Você está na página 1de 27

EFEITOS DOS RECURSOS

1) devolutivo:

é inerente ao próprio conceito de recurso. Voltaremos ao tema


no trato da apelação

NOVO CPC CPC /1973


Art. 1.013. A apelação Art. 515. A apelação devolverá
devolverá ao tribunal o ao tribunal o conhecimento da
conhecimento da matéria matéria impugnada.
impugnada. § 1o Serão, porém, objeto de
§ 1º Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo
apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões
tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no
suscitadas e discutidas no processo, ainda que a
processo, ainda que não sentença não as tenha julgado
tenham sido solucionadas, por inteiro.
desde que relativas ao § 2o Quando o pedido ou a
capítulo impugnado. defesa tiver mais de um
§ 2º Quando o pedido ou a fundamento e o juiz acolher
defesa tiver mais de um apenas um deles, a apelação
fundamento e o juiz acolher devolverá ao tribunal o
apenas um deles, a apelação conhecimento dos demais.
devolverá ao tribunal o § 3o Nos casos de extinção do
conhecimento dos demais. processo sem julgamento do
§ 3º Se o processo estiver em mérito (art. 267), o tribunal
condições de imediato pode julgar desde logo a lide,
julgamento, o tribunal deve se a causa versar questão
decidir desde logo o mérito exclusivamente de direito e
quando: estiver em condições de
imediato julgamento.
I – reformar sentença § 4o Constatando a ocorrência
fundada no art. 485; de nulidade sanável, o
II – decretar a nulidade da tribunal poderá determinar a
sentença por não ser ela realização ou renovação do ato
congruente com os limites do processual, intimadas as
pedido ou da causa de pedir; partes; cumprida a diligência,
III – constatar a omissão no sempre que possível
exame de um dos pedidos, prosseguirá o julgamento da
hipótese em que poderá apelação.
julgá-lo;
IV – decretar a nulidade de
sentença por falta de
fundamentação.
§ 4º Quando reformar
sentença que reconheça a
decadência ou a prescrição, o
tribunal, se possível, julgará
o mérito, examinando as
demais questões, sem
determinar o retorno do
processo ao juízo de primeiro
grau.
§ 5º O capítulo da sentença que
confirma, concede ou revoga a
tutela provisória é impugnável
na apelação.

 Efeito devolutivo da apelação e tese da “causa madura”


– art. 1.014
o Ampliação da tese da causa madura (positivação de
jurisprudência progressista)
 Anulada a sentença que não julgou o mérito
 Afastado o reconhecimento de
prescrição/decadência
 Correção da incongruência da sentença com o
pedido/causa de pedir
 Inclusive julgando o pedido omitido pela
sentença “citra petita”.
 A única, e correta, limitação, é ao capítulo da
sentença não impugnado, porque aí houve
“trânsito em julgado”.
o Observação: necessidade de interpretação conjunta
com o art. 938

2) Infringente

3) Substitutivo

- error in judicando: sempre


- error in procedendo: só na improcedência do recurso
- CUIDADO: NOVO CPC e JURISPRUÊNCIA SOBRE
EMBRARGOS DE DECLARAÇÃO

Súmula: 418
É inadmissível o recurso especial interposto antes da publicação
do acórdão dos embargos de declaração, sem posterior
ratificação. (incompatível)

Art. 218
§ 4º Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo
inicial do prazo.
Art. 1.024
§ 5º Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não
alterarem a conclusão do julgamento anterior, o recurso
interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento
dos embargos de declaração será processado e julgado
independentemente de ratificação.

4) impeditivo da preclusão

- Novo regime do agravo

Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.


§ 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a
decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não
são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em
preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a
decisão final, ou nas contrarrazões.

5) Regressivo

- Apelação contra indeferimento da inicial NCPC. Art. 331, p. 1 o.


(prazo agora sempre de 5 dias)

- Apelação da improcedência liminar doc pedido – art. 332, p. 3o.

- Re e Resp. repetitivos – art. 1.041

- Agravo interno – art. 1.021, p. 2o.

6) Expansivo
REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE

1- Legitimidade

NOVO CPC CPC /1973


Art. 996. O recurso pode ser Art. 499. O recurso pode ser
interposto pela parte vencida, interposto pela parte vencida,
pelo terceiro prejudicado e pelo pelo terceiro prejudicado e
Ministério Público, como parte pelo Ministério Público.
ou como fiscal da ordem
jurídica. § 1º Cumpre ao terceiro
Parágrafo único. Cumpre ao demonstrar o nexo de
terceiro demonstrar a interdependência entre o seu
possibilidade de a decisão interesse de intervir e a
sobre a relação jurídica relação jurídica submetida à
submetida à apreciação apreciação judicial.
judicial atingir direito de que § 2º O Ministério Público tem
se afirme titular ou que legitimidade para recorrer
possa discutir em juízo como assim no processo em que é
substituto processual. parte, como naqueles em que
oficiou como fiscal da lei.
 Legitimidade recursal
o Sem novidades
o Novidade
 Recurso do terceiro prejudicado
 Titular de direito atingido pela decisão
(direta ou reflexamente)
 Legitimado extraordinário para defender
direito atingido pela decisão.
o Questões interessantes
 Auxiliares da justiça não podem recorrer, mas
podem impetrar MS (Resp. 166.976/SP)
 Nossa opinião: quando a decisão dispõe
sobre direito dele, pode recorrer (ex:
honorários, comissão, etc).
 Amicus Curiae: não pode recorrer, salvo
 embargos de declaração
 da decisão que não o admita no processo
(EDcl no Resp. 1.143.677/RS
 na decisão final do IRDR (art. 138, p. 3o

