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Teoria geral dos recursos

A premissa do recurso consiste em o juiz, ao longo do processo, profere uma


série de decisões, sendo assim, a fim de que sejam reapreciadas, é possível impugná-las
por meio deste instrumento.

 Não é porque a parte está inconformada com a decisão desfavorável que caberá
recurso.

 O recurso tem como objetivo reanalisar a questão, com uma expectativa de que
ela seja modificada, invalidada, esclarecida ou complementada.

Fundamentos do direito de recorrer:

 Possibilidade de erro do juiz.

 Possibilidade de arbítrio;

 Inconformismo natural do ser humano

Recurso é o remédio processual voluntário que a Lei coloca à disposição das


partes, do MP ou de terceiro prejudicado apto a viabilizar dentro do mesmo processo a
reforma, invalidação, o aclaramento ou integração da decisão judicial proferida.

 Remédio: mecanismo para corrigir um mal que a decisão judicial tenha.

 Voluntário: sempre dependerá de uma manifestação de vontade da parte, MP ou


terceiro prejudicado.

ATENÇÃO! Não existe recurso de oficio (remessa necessária não é recurso)

 Partes (vencida), MP (seja na condição de parte ou custus iuris (fiscal da


lei/ordem pública)) ou terceiro prejudicado:

 Dentro do mesmo processo: se manifesta dentro do próprio processo em que a


decisão foi proferida.
 Reforma, invalidação (sob o argumento de que houve erro no procedimento, ou
erro no conteúdo), aclaramento (esclarecer a decisão), integração (explicar
decisão omissa) – podem ser acumulados, de forma subsidiaria.

A invalidação consiste em argumentar que houve erro no procedimento (error


in procedendo) ou erro no conteúdo (error in judicando). Reconhecendo o erro no
procedimento, anula a decisão, restituindo os autos ao juízo de origem, para prolação de
outra decisão. Já o erro no conteúdo, o próprio tribunal reforma a decisão.

Fundamento constitucional: Art. 5°, LV: - aos litigantes, em processo judicial ou


administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa,
com os meios e recursos a ela inerentes;

 Devido processo legal: estar de acordo com a lei e devido, ou seja, justo.

 Há limitação do emprego por leis infraconstitucionais, como o CPC.

Interposição ao juízo a quo (do qual vai - recebe) para o juízo ad quem (para onde
vai - julga). Porém, no agravo de instrumento, pode ser interposto direto ao ad
quem, quando seguidos alguns requisitos.

Princípios:

Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os


valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República
Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código.

PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO


A) Taxatividade: só pode ser interposto os recursos expressos em Lei Federal.

B) Singularidade ou da unicidade: Para cada decisão recorrida há um recurso


apropriado, a fim de reexaminá-la.

Situação Recurso

Sentença Apelação

Decisão interlocutória Agravo de instrumento

C) Voluntariedade

D) Proibição da reforma para pior (reformacio in pejus): é vedado a reforma da


decisão para agravar a situação do recorrente. Assim, só analisa o pedido, apenas
o pleiteado (princípio tantum devolutum quantum appellatum)

E) Dialética

F) Fungibilidade: possibilidade de o PJ aceitar um recurso, interposto de forma


equivocada, por outro.

a. Típica: prevista em lei

b. Atípica: depende do caso concreto, preenchendo os requisitos: dúvida


fundada sobre o caso concreto; inexistência de erro grosseiro e ausência
de má-fé.

Atos processuais sujeitos à recursos

 Apenas os atos do juiz estão sujeitos a questionamentos por meio de recurso, no


entanto, não são todos. Sendo assim, os despachos não estão sujeitos, porque
não possui a capacidade de causar prejuízo as partes. Assim, fica apenas os atos
de decisão, sentença e decisão interlocutório.

Pressupostos ou requisitos de admissibilidade


Juízo de admissibilidade consiste na análise dos requisitos indispensáveis, com o
objetivo de verificar se o recurso manejado observou os requisitos exigidos por lei para
o recurso empregado possa ser conhecido, e ter seu mérito analisado.

Para averiguar a quem este juízo compete, deverá verificar:

a) Há recursos que são interpostos diante do próprio órgão que prolatou a decisão
recorrida, para que esse mesmo órgão julgue o recurso interporto.

b) Há recursos que são interpostos diretamente no Tribunal competente para o seu


julgamento, sem passar pelo órgão jurisdicional recorrido.

c) Há recursos, como por exemplo a apelação, que são interpostos diante do órgão
que prolatou a decisão recorrida, mas que são julgados pelo Tribunal. (o juiz
recebe o recurso, recolhe a manifestação da parte contrária e sobe para o 2°grau)

a. O juízo de admissibilidade será feito só pelo órgão do 2° grau, salvo


recurso especial e extraordinário que acontece dois juízos de
admissibilidade.

