingui-los entre:
Efeitos substantivos ou materiais
Efeitos adjectivos ou processuais
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Efeitos substantivos da citação são os seguintes;
-faz cessar a boa fé do possuidor contra quem tenha sido proposta acção tendente
art. 481ºal. a) e art. 1260 nº 1 e 2 CC.
-interrompe a prescrição nos termos do art. 323º nº 1 CC
-nas obrigações puras, vale como interpelação, tornando a obrigação vencida e
constituindo o devedor em mora a partir desse momento art.805º nº 1CC
Efeitos adjectivos; diz-se que a citação torna estáveis os elementos essenciais da causa
art. 481º al b) CC, são os elementos essências segundo o art. 268º CPC as partes, a
causa a pedir e o pedido. Outro efeito adjectivo da citação é a inibição que resulta para o
réu de propor contra o autor acção destinada a apreciar a mesma questão jurídica art.
481 al c) CC.
Ainda no âmbito dos efeitos, ainda que a citação venha a ser anulada art. 198 CPC, os
efeitos por ela produzidos mantêm-se desde que o réu venha a ser nova e regularmente
citado nos trinta dias seguintes ao trânsito em julgado do despacho de anulação art. 482
CC, sem prejuízo do regime próprio da interrupção da prescrição fixado no art. 323 nº3
CC.
Espécies de notificação
As notificações dependentes podem destinar-se às próprias partes, seja para lhes dar
conhecimento de determinado facto, seja para as chamar a juízo para praticar certo acto,
são notificações para mero conhecimento, em regra esta é feita por via postal na pessoa
do mandatário judicial art. 253º CPC, salvo se este não estiver constituído, caso em que
é feita à própria parte art. 255º CPC.
Esta notificação opera-se com as formalidades indicadas no art. 254º CPC
Art. 229º A e art.260ºA CPC regulam a matéria das notificações entre mandatários. O
modo de realização das notificações entre mandatários são os meios legalmente
previstos nos termos dos art.150º e art. 151º CPC e ao disposto no art. 238º A nº 1 CPC
Tratando-se de notificação para chamar a parte a juízo para praticar determinado acto,
se este poder ser realizado por mandatário, a notificação será dirigida apenas a este art.
253º e art. 254º CPC; se o acto for pessoal, também será expedido pelo correio um aviso
á própria parte art. 253º nº2 CPC, estas notificações podem não ser só feitas as partes
mas também a testemunhas art. 257º CPC,
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Estão previstos alguns casos excepcionais em que a citação não pode ser realizada pela
secretaria sem que haja um despacho judicial prévio a ordená-la. Nestes casos o
processo vai concluso ao juiz logo após apresentação da petição inicial. Nos termos do
nº4 do art. 234º CPC, a citação depende de prévio despacho; art. 234º nº4 CPC
Nestes casos com excepção da citação urgente, em vez de ordenar a citação do réu, o
juiz pode indeferir liminarmente a petição nos termos do art. 234 A nº 1CPC.
Nos casos em que há despacho liminar a proferir sobre a petição inicial deve aceitar-se
que, alem da alternativa de deferir art. 234º nº4 ou de indeferir art. 234ª nº 1CPC, possa
o juiz convidar o autor ao aperfeiçoamento da petição, apesar de não haver norma
expressamente prevista para o caso
Contestação
Espécies de contestação
Contestação Defesa
O réu opõe-se ao pedido formulado pelo autor. Esta posição pode ser;
-Frontal
-lateral
No primeiro caso estamos perante a defesa por impugnação, no segundo caso perante a
defesa por excepção
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simples desconhecimento art.490ºnº3 CPC, esta oposição consiste na declaração, feita
pelo réu de que não sabe se determinado facto é real, o réu não nega o facto, mas
também não o aceita como verdadeiro.
Estes três modos de impugnar, apesar de material e tecnicamente distintos, tem um
denominador comum, é de o não aceitarem como verdadeiros os factos deduzidos pelo
autor.
Na oposição de direito o que está em causa é a qualificação ou significação jurídica que
o autor atribui aos factos narrados. Neste caso, aceitando embora a verdade dos factos o
réu sustenta que deles não emergem os efeitos jurídicos que o autor pretende.
