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I- EMBARGOS DE DECLARAÇÃO OU EMBARGOS DECLARATÓRIOS: Recurso para

esclarecer pontos não abordados ou contraditórios de uma decisão proferida por juiz ou por órgão
colegiado. (art. 382 do CPP). Ambígua: sentença/decisão que se utiliza de termos de acepção
dupla ou múltipla, sem que do contexto ressalte o verdadeiro sentido no caso; Obscura:
sentença que falta clareza; Contraditória a sentença/decisão que possui conceitos e
observações nelas contidos se chocam, colidem (sentença suicida); Omissa:sentença que deixa
de apreciar parte do postulado, seja da acusação, seja pela defesa.
Finalidade: esclarecer e não modificar, alterar, mudar ou corrigir substancialmente a decisão.
Prazos/ utilização e processamento: artigos 382 e 619 do CPP, 02 dias, qualquer que seja a
decisão recorrida. A petição será endereçada ao próprio juiz que prolatou a sentença ou ao
relator do acórdão, (art. 382 e 620, caput). Não estando preenchido essas condições, o relator
indeferirá, desde logo, o requerimento (art. 620, § 2º). Trata-se, portanto de indeferimento liminar
dos embargos. Compete ao próprio juiz que prolatou a sentença ou ao órgão que proferiu o
acórdão conhecer e julgar os embargos. Daí seu caráter de retratação.
Exceções:
● Juizados Especiais Criminais: 05 dias (art. 49 Lei 9.099/95); O regimento interno do STF
estabelece também prazo de 05 dias para sua interposição; O regime do STJ estabelece prazos
distintos para interposição dos embargos dependendo de sua espécie, sendo cível o prazo de 05
dias; na área penal é de 02 dias.; Na Justiça Eleitoral o prazo é de 03 dias.
EFEITOS: interrompe o prazo para a interposição de outros recursos fica, interrompido para
qualquer das partes. Como o código de processo penal silencia quanto a isto, aplica-se o
dispositivo do Código de Processo Civil, art. 1026. Sendo interrompido o prazo, este será
devolvido in totum as partes. OBS: Contudo, de acordo com o art. 83, § 2º da Lei 9.099/95, há
quem entenda que o prazo é suspenso, não interrompido.
Quando os embargos forem interpostos a outra parte não precisa ser intimada. Se os embargos
tiverem caráter infringente que é quando acontecer de o resultado da decisão ser alterado,
no entanto, deverá ser dada oportunidade para que a parte contrária ofereça contra-razões.
Poderá ser interposto novos embargos, posto que não podemos negar a possibilidade de
correção desses defeitos. Contudo, não se pode haver a reprodução, nos segundos embargos,
da crítica feita nos primeiros à decisão contra a qual o recurso havia sido interposto.
II-EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADES Art. 609 § único E 613
Os embargos infringentes e de nulidade são oponíveis contra a decisão não unânime de 2º
grau/instância e desfavorável ao réu. Portanto, sendo analisada um recurso em sentido estrito ou
apelação (alguns tribunais aceitam, também na carta testemunhável), e este, por maioria de voto,
decidir, contra o réu e o voto dissidente lhe for favorável, cabíveis serão os embargos.
Apesar de aparente dualidade (embargos infringentes e de nulidades) o recurso é um só,
Quando versar acerca do mérito da causa, estaremos diante de embargos infringentes, pois fora
discutido direito material. Por outro lado, quando a discussão for baseada em cunha processual
estaremos diante de embargos de nulidade, pois visa a anulação do julgamento.
Concluindo, quando estivermos diante de uma situação recursal visando modificação do
acórdão, procurando a reforma da decisão proferida, para que seja substituída por outra, deve a
parte ingressar com embargos infringentes.
De outro modo, quando o inconformismo tem por finalidade a anulação, versando, sobre matéria
estritamente processual, capaz de tornar inválido o acórdão ou o processo, estamos diante dos
embargos de nulidades.
EFEITOS: se dirigem ao tribunal que proferiu a decisão, têm caráter de retratação, com o pedido
de reexame, daí seu efeito devolutivo, mas apenas em sentido favorável ao réu. Alguns tribunais
entendem que os presentes embargos possuem efeito suspensivo em relação à parte da decisão
objeto da controvérsia. Parte da doutrina entende que os embargos suspendem os efeitos da
decisão condenatória em relação à prisão do réu que se encontra em liberdade.
CABIMENTO: Somente podem ser objeto de embargos infringentes e de nulidade os acórdãos
proferidos pelos tribunais de segundo grau no julgamento de apelações ou recurso em sentido
estrito. Isso decorre do próprio dispositivo processual penal, que estabelece em seu art. 609,
parágrafo único: “do processo e do julgamento dos recursos em sentido estrito e das
apelações, nos Tribunais de Apelação”. Como dito anteriormente, no início deste capítulo,
alguns tribunais acolhem os embargos infringentes e de nulidades em caso de carta
testemunhável.
