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PROCEDIMENTO NO JUIZADO ESPECIAL

Unidade 1 - Juizados Especiais: Aspectos Introdutórios


Aula I: Aspectos Introdutórios do Juizado Especial Cível

1.1 Juizados Especiais

-Acesso à justiça;

-previsto em Lei especial - Lei n. 9.099/1995;

- procedimento especial - sumário (célere), não regulado pelo CPC;

-competência para conciliar, processar e julgar as causas cíveis de menor complexibilidade;

-competência para as causas cujo o valor não exceda o valor de quarenta salários mínimos.

*até 20 salários mínimos - dispensa de advogado.

Leis que surgiram em decorrência ao art.98 da CF de 88:

Lei n. 9.099/1995 - cria os Juizados Especiais Cíveis e Criminais. - JEC

Destina-se aos processos que tramitam perante o Poder judiciário estadual, para matérias cíveis e
para matérias criminais.

Lei n. 10.259/2001 - Lei dos Juizados Especiais Federais. - JEF

Destina-se aos processps em que União, autarquias e empresas públicas federais figurem como parte
em ações judiciais.

*Julga ações de até 60 salários-mínimos.

Lei n. 12.153/2009 - Lei dos Juizados Especiais da Fazenda Pública. - JEFP

Destina-se aos processos contra estados-membros, Distrito Federal, municípios e respectivas


autarquias e empresas públicas.

*Julga ações de até 60 salários-mínimos.

Jurisprudência nos Juizados:

*jurisprudência: termo jurídico que designa o conjunto das decisões sobre interpretações das leis feitas
pelos tribunais.

- orientações ditadas pelos entendimentos dos tribunais.

Enunciados do FONAJE - Forúm Nacional dos Juizados Especiais:

- grande importância na interpretação e aplicação dos dispostos previstos na lei 9.099/95

- recomendações, orientações procedimentais - o juiz não se encontra obrigado a julgar estritamente


de acordo com os enunciados.

- depende do voto de 2/3 dos presentes em Assembleia Geral.

Unidade 2 - Princípios Orientadores dos Juizados Especiais


Aula I: Princípios Informadores do Juizado Especial Cível
Os princípios informadores dos Juizados estão previstos na Lei n. 9.099/1995:

Art. 2° O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia


processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação.

*Se aplicam ao JEF e ao JEFP.

a) Princípio da Oralidade:

- estabelece a prevalência da "palavra falada" sobre a "palavra escrita".

exemplos: - procuração ao advogado pode ser conferida verbalmente

-os pedidos podem ser formulados oralmente

Esse princípio, facilita que as pessoas mesmo sem ter conhecimentos jurídicos, possam está em juizo,
perante aos juizados, porquê não prevê a obrigatoriedade de ser elaborar petições escritas, para que se
possam ter acesso a esses juizados.

b) Princípio da Simplicidade e Informalidade:

- marca dos Juizados Especiais, o que desonera o procedimento da complexidade;

- aproximar o cidadão do sistema de Justiça;

exemplo: dispensa do relatório (uma das partes do processo) nas sentenças.

c) Princípio da Economia Processual e da Gratuidade em Primeiro Grau de Jurisdição:

- atos processuais concentram-se em audiência = diminuição do número de atos processuais praticados


no processo.

- gratuidade no primeiro grau de jurisdição, não serão devidas custas processuais e nem despesas desde
a propositura da ação até o seu julgamento por sentença.

*para a interposição do recurso para a segunda instância, contra a sentença, será devido o
pagamento de todas as despesas processuais, que compreenderá as despesas antes não cobradas, cujo
recolhimento deve ser comprovado no prazo de 48 horas.

d) Princípio da Celeridade:

- O procedimento é condizente com a pequena complexidade das demandas.

- A própria informalidade e a simplicidade já condizem, naturalmente, à celeridade.

e) Princípio da Conciliação:

- instrumento que pode ser utilizado para tentar fazer com que as partes envolvidas no processo façam
um acordo.

- audiência de conciliação.

Pode acontecer em qualquer momento do processo mas especialmente, ela é prevista para que
aconteça na primeira audiência nos Juizados Especias, audiência de conciliação.
Unidade 3 - Procedimento no Juizado Especial Cível:
Aula I: Procedimento no Juizado Especial Cível:
-Competência:

A competência aqui, significa, quando um Órgão do Poder Judiciário pode julgar determinadas
demandas.

