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APELAÇÃO

A apelação pode ser compreendida como o recurso cabível contra sentença e decisão
interlocutório não agravável.

É, neste cenário, um recurso utilizado na primeira instância.

Tal recurso poderá ser interposto em face de:

1. Sentença terminativa (art. 485 do CPC);


2. Sentença definitiva (art. 487 do CPC);

De forma bastante simples e direta, tem-se que a sentença terminativa é aquela que, sem
resolução de mérito, põe fim ao processo.

A sentença definitiva, por sua vez, é aquela que, com resolução do mérito, põe fim ao
processo.

A partir do novo CPC, a apelação passa a ser o recurso cabível, também, para
combater decisões interlocutórias NÃO AGRAVÁVEIS.

Nesta espécie de decisão (decisão interlocutório não agravável), não ocorrerá a


preclusão (art. 1.009, § 1º, do CPC).

Neste caso, a parte deve combater a decisão futuramente em preliminar de uma eventual
apelação.

O preparo (requisito de admissibilidade extrínseco) deve ser recolhido no ato da


interposição.

Lembro, por oportuno, que o recorrente que não comprovar, no ato de interposição do
recurso, o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será
intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena
de deserção (art. 1.007, § 4º, CPC).

A apelação será interposta no juízo a quo e, em regra recebida com duplo efeito
(devolutivo e suspensivo).

Há algumas hipóteses, contudo, que, por opção legislativa, será a apelação recebida
apenas no efeito devolutivo (sem efeito suspensivo…).

Sobre o tema, o art.

Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.


§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos
imediatamente após a sua publicação a sentença que:
I – homologa divisão ou demarcação de terras;
II – condena a pagar alimentos;
III – extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do
executado;
IV – julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
V – confirma, concede ou revoga tutela provisória;
VI – decreta a interdição.
Observe que, segundo o próprio § 1º do art. 1.012, podem haver outras hipóteses
prevista em lei, logo, o rol é exemplificativo.

Sem o efeito suspensivo, pode a parte iniciar, desde já, o cumprimento provisório da
sentença.

Caso a parte levante, na apelação, algum problema relacionado a constitucionalidade da


lei, deve o julgamento ocorrer

É o que dispõe o art. 97 da CF:

“Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do
respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei
ou ato normativo do Poder Público.”
Aplica-se, nestes casos, a cláusula de reserva de plenário.

É importante destacar que a cláusula de reserva de plenário tem que ser observada,
apenas, no “leading case”, ou seja, apenas quando o Tribunal estiver decidindo o caso
pela primeira vez.

Neste cenário, há 2 hipóteses que dispensam a reserva de plenário:

1. Quando houver precedente do próprio Tribunal;


2. Quando o STF já declarou a inconstitucionalidade/ constitucionalidade
da lei. Portanto, se houver precedente do STF.
O incidente de inconstitucionalidade é um dos assuntos tratados no tema “Controle
Difuso de Constitucionalidade“.

Naquele post, falamos tudo sobre o assunto.

Caso queira aprofundar-se no tema, recomendamos a leitura.

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