Na impugnação, em qualquer das suas espécies, o réu manifesta a sua oposição frontal,
a sua discordância – ora de facto ora de direito – tendo sempre em vista a sua absolvição
total ou parcial do pedido, por força da improcedência, total ou parcial da acção.
Defesa por excepção: o réu aceita a narração fáctica apresentada pelo autor, porem faz
chegar ao processo novos factos susceptíveis de gerar a sua absolvição da instância, ou
de impedir, modificar ou extinguir o direito que o autor pretende fazer valer com a
propositura da acção art. 493º CPC.
Excepções dilatórias são as que obstando a que o tribunal conheça de mérito da causa,
dão lugar á absolvição do réu da instância ou á remessa dos autos para outro tribunal art.
493º nº 2 CPC, consistindo na arguição de quaisquer irregularidade ou vícios de carácter
processual.
No art. 494º CPC consta a enumeração das excepções dilatórias, contempla todas as
hipóteses possíveis.
Excepções dilatórias;
- A incompetência absoluta ou relativa do tribunal 111/3
- A nulidade do processo, esta nulidade surge quando a petição é inepta art. 193
nº 2 CPC, todo o processo ficará nulo nos termos do art. 193 n º1CPC
- Falta de personalidade judiciária
- Falta de capacidade judiciária
- Falta de autorização ou deliberação
- Ilegitimidade
- Coligação ilegal
- A pluralidade subjectiva subsidiária em infracção ao disposto no 31B
- Falta de constituição de advogado por parte do autor
- Falta ou irregularidade do mandato
- Litispendência
- Caso julgado
- Preterição do tribunal arbitral necessário ou violação da convenção de
arbitragem
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Excepções peremptórias impeditivas: São factos impeditivos da constituição do
direito de autor, os que geram a invalidade dos negócios jurídicos, como é o caso dos
que consubstanciem o erro, o dolo, a coacção, a simulação, a ilicitude ou a ilegalidade
do objecto.
Excepções peremptórias extintivas: São factos extintivos do direito alegado pelo autor
como o pagamento, a dação em cumprimento, a caducidade, a prescrição, a condução
resolutiva e o termo peremptório
Note-se que as excepções peremptórias como meio de defesa material que são,
respeitam ao mérito da causa, pois contendem com o fundo da questão, a existência ou
não, e em termos de direito do autor, por isso é que a sua procedência dá lugar á
absolvição total ou parcial do pedido. Neste aspecto aproxima-se da defesa por
impugnação.
O art.489º CPC prescreve que toda a defesa deve ser deduzida na contestação. Daqui
resulta que o réu deve incluir na sua peça processual todos os meios de defesa de que
disponha seja ela a defesa directa (impugnação) seja na defesa indirecta (excepções
dilatórias e peremptórias) em vez de reservar para o momento ulterior do processo
certos meios defensionais que utilizaria apenas no caso de improcedência dos
primeiramente invocados. Do ponto de vista estritamente formal parece não justificar-se
que o réu deva defender-se, em simultâneo, por excepções dilatórias e por impugnação.
Associados ao princípio da concentração da defesa na contestação, e como sua
consequência, encontramos os princípios da preclusão e da eventualidade.
Do princípio da preclusão resulta que todos os meios de defesa não invocados pelo réu
na contestação ficam prejudicados, não podendo ser alegados mais tarde.
O princípio da eventualidade significa que, dado o risco de preclusão, o réu há-de
dispor todos os seus argumentos defensionais de maneira a que cada um deles seja
atendido no caso de qualquer dos anteriores improceder.
