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Impugnação
A impugnação é apresentada nos mesmos autos, por simples petição. Não se cria
novo processo incidental, tampouco se formam novos autos. Seu julgamento se dá
por decisão interlocutória caso mantenha a execução ainda que parcialmente, e por
sentença, em caso de extinção da execução (artigo 203, §1º, parte final, e
artigo 924, do CPC).
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Tem lugar na defesa do cumprimento de sentença de título executivo judicial para
pagamento de quantia certa. Todavia, será cabível, no que couber, com relação à
obrigação de fazer ou de dar coisa (artigo 536, §4º, e artigo 538, §3º, do CPC).
Com base no caput dos artigo 523 e 525 do CPC, o executado será intimado e terá
o prazo de 30 dias úteis (artigo 219, do CPC) para apresentar a sua impugnação. É
que os primeiros 15 dias serão para realizar o pagamento voluntário (artigo 523) e,
não o fazendo, posteriormente terá início automático, sem nova intimação, de um
novo prazo de 15 dias para impugnar. Esses prazos contam-se independentemente
de penhora ou garanta (artigo 525) e em dias úteis.
É por isso que se afirma que a impugnação ao cumprimento de sentença não pode
combater o mérito da condenação, limitando-se ao âmbito das preliminares,
pressupostos processuais e condições do rito executivo. Tudo que envolve o
mérito da condenação só pode ser relacionado a eventos posteriores que possam
afetar a sentença e a dívida reconhecida, como pagamento, compensação ou
prescrição da execução, enfatizando-se que tais eventos devem ocorrer de forma
superveniente. Essa restrição em seu alcance é justificada pelos motivos
mencionados.
Embargos à execução
Os embargos à execução têm natureza de ação judicial e devem ser distribuídos
em apenso, por dependência, conforme o artigo 914 e §1º do CPC, devendo ser
apresentados no prazo de 15 dias úteis a partir da citação. Em geral, esses
embargos não possuem efeito suspensivo e não exigem garantia do juízo
(conforme o artigo 919). No entanto, de acordo com o §1º, o juiz poderá conceder
efeito suspensivo se a parte garantir o juízo e demonstrar que os requisitos da
tutela provisória estão presentes. Em outras palavras, o efeito suspensivo é
concedido pelo próprio julgador (ope judicis).
É por isso que se diz que o juízo cognitivo dos embargos é amplo e pode atingir
tanto os fatos anteriores à formação do título (a própria causa debendi) como os
posteriores, que possam provocar a modificação ou extinção do crédito ou o
impedimento à sua exigibilidade. Fala-se, nesse sentido, que na execução do título
extrajudicial ocorreria "execução adiantada", com "inversão da ordem das
atividades jurisdicionais" [3].
[1] ABELHA, Marcelo. Manual da Execução. 5a. Ed. Forense: Rio de Janeiro.
2015.