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PRÁTICA

JURÍDICA

PRÁTICA EM
RECURSOS NO
PROCESSO CIVIL

TEMA: APELAÇÃO
I – LEGISLAÇÃO PERTINENTE

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

CAPÍTULO II
DA APELAÇÃO

        Art. 513.  Da sentença caberá apelação (arts. 267 e 269).

        Art. 514.  A apelação, interposta por petição dirigida ao juiz, conterá:

        I - os nomes e a qualificação das partes;

        II - os fundamentos de fato e de direito;

        III - o pedido de nova decisão.

        Art. 515.  A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.

        § 1o  Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as


questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que a sentença não as tenha
julgado por inteiro.

        § 2o  Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher


apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.

        § 3o Nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito (art. 267), o
tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente de
direito e estiver em condições de imediato julgamento.

Art. 516. Ficam também submetidas ao tribunal as questões anteriores à sentença,


ainda não decididas.

        Art. 517.  As questões de fato, não propostas no juízo inferior, poderão ser
suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força
maior.

        Art. 518.  Interposta a apelação, o juiz, declarando os efeitos em que a recebe,
mandará dar vista ao apelado para responder. 

        Parágrafo único.  Apresentada a resposta, é facultado ao juiz o reexame dos


pressupostos de admissibilidade do recurso.
               Art. 519. Provando o apelante justo impedimento, o juiz relevará a pena de
deserção, fixando-lhe prazo para efetuar o preparo.

        Parágrafo único.  A decisão referida neste artigo será irrecorrível, cabendo ao
tribunal apreciar-lhe a legitimidade.

       

Art. 520.  A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo. Será, no


entanto, recebida só no efeito devolutivo, quando interposta de sentença que:

        I - homologar a divisão ou a demarcação;

        II - condenar à prestação de alimentos; 

        III - julgar a liquidação de sentença; 

        IV - decidir o processo cautelar;

        V - rejeitar liminarmente embargos à execução ou julgá-los improcedentes;

        VI - julgar procedente o pedido de instituição de arbitragem. 

        VII – confirmar a antecipação dos efeitos da tutela;

       

Art. 521.  Recebida a apelação em ambos os efeitos, o juiz não poderá inovar no


processo; recebida só no efeito devolutivo, o apelado poderá promover, desde logo, a
execução provisória da sentença, extraindo a respectiva carta.
II – INFORMAÇÕES TEÓRICAS SOBRE A “APELAÇÃO”

a) Conceito

- É o recurso contra decisão de primeira instância, interposto por uma, ou duas,


partes litigantes em relação à sentença (terminativa ou definitiva) proferidas pelo
Juiz de Primeiro Grau, e que tem por objetivo obter na instância superior a anulação
ou a reforma da citada sentença

b) Objetivo da apelação

- O objetivo da apelação pode ser:

 Obter a declaração de “nulidade” da sentença de primeiro grau, de forma que


o Juízo ad quem (Tribunal) determine o retorno dos autos à 1ª instância para
a prolação de nova sentença;

 Obter a modificação do mérito da sentença de primeiro grau, total ou


parcialmente;

 Nada obsta que num mesmo recurso seja pleiteado inicialmente (em
preliminar) a nulidade da sentença e, caso o Tribunal não entenda pela citada
nulidade, o Recorrente pleiteia a modificação do julgado em algum ou alguns
pontos.

c) Cabimento

- Cabe recurso de apelação de todas as sentenças, sejam elas terminativas ou


definitivas. Sabemos que sentença, conforme artigo 162, §1º, do CPC, é o ato pelo
qual o juiz põe fim ao processo, decidindo ou não o mérito da causa.

- Denomina-se “sentença definitiva” a sentença que põe fim ao processo com o


julgamento do mérito (extingue o processo com o julgamento do mérito com
fundamento numa das hipóteses do artigo 269 do CPC) ;

- Denomina-se “sentença terminativa” a sentença que põe fim ao processo sem o


julgamento do mérito (extingue o processo sem o julgamento do mérito numa das
hipóteses do artigo 267 do CPC)
d) Prazo

- de 15(quinze) dias, conforme artigo 508 do CPC, contado de uma das seguintes
datas:

 Quando a sentença é publicada em audiência: conta-se o prazo a partir da


data da leitura da sentença em audiência;

 quando a sentença não for proferida em audiência : conta-se o prazo a partir


da data da intimação das partes.

