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PROCESSO PENAL II

AULA 3

CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS JURISDICIONAIS

1. Atos processuais. Os atos decisórios: sentença - conceito;


sentença absolutória e condenatória; requisitos; sentenças
executáveis, não executáveis e condicionais; sentenças
simples e sentenças subjetivamente complexas.
2. Correlação entre acusação e sentença; emendatio libelli e
mutatio libelli.
3. Decisões definitivas ou com força de definitivas.
4. Decisões interlocutórias: simples e mistas.
Atos Jurisdicionais

O juiz, no curso do processo, pratica inúmeros atos,


seja para decidir a controvérsia entre as partes, seja
para resolver questões incidentes.

Os atos processuais praticados pelo juiz, que dão


forma à relação processual, são chamados de
jurisdicionais.
Atos Jurisdicionais

1. Despachos
2. Decisões interlocutórias
3. Decisões definitivas
4. Sentenças
1. Despachos

São as decisões do magistrado sem abordar questão


controvertida, com a finalidade de dar andamento ao
processo.

Exemplos: designação de audiência, determinação da


intimação das partes, determinação da juntada de
documentos, etc.
Despachos no Código de Processo Civil (CPC)

Os despachos, segundo o CPC, são atos praticados


ex officio pelo juiz ou a requerimento da parte, sem
cunho decisório, a cujo respeito a lei não estabelece
outra forma (art. 162, §3°, CPC).

Em razão de não terem cunho decisório, os


despachos de mero expediente são irrecorríveis,
conforme prevê o art. 504 do CPC.
2. Decisões interlocutórias

São as decisões do juiz que solucionam alguma


controvérsia entre as partes, podendo ou não colocar
fim ao processo.

Podem ser simples ou mistas.


a) Decisões interlocutórias simples

São as decisões que dirimem uma controvérsia, sem


colocar fim ao processo ou a um estágio do
procedimento.

Exemplos:
- decretação de prisão preventiva;
- quebra do sigilo telefônico ou fiscal;
- determinação de busca e apreensão;
- recebimento de denúncia ou queixa, etc.
QUESTÃO: Cabe recurso de uma decisão interlocutória
simples?
RESPOSTA

Em regra, das decisões interlocutórias simples não


cabe recurso, salvo disposição expressa em contrário
(como a do art. 581, V, CPP).

Mas podem ser atacadas por outros remédios, como


o habeas corpus e o mandado de segurança.
Art. 581.  Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão,
despacho ou sentença: (RESE) são 24 incisos.
...
V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a
fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou
revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão
em flagrante;
b) Decisões interlocutórias mistas (ou com força de
definitivas)

São as decisões que resolvem uma controvérsia,


colocando fim ao processo ou a uma fase dele.

Exemplos:
- pronúncia (encerra a 1ª fase do júri);
- impronúncia;
- acolhimento de exceção de coisa julgada.
Observação
Alguns doutrinadores ainda dividem as decisões
interlocutórias mistas em duas espécies:

a) Terminativas – são as decisões que encerram o


processo sem julgar o mérito da causa.
Ex: rejeição da denúncia ou queixa; extinção da
punibilidade.

b) Não terminativas - são as decisões que encerram


uma fase do procedimento, mas não do processo.
Ex: decisão de pronúncia.
3. Decisões definitivas

São as decisões tomadas pelo juiz, colocando fim ao


processo, julgando o mérito em sentido lato, ou seja,
decidindo acerca da pretensão punitiva do Estado, mas
sem avaliar a procedência ou improcedência da
imputação.
(Guilherme de Souza Nucci)
Características

- nessas hipóteses somente chegam a afastar a


pretensão punitiva estatal, por reconhecerem presente
alguma causa extintiva da punibilidade (Ex: prescrição);

- diferem das decisões interlocutórias mistas, pois


estas, embora coloquem fim ao processo ou a uma fase
do procedimento, não avaliam a pretensão punitiva do
Estado.
4. SENTENÇA (a partir art. 381, CPP)
Atos processuais. Os atos decisórios: conceito; sentença
absolutória e condenatória; requisitos; sentenças
executáveis, não executáveis e condicionais.

Conceito

É a decisão terminativa do processo e definitiva quanto


ao mérito, abordando a questão relativa à pretensão
punitiva do Estado, para julgar procedente ou
improcedente a imputação.
Observação

O Código de Processo Penal não conceitua o termo


sentença, encargo destinado à doutrina e
jurisprudência.
Espécies de sentença

a) Condenatória - quando julga procedente, total ou


parcialmente, a pretensão punitiva;

b) Absolutória - quando não acolhe o pedido de


condenação.