OBS.: o recurso especial e extraordinário terá o juízo de n admissibilidade realizada


pelo juízo ad quo ou o ad quem. Se o ad quo negar, cabe agravo em recurso especial ou
extraordinário para que o STJ analise a admissibilidade.

Preenchidos os requisitos de admissibilidade, o juízo será positivo (recurso


conhecido/admitido/deu seguimento) passando para a análise do mérito (juízo de
mérito), se não for conhecido, ou seja, quando o juízo de admissibilidade foi negativo,
não será analisado o mérito. Esse juízo de mérito averiguará se é procedente ou não, se a
decisão é recorrível e qual recurso é cabível.

Requisitos de admissibilidade:

 REQUISITOS OBJETIVO/INTRÍNSECOS:

1) Cabimento: possibilidade jurídica de interposição do recurso, sua previsão


legal e pertinência (princípio da taxatividade e singularidade)

Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos:


I - Apelação;
II - Agravo de instrumento; (Ag)
III - agravo interno;
IV - Embargos de declaração; (EDcl)
V - Recurso ordinário; (RO)
VI - Recurso especial; (REsp)
VII - recurso extraordinário; (RE)
VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário;
IX - Embargos de divergência.

Lei 9.099/95 (Lei Adjetiva), prevê outra espécie, o recurso inominado.

Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou laudo


arbitral, caberá recurso para o próprio Juizado.
§ 1º O recurso será julgado por uma turma composta por três Juízes togados, em
exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
§ 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente representadas por advogado.

2) Legitimidade recursal

São legitimados: a parte sucumbente (vencida), o MP, como parte ou fiscal de ordem, e
terceiros prejudicados com a decisão.

OBS.: amicus curiae podem ingressar com embargos de declaração e recorrer das
decisões em incidentes de demandas repetitivas.

3) Interesse recursal

Deve ter sucumbido, no todo ou em parte. Exceto no caso de embargos de declaração,


em sentenças obscuras, omissas ou eivadas de erro material.

 REQUISITOS EXTRÍNSECOS:

1) Tempestividade:
Trata-se do prazo para a interposição do recurso. Dessa forma, a peça interposta
intempestivamente (fora do lapso legal) não será conhecida. O prazo padrão de recurso
é de 15 dias e, 5 dias, para embargos de declaração (dias úteis).

Art. 1003, § 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os


recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias.

Contagem do prazo: Trata-se de prazo processual, sendo feita em dias úteis.

Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os


advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria
Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão.

A contagem se inicia da intimação (o dia da intimação) – exclui o primeiro, ou seja,


conta o dia seguinte.

 O dia da disponibilização não é o dia da publicação/intimação.

OBS.: pegou a carga do processo, presume-se ciência total do conteúdo, virando o


termo inicial para contagem.

§ 1º Os sujeitos previstos no caput considerar-se-ão intimados em audiência


quando nesta for proferida a decisão.

§ 2º Aplica-se o disposto no art. 231, incisos I a VI, ao prazo de interposição de


recurso pelo réu contra decisão proferida anteriormente à citação.

Possuem prazo em dobro: Ministério Público, Defensoria Pública, Fazenda


Pública (União, Estados, Municípios, DF, autarquias e fundações instituídas pelo
poder público que sejam se direito público) e litisconsórcio com advogados
diferentes (em processos físicos)

 Processos em autos eletrônicos não possuem prazo em dobro

ATENÇÃO! O ato praticado antes da intimação é tempestivo.

Interrupção do prazo recursal:

 Falecimento da parte e seu advogado;


 Motivo de força maior que suspenda o curso do processo

Art. 1.004. Se, durante o prazo para a interposição do recurso, sobrevier o


falecimento da parte ou de seu advogado ou ocorrer motivo de força maior que
suspenda o curso do processo, será tal prazo restituído em proveito da parte, do
herdeiro ou do sucessor, contra quem começará a correr novamente depois da
intimação.

O prazo volta a correr novamente POR INTEIRO.

Havendo feriado local, o recorrente deverá comprovar na data da interposição do


recurso.

 Embargos de declaração interrompe o prazo para interposição de outros

recursos.

2) Preparo

É o pagamento das custas relativas ao recurso, que inclui: porte, remessa e retorno, sob
pena de deserção (abandono de recurso).

