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PRATICUM DE PROCESSO CIVIL

2.º SEMESTRE DE 2012/2013


ESCOLA DE DIREITO DO PORTO DA UNIVERSIDADE CATÓLICA
PORTUGUESA
ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

LEI DE ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS TRIBUNAIS JUDICIAIS


– LOFTJ
LEI N.º 3/99, DE 13 DE JANEIRO
ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

 Território dividido em:


 Distritos Judiciais;
 Círculos Judiciais;
 Comarcas.

 Categorias dos Tribunais:


 Supremo Tribunal de Justiça (Juízes designados Conselheiros);
 2ª instância – Tribunal da Relação (Juízes designados Desembargadores);
 1ª instância – Tribunal de Comarca (São designados pelo nome da sede do
município em que se encontram instalados).

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ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

COMPETÊNCIA

 Na ordem interna, reparte-se pelos Tribunais segundo:

 Matéria: são da competência dos tribunais judiciais as causas não atribuídas a


outra ordem jurisdicional - artigo 18.º
 Hierarquia: para efeitos de recurso - artigo 19º
 Valor: determinado pela lei do processo. Alçadas (cível) - Relação: € 30.000,00;
1ª Instância: € 5.000,00 – artigos 20.º e 24.º
 Território: STJ – competência em todo o território; Tribunal da Relação –
respectivo distrito judicial; Tribunal de 1ª Instância – área da respectiva
circunscrição - artigo 21.º

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ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

TRIBUNAIS JUDICIAIS DE 1ª INSTÂNCIA

 Em regra: são os Tribunais de Comarca.


 Em regra: têm competência genérica.
 Excepção:
 Tribunais de competência especializada: conhecem de determinadas matérias
independentemente da forma de processo.
 Tribunais de competência específica: conhecem de matérias determinadas pela
espécie de acção, pela forma de processo aplicável e também dos recursos das
decisões das autoridades administrativas em Processos de Contra-Ordenação.

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ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

TRIBUNAIS JUDICIAIS DE 1ª INSTÂNCIA

 Podem desdobrar-se:

a) Juízos:
 De competência genérica
 De competência especializada (cível/criminal)
 De competência específica

b) Varas:
 De competência específica

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ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

TRIBUNAIS DE COMPETÊNCIA ESPECIALIZADA

 Instrução criminal
 Família
 Menores
 Trabalho
 Comércio
 Propriedade intelectual
 Concorrência, regulação e supervisão
 Marítimos
 Execução de penas

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ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

TRIBUNAIS DE COMPETÊNCIA ESPECÍFICA

 Podem ser criados Varas e Juízos de competência Específica:

 Varas Cíveis
 Varas Criminais
 Juízos Cíveis
 Juízos Criminais
 Juízos de Pequena Instância Cível
 Juízos de Pequena Instância Criminal
 Juízos de Execução

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ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

VARAS CÍVEIS, JUÍZOS CÍVEIS E JUÍZOS DE PEQUENA INSTÂNCIA CÍVEL

 Compete às Varas Cíveis:

 Preparação e julgamento das acções declarativas cíveis de valor superior à alçada


da Relação;
 Exercer, nas acções executivas fundadas em título que não seja decisão judicial,
de valor superior à alçada da Relação as competências previstas no CPC, em
circunscrições não abrangidas pela competência dos juízos de execução;
 Preparação e julgamento dos procedimentos cautelares a que correspondem
acções da sua competência;
 Exercer as demais competências conferidas por lei.

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ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

VARAS CÍVEIS, JUÍZOS CÍVEIS E JUÍZOS DE PEQUENA INSTÂNCIA CÍVEL

 Compete aos Juízos Cíveis:


 Preparação e julgamento dos processos cíveis que não sejam da competência das
Varas Cíveis ou dos Juízos de Pequena Instância Cível.

 Compete aos Juízos de Pequena Instância Cível:


 Preparação e julgamento das causa cíveis a que corresponda a forma de processo
sumaríssimo e as causas cíveis não previstas no CPC a que corresponda processo
especial e cuja decisão não seja susceptível de recurso ordinário.

