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SENTENÇA

ATOS JURISDICIONAIS:

1. DESPACHO: ato de mera movimentação do processo.


Quem profere: juiz ou servidor delegado (o juiz pode delegar para um servidor).
Recurso cabível: em regra não é cabível. Mas há exceções: despacho tumultuário, despacho abusivo (ex.:
juiz despacha, invertendo o procedimento): cabe correição parcial.

2. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA: é a decisão que não encerra o processo.


Há 3 subespécies:
Simples: é a que não encerra o processo, não conclui nenhuma fase do procedimento, não julga o mérito
de nenhum pedido incidental.
Ex.: recebimento de denúncia.

Mista não terminativa: é a decisão que extingue uma fase do procedimento.


Ex.: Pronúncia (contra a qual cabe RESE).

Mista terminativa (ou terminativa incidental): julga o mérito de um pedido incidental.


Ex.: prisão preventiva.

3. SENTENÇA: é o ato pelo qual o juiz encerra, termina o processo, decidindo ou não o mérito da causa.

Espécies de sentença:
Há6 espécies:
Sentença terminativa (ou decisão terminativa): extingue o processo sem julgamento do mérito.
Ex.: juiz acolhe a exceção de coisa julgada.

Sentença definitiva condenatória: o juiz julga procedente o pedido, total ou parcialmente (art. 387 CPP).

Sentença absolutória: o juiz julga improcedente o pedido, absolvendo o acusado.

Sentença declaratória extintiva da punibilidade: não condena, tampouco absolve, apenas extingue a
punibilidade.
Ex.: o juiz reconhece a prescrição; juiz concede perdão judicial.
Súmula 18, STJ: “A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade,
não subsistindo qualquer efeito condenatório”.
Sentença que julga o mérito de uma ação autônoma: hc; revisão criminal; mandado de segurança.

Sentença constitutiva: o juiz constitui uma nova situação jurídica.


Ex.: concessão de reabilitação.

Classificações da sentença:
Simples: proferida pelo juiz monocrático.

Subjetivamente plúrima: sentença de órgão colegiado (nos tribunais). Ex: acórdão.

Subjetivamente complexa: emana de várias órgãos. Ex: sentença no plenário do júri (jurados e juiz
presidente).

Sentença material: julga o mérito do pedido principal.

Sentença formal: extingue o processo sem julgar o mérito do pedido.


Obs.: coincide com o conceito de sentença terminativa.

Sentença autofágica (ou de efeito autofágico): é a sentença que reconhece um crime, reconhece a
culpabilidade do agente e declara extinta a punibilidade.
Ex.: perdão judicial.
Sentença branca: é a sentença em que o juiz remete para o próximo grau de jurisdição o julgamento de um
pedido que depende da interpretação de tratados internacionais.
Não existe no Brasil, em razão da indeclinabilidade da jurisdição.

Sentença vazia: é aquela sem nenhuma fundamentação.

Sentença suicida (ou sentença incoerente): o dispositivo não tem nada a ver com a fundamentação.

Sentença executável: pode ser executada imediatamente.

REQUISITOS FORMAIS DA SENTENÇA

Os requisitos formais, também chamados de intrínseca da sentença,


desdobram-se em:

Relatório (ou exposição ou histórico): requisito do artigo 381, I e II do CPP. È um resumo histórico do
que ocorreu nos autos, de sua marcha processual, compreendendo-se assim que inexiste a necessidade de
o magistrado expor fatos periféricos ou irrelevantes em seu relatório. Todavia deve aludir expressamente
aos incidentes e às soluções dadas às questões intercorrentes.
Obs. A lei 9099-95, prevê que é dispensável o relatório nos casos de sua competência (art. 81,§3º).
Representa uma exceção ao artigo 381, II do CPP.
Motivação (ou fundamentação): requisito pelo qual o juiz esta obrigado a indicar os motivos de fato e de
direito que o levaram a tomar a decisão (art. 381,III).É também garantia constitucional de que os
julgamentos dos órgãos do poder judiciário são públicos e fundamentadas todas as decisões sob pena de
nulidade (art. 93, IX CF – com redação determinada pela EC nº 45/04). Além do mais, deve o magistrado
apreciar toda a matéria levantada tanto pela acusação como pela defesa, sob pena de nulidade.
Obs. Denomina-se fundamentação “per relazione” aquela em que juiz ou Tribunal adota como suas as
razões de decidir ou de argumentar de outra decisão judicial ou de alguma manifestação da parte ou do
Ministério Público enquanto custos legis. Embora deva ser eivada, tal prática não nulifica a sentença ou
acórdão, uma vez que, feita a menção, é como se a fundamentação referida estivesse sendo incorporada a
decisão, ou seja como se estivesse sendo citada entre aspas, não podendo ser acoimada de carente de
motivação.
Conclusão(ou parte dispositiva): é a decisão propriamente dita, em que o juiz julga o acusado após a
fundamentação da sentença. Conforme o art. 381, o magistrado deve mencionar a indicação dos artigos
de lei aplicados (inciso IV) e o dispositivo (inciso V). É a parte do decisum em que o magistrado presta a
tutela jurisdicional, viabilizando o jus puniendi do Estado.

