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O que é a apelação no Novo CPC?

 Artigos 1009 a 1014

A apelação, dentro do ordenamento jurídico brasileiro, é o recurso cabível, por via de regra,
contra sentenças proferidas pelo juízo de um processo. É através dela que a parte irá atacar,
impugnar e discordar da decisão do julgador durante a lide.

Trata-se de um dos nove tipos de recursos apresentados pelo Código de Processo Civil (Lei


nº 13.105/2015), o Novo CPC. Uma vez que cabe contra sentenças, tem como objetivo
impugnar a decisão que põe fim à fase de conhecimento do processo ou sobre a sentença
que extingue o mesmo.

Dentro do Novo CPC, o recurso de apelação é regrado do artigo 1.009 ao 1.014, que define
em quais situações pode-se usar o recurso, prazos, requisitos e efeitos.

Como funciona a apelação?

A apelação é um recurso que tem como objetivo impugnar, discutir e atacar uma decisão do
julgador que põe fim à fase cognitiva do procedimento comum ou que extingue a execução.

Dessa forma, ela é interposta através de petição ao juízo de primeiro grau da lide, mas será
analisada e julgada pela instância superior, no caso, um Tribunal.

A parte que recebeu a sentença desfavorável entra com a apelação, sendo chamada de
apelante. A outra parte, que supostamente recebeu uma sentença favorável, é o apelado.

De acordo com o artigo 1.010 do Novo CPC, a apelação deve conter:

“Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá:

I – os nomes e a qualificação das partes;

II – a exposição do fato e do direito;

III – as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade;

IV – o pedido de nova decisão”.

Entenda os requisitos da apelação:

Como todos os recursos cabíveis dentro do Novo CPC, existem requisitos prévios para que
seja possível uma das partes se manifestarem durante o trâmite judicial através de um
recurso. Com a apelação não é diferente.

A apelação, especificamente, possui três requerimentos básicos para poder ser interposta
em um processo: a existência de uma sentença judicial, o preenchimento dos requisitos
apontados no artigo 1.010 do Novo CPC e a interposição no prazo estabelecido pelo Código
de Processo Civil.

Quais são os efeitos da apelação no novo CPC?

Os efeitos da apelação dentro de um processo são suspensivos e devolutivos. Ela é o único


recurso do Novo CPC que apresenta, por regra, dois efeitos no processo.

O efeito devolutivo se dá pela própria natureza da apelação, que devolve a lide para a parte
julgadora, mesmo depois de a sentença ser proferida. Dessa forma a sentença é avaliada
pela próxima instância.
O efeito suspensivo significa que a apelação impede a continuação da execução da sentença
enquanto o recurso não for avaliado pelo órgão julgador.

Quem julga o recurso de apelação?

Embora o artigo 1.010 aponte que a apelação é direcionada ao juízo ad quo, ou seja, o juízo
de primeira instância, onde o processo se encontra no momento da apelação, quem o julga é
o juízo da instância superior.

Dessa forma, a apelação é direcionada à sentença proferida pelo juiz de primeira instância,
mas é avaliada pelo tribunal da próxima instância, o juízo ad quem, 

O QUE SÃO EMBARGOS DE DECLARAÇÃO? 

Vale dizer que os embargos de declaração são cabíveis quando houver na decisão


judicial:

 obscuridade;
 contradição;
 omissão e erro material.

Para que servem os embargos de declaração? 

Sob pena de nulidade, todo pronunciamento judicial deve ser fundamentado nos termos do
artigo 93, IX da Constituição Federal. Partindo desse princípio, o pronunciamento apresenta
vícios quando é contraditório, obscuro, omisso ou apresenta erro material. 

Os embargos de declaração estão previstos no artigo 994, I do CPC com o cabimento


descrito no artigo 1.022. Não há no código a indicação das decisões que são impugnáveis
pelos embargos, sendo esse recurso apresentado para qualquer decisão.

Quando é cabível embargos de declaração? 

São quatro os vícios apontados nos incisos do artigo 1022 do CPC.