2 – Interesse recursal

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. PERDA DO OBJETO DE


AGRAVO DE INSTRUMENTO INTERPOSTO CONTRA DECISÃO
PROFERIDA EM ANTECIPAÇÃO DE TUTELA.

A superveniência de sentença de mérito implica a perda do


objeto de agravo de instrumento interposto contra decisão
anteriormente proferida em tutela antecipada. A definição
acerca de a superveniência de sentença de mérito ocasionar a
perda do objeto do agravo de instrumento deve ser feita
casuisticamente, mediante o cotejo da pretensão contida no
agravo com o conteúdo da sentença, de modo a viabilizar a
perquirição sobre eventual e remanescente interesse e
utilidade no julgamento do recurso. Entretanto, na específica
hipótese de interposição de agravo contra decisão de deferimento
ou indeferimento de antecipação de tutela, vislumbra-se que a
prolatação de sentença meritória implicará a perda do objeto do
agravo de instrumento, em virtude da superveniente perda do
interesse recursal. Isso porque a sentença de procedência do
pedido - que substitui a decisão concessiva da tutela de
urgência - torna-se plenamente eficaz ante o recebimento da
apelação tão somente no efeito devolutivo, permitindo-se
desde logo a execução provisória do julgado, nos termos do
art. 520, VII, do CPC, o qual dispõe que: "Art. 520. A apelação
será recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo. Será, no
entanto, recebida só no efeito devolutivo, quando interposta de
sentença que: [...] VII - confirmar a antecipação dos efeitos da
tutela". O mesmo se diz em relação à sentença de
improcedência do pedido, a qual tem o condão de revogar a
decisão concessiva de antecipação, ante a existência de
evidente antinomia entre elas. Portanto, a superveniência da
sentença de mérito ocasiona a perda de objeto de anterior agravo
de instrumento interposto contra decisão proferida em sede de
medida antecipatória. EAREsp 488.188-SP, Rel. Min. Luis
Felipe Salomão, julgado em 7/10/2015, DJe 19/11/2015.

EXECUÇÃO. FIADORES. LEGITIMIDADE PARA


IMPUGNAÇÃO.

A controvérsia diz respeito a redirecionamento de execução aos


fiadores do devedor, em razão de ter sido infrutífero o leilão
que teve como objeto os bens penhorados. A Turma entendeu
que o devedor afiançado não possui legitimidade para
recorrer de decisão que determinou a penhora de bens dos
fiadores, uma vez não ser o titular do direito ameaçado pela
nova constrição. Também não possui interesse recursal na
impugnação, na medida em que não se busca situação jurídica
mais vantajosa do que aquela nascida do redirecionamento da
execução para os fiadores. REsp 916.112-RO, Rel. Min. Luis
Felipe Salomão, julgado em 5/6/2012.
- Sucumbência formal x sucumbência material

3 - Tempestividade

NOVO CPC CPC /1973


Art. 1.003. O prazo para Art. 506. O prazo para a
interposição de recurso conta- interposição do recurso,
se da data em que os aplicável em todos os casos o
advogados, a sociedade de disposto no art. 184 e seus
advogados, a Advocacia parágrafos, contar-se-á da
Pública, a Defensoria Pública data:
ou o Ministério Público são I - da leitura da sentença em
intimados da decisão. audiência;
§ 1º Os sujeitos previstos no II - da intimação às partes,
caput considerar-se-ão quando a sentença não for
intimados em audiência proferida em audiência;
quando nesta for proferida a III - da publicação do
decisão. dispositivo do acórdão no
§ 2º Aplica-se o disposto no órgão oficial.
art. 231, incisos I a VI, ao Parágrafo único. No prazo
prazo de interposição de para a interposição do
recurso pelo réu contra recurso, a petição será
decisão proferida protocolada em cartório ou
anteriormente à citação. segundo a norma de
§ 3º No prazo para interposição organização judiciária,
de recurso, a petição será ressalvado o disposto no § 2o
protocolada em cartório ou do art. 525 desta Lei.
conforme as normas de
organização judiciária,
ressalvado o disposto em regra
especial.
§ 4º Para aferição da
tempestividade do recurso
remetido pelo correio, será
considerada como data de
interposição a data de
postagem.
§ 5º Excetuados os embargos
de declaração, o prazo para
interpor os recursos e para
responder-lhes é de 15
(quinze) dias.
§ 6º O recorrente comprovará
a ocorrência de feriado local
no ato de interposição do
recurso.