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ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

NOVA LOFTJ
Lei n.º 52/2008
de 28 de Agosto

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ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

NOVA LOFTJ – LEI N.º 52/2008

 Elementos Inovadores
 Nova Matriz Territorial.
 Novo Modelo de Competências.
 Novo Modelo de Gestão.

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ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

NOVA LOFTJ – LEI N.º 52/2008

 Reforma do Mapa Judiciário

 As comarcas passam a estar agrupadas em 5 distritos judiciais: Norte, Centro,


Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve. – art. 19º
 Passam a existir 39 comarcas em resultado da agregação das actuais 231
Comarcas – art. 21º

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ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

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ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

NOVA LOFTJ – LEI N.º 52/2008

 Pretende-se proporcionar o acesso a uma justiça mais especializada a todos os


portugueses.
 Tribunais de comarca desdobram-se em juízos de competência genérica e
especializada - art. 74º:
 Instrução criminal;
 Família e menores;
 Trabalho;
 Comércio;
 Propriedade intelectual;
 Concorrência, Regulação e Supervisão;
 Marítimos;
 Execução de Penas;
 Execução;
 Instância Cível;
 Instância Criminal.

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ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

NOVA LOFTJ – LEI N.º 52/2008

 Permite-se que aos juízos de competência especializada possa ser atribuída


competência em mais do que uma Comarca.

 Nos juízos de instância cível e criminal pode haver desdobramento em função do


volume ou da complexidade do serviço dos juízos em três níveis de
especialização:
 Pequena Instância;
 Média Instância;
 Grande Instância.

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ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

NOVA LOFTJ – LEI N.º 52/2008

 Juízos de Grande Instância Cível - art. 128º:

 em causas superiores à alçada do Tribunal da Relação em que a lei preveja a


intervenção do tribunal colectivo;
 acções executivas fundadas em título não judicial, de valor superior à alçada
dos Tribunais da Relação em circunscrições não abrangidas pela competência
de outro juízo;
 procedimentos cautelares que correspondam a acções da sua competência;
 demais competências conferidas por lei.

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ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

NOVA LOFTJ – LEI N.º 52/2008

 Média Instância Cível - art. 129º:

 causas que não sejam atribuídas expressamente a outros tribunais ou


juízos;
 conhece todas as acções, questões e procedimentos que caberiam na
competência dos juízos de grande e pequena instância cível, quando não
existam outras instâncias de especialização Cível na Comarca.

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ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

NOVA LOFTJ – LEI N.º 52/2008

 Pequena Instância Cível - art. 130º:

 causas que correspondam à forma de processo sumaríssimo;


 causas cíveis não previstas no CPC a que corresponda a processo especial e
cuja decisão não seja susceptível de recurso ordinário.

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ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

NOVA LOFTJ – NOVO MODELO DE GESTÃO

 Assente em 3 órgãos:
 Presidente do Tribunal;
 Administrador do Tribunal;
 Conselho de Comarca.

 Presidente do Tribunal – art. 85º


 com funções de representação, direcção e gestão processual, administrativa
e funcional – art. 88º
 é escolhido e nomeado pelo Conselho Superior de Magistratura de entre os
Juízes Desembargadores ou Juízes de Direito com mais de 10 anos de
carreira – art. 86º

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ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

NOVA LOFTJ – NOVO MODELO DE GESTÃO

 Administrador do Tribunal – art. 94º


 com funções de gestão hoje concentradas na Direcção Geral de
Administração da Justiça e no Instituto de Gestão Financeira – art. 98º
 é escolhido pelo Presidente do Tribunal de entre indivíduos vinculados à
Administração Pública designados pela Direcção Geral de Administração da
Justiça – art. 95º

 Conselho de Comarca – art. 106º


 com funções de participação, consulta e apoio ao Presidente e ao
Administrador – 109º
 constituído pelo: Presidente do Tribunal, Magistrado do Ministério Público
coordenador, representantes da Ordem dos Advogados, Câmara dos
Solicitadores, dos funcionários de justiça e dos Municípios integrados na
Comarca e pelo Administrador do Tribunal (este último sem direito de voto) –
art. 107º

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ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