Então, obscura é a decisão que não traz clareza. Seja no dispositivo ou na fundamentação
da decisão, a obscuridade não traz certeza das questões contidas na decisão.

Já a contradição ocorre quando há afirmações contrárias entre si. Quando toda a


fundamentação aponta para uma decisão, mas o decidido é contrário ao que foi exposto. Ou
seja, uma afirmação significa a negação da outra. 

No entanto, a contradição não se dá entre o que foi decidido e uma prova, alegação ou
argumento, já que isso é matéria para recurso. A contradição prevista no CPC se trata da
constatada na decisão que se embarga. Assim, ela pode ser encontrada:

 na fundamentação e no seu dispositivo;


 na ementa e no corpo do acórdão, o resultado do julgamento proclamado pelo
presidente da sessão, e o constante da tira ou minuta e o acórdão lavrado.

Inciso II – Omissão
A decisão é omissa quando não apresenta em sua fundamentação ou dispositivo a
apreciação de questão que deveria ter se manifestado. Isso também vale para as matérias
que deveria conhecer de ofício.

O parágrafo único define que a decisão é omissa quando:

. não se manifesta sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos;


. ou em incidente de assunção de competência aplicada ao caso sob julgamento;
. ou que incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1º, que trata das
exigências quanto à fundamentação da decisão.

Inciso III – Erro material

O erro material é aquele se verifica facilmente, é evidente e antes do CPC/15 já era admitido
pelo Supremo Tribunal de Justiça. Porém, como diz Daniel Amorim, a sua inclusão:

é importante porque não deixa dúvida de que, alegado o erro material sob a
forma de embargos de declaração, assim será tratada procedimentalmente a
alegação, em especial quanto à interrupção do prazo recursal”.

Procedimentos dos Embargos de Declaração

O prazo para interposição dos embargos é de 5 dias, por meio de petição escrita. Mas, com
exceção dos juizados especiais. Neles, os embargos podem ser interpostos oralmente em
audiência em que foi proferida a sentença.

Nessa peça processual, deve ser fundamentado e conter pedido para sanar obscuridade ou
contradição, omissão ou erro material. Além disso, não há preparo para interposição dos
embargos de declaração.

Se interposta no primeiro grau, a petição é direcionada ao juízo da decisão impugnada. Se


interposto contra decisão monocrática do tribunal, os embargos serão direcionados ao órgão
que proferiu a decisão: relator, vice-presidente ou presidente. 

Natureza jurídica dos Embargos de Declaração

Apesar de se limitar ao campo doutrinário, se discute acerca da natureza jurídica dos


embargos de declaração. Parte da doutrina entende que se trata de recurso, pois permite a
revisão da decisão, há pressupostos de admissibilidade, obsta a preclusão da decisão,
permite modificar a decisão. 

Outra parte entende que se trata de um instrumento processual para correção de vícios, sem
a natureza jurídica de recurso, apenas para aclarar ou complementar a decisão embargada.

Efeitos dos embargos de declaração

A interposição dos embargos de declaração, que não têm efeito suspensivo na decisão,
interrompem o prazo para interposição de recurso. Assim, terá o seu prazo devolvido após a
decisão dos embargos.

Mas atenção, se os embargos de declaração foram interpostos intempestivamente, não há o


efeito interruptivo. Isso pois o não conhecimento impede a interrupção do prazo. 

Caso você esteja na parte contrária ao embargante, vale a pena conferir a tempestividade
dos embargos opostos, se quiser ingressar com recurso contando com a interrupção do
prazo dos embargos. De toda forma, sempre recomendo que independentemente dos
embargos da outra parte você ingresse com o seu recurso.

Por outro lado, caso tenha interposto recurso e a outra parte embargos de declaração
tempestivos, a situação muda. Antigamente, por força da Súmula 418/STJ, se fazia
necessário reiterar os termos do recurso interposto para que não fosse considerado
intempestivo ante tempus.

