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ROTEIRO PARA CASOS DE COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL

60º./2 - O tribunal tem que ser competente em razão de 4 critérios:

 da matéria que a ação versa,


 do valor da causa,
 da hierarquia judiciária,
 do território

 Competência em razão da matéria

40º/1 LOSJ – Os tribunais judiciais têm competência para as causas que não sejam atribuídas a outra
ordem jurisdicional.

A competência dos tribunais judiciais em razão da matéria é residual.

33º/1 LOSJ – Os tribunais judiciais de primeira instância incluem (2) os tribunais de competência
territorial alargada e (1) os tribunais de comarca

1 – TRIBUNAIS DE COMARCA

29º/3 e 79º LOSJ – Os tribunais judiciais de primeira instância são, em regra, os tribunais de
comarca.

A verdade é que se prevê, a par dos tribunais de 1ª instância, tribunais de competência


territorial alargada com competência especializada em razão da matéria

80º/1 LOSJ – Compete aos tribunais de comarca parar e julgar os processos relativos a causas não
abrangidas pela competência de outros tribunais

A competência dos tribunais de comarca em razão da matéria é residual.

80º/2 LOSJ – Os tribunais de comarca são de competência genérica e de competência especializada.

81º/1 LOSJ – Os tribunais de comarca desdobram se em juízos, que podem ser de competência
especializada, de competência genérica e de proximidade.

 130º LOSJ – juízos de competência genérica – Os juízos locais cíveis, locais criminais e de
competência genérica possuem competência na respetiva área territorial, tal como definida
em decreto-lei, quando as causas não sejam atribuídas a outros juízos ou tribunal de
competência territorial alargada.
Os juízos de competência genérica são juízos de competência residual, e são ainda
competentes para os processos referidos no nº 2 deste artigo.

 81º/3 LOSJ – juízos de competência especializada – Podem ser criados os seguintes juízos
de competência especializada: central cível, local cível, central criminal, local criminal, local
de pequena criminalidade, instrução criminal, família e menores, trabalho e execução.

o 117º ss LOSJ – competência dos vários juízos de competência especializada em que


se pode desdobrar o Tribunal de comarca está especificada nestes artigos.

o 117º/1/a – Compete aos juízos centrais cíveis a preparação e julgamento das ações
declarativas cíveis de processo comum de valor superior a 50000 EUR

Não obstante a lei qualificar o juízo local cível como juízo de competência, a
repartição de competências entre este juízo e o central cível é feita não só
em objeto da ação (matéria) mas também em função do respetivo valor. O
art. 117º/3 configura um desvio à regra geral do art. 38º de que a
competência se fixa no momento em que a ação é proposta.

o 130º LOSJ – Os juízos locais cíveis, locais criminais e de competência genérica,


quando as causas não sejam atribuídas a outros juízos ou tribunal de competência
territorial alargada.

Os juízos locais cíveis têm uma competência residual em matéria cível. Têm
ainda competência para o descrito no art. 130º/2/c, e e f.

 130º/5 e 6 LOSJ – juízos de proximidade – Compete aos juízos de proximidade assegurar a


realização de audiências de julgamento ou outras diligências processuais cuja realização
esteja aí determinada pelo juiz competente, prestar informações, receber papéis, entre
outras funções.

Os juízos de proximidade têm competências muito limitadas e não se confundem


nem com os juízos de competência genérica nem com os juízos de competência
especializada, sendo meros desdobramentos funcionais de estes.

2 – TRIBUNAIS DE COMPETÊNCIA TERRITORIAL ALARGADA


Os Tribunais de competência territorial alargada são tribunais de competência especializada, pelo
que conhecem de matérias determinadas e tem competência para mais do que uma comarca ou
sobre áreas geográficas especialmente referidas na lei.

65º CPC – As leis de organização judiciária determinam quais as causas que, em razão da matéria,
são da competência dos tribunais e das secções dotados de competência especializada.

83º LOSJ – Podem existir tribunais judiciais de primeira instância como competência para mais do
que uma comarca ou sobre áreas especialmente referidas na lei, designados por tribunais de
competência territorial alargada.