"menor complexidade" - se sá em razão da necessidade ou não de dilação probatória (produção de


prova), e não em razão da complexidade do direito material discutido no processo.

exemplo: Prova Pericial. Importante salientar que se admite que se produza esse tipo de prova mas
"simples", como por exemplo, no caso de elaboração de um cálculo.

"valor da causa" - causas cujo valor não exceda o valor de quarenta salários-mínimos.

*opção pela Justiça Comum - não obrigatoriedade.

Enunciado 1 do FONAJE:

O exercício do direito de ação no Juizado especial Cível é facultativo para o autor.

*Juizados Especiais Federais e da Fazenda Pública - competência é absoluta. Significa que se a ação for
até 60 salários-mínimos, obrigatoriamente o autor vai ter que promover a sua ação, perante os Juizados
Especiais Federais ou da Fazenda Pública.

Lei n. 9.099/1995:

O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de
menor complexidade, assim consideradas:

- as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo;

- a ação de despejo para uso próprio;

- as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não a 40 salários mínimos.

Ficam exluídas da competência do Juizado Especial as causas de natureza alimentar, falimentar, fiscal e
de interesse da Fazenda Pública, e também as relativas a acidentes de trabalho, a resíduos, e ao estado
e capacidade das pessoas, ainda que de cunho patrimonial.

Estas causas são incompatíveis com o procedimento simples e célere dos Juízados, razão pela qual
se justifica sua exclusão.

-Competência Territorial:

Art. 4° da Lei 9.099/1995:

É competente, para as causas previstas nesta Lei, o Juizado do Foro:

I- do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde aquele exerça atividades profissionais ou
econômicas ou mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritório;

II- do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita;

III- do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para reparação de dano de qualquer
natureza.

- Processo:

1. PEDIDO INCIAL

O pedido pode ser escrito ou oral, às Secretaria do Juizado, de forma simples e linguagem acessível,
onde constarão: art. 14

I - o nome, a qualificação e o endereço das partes;

II - os fatos e os fundamentamentos, de forma sucinta;

III - o objeto e seu valor.

2. FORMAS DE CITAÇÃO (convocação do réu/deixar o réu ciente)

- Por carta c/AR (aviso de recebimento), em mão própria do réu - art. 18, I;

- Tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da recepção,


obrigatoriamente identificado - art.18, II;

- Pessoal, através de oficial de justiça - art. 18, III

*É vedada a citação por Edital - art.18, parágrafo 2°

3. AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO (oportunidade de acordo)


- pode ser presidida por juiz togado ou leigo, ou por conciliador, sob sua orientação;

- havendo acordo, torna-se por termo, e após será submetido à homologação ao Juiz togado, valendo
como título executivo judicial;

- não obtida a conciliação, as partes poderão optar, de comum acordo, pelo juizo arbitral;

*Juízo Arbitral: as partes escolherão o árbitro, dentre os juízes leigos presentes; se não estiver
presente, o juiz o convocará, designando-se de imediato a data da audiência de instrução.

- não instruído o juízo arbitral, designar-se-á data para audiência de instrução e julgamento;

- se o réu não comparecer, desde que citado, poderá se decretado a revelia;

- a ausência do autor, importa na extinção do processo.

4. AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO

- presidida por Juiz de Direito ou Juiz leigo;

- na abertura, o Juiz deve tentar a conciliação; não ocorrendo, o réu deve apresentar defesa (contestação
do réu), oral ou escrita;

- após, abre-se vista ao autor para se manifestar sobre a contestação e documento;

- inicio da instrução, com a oitiva das partes e testemunhas, se arroladas ou trazidas pelas partes.