Tal entendimento foi alterado para que a ratificação só ocorresse quando houvesse
modificação da decisão embargada. Porém, o art.1024, § 5º se a decisão dos embargos de
declaração não modificar a decisão anterior ou se os embargos forem rejeitados, não há
necessidade de ratificar o recurso já interposto.

Atenção também ao posicionamento do Superior Tribunal de Justiça, que entende que os


embargos de declaração com irregularidade formal ou manifestamente incabíveis não
interrompem o prazo para interposição de recurso.

Embargos protelatórios

Protelatório é todo ato que visa retardar a marcha processual. É aquela peça que não traz
nenhum fundamento relevante, sendo perceptível sua utilização apenas para ganhar tempo. 

É temerosa a atitude de utilizar os embargos de declaração apenas para interromper o prazo


recursal, sendo passível de multa de até 2% sobre o valor atualizado da causa, nos termos
do artigo 1026, § 2º do CPC/15.

Se reiterado os embargos protelatórios, a multa será elevada para 10% sobre o valor
atualizado da causa, ficando a interposição de qualquer recurso condicionada ao depósito
prévio do valor da multa, exceto para a Fazenda Pública e o beneficiário da justiça gratuita,
que recolherão ao final.

O § 4º do mesmo artigo ainda traz que não serão admitidos novos embargos de declaração
se os dois anteriores houverem sido considerados protelatórios.

Embargos de declaração atípicos

Como visto, os embargos são previstos para sanar os quatro vícios já apontados, contudo, a
interposição dos embargos, a depender do alegado, podem gerar a reforma ou  anulação da
decisão que fora embargada. 

Temos das espécies de embargos atípicos: os embargos de declaração com efeito


modificativo ou infringentes.

Os embargos de declaração com efeitos modificativos, são aqueles previstos no art. 1022 do
CPC, quando a decisão for omissa, contraditória, obscura ou tiver erro material. 

A atipicidade se verifica nas hipóteses de contradição e omissão, pois o acatamento dos


embargos poderá modificar o conteúdo da decisão recorrida. Um exemplo citado no livro do
Daniel Amorim trata de uma ação de cobrança julgada procedente, sem que houvesse o
enfrentamento da alegação de prescrição suscitada pela outra parte. Interpostos os
embargos suscitando a prescrição, com o seu acolhimento, a decisão que fora julgada
procedente será reformada .

Os embargos de declaração com efeitos infringentes tratam-se de casos que geram a


reforma ou a anulação da decisão, quando ocorreram erros teratológicos, tais como: erro
manifesto de contagem de prazo, ausência de intimação de uma das partes, revelia
decretada em razão da contestação não ter sido juntada aos autos por erro do cartório etc.
O que acontece após os embargos de declaração? 

Após a interposição dos embargos de declaração, o juiz ou o órgão que prolatou a decisão
tem o prazo (impróprio) de 5 dias para julgamento, o que na prática não é comum que ocorra
nesse prazo em razão da demanda judiciária.

Se o processo estiver no tribunal, os embargos serão apresentados para julgamento na


sessão subsequente a interposição. 

Se os embargos de declaração forem acolhidos, o embargado que já tiver interposto recurso


contra decisão originária, terá o direito de complementar ou alterar as suas razões, nos
limites da modificação da decisão o prazo de 15 dias a contar da intimação da decisão dos
embargos de declaração.

O AGRAVO DE INSTRUMENTO é um recurso que tem como objetivo evitar que danos
graves e irreversíveis sejam causados a uma das partes a partir de uma decisão
interlocutória.

Mesmo não proferindo uma sentença, as decisões que um juiz toma durante um processo
possuem grande impacto na resolução do mesmo.

Seja para garantir uma tutela provisória, para definir o mérito ou para admitir a intervenção
de terceiros, as decisões podem ser tão importantes quanto a sentença em si.

Da mesma forma, uma decisão tomada sem a análise completa do todo ou de forma
precipitada pode causar grandes danos a uma das partes de um processo. Danos esses que
podem alterar completamente o curso da disputa judicial.

E o papel do recurso de agravo de instrumento é justamente pedir uma reanálise da decisão


proferida para um Tribunal de Justiça (TJ) ou para o Supremo Tribunal Federal (STF), com o
objetivo de evitar esses danos.

