Este documento descreve as principais fases do processo declarativo comum ordinário no direito processual português. As fases incluem: (1) Articulados, onde as partes apresentam suas alegações iniciais; (2) Saneamento, onde o processo é preparado para a instrução; (3) Instrução, onde as provas são produzidas; (4) Discussão e julgamento, onde as partes debatem o caso; e (5) Sentença, onde o juiz decide o caso.
Este documento descreve as principais fases do processo declarativo comum ordinário no direito processual português. As fases incluem: (1) Articulados, onde as partes apresentam suas alegações iniciais; (2) Saneamento, onde o processo é preparado para a instrução; (3) Instrução, onde as provas são produzidas; (4) Discussão e julgamento, onde as partes debatem o caso; e (5) Sentença, onde o juiz decide o caso.
Este documento descreve as principais fases do processo declarativo comum ordinário no direito processual português. As fases incluem: (1) Articulados, onde as partes apresentam suas alegações iniciais; (2) Saneamento, onde o processo é preparado para a instrução; (3) Instrução, onde as provas são produzidas; (4) Discussão e julgamento, onde as partes debatem o caso; e (5) Sentença, onde o juiz decide o caso.
- AS FASES DO PROCESSO DECLARATIVO COMUM ORDINÁRIO -
Este é o processo regra cujas disposições se aplicam subsidiariamente, ás restantes formas processuais art.º 463 nº1 e 464º CPC e é composto em linha geral pelas seguintes fases: DOS ARTICULADOS; DO SANEAMENTO E CONDENSAÇÃO; DA INSTRUÇÃO; DA DISCUSSÃO e JULGAMENTO E DA SENTENÇA. I. - ARTICULADOS É a fase introdutória do pleito, que é iniciada com a apresentação da petição inicial em juízo e prossegue com a citação do réu para contestar. Por isso esta fase visa por um lado instaurar o pleito e por outro, definir os seus termos. i. Noção e enumeração dos articulados: no art.º 151º nº 1, estão previstos quatro espécies de articulados; os normais, os eventuais, os supervenientes. ii. Forma articulada: As peças apresentadas pelas partes designam-se por articulados porque a exposição (narração) dos seus argumentos de facto deve ser feita por artigos. 1. Petição Inicial: A petição inicial é o articulado que o autor utiliza para formular um pedido de tutela jurisdicional e alegar os respectivos fundamentos de facto e de direito. A petição Inicial é o articulado mais importante, é a base de todo o processo, sem esta o processo nunca chega a existir. 1.1. Petição Inicial (forma externa): Sobre esta matéria rege o art. 467º CPC, estabelecendo os requisitos a observar na elaboração da petição inicial, estruturando- se esta em 4 partes fundamentais; Endereço, Cabeçalho, Narração e Conclusão . a. Endereço: Contém a designação do tribunal onde a acção é proposta – conforme 1ª parte do art. 467º nº1 al. a). b. Cabeçalho: Deve o autor identificar as partes, indicando os seus nomes, domicilio ou sedes e sendo possível, número de identificação civil e fiscal profissões e locais de trabalho conforme a segunda parte do art. 467 nº 1 al. a)CPC. Uma outra indicação a colocar no cabeçalho é relativo á forma, devendo o autor indicar se a acção é especial ou comum e neste caso se é ordinária, sumaria ou sumaríssima art.467nº 1 al. c) CPC. c. Narração:É a parte da petição inicial em que o autor expõe os factos e invoca as razões de direito que servem de fundamento á acção art.º 467º nº 1 al. d) CPC. De entre as indicações a incluir na narração assume particular relevo a da causa a pedir. d. Conclusão:Destina-se á formulação do pedido, o qual expressa a tutela jurisdicional pretendida pelo autor art.º 467º nº1al. e).O pedido é, um elemento fundamental da petição inicial, na medida em que é por ele que se estabelecem, desde logo, os limites da sentença, no caso de a acção vir a ser julgada procedente art.º 661º nº 1 CPC. Deve ainda se juntar á petição inicial os documentos destinados a fazer prova dos factos nela alegados art.º 523 nº 1. 