 Prazo dos recursos – termo inicial


o Novidades
 Positivação da solução de problemas com a
jurisprudência a respeito
 Prazo geral de 15 dias para todos os
recursos (salvo Embargos)
 Interposição pelo correio
o Considerada a data da postagem (para
aferir tempestividade)
 Superação da Sum 216 do STJ
(data do registro do protocolo)
 Feriado local
o Comprovado na petição de
interposição, para evitar
intempestividade (ex: no último dia,
não era feriado na sede do tribunal)
Observação: Isso vale tb para feriados locais ao longo da
contagem do prazo, visto que só se conta em dias úteis!!!

Sum 418 STJ

É inadmissível o recurso especial interposto antes da


publicação do acórdão dos embargos de declaração, sem
posterior ratificação. (INAPLICÁVEL PERANTE O NCPC)

Tempestividade: RE interposto antes de ED


A 1ª Turma, por maioria, proveu agravo regimental
interposto de decisão que não conheceu de recurso
extraordinário por intempestividade. No caso, a decisão
agravada afirmara que a jurisprudência desta Corte seria
pacífica no sentido de ser extemporâneo o recurso
extraordinário interposto antes do julgamento proferido nos
embargos de declaração, mesmo que os embargos tivessem sido
opostos pela parte contrária. Reputou-se que a parte poderia, no
primeiro dia do prazo para a interposição do extraordinário,
protocolizar este recurso, independentemente da interposição
dos embargos declaratórios pela parte contrária. Afirmou-se ser
desnecessária a ratificação do apelo extremo. Concluiu-se
pela tempestividade do extraordinário. Vencido o Min. Dias
Toffoli, relator, que mantinha a decisão agravada.
RE 680371 AgR/SP, rel. orig. Min. Dias Toffoli, red. p/ o
acórdão Min. Marco Aurélio. (RE-680371)
NOTE COMO ESSE ACORDÃO É MAIS AMPLO QUE O PRÓPRIO
NCPC

Quarta Turma

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL


INTERPOSTO NO DIA EM QUE DISPONIBILIZADO O
ACÓRDÃO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO DIÁRIO DA
JUSTIÇA ELETRÔNICO.

Não é extemporâneo o recurso especial interposto na mesma


data em que disponibilizado, no Diário da Justiça eletrônico,
o acórdão referente ao julgamento dos embargos de
declaração opostos no tribunal de origem. É certo que, nos
termos do art. 4º da Lei 11.419/2006, considera-se como dia
da publicação o dia útil seguinte àquele em que ocorrida a
disponibilização. Todavia, deve-se observar que o referido
dispositivo legal tem por escopo facilitar o exercício do
direito de recurso, assegurando à parte o prazo integral, a
contar do dia seguinte ao da disponibilização. Dessa forma, se o
advogado da parte se dá por ciente no mesmo dia em que
efetuada a disponibilização, oferecendo desde logo o recurso, não
há prematuridade, mas simples antecipação da ciência e,
portanto, do termo inicial do prazo. Nessa situação, não incide
o entendimento contido na Súmula 418 do STJ que dispõe ser
“inadmissível o recurso especial interposto antes da publicação
do acórdão dos embargos de declaração, sem posterior
ratificação, que deve ser aplicado apenas no caso de interposição
do recurso especial antes do julgamento dos embargos de
declaração. Com efeito, deve-se considerar a razão de ser da
edição da referida súmula, qual seja, a de evitar que o recurso
especial seja interposto antes do julgamento dos embargos de
declaração, pois, nessa hipótese, não está exaurida a instância
ordinária, sendo prematura a interposição do recurso especial, o
que impõe a ratificação das razões do recurso especial após o
julgamento dos embargos de declaração, sob pena de não
conhecimento. AgRg no REsp 1.063.575-SP, Rel. Min. Isabel
Gallotti, julgado em 16/4/2013.

AG. REG. NO RE N. 495.681-MG


RELATOR: MIN. ROBERTO BARROSO
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. INTEMPESTIVIDADE. RECURSO
PROTOCOLADO EM TRIBUNAL DIVERSO.
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal já fixou
entendimento de que é intempestivo o recurso protocolado
por equívoco em tribunal diverso e recebido somente após o
trânsito em julgado da decisão recorrida. Precedentes.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. TERMO INICIAL DA


CONTAGEM DOS PRAZOS PARA INTERPOSIÇÃO DE
RECURSOS PELO MP OU PELA DEFENSORIA PÚBLICA.