O que é o agravo de instrumento?

O agravo de instrumento é um dos tipos de recursos jurídicos do Direito Processual Civil


brasileiro. Ele está regulamentado no Novo Código de Processo Civil (Lei nº
1.3105/15) entre os artigos 1.015 e 1.020.

Ele é o recurso utilizado para combater decisões interlocutórias, ou seja, decisões que o
magistrado toma dentro de um processo que não levam à resolução do mérito da disputa.

O recurso é dirigido ao Tribunal de Justiça específico ou ao Superior Tribunal de Justiça, pois


é um pedido de reanálise de uma decisão interlocutória tomada pelo juiz designado para o
processo em primeira instância.

O artigo 1.015 do Novo CPC define quais são as decisões interlocutórias onde cabe o
recurso de agravo de instrumento. São elas:

“Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias


que versarem sobre:

I – tutelas provisórias;

II – mérito do processo;
III – rejeição da alegação de convenção de arbitragem;

IV – incidente de desconsideração da personalidade jurídica;

V – rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de


sua revogação;

VI – exibição ou posse de documento ou coisa;

VII – exclusão de litisconsorte;

VIII – rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;

IX – admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;

X – concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos


embargos à execução;

XI – redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º;

XII – (VETADO);

XIII – outros casos expressamente referidos em lei.

Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões


interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de
cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de
inventário”.

Para que serve o agravo de instrumento?

Como foi mostrado anteriormente, o agravo de instrumento é um recurso dentro do direito


processual civil que tem como objetivo atacar e pedir a reanálise de uma decisão
interlocutória (aquela que não é sentencial) de um magistrado dentro de um processo.

Para ilustrar o que isso significa na prática, vamos utilizar um exemplo: Letícia precisa
urgentemente de medicamentos que não são distribuídos nos postos de saúde para o
tratamento de uma doença.

Ela entra com uma ação judicial contra a União, pedindo que os medicamentos sejam
fornecidos. Como a sua situação é urgente, Letícia entra com o pedido de tutela provisória no
processo, para poder receber os medicamentos antes que saia a sentença.

Entretanto, o magistrado responsável pelo processo, após a análise do pedido, não acha que
se trate de uma situação urgente, e nega o pedido de tutela provisória de Letícia.

Nesse caso, Letícia pode entrar com o recurso de agravo de instrumento contra a decisão
interlocutória do magistrado, que foi de negar o pedido de tutela provisória. Assim, ela pode
mostrar diretamente para o Tribunal competente a sua necessidade e, quem sabe, conseguir
a tutela provisória.

Requisitos para agravo de instrumento

Como o nome já diz, o agravante (aquele que entra com o recurso de agravo de instrumento)
deverá compor um instrumento (um documento) que mostre os motivos da discordância com
a decisão interlocutória.
Esse instrumento será entregue ao Tribunal competente, para que o pedido seja analisado.
De acordo com os artigos 1.016 e 1.017 do Novo CPC, o pedido de agravo de instrumento
deve conter:

“Art. 1.016. O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal


competente, por meio de petição com os seguintes requisitos:

I – os nomes das partes;

II – a exposição do fato e do direito;

III – as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio


pedido;

IV – o nome e o endereço completo dos advogados constantes do processo.

Art. 1.017. A petição de agravo de instrumento será instruída:

I – obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da


petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da
certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a
tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante
e do agravado;

II – com declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos


no inciso I, feita pelo advogado do agravante, sob pena de sua
responsabilidade pessoal;

III – facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis”.

É importante destacar que os advogados têm autonomia para incluir outros documentos que
julguem necessários para que o Tribunal competente compreenda o motivo do pedido de
agravo de instrumento.

Além disso, é possível não enviar todos os documentos. Nesse caso, o advogado precisa
apresentar uma declaração afirmando a inexistência do documento faltante, conforme aponta
o inciso II do artigo 1.017 do Novo CPC.