5. SENTENÇA

- deve mencionar os elementos de convicção do juiz, com breve resumo dos fatos relevantes ocorridos
em audiência;

- quando prolatada por Juiz leigo, este a submeterá ao Juiz togado, para homologá-lo, proferir outra em
substituição, ou determinar a realização de atos probatórios;

- não há condenação em verba de sucumbência (o perdedor da ação, no processo que tramita perante o
juizo comum, paga todas as dispesas processuais e honorários do vencedor) , salvo litigância de má-fé;

6. RECURSOS

- Recursos inominado, equivalente ao de apelação, contra Sentença desfavorável;

- julgamento por órgão cologiado composto por 3 juízes do próprio juizado. (segunda instância);

- obrigatoriedade de advogado para interposição de recurso, independente do valor;

- prazo de 10 dias;

- requisitos: petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente;


- preparo do recurso, até 48 horas, após a interposição, incidindo inclusive as dispensadas em 1° grau;

- resposta: contra-razões, no prazo de 10 dias;

- terá somente efeito devolutivo, podendo o juiz atribuir-lhe efeito suspensivo para evitar dano
irreparável a parte;

- admite-se recurso de embargos de declaração (serve para suprir eventuais omissões, contradições ou
obscuridades nas decisões do juiz de primeiro grau), no prazo de 5 dias, podendo ser escrito ou oral.

Unidade 4 - Juizado Especial Criminal - Regulamentação e Princípios:


Aula I: JECRIM - Regulamentação:
Constituição Federal de 1988, inciso I do Artigo 98, a União e os Estados deverão criar:

I- Juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a
conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de
menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses
previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau;

Lei n° 9.099 de 26 de setembro de 1995, regulamenta, os Juizados Especiais Cíveis e Criminais.


Capítulo III, iniciado pelo Artigo 60:

Art.60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e leigos, tem
competência para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de menor potencial
ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência.

Art.62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade,


simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a
reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade.

Aula II: JECRIM - Princípios:


A) Princípio da Oralidade

. Sub-Princípio da Irrecorribilidade das Decisões Interlocutórias

. Sub-Princípio da Imediatidade

. Sub-Princípio da Identidade Física do Juiz

. Sub-Princípio da Concentração
B) Princípio da Simplicidade

C) Princípio da Informalidade

D) Princípio da Economia Processual

E) Princípio da Celeridade

Aula III: JECRIM - FONAJE:


FONAJE - Forúm Nacional de Juizados Especiais

. Congregar Magistrados do Sistema de Juizados Especiais e suas Turmas Recursais;

. Uniformizar procedimentos, expedir enunciados, acompanhar, analisar e estudar os projetos


legislativos e promover o Sistema de Juizados Especiais;

. Colaborar com os poderes Judiciário, Legislativo e Executivo da União, dos Estados e do Distrito
Federal, bem como os órgãos públicos e entidades privadas, para o aprimoramento da prestação
jurisdicional.

FONAJE

ENUNCIADO CRIMINAL 18 - Na hipótese de fato complexo, as peças de informação deverão ser


encaminhadas à Delegacia Policial para as diligências necessárias. Retornando ao Juizado e sendo o caso
do artigo 77, parágrafo 2°, da Lei n. 9.099/95 as peças serão encaminhadas ao Juízo Comum.

FONAJE

ENUNCIADO CRIMINAL 10 - Havendo conexão entre crimes da competência do Juizado Especial e do


Juízo Penal Comum, prevalece a competência deste.

FONAJE

ENUNCIADO CRIMINAL 34 - Atendidas as peculiaridades locais, o termo circunstanciado poderá ser


lavrado pela Polícia Cívil ou Militar.

FONAJE

ENUNCIADO CRIMINAL 129 - Serão válidas as intimações por telefone, e-mail, whatsapp ou outro
aplicativo de envio de mensagens eletrônicas, sem prejuízo das formas convencionais estabelecidas em
lei, sempre quando precedida de adesão expressa ao sistema por parte do interessado, em qualquer fase
da investigação ou mesmo do procedimento (43.° Encontro - Macapá-AP).
Unidade 5 - JECRIM- Procedimentos Prévios:
Aula I: Procedimetos Prévios:
Definição de Competência:

Em razão da matéria (tipo de crime), da pessoa (agente criminoso) e do local de crime.

. Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO)

. Propositura de ação direta no JECrim

. Providências Cartorárias

. Intimação e Citação

Unidade 6 - JECRIM- Trâmite Processual:


Aula I: Trâmite Processual:

. Audiência Preliminar

. Audiência de Instrução e Julgamento

. Recursos

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