IMPLEMENTAÇÃO DA NOVA ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

 Período Experimental: a partir de 14 de Abril de 2009 até 31 de Agosto de


2010 (continuando, actualmente, a presente Lei a ser aplicada apenas nas
comarcas piloto) em 3 comarcas piloto:
 Alentejo Litoral (Alcácer do Sal, Grândola, Sines, Santiago do Cacém,
Odemira);
 Grande Lisboa Noroeste (Mafra, Sintra, Amadora);
 Baixo Vouga (Ovar, Murtosa, Estarreja, Sever do Vouga, Aveiro, Albergaria-
a-Velha, Ílhavo, Águeda, Vagos, Oliveira do Bairro, Anadia).
(ver também DL n.º 25/2009 e DL n.º 28/2009 – Reorganização das comarcas
piloto)

 Implementação definitiva: a partir de 1 de Setembro de 2014 tendo em conta


a avaliação feita pelo Ministério da Justiça.

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PRAZOS PROCESSUAIS
PRAZOS PROCESSUAIS

REGRA DA CONTINUIDADE DOS PRAZOS - ART. 138.º CPC

 O prazo processual é contínuo MAS suspende-se nas férias judiciais

EXCEPTO:

 Se a sua duração for igual ou superior a 6 meses


 Se se tratarem de actos a praticar em processo urgentes

 Quando o prazo para a prática de um acto terminar em dia em que os Tribunais


estejam encerrados

O seu termo transfere-se para o 1.º dia útil seguinte

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PRAZOS PROCESSUAIS

MODALIDADES DO PRAZO – ART. 139.º CPC

O prazo é

DILATÓRIO PEREMPTÓRIO

Difere para certo O seu decurso extingue o


momento: direito de praticar o acto
- a possibilidade de
realização de um acto
- o início da contagem de
um outro prazo

 Quando um prazo peremptório se seguir a um prazo dilatório, os dois prazos


contam-se como um só – Art. 142.º CPC

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PRAZOS PROCESSUAIS

PRÁTICA DO ACTO FORA DO PRAZO

 Mediante o pagamento de multa


 Situações de justo impedimento

 Pagamento de multa – Art. 139.º n.ºs 5, 6 e 7


 Acto pode ser praticado dentro dos 3 primeiros dias úteis subsequentes ao

termo do prazo

 A sua validade fica dependente do pagamento imediato de uma multa fixada


da seguinte forma:
a) 1.º dia: multa = 10% da taxa de justiça correspondente ao processo
ou acto, com o limite máximo de ½ UC;
b) 2.º dia: multa = 25% da taxa de justiça correspondente ao processo
ou acto, com o limite máximo de 3 UC;
c) 3.º dia: multa = 40% da taxa de justiça correspondente ao processo
ou acto, com o limite máximo de 7 UC.

 Se a multa não for paga, a secretaria, independentemente de despacho,


notifica o interessado para pagar multa acrescida de uma penalização de
25% do valor da multa, desde que se trate de acto praticado por mandatário.

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PRAZOS PROCESSUAIS

PRÁTICA DO ACTO FORA DO PRAZO

 Juiz pode determinar a redução ou dispensa da multa:

 Em situações de manifesta carência económica;


 Quando o respectivo montante se mostre manifestamente desproporcionado,
designadamente nas acções que não importem a constituição de mandatário e o
acto tenha sido praticado pela parte.

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PRAZOS PROCESSUAIS

PRÁTICA DO ACTO FORA DO PRAZO

 Justo impedimento - Artigo 140.º CPC

 É o evento não imputável à parte nem aos seus representantes ou mandatários,


que obsta à prática atempada do acto.

 A parte que alegar justo impedimento, tem de praticar o acto em questão e


oferecer logo a prova da situação de justo impedimento.

 O juiz, depois de ouvida a parte contrária, admite o requerente a praticar o acto


fora do prazo se:
- julgar verificado o impedimento e
- reconhecer que a parte se apresentou a requerer logo que ele cessou.

 N.B.: É do conhecimento oficioso a verificação do impedimento quando:


- O evento constitua facto notório (art. 412.º, n.º 1) e
- Seja previsível a impossibilidade da prática do acto dentro do prazo.