EMBARGOS DECLARATÓRIOS – ART. 382 CPP – qualquer das partes poderá no prazo de 2 (dois)
dias, pedir ao juiz que declare a sentença sempre que nela houver obscuridade, ambigüidade, contradição
ou omissão.

Obscuridade: quando falta clareza na redação da sentença.


Ambigüidade: quando a decisão em qualquer ponto, permitir duas ou mais interpretações.
Contradição: quando conceitos e afirmações da decisão acabam por colidir ou opor-se entre si.
Omissão: quando a sentença deixa de dizer o que era indispensável fazê-lo.

OBS.: O prazo para o pedido de declaração será de 2 dias, contados da intimação da sentença. Embora o
CPP não tenha disposto expressamente, os embargos declaratórios interrompem o prazo do recurso,
aplicando-se por analogia o disposto no art. 538 CPC, com a nova redação determinada pela lei
8.950/94. Nas infrações de competência do JEC, caberão embargos declaratórios, e o prazo será de 5
dias.

Natureza jurídica da sentença:


A sentença é uma manifestação intelectual lógica e formal emitida
pelo Estado, por meio de seus órgãos jurisdicionais, com a finalidade de encerrar um conflito de
interesses, qualificado por uma pretensão resistida, mediante a aplicação do ordenamento legal ao caso
concreto. Na sentença consuma-se a função jurisdicional, aplicando-se a lei ao caso concreto
controvertido, com finalidade de extinguir juridicamente a controvérsia.

Princípio da imodificabilidade da sentença:


A sentença, uma vez publicada, torna-se imodificável.
Exceções:
• para corrigir erros materiais (pode ser de ofício);
• para corrigir erro de cálculo;
• embargos de declaração;
• quando advém lei penal nova mais favorável (a lei nova favorável é aplicada pelo juiz da sentença, se o
processo está com ele; o tribunal, se lá está o processo; o juiz das execuções, depois da coisa julgada –
súmula 611, STF): o juiz só pode adequar a sentença e não julgar novamente.

EFEITOS DA SENTENÇA

Esgota-se com a sentença o poder jurisdicional do magistrado que a prolatou,


não podendo mais este praticar qualquer ato jurisdicional, a não ser a correção de erros materiais.

A saída do juiz da relação processual é obrigatória, porquanto, transitando a


sentença em julgado, a relação se extingue; caso haja recurso, o sujeito da relação processual que entra
como órgão do Estado é o tribunal ad quem. (se o juiz que prolatou a sentença, tenha sido nomeado juiz
de superior instância (art. 252, II), e o recurso seja encaminhado para a câmara onde ele se encontra, o
impedimento é automático).

PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO

Este princípio garantidor do direito de defesa do acusado, cuja inobservância


acarreta a nulidade da decisão.

Entende-se que deve haver uma correlação ente o fato descrito na denúncia ou
queixa e o fato pelo qual o réu é condenado. O juiz não pode julgar o acusado extra petita, ultra petita ou
citra petita; vale dizer, não pode desvincular-se o magistrado da inicial acusatória julgando o réu por fato
do qual ele não foi acusado.

EMENDATIO LIBELLI

No processo penal, o réu se defende de fatos, sendo irrelevante a classificação


jurídica constante da denúncia ou queixa. Segundo o princípio da correlação, a sentença está limitada
apenas a narrativa feita na peça inaugural, pouco importando a tipificação dada pelo acusador. Desse
modo o juiz poderá dar aos eventos delituosos descritos explicita ou implicitamente na denúncia ou
queixa a classificação jurídica que bem entender, ainda que em conseqüência venha aplicar pena mais
grave, sem necessidade de prévia vista à defesa, a qual não poderá alegar surpresa, uma vez que não se
defendia da classificação legal, mas da descrição fática da infração penal.

Dispõe o art. 383 caput do CPP, com redação determinada pela lei nº.11.719/08
“o juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição
jurídica diversa, ainda que, em conseqüência tenha que aplicar pena mais grave.
O importante é a correta descrição do fato, podendo o juiz emendar
(emendatio) a acusação (libelli) para dar-lhe a classificação que julgar a mais adequada, mesmo que
impondo pena mais severa.

Não existe qualquer limitação para a aplicação dessa regra em segunda


instância, pois não há que se falar em surpresa para as partes; entretanto, se a emendatio libelli importar
em aplicação da pena mais grave, o tribunal não poderá dar a nova definição jurídica que implique
prejuízo do réu, no caso de recurso exclusivo da defesa, sob pena de afronta do princípio que veda a
reformatio in pejus.

A lei 11.719/08 acrescentou dois parágrafos ao art.383:

§1º: se em conseqüência de definição jurídica diversa, houver possibilidade de proposta de suspensão


condicional do processo, o juiz procederá de acordo com o disposto na lei. (Súmula 337 do STJ – “É
cabível a suspensão condicional do processo na desclassificação do crime e na procedência parcial da
pretensão punitiva. (art. 89 da lei 9099-95).
§2º: se em consequência da nova definição jurídica, o crime passar a ser de competência de outro juízo os
autos deverão a este ser remetidos. Ex. competência do JEC, no qual será possível a realização da
transação penal – Art. 72 da lei 9099-95.