A contagem dos prazos para a interposição de recursos pelo


MP ou pela Defensoria Pública começa a fluir da data do
recebimento dos autos com vista no respectivo órgão, e não
da ciência pelo seu membro no processo. A fim de legitimar o
tratamento igualitário entre as partes, a contagem dos prazos
para os referidos órgãos tem início com a entrada dos autos no
setor administrativo do respectivo órgão. Estando formalizada a
carga pelo servidor, configurada está a intimação pessoal,
sendo despicienda, para a contagem do prazo, a aposição no
processo do ciente do membro. Precedentes citados: EDcl no
RMS 31.791-AC, DJe 10/2/2012; AgRg no Ag 1.346.471-AC, DJe
25/5/2011; AgRg no AgRg no Ag 656.360-RJ, DJe 24/3/2011;
AgRg no Ag 880.448-MG, DJe 4/8/2008, e AgRg no Ag 844.560-
PI, DJ 17/12/2007. REsp 1.278.239-RJ, Rel. Min. Nancy
Andrighi, julgado em 23/10/2012.

PRIMEIRA TURMA
RE interposto de representação de inconstitucionalidade e
prazo em dobro - 1
A Fazenda Pública possui prazo em dobro para interpor
recurso extraordinário de acórdão proferido em sede de
representação de inconstitucionalidade (CF, art. 125, § 2º).
Com base nesse entendimento, a 1ª Turma, por maioria, reputou
tempestivo o recurso extraordinário, mas lhe negou provimento
para manter o aresto do tribunal de justiça. No caso, a Corte de
origem, em sede de controle concentrado de constitucionalidade,
declarara a inconstitucionalidade de lei municipal que
condicionava o acesso aos serviços públicos à apresentação do
cartão-cidadão, destinado aos munícipes. Contra essa decisão, o
Município interpusera recurso extraordinário dentro do prazo em
dobro. Preliminarmente, a Turma, por maioria, rejeitou proposta
suscitada pelo Ministro Marco Aurélio para afetar o processo ao
Plenário. O Colegiado afirmou que a Turma seria competente e,
portanto, desnecessário o deslocamento do processo ao Pleno, na
hipótese de se confirmar a declaração de inconstitucionalidade
feita na origem. Vencido o suscitante, que asseverava não ser
possível interpretar o art. 97 da CF de forma literal. Afiançava
que, quer para declarar a lei harmônica com a Constituição, quer
para declará-la conflitante, a competência seria do Plenário.
Pontuava que, ao assim proceder, apreciar-se-ia primeiro a
preliminar e depois a questão de fundo.
ARE 661288/SP, rel. Min. Dias Toffoli, 6.5.2014. (ARE-
661288)
PRIMEIRA TURMA
RE com protocolo ilegível e comprovação de tempestividade
Eventual dúvida quanto à tempestividade de recurso
extraordinário com protocolo ilegível, processado nos autos
de agravo de instrumento, poderá ser sanada na interposição
de agravo regimental. Com base nessa orientação, a 1ª Turma,
por maioria, deu provimento a agravo regimental para afastar o
óbice apontado pelo Min. Dias Toffoli, relator, o qual continuará
com a análise do recurso. O Min. Luiz Fux ressaltou que o
protocolo ilegível seria defeito atribuível ao Poder Judiciário.
AI 822891 AgR/RS, rel. orig. Min. Dias Toffoli, red. p/ o
acórdão Min. Marco Aurélio, 21.5.2013. (AI-822891)

Início de mudança de entendimento de que a ilegibilidade do


protocolo implica intempestividade do Re.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. TERMO INICIAL DA


CONTAGEM DOS PRAZOS PARA INTERPOSIÇÃO DE
RECURSOS PELO MP OU PELA DEFENSORIA PÚBLICA.

A contagem dos prazos para a interposição de recursos pelo


MP ou pela Defensoria Pública começa a fluir da data do
recebimento dos autos com vista no respectivo órgão, e não
da ciência pelo seu membro no processo. A fim de legitimar o
tratamento igualitário entre as partes, a contagem dos prazos
para os referidos órgãos tem início com a entrada dos autos no
setor administrativo do respectivo órgão. Estando formalizada a
carga pelo servidor, configurada está a intimação pessoal,
sendo despicienda, para a contagem do prazo, a aposição no
processo do ciente do membro. Precedentes citados: EDcl no
RMS 31.791-AC, DJe 10/2/2012; AgRg no Ag 1.346.471-AC, DJe
25/5/2011; AgRg no AgRg no Ag 656.360-RJ, DJe 24/3/2011;
AgRg no Ag 880.448-MG, DJe 4/8/2008, e AgRg no Ag 844.560-
PI, DJ 17/12/2007. REsp 1.278.239-RJ, Rel. Min. Nancy
Andrighi, julgado em 23/10/2012.

Corte Especial

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. PRAZOS. POSSIBILIDADE DO


RECONHECIMENTO DE JUSTA CAUSA NO
DESCUMPRIMENTO DE PRAZO RECURSAL.