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PRAZOS PROCESSUAIS

PRORROGABILIDADE DOS PRAZOS - ART. 141.º CPC

 O prazo processual marcado pela lei é prorrogável nos casos nela previstos

 Exemplos:
- Prazo para contestar: artigo 569.º, n.ºs 4 e 5 CPC

- Prazo para apresentação de articulados: artigo 586.º CPC

 Havendo acordo entre as partes o prazo é prorrogável:

 Por uma vez


 Por igual período

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PRAZOS PROCESSUAIS

REGRA GERAL SOBRE PRAZOS PARA AS PARTES – ART. 149.º CPC

 Na falta de disposição especial, é de 10 dias o prazo para as partes:


 requererem qualquer acto ou diligência

 arguirem nulidades

 deduzirem incidentes

 exercerem qualquer outro poder processual

 Também é de 10 dias o prazo para a parte responder ao que for deduzido pela
parte contrária

 O prazo para qualquer resposta conta-se sempre da notificação do acto a que se


responde

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PRAZOS PROCESSUAIS

INÍCIO DA CONTAGEM DO PRAZO

 Citação:
 por carta registada com aviso de recepção
→ prazo começa a contar no dia seguinte ao da assinatura do aviso de
recepção

 mediante contacto pessoal por agente de execução ou funcionário judicial


→ prazo começa a contar no dia seguinte ao da assinatura da certidão de
citação lavrada aquando do contacto com o citando

 edital
→ prazo começa a contar depois de finda a dilação

 Dilações – Art. 245.ºCPC:


 5 dias: citação feita a pessoa diferente do réu e citação efectuada fora da
comarca
 15 dias: réu residente nas Regiões Autónomas e processo pendente no
continente ou em outra ilha ou vice versa
 30 dias: réu residente no estrangeiro ou citação edital

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PRAZOS PROCESSUAIS

INÍCIO DA CONTAGEM DO PRAZO

 Notificação:

 Por transmissão electrónica de dados

→ prazo começa a contar no 3.º dia posterior ao da elaboração ou no 1.º dia


útil seguinte a esse, quando o não seja.

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PRAZOS PROCESSUAIS

REGRA GERAL SOBRE PRAZOS PARA OS MAGISTRADOS – ART. 156.º CPC

 Na falta de disposição especial, os despachos são proferidos e as promoções do MP


são deduzidas no prazo de 10 dias.

 Os despachos de mero expediente e os urgentes devem ser proferidos no prazo


máximo de 2 dias.

 A secretaria remete mensalmente ao presidente do tribunal informação discriminada


dos casos em que os prazos se mostrem excedidos.

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PRAZOS PROCESSUAIS

REGRA GERAL SOBRE PRAZOS PARA A SECRETARIA

 Para o expediente: 5 dias - artigo 162.º CPC

 Para a passagem de certidões: 5 dias - artigo 171.º CPC

 Para o cumprimento das cartas precatórias: 2 meses - artigo 176. CPC

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PRAZOS PROCESSUAIS

CONTAGEM DE PRAZOS

Prazos Prazos
substantivos processuais

Referem-se ao exercício de direitos Referem-se ao exercício de direitos em


Juízo

 Prazos processuais e substantivos – características comuns:


 Contínuos
 Dias de calendário
 Quando terminam num sábado, domingo, feriado ou durante as férias judiciais
o seu termo passa para o 1º dia útil seguinte
 Não se inclui na contagem do prazo o dia em que ocorrer o evento a partir do
qual o prazo começa a correr

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PRAZOS PROCESSUAIS

CONTAGEM DE PRAZOS

 No entanto, os prazos processuais:


 suspendem-se nas férias judiciais
 contam-se a partir da citação ou notificação

 No processo surgem prazos de natureza substantiva

 Artigo 279.º do CC: cômputo do termo

da última semana
O prazo fixado em Termina às 24 horas mês
semanas, meses de igual dia ou ano
ou anos

MAS:
Se no último mês não existir dia correspondente, termina no último dia desse
mês

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PRAZOS PROCESSUAIS

ARTIGO 297º DO C.C. - ALTERAÇÃO DE PRAZOS

 A lei que estabelecer um prazo mais curto do que o fixado na lei anterior:

 É também aplicável aos prazos que já estiverem em curso

MAS
 O prazo só se conta a partir da entrada em vigor da nova lei

EXCEPTO

 Se segundo a lei antiga faltar menos tempo para o prazo se completar

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PRAZOS PROCESSUAIS

ARTIGO 297º DO CC - ALTERAÇÃO DE PRAZOS

 A lei que estabelecer um prazo mais longo do que o fixado na lei anterior:

 É também aplicável aos prazos que já estiverem em curso

MAS
 Computar-se-á neles todo o tempo decorrido, desde o início da sua contagem

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PRAZOS PROCESSUAIS

EXERCÍCIO N.º 1

 Citação de uma sociedade comercial na respectiva sede, em Esposende.

 O processo corre termos pelas Varas Cíveis do Porto.

 Citação por via postal.

 O aviso de recepção foi assinado pelo porteiro em 22.02.2013.

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PRAZOS PROCESSUAIS

EXERCÍCIO N.º 1 – SOLUÇÃO:

 Citação de pessoa colectiva: art. 246.º CPC.

 Citação considera-se feita no dia em que se mostre assinado o AR – art. 230.º, n.º 1,
CPC: dia 22.02.2013.

 O prazo começa a contar-se no dia seguinte ao da citação: art. 279.º, al. b), CC.

 Citação da Ré fora da comarca da sede do tribunal onde pende a acção – art. 245.º, n.º
1, al. b), CPC: dilação de 5 dias – 27.02.2013.

 Prazo para contestar – art. 569.º CPC: 30 dias.

 Quando um prazo peremptório se segue a um prazo dilatório, os dois prazos contam-se


como um só: art. 142.º CPC.

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PRAZOS PROCESSUAIS

EXERCÍCIO N.º 1 – SOLUÇÃO (CONT.):

 Suspensão do prazo durante as férias judiciais – art. 138.º, n.º 1, CPC.

 Férias judiciais – art. 12.º LOFTJ: do domingo de Ramos à segunda-feira de Páscoa – de


24 de Março a 1 de Abril de 2013.

 30.º dia do prazo: 07.04.2013.

 Uma vez que dia 07.04.2013 é domingo, o termo do prazo transfere-se para o primeiro
dia útil seguinte – art. 138.º, n.º 2, CPC: dia 08.04.2013.

 Prática do acto dentro dos 3 dias úteis seguintes mediante o pagamento de multa – art.
139.º, n.º 5, CPC: 9, 10 e 11 de Abril.

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PRAZOS PROCESSUAIS

EXERCÍCIO N.º 2

 Na qualidade de mandatário do Réu é notificado de uma réplica.

 A notificação foi elaborada ontem.

 Como reage e em que prazo?

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PRAZOS PROCESSUAIS

EXERCÍCIO N.º 2 – SOLUÇÃO:

 Notificação elaborada a 25.02.2013.

 Notificação entre mandatários – art. 221.º CPC.

 Notificação através do sistema Citius – art. 221.º CPC.

 A notificação presume-se expedida no 3.º dia posterior ao da elaboração ou no 1.º


dia útil seguinte a esse, quando o final do prazo termine em dia não útil – art. 255.º
CPC e art. 21.º-A da Portaria n.º 114/2008 (Citius): 28.02.2013.

 Início da contagem do prazo – art. 279.º, al. B), CC: 01.03.2013.

 Prazo para apresentar tréplica – art. 585.º CPC: 15 dias.

 Termo do prazo: 15.03.2013.

 Prática do acto mediante pagamento de multa: dias 18, 19 e 20 de Março.

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PRAZOS PROCESSUAIS

EXERCÍCIO N.º 3

 No âmbito de um procedimento cautelar em que é mandatário do Requerido é


notificado pelo mandatário do Requerente, de um requerimento a juntar
documentos.

 A notificação foi elaborada no dia 14.03.2013.

 Já deduziu oposição e agora quer pronunciar-se sobre os documentos.

 O processo encontra-se a aguardar a marcação da audiência de discussão e


julgamento.

 Em que prazo pode pronunciar-se sobre os documentos?

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PRAZOS PROCESSUAIS

EXERCÍCIO N.º 3 – SOLUÇÃO:


 As notificações entre mandatários são realizadas através do Citius: art. 255.º CPC.