MUTATIO LIBELLI –

Nessa hipótese, não ocorre simples emenda na acusação, mediante correção na


tipificação legal, mas verdadeira mudança, com alteração da narrativa acusatória.

COISA JULGADA

Tem2 espécies:
1) Formal: ocorre quando preclusas as vias impugnativas (quando não cabe recurso).
- conceito: é a garantia da imutabilidade da sentença, que se projeta para dentro do processo.
- efeito: no processo ninguém pode alterar o que foi decidido.

2) Material: impede que qualquer outro juiz ou tribunal modifique o que foi julgado.

Existe coisa julgada em razão da SEGURANÇA JURÍDICA.

Função negativa da coisa julgada


O fato julgado não pode ser renovado, rediscutido (ne bis in idem processual: ninguém pode rediscutir o
que foi julgado).
Exceção: 1) revisão criminal (é possível rediscutir tudo)

Coisa julgada absoluta e relativa:


A coisa julgada, em princípio, não é absoluta no processo penal, pois cabe revisão criminal pro reo.
Mas se se trata de sentença absolutória, a coisa julgada é absoluta, pois não cabe revisão criminal pro
sociedade.

Limites da coisa julgada


Limites objetivos
A parte da sentença que faz coisa julgada é a parte decisória da sentença contida no dispositivo.

A coisa julgada sempre está vinculada a um fato, não importando sua classificação jurídica.
A descoberta de uma circunstancia não permite rejulgar o fato.

Limites subjetivos da coisa julgada


A coisa julgada serve para as partes do processo.

QUADRO GERAL

SENTENÇA – é o ato pelo qual o juiz extingue o processo decidindo ou não o mérito da causa .
Tomando-se essa definição, que é de sentença stricto sensu, no processo penal, podemos classificar as
sentenças em:
- CONDENATÓRIA – aquelas que acolhem a pretensão punitiva estatal, ainda que parcialmente.
- ABSOLUTÓRIAS – aquelas que não acolhem a pretensão punitiva estatal. Dividem-se em: - próprias –
as absolutórias puras, que não impõem qualquer restrição ao acusado (art. 386 CPP)
- impróprias – as sentenças que apesar de absolutórias, impõem ao réu medida restritiva, qual
seja, a medida de segurança.

- TERMINATIVAS DE MÉRITO – aquelas que julgam o mérito da causa, sem contudo, condenar ou
absolver o acusado. É o que ocorre na sentença que declara a extinção da punibilidade.

PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO

O princípio da correlação estabelece que deve haver adequação entre o fato narrado na denúncia
e aquele pelo qual o réu é condenado. Para que exista a devida correlação, prevê o CPP dois institutos que
devem ser observados pelo magistrado, de acordo com que o caso exigir.

EMENDATIO LIBELLI (art. 383 do CPP)

Estabelece o art. 383 do CPP que o juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia
ou queixa, pode dar-lhe definição jurídica diversa daquela constante na peça inicial, mesmo que tenha de
aplicar pena mais grave. O magistrado assim agindo, não altera a acusação, mas apenas corrige a
captulação legal, que o autor da ação atribui ao fato.
Se em decorrência da nova classificação houver possibilidade de proposta de suspensão
condicional do processo (art. 89 da Lei 9099/95, o juiz deverá adotar as medidas previstas para a sua
propositura (§1º). Se contudo, verificar que se trata de infração da competência de outro juízo,
encaminhará a estes os autos (§2º).

MUTATIO LIBELLI (ART. 384 DO CPP).

Aqui não ocorre mudança apenas na captulação do delito, mas implica o surgimento de uma
prova nova de elemento ou circunstância da infração penal não contida na inicial, que altera a definição
do fato. Nesse caso o Ministério Público devera aditar a denúncia ou a queixa subsidiária, no prazo de 05
(cinco) dias , podendo arrolar por seu turno, até 3 (três) testemunhas . Admitindo o aditamento, o juiz, a
requerimento de qualquer das partes, designará dia e hora para audiência, com inquirição de testemunhas ,
novo interrogatório do acusado, e realização de debates e julgamento. Anote-se que na sentença o juiz
está adstrito aos termos do aditamento.
Da mesma forma, se em decorrência da nova classificação houver possibilidade de proposta de
suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei 9099/95), o juiz deverá adotar as medidas previstas
para a sua propositura. Se contudo verificar que se trata de infração da competência de outro juízo,
encaminhará a este os autos.
RECURSOS

CONCEITO – recurso é o meio de impugnação de uma decisão, visando a sua anulação ou reforma.
Decorre do princípio do duplo grau de jurisdição.

Duplo grau de jurisdição


Conceito: Deve ser entendido como a possibilidade de reexame integral da decisão do juízo a quo a ser
confiado a órgão jurisdicional diverso do que a proferiu e de hierarquia superior na ordem judiciária.
Tanto questões de fato, de direito e de matéria probatória.

PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL


Quando um tribunal /juiz de 1ª instancia vai julgar um recurso vai fazer duas análises, dois juízos em
momentos distintos.
Juízo de admissibilidade do recurso/ juízo de prelibação
Num primeiro momento analisará se vai ou não apreciar o recurso, se presentes ou não os pressupostos
objetivos e subjetivos de admissibilidade recursal. Essa análise é feita tanto pelo juízo a quo, quanto pelo
juízo ad quem. Quem vai decidir ao final é este último. A consequência da presença dos pressupostos de
admissibilidade é o conhecimento do recurso. A partir do momento em que o recurso é conhecido pelo
tribunal, o julgamento substituirá a decisão recorrida no ponto que tiver sido objeto de impugnação,
independentemente do provimento ou não recurso (efeito substitutivo). Art.512 do CPC: o julgamento
proferido pelo tribunal substituirá a sentença ou a decisão recorrida no que tiver sido objeto de recurso.

PRESSUPOSTOS OBJETIVOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL


Cabimento
A decisão impugnada deve estar sujeita a recurso previsto em lei.

Adequação
O recorrente deve utilizar a impugnação correta para questionar a decisão.
Essa adequação acaba sofrendo uma mitigação pelo princípio da fungibilidade, que consiste na
possibilidade de um recurso não adequado ser conhecido como se fosse o instrumento correto, desde que
não haja má-fé por parte do recorrente (art.579 do CPP).

Tempestividade
O recurso deve se interposto no prazo correto, sob pena de preclusão temporal.
No processo penal primeiro interpõe a petição do termo de interposição e depois junta às razões recursais,
mas pode ser feito tudo de uma única vez.
Ex.: art.600 do CPP – apelação, a interposição são 5 dias e as razões poderão ser apresentadas em 8 dias.
A tempestividade deve ser aferida em virtude da data da interposição do recurso, sendo que a
apresentação de razões recursais fora do prazo é tida pela jurisprudência como mera irregularidade.

PRAZOS RECURSAIS
48 horas – Carta Testemunhável
Só pode contar esse prazo em horas se no mandado de intimação tiver a certificação da hora da intimação.
Se não consta, o prazo será contado em 2 dias.

2 dias –Embargos de declaração na 1ª (art.382 do CPP)e na 2ª instância.

5 dias – apelação, Rese, Protesto por Novo Júri*, Agravos (Súmula 700 do STF: é de 5 dias o prazo par a
interposição de agravo contra decisão do juiz da execução penal), Correição Parcial (conhecida também
como Reclamação: prevista nos regimentos internos dos tribunais, serve para corrigir error in procedendo
do magistrado que cause tumulto no processo, e desde que não haja recurso legal cabível contra tal
decisão), Embargos de declaração nos Juizados e Recurso Ordinário para o STF/STJ (ROC – lei 8.038/90
no art.30).

10 dias – Embargos Infringentes e de Nulidade

15 dias – RE e REsp.

20 dias –REse contra lista dos jurados

Inexistência de fato extintivo do direito de recorrer


O fato extintivo na verdade vai acontecer durante a tramitação do recurso.
O recurso estava tramitando e um fato surge e produzirá a extinção do recurso, é chamada de extinção
anômala do recurso.

Hipóteses de extinção anômala:


Desistência do recurso - durante o trâmite do recurso.
Pode desistir o acusado, o defensor. O MP de acordo com o art.576 do CPP não pode desistir.
Deserção
Deserção por falta de preparo
Pagamento das custas processuais. Art.806, §2º: a falta de pagamento das custas, nos prazos fixados em
lei, ou marcados pelo juiz, importará a renúncia a diligencia ou deserção do recurso interposto.
Essa deserção, somente se aplica ao recurso do querelante nas ações penais exclusivamente privadas, e
desde que o mesmo não seja beneficiário da justiça gratuita.

PRESSUPOSTOS RECURSAI DE NATUREZA SUBJETIVA


Legitimidade recursal
Art.577 do CPP: o recurso poderá ser interposto pelo MP, querelante, ou pelo réu......
Podem recorrer: MP; querelante; acusado; defensor; assistente da acusação.

Interesse recursal
Para que se possa recorrer, deve ser demonstrado interesse recursal, o qual está relacionado à
sucumbência, que é uma situação de desvantagem jurídica oriunda da emergente decisão recorrida.

EFEITOS DOS RECURSOS


Efeito substitutivo
Caso o recurso seja conhecido, a decisão proferida pelo tribunal tem o condão de substituir a decisão
recorrida naquilo que tiver sido objeto de impugnação, ainda que seja negado provimento ao recurso.
Quando o recurso é conhecido, a decisão do tribunal substitui a decisão recorrida, no que tiver sido objeto
de recurso, conforme art.512 do CPP.
É importante para saber em qual juízo será impugnada a revisão criminal.

Efeito devolutivo
Consiste na devolução da matéria impugnada para reexame ao juízo ad quem, para que confirme,
reforme, integre ou invalide a decisão recorrida (tantum devolutum quantum apelatum).

