Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ATOS JURISDICIONAIS:
3. SENTENÇA: é o ato pelo qual o juiz encerra, termina o processo, decidindo ou não o mérito da causa.
Espécies de sentença:
Há6 espécies:
Sentença terminativa (ou decisão terminativa): extingue o processo sem julgamento do mérito.
Ex.: juiz acolhe a exceção de coisa julgada.
Sentença definitiva condenatória: o juiz julga procedente o pedido, total ou parcialmente (art. 387 CPP).
Sentença declaratória extintiva da punibilidade: não condena, tampouco absolve, apenas extingue a
punibilidade.
Ex.: o juiz reconhece a prescrição; juiz concede perdão judicial.
Súmula 18, STJ: “A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade,
não subsistindo qualquer efeito condenatório”.
Sentença que julga o mérito de uma ação autônoma: hc; revisão criminal; mandado de segurança.
Classificações da sentença:
Simples: proferida pelo juiz monocrático.
Subjetivamente complexa: emana de várias órgãos. Ex: sentença no plenário do júri (jurados e juiz
presidente).
Sentença autofágica (ou de efeito autofágico): é a sentença que reconhece um crime, reconhece a
culpabilidade do agente e declara extinta a punibilidade.
Ex.: perdão judicial.
Sentença branca: é a sentença em que o juiz remete para o próximo grau de jurisdição o julgamento de um
pedido que depende da interpretação de tratados internacionais.
Não existe no Brasil, em razão da indeclinabilidade da jurisdição.
Sentença suicida (ou sentença incoerente): o dispositivo não tem nada a ver com a fundamentação.
Relatório (ou exposição ou histórico): requisito do artigo 381, I e II do CPP. È um resumo histórico do
que ocorreu nos autos, de sua marcha processual, compreendendo-se assim que inexiste a necessidade de
o magistrado expor fatos periféricos ou irrelevantes em seu relatório. Todavia deve aludir expressamente
aos incidentes e às soluções dadas às questões intercorrentes.
Obs. A lei 9099-95, prevê que é dispensável o relatório nos casos de sua competência (art. 81,§3º).
Representa uma exceção ao artigo 381, II do CPP.
Motivação (ou fundamentação): requisito pelo qual o juiz esta obrigado a indicar os motivos de fato e de
direito que o levaram a tomar a decisão (art. 381,III).É também garantia constitucional de que os
julgamentos dos órgãos do poder judiciário são públicos e fundamentadas todas as decisões sob pena de
nulidade (art. 93, IX CF – com redação determinada pela EC nº 45/04). Além do mais, deve o magistrado
apreciar toda a matéria levantada tanto pela acusação como pela defesa, sob pena de nulidade.
Obs. Denomina-se fundamentação “per relazione” aquela em que juiz ou Tribunal adota como suas as
razões de decidir ou de argumentar de outra decisão judicial ou de alguma manifestação da parte ou do
Ministério Público enquanto custos legis. Embora deva ser eivada, tal prática não nulifica a sentença ou
acórdão, uma vez que, feita a menção, é como se a fundamentação referida estivesse sendo incorporada a
decisão, ou seja como se estivesse sendo citada entre aspas, não podendo ser acoimada de carente de
motivação.
Conclusão(ou parte dispositiva): é a decisão propriamente dita, em que o juiz julga o acusado após a
fundamentação da sentença. Conforme o art. 381, o magistrado deve mencionar a indicação dos artigos
de lei aplicados (inciso IV) e o dispositivo (inciso V). É a parte do decisum em que o magistrado presta a
tutela jurisdicional, viabilizando o jus puniendi do Estado.
EMBARGOS DECLARATÓRIOS – ART. 382 CPP – qualquer das partes poderá no prazo de 2 (dois)
dias, pedir ao juiz que declare a sentença sempre que nela houver obscuridade, ambigüidade, contradição
ou omissão.
OBS.: O prazo para o pedido de declaração será de 2 dias, contados da intimação da sentença. Embora o
CPP não tenha disposto expressamente, os embargos declaratórios interrompem o prazo do recurso,
aplicando-se por analogia o disposto no art. 538 CPC, com a nova redação determinada pela lei
8.950/94. Nas infrações de competência do JEC, caberão embargos declaratórios, e o prazo será de 5
dias.
EFEITOS DA SENTENÇA
PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO
Entende-se que deve haver uma correlação ente o fato descrito na denúncia ou
queixa e o fato pelo qual o réu é condenado. O juiz não pode julgar o acusado extra petita, ultra petita ou
citra petita; vale dizer, não pode desvincular-se o magistrado da inicial acusatória julgando o réu por fato
do qual ele não foi acusado.