A regra da concentração da defesa na contestação conhece, apesar de tudo, algumas
limitações, previstas no art. 489º CPC. Tais limitações reconduzem-se a duas espécies;
-defesa separada art. 489º nº1 CPC- defesa deduzida no prazo da contestação mas fora
desta , em separado
-defesa posterior art. 489 nº 2 CPC, é a que pode ser deduzida após a apresentação da
contestação e tem três modalidades: a defesa superveniente art. 506 CPC; a defesa
autorizada por lei art.102CPC; a defesa oficiosa art. 495 CPC
Onús de impugnação
O outro principio a ter em atenção na defesa do réu é o ónus da impugnação. Segundo
este princípio, na contestação, o réu há-de tomar posição definida perante os factos
articulados na petição art. 490º nº 1 CPC. Quer dizer, o demando não pode remeter-se a
uma atitude passiva não se pronunciando sobre os factos articulados pelo autor. Tal
impugnação não carece de ser motivada através de uma conversão dos factos alegados
pelo autor. Basta a mera negação expressa do ou dos factos. Se o réu não tomar posição
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sobre eles, entende-se que os admite como exactos (1º parte do nº 2 art. 490 CPC).É o
ónus de impugnar os factos constantes da petição inicial, sendo certo que a não
impugnação implica a admissão desses factos por acordo o que conduzirá a que os
mesmos sejam tidos como assentes e aprovados.
O onús da impugnação está, contudo sujeito a algumas excepções. Desta forma, apesar
de não impugnados, não se tem como admitidos por acordo os factos que se encontrem
em manifesta oposição com a defesa considerada no seu conjunto, os factos sobre os
quais não seja admissível confissão e ainda os factos que só possam ser provados por
documento escrito art. 490º nº 2 CPC. Não estão também sujeitos ao ónus de
impugnação os factos que careçam de ser provados por documento escrito.
Contestação Reconvenção
O réu pode aproveitar a contestação para formular pedidos contra o autor art. 274 nº 1
CPC. Estaremos nesse caso, perante a figura da reconvenção, na qual o réu (reconvinte),
sendo titular de uma pretensão autónoma contra o autor (reconvido), a faz valer nesse
processo, havendo portanto, uma inversão de posição das partes ou, um cruzamento de
acções.
A reconvenção tem um carácter facultativo. Com efeito, porque o pedido corresponde a
uma acção própria, o réu pode, optar entre faze-los valer em reconvenção ou deduzi-los
em separado.
Esta faculdade concedida ao réu está sujeita a certos limites e á observância de
determinados requisitos;
a) Requisitos objectivos de admissibilidade da reconvenção;
art. 274º nº 2 CPC–casos em que o réu pode deduzir pedidos contra o autor
b) Requisitos processuais de admissibilidade da reconvenção; para ser admitida a
reconvenção é ainda necessário a verificação de certos requisitos de ordem processual,
uns relativos á competência do tribunal, outros ligados à forma de processo.
Competência do tribunal – O réu pode deduzir convenção sendo necessário que o
tribunal onde o processo está pendente se revele competente para conhecer a questão
reconvencional (art. 98 nº 1 CPC)
Forma do processo
Para concluir importa fazer três ultimas considerações,
- O réu pode reconvir ainda que não se defenda do pedido do autor.
- Em algumas hipóteses, a reconversão pode ser deduzida a título eventual, isto
é, para ser atendida apenas no caso de a acção proceder. È o que acontece quando o réu
pede indemnização por benfeitorias, á qual só se atende se for ordenada a restituição da
coisa.
- Possibilidade de a reconvenção ser deduzida não apenas contra o autor, mas
também contra quem possa vir a colocar-se ao lado dele, através da intervenção
principal provocada (pelo réu) nos termos do 325 e 326, como sucederá quando o
pedido que o réu formula implicar litisconsorcio necessário passivo entre o autor
reconvertido e uma terceira pessoa art.274º nº4 CPC.
Organização da contestação
Na primeira parte do art. 488º CPC, pode dizer-se que a contestação inclui o endereço, o
cabeçalho, a narração e a conclusão, em termos semelhantes aos da petição inicial.
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De seguida deve juntar-se os documentos nos termos do art. 523º nº 1 do CPC1 e fazer
menção disso na contestação. Por fim a contestação deve ser assinada por quem a
redigiu, isto é pelo advogado constituído. Refira-se ainda que o réu não tem que indicar
o valor na contestação, salvo se não concordar com o valor atribuído pelo autor à acção,
se o réu não indicar o valor do seu pedido reconvencional a secretaria não deixa de
receber a contestação.
Prazo da contestação
O prazo nos termos do art. 486ºnº1CPC é de trinta dias contados da citação podendo
apresentar alguns desvios art. 486ºnº2CPC
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Na apresentação da contestação em juízo é notificado o autor, sendo-lhe enviado o
duplicado art. 492º nº1CPC, para que tome conhecimento da atitude assumida pelo réu
perante a acção.
