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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Teoria Geral dos Recursos


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DIREITO PROCESSUAL CIVIL – TEORIA GERAL DOS RECURSOS

RELEMBRANDO
Onde o recurso deverá ser interposto?
Regra geral: o recurso deverá ser interposto perante o juízo a quo, que é aquele que pro-
feriu a decisão recorrida.
Exceção: agravo de instrumento (AgI, art. 1.015, do CPC), que é interposto diretamente
perante o juízo ad quem.
Os demais recursos são interpostos primeiro no juízo a quo e, depois das contrarrazões,
haverá a subida ao tribunal ad quem.
O recurso deverá passar também pelo juízo de admissibilidade.

Regra geral: o juízo de admissibilidade será feito pelo juízo ad quem.


Exceção: RE e REsp, porque eles passam por um duplo juízo de admissibilidade.
Caso o juízo de admissibilidade seja positivo, haverá o juízo de mérito, feito pelo juízo
ad quem.
5m
A hipótese em que o juízo a quo nega seguimento ao recurso, sendo que ele não tem
competência para isso, configura usurpação de competência. Nesses casos, é necessário
entrar com reclamação perante o tribunal cuja competência está sendo usurpada.
Reclamação: ação autônoma de impugnação (art. 988 do CPC).
Isso porque o juízo a quo não faz juízo de admissibilidade, exceto no caso do REsp e do RE.

O que é fazer a admissibilidade de um recurso?


Analisar se estão presentes os requisitos de admissibilidade, que são requisitos intrínsecos
e extrínsecos. Existem aqueles que têm ligação com a decisão, e aqueles com o exercício
do direito de recorrer com recurso.
10m

Exemplo de análise feita dentro do juízo de admissibilidade:


O recurso tem que recolher preparo?
Será que o sujeito pagou?
Está dentro do prazo?
O recurso interposto é o correto?
ANOTAÇÕES

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O sujeito é parte legítima para recorrer? Ele tem interesse em recorrer?

PODERES DO RELATOR

Quando o recurso chega ao tribunal, passa por uma distribuição e vai para uma turma.
Dentro da turma, será feita a escolha do relator que vai conduzir o processo e terá o poder
de fazer a admissibilidade do recurso. Ele tem o poder de:
• Conhecer do recurso;
• Não conhecer no recurso;
• Dar provimento;
• Negar provimento;
• Conceder tutela antecipada recursal;
• Conceder tutela de evidência do recurso.

Existem muitas coisas que o relator pode fazer unilateralmente. Caso a parte não con-
corde com a decisão monocrática, poderá interpor agravo interno.

Art. 932 do CPC. Incumbe ao relator:


I – dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como,
quando for o caso, homologar autocomposição das partes;
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• Na ação rescisória, muitas vezes o sujeito pode pedir ao tribunal a produção de provas.
Normalmente, o tribunal determina que a prova seja produzida na primeira instância,
por meio de carta de ordem.
• Caso as partes desistam do recurso e decidam fazer um acordo, quem homologa esse
acordo é o relator.
II – apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária
do tribunal;

Exemplo: ação rescisória.


III – não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especifica-
mente os fundamentos da decisão recorrida;

Juízo de admissibilidade negativo.



Auge do princípio da primazia da decisão de mérito. Sempre que um vício puder ser
sanado, deve-se abrir prazo para que isso aconteça.
15m
Se o relator percebe a existência de vício – algum documento que não foi assinado,
algum documento que não juntado, o preparo que não foi recolhido –, ele abrirá um prazo de
5 dias para a parte sanar – normalmente, vícios sanáveis. Isto é, ele não poderá simples-
mente não conhecer do recurso.*
*Vide parágrafo único.

Exemplo de vício insanável:


O feriado local deverá ser comprovado no ato de interposição do recurso, por meio de
documento idôneo. Caso o recorrente perca o prazo em virtude de feriado local/municipal, e
não comprovar, por meio da juntada do documento cabível, a existência do feriado, limitando-
-se a mencioná-lo, o recurso será negado. Isso porque a não comprovação do feriado no ato
de interposição do recurso é considerado vício insanável. Entendimento consolidado no STJ.
IV – negar provimento a recurso que for contrário a*:

*Juízo de mérito.
Não conhecer e negar provimento são coisas diferentes.
Quando o recurso não é conhecido, ele para na primeira escada.
O recurso pode ser conhecido, e ter o seu provimento negado monocraticamente
pelo relator.
20m
ANOTAÇÕES

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a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;


b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julga-
mento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de
competência;

Forma de valorizar os precedentes obrigatórios.


V – depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento* ao recurso se a deci-
são recorrida for contrária a:

*Juízo de mérito.
Aqui, a decisão que está sendo combatida foi errada.
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julga-
mento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de
competência;
VI – decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for instaurado
originariamente perante o tribunal;
VII – determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso;
VIII – exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal.
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5
(cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível.

ATENÇÃO
O PARÁGRAFO ÚNICO NÃO VALE PARA COMPROVAÇÃO POSTERIOR DE FERIADO
LOCAL OU SUSPENSÃO DE EXPEDIENTE FORENSE.