- Observação: Quando se trata de recurso de “apelação” interposto no Juizado


Especial Cível, o prazo é de 10(dez) dias, conforme artigo 42, caput, do CPC,
contados da data da ciência da sentença e será dirigido à Turma recursal do próprio
Juizado Especial.

e) Efeitos do recurso de apelação

- Conforme artigo 520 do CPC, o recurso de apelação é recebido, em regra, em seus


efeitos devolutivo e suspensivo.

- O efeito devolutivo, conforme disposto no artigo 515, é aquele através do qual se


devolve ao Tribunal o conhecimento da matéria impugnada no recurso. Esse efeito
se dá tão somente quanto à matéria impugnada, ou seja, sendo o recurso parcial,
somente abra a parte impugnada deverá se manifestar.

- O efeito suspensivo é aquele que, recebido o recurso nesse efeito, tem força de
suspender todo o andamento da ação até o pronunciamento da instância superior.
Isso quer dizer que não pode a parte vencedora na demanda se beneficiar dos
resultados do julgado enquanto o recurso não for apreciado pelo Juízo a quo.

- Exceção: o artigo 520 do CPC apresenta hipóteses em que o recurso de apelação


será recebido somente no seu efeito devolutivo ( e não no efeito suspensivo),
permitindo, assim, a parte vencedora no Juízo de Primeiro Grau requerer a execução
provisória da sentença de primeiro grau.

Eis as hipóteses previstas pelo artigo 520 do CPC em que a apelação será
recebida somente em seu efeito devolutivo:
“ Art. 520. A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e
suspensivo. Será, no entanto, recebida só no efeito devolutivo, quando
interposta de sentença que:

I – homologar a divisão ou a demarcação;

II- condenar à prestação de alimentos;

III- julgar a liquidação de sentença;

IV- decidir o processo cautelar;

V- rejeitar liminarmente embargos à execução ou julga-los


improcedentes;

VI- julgar procedente o pedido de instituição de arbitragem,”

f) Conteúdo mínimo do recurso de apelação

- O artigo 514 do CPC determina o seguinte conteúdo mínimo do recurso de


apelação:

 petição dirigida ao Juiz (de primeira instância, que prolatou a sentença


recorrida) contendo o nome e qualificação das partes

 os fundamentos de fato e de direito apresentados para a declaração de


“nulidade” da sentença ou para a sua “modificação”

 pedido de nova decisão

g) Termos utilizados no recurso de apelação

- interposição: é o ato de se “apresentar” o recurso. O recurso de apelação é


interposto, não é oposto ou proposto

- Recorrente/Apelante: a parte que interpõe o recurso

- Recorrido/Apelado: a parte contrária a que interpõe o recurso

- Juízo a quo / Juízo de origem/ Juízo de Primeiro Grau: Juízo prolator da sentença
atacada

- Juízo ad quem: Juízo competente para apreciar o recurso


- Sentença a quo/ Sentença de Origem/ Sentença de Primeiro Grau/ Decisão
impugnada: é a sentença proferida pelo Juiz (primeira instância) e que está sendo
atacada pelo recurso de apelação

- Parte impugnada da sentença: é a parte (ou as matérias) da sentença de primeiro


grau que é atacada por um recurso.

- Juízo de admissibilidade: refere-se àquele que tem a competência de verificar se o


recurso completa todos os recursos impostos por lei (requisitos de admissibilidade
do recurso: tempestividade, preparo, forma, cabimento e legitimidade) para o seu
prosseguimento e conhecimento pelo Juízo a quo.

- Denegação de recurso: é o impedimento de prosseguimento do recurso por falta de


algum requisito de admissibilidade, é o trancamento do recurso por falta de
algum(ns) requisito(s) de admissibilidade. Ocorrendo a denegação do recurso pelo
juízo de admissibilidade, o recurso não “sobe” para o Juízo ad quem.

- Preliminarmente: termo normalmente utilizado para se introduzir a parte das


razões de recurso em que são apontados eventuais fatos geradores de nulidade
processual e é requerida a declaração da nulidade da sentença de primeiro grau.

- Mérito: termo normalmente utilizado para introduzir a parte das razões de recurso
em que são apontados fatos e fundamentos jurídicos capazes de levar o Juízo ad
quem a modificar total ou parcialmente o conteúdo da sentença de primeiro grau
atacada

h) As contra-razões de recurso de apelação

- As contra-razões são apresentadas pelo Recorrido e tem como objetivo convencer


o Juízo ad quem a manter o conteúdo da sentença de primeiro grau naquilo que foi
impugnado pelo Recorrente.
III – ESTRUTURA DO RECURSO DE APELAÇÃO

a) Partes que compõem o recurso de apelação:

O Recurso de apelação é composto, basicamente, por 2(duas) partes: a


petição de encaminhamento e as razões recursais.