Revelia do Réu: se não contestar a acção o réu entra em revelia, e esta pode ser;
- Absoluta
- Relativa
Diz-se absoluta quando alem de não deduzir oposição, o réu não constitui mandatário
nem intervêm de qualquer forma no processo (art. 483º CPC)
Diz-se relativa quando o réu, embora não contestando, constitui mandatário no
processo ou intervêm de algum modo na acção. Em função desses efeitos, distinguem-
se a revelia operante da inoperante.
A cominação fixada na lei para a revelia do réu sofre algumas limitações, o que
significa que, em determinadas circunstancias, apesar de o réu não ter contestado, e não
obstante estarem verificados os requisitos previstos para o funcionamento de revelia,
nem por isso se consideram confessados os factos articulados pelo autor. Os casos de
revelia inoperante, estão, previsto no art.485º CPC.
Quanto á revelia operante o réu tem a faculdade de alegar por escrito sobre a matéria de
direito, desde que tenha advogado constituído art. 484º nº2 CPC.
Quanto á revelia inoperante, deve verificar-se se ela é absoluta ou relativa.
No caso da revelia inoperante absoluta, o réu não é notificado para nenhum acto ou
diligência processual, sem prejuízo da notificação da decisão final cfr 255/2 e 4. No
caso da revelia inoperante relativa, o réu revel é notificado pelos actos processuais.
Réplica;
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não já para, por exemplo esclarecer ou reelaborar o conteúdo da petição inicial. As
alegações que ultrapassem aqueles limites não são atendidas.
A réplica pode ainda servir para o autor, nos termos do art. 273 nº1 e nº 2 CPC, alterar o
pedido ou a causa a pedir, contudo esta possibilidade constitui uma função
simplesmente acessória deste articulado não podendo o mesmo ser apresentado apenas
para esse efeito. Tendo por isso o prazo de 15 dias art. 502º nº 2 CPC.
Quanto á forma externa, a réplica é em tudo semelhante aos outros articulados
anteriores, integrando o endereço, o cabeçalho, a narração e a conclusão.
Na réplica o autor está sujeito ao ónus de impugnação relativamente a todos os factos
alegados na contestação, sob pena de estes virem a ser considerados admitidos por
acordo, nos termos do art. 490º por remissão do art. 505º CPC, só estando em causa
factos novos.
Tréplica
È o articulado que pode ser oferecido pelo réu, em resposta à réplica, trata-se também
de um articulado eventual art. 503º CPC. Este quarto articulado previsto no art.
503ºCPC serve para:
- Responder ás alterações ao pedido ou á causa de pedir feitas pelo autor da
réplica
- Responder ás excepções deduzidas pelo autor contra o pedido reconvencional
Nos termos do art.502º CPC, e do art. 503º CPC apenas admite a tréplica quando a
necessidade do contraditório o imponha. Na verdade, se houver uma modificação do
pedido da causa de pedir, o réu tem o direito de se defender, e se o autor arguir
excepções perante a reconvenção, é legitimo que o réu se possa pronunciar sobre esses
novos factos. Prazos de 15 dias contados da notificação do oferecimento da réplica art.
503º nº 2 cpc
Articulados supervenientes
O art. 663º nº 1 cpc prescreve que a sentença deve tomar em consideração os factos
constitutivos, modificativos ou extintivos do direito que se produzam posteriormente á
instauração da acção. A decisão final corresponda á situação existente no momento do
encerramento da discussão. Isto quer significar que as partes devem carrear para o
processo os factos (relevantes para o desfecho da lide) que ocorrem até ao encerramento
da discussão. O momento normal de alegação é o da fase dos articulados. Assim por
regra é na petição que o autor alega os factos constitutivos de direito, competindo ao réu
alegar na contestação, os factos impeditivos, modificativos ou extintivos desse direito.
Porem pode acontecer que determinados factos constitutivos ocorram ou cheguem ao
conhecimento ao autor depois da apresentação da petição. È igualmente possível que
ocorram ou cheguem ao conhecimento do réu, factos impeditivos, modificativos ou
extensivos daquele direito, depois do oferecimento da contestação. Estes são os
chamados factos (objectiva ou subjectivamente) supervenientes. Tendo em conta o
regime do art. 663º CPC, impõe-se carrear para o processo tais factos. Através dos
articulados supervenientes previsto no art.506º e 507º CPC.