Custos recursais + Porte de remessa e retorno (apenas para processos físicos- agravo de
instrumento não tem porte de remessa, só de retorno)

Se tratando de interposição pela Fazenda, Entes Políticos e suas autarquias, MP ou


beneficiário da justiça gratuita, NÃO será cobrado.

ATENÇÃO! Deverá ser comprovado mediante comprovante de recolhimento sob pena


de intimação para pagar o valor em dobro.

Em caso de insuficiência de quantia, será intimado para complementar o preparo em 5


dias, sob pena de deserção. (não se aplica ao caso do preparo em dobro)

Súmula 484, STJ -Admite-se que o preparo seja efetuado no primeiro dia
útil subsequente, quando a interposição do recurso ocorrer após o
encerramento do expediente bancário.

Possibilidade de prorrogação.
3) Regularidade formal

O recurso deverá ser proposto sob a forma preconizada em lei. Em regra, por escrito,
mas os embargos de declaração no Juizado Especial, por exemplo, podem ser
interpostos de forma oral (reduzido a termo).

Há a possibilidade da ampla sanabilidade dos recursos:

Art. 932, Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator


concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou
complementada a documentação exigível.

O recurso deverá conter: razões e contrarrazões, assinatura, capacidade postulatória e


ser apresentado de forma escrita.

Gerais: procuração, qualificação das partes, decisão impugnada, fundamento de


fato e direito, e pedido específicos serão estudados um por um mais para frente
Peça escrita, com indicação do recorrente e do recorrido, devidamente
fundamentada, com a formulação, ao final, do pedido recursa

4) Inexistência de fato extintivo ou impeditivo

Pressupostos negativos de admissibilidade, ou seja, que não podem estar presentes para
que seja admitido.

a) Fatos extintivos: renúncia (ato unilateral) e aquiescência (manifestação


(expressa ou tácita) de concordância da decisão).

Nestes casos, ainda não houve interposição do recurso.

Art. 999. A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra


parte.
Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá
recorrer.
Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem nenhuma reserva,
de ato incompatível com a vontade de recorrer
b) Fatos impeditivo: desistência do recurso. (não depende de anuência da outra
parte e não cabe retratação, pois gera preclusão)
Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou
dos litisconsortes, desistir do recurso.

Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja


repercussão geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de
recursos extraordinários ou especiais repetitivos

Efeitos dos recursos

1) Expansivo

Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita,


salvo se distintos ou opostos os seus interesses

Divide-se em:

 Subjetivo: ocorre quando houver litisconsórcio e o resultado do recurso atinge a


todos, inclusive aquele que não recorreu.
o Litisconsórcio unitário: atinge a todos
o Litisconsórcio simples: apenas se a matéria alegada for comum a todos.
 Objetivo: é um pedido que depende de outro julgamento, por exemplo, ação de
alimentos que depende da decisão sobre paternidade. (um interfere no outro)

Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita,


salvo se distintos ou opostos os seus interesses.

Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um


devedor aproveitará aos outros quando as defesas opostas ao credor lhes forem
comuns.

2) Translativo:

Possibilidade de o Tribunal apreciar a matéria de ordem pública (incompetência


absoluta, prescrição e decadência, pressupostos recursais, legitimidade e interesse), que
poderá ser revista de ofício, mesmo que não seja objeto.

3) Regressivo:
Trata-se do juízo de retratação pelo juiz que proferiu a decisão, que poderá reformar ou
anular o que decidiu.

Art. 485 (...)


§ 7º Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste
artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se.

4) Obstativo:

Impedir que haja o trânsito em julgado da sentença, mas isto não impede, porém, que a
decisão produza efeitos.

5) Devolutivo:

Devolve a matéria ao PJ para reanálise em instancia superior (para todos os recursos).

Fica adstrito ao que foi alegado/impugnado. Isto é, o princípio tantum devolutum


quantum appellatum, exceto em caso de matéria de ordem pública (de ofício).

6) Suspensivo:

Impede que a decisão produza efeitos, porém, apenas para: apelação, salvo:

Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.


§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos
imediatamente após a sua publicação a sentença que:
I - Homologa divisão ou demarcação de terras;
II - Condena a pagar alimentos;
III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do
executado;
IV - Julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
V - Confirma, concede ou revoga tutela provisória;
VI - Decreta a interdição.
Não cabe também ao agravo de instrumento.