1.1.1. Recebida a Petição Inicial o É registada no livro de porta (entrada); o Distribuição- art.º 211º CPC; o Preparo Inicial- art.º 127º CCJ o Conclusão ao Juiz: a. Indeferimento liminar, art.º 789º nº 1, 474º CPC; b. Convite ao aperfeiçoamento, art.º 477º CPP; c. Citação do Réu (ré) art.º 783º CPC (para contestar no prazo de dez dias). 1.2. Apresentação da petição no Tribunal artº. 267º CPC: A petição deve ser apresentada em juízo para se dar início á acção, sendo, precisamente o momento de recebimento da petição pela secretaria que marca o início da instância. 1.2.1. Recusa da petição inicial pela secretaria art. 474º CPC: Uma vez que a petição deve observar determinados requisitos, levanta-se a questão de saber como há-de actuar a secretaria judicial quando, no momento da apresentação daquele articulado, constatar o desrespeito por tais requisitos 1.3. Distribuição e autuação do processo art. 209º CPC: Uma vez recebida a petição inicial é apresentada á distribuição. Este acto tem em vista a repartição das petições iniciais pelas diversas secções, varas e juízos existentes no Tribunal. 1.4. Citação do Réu Preliminares;O processo vai concluso ao juiz da causa logo no início da instância, que por sua vez ordena ou não a citação do réu. 1.4.1. Modalidades de citação art. 233º nº 1: Pessoal e Edital. 1.4.1.1. A citação pessoal é que é feita na própria pessoa do citando, pelos seguintes modos; 1.4.1.2. A citação edital tem lugar não só quando o citando se encontre em parte incerta, como também quando sejam incertas as pessoas a citar. 1.5. Efeitos de citação: Os efeitos de citação são referidos no art.481ºCC, mas há ainda outros. È costume distingui-los entre: Efeitos substantivos ou materiais e efeitos adjectivos ou processuais.
1.6. Espécies de notificação: Podem estas ser; Notificação dependentes Notificações avulsas.
2. Contestação: A citação tem em vista garantir o contraditório e permitir ao réu a apresentação da sua defesa art. 228º nº 1 CPC. Tal defesa é feita, em regar numa peça processual denominada contestação. 2.1. Espécies de contestação: Contestação defesa. 2.1.1.1. Contestação Defesa O réu opõe-se ao pedido formulado pelo autor. Esta posição pode ser 2.1.1.1.1. Defesa por impugnação: Impugnar consiste em contrariar, refutar, pugnar contra. Aqui o réu contradiz factos alegados pelo autor, ou afirma que tais factos têm um significado jurídico diferente do pretendido pelo demandante. A impugnação pode ser de facto ou de direito. 2.1.1.1.2. Defesa por excepção: o réu aceita a narração fáctica apresentada pelo autor, porém faz chegar ao processo novos factos susceptíveis de gerar a sua absolvição da instância, oude impedir, modificar ou extinguir o direito que o autor pretende fazer valer com a propositura da acção art. 493º CPC. 2.1.1.1.2.1.Excepções dilatórias: são as que obstando a que o tribunal conheça de mérito da causa, dão lugar á absolvição do réu da instância ou á remessa dos autos para outro tribunal art.493º nº 2 CPC. 2.1.1.1.2.2.Excepções peremptórias: Consiste na alegação de factos impeditivos, modificativos ou extensivos do efeito jurídico visado pelo autor, e tem como consequência a absolvição total ou parcial do pedido nos termos do art.º 487º, nº2 e art.º 493º nº 3 do CPC. 2.1.1.2. Contestação Reconvenção: O réu pode aproveitar a contestação para formular pedidos contra o autor art.º 274 nº 1CPC. Estaremos nesse caso, perante a figura da reconvenção, na qual o réu (reconvinte), sendo titular de uma pretensão autónoma contra o autor (reconvindo), a faz valer nesse processo, havendo portanto, uma inversão de posição das partes ou, um cruzamento de acções 2.2. Prazo da contestação: O prazo nos termos do art. 486ºnº1CPC é de trinta dias contados da citação podendo apresentar alguns desvios art.º 486º nº2 CPC. 2.3. Apresentação da contestação em juízo e notificação ao Autor: Na apresentação da contestação em juízo é notificado o autor, sendo-lhe enviado o duplicado art.