Esse efeito devolutivo é mitigado pelo princípio da reformatio in mellius: em favor do acusado é possível
que o tribunal aprecie questões que sequer foram impugnadas em eventual recurso da acusação ou da
defesa.
O efeito devolutivo está presente em todo e qualquer recurso.

Efeito suspensivo
O efeito suspensivo consiste no impedimento da eficácia da decisão recorrida diante da interposição do
recurso. Mas o certo é dizer que a suspensividade do recurso tem início com a publicação da decisão,
porque quando uma decisão é publicada e ainda estamos dentro do prazo recursal, o efeito suspensivo já
está produzindo efeitos, independentemente da interposição do recurso. Caso o recurso seja interposto, os
efeitos da decisão ficarão sobrestados até a decisão final.

*Apelação contra sentença condenatória tem efeito suspensivo, enquanto que a apelação contra sentença
absolutória não é dotada de efeito suspensivo.

Efeito regressivo/ iterativo/ diferido


Consiste na devolução da matéria impugnada ao mesmo órgão jurisdicional que prolatou a decisão
recorrida em casos que há juízo de retratação: REse, agravo em execução.
O art.589 do CPP diz que o REse tem juízo de retratação e o juiz pode em 2 dias reformar ou manter o
despacho que mandará instruir o recurso com os traslados necessários.

Efeito extensivo
Quando a decisão do tribunal estiver fundamentada em motivos de natureza objetiva, seus efeitos serão
extensivos aos demais acusados, mesmo que estes não tenham recorrido (art.580 do CPP).

PRINCÍPIOS
Princípio da voluntariedade
A parte recorre se quiser.
Aplica-se mesmo ao MP e a defensores públicos e dativos.
Há exceção desse princípio nas hipóteses de recurso de ofício/ reexame necessário/ duplo grau
obrigatório.

Princípio da unirrecorribilidade
Se cabível recurso contra determinada decisão, será cabível apenas um recurso.

Princípio da non reformatio in pejus


Em um recurso exclusivo da defesa a situação do acusado não poderá ser agravada pelo tribunal, nem
mesmo em se tratando de um erro material.
É vantajoso ao acusado e advogado recorrer, por essa razão.
O tribunal não pode prejudicar o acusado.

O art.617 do CPP traz esse princípio: No julgamento das apelações poderá o tribunal, câmara ou turma
proceder a novo interrogatório do acusado, reinquirir testemunhas ou determinar outras diligências.
No art.626, parágrafo único é usado também na revisão criminal:Julgando procedente a revisão, o
tribunal poderá alterar a classificação da infração, absolver o réu, modificar a pena ou anular o
processo.
De qualquer maneira, não poderá ser agravada a pena imposta pela decisão revista.

Non reformatio in pejus indireta: em um recurso exclusivo da defesa, caso o tribunal anule a decisão
recorrida, a situação do acusado não poderá ser agravada pelo juízo a quo por ocasião da nova decisão a
ser proferida. Quem não pode agravar é o juiz de 1ª instância.

RECURSOS EM ESPÉCIE

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO (art. 581 CPP)

As decisões interlocutórias no processo penal em regra, são irrecorríveis, salvo se porventura listadas no
rol do art.581 do CPP.
O recurso em sentido estrito possibilita ao próprio juiz recorrido uma nova apreciação da questão antes da
remessa dos autos à segunda instância - o que se denomina juízo de retratação. Se ele o fizer a parte
contrária, por simples petição, poderá recorrer da nova decisão, se for recorrível, não podendo mais o juiz
modificá-la.
O prazo para sua interposição é de 05 (cinco) dias. As razões devem ser apresentadas em 02 dias e no
mesmo prazo as contrarrazões (art. 588 do CPP). Na hipótese que impugna a lista geral dos jurados, o
prazo é de 20 dias e o recurso deve ser endereçado ao Presidente do Tribunal de Justiça.

1. Rol taxativo do art.581 do CPP - Para parte da doutrina o art. 581 do CPP traz um rol taxativo (posição
tradicional da doutrina). Para uma doutrina mais moderna, é perfeitamente possível a interpretação
extensiva do rol do art.581 do CPP quando ficar clara a intenção da lei de também abranger aquela
hipótese;

APELAÇÃO (art. 593 CPP)

É o recurso interposto das sentenças definitivas de condenação ou absolvição e das decisões definitivas ou
com força de definitiva, quando não caiba recurso em sentido estrito.
Art. 593, III CPP – caberá apelação das decisões proferidas pelo tribunal do Júri quando:
- ocorrer nulidade posterior a pronuncia;
- a sentença do juiz presidente for contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados;
- houver erro ou injustiça na aplicação da pena;
- decisão dos jurados for manifestamente contrária à prova dos autos.

Reforma: a Lei nº 11.689/08 extinguiu a possibilidade de recurso em sentido estrito para impronúncia e
absolvição sumária. Nesses casos, cabe apelação.
O prazo para a interposição da apelação é de 05 (cinco) dias e para apresentação das razões é de 8 (oito)
dias, o mesmo para as contrarrazões. Na lei 9099/95, o prazo é de 10 (dez) dias, com razões já inclusas.