É possível reconhecer a existência de justa causa no


descumprimento de prazo recursal no caso em que o recorrente
tenha considerado como termo inicial do prazo a data indicada
equivocadamente pelo Tribunal em seu sistema de
acompanhamento processual disponibilizado na internet. O
artigo 183, §§ 1º e 2º, do CPC determina o afastamento do
rigor na contagem dos prazos processuais quando o
descumprimento se der por justa causa. Nesse contexto, o
equívoco nas informações processuais prestadas na página
eletrônica dos tribunais configura a justa causa prevista no
referido artigo, o que autoriza a prática posterior do ato sem
prejuízo da parte, uma vez que, nesse caso, o descumprimento
do prazo decorre diretamente de erro do Judiciário. Ademais, a
alegação de que os dados disponibilizados pelos Tribunais na
internet são meramente informativos e não substituem a
publicação oficial não impede o reconhecimento da justa
causa no descumprimento do prazo recursal pela parte. Além
disso, a confiabilidade das informações prestadas por meio
eletrônico é essencial à preservação da boa-fé objetiva, que
deve orientar a relação entre o poder público e os cidadãos.
Precedentes citados: REsp 960.280-RS, DJe 14/6/2011, e REsp
1.186.276-RS, DJe 3/2/2011. REsp 1.324.432-SC, Rel. Min.
Herman Benjamin, julgado em 17/12/2012.
IMPORTANTE decisão da CORTE ESPECIAL imprimindo
relevância jurídica às informações processuais divulgadas
pela INTERNET

TEMPESTIVIDADE. FIM DO EXPEDIENTE FORENSE.


CABIMENTO. EMBARGOS INFRIGENTES.

A Turma reforçou o entendimento de que é intempestivo o


recurso interposto no último dia do prazo recursal, porém
recebido após o término do expediente forense. A
protocolização de petições e recursos deve ser efetuada
dentro do horário de expediente nos termos da lei de
organização judiciária local (art. 172, § 3º, do CPC). No caso,
a protocolização do recurso foi indevidamente realizada, no
último dia do prazo, às 16h40min, em plantão judiciário,
após o encerramento do expediente do e. Tribunal de Justiça
do Estado do Piauí, que ocorre às 14h, de acordo com a
resolução local n. 30/2009. Reafirmou-se também que os
embargos infringentes só são cabíveis quando a sentença for
reformada por acórdão não unânime. Ou seja, não são cabíveis
de decisão unânime que reforma a sentença, nem de decisão não
unânime que apenas decide a respeito de novo tema. Precedentes
citados: AgRg no AgRg no Ag 726.110-SC, DJe 30/4/2010; REsp
688.540-MA, DJe 21.02.2006, e AgRg no Ag 1.388.548-MG, DJe
6/3/2012. AgRg no AREsp 96.048-PI, Rel. Min. Nancy
Andrighi, julgado em 16/8/2012.

SEGUNDA TURMA

SUSPENSÃO DO PROCESSO. PRÁTICA DE ATO PROCESSUAL.


PRAZO PEREMPTÓRIO.
Como consabido, durante a suspensão do processo (art. 266 do
CPC), é vedada a prática de qualquer ato processual, com a
ressalva dos urgentes a fim de evitar dano irreparável. Dessa
forma, a lei processual não permite que seja publicada decisão
durante a suspensão do feito, não se podendo cogitar, por
conseguinte, do início da contagem do prazo recursal enquanto
paralisada a marcha do processo. In casu, o tribunal a quo não
conheceu da apelação da recorrente por concluir que se
tratava de recurso intempestivo, sob o fundamento de que a
suspensão do processo teria provocado indevida
modificação de prazo recursal peremptório. Ocorre que,
antes mesmo de publicada a sentença contra a qual foi
interposta a apelação, o juízo singular já havia homologado
requerimento de suspensão do processo pelo prazo de 90
dias, situação em que se encontrava o feito naquele momento
(art. 265, II, § 3°, do CPC). Nesse contexto, entendeu-se não se
tratar de indevida alteração de prazo peremptório (art. 182
do CPC). Isso porque a convenção não teve como objeto o
prazo para a interposição da apelação, tampouco este já se
encontrava em curso quando requerida e homologada a
suspensão do processo. Ademais, ressaltou-se que, ao
homologar a convenção pela suspensão do processo, o Poder
Judiciário criou nos jurisdicionados a legítima expectativa
de que o processo só voltaria a tramitar após o termo final
do prazo convencionado. Portanto, não se mostraria razoável
que, logo em seguida, fosse praticado ato processual de ofício –
publicação de decisão – e ele fosse considerado termo inicial do
prazo recursal, pois caracterizar-se-ia a prática de atos
contraditórios, havendo violação da máxima nemo potest venire
contra factum proprium, reconhecidamente aplicável no âmbito
processual. Precedentes citados: REsp 1.116.574-ES, DJe
27/4/2011, e RMS 29.356-RJ, DJe 13/10/2009. REsp
1.306.463-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
4/9/2012.
4 - Preparo