PROCESSAMENTO: A defesa deverá opor os presentes embargos no prazo de 10 dias a contar
da data da publicação do acórdão. E, a petição deverá ser instruída com os fundamentos do seu
inconformismo. Os autos serão encaminhados com vista ao procurador geral pelo prazo de 05
dias e, em seguida, passarão, por igual prazo ao relator que pedirá designação de dia para
julgamento
III- REVISÃO CRIMINAL * 621
A intangibilidade da sentença transitada em julgado fundada na justiça e a segurança jurídica
formam o imperativo jurídico contido na sentença para que esta tenha força de lei entre as partes.
Ora, sabemos que, em tese, a sentença poderá ser justa ou injusta. Entretanto, caso não haja
mais possibilidade de se ingressar com recurso contra decisão considerada injusta por força da
coisa julgada, deve-se ingressar com a revisão criminal.
NATUREZA JURÍDICA: sui generis, posto que seria mais uma ação rescisória do que recurso
propriamente dito, opinião esta adotada pela maioria, a qual fundamentam sua posição no fato de
que a finalidade precípua da revisão é de substituir uma decisão por outra, ainda que proferida
pelo mesmo órgão.
PRESSUPOSTO PRIMORDIAL DA REVISÃO: É a existência de processo criminal com sentença
condenatória transitada em julgado.
PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO: A qualquer tempo, esteja o réu cumprindo a pena, tenha sido
cumprida, ocorrida ou não a extinção da punibilidade, tenha ele morrido. Portanto, não há prazo,
porque a finalidade da revisão não é apenas evitar o cumprimento de uma pena imposta
injustamente, mas, precipuamente, a de corrigir uma injustiça, restaurando-se, assim, com a
rescisão do julgado o status dignitaris do condenado. Art. 622 do CPP.
LEGITIMIDADE: De acordo com o artigo 623 do CPP poderá interpor a revisão o próprio réu ou
procurador legalmente habilitado, ou no caso de morte do condenado, seu cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão. Como na presente hipótese cuida-se de ação revisional, fundada na
ocorrência de erro judiciário, a qualquer tempo pode ser renovado o pleito, desde que seja o
presente fundamentado em novas provas (art. 422 do CPP).
IV- HABEAS CORPUS: Ação judicial para garantir liberdade diante de prisão ilegal, art.
647do CPP, ou seja, é um remédio jurídico-constitucional destinado a proteger a liberdade de
locomoção do indivíduo, ameaçada por qualquer ilegalidade ou abuso de poder.
NATUREZA JURÍDICA: Considerado como verdadeira ação, posto que pode ser instaurado
independente da existência de processo, ataca a coisa julgada e é instaurado pelo acusado que
pretende seja declarada a inexistência do direito de punir. Trata-se realmente de ação penal
popular constitucional, embora por vezes possa servir de recurso.
ESPÉCIES: Quando se destina a afastar o constrangimento ilegal à liberdade de locomoção já
existente, o habeas corpus é chamado de liberatório ou repressivo. Mas pode ser impetrado
quando existe apenas uma ameaça à liberdade de locomoção, recebendo a denominação de
habeas corpus preventivo. Na segunda hipótese é expedido um salvo-conduto, assinado pela
autoridade competente. Salvo-conduto, do latim salvus (salvo) conductus (conduzido), dá a
precisa idéia de uma pessoa conduzida a salvo.
LEGITIMIDADE ATIVA: Por força do art. 654, caput, qualquer pessoa poderá impetrar o remédio
heróico, em seu favor ou de outrem, assim como o representante do Ministério Público. Até
mesmo pessoa jurídica, pode impetrá-lo.
Ademais, a legislação processual não exige que o impetrante possua capacidade postulatória.
LEGITIMIDADE PASSIVA (649; 650, § 1º; 653; 655; 660, § 5º; 662 e 665)
Em princípio, o HC só será cabível quando o coator exercesse função pública, já que a lei se
refere sempre à “autoridade coatora”, que representa o Estado. No entanto é ponto pacífico que
se pode impetrar habeas corpus contra ato de particular, mesmo por que a Constituição Federal
menciona como fator de violência ou coação, não somente o abuso de poder, mas também a
ilegalidade, podendo esta ser praticada por qualquer pessoa.
⮚ SÚMULA 693, 694 E 695 DO STF;SÚMULA 52 E 64 DO STJ;
DAS DECISÕES QUE JULGAR O HABEAS CORPUS, CABERÁ: 1)EM CASO DE
CONCESSÃO – RECURSO DE OFÍCIO art. 574, I, do CPP. 2) EM CASO DE DENEGAR – Se o
pedido for denegado caberá Recurso Ordinário Constitucional (ART.105 DA CF) ao STJ, se a
denegação partir do Tribunal Estadual; ou ao STF, se denegada a ordem pelo STM. " .

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