O Relator do processo poderá atribuir efeito suspensivo se houver: PROBALIDADE


DE PROVIMENTO + RISCO DE LESÃO GRAVE DE DIFÍCIL REPARAÇÃO.
Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal
ou decisão judicial em sentido diverso.
Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por
decisão do relator, se da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano
grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de
provimento do recurso

ATENÇÃO! O efeito suspensivo poderá ser previsto em lei ou concedido pelo juiz.

Recurso adesivo

É uma forma de interposição de alguns recursos, os quais pode ser oposto sob a forma
adesiva a apelação, o recurso especial e o extraordinário.

Fica subordinado ao principal, assim, não será admitido, por exemplo, se o recorrente
do principal desistir.

Requisitos:

1) Nenhum dos litigantes (autor e réu) obteve o melhor resultado


2) Houve recurso do adversário.

Assim, será interposto como principal, quando dentro do prazo, e adesivo, quando não
interpõe no prazo, dando-se uma segunda oportunidade de recorrer (pega carona).

Sentença >> prazo para recurso (que pode ser por ambos, de forma autônoma)

Sucumbência reciproca >> apenas uma recorre >> intima o outro para contrarrazões >>
dentro deste prazo >> pode apresentar o recurso adesivo (em peça distinta das
contrarrazões)

Recebeu o recurso adesivo >> intima a outra parte para contrarrazões (ou seja, há 2
contrarrazões)
A principal passa pelos requisitos de admissibilidade, e o adesivo, está subordinado ao
resultado.

OBS.: quem interpôs de forma principal, não pode, depois, recorrer sob a forma
adesiva.
Recursos em espécie

Apelação
É cabível contra sentenças definitivas (extingue o processo com resolução de mérito) ou
terminativas (sem resolução de mérito), ou seja, o último ato do juiz no primeiro grau de
jurisdição. Sentença é o ato do juiz que põe fim à fase cognitiva do procedimento ou
extingue a execução.

O prazo para a interposição da apelação é de 15 dias, a contar da intimação da sentença


desfavorável.

§ 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito


não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e
devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta
contra a decisão final, ou nas contrarrazões.

Nas preliminares de apelação pelo apelante, ou nas contrarrazões pelo apelado.

Não sendo suscitadas em momento oportuno, preclui.

§ 2º Se as questões referidas no § 1º forem suscitadas em contrarrazões, o


recorrente será intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito
delas.

OBS.: conforme o §3°, as questões interlocutórias não previstas no artigo 1.015 poderão
ser suscitadas em preliminar de apelação ou em contrarrazões.

São 15 dias para apelar e 15 dias para o apelado apresentar contrarrazões, contados da
intimação.

 Se este interpor apelação adesiva, o juiz intima o apelante para as contrarrazões.

Requisitos:

a) Nomes e qualificação das partes; exposição dos fatos/direito; razões da reforma


ou de decretação de nulidade; e o pedido de nova decisão.

É apresentado perante o juízo a quo que fará a remessa ao juízo ad quem.


juizo ad quem (realiza
Interposição de recurso juizo a quo o juizo de
admissibilidade)

O relator será competente para instruir o recurso e emitir relatório para o julgamento do
colegiado. Assim, poderá:

a) Proferir decisão monocrática (sem os outros), conforme as possibilidades do


artigo 932, III a V:
a. não conhece se: inadmissível, prejudicado ou sem impugnação específica
dos fundamentos da decisão recorrida
b. nega provimento quando o recurso for contrário a S. STJ/STF ou do
próprio tribunal recorrido; acordão STF/STJ em RR; entendimento
firmado em incidente de resoluções de demandas repetitivas ou de
assunção de competência.
c. Dar provimento, se a decisão recorrida for contrária a (mesmos casos)

OBS.: antes de inadmitir, concede 5 dias para sanar o vício ou complementar.

b) Elabora voto para julgamento pelo órgão colegiado.

Efeitos da Apelação

 Efeito devolutivo (efeito cabível em todos os recursos)

Promove a reapreciação da decisão contrastada, detido por todas as espécies de


recurso, uma vez que todas as espécies ensejam reapreciação da decisão recorrida.

Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria


impugnada.

§ 1º Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as


questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido
solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado.

Relativos aos danos materiais, será objeto de devolução.


§ 2º Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher
apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.

Poderá ser:

a) Por extensão: a analise se restringe aquilo que o apelante pediu


b) Por profundidade: analisa todas as questões afetas ao caso, mesmo que não
examinadas e discutidas na sentença (juiz a quo). Assim, o Tribunal revisa todos
os pontos trazidos no efeito em extensão e todos os meios de provas.