NOVO CPC CPC /1973


Art. 1.007. No ato de Art. 511. No ato de
interposição do recurso, o interposição do recurso, o
recorrente comprovará, recorrente comprovará,
quando exigido pela legislação quando exigido pela legislação
pertinente, o respectivo pertinente, o respectivo
preparo, inclusive porte de preparo, inclusive porte de
remessa e de retorno, sob pena remessa e de retorno, sob
de deserção. pena de deserção.
§ 1º São dispensados de § 1º São dispensados de
preparo, inclusive porte de preparo os recursos
remessa e de retorno, os interpostos pelo Ministério
recursos interpostos pelo Público, pela União, pelos
Ministério Público, pela União, Estados e Municípios e
pelo Distrito Federal, pelos respectivas autarquias, e
Estados, pelos Municípios, e pelos que gozam de isenção
respectivas autarquias, e pelos legal.
que gozam de isenção legal. § 2º A insuficiência no valor do
§ 2º A insuficiência no valor do preparo implicará deserção,
preparo, inclusive porte de se o recorrente, intimado, não
remessa e de retorno, vier a supri-lo no prazo de
implicará deserção se o cinco dias.
recorrente, intimado na pessoa
de seu advogado, não vier a Art. 519. Provando o apelante
supri-lo no prazo de 5 (cinco) justo impedimento, o juiz
dias. relevará a pena de deserção,
§ 3º É dispensado o fixando-lhe prazo para efetuar
recolhimento do porte de o preparo.
remessa e de retorno no Parágrafo único. A decisão
processo em autos referida neste artigo será
eletrônicos. irrecorrível, cabendo ao
§ 4º O recorrente que não tribunal apreciar-lhe a
comprovar, no ato de legitimidade.
interposição do recurso, o
recolhimento do preparo,
inclusive porte de remessa e
de retorno, será intimado, na
pessoa de seu advogado, para
realizar o recolhimento em
dobro, sob pena de deserção.
§ 5º É vedada a
complementação se houver
insuficiência parcial do
preparo, inclusive porte de
remessa e de retorno, no
recolhimento realizado na
forma do § 4º.
§ 6º Provando o recorrente
justo impedimento, o relator
relevará a pena de deserção,
por decisão irrecorrível,
fixando-lhe prazo de 5 (cinco)
dias para efetuar o preparo.
§ 7º O equívoco no
preenchimento da guia de
custas não implicará a
aplicação da pena de
deserção, cabendo ao relator,
na hipótese de dúvida quanto
ao recolhimento, intimar o
recorrente para sanar o vício
no prazo de 5 (cinco) dias.

 preparo/porte de remessa e retorno e deserção


o Novidades
 Porte de remessa/retorno tratado com idêntico
regime do preparo
 Não há porte no processo eletrônico (p. 3o.)
 Mantida a possiblidade de complementação em 5
dias
 Ausência total do preparo
 Possiblidade de pagar em dobro! (p. 4o)
 Nesse caso, havendo insuficiência, não
poderá mais complementar (p.5o.)
 Vai na linha dos novos “deveres do relator”
–art. 945 p. único
 Relativização da sum 187 do STJ
 Equívoco no preenchimento da guia de custas
não pode implicar deserção.
 Havendo dúvida sobre se houve preparo,
relator intima para comprovação em 5 dias
 Combate à jurisprudência defensiva
 Pergunta-se: se houve preparo mas não se
pagou remessa e retorno?
 Equivale à necessidade de
complementação.
Súmula 484 – STJ

Admite-se que o preparo seja efetuado no primeiro dia útil


subsequente, quando a interposição do recurso ocorrer após o
encerramento do expediente bancário

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. PREPARO. CONSELHO DE


FISCALIZAÇÃO PROFISSIONAL. ISENÇÃO. RECURSO
REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC E RES. N. 8/2008-STJ).

Os Conselhos de Fiscalização Profissional, embora ostentem


natureza jurídica de entidades autárquicas, não estão isentos
do recolhimento de custas e do porte de remessa e retorno.
A previsão contida no art. 4º, parágrafo único, da Lei n.
9.289/1996, prevalece sobre as demais (v.g. arts. 27 e 511 do
CPC e art. 39 da Lei n. 6.830/1980). Precedentes citados: AgRg
no AREsp 144.914-RJ, DJe 4/6/2012; AgRg no AREsp 146.616-
RJ, DJe 24/5/2012; AgRg no AREsp 43.763-RS, DJe
23/11/2011; AgRg no AREsp 2.795-RJ, DJe 19/12/2011; AgRg
no AREsp 2.589-RJ, DJe 16/6/2011; AgRg no Ag 1.181.938-RS,
DJe 25/3/2010, e EDcl no AREsp 148.693-RS, DJe 4/6/2012.
REsp 1.338.247-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
10/10/2012.

