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Processo Penal II
Parte 2
2º Semestre de 2013
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1. As decisões judiciais
Há uma gama enorme de decisões judiciais, com valores muito variados
entre elas. Dentro do processo, o juiz adota decisões de conteúdo variado,
que vão desde decisões de mero andamento (junte-se, intime-se,
designação de audiência) até a decisão de mérito (procedência ou
improcedência do pedido formulado pelo autor na inicial).
O artigo 800 do CPP trata disso concedendo prazos - os prazos mais longos
ficarão para as decisões mais importantes, enquanto os mais curtos para
as decisões menos importantes.
1.1 Despachos
Art. 800. Os juízes singulares darão seus
despachos e decisões dentro dos prazos
seguintes, quando outros não estiverem
estabelecidos:
1.3 Sentenças
I - de dez dias, se a decisão for definitiva, ou
interlocutória mista;
Silogismo na sentença
Qualificação
Relatório
Alguns doutrinadores acham que o juiz tem que fazer o relatório para
provar que o juiz leu o processo.
Outra parte acredita que a sentença tem o relatório para que as partes
saibam o que o juiz levou em consideração, e quais os fatos ele julgou
dignos de nota para proferir seu julgamento.
Aula 11 (20.09.2013)
Fundamentação
Conclusão ou dispositivo
V - o dispositivo;
Obscuridade
Ambiguidade
Contradição
Omissão
Essas hipóteses são previstas pelo CP. O CPP ainda indica mais esses
pontos:
Indicação de valor mínimo para indenização (art. 387, IV) para vítimas que
sofreram dano, sendo esse valor líquido e certo, executável diretamente
em juízo cível por ser título judicial. Se o valor estabelecido não é suficiente,
é possível liquidação do valor excedente no juízo cível. Diz a jurisprudência
que não cabe o Estabelecimento deste valor mínimo ex officio, sendo
necessário haver pedido ou do MP ou da vítima, além de comprovação
do dano e contraditório;
Prisão ou liberdade (art. 387, par. 1º) - O juiz deve decidir se após a
sentença o réu aguardará a fase recursal preso ou solto, podendo o juiz
manter prisão preventiva anteriormente decretada, ou revogar esta prisão,
ou decretar prisão preventiva não decretada anteriormente. O detalhe
importante é que a prisão que ele está revogando ou mantendo não tem
relação com a sentença condenatória, mas sim com as hipóteses da
prisão preventiva. A jurisprudência entende que se o réu respondeu solto
até a sentença ele permanecerá solto depois, salvo se surgir fato novo que
torne necessária a prisão. Por outro lado, se o réu estava preso antes da
sentença, após a sentença condenatória ele assim se manterá, afinal sua
culpa está até reforçada pela sentença, embora ainda que não
definitivamente;
O que ocorre:
Agora vamos mudar a situação. No caso anterior, nós temos que os fatos
são iguais nas três partes (acusação, instrução, condenação).
Vamos supor agora que a instrução traga um fato novo não previsto em
inicial. Surgido um fato novo na instrução não narrado na inicial, o juiz não
pode simplesmente condena-lo, pois fazê-lo violaria o princípio da
correlação.
Está provado que o fato existiu, mas que comprovadamente o réu não é
nem autor nem partícipe do mesmo.
1.3.5 O PRIC
Publique-se - a sentença é publicada em mãos do escrivão. A sentença
só produz efeitos e torna-se sentença com a publicação. Até então, ela é
meramente uma criação intelectual do juiz.
Registre-se -
2. Recursos
A palavra recurso vem do latim: Re Currere; que significa "correr para trás",
pois o recurso faz com que o processo “volte a um estado anterior ao da
sentença”.
Vicente Greco filho diz que recurso é o pedido de nova decisão judicial, com
alteração de decisão anterior, previsto em lei, dirigido em regra a outro órgão jurisdicional,
dentro do mesmo processo.
Obs.: Note que existe o chamado "recurso de ofício", que ocorre nos casos
de reexame necessário. Alguns não consideram o reexame como sendo
um recurso.
Habeas Corpus
Mandado de Segurança
Revisão Criminal
Em regra, o juízo de admissibilidade se faz duas vezes, uma pelo juízo a quo
e uma pelo Ad quem.
2.1.1.1 Cabimento
É a previsão legal de recurso contra a decisão recorrida. Este é o princípio
da taxatividade recursal, pois a lei é taxativa da previsão de recursos.
2.1.1.2 Adequação
Não basta que o recurso seja cabível. É preciso que o recorrente utilize o
recurso adequado para aquela decisão.
Isso significa que o recurso inadequado pode ser recebido como se fosse
o adequado, desde que não haja má fé.