Esta última se subdivide em mais duas espécies:


- própria: quando não acolhe a pretensão punitiva,
não impondo qualquer sanção ao acusado;

- imprópria: quando não acolhe a pretensão punitiva,


mas reconhece a prática da infração penal e impõe ao
réu medida de segurança.
(é uma sanção penal constritiva à liberdade, mas no
interesse da sua recuperação e cura).

Ex: Internação em hospital de custódia e tratamento


psiquiátrico (art. 96, I, CP).
Outras classificações...

- sentenças executáveis: podem ser executadas de


imediato;

- sentenças não executáveis: sobre elas pende


algum tipo de recurso e, portanto, não podem ser
executadas de imediato;

- sentenças condicionais: a sua execução fica na


dependência de um acontecimento futuro ou incerto,
como a concessão do sursis, do livramento condicional.
Outras classificações...

- sentenças subjetivamente simples: são aquelas


proferidas por apenas um sujeito, órgão monocrático ou
singular;

- sentenças subjetivamente plúrimas: são aquelas


proferidas por órgão colegiado homogêneo. Ex:
proferidas por câmaras, seções ou turmas de tribunais;

- sentenças subjetivamente complexas: são aquelas


proferidas por órgão colegiado heterogêneo. Ex:
Tribunal do Júri – jurados decidem sobre o crime e a
autoria e o juiz, sobre a sanção a ser aplicada.
Outras classificações...

- sentença citra petita: é a sentença que não julga


toda a imputação formulada pela acusação;

- sentença ultra petita: é aquela que vai além do


pedido formulado na exordial acusatória;

- sentença extra petita: é a sentença que aprecia


ilícito que não constitui objeto da imputação.
Observação

O juiz não pode julgar o acusado extra petita, ultra


petita ou citra petita; vale dizer, não pode desvincular-se
o magistrado da inicial acusatória julgando o réu por
fato do qual ele não foi acusado.

Trata-se, aqui, do princípio da correlação entre a


acusação e a sentença.
Curiosidade...

O que se entende por sentença suicida?

É a terminologia utilizada por alguns autores para a


sentença cujo dispositivo contraria as razões invocadas
na fundamentação.
Curiosidade...

O que se entende por sentença vazia?

É a terminologia utilizada por alguns autores para a


sentença com falta de fundamentação.
Requisitos das sentenças (formais ou intrínsecos)

1. Relatório: é um requisito do art. 381, I e II, do CPP. É


um resumo histórico do que ocorreu nos autos, de sua
marcha processual.

Obs. A Lei nº 9.099/95 prevê que é dispensável o


relatório nos casos de sua competência (art. 81, § 3º).
Representa uma exceção ao art. 381, II, CPP.
2. Motivação (ou fundamentação): requisito pelo qual o
juiz está obrigado a indicar os motivos de fato e de
direito que o levaram a tomar a decisão (art. 381, III).

Obs. É também uma garantia constitucional, de que os


julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário são
públicos e “fundamentadas todas as decisões, sob pena
de nulidade” (art. 93, IX, CF).
3. Conclusão (ou parte dispositiva): é a decisão
propriamente dita, em que o juiz julga o acusado após a
fundamentação da sentença.
Conforme o art. 381, o magistrado deve mencionar “a
indicação dos artigos de lei aplicados” (inciso IV) e o
“dispositivo” (inciso V).

Obs. É a parte do decisum em que o magistrado presta


a tutela jurisdicional, viabilizando o jus puniendi do
Estado.
E os requisitos extrínsecos?

Estão no art. 381, inciso VI, CPP – a data e a


assinatura do juiz.
Efeitos da sentença

- esgota-se com a sentença o poder jurisdicional do


magistrado que a prolatou, não podendo mais este
praticar qualquer ato jurisdicional, a não ser a correção
de erros materiais (art. 382);

- transitando a sentença em julgado, a relação se


extingue; caso haja recurso, o sujeito da relação
processual que entra como órgão do Estado é o tribunal
ad quem.
Art. 382.  Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois)
dias, pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela
houver obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão.
(embarguinho)
QUESTÃO: O que se entende por efeito “autofágico” da
sentença?
RESPOSTA

É a sentença que reconhece o crime e a


culpabilidade e, em seguida, julga extinta a punibilidade
do acusado.