Articulados posteriores art. 506º nº1 CPC
Novo articulado art.506º nº 3 CPC.
2. SANEAMENTO
Findo os articulados, o processo entra em fase de saneamento, este tem como primeiro
objectivo a verificação da regularidade da instância.
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Detectada alguma irregularidade susceptível de sanação, promover-se-á o respectivo
suprimento. Se a irregularidade for insanável ou não for sanada, o processo termina já
nesta fase. Se a instancia mostrar regularizada, o mérito da causa pode ser apreciado.
Esta apreciação terá lugar também agora, se houver condições para isso, ou seja, se o
processo fornecer já todos os elementos (de facto e de direito) necessários á decisão.
Caso contrário, a acção segue a sua tramitação, destinando-se o saneamento à
preparação das fases subsequentes. De entre os actos praticados nesta fase destacam-se:
O despacho pré-saneador
A audiência preliminar
O despacho saneador
A selecção da matéria de facto
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O despacho pré saneador também é obrigatoriamente proferido quando o juiz detecte a
irregularidade dos articulados seja porque careçam de requisitos legais indispensáveis,
seja porque não tenham sido acompanhados de documentos essências ou de que a lei
faça depender o prosseguimento da causa art.508º nº1 al. b) e nº2 CPC. O despacho pré
saneador constitui um convite ao aperfeiçoamento do articulado (irregular) no sentido
de que a parte venha completar a sua peça com o que lhe falta, isto é, com a satisfação
dos tais requisitos legais à junção dos tais documentos.
Dentro do conceito de articulados irregulares, podemos distinguir os articulados
propriamente ditos e os articulados documentalmente insuficientes.
-assim se a irregularidade não suprida respeitar à petição inicial e for, por exemplo, uma
das constantes do art. 474º CPC o juiz deve abster-se de conhecer de mérito da causa e
absolver o réu em instancia, julgando nos termos do art.278º al a) CPC.
-se porem a irregularidade consiste na falta de junção de um documento essencial para
prova de determinado facto, a não aquiescência ao convite implica que o facto não
possa ser dado como assente, com as consequências inerentes ao nível do mérito da
causa a ponto de conduzir á improcedência da acção.
-se a irregularidade consiste na falta de um documento de que a lei prescinde para o
prosseguimento da causa, a não aquiescência ao convite provoca exactamente esse
resultado – não andamento da causa, ou seja suspensão da instância, ao abrigo do art.
276º nº1 al. d) CPC
Facultativamente o despacho pré saneador pode ser proferido para convidar as partes a
suprir insuficiências ou imprecisões que existam em matéria de facto exposta nos
articulados art. 508º nº3 CPC.
Este despacho incide sobre os chamados:
Articulados imperfeitos, os quais podem ser;
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da alegação (ou da impugnação), isso poderá pôr em causa as respectivas pretensões.
Trata-se de um risco que as partes se sujeitam, não podendo o juiz contrariar tal atitude.
O despacho de convite ao aperfeiçoamento não admite recurso art. 508º nº6 CPC.
Audiência Preliminar
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-conhecimento das excepções dilatórias e das nulidades processuais que hajam
sido suscitadas pelas partes, ou que, face aos elementos constantes dos autos, o
juiz deva apreciar oficiosamente art.510º nº1 al. a) CPC
-conhecimento imediato do mérito da causa art. 510ºnº1al b) CPC; concluindo
que não há, circunstancias que impeçam o conhecimento do mérito da causa, o
juiz deve, verificar, se estão reunidas nesta fase processual, condições para tal
conhecimento. Assim se as posições assumidas pelas partes nos articulados
resultar que a acção pode ser julgada materialmente, o despacho saneador
assumir-se-á como uma sentença de mérito sendo, de resto como tal considerado
a parte final do artº510º nº3 CPC. Se pelo contrário, o estado da causa não
fornece a possibilidade de conhecer já do seu mérito (como acontece
normalmente), basta ao juiz fazer uma breve referência a essa circunstância,
concluindo-se o despacho saneador com tal menção.