2.1.1.3 Tempestividade
O recurso deve ser interposto no prazo legal. O prazo do recurso refere-se
à interposição, que é a manifestação de vontade de recorrer. Não se
confunde interposição com oferecimento de razões. Esse oferecimento é
a fundamentação do inconformismo.
Aula 14 (03.10.2013)
2.1.2.1 Interesse
2.1.2.2 Legitimidade
Aula 17 (04.10.2013)
Reformatio in melius
Esse efeito se aplica aos casos onde há mais de um réu no processo. Nesses
casos, todos os recursos tem efeito extensivo. Mais ainda, também tem
efeitos extensivos o Habeas Corpus e a revisão criminal.
Hipóteses
O reexame não tem prazo, sendo que o juiz mandará os autos ao tribunal
na própria decisão, e deixando de fazê-lo poderão os autos serem
remetidos a qualquer tempo, seja de ofício ou com provocação.
Prazo
Procedimento
A formação do Instrumento
Nas hipóteses em que o recurso subirá por instrumento o recorrente deve
indicar na interposição as peças que ele quer que constem no instrumento.
Mesmo que a parte recorrente indique, há ao menos três peças
obrigatórias:
Decisão recorrida;
Certidão de intimação das partes da decisão;
Petição ou termo de interposição do RESE (Para se verficar a
tempestividade recursal).
Efeitos do RESE
Regressivo (589 CPP)
Art. 589. Com a resposta do recorrido ou
sem ela, será o recurso concluso ao juiz, que,
dentro de dois dias, reformará ou sustentará
o seu despacho, mandando instruir o
recurso com os traslados que Ihe
parecerem necessários.
cabível for o RESE também. Caso contrário ele tem que se valer da forma
adequada.
Suspensivo
Art. 584. Os recursos terão efeito suspensivo
nos casos de perda da fiança, de
concessão de livramento condicional e dos
ns. XV, XVII e XXIV do art. 581.
§ 2o O recurso da pronúncia
suspenderá tão-somente o julgamento.
Apelação
É o recurso contra decisões definitivas ou com força de definitivas que não
admitam RESE.
É recurso amplo pois qualquer matéria pode ser conhecida por apelação,
desde que tenha sido conhecida na sentença atacada.
Aula 18 (11.10.2013)
O juiz é quem aplica a pena, e se ele errar ou for injusto nessa aplicação
cabe a apelação. Ex.: não se valer do sistema trifásico de dosimetria;
imputar a pena mais gravosa desnecessariamente; etc.
Prazo
O prazo geral é de Cinco dias. A Defensoria tem o dobro. No Jecrim o
prazo é de dez dias (no sumaríssimo o prazo é dobrado pois as razões
acompanham a interposição).
Nos casos de o assistente não for habilitado por ocasião da sentença, ele
pode se habilitar somente para apelar, tendo um prazo de quinze dias a
partir do fim do prazo do MP.
Interposição
A apelação é interposta perante o juízo a quo em primeiro grau. O juiz faz
um juízo de admissibilidade. Se a apelação é admitida, o recorrente é
intimado para apresentar razões. Em seguida, o juiz intima o apelado para
apresentar as contrarrazões. Se houver assistente habilitado, ele pode
oferecer razões ao recurso do MP em três dias a partir da interposição.
Efeitos da apelação
Efeito devolutivo
Claro.
Efeito suspensivo
Art. 597. A apelação de sentença
condenatória terá efeito suspensivo, salvo o
disposto no art. 393, a aplicação provisória
de interdições de direitos e de medidas de
segurança (arts. 374 e 378), e o caso de
suspensão condicional de pena.
Execução provisória
A execução provisória só existe quando o réu já esteja preso quando da
tramitação da apelação, para garantir a concessão de eventuais
benefícios. Nesses casos, antes de mandar os autos ao tribunal, o juiz
expede um documento chamado guia de execução provisória, que é um
documento que contém a pena, o regime, a data da prisão, etc., e com
esse documento a execução começa provisoriamente.
Uma outra corrente diz que isso não pode prejudicar o réu.
Aula 19 (18.10.2013)
Carta testemunhável
Arts. 639 a 646 CPP
Prazo
É de 48 horas a partir do despacho, como diz o 640, mas comumente não
funciona assim. Ocorre que o advogado não sabe qual o momento exato
do despacho.
Esse recurso não é dirigido ao juiz, mas sim ao escrivão. Esse recurso sempre
sobe por instrumento, e por isso o recorrente deve indicar na interposição
as peças que formam o instrumento.