Ex: sentença que concede o perdão judicial.


5. Correlação entre acusação e sentença; emendatio
libelli e mutatio libelli.

É a regra segundo a qual o fato imputado ao réu na


peça inicial acusatória deve guardar perfeita
correspondência com o fato reconhecido pelo juiz, na
sentença.

É o princípio garantidor do direito de defesa do


acusado, cuja inobservância acarreta a nulidade da
decisão.
emendatio libelli – art. 383, CPP

No processo penal, o réu se defende de fatos, sendo


irrelevante a classificação jurídica constante da
denúncia ou queixa.

Art. 383.  O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na


denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica
diversa, ainda que, em conseqüência, tenha de aplicar pena
mais grave.
Exemplo

A denúncia narra que Osvaldo empurrou Odair e


arrebatou-lhe a corrente do pescoço, qualificando como
furto tal episódio.
Nesse caso, nada impede seja proferida sentença
condenatória por roubo, sem ofensa ao contraditório, já
que o acusado não se defendia de uma imputação por
furto, mas da acusação de ter empurrado a vítima e
arrebatado sua corrente.
TEMA PARA DEBATE
O princípio da ampla defesa e a alteração da definição
jurídica do fato, promovida pelo juiz, na sentença.

Atualmente, vários doutrinadores defendem a


obrigatoriedade de se dar vista às partes, quando houver a
possibilidade de modificação da classificação do crime, pois
a defesa estaria pautando sua tese e sua atuação, conforme
o tipo penal envolvido na peça inaugural.
Posição do STJ

É possível, por ocasião da sentença, dar aos fatos


narrados na denúncia, nova capitulação, mesmo que esta
venha a resultar em pena mais grave, pois a defesa é feita
quanto aos fatos, logo, não ocorre quebra do princípio da
correlação entre a acusação e a sentença.
(HC 118.888/MG)
A Lei nº 11.719/2008 acrescentou dois parágrafos ao art.
383.

§ 1o  Se, em conseqüência de definição jurídica diversa, houver


possibilidade de proposta de suspensão condicional do
processo, o juiz procederá de acordo com o disposto na lei. 

§ 2o  Tratando-se de infração da competência de outro juízo, a


este serão encaminhados os autos.
No caso do § 1º, o juiz deverá proceder de acordo
com a Lei nº 9.099/95, a fim de que se possibilite a
proposta de suspensão condicional do processo pelo
MP, nas hipóteses em que esta seja possível (art. 89);

No caso do § 2º, os autos deverão ser remetidos ao


outro juízo. Ex: delito cuja competência seja dos
Juizados Especiais Criminais, no qual será possível a
realização da transação penal (art. 72).
QUESTÃO: É possível a emendatio libelli em ação penal
privada?
RESPOSTA

Sim. O art. 383, CPP é bem claro “O juiz, sem


modificar a descrição do fato contida na denúncia ou
queixa...”
mutatio libelli – art. 384, CPP

Neste caso, não ocorre simples emenda na


acusação, mediante correção na tipificação legal, mas
verdadeira mudança, com alteração da narrativa
acusatória.

Assim, a mutatio libelli implica o surgimento de uma


prova nova, desconhecida ao tempo do oferecimento da
ação penal, levando a uma readequação dos episódios
delituosos relatados na denúncia ou queixa.
Exemplo

Uma mulher foi denunciada por homicídio doloso,


acusada de matar um recém-nascido qualquer. Durante a
instrução, descobre-se que a vítima era seu filho e que a
imputada atuara sob influência do estado puerperal,
elementos não constantes da denúncia.
Neste caso não se trata de mera alteração na
classificação do fato, havendo verdadeira modificação do
contexto fático. A acusação mudou, não sendo caso de
apenas corrigir a qualificação jurídica.
Art. 384.  Encerrada a instrução probatória, se entender cabível
nova definição jurídica do fato, em conseqüência de prova
existente nos autos de elemento ou circunstância da
infração penal não contida na acusação, o Ministério Público
deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco)
dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo
em crime de ação pública, reduzindo-se a termo o aditamento,
quando feito oralmente. 
Elementares x Circunstâncias da infração penal

a) Elementares: são os componentes objetivos e


subjetivos do tipo básico penal.
Ex: “alguém” é elementar do art. 121, CP.
“coisa alheia”, “móvel”, são elementares do art. 155,
CP.

b) Circunstâncias: são particularidades que estão fora


do tipo penal básico e servem para elevar a pena;
geralmente são qualificadoras ou majorantes.
Ex: o motivo torpe no crime de homicídio.
o concurso de pessoas no crime de furto.
Exemplo

O promotor de justiça denunciou Onofre por ter


praticado crime de peculato (apropriou-se de bem móvel
particular de que tinha a posse em razão do cargo).
Durante a instrução ficou demonstrado que Onofre, ao
tempo da indevida apropriação não era mais funcionário
público.
Solução jurídica

O desaparecimento da elementar “funcionário


público” caracterizou outro delito, qual seja, o crime de
apropriação indébita, portanto, é o caso de mutatio
libelli.