 A notificação presume-se feita no 3.º dia posterior ao da elaboração ou no 1.º dia


útil seguinte a esse, quando o não seja – art. 255.º CPC: 18.03.2013.

 1.º dia do prazo - art. 279.º, al. b), CC: 19.03.2013.

 Regra geral sobre o prazo para as partes praticarem qualquer acto – art. 149.º CPC:
10 dias.

 Procedimento cautelar reveste carácter urgente: art. 363.º CPC.

 O prazo não se suspende durante as férias judiciais: art. 138.º, n.º 1, CPC.

 Último dia do prazo: 28.03.2013.

 Prática do acto mediante o pagamento de multa – art. 139.º, n.º 5, CPC: 29 de


Março e 1 e 2 de Abril.

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CUSTAS PROCESSUAIS
CUSTAS PROCESSUAIS

CUSTAS PROCESSUAIS – ART. 529.º CPC

 Taxa de justiça: montante devido pelo impulso processual de cada interveniente.

 Encargos do processo: todas as despesas resultantes da condução do processo.

 Custas de parte: montante que cada parte haja despendido com o processo e pelo
qual tenha direito a ser compensada em virtude da condenação da parte contrária.

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CUSTAS PROCESSUAIS

TAXA DE JUSTIÇA – ART. 530.º CPC

 Paga por autor, réu, exequente, executado, requerente, requerido, recorrente e


recorrido, nos termos do Regulamento das Custas Processuais.

 Havendo litisconsórcio, é devida uma única taxa de justiça.

 No caso de coligação, cada parte é responsável pelo pagamento da respectiva


taxa de justiça.

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CUSTAS PROCESSUAIS

REGULAMENTO DAS CUSTAS PROCESSUAIS – LEI N.º 7/2012, DE 13.02

 Art. 1.º: Todos os processos estão sujeitos a custas.

 Art. 4.º: Isenções

 Art. 5.º: A taxa de justiça é expressa com recurso à unidade de conta processual
(UC)

1 1UC
UC = €102,00
= €102,00

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CUSTAS PROCESSUAIS

REGULAMENTO DAS CUSTAS PROCESSUAIS – LEI N.º 7/2012, DE 13.02

 Art. 6.º: Regras gerais

 A taxa é fixada em função do valor e da complexidade da causa: Tabela I-A

 Nos recursos: Tabela I-B

 Nas acções e recursos com especial complexidade, o juiz pode determinar a


aplicação dos valores constantes da Tabela I-C

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CUSTAS PROCESSUAIS

REGULAMENTO DAS CUSTAS PROCESSUAIS – LEI N.º 7/2012, DE 13.02

 Art. 7.º - Regras especiais:

 A taxa de justiça nos processos especiais é fixada de acordo com a Tabela I,


salvo nos casos expressamente referidos na Tabela II

 Art. 8.º - Taxa de justiça em processo penal e contra-ordenacional: Tabela III

 Art. 9.º - Taxa de justiça relativa a actos avulsos:

 Citação ou notificação mediante contacto pessoal


 Afixação de editais
 Emissão de certidão, traslados ou cópias certificadas
 Fotocópia simples

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CUSTAS PROCESSUAIS

REGULAMENTO DAS CUSTAS PROCESSUAIS – LEI N.º 7/2012, DE 13.02

 Artigos 29.º e seguintes: conta de custas.

 Artigo 31.º: Reforma e reclamação da conta de custas.

 Artigo 25.º Nota justificativa das custas de parte.

 Artigo 26.º: Regime das custas de parte.

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Este documento es meramente expositivo y debe ser interpretado conjuntamente con las explicaciones y, en su
caso, con el informe elaborado por Cuatrecasas, Gonçalves Pereira sobre esta cuestión

This document is merely a presentation and must be interpreted together with any explanations and opinions
drafted by Cuatrecasas, Gonçalves Pereira on this subject

Este documento é uma mera exposição, devendo ser interpretado em conjunto com as explicações e quando seja
o caso, com o relatório/parecer elaborada pela Cuatrecasas, Gonçalves Pereira sobre esta questão

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