EMENDATIO LIBELLI
Dispõe o art. 383 caput do CPP, com redação determinada pela lei nº.11.719/08
“o juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição
jurídica diversa, ainda que, em conseqüência tenha que aplicar pena mais grave.
O importante é a correta descrição do fato, podendo o juiz emendar
(emendatio) a acusação (libelli) para dar-lhe a classificação que julgar a mais adequada, mesmo que
impondo pena mais severa.
MUTATIO LIBELLI –
COISA JULGADA
Tem2 espécies:
1) Formal: ocorre quando preclusas as vias impugnativas (quando não cabe recurso).
- conceito: é a garantia da imutabilidade da sentença, que se projeta para dentro do processo.
- efeito: no processo ninguém pode alterar o que foi decidido.
2) Material: impede que qualquer outro juiz ou tribunal modifique o que foi julgado.
A coisa julgada sempre está vinculada a um fato, não importando sua classificação jurídica.
A descoberta de uma circunstancia não permite rejulgar o fato.
QUADRO GERAL
SENTENÇA – é o ato pelo qual o juiz extingue o processo decidindo ou não o mérito da causa .
Tomando-se essa definição, que é de sentença stricto sensu, no processo penal, podemos classificar as
sentenças em:
- CONDENATÓRIA – aquelas que acolhem a pretensão punitiva estatal, ainda que parcialmente.
- ABSOLUTÓRIAS – aquelas que não acolhem a pretensão punitiva estatal. Dividem-se em: - próprias –
as absolutórias puras, que não impõem qualquer restrição ao acusado (art. 386 CPP)
- impróprias – as sentenças que apesar de absolutórias, impõem ao réu medida restritiva, qual
seja, a medida de segurança.
- TERMINATIVAS DE MÉRITO – aquelas que julgam o mérito da causa, sem contudo, condenar ou
absolver o acusado. É o que ocorre na sentença que declara a extinção da punibilidade.
PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO
O princípio da correlação estabelece que deve haver adequação entre o fato narrado na denúncia
e aquele pelo qual o réu é condenado. Para que exista a devida correlação, prevê o CPP dois institutos que
devem ser observados pelo magistrado, de acordo com que o caso exigir.
Estabelece o art. 383 do CPP que o juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia
ou queixa, pode dar-lhe definição jurídica diversa daquela constante na peça inicial, mesmo que tenha de
aplicar pena mais grave. O magistrado assim agindo, não altera a acusação, mas apenas corrige a
captulação legal, que o autor da ação atribui ao fato.
Se em decorrência da nova classificação houver possibilidade de proposta de suspensão
condicional do processo (art. 89 da Lei 9099/95, o juiz deverá adotar as medidas previstas para a sua
propositura (§1º). Se contudo, verificar que se trata de infração da competência de outro juízo,
encaminhará a estes os autos (§2º).
Aqui não ocorre mudança apenas na captulação do delito, mas implica o surgimento de uma
prova nova de elemento ou circunstância da infração penal não contida na inicial, que altera a definição
do fato. Nesse caso o Ministério Público devera aditar a denúncia ou a queixa subsidiária, no prazo de 05
(cinco) dias , podendo arrolar por seu turno, até 3 (três) testemunhas . Admitindo o aditamento, o juiz, a
requerimento de qualquer das partes, designará dia e hora para audiência, com inquirição de testemunhas ,
novo interrogatório do acusado, e realização de debates e julgamento. Anote-se que na sentença o juiz
está adstrito aos termos do aditamento.
Da mesma forma, se em decorrência da nova classificação houver possibilidade de proposta de
suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei 9099/95), o juiz deverá adotar as medidas previstas
para a sua propositura. Se contudo verificar que se trata de infração da competência de outro juízo,
encaminhará a este os autos.
RECURSOS
CONCEITO – recurso é o meio de impugnação de uma decisão, visando a sua anulação ou reforma.
Decorre do princípio do duplo grau de jurisdição.
Adequação
O recorrente deve utilizar a impugnação correta para questionar a decisão.
Essa adequação acaba sofrendo uma mitigação pelo princípio da fungibilidade, que consiste na
possibilidade de um recurso não adequado ser conhecido como se fosse o instrumento correto, desde que
não haja má-fé por parte do recorrente (art.579 do CPP).
Tempestividade
O recurso deve se interposto no prazo correto, sob pena de preclusão temporal.
No processo penal primeiro interpõe a petição do termo de interposição e depois junta às razões recursais,
mas pode ser feito tudo de uma única vez.