 PETIÇÃO DE ENCAMINHAMENTO: também denominada na prática


jurídica de “petição de encaminhamento. Trata-se de petição dirigida ao
Juízo de Primeira Instância (que exerce o primeiro juízo de admissibilidade
do recurso de apelação) apresentando o recurso que está sendo interposto e
requerendo o seu regular processamento com a remessa dos autos ao Juízo a
quo para a sua efetiva apreciação. Nessa petição é demonstrado que o recurso
completa todos os requisitos de admissibilidade.

 RAZÕES RECURSAIS: É a parte do recurso que é dirigida ao Juízo a quo


(isto é, de Segunda Instância, competente para a apreciação do recurso) e
onde constam:

- saudação ao Juízo ad quem;

- a especificação da(s) parte(s) da sentença de primeiro grau que merece(m)


ser modificada(s);

- os argumentos de fato e de direito que objetivam convencer o Juízo ad


quem a “anular” ou modificar o conteúdo da sentença de primeira instância

- o pedido de “anulação” da sentença a quo e/ou o pedido de modificação do


conteúdo (mérito) da sentença.

b) Ilustração do recurso de apelação

1º. 2º

Petição Razões
de do
Encaminhamento Recurso
c) ESTRUTURA DA PETIÇÃO DE ENCAMINHAMENTO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __a VARA


CÍVEL DA COMARCA DE _______________

Processo:

(nome do Recorrente), Autor/Réu, por seu advogado ao final assinado,


nos autos do processo em epígrafe que move em face de (ou que lhe move) (nome
do Recorrido, vem, mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelência interpor o
presente RECURSO DE APELAÇÃO, conforme razões recursais anexas.

O Recorrente requer a juntada dos inclusos comprovantes de


recolhimento dos preparos devidos, bem como requer o regular processamento do
presente recurso, dando vistas à parte contrária para contra-razões e, posteriormente,
remetendo os autos ao Juízo ad quem para a devida apreciação.

Termos em que,
Pede e espera deferimento.
(cidade), (dia) de (mês) de (ano).

___________________________
(nome do advogado)
OAB/SP....................
d) Estrutura das razões recursais

(modelo estrutural de razões de apelação com o objetivo de modificar a sentença de primeiro grau)

RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO

Recorrente: ...........................................
Recorrido: ..........................................
Processo: ........../xx da _ a Vara Cível da Comarca de ___________________

EGRÉGIO TRIBUNAL.
COLENDA CÂMARA.
DIGNÍSSIMOS JULGADORES.

A despeito do incensurável conhecimento jurídico do Juízo de


Origem, não agiu o mesmo com a habitual justiça na sentença atacada, que merece
urgente reforma.
Demonstremos:

1. (Breve síntese da lide)

2. (Apresentação dos argumentos de fato e de direito com os quais o Recorrente


pretende a modificação da sentença.

Ante o todo exposto, espera o Recorrente que seja o seu


recurso conhecido e acolhido in totun, a fim de que se alcance a mais pura e
cristalina JUSTIÇA!

(cidade), (data)

________________________________
(nome do advogado)
OAB/SP................
(modelo estrutural de razões de apelação com o objetivo de anular a sentença de primeiro grau)

RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO

Recorrente: ...........................................
Recorrido: ..........................................
Processo: ........../xx da _ a Vara Cível da Comarca de ___________________

EGRÉGIO TRIBUNAL.
COLENDA CÂMARA.
DIGNÍSSIMOS JULGADORES.

A despeito do incensurável conhecimento jurídico do Juízo de


Origem, não agiu o mesmo com a habitual justiça na sentença atacada, que merece
urgente reforma.
Demonstremos:

I – PRELIMINAR DE NULIDADE DA SENTENÇA A QUO

1. (exposição dos argumentos que objetivam demonstrar que a sentença é nula)


2. (pedido de decretação da nulidade da sentença a fim de que os autos
retornem ao Juízo a quo) para a prolação de nova decisão.

II – NO MÉRITO

Mesmo que o Douto Juízo não entenda pela nulidade do decisum a


quo, ainda assim prosperidade mereceria o presente recurso a fim de modificar o
conteúdo da sentença de primeiro grau, conforme abaixo demonstrado.