º 492º nº1CPC, para que tome conhecimento da atitude assumida pelo réu perante a acção. 2.4. Revelia do Réu: se não contestar a acção o réu entra em revelia, e esta pode ser: Absoluta e Relativa. 2.4.1. Diz-se absoluta: quando alem de não deduzir oposição, o réu não constitui mandatário nem intervêm de qualquer forma no processo (art. 483º CPC); 2.4.2. Diz-se relativa: quando o réu, embora não contestando, constitui mandatário no processo ou intervêm de algum modo na acção. Em função desses efeitos, distinguem-se a revelia operante da inoperante. 3. Réplica; A réplica é o terceiro articulado do processo declarativo ordinário cabendo ao autor a sua apresentação. É um articulado eventual, que só pode ser apresentado nos três casos previstos no art. 502º CPC.O art. 502º CPC revela com clareza, a intenção de limitar o emprego da réplica. 4. Tréplica: È o articulado que pode ser oferecido pelo réu, em resposta à réplica, trata-se também de um articulado eventual art.º 503º CPC. Este quarto articulado previsto no art.503º CPC serve para: 4.1. Responder ás alterações ao pedido ou á causa de pedir feitas pelo autor da réplica 4.2. Responder ás excepções deduzidas pelo autor contra o pedido reconvencional Nos termos do art.502º CPC, e do art.º 503º CPC apenas admite a tréplica quando a necessidade do contraditório o imponha. 5. Articulados supervenientes: Pode acontecer que determinados factos constitutivos ocorram ou cheguem ao conhecimento ao autor depois da apresentação da petição. È igualmente possível que ocorram ou cheguem ao conhecimento do réu, factos impeditivos, modificativos ou extensivos daquele direito, depois do oferecimento da contestação. Estes são os chamados factos (objectiva ou subjectivamente) supervenientes. II. SANEAMENTO Findo os articulados, o processo entra em fase de saneamento, este tem como primeiro objectivo a verificação da regularidade da instância. Detectada alguma irregularidade susceptível de sanação, promover-se-á o respectivo suprimento. Se a irregularidade for insanável ou não for sanada, o processo termina já nesta fase. Se a instancia mostrar regularizada, o mérito da causa pode ser apreciado. De entre os actos praticados nesta fase destacam-se: O despacho pré-saneador; a audiência preliminar; o despacho saneador. 1. Despacho pré saneador; Nos termos do art.508ºCPC o juiz deve, apurar a regularidade da instância, verificar se os articulados respeitam todos os requisitos técnicos, e finalmente atentar o modo como os factos foram expostos nesses articulados. 2. Audiência Preliminar (preparatória): Havendo ou não despacho saneador, a tramitação da acção declarativa ordinária comporta, por via de regra, a realização de uma audiência preliminar. Os objectivos estão previstos no art.º 508º, devendo o despacho que determina a sua realização indicar, em cada caso, o seu objectivo e finalidade art.º 508º nº4 do CPC. 2.1. Objectivos principais da audiência preliminar; 2.1.1. Tentativa de conciliação das partes. 2.1.2. Discussão sobre as excepções dilatórias e peremptóriasque o juiz deva apreciar; as excepções a que se refere o art.508º nº1 e 510ºal. b) CPC são as que tenham sido formalmente suscitadas pelas partes nos articulados e aquelas que o juiz possa (e deva) conhecer oficiosamente art.495º CPC. 2.1.3. Conhecer directamente do pedido, ou seja, discussão sobre a possibilidade de conhecimento imediato do mérito de causa; Em síntese, nessa fase teremos: o Audiência preparatória- art.º 787º, 508º CPC; (Na discussão oral os Advogados só usam da palavra uma vez); o Conclusão ao Juiz; o Despacho Saneador- art.º 787º; 511º CPC, prazo de dez dias; o Notificação das partes para eventuais reclamações; o Preparos subsequentes, art.º 128º CCJ. III. INSTRUÇÃO Esta fase destina-se a juntar ao processo os meios de prova que aí serão utilizados, tendo em conta o objecto da prova definido pelo art.º 513ºCPC, o qual engloba os factos constantes da base instrutória ou os factos constantes da petição inicial, no caso da revelia inoperante. 