Materialização do duplo grau de jurisdição


Pode ser devolvida ao tribunal tanto matéria de fato quanto de direito.

2. Hipóteses de cabimento (art. 593)


sentença condenatória ou absolutória proferida por juiz singular;

decisões definitivas ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular, desde que não seja cabível
REse;
Decisões definitivas são aquelas que extinguem o processo sem julgamento do mérito, bem como aquelas
que resolvem o procedimento incidental de maneira definitiva.

decisões proferidas pelo Júri.

3. Procedimento da apelação
A interposição da apelação deverá se dar em 5 dias e depois apresentar as razões em mais 8 dias.
A petição de razões apresentada fora do prazo será mera irregularidade, o que importa é a interposição.
Nos Juizados a interposição deverá ser apresentada com as razões em 10 dias, não há fracionamento.

EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE


(art. 609, parágrafo único do CPP)
São recursos distintos. Embargos Infringentes: discutem questões relacionadas ao mérito da causa;
Embargos de Nulidade: quando discutir determinados vícios processuais.

São recursos cabíveis quando não for unânime decisão de segunda instância prejudicial ao acusado, no
julgamento de recurso em sentido estrito e de apelação ( e agravo em execução, para alguns). Trata-se
portanto de recurso exclusivo da defesa
Diferenciam-se os recursos apenas pela matéria neles veiculada. Os infringentes versam sobre matéria de
mérito, e os de nulidade, sobre questão processual, ou como o próprio nome diz, nulidades. Só pode ser
matéria de discussão dos embargos a matéria divergente, desfavorável ao acusado.
O prazo para oposição é de 10 dias.

Pressupostos:
decisão proferida por tribunal;
Não cabe contra uma decisão de juiz de 1ª instância.
A doutrina inclui no tribunal as Turmas Recursais.

Decisão não unânime;


O voto vencido funciona como o limite dos embargos.

Se houver divergência entre os 3 votos, prevalecerá o voto intermediário.

Só serão cabíveis embargos, em decisão não unânime no julgamento de apelação, REse e, para alguns
doutrinadores, agravo em execução;
A decisão deve ser desfavorável ao acusado.

Procedimento
Os embargos deverão ser apresentados por meio de petição escrita (já acompanhada das razões) no prazo
de 10 dias, nunca por termo.

Competência para julgamento dos embargos


Quem julga os embargos infringentes e de nulidade?
Depende do regimento interno do tribunal. Há dois hipóteses:
1ª: os embargos serão julgados pela mesma Câmara ou Turma, porém, em sua composição plena (5
desembargadores). Neste caso, os embargos serão dotados de juízo de retratação. Adotado por SP.

2ª: os embargos serão julgados por uma Câmara ou Turma distinta, ou seja, não haverá juízo de retratação
(RJ).

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (arts. 382 e 619 CPP)


Recurso que é cabível contra toda e qualquer decisão obscura, contraditória, dúvida.

È o recurso endereçado ao próprio prolator da decisão, seja juiz ou tribunal, a fim de declarar isto,
esclarecer ou complementar a decisão que contenha obscuridade, ambigüidade, contradição ou omissão.
No CPP o prazo para interposição é de 02 dias , tendo como efeito a interrupção do prazo dos demais
recursos. Já na lei 9099/95, o prazo é de 05 dias , tendo como efeito a suspensão do prazo dos demais
recursos.

Previsão nos art.382 do CPP: Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias, pedir ao juiz que
declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão.; art.619
do CPP: Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras ou turmas, poderão ser opostos
embargos de declaração, no prazo de 2 (dois) dias contado da sua publicação, quando houver na
sentença ambigüidade, obscuridade, contradição ou omissão.
Na Lei dos Juizados são previstos no art.83: Caberão embargos de declaração quando, em sentença ou
acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão ou dúvida.

CPP JECRIM
Prazo de 2 dias. Prazo de 5 dias.
Interrupção do prazo para outro recurso. Suspensão dos demais prazos recursais (Opostos
contra sentença).
Em caso de: obscuridade, ambiguidade, Em caso de: obscuridade, contradição, omissão e
contradição ou omissão. dúvida
Somente por escrito. Pode ser por escrito ou oral.

Embargos de declaração com fim de prequestionamento


De modo a preencher os requisitos de admissibilidade dos RE, é plenamente possível a oposição de
embargos declaratórios com fim de prequestionamento, os quais não têm caráter protelatório.

Súmula 356 do STF:O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios,
não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento.

Súmula 98 do STJ:Embargos de declaração manifestados com notório propósito de prequestionamento


não têm caráter protelatório.