AG. REG. NO AI N. 652.139-MG


RED. P/ O ACÓRDÃO: MIN. MARCO AURÉLIO
JUSTIÇA GRATUITA – REQUERIMENTO – AUSÊNCIA DE
APRECIAÇÃO – CONSEQUÊNCIAS. Uma vez pleiteado o
reconhecimento do direito à justiça gratuita, afirmando a
parte interessada não ter condições de fazer frente a
preparo, cumpre afastar a deserção.
5 – Regularidade Formal

Art. 932

Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o


relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que
seja sanado vício ou complementada a documentação exigível.

Art. 1.029,

§ 3º O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de


Justiça poderá desconsiderar vício formal de recurso tempestivo
ou determinar sua correção, desde que não o repute grave.

Fazenda Pública x depósito prévio

Terceira Seção

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. SUBMISSÃO DA FAZENDA


PÚBLICA À NECESSIDADE DE DEPÓSITO PRÉVIO
PRESCRITA PELO § 2º DO ART. 557 DO CPC.

Havendo condenação da Fazenda Pública ao pagamento da


multa prevista no art. 557, § 2º, do CPC, a interposição de
qualquer outro recurso fica condicionada ao depósito prévio
do respectivo valor. O art. 557, § 2º, do CPC é taxativo ao dispor
que, quando manifestamente inadmissível ou infundado o
agravo, o tribunal condenará o agravante a pagar ao agravado
multa entre 1% (um por cento) e 10% (dez por cento) do valor
corrigido da causa, ficando a interposição de qualquer outro
recurso condicionada ao depósito do respectivo valor. De fato, a
multa pelo uso abusivo do direito de recorrer caracteriza-se
como requisito de admissibilidade do recurso, sendo o seu
depósito prévio medida adequada para conferir maior
efetividade ao postulado da lealdade processual, impedindo a
prática de atos atentatórios à dignidade da justiça, bem como a
litigância de má-fé. Nesse contexto, tanto o STJ quanto o STF
têm consignado que o prévio depósito da multa referente a
agravo regimental manifestamente inadmissível ou
infundado (§ 2º do art. 557), aplicada pelo abuso do direito
de recorrer, também é devido pela Fazenda Pública. Além
disso, a alegação de que o art. 1º-A da Lei 9.494/1997 dispensa
os entes públicos da realização de prévio depósito para a
interposição de recurso não deve prevalecer, em face da
cominação diversa, explicitada no art. 557, § 2º, do CPC. Este
dispositivo legal foi inserido pela Lei 9.756/1998, que trouxe uma
série de mecanismos para acelerar a tramitação processual,
como, por exemplo, a possibilidade de o relator, nas hipóteses
cabíveis, dar provimento ou negar seguimento,
monocraticamente, ao agravo. Assim, esse dispositivo deve ser
interpretado em consonância com os fins buscados com a
alteração legislativa. Nesse sentido, não se pode confundir o
privilégio concedido à Fazenda Pública, consistente na dispensa
de depósito prévio para fins de interposição de recurso, com a
multa instituída pelo artigo 557, § 2º, do CPC, por se tratar de
institutos de natureza diversa” (AgRg no AREsp 513.377-RN,
Segunda Turma, DJe de 15/8/2014). Precedentes citados do
STJ: AgRg nos EAREsp 22.230-PA, Corte Especial, DJe de
1º/7/2014; EAg 493.058-SP, Primeira Seção, DJU de
1º/8/2006; AgRg no Ag 1.425.712-MG, Primeira Turma, DJe
15/5/2012; AgRg no AREsp 383.036-MS, Segunda Turma, DJe
16/9/2014; e AgRg no AREsp 131.134-RS, Quarta Turma, DJe
19/3/2014. Precedentes citados do STF: RE 521.424-RN AgR-
EDv-AgR, Tribunal Pleno, DJe 27/08/2010; e AI 775.934-AL
AgR-ED-ED, Tribunal Pleno, DJe 13/12/2011. AgRg no AREsp
553.788-DF, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em
16/10/2014.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. ANÁLISE DOS EFEITOS DE


IRREGULARIDADE PROCESSUAL À LUZ DO PRINCÍPIO DO
MÁXIMO APROVEITAMENTO DOS ATOS PROCESSUAIS.