1. Direito probatório: Material e Formal. a. Direito probatório material: Pertencem a este os pontos relativos ao ónus da prova, á admissibilidade dos meios de prova e á força probatória de cada um deles. b. Direito probatório formal: Pertencem a este as normas que disciplinam a utilização dos meios de prova em juízo indicando o modo de requerer as provas, de as produzir e a de as valorar. 2. Objecto da prova: está definido no art.º 513º CPC Essencialmente a prova incide sobre as questões de facto integradas na base instrutória. Tais questões correspondem aos factos articulados pelas partes, que sejam relevantes para o desfecho da lide e estejam em controvérsia. 3. Meios de prova; Definido o objecto de prova, o CPC vai regular a utilização de cada um dos meios de prova, que seguem abaixo: a. Prova por apresentação de coisas móveis ou imóveis: Art.º 518º CPC as partes podem oferecer como meio de prova coisa móvel ou imóvel; b. Prova documental: Definição de documento art.362ºCC. A prova documental prevista no art.º 523º CPC, já que o numero 1 impõe que os documentos sejam apresentados com o articulado em que se aleguem os factos correspondentes c. Prova por confissão das partes: Esta pode fazer-se por diversos meios, judicial ou extrajudicialmente art.º 355ºCC. d. Prova pericial; art. 568º;CPC esta prova pode resultar de requerimento das partes ou de determinação judicial – tem por fim a percepção ou apreciação de factos por meio de perito, quando sejam necessários conhecimentos especiais que o julgador não possua. e. Prova por inspecção: A prova por inspecção tem por fim a percepção directa de factos pelo tribunal da causa art. 390º CC. No entanto o art. 612º CPC prevê a a possibilidade de o tribunal inspeccionar coisas ou pessoas, bem como a deslocação ao local em questão. f. Prova testemunhal: Neste tipo de prova pretende-se que o depoente revele ou exponha as suas percepções sobre os factos controvertidos ou carecidos de prova. Podem ou não ser testemunhas art. 616º nº1 e 617º CPC. i. A contradita; art. 640º CPC, a parte contra a qual o depoimento foi produzido alega circunstâncias susceptíveis de abalarem a credibilidade de tal depoimento. O incidente é deduzido quando o depoimento termina, e processa-se nos termos do art. 641ºCPC; ii. A acareação; art. 642ºCPC, pode ser suscitada oficiosamente ou a requerimento das partes e se processa nos termos do art. 643º CPC – destina-se a confrontar quem tiver deposto contraditoriamente acerca de determinado facto. Em síntese: o Notificação das partes para apresentarem o rol de testemunhas ou requerem outros meios de provas; o As partes só podem as apresentar até dez testemunhas e três para cada facto, art.º 789º; 632º e 633º CPC; o Conclusão ao Juiz; o Produção da prova (o cumprimento das cartas não é superior a 30 dias improrrogáveis, art.º 788º CPC); o Assunção da prova. IV. DISCUSSÃO E JULGAMENTO Nos termos do art.º 646º a 657º CPC; á produção de prova sucede a discussão integrada por um debate oral entre os advogados das partes tendente à apreciação das provas produzidas. Após tal discussão, o tribunal julga a matéria de facto. Mas antes será necessário a: 1. Fixação da data para a audiência, art.º 790º CPC; 2. Audiência de discussão e julgamento; o DISCUSSÃO i. A discussão do aspecto jurídico da causa é sempre oral, art.º 790º nº 2 CPC; ii. Os depoimentos prestados não são escritos, art.º 791º nº 2 CPC; o JULGAMENTO i. Vista ao Ministério Público para os fins do art.º 658º CPC; ii. Sentença, art.659º CPC; V. SENTENÇA Prevista no art.º 658º a 675º CPC, esta fase corresponde ao momento em que é proferida a decisão que põe termo à causa em 1ª instância. Também o julgamento da causa pode ser feito na fase do saneamento, desde que o juiz se sinta habilitado para isso, mediante aquilo que resulta do processo (art.510º nº 1al.b) CPC)
Luanda, 7 de Março de 206
O Auditor de Justiça _________________________ Evaristo Samala Cangõma