CARTA TESTEMUNHÁVEL(art. 639 CPP)

Recurso cabível da decisão que não recebe ou nega seguimento ao recurso em sentido estrito (e, para
alguns, do agravo em execução). Deve ser requerida, no prazo de 48 hs ao escrivão diretor do Cartório
judicial, com indicação das peças que formarão o instrumento. O escrivão dará recibo da petição à parte e,
no prazo máximo de 05 dias, fará entrega da carta. O escrivão que se negar a dar o recibo ou deixar de
entregar, sob qualquer pretexto será suspenso por trinta dias. As razões e contrarrazões devem ser
apresentadas no prazo de 2 dias. Também conta com o juízo de retratação por parte do magistrado. Na
instância superior, o recurso seguirá o rito do recurso denegado. O tribunal mandará processar o recurso,
ou se a carta estiver suficientemente instruída, julgará diretamente o recurso. A carta testemunhável não
tem efeito suspensivo. A falta de razões na carta não impede seu conhecimento. Testemunhante é o
recorrente;testemunhado é o juiz que denega o recurso.

AGRAVO EM EXECUÇÃO (ART. 197 DA Lei nº. 7.210/84)


É recurso cabível de todas as decisões proferidas pelo Juízo das Execuções Criminais, tais como
unificação de penas, progressão de regime, saída temporária, livramento condicional, entre outras. Por
falta de previsão legal, segue o mesmo procedimento do recurso em sentido estrito, incluindo o prazo de 5
dias para a interposição e 2 dias para a apresentação de razões e contrarrazões, admitindo-se também, o
juízo de retratação.

REVISÃO CRIMINAL (ART. 621 CPP)

Ação penal de caráter rescisório dirigida contra sentença condenatória transitada em julgado. È admitida
nas seguintes hipóteses:
Sentença contra texto expresso de lei ou contra a evidência dos autos.
Sentença fundada em provas falsas.
Quando surgirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstância que autorize a redução da
pena.

Tem legitimidade para figurar no pólo ativo o próprio sentenciado ou procurador habilitado. Se for ele
falecido, poderão ingressar o cônjuge, ascendente, descendente, ou irmão (CADI). Nota-se, então, que
não há prazo para a propositura da revisão criminal, podendo ocorrer o ingresso até mesmo depois da
morte do sentenciado, bem como antes da extinção da pena ou após. A revisão sempre será interposta
perante o tribunal prolator da decisão, sendo o tribunal de segunda instância o competente, quando se
impugna decisão de primeiro grau. Acolhido o pedido revisional, o tribunal poderá absolver o
sentenciado, reduzir sua pena ou declarar a nulidade do processo (art. 626 CPP).

HABEAS CORPUS (ART. 5º, LXVIII CF E ART. 647 CPP)

É ação de impugnação, destinada a fazer cessar coação ou ameaça de coação a direito de locomoção da
pessoa, por ilegalidade ou abuso de poder (ou seja constrangimento ilegal).
O CPP em seu art. 648 traz enumeração do que se entende por constrangimento ilegal:
Quando houver falta de justa causa (para ação, prisão ou investigação).
Quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei.
Quando quem ordena a coação não tiver competência para fazê-lo.
Quando houver cessado o motivo que autorizou a coação.
Quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei autoriza.
Quando o processo for manifestamente nulo
Quando estiver extinta a punibilidade.

A ordem será impetrada sempre perante o órgão judiciário imediatamente superior à instância da
autoridade coatora que poderá requisitar as informações desta. Não há prazo estabelecido para a
impetração de Habeas Corpus.

MANDADO DE SEGURANÇA EM MATÉRIA CRIMINAL

Ação de natureza constitucional , de rito sumaríssimo e fundamento constitucional, destinada a proteger


direito líquido e certo não amparado por Habeas Corpus ou Habeas Data, quando o responsável pela
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público (Art. 5º, LXIX CF). Só pode concedido diante de direito líquido e certo, isto
é, direito apto a ser comprovado de plano, mediante prova documental. Ilegalidade – é a desconformidade
de atuação ou omissão do agente público ou delegado, em relação à lei. Abuso de poder – ocorre quando
a autoridade tem competência para praticar o ato, realiza-o com finalidade diversa daquela prevista em lei
(desvio de poder) ou quando a autoridade, embora competente e observando as formalidades legais,
ultrapassa os limites que lhe eram permitidos por lei (excesso de poder). Impetrado tanto contra
autoridade civil como criminal.

PROTESTO POR NOVO JÚRI

Consiste no pedido de realização de novo Júri, sempre que, em razão de um único crime, tivesse sido
imposta pena de reclusão igual ou superior a vintes anos.
Foi abolido pela Lei 11.689/2008.
A norma do Art. 607 CPP é de natureza penal e (mais benéfica) aplicando-se aos réus condenados 20 ou
mais anos de reclusão, por delitos de competência do júri, cometidos antes da vigência da lei 11.689/08,
mais gravosa e irretroativa (novatio legis in pejus; parágrafo único do art. 2º CP).
Por essa orientação réus processados pelo rito do Júri, cometidos antes da lei 11.689/08, se condenados,
na vigência da nova regra extintiva, na quantidade fixada pela norma, terão direito a um segundo
julgamento.
O Art. 4º da Lei 11.689/08 contem norma processual penal, por isso de aplicação imediata, de maneira
que réus processados pelo Tribunal do Júri, cometido antes da Lei 11.689/08, se condenados a 20 ou mais
anos de reclusão, ainda que na vigência da nova regra extintiva, não terão direito a um segundo
julgamento.
HÁ DISCUSSÃO.