83º/3 e 111ºss LOSJ – elenco não taxativo devido à ressalva do nº 5 – São, nomeadamente, tribunais
de competência territorial alargada, o tribunal da propriedade intelectual; o tribunal da
concorrência, regulação e supervisão; o tribunal marítimo; o Tribunal de execução de penas e o
tribunal central instrução criminal.

 Competência em razão do valor

41º LOSJ - A presente lei determina a competência, em razão do valor, entre os juízos centrais cíveis
e os juízos locais cíveis, nas ações declarativas cíveis de processo comum.

66º CPC - As leis de organização judiciária determinam quais as causas que, pelo seu valor, se
inserem na competência da instância central e da instância local.

Onde se lê instância, deve ler-se “juízo”, à luz da terminologia da atual LOSJ

130º LOSJ - 1 - Os juízos locais cíveis, locais criminais e de competência genérica possuem
competência na respetiva área territorial, tal como definida em decreto-lei, quando as causas não
sejam atribuídas a outros juízos ou tribunal de competência territorial alargada.

A competência do juízo local cível é residual, abrangendo todos os processos relativos a causas não
atribuídas a algum dos demais juízos ou a tribunal de competência territorial alargada.

117º/1/a LOSJ – Compete aos juízos centrais cíveis: A preparação e julgamento das ações
declarativas cíveis de processo comum de valor superior a (euro) 50 000,00

A competência do juízo central cível é que é delimitada em razão do valor da causa


 Competência em razão da hierarquia judiciária

42º LOSJ – Os tribunais judiciais encontram-se hierarquizados para efeito de recurso das suas
decisões.

A regra geral, em matéria cível, é a de que os tribunais superiores apenas conhecem dos recursos, e
os tribunais de 1.ª instância são competentes para conhecer de todas as ações. Excecionalmente
algumas ações podem ser propostas diretamente nos tribunais superiores.

67º CPC – Tribunais de 1ª Instância – Compete aos tribunais de 1.ª instância o conhecimento dos
recursos das decisões dos notários, dos conservadores do registo e de outros que, nos termos da lei,
para eles devam ser interpostos.

68º/1 e 2 CPC – Relações – As Relações conhecem dos recursos e das causas que por lei sejam da
sua competência. Compete às Relações o conhecimento dos recursos interpostos de decisões
proferidas pelos tribunais de 1.ª instância.

69º CPC – STJ – O Supremo Tribunal de Justiça conhece dos recursos e das causas que por lei sejam
da sua competência. 2 - Compete ao Supremo Tribunal de Justiça o conhecimento dos recursos
interpostos de decisões proferidas pelas Relações e, nos casos especialmente previstos na lei, pelos
tribunais de 1.ª instância.

79º/b LOSJ – Competência excecional das Relações – Julgar as ações propostas contra juízes de
direito e juízes militares de primeira instância, procuradores da República e procuradores-adjuntos,
por causa das suas funções;

55º/c LOSJ – Competência excecional do STJ – Julgar as ações propostas contra juízes do Supremo
Tribunal de Justiça e dos tribunais da Relação e magistrados do Ministério Público que exerçam
funções junto destes tribunais, ou equiparados, por causa das suas funções;

 Competência em razão do território

Necessidade de atender a duas referências:

(1) O fator de conexão a um determinado território

80º/1 CPC – regra geral do domicílio do réu – critério supletivo – Em todos os casos não previstos
nos artigos anteriores ou em disposições especiais é competente para a ação o tribunal do domicílio
do réu.
81º/2 – Se o réu for outra pessoa coletiva ou uma sociedade, é demandado no tribunal da
sede da administração principal ou no da sede da sucursal, agência, filial, delegação ou
representação, conforme a ação seja dirigida contra aquela ou contra estas;

81º/1 – casos em que o réu é o Estado

70º CPC – critério do foro real ou da situação dos bens – Devem ser propostas no tribunal da
situação dos bens as ações referentes a direitos reais ou pessoais de gozo sobre imóveis, a ação de
divisão de coisa comum, de despejo, de preferência e de execução específica sobre imóveis, e ainda
as de reforço, substituição, redução ou expurgação de hipotecas

71º/1 CPC – critério do foro obrigacional – A ação destinada a exigir o cumprimento de obrigações,
a indemnização pelo não cumprimento ou pelo cumprimento defeituoso e a resolução do contrato
por falta de cumprimento é proposta no tribunal do domicílio do réu, podendo o credor optar pelo
tribunal do lugar em que a obrigação deveria ser cumprida, quando o réu seja pessoa coletiva ou
quando, situando-se o domicílio do credor na área metropolitana de Lisboa ou do Porto, o réu tenha
domicílio na mesma área metropolitana.