Agravo em execução
É previsto no artigo 197 da lei de execução penal (LEP), lei 7210/84
Como essa norma é muito vaga, após muita discussão o stf decidiu o
seguinte na súmula 700:
Como o outro recurso que utiliza cinco dias de prazo é o RESE, então para
todas as outras peculiaridades utiliza-se as normas relativas ao RESE.
Correição parcial
É prevista em leis esparsas. A lei federal que prevê a correição é a 5.010/66;
enquanto que a estadual é o decreto lei complementar N 3/63, artigo 94,
do código judiciário do estado de São Paulo.
Há duas correntes.
Prazo
A lei federal não diz e o código judiciário diz que se deve aplicar o
procedimento do agravo de instrumento.
Recursos no tribunal
Embargos de declaração
Art. 619 e 620
Prazo
O prazo desses embargos é de dez dias da publicação do acórdão.
Endereçamento
O relator faz o juízo de admissibilidade, e se ele rejeitar cabe agravo
regimental. Se ele admitir, redistribui-se para outro relator da mesma
câmara.
Contraditório
A parte contrária é intimada para contra razões em dez dias.
Julgamento
Julga aquele que o regimento interno do tribunal daquele TJ indica.
Decisões possíveis
Os embargos podem manter a decisão vencedora, negando provimento
aos embargos;
Apelação
A apelação tem prazo de dez dias, a ser interposta com as razões.
O juiz fará o juízo de admissibilidade, sendo que se ele não admitir cabe
RESE.
Os embargos declaratórios
Art. 83. Caberão embargos de declaração
quando, em sentença ou acórdão, houver
obscuridade, contradição, omissão ou
dúvida.
A priori, não deveriam ser os tribunais estaduais (TJs), pois não há hierarquia
entre turma recursal e TJ. Muito pelo contrário, ambos são órgãos
julgadores em segunda instância.
Ora, aqui a alínea não menciona tribunal, mas autoridade. Além disso, o
colégio está na jurisdição do STF. Aliás, isso nem é discutível, pois o próprio
STF já decidiu:
Por isso, conclui-se que o STF é o competente pra julgar os Habeas corpus
cuja autoridade coatora seja o colégio recursal. Inclusive o próprio STF
admitiu isso:
Muito bem. A questão está pacífica não? Quase! Em razão disso, o STF
ficou lotado de Habeas corpus. Por isso, atualmente, o STF diz que essa
súmula foi "superada", e que o entendimento novo é que o órgão
competente para julgar Habeas corpus em face de colégio recursal é não
outro que não os Tribunais de justiça!
O processo então fica suspenso por dois a quatro anos, sendo que durante
esse período o réu deve cumprir determinadas condições. Se ele cumprir,
terminado esse período está extinta a punibilidade.
Cabimento
Caberá na infrações com pena mínima até um ano. Cuidado pois alguns
crimes que não são de menor potencial ofensivo, e que nem mesmo são
de competência do JECrim, admitem o SURCIR processual, por ter a pena
mínima até um ano, como é o caso do furto por exemplo.
E...
Requisitos subjetivos
É o cumprimento dos mesmos requisitos do SURCIR, ou seja, os do art. 77, II,
CP:
II - a culpabilidade, os antecedentes, a
conduta social e personalidade do agente,
bem como os motivos e as circunstâncias
autorizem a concessão do benefício;
Proposta
O SURCIR processual é considerado acordo, sendo que a iniciativa da
proposta é do autor da ação, ou seja, do MP.
Momento da proposta
A proposta é oferecida junto da inicial.
Termos da proposta
A proposta deve conter o seguinte:
Aceitação
Oferecida a proposta o juiz designa uma audiência, intimando o réu para
que venha acompanhado de defensor.
Condições obrigatórias
§ 1º - Aceita a proposta pelo acusado e seu
defensor, na presença do Juiz, este,
recebendo a denúncia, poderá suspender
o processo, submetendo o acusado a
período de prova, sob as seguintes
condições:
Condições facultativas
§ 2º - O Juiz poderá especificar outras
condições a que fica subordinada a
suspensão, desde que adequadas ao fato
e à situação pessoal do acusado.
Essas condições podem ser pedidas a critério do autor, mas elas devem
guardar relação com o crime.
Causas facultativas
São causas de revogação da suspensão que o juiz pode optar entre
revogar ou não.
Extinção da punibilidade
§ 5º - Expirado o prazo sem revogação, o
Juiz declarará extinta a punibilidade.
Há duas correntes:
Auto explicativas.
Principais diferenças
Não há prisão em flagrante, podendo o delegado somente lavrar o termo
circunstanciado.
Remete-se ao JECrim.
O laudo de constatação
Infiltração policial
A lei permite que a polícia se infiltre em quadrilhas de traficante, fazendo-
se passar por um deles.
FIM