Mudanças que o Novo CPC trouxe para o agravo de instrumento

O Novo CPC trouxe algumas mudanças para os recursos de agravo e, especificamente, para
o próprio agravo de instrumento.

A primeira mudança notável é a extinção do agravo retido, que era uma das possibilidades
de agravo. O artigo 994 do Novo CPC, então, não apresenta mais o agravo retido.

A segunda mudança foi a mudança do prazo, de 10 dias para 15 dias úteis, para a
interposição do agravo de instrumento na decisão interlocutória.

A terceira mudança que o Novo CPC trouxe é a respeito do rol de decisões interlocutórias
onde cabe o recurso de agravo de instrumento, conforme aponta o artigo 1.015.

No CPC de 1973, o agravo de instrumento possuía aplicações mais brandas e menos


descritivas, o que causava dúvidas a respeito da sua aplicabilidade. O Novo CPC criou,
no artigo 1.015, uma lista de situações onde o recurso de agravo de instrumento pode
ser aplicado.
O artigo 1.017 do Novo CPC também fez com que novos documentos fossem pedidos para
que o agravante entre com o recurso. Além dos documentos anteriormente requisitados, a
apresentação da petição inicial, contestação e petição que definiu a decisão agravada
também são necessários.

O parágrafo 2 do artigo 1.017 também inovou na forma como o recurso de agravo de


instrumento pode ser protocolado. O recurso não precisa mais ser protocolado apenas no
tribunal competente para julgá-lo, pode ser entregue diretamente na Comarca ou Subseção
em que tramita o processo original.

Essas mudanças apontam que o Novo CPC tem como objetivo evitar burocracias
relacionadas aos recursos, explicando de forma mais exaustiva as suas aplicações e
diminuindo vícios processuais.

Prazo do agravo de instrumento no Novo CPC

O Novo CPC definiu que o prazo para interposição do agravo de instrumento é de 15 dias
úteis, contados a partir do momento que a decisão interlocutória do magistrado é publicada.

O prazo máximo para manifestação do Tribunal em relação ao recurso de agravo de


instrumento é também de 15 dias. Deve-se notar que em casos onde a Fazenda Pública
entra com o agravo de instrumento, o prazo é dobrado.

Efeito suspensivo do agravo de instrumento

No CPC de 1973, o agravo de instrumento, por via de regra, era um recurso que possuía
efeito suspensivo no processo. Isso quer dizer que enquanto o agravo de instrumento não
fosse devidamente analisado e julgado, os demais prazos do processo e suas etapas não
ocorriam.

Atualmente, no Novo CPC, o agravo de instrumento não possui diretamente o efeito


suspensivo. Entretanto, o julgador pode, conforme a necessidade, atribuir o efeito suspensivo
ao recurso, através de uma liminar.

Artigo 1.015 do Novo CPC: taxativo ou exemplificativo?

Após a criação do Novo CPC e do artigo 1.015, que traz um rol de decisões interlocutórias
onde cabe o recurso de agravo de instrumento, doutrinadores discutiram a respeito de sua
natureza. Afinal, o rol do artigo 1.015 é exemplificativo ou taxativo?

O Supremo Tribunal Federal (STF), em 2018, entrou no consenso de que o rol do artigo
1.015 do Novo CPC é de taxatividade mitigada, pois apresenta situações onde o recurso de
agravo de instrumento pode ser utilizado, entregando, também, a possibilidade de expansão
do rol a partir de lei específica (inciso XIII do artigo 1.015 do Novo CPC).

Qual o recurso cabível contra agravo de instrumento?

Em 1993, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) definiu que o recurso cabível contra acórdão
decisivo acerca de recurso de agravo de instrumento é o recurso especial.

O recurso especial, então, é enviado ao STJ quando a parte não concorda com a decisão
proferida pelo tribunal competente a respeito do recurso de agravo de instrumento.

Na súmula 86/1993, o STJ define que o recurso especial só poderá ser utilizado contra a
decisão de agravo de instrumento quando essa resultar em uma decisão terminativa do
processo, tendo sido julgado mérito ou não.

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