Deve o promotor de justiça requerer o aditamento da


denúncia para que possa efetivar o princípio da
correlação entre a acusação e a sentença.
A vedação à aplicação da mutatio libelli em segundo grau

Súmula 453, STF: “Não se aplicam à segunda


instância o art. 384 e parágrafo único do Código de
Processo Penal, que possibilitam dar nova definição
jurídica ao fato delituoso, em virtude de circunstância
elementar não contida explícita ou implicitamente na
denúncia ou queixa”.

Obs. Esta súmula foi editada antes da mudança trazida


pela Lei nº 11.719/2008, mas continua válida.
mutatio libelli e a reforma trazida pela Lei nº 11.719/2008
A reforma processual penal corrigiu duas anomalias
jurídicas:

- impossibilitou o juiz de determinar que o MP fizesse o


aditamento; agora a lei é bem clara:

“...se entender cabível nova definição jurídica do fato, em


conseqüência de prova existente nos autos de elemento ou
circunstância da infração penal não contida na acusação, o
Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa...”
(fortalecimento do princípio acusatório)

Ler pág. 611 Livro Nucci


- a lei não fala mais em circunstância elementar, mas
empregou corretamente os termos circunstância e
elementar do crime.
Leitura dos parágrafos do art. 384 e análise do art. 385.

§ 1o  Não procedendo o órgão do Ministério Público ao


aditamento, aplica-se o art. 28 deste Código. 
(Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

Art. 385.  Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir


sentença condenatória, ainda que o Ministério Público tenha
opinado pela absolvição, bem como reconhecer agravantes,
embora nenhuma tenha sido alegada.
Análise do artigo 386, CPP
Art. 386.  O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte
dispositiva, desde que reconheça:
        I - estar provada a inexistência do fato;
        II - não haver prova da existência do fato;
        III - não constituir o fato infração penal;
     IV –  estar provado que o réu não concorreu para a infração
penal; 
      V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração
penal; 
    VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o
réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1o do art. 28, todos do Código
Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua
existência; 
        VII – não existir prova suficiente para a condenação. 
Análise do artigo 387, CPP

Art. 387.  O juiz, ao proferir sentença condenatória:

IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos


causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos
pelo ofendido; (efeito automático da sentença)
(Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
6. Intimação da sentença – art. 392, CPP

Art. 392.  A intimação da sentença será feita:


     I - ao réu, pessoalmente, se estiver preso;
    II - ao réu, pessoalmente, ou ao defensor por ele constituído,
quando se livrar solto, ou, sendo afiançável a infração, tiver
prestado fiança;
   III - ao defensor constituído pelo réu, se este, afiançável, ou
não, a infração, expedido o mandado de prisão, não tiver sido
encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça;
IV - mediante edital, nos casos do no II, se o réu e o defensor
que houver constituído não forem encontrados, e assim o
certificar o oficial de justiça;
V - mediante edital, nos casos do no III, se o defensor que o réu
houver constituído também não for encontrado, e assim o
certificar o oficial de justiça;
VI - mediante edital, se o réu, não tendo constituído defensor,
não for encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça.
§ 1o  O prazo do edital será de 90 dias, se tiver sido imposta
pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um
ano, e de 60 dias, nos outros casos.
§ 2o  O prazo para apelação correrá após o término do fixado
no edital, salvo se, no curso deste, for feita a intimação por
qualquer das outras formas estabelecidas neste artigo.
Jurisprudência do STF e STJ
A exigência de intimação pessoal, a que se refere o
art. 392 do CPP, só se aplica em relação à sentença de
primeira instância, não a acórdão.
(STF – HC 81.691/SP e STJ – HC 89.737/CE)
REFERÊNCIAS

- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e


Execução Penal , 11. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense,
2014.
- CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal, 19 ed. – São
Paulo: Saraiva, 2012.
- BARROS, Francisco Dirceu. Processo Penal para
Concursos, vol. III, Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
EXERCÍCIOS