O mais importante: é o relator quem conduz a produção de provas, homologa acordo,


faz o juízo de admissibilidade, pode-se negar seguimento, dar provimento, negar provimento.
JUÍZO DE MÉRITO – Compete ao juízo ad quem. Momento no qual se analisa as causas
de pedir recursais e os respectivos pedidos.
Causas de Pedir Recursais
• Error in procedendo (vício de atividade) – cassação ou anulação da decisão. Vício formal.
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• Error in judicando (vício de juízo, erro de conteúdo) – reforma da decisão.
ANOTAÇÕES

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– Vício de omissão, contradição, obscuridade e erro material – integração da decisão


ou o seu aclareamento.

Resultado possível: recurso provido e recurso não provido. Dado ou negado provimento.

JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE:

REQUISITOS EXTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE RECUR-


REQUISITOS INTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE RECUR-
SAL = EXERCÍCIO DO DIREITO DE
SAL = DIREITO DE RECORRER
RECORRER
CABIMENTO – a pessoa interpôs o recurso certo? (1) TEMPESTIVIDADE (2) – PRAZO – PRECLUSÃO
CPC. Art. 1.001. Dos despachos não cabe recurso. TEMPORAL
LEGITIMIDADE RECURSAL – CPC – Art. 996. O
recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo
terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, como
parte ou como fiscal da ordem jurídica. Vide Súmula
n. 99 STJ
Parágrafo único. Cumpre ao terceiro demonstrar a PREPARO (3) – SOB PENA DE DESERÇÃO
possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica
submetida à apreciação judicial atingir direito de que
se afirme titular ou que possa discutir em juízo como
substituto processual.
• O assistente pode recorrer, o réu revel também.
INTERESSE RECURSAL – REGULARIDADE FORMAL (4) – Petição escrita
– Possibilidade de recorrer somente da acompanhada das razões.
parte da fundamentação da decisão. Fac-Símile – Lei n. 9.800/1999
INEXISTÊNCIA DE FATO IMPEDITIVO OU EXTIN-
TIVO DO DIREITO DE RECORRER – REQUISITO
NEGATIVO

(1) Se a pessoa interpor o recurso errado, ele poderá, excepcionalmente, ser acolhido
como correto quando aplicado o princípio da fungibilidade recursal.
• Para cada capítulo da decisão, só caberá um tipo de recurso. Princípio da singulari-
dade ou da unirrecorribilidade recursal.
ANOTAÇÕES

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REQUISITO NEGATIVO

São condutas incompatíveis com quem quer recorrer:


FATOS IMPEDITIVOS FATOS EXTINTIVOS
Desistência da ação, desistência do recurso, reconheci-
Renúncia do recurso e aquiescência da decisão.
mento do pedido e renúncia ao direito em que se funda
a ação.

30m
(2) Verificar se a pessoa interpôs o recurso no prazo correto, sob pena de preclu-
são temporal.
Regra geral: o prazo dos recursos é de 15 dias.
Exceção: embargos de declaração, que são 5 dias.

(3) Nem todo recurso exige preparo.


Por exemplo, agravo que destranca REsp e RE ou até mesmo os embargos de declaração.
Além disso, existem pessoas que estão isentas – Fazenda Pública, Ministério Público,
pessoas beneficiadas pela justiça gratuita.
Quando o preparo não é recolhido, não se conhece do recurso e ele é chamado de
deserto – recurso não conhecido em virtude de deserção.
(4) O recurso deve ser feito por meio de uma petição escrita, já acompanhada das razões.
De acordo com a Lei n. 9.800/1999, o recurso também poderá ser apresentado por meio
de fac-símile, devem ser apresentados os originais em até 5 dias do vencimento do prazo
do recurso.

Considerações pontuais:
Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela
legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena
de deserção.

Porte de remessa e de retorno: quando o processo for físico, será cobrado valor pelo
seu deslocamento de uma cidade a outra, de um tribunal a outro. Isso não acontece com o
processo eletrônico.
§ 1º São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, os recursos interpostos
pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos Municípios, e res-
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pectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal. .


35m § 2º A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, implicará de-
serção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5
(cinco) dias.

Se a pessoa emite guia de recolhimento errada, o relator dará o prazo de 5 dias para a
correção do vício. Já no caso de não pagamento do preparo, o prazo de 5 dias será dado
para que seja feito o pagamento em dobro.
§ 3º É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no processo em autos
eletrônicos.
§ 4º O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do pre-
paro, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para
realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção. Enunciado 97 FPPC.
§ 5º É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo, inclusive porte de
remessa e de retorno, no recolhimento realizado na forma do § 4º.

Quando a pessoa não pagou nada, e o relator dá o prazo de 5 dias para o pagamento
em dobro, mas o advogado faz o pagamento incompleto (a menor), não haverá outro prazo.
§ 6º Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de deserção, por decisão
irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para efetuar o preparo.

Como houve a justificativa do impedimento, o valor não será em dobro.


§ 7º O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da pena de deser-
ção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, intimar o recorrente para
sanar o vício no prazo de 5 (cinco) dias.
Súmula n. 484/STJ: Admite-se que o preparo seja efetuado no primeiro dia útil subsequente,
quando a interposição do recurso ocorrer após o encerramento do expediente bancário. .
40m

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Raquel Bueno.
�A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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