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Juízo de Admissibilidade:
REQUISITOS INTRINSECOS:
Obs: no que tange a adequação, frisa-se que o nosso sistema admite a fungibilidade recursal.
Este princípio permite o recebimento de um recurso em lugar de outro quando ocorrer
equívoco da parte, em razão da previsão do princípio da instrumentalidade das formas. Porém,
para que se admita a fungibilidade três requisitos devem ser observados:
a) Deve existir dúvida objetiva em relação a qual recurso adotar;
b) Não pode haver erro grosseiro da parte que recorreu usando o recurso
equivocado;
c) Deve ser observado o prazo do recurso que realmente caberia aquele caso (esse
requisitos perdeu força considerando que o NCPC unificou os prazos recursais em
15 dias).
-Legitimidade -> Trata-se de quem pode recorrer. Quem detém este poder/direito de
impugnar a sentença proferida. O art. 996, do NCPC, diz que são legitimados:
a) A parte vencida;
b) O terceiro prejudicado;
c) O Ministério Público, tanto quando atuar como parte, quanto quando atuar
como fiscal da ordem jurídica.
Obs: o amicus curie, em regra não pode recorrer, salvo para apresentar embargos de
declaração, e para impetrar recurso contra a decisão em incidente de resolução de demandas
repetitivas. Atenção para essas hipóteses!!
OBS: Não se admite renúncia prévia, feita antes da decisão ou da sentença, exceto nos
casos em que já seja possível conhecer de antemão o seu teor, como nos casos em que as
partes fazer um acordo e apenas pedem ao juízo que o homologue, renunciando o direito de
recorrer. Nesse caso já se sabe o teor da decisão, portanto a renúncia pode ser prévia.
No que tange à desistência, esta é uma causa impeditiva, regulada pelo art. 998, do
NCPC. Diferencia-se da renúncia porque sempre será posterior a interposição do recurso.
A desistência do recurso poderá ser feita a qualquer tempo e sem a anuência da parte
contrária, ainda que esta já tenha apresentado as contrarrazões. Diferente do que ocorre lá na
desistência da ação, que após o oferecimento da contestação (resposta), exige-se o
consentimento do réu para que se consolide.
Ainda que se diga que pode ser manifestada a qualquer tempo, entende-se que a
desistência deve ocorrer até o início do julgamento do recurso, podendo ser expressa ou
tácita. A desistência pode ser manifestada até o início do julgamento do recurso e ser expressa
ou tácita. Será expressa quando o recorrente manifestar o seu desejo de que ele não tenha
seguimento; e será tácita quando, após a interposição, o recorrente praticar ato incompatível
com o desejo de recorrer.
REQUISITOS EXTRINSECOS:
- Tempestividade recursal -> o recurso deve ser interposto no tempo correto, ou seja,
no prazo previsto no NCPC.
-Regularidade Formal -> Nas lições de Wambier e Talamine, o recurso precisa adequar-
se a certas exigências formais para que possa ser admitido. Vigoram os princípios da tipicidade
mitigada e da instrumentalidade dos atos processuais. Mas há parâmetros mínimos que a
petição recursal precisa observar, sob pena de inviabilizar até mesmo em termos práticos a
possibilidade de compreensão da questão pelo órgão.
-Preparo -> Consiste no pagamento das custas processuais incidentes sobre aquela
espécie recursal, e a respectiva comprovação no ato de interposição recursal.
Dos Recursos:
a) Apelação;
b) Agravo de instrumento;
c) Agravo interno;
d) Embargos de declaração;
e) Recurso ordinário;
f) Recurso especial;
g) Recurso extraordinário;
h) Agravo em recurso especial e extraordinário;
i) Embargos de divergência.
Para o certame do STM cobra-se apenas as alíneas “f”, “g”, e “h”, ou seja: RESP, RE e
Agravo em RESP e RE.
Contudo, como visto, o NCPC traz várias pessoas legitimadas a recorrer. Em razão disso
é possível que ocorra, na prática, mais de um recurso em razão da mesma sentença. Nesse
contexto, o art. 997, do NCPC, caracteriza esses recursos múltiplos como independentes. Não
obstante a regra acima, temos uma exceção a independência dos recursos, que é o caso do
recurso adesivo, que interessa sobremaneira ao estudo do RESP e do RE.
Ocorre que o inc. II, do §2º, do art. 944, explicita que podem ser interpostos de forma
adesiva os recursos de apelação, o recurso extraordinário e recurso especial. Portanto, ao se
falar em recurso adesivo se está a falar, na realidade, em apelação, RESP ou RE.
Na realidade o recurso adesivo não é uma espécie recurso, mas apenas uma forma de
interposição de apelação, RESP ou RE.
Caberá ao recorrente, quando possível, optar entre interpô-los sob a forma principal
ou adesiva.
■ que tenha havido sucumbência recíproca, isto é, que nenhum dos litigantes tenha obtido no
processo o melhor resultado possível;
Imagine-se, por exemplo, que A ajuíza em face de B uma ação de cobrança de 100 e
que o juiz julga parcialmente procedente o pedido, condenando o réu a pagar ao autor 80.
Houve sucumbência recíproca.
Pode ocorrer que essa sentença não satisfaça nenhum dos litigantes e que ambos
queiram que seja reformada pelo órgão ad quem. Intimadas, as partes apresentarão o seu
recurso sob a forma principal.
Mas pode ocorrer, por exemplo, que A, conquanto não tenha obtido o resultado mais
favorável, o aceite e esteja disposto a não recorrer, para que, havendo logo o trânsito em
julgado, a sentença passe a produzir efeitos. Sendo assim, deixará transcorrer o seu prazo in
albis. Mas A descobre que o seu adversário recorreu, o que impede o trânsito em julgado: os
autos terão de ser remetidos ao tribunal. O autor, se soubesse que o réu interporia recurso e
que os autos subiriam, também teria recorrido, para tentar obter um resultado ainda mais
favorável.
Isso explica o caráter acessório do recurso adesivo. Se o principal não for admitido, ou
se houver desistência, ele ficará prejudicado, pois só sobe e é examinado com o principal.
* Aquele que apelou sob a forma principal, não pode, posteriormente, recorrer sob a
forma adesiva. Imagine-se, por exemplo, que uma das partes tenha apelado sob a forma
principal e que seu recurso não tenha sido admitido, por estar sem preparo ou fora do prazo.
Havendo recurso do adversário, não será possível que ele tente agora interpor recurso sob a
forma adesiva, uma vez que já exauriu o seu direito de recorrer.