A análise possui uma perspectiva vertical e é analisada todas as questões


acostadas aos autos, independente de terem sido ou não examinadas na decisão
originárias, relativas ao capítulo impugnado.

A questão relativa à profundidade se relaciona aos fundamentos os quais


embasaram a decisão, que podem ser reexaminados pelo Tribunal.

 Efeito suspensivo

Impede a eficácia ou produção de efeitos da decisão recorrida (impede, grosso


modo, a execução/cumprimento de sentença). Assim, em regra, a apelação tem efeito
suspensivo.

Hipóteses em que a apelação não será recebida no efeito suspensivo, nesse caso,
será atribuído efeito devolutivo, com produção imediata de efeitos:

a) Homologação de demarcação ou de divisão de terras;


b) Condenação à prestação de alimentos; (situação de urgência, relacionada a
própria sobrevivência do alimentado)
c) Rejeição (extinção sem resolução do mérito) ou improcedência de embargos
de execução;
d) Procedência de pedido de instituição de arbitragem;
e) Confirmação, concessão ou revogação de tutela provisória;
f) Decretação da interdição. (situação de urgência)

O apelado, nos casos elencados, poderá fazer o pedido de cumprimento


provisório depois de publicada a sentença, por requerimento dirigido ao tribunal,
quando entre a interposição da apelação e sua distribuição, com o relator designado para
examinar o pedido ficando prevento para julgar a apelação; ao relator, se já foi
distribuída a apelação.

Poderá, se demonstrado probabilidade de provimento do recurso ou


fundamentado em risco de dano grave ou de difícil reparação, conceder o efeito
suspensivo se presentes os requisitos para tutela provisória recursal de urgência ou de
evidencia, ainda que diante de uma das hipóteses anteriores. (de ofício)

 Efeito regressivo

Cabível nas sentenças que indeferem a petição inicial, extinguem o processo sem
resolução de mérito e de improcedência liminar do pedido, por meio da qual o
Julgador que proferiu a decisão pode retratar-se (prazo de 5 dias) daquilo que for
decidido, isto é, reconsiderar o que fora pedido.

 Efeito translativo

Possibilidade de o Juiz examinar de ofício matérias de ordem pública, mesmo que não
tenham sido objeto da apelação.

Procedimento

Interposição (diante do juízo do 1° grau de jurisdição que prolatou a sentença recorrida,


por meio de petição escrita, dividida em duas partes: peça de interposição e razões
recursais/apelação, com prazo de 15 dias e recolhimento de preparo) >> Intimação da
parte contrária >> Contrarrazões (15 dias) >> Remessa do processo para tribunal (1°
grau jurisdição para o 2° grau de jurisdição) >> No tribunal o processo segue a ordem
dos processos nos tribunais.

Teoria da causa madura: mesmo anulando a sentença apelada, passa ele mesmo a
apreciar o mérito, mesmo quando este não tenha sido examinado em 1°grau. Ou seja, o
Tribunal poderá decidir o mérito quando estiver em condição de julgamento.
§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve
decidir desde logo o mérito quando:

I - Reformar sentença fundada no art. 485; (não resolve o mérito pelos incisos I a
X)

II - Decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do
pedido ou da causa de pedir;

III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá


julgá-lo;

IV - Decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.

§ 4º Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o


tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem
determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau.

§ 5º O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela


provisória é impugnável na apelação

Inovação fática na apelação

Art. 1.014. As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser
suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de
força maior

Mesmo que não discuta no 1° grau, questões de fato podrão ser analisadas
em sede de apelação.
Agravo de instrumento

É o recurso cabível contra decisões interlocutórias proferidas em primeiro grau de


jurisdição, as quais se caracterizam por serem pronunciamentos do Juiz que não põe
fim a processo ou fase cognitiva, nem extingue a execução.

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que


versarem sobre:
I - Tutelas provisórias;
II - Mérito do processo;
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem; (OBS.: se aceitar, é
apelação)
IV - Incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V - Rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua
revogação;
VI - Exibição ou posse de documento ou coisa;
VII - exclusão de litisconsorte;
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX - Admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
Exceto: amicus curiae (art. 138, §1°)
X - Concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à
execução;
Em regra, embargos à execução não possui efeito suspensivo, mas pode
ser atribuído se presente os requisitos da tutela provisórias, quais sejam,
fumus bonis iuris e periculum in mora.
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º;
Em regra, a prova é de quem alega (teoria da carga estática), mas pode
ser redistribuído (teoria da carga dinâmica)

§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa


relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir
o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da
prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo
diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá
dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi
atribuído.