3. (Breve síntese da lide)

4. (Apresentação dos argumentos de fato e de direito com os quais o Recorrente


pretende a modificação da sentença.

Ante o todo exposto, espera o Recorrente que seja o seu


recurso conhecido e acolhido a fim de que se declare a nulidade da sentença de
primeiro grau e se determine o retorno dos autos ao Juízo a quo para a prolação de
nova decisão. E, caso o Douto Juízo não entenda pela nulidade, que seja provido o
presente recurso para modificar a sentença de origem, a fim de que se alcance a
mais pura e cristalina JUSTIÇA!

(cidade), (data)
________________________________
(nome do advogado)
OAB/SP................
e) Algumas notas sobre as partes estruturais das razões

- Da “breve síntese”

Nessa parte das razões recursais se faz um resumo conciso do pleiteado na


inicial, do alegado em defesa e do julgado na sentença atacada

Exemplo: “Em inicial, o Autor, ora Recorrido, pleiteia indenização por danos
materiais sob o argumento de que em razão de acidente automobilístico ocorrido
por culpa do Réu, ora Recorrente, adveio-lhe danos emergentes e lucros cessantes
no importe de R$ ___________. Em defesa, o Réu nega a culpa no acidente narrado
na inicial, imputando ao Autor ato imprudente que culminou no acidente. O Juízo a
quo julgou procedente a ação, condenando o Réu, ora Recorrente, no pagamento de
indenização no importe de R$ _______”.

- Da exposição dos fatos e fundamentos jurídicos com os quais o Recorrente


pretende a modificação da sentença.

Nesta parte do recurso o Recorrente ataca a sentença objetivando demonstrar


que:

1. (discussão de fato) o juiz considerou existente um fato inexistente (ou considerou


inexistente um fato existente), utilizando-se dos documentos e dos depoimentos
constantes dos autos para demonstrar tal equívoco do juiz; e/ou

2. (discussão de direito) que o Juiz aplicou equivocadamente uma norma jurídica ou


não a interpretou corretamente

Exemplo de argumentação sobre fato: “Data venia, equivocou-se o Douto Juízo ao


afirmar que o Réu-Recorrente não respeitou o sinal vermelho a ele dirigido. Como
se verifica da leitura do depoimento da testemunha Sr. Xxxxxxxx, cujo veículo se
encontrava transitando ao lado do veículo do Réu e que declarou expressamente que
o sinal encontrava-se “verde” para o Recorrido.
Ora, caberia ao Autor-Recorrido, na forma
do artigo 333, I, do CPC, provar robustamente o alegado ato de negligência do
Recorrente, sendo que, como se verifica dos elementos de prova trazidos aos autos,
o Recorrido não logrou desincumbir-se de seu ônus probatório.

Exemplo de argumentação sobre direito: Equivocou-se o Douto Juízo ao aplicar o


artigo ___ do Código de Defesa do Consumidor à relação existente entre as partes
visto que, conforme cristalizada jurisprudência, o Réu-Recorrente não se enquadra
no conceito de fornecedor....
IV - ESTRUTURA DE CONTRA-RAZÕES DE APELAÇÃO

(petição de encaminhamento das contra-razões de apelação)

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __a VARA


CÍVEL DA COMARCA DE _______________

Processo:

(nome do Recorrido), Autor/Réu, por seu advogado ao final assinado,


nos autos do processo em epígrafe que move em face de (ou que lhe move) (nome
do Recorrente, vem, mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelência
apresentar as suas CONTRA-RAZÕES DE APELAÇÃO, conforme elucidação
anexa.

Requer o Recorrido que sejam as presentes contra-razões juntadas aos


autos a fim de serem objeto de apreciação do juízo ad quem.

Termos em que,
Pede e espera deferimento.
(cidade), (dia) de (mês) de (ano).

___________________________
(nome do advogado)
OAB/SP....................
CONTRA- RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO

Recorrido: ...........................................
Recorrente: ..........................................
Processo: ........../xx da _ a Vara Cível da Comarca de ___________________

EGRÉGIO TRIBUNAL.
COLENDA CÂMARA.
DIGNÍSSIMOS JULGADORES.

Apesar de todo o esforço do Recorrente em modificar a


sentença a quo, não merece esta qualquer retoque tendo em vista compatibilizar-se
perfeitamente com as provas produzidas nos autos.

Demonstremos:

1. (Breve síntese da lide)

2. (Apresentação dos argumentos de fato e de direito com os quais o Recorrente


pretende a manutenção da sentença.