CORREIÇÃO PARCIAL

Correição parcial é uma providência administrativo-judiciária contra despacho do juiz que


importe em inversão tumultuária do processo, sempre que não houver recurso específico previsto em lei.
Criado pelo Decreto-Lei Estadual nº. 14.234 de 16 outubro de 1944. A lei Estadual nº. 8.040 de 13 de
dezembro de 1963, estabeleceu ser de cinco dias o prazo para sua interposição e que seu processamento
seria o mesmo do agravo de instrumento. O decreto Lei Complementar nº. 3 de 27 de agosto de 1969
Código Judiciário do Estado de São Paulo, no seu art. 94 – ouvido sempre o Ministério Público. Na esfera
Federal encontra previsão na Lei 5.010 de 30 de maio de 1966. Tem legitimidade para interpor o réu, o
MP, o querelante e o assistente de acusação. Esse recurso objetiva corrigir o erro cometido pelo juiz em
ato processual, que provoque inversão tumultuária no processo (error in procedendo). Não é adequada a
correição quando se pretende impugnar error in judicando, ou seja, quando seu objeto versar sobre
decisão que envolve matéria de mérito. De acordo com as novas regras da Lei 9.139 de 30 de novembro
de 1995: o prazo de interposição será de 10 dias, de acordo com o art. 522 CPC, a contar da ciência do
despacho impugnado; a petição será dirigida diretamente ao tribunal competente, contendo a exposição
do fato e do direito e as razões do pedido da reforma da decisão; deverão integrar o instrumento cópia da
decisão recorrida, da decisão da respectiva intimação e outras peças que o corrigente entender úteis;
recebida e distribuída a correição, o relator poderá requisitar informações do juiz, que as prestará no prazo
de 10 dias, podendo ser atribuído efeito suspensivo ao recurso; o corrigido será intimado para apresentar
as suas contrarrazões em 10 dias; em seguida manifesta-se o MP, salvo quando este for o próprio
corrigente, e os autos irão para julgamento, a menos que o juiz comunique que reformou a decisão. (a
correição em regra não terá efeito suspensivo. Corrigente é o recorrente; corrigido é o recorrido.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO

É o recurso destinado a devolver ao Supremo Tribunal Federal a competência para conhecer e


julgar questão federal de natureza constitucional, suscitada e decidida em qualquer tribunal do país, ou
seja, é aquele interposto perante o STF das decisões judiciais em que não mais caiba recurso ordinário.
Tem como finalidade, antes de constituir um instrumento voltado à correção de equívocos ocorridos nos
julgamentos das causas judiciais pelos órgãos da instância inferior, é conferir aplicação uniforme ao
direito constitucional, a fim de garantir a autoridade e a unidade da Constituição Federal em todo
território brasileiro, haja vista ser ela o fundamento e a condição de validade de todo o ordenamento
nacional. Condições de admissibilidade: causa decidida em única ou ultima instância; prequestionamento;
questão federal de natureza constitucional (contrariar dispositivo desta Constituição; declarar a
inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; julgar válida lei ou ato do governo local contestado em
face desta Constituição; julgar válida lei local contestada em face de lei federal;)

RECURSO ESPECIAL

Recurso especial entende-se como o recurso destinado a devolver ao Superior Tribunal de Justiça a
competência para conhecer e julgar questão Federal de natureza infraconstitucional, suscitada e decidida
perante os Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados e do Distrito Federal.

RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL

No Supremo Tribunal Federal, o recurso é cabível:


- das decisões dos Tribunais Superiores que julgarem em única instância o mandado de segurança ,
habeas data, o habeas corpus e o mandado de injunção, desde que denegatórios (art. 102, II, a CF)
- das decisões referentes a crimes políticos, previstos na Lei de Segurança Nacional (art. 102, II, b CF).
No caso o recurso é chamado de Recurso Criminal Ordinário Constitucional, e que a competência para
julgamento destes crimes é da Justiça Federal (art. 109, IV CF).

No Superior Tribunal de Justiça, este recurso é cabível;


- das decisões denegatórias de habeas corpus, proferida em única ou última instância, pelos Tribunais
Regionais Federais, ou pelos Tribunais dos Estados e do Distrito Federal (art. 105, II, a CF)
- das decisões denegatórias de mandado de segurança, proferidas em única instância pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados e do Distrito Federal (art. 105, II, b CF).
- das decisões proferidas em causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional
de um lado, e, do outro, município ou pessoa residente ou domiciliada no país (art. 105, II, c CF).

É interposto por meio de petição dirigida ao presidente do tribunal recorrido, dentro do prazo de cinco
dias, no caso de denegação do habeas corpus, ou quinze, no caso de mandado de segurança, com as
razões do pedido de reforma. Os autos vão com vista ao MP, para parecer em dois dias, no caso de habeas
corpus, ou cinco dias no caso de mandado de segurança. Os autos serão distribuídos ao relator, que
marcará data para o julgamento.

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