Ex.: art.600 do CPP – apelação, a interposição são 5 dias e as razões poderão ser apresentadas em 8 dias.
A tempestividade deve ser aferida em virtude da data da interposição do recurso, sendo que a
apresentação de razões recursais fora do prazo é tida pela jurisprudência como mera irregularidade.
PRAZOS RECURSAIS
48 horas – Carta Testemunhável
Só pode contar esse prazo em horas se no mandado de intimação tiver a certificação da hora da intimação.
Se não consta, o prazo será contado em 2 dias.
5 dias – apelação, Rese, Protesto por Novo Júri*, Agravos (Súmula 700 do STF: é de 5 dias o prazo par a
interposição de agravo contra decisão do juiz da execução penal), Correição Parcial (conhecida também
como Reclamação: prevista nos regimentos internos dos tribunais, serve para corrigir error in procedendo
do magistrado que cause tumulto no processo, e desde que não haja recurso legal cabível contra tal
decisão), Embargos de declaração nos Juizados e Recurso Ordinário para o STF/STJ (ROC – lei 8.038/90
no art.30).
15 dias – RE e REsp.
Interesse recursal
Para que se possa recorrer, deve ser demonstrado interesse recursal, o qual está relacionado à
sucumbência, que é uma situação de desvantagem jurídica oriunda da emergente decisão recorrida.
Efeito devolutivo
Consiste na devolução da matéria impugnada para reexame ao juízo ad quem, para que confirme,
reforme, integre ou invalide a decisão recorrida (tantum devolutum quantum apelatum).
Esse efeito devolutivo é mitigado pelo princípio da reformatio in mellius: em favor do acusado é possível
que o tribunal aprecie questões que sequer foram impugnadas em eventual recurso da acusação ou da
defesa.
O efeito devolutivo está presente em todo e qualquer recurso.
Efeito suspensivo
O efeito suspensivo consiste no impedimento da eficácia da decisão recorrida diante da interposição do
recurso. Mas o certo é dizer que a suspensividade do recurso tem início com a publicação da decisão,
porque quando uma decisão é publicada e ainda estamos dentro do prazo recursal, o efeito suspensivo já
está produzindo efeitos, independentemente da interposição do recurso. Caso o recurso seja interposto, os
efeitos da decisão ficarão sobrestados até a decisão final.
*Apelação contra sentença condenatória tem efeito suspensivo, enquanto que a apelação contra sentença
absolutória não é dotada de efeito suspensivo.
Efeito extensivo
Quando a decisão do tribunal estiver fundamentada em motivos de natureza objetiva, seus efeitos serão
extensivos aos demais acusados, mesmo que estes não tenham recorrido (art.580 do CPP).
PRINCÍPIOS
Princípio da voluntariedade
A parte recorre se quiser.
Aplica-se mesmo ao MP e a defensores públicos e dativos.
Há exceção desse princípio nas hipóteses de recurso de ofício/ reexame necessário/ duplo grau
obrigatório.
Princípio da unirrecorribilidade
Se cabível recurso contra determinada decisão, será cabível apenas um recurso.
O art.617 do CPP traz esse princípio: No julgamento das apelações poderá o tribunal, câmara ou turma
proceder a novo interrogatório do acusado, reinquirir testemunhas ou determinar outras diligências.
No art.626, parágrafo único é usado também na revisão criminal:Julgando procedente a revisão, o
tribunal poderá alterar a classificação da infração, absolver o réu, modificar a pena ou anular o
processo.
De qualquer maneira, não poderá ser agravada a pena imposta pela decisão revista.
Non reformatio in pejus indireta: em um recurso exclusivo da defesa, caso o tribunal anule a decisão
recorrida, a situação do acusado não poderá ser agravada pelo juízo a quo por ocasião da nova decisão a
ser proferida. Quem não pode agravar é o juiz de 1ª instância.
RECURSOS EM ESPÉCIE
As decisões interlocutórias no processo penal em regra, são irrecorríveis, salvo se porventura listadas no
rol do art.581 do CPP.
O recurso em sentido estrito possibilita ao próprio juiz recorrido uma nova apreciação da questão antes da
remessa dos autos à segunda instância - o que se denomina juízo de retratação. Se ele o fizer a parte
contrária, por simples petição, poderá recorrer da nova decisão, se for recorrível, não podendo mais o juiz
modificá-la.
O prazo para sua interposição é de 05 (cinco) dias. As razões devem ser apresentadas em 02 dias e no
mesmo prazo as contrarrazões (art. 588 do CPP). Na hipótese que impugna a lista geral dos jurados, o
prazo é de 20 dias e o recurso deve ser endereçado ao Presidente do Tribunal de Justiça.