XII - (VETADO);
XIII - outros casos expressamente referidos em lei

Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões


interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de
cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de
inventário.

STJ e a TESE DE TAXATIVIDADE MITIGADA (Resp 1696396 e Resp 1704520)


Tema 988

O rol do art. 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por isso admite a


interposição de agravo de instrumento quando verificada a urgência decorrente
da inutilidade do julgamento da questão no recurso de apelação.

A priori, as interlocutórias agraváveis são somente aquelas presentes no rol do artigo


1.015, mas em algumas situações, em que a parte demonstrar que a impugnação da
decisão interlocutória tem que ser uma decisão imediata, cabe agravo de instrumento,
ainda que não inclusa nas situações previstas.

As interlocutórias não agraváveis, conforme o art.1009, §§1° e 2°, serão resolvidas em


preliminar de apelação na decisão final, ou contrarrazões.

O agravo será feito por meio de petição, endereçado ao tribunal (ad quem), contendo os
nomes das partes, a exposição dos fatos/direitos, razões do pedido de reforma ou de
invalidação da decisão com o próprio pedido, o nome e endereço dos advogados.

Assim, será necessário um instrumento, com as cópias das principais peças do processo,
para enviar ao juízo ad quem para compreensão e exame.

Art. 1.017. A petição de agravo de instrumento será instruída:

I - Obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição


que ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da
respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade
e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado;

II - Com declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos no


inciso I, feita pelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade
pessoal;

O advogado será informado e concedido um prazo de 5 dias para saneamento


da irregularidade ou apresentação da documentação faltante, sob pena de
inadmissibilidade do recurso.

III - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis.

O prazo para interposição do agravo de instrumento é de 15 dias, com o preparo


(pagamento das custas) do porte, remessa e retorno com base na tabela do Tribunais.

Caso os processos NÃO forem eletrônicos, o agravante deverá informar o juízo a quo
sobre a interposição do recurso em 3 dias junto com a cópia da petição do agravo, sob
pena de inadmissibilidade do recurso. Esta comunicação é necessária para que o possa
haver o juízo de retratação e comunicação ao relator (recurso prejudicado).

 Se for eletrônico, não segue esta regra.

Há efeito devolutivo (todos recursos têm), mas não há efeito suspensivo (condicionado
ao artigo 995), possui efeito translativo, expansivo e substitutivo.

Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal
ou decisão judicial em sentido diverso.

De ofício se houver probabilidade de êxito do recurso e periculum in mora.

Procedimento:

Primeiro manda para o Presidente do Tribunal que distribui para o relator (por sorteio),
que ficará a cargo das providencias e solicitar o julgamento. Assim, o relator, primeiro:

I) Analisa a admissibilidade, se está prejudicado ou se não teve impugnação da


decisão.
II) Nega o provimento se houver contrariedade.
Não havendo tais hipóteses, o relator, em 5 dias:

a) Pode dar efeito suspensivo ao recurso (pertinente sempre que a decisão agravada
tiver um conteúdo positivo, ou seja, deferiu para a outra parte), ou deferir, em
tutela antecipada (quando houver conteúdo negativo, ou seja, não deu/indeferiu),
total ou parcial, a pretensão recursal, comunicando o juiz da decisão.
b) Intimar o agravado pessoalmente, por AR, se não tiver advogado, ou pelo Diário
de Justiça ou AR ao seu advogado, para apresentar suas
contrarrazões/contraminutas, em peça escrita, em 15 dias, endereçada ao relator
(e 2° cópia ao órgão. como boa técnica)
c) Intima o MP, por meio eletrônico (preferenc.) se for o caso, para manifestar em
15 dias.

Quem tem competência: a turma julgadora dentro de uma câmara.

O relator é integrante de uma determinada câmara, composta por 5 desembargadores,


sendo necessário 3 para formar a turma julgadora. Em votação, se houver 2 negativos e
1 positivo, chama os outros 2.

O Presidente apura os votos e proclama o resultado, sendo redigido o acórdão pelo


relator no Diário eletrônico da justiça.

Presidente >> Relator (integrante da câmara X) >> 3 desembargadores da câmara X


para formar a turma julgadora.

Por fim, o relator solicitará dia para julgamento, em prazo não superior a 1 mês da
intimação do agravado.
Embargos de declaração

Consiste em uma espécie de recurso cabível contra decisões judiciais obscuras,


contraditórias, omissivas ou eivadas de erro material, objetivando a correção desses
vícios.