f) Selecção da matéria de facto; o sexto objectivo da audiência preliminar consiste
na selecção da matéria de facto com relevo para o desfecho da lide, quer a que se
considere assente, quer a que constitua a base instrutória (art. 508ª nº1al e) CPC)
Aquela é a matéria pertinente que está já provada (por virtude de confissão,
admissão ou prova documenta) Esta respeita aos chamados factos convertidos,
sobre os quais vai incidir a instrução do processo. A selecção dos factos resulta
de um debate, entre o juiz e os advogados das partes, no qual todos devem
intervir com um espírito de entreajuda processual. Nos termos da al a) do nº1 do
art.508ºB, a audiência preliminar destinada á selecção da matéria de facto pode
ser dispensada quando a simplicidade da causa o justifique.
g) Objectivos complementares da audiência preliminar; art. 508ºA nº2 CPC, trata-
se de objectivos que só por si, não podem determinar a realização da audiência,
constituindo apenas fins secundários dessa diligência. Isto é havendo audiência
serão tidos em consideração. Assim é na audiência preliminar que as partes
devem indicar os seus meios de prova, aí igualmente se decidindo sobre a
admissão e a preparação das diligências probatórias, requeridas pelas partes ou
oficiosamente determinadas, salvo se alguma das partes, com fundadas razões,
requerer a sua indicação ulterior, fixando-se logo prazo para o efeito art. 508ºA
nº2 al a) CPC. È também na audiência preliminar que se designa a data da
realização da audiência final, por aplicação combinada com a al b) nº 2 do art.
508ºCPC com o nº 1 do art. 155º CPC. Finalmente a audiência preliminar serve
ainda para as partes requererem a gravação da audiência final ou a intervenção
do tribunal colectivo, nos termos da al c) do nº2 art. 508ºA.
INSTRUÇÃO
Esta fase destina-se a juntar ao processo os meios de prova que aí serão utilizados,
tendo em conta o objecto da prova definido pelo art. 513ºCPC, o qual engloba os factos
constantes da base instrutória ou os factos constantes da petição inicial, no caso da
revelia inoperante. No âmbito deve distinguir-se a actividade instrutória da actividade
probatória (ou produção de prova). A actividade probatória ocorre, normalmente na
audiência final (art. 652º nº3 CPC) e desenrola-se por referência à actividade instrutória,
ou seja tem por base os meios de prova trazidos ao processo pelas partes ou ordenados
pelo tribunal. A actividade probatória dirige-se ao tribunal, permitindo que este forme a
sua convicção acerca dos factos controvertidos ou carecidos de prova (art. 655º nº1
CPC). A prova recai apenas em questões de facto não devendo versar sobre questões de
direito art.646º nº4 CPC. A matéria das provas suscita diversas questões, que são
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objecto de regulamentação, tanto no Código Civil – direito probatório material – como
no código de processo civil – direito probatório formal.
Direito probatório material; pertencem a este os pontos relativos ao ónus da prova, á
admissibilidade dos meios de prova e á força probatória de cada um deles. São levados
á base instrutória os factos relevantes para a decisão da causa que se mostrem
controvertidos, necessitando por isso de ser provados para efeito da sua utilização na
fundamentação da sentença art. 653º nº2 e 659º nº3 CPC. Ora levanta-se aqui o
problema do ónus da prova, ou seja a questão de saber a quem compete a prova desses
factos controvertidos, a isso responde o art. 342º CC, estabelecendo o critério geral da
repartição do ónus da prova entre as partes, o que quer dizer que cada uma das partes
deve provar os factos susceptíveis de fundamentar a respectiva pretensão. Quanto aos
meios de prova a admitir, vigora, tendencialmente o princípio da prova livre, segundo o
qual podem ser usados todos os meios legais adequados à demonstração da realidade
dos factos. No que respeita á força vinculativa destes meios de prova, pode dizer-se que
regra geral, eles são apreciados livremente pelo tribunal, conforme art. 358º nº3 e nº4 do
CC
Direito probatório formal; pertencem a este as normas que disciplinam a utilização
dos meios de prova em juízo indicando o modo de requerer as provas, de as produzir e a
de as valorar. Antes de analisar cada um dos meios prova, tem que se mencionar os
princípios que presidem a esta actividade processual, são eles;
Principio do inquisitório
Principio da cooperação
Principio da audiência contraditória
Principio do valor extraprocessual das provas
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A peça escrita que contem a base instrutória apresenta-se sob a forma de quesitos, que
devem ser subordinados a números (artigos), nos quais são formuladas perguntas que
hão-se ser respondidas pelo tribunal, de acordo com a convicção que este venha a
formar a partir da prova produzida art. 655ºCPC.Na redacção dos quesitos deve
procurar-se que estes resultem claros, contendo cada um deles um só ponto de facto,
começando pelos deduzidos pelo autor, e tendo a precaução de formular apenas um
quesito quando o mesmo facto seja afirmado por uma parte e negado pela outra. O ideal
será elaborar os quesitos de maneira simples, para que a resposta correspondente possa
apresentar – provado ou não provado. Quanto á ordem pelo qual devem ser dispostos os
quesitos, impõe-se o respeito pela sequência dos factos. A base instrutória incide apenas
sobre questões de facto cfr 646/4, o que significa que não é permitido formular quesitos
sobre matéria de direito.