1. Rol taxativo do art.581 do CPP - Para parte da doutrina o art. 581 do CPP traz um rol taxativo (posição
tradicional da doutrina). Para uma doutrina mais moderna, é perfeitamente possível a interpretação
extensiva do rol do art.581 do CPP quando ficar clara a intenção da lei de também abranger aquela
hipótese;
É o recurso interposto das sentenças definitivas de condenação ou absolvição e das decisões definitivas ou
com força de definitiva, quando não caiba recurso em sentido estrito.
Art. 593, III CPP – caberá apelação das decisões proferidas pelo tribunal do Júri quando:
- ocorrer nulidade posterior a pronuncia;
- a sentença do juiz presidente for contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados;
- houver erro ou injustiça na aplicação da pena;
- decisão dos jurados for manifestamente contrária à prova dos autos.
Reforma: a Lei nº 11.689/08 extinguiu a possibilidade de recurso em sentido estrito para impronúncia e
absolvição sumária. Nesses casos, cabe apelação.
O prazo para a interposição da apelação é de 05 (cinco) dias e para apresentação das razões é de 8 (oito)
dias, o mesmo para as contrarrazões. Na lei 9099/95, o prazo é de 10 (dez) dias, com razões já inclusas.
decisões definitivas ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular, desde que não seja cabível
REse;
Decisões definitivas são aquelas que extinguem o processo sem julgamento do mérito, bem como aquelas
que resolvem o procedimento incidental de maneira definitiva.
3. Procedimento da apelação
A interposição da apelação deverá se dar em 5 dias e depois apresentar as razões em mais 8 dias.
A petição de razões apresentada fora do prazo será mera irregularidade, o que importa é a interposição.
Nos Juizados a interposição deverá ser apresentada com as razões em 10 dias, não há fracionamento.
São recursos cabíveis quando não for unânime decisão de segunda instância prejudicial ao acusado, no
julgamento de recurso em sentido estrito e de apelação ( e agravo em execução, para alguns). Trata-se
portanto de recurso exclusivo da defesa
Diferenciam-se os recursos apenas pela matéria neles veiculada. Os infringentes versam sobre matéria de
mérito, e os de nulidade, sobre questão processual, ou como o próprio nome diz, nulidades. Só pode ser
matéria de discussão dos embargos a matéria divergente, desfavorável ao acusado.
O prazo para oposição é de 10 dias.
Pressupostos:
decisão proferida por tribunal;
Não cabe contra uma decisão de juiz de 1ª instância.
A doutrina inclui no tribunal as Turmas Recursais.
Só serão cabíveis embargos, em decisão não unânime no julgamento de apelação, REse e, para alguns
doutrinadores, agravo em execução;
A decisão deve ser desfavorável ao acusado.
Procedimento
Os embargos deverão ser apresentados por meio de petição escrita (já acompanhada das razões) no prazo
de 10 dias, nunca por termo.
2ª: os embargos serão julgados por uma Câmara ou Turma distinta, ou seja, não haverá juízo de retratação
(RJ).
È o recurso endereçado ao próprio prolator da decisão, seja juiz ou tribunal, a fim de declarar isto,
esclarecer ou complementar a decisão que contenha obscuridade, ambigüidade, contradição ou omissão.
No CPP o prazo para interposição é de 02 dias , tendo como efeito a interrupção do prazo dos demais
recursos. Já na lei 9099/95, o prazo é de 05 dias , tendo como efeito a suspensão do prazo dos demais
recursos.
Previsão nos art.382 do CPP: Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias, pedir ao juiz que
declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão.; art.619
do CPP: Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras ou turmas, poderão ser opostos
embargos de declaração, no prazo de 2 (dois) dias contado da sua publicação, quando houver na
sentença ambigüidade, obscuridade, contradição ou omissão.
Na Lei dos Juizados são previstos no art.83: Caberão embargos de declaração quando, em sentença ou
acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão ou dúvida.
CPP JECRIM
Prazo de 2 dias. Prazo de 5 dias.
Interrupção do prazo para outro recurso. Suspensão dos demais prazos recursais (Opostos
contra sentença).
Em caso de: obscuridade, ambiguidade, Em caso de: obscuridade, contradição, omissão e
contradição ou omissão. dúvida
Somente por escrito. Pode ser por escrito ou oral.
Súmula 356 do STF:O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios,
não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento.