1. A respeito do processo penal, assinale a alternativa


incorreta.

a) Não se admite, na superior instância, a aplicação da


mutatio libelli.
b) Compete à Justiça Comum julgar crime doloso contra
a vida praticado por militar contra civil.
c) No processo penal, a deficiência da defesa não
acarreta, necessariamente, a nulidade da ação penal.
d) Nos crimes de ação penal pública, tendo o Ministério
Público, nas ações finais, postulado pela absolvição do
réu, não poderá o juiz, nesse caso, prolatar sentença
condenatória, sob pena de infringência ao princípio da
correlação que deve haver entre os termos da acusação
e a decisão final.
e) A contagem dos prazos processuais penais não
obedece à mesma regra dos penais.
1. RESPOSTA (MP/RS)

Alternativa “d”.
Fundamento: art. 209, § 2º, CPP.
2. No que diz respeito à sentença, é INCORRETO
afirmar que:
a) Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir
sentença condenatória, ainda que o Ministério Público
tenha opinado pela absolvição.
b) O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na
denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição
jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de
aplicar pena mais grave.
c) O juiz, ao proferir sentença condenatória, fixará valor
máximo para reparação dos danos causados pela
infração, considerados os prejuízos sofridos pelo
ofendido.
d) O juiz, ao proferir sentença condenatória, decidirá,
fundamentadamente, sobre a manutenção de prisão
preventiva.
e) A intimação da sentença será feita ao réu,
pessoalmente, se estiver preso.
2. RESPOSTA (FCC - MPE/AL - 2012)

Alternativa “c”.
Fundamento: art. 387, IV, CPP.
3. Sentença é a decisão terminativa do processo e
definitiva quanto ao mérito, abordando a questão
relativa à pretensão punitiva do Estado, para julgar
procedente ou improcedente a imputação. No tocante à
sentença, é INCORRETO afirmar que:

a) Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias,


pedir ao juiz que esclareça a sentença, se houver
obscuridade.
b) Na sentença absolutória, o juiz aplicará medida de
segurança, se cabível.
c) O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na
denúncia, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa,
ordenando, neste caso, que o Ministério Público adite a
denúncia.
d) Na sentença condenatória, o juiz fixará o valor mínimo
para reparação dos danos.
e) A sentença conterá a exposição sucinta da defesa.
3. RESPOSTA (TJ/GO – FCC/2012 - Juiz)

Alternativa “c”.
Fundamento: art. 384, CPP.
EXERCÍCIOS DO CADERNO
1. Mévio Araújo foi denunciado por crime de apropriação
indébita de um computador de que tinha a precedente posse.
No curso da instrução, restou provado que o computador
pertencia a uma entidade central de direito público e que
Mévio desempenhava função por delegação do poder
público. A partir daí, o magistrado entendeu de sentenciar,
com adoção do artigo 383, do CPP, concluindo por condenar
Mévio nas penas do artigo 312 c/c art. 327, CP.
Inconformada, a defesa interpôs recurso de apelação
sustentando a violação aos princípios do devido processo
legal, do contraditório e da ampla defesa (art. 5, LIV e LV da
CF). Com base nisto, responda: O recurso da defesa deve
ser julgado procedente? Fundamente a sua resposta.
QUESTÃO OBJETIVA
2. (Magistratura/PR-2008) Quanto aos atos jurisdicionais
penais, assinale a alternativa correta:
a)    As decisões interlocutórias simples são aquelas que
encerram a relação processual sem julgamento do mérito
ou, então, põem termo a uma etapa do procedimento. São
exemplos desse tipo de decisão a que recebe a denúncia ou
queixa ou rejeita pedido de prisão preventiva;
b)    As decisões interlocutórias mistas não se equiparam as
decisões interlocutórias simples, pois as primeiras servem
para solucionar questões controvertidas e que digam
respeito ao modus procedendi, sem contudo trancar a
relação processual. Enquanto que as decisões
interlocutórias simples trancam a relação processual sem
julgar o meritum causae;
c) A decisão que não recebe a denúncia é terminativa de
mérito, por isso não pode ser considerada decisão
interlocutória mista;
d) As decisões interlocutórias simples servem para
solucionar questão controvertida e que diz respeito ao
modus procedendi, sem contudo trancar a relação
processual; as interlocutórias mistas, por sua vez,
apresentam um plus em relação àquelas: elas trancam a
relação processual sem julgar o meritum causae.

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