 Ou seja, cabe contra toda e qualquer decisão judicial: interlocutória, sentença e


acórdãos, proferidos em qualquer grau de jurisdição.

Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial


para:

I - Esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;

II - Suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz


de ofício ou a requerimento;

III - corrigir erro material.

Obscuridade: é falta de clareza do ato, ou seja, não é compreensiva para quem lê.

Contradição: é a falta de coerência da decisão.

Omissão: quando o juiz deixa de se pronunciar sobre algo que exigia a sua
manifestação. Isto é, a decisão apresenta uma lacuna. Importante ressaltar que questões
irrelevantes ou sem relação com o processo, não constituem omissão.

Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que:

I - Deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos


ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento;

II - Incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1º.

Art. 489. São elementos essenciais da sentença:

§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela


interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - Se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo,
sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;

II - Empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo


concreto de sua incidência no caso;

III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra


decisão;

IV - Não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes


de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;

V - Se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem


identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso
sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;

VI - Deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente


invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em
julgamento ou a superação do entendimento.

Erro material: é um equívoco relativo à informação constante no processo, por


exemplo, erro de cálculo, de expressão, de fato.

Efeito devolutivo limitado, ou seja, limita-se aos vícios alegados. Quanto ao efeito
regressivo, não há o que se falar, visto que é dirigido ao próprio órgão que prolatou a
decisão embargada. Possui efeito expansivo, alcança a todos.

Por sua vez, não possuem efeitos suspensivos, mas sim interruptivo, assim, interrompe
o prazo de interposição de outros recursos cabíveis contra a decisão embargada.

Esse efeito só é afastado quando há intempestividade do recurso.

Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e


interrompem o prazo para a interposição de recurso.

Art. 1.024. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias.

§ 4º Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da


decisão embargada, o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a
decisão originária tem o direito de complementar ou alterar suas razões, nos
exatos limites da modificação, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da
intimação da decisão dos embargos de declaração.

Trata-se do princípio da complementariedade

§ 5º Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a


conclusão do julgamento anterior, o recurso interposto pela outra parte antes da
publicação do julgamento dos embargos de declaração será processado e
julgado independentemente de ratificação.

Embargos de declaração com a finalidade manifestadamente protelatória

Art. 1.026.

§ 2º Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou


o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao
embargado multa não excedente a dois por cento sobre o valor atualizado
da causa.

Multa de até 2% do valor da causa podendo ser elevada para 10%, em caso
de reiteração.

§ 3º Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a


multa será elevada a até dez por cento sobre o valor atualizado da causa, e a
interposição de qualquer recurso ficará condicionada ao depósito prévio do
valor da multa, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade
da justiça, que a recolherão ao final.

Outros recursos ficam condicionados ao pagamento prévio da multa, com as


ressalvas.

§ 4º Não serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 (dois)


anteriores houverem sido considerados protelatórios.

Efeito infringentes é o efeito modificativo do conteúdo final da decisão embargada.


Assim, pode ser que, quando sanado o vício, ocorra alteração naquilo que havia ficado
decidido. Dessa forma, a modificação pode ser consequência natural do acolhimento
dos embargos de declaração e do afastamento dos vícios apontados na decisão.

Só ocorre quando a correção do vício levou necessariamente a inversão da


decisão prolatada.

Assim, os embargos de declaração NÃO têm a função de serem utilizados para que o
juiz reconsidere sua decisão e oposto quando inexistentes vícios.

O acolhimento dos embargos de declaração pode implicar a modificação daquilo


que ficou decidido. Mas eles não podem ser utilizados para que o juiz modifique
a sua convicção ou reexamine a prova.

Procedimento: é interposto ao juiz que prolatou a decisão e este decidirá sobre ele.
Caso ocorra a modificação, a parte contrária apresentará a contestação.

Recurso Especial (REsp) e Recurso extraordinário (RE)

São recursos endereçado ao STJ e STF, respectivamente, sem embargos de interposição


simultânea, ao Presidente ou Vice-Presidente do Tribunal recorrido, para análise do
juízo de admissibilidade.

Ambos são considerados recursos extraordinários lato sensu, ou seja, tem por finalidade
impedir que as decisões judiciais contrariem a CF ou as leis federais, mantendo a
uniformidade de interpretação, em todo país, de uma e outras. Diferente dos recursos
ordinários que permitem ao tribunal reexaminar a decisão, por desconformidade.

Esses recursos extraordinários lato sensu são: o extraordinário, o especial e os embargos


de divergência, sempre julgados pelo STF ou pelo STJ.