Recurso cabível da decisão que não recebe ou nega seguimento ao recurso em sentido estrito (e, para
alguns, do agravo em execução). Deve ser requerida, no prazo de 48 hs ao escrivão diretor do Cartório
judicial, com indicação das peças que formarão o instrumento. O escrivão dará recibo da petição à parte e,
no prazo máximo de 05 dias, fará entrega da carta. O escrivão que se negar a dar o recibo ou deixar de
entregar, sob qualquer pretexto será suspenso por trinta dias. As razões e contrarrazões devem ser
apresentadas no prazo de 2 dias. Também conta com o juízo de retratação por parte do magistrado. Na
instância superior, o recurso seguirá o rito do recurso denegado. O tribunal mandará processar o recurso,
ou se a carta estiver suficientemente instruída, julgará diretamente o recurso. A carta testemunhável não
tem efeito suspensivo. A falta de razões na carta não impede seu conhecimento. Testemunhante é o
recorrente;testemunhado é o juiz que denega o recurso.
Ação penal de caráter rescisório dirigida contra sentença condenatória transitada em julgado. È admitida
nas seguintes hipóteses:
Sentença contra texto expresso de lei ou contra a evidência dos autos.
Sentença fundada em provas falsas.
Quando surgirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstância que autorize a redução da
pena.
Tem legitimidade para figurar no pólo ativo o próprio sentenciado ou procurador habilitado. Se for ele
falecido, poderão ingressar o cônjuge, ascendente, descendente, ou irmão (CADI). Nota-se, então, que
não há prazo para a propositura da revisão criminal, podendo ocorrer o ingresso até mesmo depois da
morte do sentenciado, bem como antes da extinção da pena ou após. A revisão sempre será interposta
perante o tribunal prolator da decisão, sendo o tribunal de segunda instância o competente, quando se
impugna decisão de primeiro grau. Acolhido o pedido revisional, o tribunal poderá absolver o
sentenciado, reduzir sua pena ou declarar a nulidade do processo (art. 626 CPP).
É ação de impugnação, destinada a fazer cessar coação ou ameaça de coação a direito de locomoção da
pessoa, por ilegalidade ou abuso de poder (ou seja constrangimento ilegal).
O CPP em seu art. 648 traz enumeração do que se entende por constrangimento ilegal:
Quando houver falta de justa causa (para ação, prisão ou investigação).
Quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei.
Quando quem ordena a coação não tiver competência para fazê-lo.
Quando houver cessado o motivo que autorizou a coação.
Quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei autoriza.
Quando o processo for manifestamente nulo
Quando estiver extinta a punibilidade.
A ordem será impetrada sempre perante o órgão judiciário imediatamente superior à instância da
autoridade coatora que poderá requisitar as informações desta. Não há prazo estabelecido para a
impetração de Habeas Corpus.
Consiste no pedido de realização de novo Júri, sempre que, em razão de um único crime, tivesse sido
imposta pena de reclusão igual ou superior a vintes anos.
Foi abolido pela Lei 11.689/2008.
A norma do Art. 607 CPP é de natureza penal e (mais benéfica) aplicando-se aos réus condenados 20 ou
mais anos de reclusão, por delitos de competência do júri, cometidos antes da vigência da lei 11.689/08,
mais gravosa e irretroativa (novatio legis in pejus; parágrafo único do art. 2º CP).
Por essa orientação réus processados pelo rito do Júri, cometidos antes da lei 11.689/08, se condenados,
na vigência da nova regra extintiva, na quantidade fixada pela norma, terão direito a um segundo
julgamento.
O Art. 4º da Lei 11.689/08 contem norma processual penal, por isso de aplicação imediata, de maneira
que réus processados pelo Tribunal do Júri, cometido antes da Lei 11.689/08, se condenados a 20 ou mais
anos de reclusão, ainda que na vigência da nova regra extintiva, não terão direito a um segundo
julgamento.
HÁ DISCUSSÃO.
CORREIÇÃO PARCIAL
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
RECURSO ESPECIAL
Recurso especial entende-se como o recurso destinado a devolver ao Superior Tribunal de Justiça a
competência para conhecer e julgar questão Federal de natureza infraconstitucional, suscitada e decidida
perante os Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados e do Distrito Federal.
É interposto por meio de petição dirigida ao presidente do tribunal recorrido, dentro do prazo de cinco
dias, no caso de denegação do habeas corpus, ou quinze, no caso de mandado de segurança, com as
razões do pedido de reforma. Os autos vão com vista ao MP, para parecer em dois dias, no caso de habeas
corpus, ou cinco dias no caso de mandado de segurança. Os autos serão distribuídos ao relator, que
marcará data para o julgamento.