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DIREITO PROCESSUAL CIVIL II – 2º ESTÁGIO

Apelação
Agravo de Instrumento
Agravo Interno

APELAÇÃO (art. 1009)

Cabimento: Em regra, será utilizada para combater sentença. Contudo, também pode ser
utilizada para combater as decisões interlocutórias não agraváveis de imediato.

1. Sentença
2. Decisões interlocutórias não agraváveis

Prazo: 15 dias

Interposição: Interpõe perante o juízo a quo. Deverá ser interposta por petição. Não poderá
ser por via oral quando a sentença é proferida em audiência.

Requisitos de regularidade formal:


● Interposição por petição
● Identificação das partes
● Exposição do fato e do direito
● Razões recursais (error in procedendo e/ou in judicando)
● Pedido de reforma ou invalidação da decisão

O apelado (recorrido) será intimado para em 15 dias apresentar as contrarrazões.


O juízo de 1o grau não tem mais competência para receber ou não o recurso, tendo apenas
uma função de festão processual, assim, não faz qualquer juízo prévio de admissibilidade,
por mais flagrante que seja o erro.
Depois, o processo segue para o tribunal competente (juízo ad quem), é ele quem fará a
admissibilidade e o juízo de mérito.
Com a chegada da matéria ao gabinete do relator, a apelação poderá seguir dois caminhos:
monocrático e colegiado.

Efeitos: duplo efeito (Devolutivo + suspensivo)


Devolutivo: devolve a matéria para que ela seja apreciada novamente pelo Poder
Judiciário, agora por um órgão superior; é uma reanálise. É um efeito essencial ao recurso.
Suspensivo: enquanto o sujeito apela aquela decisão não produz efeitos. Assim, a
interposição do recurso vai obstaculizar que a decisão passe a produzir eficácia imediata,
promove a paralisação quanto ao cumprimento da decisão. A suspensividade ou não do
recurso não é um elemento inerente natural ao próprio recurso, é uma opção
política-legislativa, não tem a ver com o duplo grau de jurisdição. Desse modo, regra geral a
apelação tem efeito suspensivo, porém há exceções previstas no CPC e em legislações
especiais.

AGRAVO DE INSTRUMENTO (art. 1015)

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:
I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de
sua revogação;
VI - exibição ou posse de documento ou coisa;
VII - exclusão de litisconsorte;
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros (EXCETO AMICUS
CURIAE);
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos
embargos à execução; XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do
art. 373, § 1o ;
XII - (VETADO);
XIII - outros casos expressamente referidos em lei.
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões
interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de
cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de
inventário.

Cabimento: decisão interlocutória. Esta é definida por exclusão, sendo ela o que não for
sentença ou despacho. Combate decisões interlocutórias de 1ª instância. São as principais
decisões interlocutórias:
Tutelas provisórias
● Decisões parciais de mérito
● Provas (admitir ou não)
● Nulidades (error in procedendo)
● Outras (ex.: saneamento do processo, decisão sobre competência)

O STJ decidiu que o rol é de taxatividade mitigada, sendo assim, além dos casos previstos,
admite- se o AGI quando houver uma situação de urgência recorrível, de processamento
imediato.
Interposição: Interposto diretamente no tribunal, juízo ad quem.
Prazo: 15 dias.
Requisitos de regularidade: os mesmos da apelação + indicar quem é o advogado da
parte agravada + conter os documentos que vão formar o instrumento (úteis e necessários).

Em regra, tem que instruir com algumas cópias, se for físico. Se for digital é uma mera
faculdade.

Comunicação do juízo a quo (é necessária apenas se o processo for físico)


Art. 1.018. O agravante poderá requerer a juntada, aos autos do processo,
de cópia da petição do agravo de instrumento, do comprovante de sua
interposição e da relação dos documentos que instruíram o recurso.

Apontada a interposição, tem que fazer 3 dias a comunicação para o juiz a quo. O juízo
voltando atrás, fica prejudicado o recurso.

Se não houver comunicação e o agravado arguir e provar, o agravo não será admitido.
Todos os agravos admitem efeito regressivo, isto é, o juízo de retratação.
Efeitos: devolutivo e regressivo.
Não tem o efeito suspensivo automático. Poderá ser determinado pelo relator. O pedido de
atribuição do efeito suspensivo deve ser feito da própria petição de agravo de instrumento.

Efeito suspensivo ≠ antecipação da tutela recursal


No efeito suspensivo é suspensa a eficácia. É uma providência positiva. Já na antecipação
da tutela recursal é provisoriamente provido o pedido, ou seja é um provimento de caráter
negativo.

AGRAVO INTERNO (art. 1021)

Poderes do relator -> decisão unipessoal (art. 932, CPC)


Art. 932. Incumbe ao relator:
I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção
de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das
partes;
II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de
competência originária do tribunal;
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha
impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida;
IV - negar provimento a recurso que for contrário a:
O relator recebe vários poderes para exercer várias funções, pode, por exemplo, antecipar
os efeitos da tutela recursal. Há, contudo, dois tipos de decisões unipessoais: interlocutórias
(ex.: solicitar uma diligência) e terminativas.

O agravo interno possui esse nome visto que ele sempre é feito internamente a outro
recurso; também por ser sempre interno na instância (não é alçado em instância superior).
Antigamente só se chamava agravo, o que acabava gerando uma confusão por causa da
nomenclatura.

Cabimento: O cabimento do agravo interno advém das decisões unipessoais do relator,


qualquer que seja o assunto (tanto de caráter interlocutório, quanto terminativo).

Agravo Interno → Decisão unipessoal do relator

Princípio da colegialidade.
Se a decisão interlocutória é de 1ª instância ou vai ser caso de agravo de instrumento, ou
deixa para discutir na preliminar da apelação, ou nas contrarrazões.

Se fala em decisão monocrática do relator é caso de agravo interno. Decisão monocrática


proferida em órgãos colegiados.

Na petição deverá atacar os fundamentos da decisão agravada. Precisa, portanto, dialogar


com a decisão agravada.

Prazo: 15 dias (úteis).


Interposição: O agravo será dirigido ao relator
§ 2º O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se
sobre o recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo
retratação [EFEITO REGRESSIVO], o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão
colegiado, com inclusão em pauta.

Se o relator faz o juízo de retratação, o agravo perde o objeto.


Cabe ao relator fundamentar a decisão com o que foi argumentado pela parte em sede de
recurso.
Não seria possível uma decisão monocrática do relator em agravo interno.
O agravo não tem efeito suspensivo natural, vai depender do recurso principal.
Art. 1.021§4º e §5º: combate ao abuso de direito. Multa e uma condicionante.
§ 4º Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou
improcedente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada,
condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento
do valor atualizado da causa.
§ 5º A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio
do valor da multa prevista no § 4o, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário
de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final.

Conversão do ED em Agravo Interno: ex -> a parte interpõe o ED, quando na verdade era
cabível Agravo Interno. Nesse caso, é possível que o TJ conheça do ED como agravo
interno, aplicando o princípio da fungibilidade. Art. 1.024, §3o. 5 dias para fazer adequação.
§ 3º O órgão julgador conhecerá dos embargos de declaração como agravo
interno se entender ser este o recurso cabível, desde que determine previamente a
intimação do recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões
recursais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1o.

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