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Direito Processual Civil III

Aula 5

Prof. Me. Renato Augusto de Alcântara Philippini


RECURSOS EM ESPÉCIE

▪ Art. 1.009 a 1.044, CPC.


APELAÇÃO

▪ Apelação (art. 1009) é o recurso comum cabível


contra sentença, visando a obter, por meio do reexame
pelo órgão de segundo grau, a reforma ou invalidação
do julgado anterior.

Nas palavras de Humberto Theodoro Jr, é o recurso que


se interpõe das sentenças dos juízes de primeiro grau de
jurisdição para levar a causa ao reexame dos tribunais
do segundo grau, visando a obter uma reforma total ou
parcial da decisão impugnada, ou m
mesmo sua invalidação.
APELAÇÃO

▪ Havendo extinção do processo, o recurso cabível


será a apelação.

▪ Trata-se de recurso comum - basta que a parte seja


sucumbente para a lei facultar-lhe a interposição da
apelação.
APELAÇÃO

▪ Há, no entanto, decisões que, apesar de constituírem


sentença na acepção verdadeira do termo, não são
recorríveis via apelação, por expressa disposição legal:

a) sentença proferida no Juizado Especial Cível,


recorrível por meio de recurso inominado (art. 41 da
Lei nº 9.099/1995);
APELAÇÃO

b) sentença proferida pela Justiça Federal no julgamento


de causa internacional (na qual figura em um dos polos
Estado estrangeiro ou organização internacional e, em
outro, Município ou pessoa residente no país), que se
sujeitará a recurso ordinário;

c) sentença que julga embargos do devedor em


execução fiscal cujo valor seja de até 50 OTNs
(Obrigação do Tesouro Nacional), impugnável por meio
de embargos infringentes de alçada, nos termos do art.
34 da Lei nº 6.830/1980 (Lei de Execução Fiscal).
APELAÇÃO

A apelação pois é o recurso cabível :

1 – contra as sentenças (de mérito ou não); e

2 - contra as decisões interlocutórias não


submetidas a agravo de instrumento (art. 1.015), uma
vez que extinto o agravo retido (art. 522, caput, do
CPC/1973).
A APELAÇÃO COMO MEIO DE
IMPUGNAÇÃO
DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS

Art. 1009, §1º, CPC.


A APELAÇÃO COMO MEIO DE
IMPUGNAÇÃO
DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS

Todas as questões incidentais não resolvidas ao


longo do processo de conhecimento, desde que não
sejam enfrentadas por meio de agravo de
instrumento – rol taxativo do art. 1.015 –, deverão ser
discutidas no corpo da apelação.
A APELAÇÃO COMO MEIO DE
IMPUGNAÇÃO
DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS

Assim, se contra a decisão interlocutória for possível a


interposição de agravo de instrumento, a parte
prejudicada não poderá deixar para questionar a decisão
somente na apelação.

Ex.: havendo desconsideração da personalidade jurídica


na forma do art. 133, o sócio poderá recorrer da decisão
mediante agravo de instrumento (art. 1.015, IV). Caso
não o faça, a matéria estará preclusa;
A APELAÇÃO COMO MEIO DE
IMPUGNAÇÃO
DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS

Por outro lado, se a decisão interlocutória não se


enquadrar em nenhuma das hipóteses do art. 1.015, a
impugnação da questão pode ser feita em preliminar de
apelação ou nas contrarrazões.

Ex. juiz indefere pedido de prova pericial. A parte que


pleiteou a prova terá, nessa hipótese, duas opções:
(i) impetrar mandado de segurança,
(ii) aguardar a sentença e, se for o caso, arguir, em
preliminar da apelação, eventual ofensa à ampla
defesa em razão do indeferimento da prova
pleiteada.
A APELAÇÃO COMO MEIO DE
IMPUGNAÇÃO
DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS

E na hipótese de serem levantadas questões (que não


desafiaram agravo de instrumento) nas contrarrazões ?
 o recorrente será intimado para se manifestar, no
prazo de 15 dias, exclusivamente a respeito delas (art.
1.009, § 2º).
EFEITOS DA APELAÇÃO

A apelação possui o duplo efeito, ou seja, possui tanto o


efeito devolutivo, quanto o suspensivo.

Obs: efeito obstativo


EFEITOS DA APELAÇÃO

Em relação ao efeito devolutivo, aplica-se o princípio do


tantum devolutum quantum appellatum (art. 1002 e
1013)

Exceção  translação (art. 1013, §1º).


EFEITOS DA APELAÇÃO

Teoria da causa madura (art. 1013,§3º)

Art. 1013, §3º. Se o processo estiver em condições de imediato julgamento,


o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando:

I – reformar sentença fundada no art. 485;  que não resolve o mérito.


II – decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os
limites do pedido ou da causa de pedir;  extra petita
III – constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que
poderá julgá-lo;  citra petita.
IV – decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.  art.
489, §1º.
EFEITOS DA APELAÇÃO

Art. 1013, § 4º  “quando reformar sentença que


reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se
possível, julgará o mérito, examinando as demais
questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo
de primeiro grau”

Efeito translativo  não havendo necessidade de


provas, o tribunal julgará as questões remanescentes
EFEITOS DA APELAÇÃO

Interposta apelação, via de regra fica suspensa a


eficácia da sentença. Comporta exceções  art.
1.012, § 1º :
Art. 1.012. [...]
§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos
imediatamente após a sua
publicação a sentença que:
I – homologa divisão ou demarcação de terras;
II – condena a pagar alimentos;
III – extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos
do executado;
IV – julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
V – confirma, concede ou revoga tutela provisória;
VI – decreta a interdição.
EFEITOS DA APELAÇÃO

Pode ser requerida a concessão de efeito suspensivo


mesmo nas hipóteses do § 1º.

Por meio de petição dirigida ao tribunal (caso ainda não


distribuída a apelação interposta) ou diretamente ao
relator (se já distribuído o recurso), deve o recorente
demonstrar um dos seguintes requisitos:
(i) probabilidade de provimento do recurso ou
(ii) fundamentação relevante, somado ao perigo de risco
de dano grave ou de difícil reparação.

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