O fato de um recurso ter sido submetido a julgamento sem


anterior inclusão em pauta não implica, por si só, qualquer
nulidade quando, para aquele recurso, inexistir norma que
possibilite a realização de sustentação oral. Isso porque,
apesar da ocorrência de irregularidade processual (inobservância
do art. 552 do CPC), deve ser considerada a regra segundo a qual
o ato não se repetirá, nem se lhe suprirá a falta, quando não
prejudicar a parte (art. 249, § 1º, do CPC), em consonância com
o princípio do máximo aproveitamento dos atos processuais.
REsp 1.183.774-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
18/6/2013.
Excelente aplicação do princípio da instrumentalidade aos
recursos

Devido processo legal e negativa de prestação jurisdicional


-5
Prevaleceu o voto do Min. Ricardo Lewandowski, que, em
assentada anterior, desprovera o extraordinário, ao entender
que a discussão envolveria conteúdo infraconstitucional, no
que fora acompanhado pelo Min. Ayres Britto. Nesta sessão,
o Min. Dias Toffoli acresceu que a questão de fundo debatida
nos autos seria a validade da confissão extrajudicial como
título executivo, pelo que a ora recorrente teria ingressado
originariamente com ação executiva. Anotou que ela insistiria na
falta de apreciação de ofensa aos artigos 348 e 353 do CPC, de
forma que seria inequívoca a necessidade de reapreciação de
matéria fática. Assim, não teriam ocorrido as violações às normas
constitucionais indicadas no recurso extraordinário. Sobrelevou,
ainda, que esta Corte já reconhecera a inexistência de
repercussão geral do tema alusivo ao cabimento de recursos
da competência de outros tribunais. Além disso, a
problemática também se restringiria ao âmbito
infraconstitucional (RE 598365 RG/MG, DJe de 26.3.2010).
RE 417819/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o
acórdão Min. Ricardo Lewandowski, 12.6.2012. (RE-417819)

O TEMA SOBRE “CABIMENTO DE RECURSOS DE


COMPETÊNCIA DE OUTROS TRIBUNAIS”NÃO TEM
REPERCUSSÃO GERAL PARA FUNDAMENTAR RE”

JURISPRUDÊNCIA

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. JURISPRUDÊNCIA


DOMINANTE PARA FINS DE JULGAMENTO MONOCRÁTICO
DE RECURSO.

Não há ofensa ao art. 557 do CPC quando o Relator nega


seguimento a recurso com base em orientação reiterada e
uniforme do órgão colegiado que integra, ainda que sobre o
tema não existam precedentes de outro órgão colegiado – do
mesmo Tribunal – igualmente competente para o julgamento
da questão recorrida. De fato, o art. 557 do CPC concede
autorização para que o Relator negue seguimento a recurso
cuja pretensão confronte com a jurisprudência dominante do
respectivo Tribunal, do STF ou de Tribunal Superior. Nesse
contexto, a configuração de jurisprudência dominante
prescinde de que todos os órgãos competentes em um mesmo
Tribunal tenham proferido decisão a respeito do tema. Isso
porque essa norma é inspirada nos princípios da economia
processual e da razoável duração do processo e tem por finalidade
a celeridade na solução dos litígios. Assim, se o Relator conhece
orientação de seu órgão colegiado, desnecessário submeter-lhe,
sempre e reiteradamente, a mesma controvérsia. AgRg no REsp
1.423.160-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
27/3/2014.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. PEDIDO DE DESISTÊNCIA


REALIZADO APÓS O JULGAMENTO DO RECURSO.

Não é possível a homologação de pedido de desistência de


recurso já julgado, pendente apenas de publicação de
acórdão. Precedente citado: AgRg no Ag 941.467-MG, Primeira
Turma, DJe 26/4/2010. AgRg no AgRg no Ag 1.392.645-RJ,
Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 21/2/2013.

A desistência recursal pode dar-se “a qualquer momento”


(CPC at. 501), desde que antes do julgamento do mesmo.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. BENEFÍCIO DO PRAZO EM


DOBRO NO CASO EM QUE OS LITISCONSORTES
CONSTITUAM ADVOGADOS DIFERENTES NO CURSO DE
PRAZO RECURSAL.

Se os litisconsortes passam a ter procuradores distintos no


curso do processo, quando já iniciado o prazo recursal,
somente se aplica o benefício do prazo em dobro à parte do
prazo recursal ainda não transcorrida até aquele momento. O
art. 191 do CPC determina que “quando os litisconsortes tiverem
diferentes procuradores, ser-lhe-ão contados em dobro os prazos
para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos
autos”. Esse benefício não está condicionado à prévia
declaração dos litisconsortes de que terão mais de um
advogado e independe de requerimento ao juízo. Ocorre que,
caso os litisconsortes passem a ter advogados distintos no curso
do prazo para recurso, a duplicação do prazo se dará apenas em
relação ao tempo faltante. O ingresso nos autos de novo
advogado não tem o condão de reabrir o prazo recursal já
expirado, pois, do contrário, no caso de pluralidade de partes no
mesmo polo processual, bastaria aos litisconsortes constituir
novo advogado no último dia do prazo recursal para obter a
aplicação do benefício em relação à integralidade do prazo.
Precedentes citados: REsp 336.915-RS, Quarta Turma, DJ
6/5/2002, e REsp 493.396-DF, Sexta Turma, DJ 8/3/2004.
REsp 1.309.510-AL, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
12/3/2013.

Interessante solução para quando os litisconsortes passam


a ser defendidos por advogados distintos no curso do
prazo recursal.

Você também pode gostar