Meios de prova;
Definido o objecto de prova, o CPC vai regular a utilização de cada um dos meios de
prova:
-Prova por apresentação de coisas móveis ou imóveis art. 518º CPC as partes
podem oferecer como meio de prova coisa móvel ou imóvel
-prova por confissão das partes, esta pode fazer-se por diversos meios, judicial
ou extrajudicialmente art. 355ºCC. A forma de confissão judicial é a que resulta do
depoimento da parte art. 552º CPC. O depoimento da parte pode ser requerido ou
oficiosamente determinado. Sendo requerido deve logo indicar-se, concretamente, os
factos sobre o qual o depoimento há-de recair sob pena de recusa art. 552º nº2 CPC.
Nos termos do art. 553º nº3CPC, cada uma das partes pode requerer o depoimento da
parte contraria bem como dos seus compartes desde que o pretenso depoente tenha
capacidade judiciaria art. 553ºnº1 CPC1. Normalmente o depoimento da parte é
prestado na audiência final art. 556º e 652º CPC, para o que deve notificar-se
pessoalmente o depoente art. 253ºCPC. Antes de começar o depoimento o juiz deve dar
cumprimento ao disposto no art.559ºCPC. O interrogatório feito pelo juiz incidirá sobre
os factos que constituem o objecto do depoimento art. 560º CPC, e só pode ser o
depoente interrogado sobre factos pessoais ou de que deva ter conhecimento art. 554º
nº1CPC, e dever responder de forma clara art. 561º CPC, os advogados das partes
assistem ao depoimento e podem pedir directamente esclarecimentos ao depoente art.
562º nº1CPC. Nos termos do art. 563º CPC, o depoimento prestado perante o tribunal é
reduzido a escrito
-Prova pericial; art. 568º;CPC esta prova pode resultar de requerimento das
partes ou de determinação judicial – tem por fim a percepção ou apreciação de factos
por meio de perito, quando sejam necessários conhecimentos especiais que o julgado e
não possua. Nos termos do art. 568º nº1CPC a perícia é requisitada pelo tribunal a
entidades competentes para o efeito, a perícia pode ser colegial quando o juiz determine
ou uma das partes o requeira. Art.569º nº1CPC.art. 577º;578º e 579º CPC
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-Prova por inspecção: A prova por inspecção tem por fim a percepção directa
de factos pelo tribunal da causa art. 390º CC.
No entanto o art. 612º CPC prevê a a possibilidade de o tribunal inspeccionar coisas ou
pessoas, bem como a deslocação ao local em questão. Esta diligência probatória pode
ser requerida pelas partes ou ordenada oficiosamente pelo tribunal art. 612º nº1 CPC,
ainda sobre esta matéria art. 613º CPC.
A contradita; art. 640º CPC, a parte contra a qual o depoimento foi produzido alega
circunstâncias susceptíveis de abalarem a credibilidade de tal depoimento. O incidente é
deduzido quando o depoimento termina, e processa-se nos termos do art. 641ºCPC
DISCUSSÃO E JULGAMENTO
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