Se o réu for pessoa singular, tem que ser no tribunal do domicílio do réu, exceto se o réu e o autor
estiverem ambos domiciliados na mesma área metropolitana (Lisboa ou Porto), caso em que pode
optar entre o tribunal do seu próprio domicílio ou o do réu.

Se o réu for pessoa coletiva, o autor pode sempre optar entre o tribunal do domicílio do réu e o lugar
do cumprimento.

Se houver pluralidade de réus e um for pessoa singular opta-se pelo critério da pessoa singular
devido à regra da primeira parte do preceito e à ratio de proteção da norma.

71º/2 CPC – critério do foro do lugar em que o facto ilícito ocorreu – Se a ação se destinar a efetivar
a responsabilidade civil baseada em facto ilícito ou fundada no risco, o tribunal competente é o
correspondente ao lugar onde o facto ocorreu.

72º CPC – critério do foro do autor – Para as ações de divórcio e de separação de pessoas e bens é
competente o tribunal do domicílio ou da residência do autor.

78º/1/a, b e c CPC – critério do foro competente para a ação principal – Quanto a procedimentos
cautelares e diligências anteriores à proposição da ação, observa-se o seguinte: O arresto e o
arrolamento tanto podem ser requeridos no tribunal onde deva ser proposta a ação respetiva, como
no do lugar onde os bens se encontrem ou, se houver bens em várias comarcas, no de qualquer
destas; Para o embargo de obra nova é competente o tribunal do lugar da obra; Para os outros
procedimentos cautelares é competente o tribunal em que deva ser proposta a ação respetiva;

85º-90º CPC – critérios especiais para a ação executiva

Critérios de “despiste” práticos

82º/1 CPC – Havendo mais de um réu na mesma causa, devem ser todos demandados no tribunal do
domicílio do maior número; se for igual o número nos diferentes domicílios, pode o autor escolher o
de qualquer deles

82º/2 CPC – Se o autor cumular pedidos para cuja apreciação sejam territorialmente competentes
diversos tribunais, pode escolher qualquer deles para a propositura da ação, salvo se a competência
para apreciar algum dos pedidos depender de algum dos elementos de conexão que permitem o
conhecimento oficioso da incompetência relativa; neste caso, a ação é proposta nesse tribunal

82º/3 CPC – Quando se cumulem, porém, pedidos entre os quais haja uma relação de dependência
ou subsidiariedade, deve a ação ser proposta no tribunal competente para a apreciação do pedido
principal.

(2) A circunscrição territorial correspondente a um determinado tribunal – Consultar o Mapa

STJ – Exerce a sua jurisdição sobre todo o território nacional

Relações

32º/1 LOSJ –A área de competência dos tribunais da Relação, (…) é definida nos termos do
anexo i à presente lei, da qual faz parte integrante.

Tribunais de 1ª instância

 Tribunais de comarca - têm jurisdição sobre a área territorial de competência da respetiva


comarca

33º/4 LOSJ – A sede, a designação e a área de competência territorial (dos tribunais


de 1ª instância) são definidas no decreto-lei que estabelece o regime aplicável à
organização e funcionamento dos tribunais judiciais.
33º/2 LOSJ – O território nacional divide-se em 23 comarcas, nos termos do anexo ii
à presente lei, da qual faz parte integrante

 Tribunais de competência alargada - têm uma área territorial de competência que excede a
da comarca e que se encontra definida em anexo

83º/1 LOSJ – Podem existir tribunais judiciais de primeira instância com


competência para mais do que uma comarca ou sobre áreas especialmente referidas
na lei, designados por tribunais de competência territorial alargada.

83º/4 LOSJ – A sede e a área de competência territorial dos tribunais referidos no


número anterior são definidas no anexo iii

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