Requisitos:

a) Pré-questionamento: exige que a matéria referente à legislação federal e à


Constituição suscitada no recurso especial e no recurso extraordinário,
respectivamente, tenha sido examinada e decidida no âmbito da decisão
recorrida.
Súmula 211 do STJ: Inadmissível recurso especial quanto à questão que,
a despeito da oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada pelo
Tribunal a quo.

Para o STJ, não basta a interposição, é preciso que, de fato, tenha sido
efetivamente examinada.

Súmula 356 do STF: O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram
opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso
extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento.

Assim, em questão de admissibilidade, o STF entende que não é


necessário que a questão constitucional seja efetivamente examinada,
bastando que seja suscitada por embargos de declaração.

Prequestionamento ficto.

Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o


embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda que os
embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal
superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade.

Trata-se da possibilidade de os embargos de declaração terem o condão


de prequestionar a matéria. Assim, considerará a matéria pré-
questionada, não tendo o que falar de supressão de instância.

Nesse caso, apenas para o STF, basta a oposição dos embargos, para que
a questão constitucional se considere prequestionada, ainda que ela não
seja efetivamente apreciada nos embargos.

A questão a ser discutida deve ter sido suscitada e decidida anteriormente, nas instancias
ordinárias. Não pode RE/REsp sobre questões não previamente discutidas e decididas,
isso se chama prequestionamento.

b) Prévio esgotamento das instancias ordinárias: exige que a decisão recorrida


por meio de recurso especial e extraordinário seja de única ou última instância.

Requisitos comuns Requisitos apenas do RE e REsp


Tempestividade Esgotamento dos recursos nas vias ordinárias
(se houver possibilidade de interposição de
algum recurso ordinário, não serão
admitidos)

Preparo Interposição contra decisão de única ou


última instancia (não pode saltar as instancia
ordinárias)

Legitimidade, interesse, regularidade Não podem visar rediscutir matéria de fato


formal e inexistência de fato impeditivo
ou extintivo ao direito de recorrer

prequestionamento

Procedimento de interposição

Em petição separada, conterá: os fatos e direitos; demonstração do cabimento; e razões


do pedido de reforma ou invalidação da decisão recorrida (art. 1029, e incisos)

 Aplica os custos relativos ao porte remessa e retorno.

§ 3º O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça poderá


desconsiderar vício formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção,
desde que não o repute grave

O prazo para a interposição dos recursos especial e extraordinário é de 15 dias.

Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido


será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o
qual os autos serão conclusos ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal
recorrido, que deverá:

1° Negar seguimento

2° encaminhar o processo ao órgão julgador para realização do juízo de


retratação, se o acórdão divergir do entendimento do STF/STJ
3° sobrestar o recurso que versar sobre controvérsia de caráter repetitivo ainda
não decidida pelo STF ou STJ, conforme se trate de matéria constitucional ou
infraconstitucional;

4° selecionar o recurso como representativo de controvérsia constitucional ou


infraconstitucional

5° realizar o juízo de admissibilidade:

o Se positivo: encaminha ao STF/STJ, desde que:


 Ainda não tenha sido submetido ao regime de repercussão geral
ou de julgamento de recursos repetitivos;
 Tenha sido selecionado como representativo de controvérsia;
 O tribunal recorrido tenha refutado o juízo de retratação.

Uma observação importante, estes recursos podem ser interpostos simultaneamente, em


peças distintas, quando há ofensa à CF e à Lei Feral de uma só vez.

Art. 1.031. Na hipótese de interposição conjunta de recurso extraordinário e


recurso especial, os autos serão remetidos ao Superior Tribunal de Justiça.

 Primeiro vai para o STJ, para exame do recurso especial. Julgado, será
necessário verificar se o extraordinário não ficou prejudicado.
 Em caso negativo, será enviado ao STF, para que o RE seja julgado.

Efeitos:

a) Efeito devolutivo;

Parágrafo único. Admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial por um


fundamento, devolve-se ao tribunal superior o conhecimento dos demais
fundamentos para a solução do capítulo impugnado.

RE não possui efeito suspensivo, saldo nas hipóteses do art. 937, §1°, mas poderá o
interessado requerê-lo conforme o artigo 1029, §5°, que será concedido se for relevante
a fundamentação do recurso, quando a demora puder causar dano irreparável ou de
difícil reparação.
Ambos não possuem efeito translativo, pelo prequestionamento, não é permitido o
reexame de matéria não ventilada, ainda que de ordem pública.

Recurso especial

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