Ante o todo exposto, espera o Recorrido que seja mantida


integralmente a sentença de origem, tendo em vista tratar-se de medida da mais pura
JUSTIÇA!

(cidade), (data)

________________________________
(nome do advogado)
OAB/SP................
V – QUESTÕES PRÁTICAS

1) PROBLEMA: A, residente em Santos, quando de uma viagem a São Paulo com


B, comerciante, também residente em Santos, emprestou-lhe a importância de R$
80.000,00, o que foi presenciado por diversos participantes da excursão. “B” se
comprometeu a devolver para “A” a importância emprestada quando retornassem a
Santos, e emitiu um vale da mesma, no verso de um cartão de visitas seu.
Não tendo “B” cumprido o contratado, “A” propôs regular ação de
cobrança.
Contestada a ação, houve réplica, tendo o juiz saneado o processo
deferindo provas orais e designando audiência. Na audiência, tomou-se o
depoimento pessoal das partes, ouviram-se testemunhas, mantendo as partes suas
posições por ocasião dos debates.
Decidindo, o juiz entendeu por extinguir o processo sem o
julgamento do mérito sob o fundamento de que o Réu “B” seria parte ilegítima para
figurar no pólo passivo da relação processual, já que teria tomado o empréstimo
para a empresa de turismo da qual era empregado, conforme resultou de seu
depoimento. Condenou o Autor “A” nas custas processuais e nos honorários de
sucumbência que fixou em 10% do valor da ação.
Não se conformando, já que a totalidade dos depoimentos das
testemunhas foi no sentido de ter sido o empréstimo tomado para aquisição de
presentes para familiares.

QUESTÃO: Como advogado do autor interpor o recurso cabível.

2) PROBLEMA: João havia dado a Pedro um apartamento em usufruto, por prazo


determinado. Terminado o prazo, João foi obrigado a mover ação de reintegração de
posse contra Pedro, pois este se recusara a devolver-lhe o imóvel. Pedro moveu
reconvenção, pleiteando por sua vez indenização por benfeitorias necessárias que
realizou no apartamento durante a vigência do usufruto. A sentença julgou
procedente a ação e improcedente a reconvenção, sustentando que Pedro, por não
ter atendido notificação premonitória de desocupação, passou a ser considerado
possuidor de má-fé e, como tal, não teria direito a indenização pelas benfeitorias
necessárias. Pedro conforma-se com a devolução do imóvel, mas não abre mão da
indenização.

QUESTÃO: Como advogado de Pedro, tome a medida cabível. A sentença foi


publicada há 10 (dez) dias e o processo tramita perante a 50.ª Vara Cível Central de
São Paulo.
3) PROBLEMA. Julgada procedente, em parte, ação de cobrança perante a 3.ª Vara
Cível de São Paulo, promovida por Américo, Pedro foi condenado a pagar o valor
da dívida, mais perdas e danos materiais e morais, correção monetária, juros legais,
custas e honorários advocatícios de 20% sobre o total do débito.

QUESTÃO: Prepare o recurso cabível, defendendo os direitos de Pedro e


fundamentando ante a legislação. (ver artigo 21 do CPC)

4) PROBLEMA: Fúlvio Quintilio, sentindo-se difamado por artigo veiculado na


edição de 17 de março de 2002 do jornal publicado pela empresa FONS
VERITATIS S/A, ajuizou ação de indenização por danos morais e materiais em 17
de julho do mesmo ano. Nada obstante a resposta oposta pela Ré e as circunstâncias
apuradas no curso da instrução processual, sobreveio decreto condenatório,
impondo-lhe a obrigação de reparar os danos materiais no montante de 100 salários
mínimos e morais no equivalente a 120 salários mínimos, afora custas e honorários
advocatícios fixados em 20% sobre o somatório dos valores da indenização, à
invocação dos postulados dos artigos 49, inciso I, 50 e 54 da Lei n o 5.250/67, cc.
artigo 5 o , inciso X da Magna Carta. Produzidos embargos de declaração à primeira
foram eles enjeitados, como também os segundos, os quais causaram a apenação de
10% sobre o valor da causa, por entendê-los procrastinatórios o juízo a quo. A
publicação do título sentencial operou-se pelo órgão estatal de comunicação oficial
veiculado no dia 2 de dezembro de 2002, uma sexta-feira.

QUESTÃO: Decorridos 16 dias daquele ato, como advogado da Ré opere em seu


proveito
III – ESTRUTURA DO RECURSO DE APELAÇÃO

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