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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO TOCANTINS - UNITINS

CAMPUS AUGUSTINÓPOLIS - BACHARELADO EM DIREITO


7º PERÍODO-NOTURNO

JOSE RENATO LOPES MONTEIRO

Nº de Matrícula: 2020101600400288

FICHAMENTO

Trabalho apresentado na
disciplina de Direito Processual
Penal III para obtenção parcial de
nota.

Professora: Esp. Tiago Alencar


Cruz

AUGUSTINÓPOLIS

2023
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7º PERÍODO-NOTURNO

Fichamento do livro: LOPES Jr. Aury. Direito Processual Penal. 17 ed. São Paulo:
Saraiva, 2020/2019.

“[...] O fundamento do sistema recursal gira em torno de dois argumentos: falibilidade


humana e inconformidade do prejudicado (até porque consciente da falibilidade do
julgador).” pág. [1.181]

Assim, o recurso pode ser muito bem descrito como o inconformismo da parte com a
sentença prolatada, bem como a possibilidade da falibilidade humana, o que não pode ser
desconsiderada e nem tampouco vista de uma forma que não mereça um segundo exame, por
outro juízo, ou até levar a mais alta corte do país. Ademais, o ser humano tem predisposição a
não aceitar decisões que entendem ferir seu direito, sua liberdade e sua compreensão. Desse
modo, o recurso visa a satisfação de uma necessidade psicológica do ser humano.

“[...] Problema concreto surge nos crimes que, por decorrência da prerrogativa de função do
agente, são julgados originariamente pelos tribunais. É o caso de um deputado estadual que
cometa um delito de homicídio, que, como vimos no estudo da competência, será julgado
pelo Tribunal de Justiça do respectivo Estado. Dessa decisão, poderá a parte prejudicada
interpor apenas recurso especial (STJ) e/ou recurso extraordinário (STF), com uma série de
restrições para sua admissibilidade e, principalmente, restrito(s) à discussão de matéria de
direito. Não há mais espaço para discussão sobre o mérito ou mesmo a prova (não confundir
com a discussão – permitida – sobre o regime legal da prova). E se o agente for um Ministro
de Estado, cujo julgamento é originariamente atribuído ao Supremo Tribunal Federal (art.
102, I, “c”, da Constituição), como se dará o duplo grau de jurisdição? Não haverá. pág.
[1.184/1.185].

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O foro especial por prerrogativa de função é destinado a assegurar a independência e o livre


exercício de determinados cargos e funções. Significa que o titular desses cargos se submete a
investigação, processo e julgamento por órgão judicial previamente designado, que não é o
mesmo para as pessoas em geral. Há, nesses casos, um completo esvaziamento da garantia do
duplo grau de jurisdição em benefício da prerrogativa funcional e do julgamento originário
por um órgão colegiado, predomina o entendimento de que a Constituição pode restringir a
garantia do duplo grau de jurisdição e assim o faz, quando fixa os casos de julgamento
originário pelos tribunais.

“[...] Tradicionalmente, aos recursos no processo penal são atribuídos efeitos, nos moldes do
processo civil, de caráter devolutivo e suspensivo. Não há que se desconsiderar que todo e
qualquer recurso impede que a decisão faça coisa julgada formal (e, portanto, também
material). Mas, além desse efeito impeditivo da coisa julgada, os recursos podem ter os
seguintes efeitos:.” [ pág. 1.193].

Devolutivo: A interposição de um recurso, explica MANZINI , devolve total ou parcialmente


o julgamento (el juicio) relativo a providência impugnada à competência funcional do juiz ou
tribunal definido. Toda a impugnação produz o efeito devolutivo, mas este pode ser mais ou
menos completo segundo o recurso se refira a toda decisão ou somente a alguma parte dela.
Suspensivo: por efeito suspensivo se entende aquele obstáculo legal a que a sentença
proferida possa surtir todos os seus efeitos antes do trânsito em julgado. Tal efeito determina
a impossibilidade de executar-se a resolução judicial recorrida. Como regra, os recursos
proferidos contra a sentença penal condenatória devem ter efeito suspensivo, assegurando-se
ao réu o direito de recorrer em liberdade e assim permanecer até o trânsito em julgado. Isso
porque, no processo penal, a liberdade é a regra; e a prisão, uma exceção. Mas isso não
impede a prisão do imputado nesse momento, pois, como veremos, bastará a existência

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fundamentada de periculum libertatis (art. 312) para que o réu seja preso. Insta salientar que,
deve-se ter muito cuidado com o “efeito suspensivo”, ou melhor, sua ausência, no caso de
recurso contra decisão condenatória.

“[...] Os recursos obrigatórios, também chamados de reexame necessário ou recursos de


ofício, estão previstos no art. 574 do CPP, nos seguintes termos: Art. 574. Os recursos serão
voluntários, excetuando-se os seguintes casos, em que deverão ser interpostos, de ofício, pelo
juiz: I – da sentença que conceder habeas corpus; II – da que absolver desde logo o réu com
fundamento na existência de circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena, nos
termos do art. 411. A esses dois casos deve-se acrescentar um terceiro, que é o recurso de
ofício da decisão que concede a reabilitação, como determina o art. 746 do CPP. ”. [pág.
1.190/1.901]

Há várias classificações de recursos expostas na doutrina em questão e quanto ao recurso de


ofício é abordada algumas críticas doutrinas. Desse modo, como ponto dessa crítica, o
conceito de recurso está vinculado à ideia de ser um remédio processual da parte que sofreu o
gravame; portanto, juiz não é parte e tampouco sofre gravame por sua própria decisão. É
manifesta a ilegitimidade e a falta de interesse do juiz em recorrer da decisão que ele mesmo
proferiu. Também constitui uma indevida incursão do juiz num campo que não lhe pertence,
qual seja, da iniciativa acusatória. Se considerarmos o recurso como uma extensão do direito
de ação ou a continuidade do exercício da pretensão acusatória, é manifesta a
inconstitucionalidade do recurso de ofício, na medida em que incompatível com o art. 129, I,
da Constituição.

“[...] Significa que o sistema recursal permite que um recurso (errado) seja conhecido no
lugar de outro (correto), a partir de uma noção de substitutividade de um recurso por outro.

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Mas esse princípio não legitima o conhecimento de qualquer recurso (errado) no lugar de
outro, correto. Para isso, o art. 579 prevê que um recurso poderá ser conhecido por outro,
desde que afastada a má-fé do recorrente ``. [pág. 1.197/1.198]

A aplicação do princípio da fungibilidade pressupõe que, por erro justificado, a parte tenha se
utilizado de recurso inadequado para impugnar a decisão recorrida e que, apesar disso, seja
possível extrair de seu recurso a satisfação dos pressupostos recursais do recurso apropriado..

“[...] Unirrecorribilidade Determina o art. 593, § 4º, do CPP, que quando cabível a apelação,
não poderá ser usado o recurso em sentido estrito, ainda que somente de parte da decisão se
recorra. [pág. 1.199].

Em suma, a unirrecorribilidade tem por base o seguinte princípio: contra uma decisão, caberá
apenas um recurso. Mas essa regra possui exceções, como por exemplo, o seguinte caso: um
acórdão pode violar, simultaneamente, uma lei federal e também a Constituição. Nesse caso,
para evitar a preclusão, deverá a parte interessada interpor, no mesmo prazo de 15 dias, os
dois recursos (especial e extraordinário), ainda que o último fique sobrestado, aguardando o
julgamento do primeiro.

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