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IV - a distribuição;
V - a conexão ou continência;
VI - a prevenção;
IV - a distribuição;
Todo o capítulo 7 do CPP (art. 81 a 87), que trata sobre a prerrogativa de função, está
revogado tacitamente pela CF.
Ratione Loci – “Em razão do lugar” Qual lugar que vai processar? - Trata-se da
competência territorial, uma vez delimitada a competência de Justiça, importa
delimitarmos em qual comarca (no âmbito da Justiça Estadual) ou subseção Judiciária
(no âmbito da Justiça Federal) será processado e julgado o agente.
I - o lugar da infração:
utiliza o Código de Processo Penal o preceito de ser competente o foro do lugar onde se
consumar a infração penal. Quando se tratar de tentativa, verifica-se o foro competente
no local onde se deu o último ato executório
O lugar da infração é, como regra, o foro competente para ser julgada a causa, pois é o
local onde a infração penal ocorreu, atingido o resultado, perturbando a tranquilidade
social e abalando a paz e o sossego da comunidade (ratione loci).
§1º Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele,
a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil,
o último ato de execução.
§2º Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será
competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou
devia produzir seu resultado.
§3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta
a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais
jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
§4º Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal), quando praticados mediante depósito, mediante emissão de
cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com o
pagamento frustrado ou mediante transferência de valores, a competência será
definida pelo local do domicílio da vítima, e, em caso de pluralidade de vítimas, a
competência firmar-se-á pela prevenção.
estabelecido como regra geral o foro do lugar da infração, cuida este capítulo do
denominado foro supletivo ou subsidiário, utilizado na falta de conhecimento do local
onde se consumou o delito
OBSERVAÇÕES:
-Crimes dolosos contra a vida – julgados pelo STF, desde que o crime seja
praticado durante o exercício de sua função.
STJ
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e
nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do
Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal,
os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho,
os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério
Público da União que oficiem perante tribunais;
-Crimes comuns, militares e eleitorais - mesmo que a natureza da infração seja de
natureza especial, as pessoas mencionadas no art. 105, “a”, deverão ser julgadas
pelo STJ.
-Crimes dolosos contra a vida – Julgados pelo STJ, desde que o crime seja
praticado durante o exercício de sua função.
TJs
Art. 96. Compete privativamente:
III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e
Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de
responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.
-Juízes de direito e membros do ministério público, por crimes comuns e de
responsabilidade.
-Para crimes eleitoras, a competência será da Justiça Eleitoral, em seu 2º grau,
qual seja, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
-Jurisprudência pacificada: Para crimes federais, a competência ainda será do
Tribunal Estadual (TJ).
-Julga também os crimes dolosos contra a vida, mas não se aplica a regra do
exercício de sua função, portanto, dará importância maior a prerrogativa de
função - Entendimento STF.
TRFs
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da
Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do
Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
-Juízes fenderias e juízes do trabalho, membro do ministério público federal, por
crimes comuns e de responsabilidade.
-Para crimes eleitoras, a competência será da Justiça Eleitoral, em seu 2º grau,
qual seja, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
-Julga também os crimes dolosos contra a vida, mas não se aplica a regra do
exercício de sua função, portanto, dará importância maior a prerrogativa de
função - Entendimento STF.
Deputado estadual: julgado pelo órgão mais graduado do seu Estado.
Pode ser TRE, TRF e TJ.
Prefeito: julgado pelo órgão mais graduado do seu Estado - julgado pelo órgão de 2º
grau a depender da natureza da infração.
Nos termos da Súmula 702 do Supremo Tribunal Federal, 'a competência do
Tribunal de Justiça para julgar prefeitos restringe-se aos crimes de competência da
justiça comum estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao
respectivo tribunal de segundo grau'.
Sempre será o órgão de 2º grau que irá julgar o prefeito e deputado estadual -
leva-se em consideração a natureza da infração, identificando a justiça de 2º grau.
Se crime da justiça estadual -TJ
Se crime da justiça federal – TRF
Se crime da justiça eleitoral – TRE
Não tem competência específica na legislação, jurisprudência e doutrina apontam que
serão julgados e processados dentro da justiça mais graduada.
Vereadores: Não tem prerrogativa de função – sempre será julgado pelo 1º grau.
IV - a distribuição;
Denota que não foram suficientes os critérios anteriores, isto é, o lugar da infração, o
domicílio do réu ou a natureza da infração, pois ainda existem magistrados em
igualdade de condições para julgar o caso. Portanto, a escolha do juiz natural faz-se
fortuitamente, por distribuição.
V - a conexão ou continência
VI - a prevenção
isto é, quando, por situação pretérita, algum juiz já tomou conhecimento de matéria
relevante do processo
Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou
mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver
antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa,
ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa
Dessa forma, quando a infração espalhar-se por mais de um local, não se encontrando o
domicílio do réu, inexistindo o critério da natureza do delito, ou condições de se
distribuir o feito, visto que os magistrados estão em Comarcas diversas, além de não
estar presente regra alguma de conexão ou continência, deve-se valer da regra
residual: quem primeiro conhecer do feito, é competente para julgá-lo.
Entretanto, convém mencionar a lição de Frederico Marques, diferenciando o critério da
prevenção sob duas óticas:
a) quando não se souber onde se deu a consumação do delito, bem como quando não se
tiver ciência do local de domicílio ou residência do réu, a prevenção funciona como foro
subsidiário (art. 72, § 2.º, CPP);
b) quando houver incerteza entre os limites territoriais de duas ou mais Comarcas, bem
como quando não se souber onde foi cometido exatamente o delito e, ainda, quando se
tratar de infração continuada ou permanente, a prevenção serve como regra de fixação
da competência
TIPOS DE COMPETÊNCIA:
Competência Funcional (Menos importante): Atribuição dada ao juiz de acordo com a
função que ele exerce no processo.
a) Fases do processo – De acordo com a fase do processo, vai atuar juízes diferentes
b) Objeto do Juízo – Causa do processo, motivação do processo – Ex: Tribunal do Juri:
Objeto do Juri é os crimes dolosos contra a vida
É residual, portanto, julga tudo que não é competência da justiça federal ou das outras
justiças especializadas.
Conflito de competência – súmula 122, STJ
Súmula 122 do STJ: “Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos
crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do Art. 78,
II, "a", do Código de Processo Penal.”
Obs.: A Súmula 122 do STJ somente se aplica a crimes conexos. Se eventualmente
houver conexão com uma contravenção, esta não será atraída para a justiça federal.
Não basta o crime ser praticado no estrangeiro para ser competência da JF, tem
que estar enquadrando em um dos incisos do art. 109.
Justiça Especializada:
1.Justiça Militar (CUIDADO) – Critério usado é o ratione legis e o ratione personae
Ratione Legis – Julgam os crimes militares - art. 9º e 10º, CPM
Ratione Personae – Só julgam crimes militares praticados por militares
No caso da Justiça Militar dos estados, apenas três estados têm TJM, sendo Minas
Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. Os demais estados têm, como juízo “ad
quem”, os próprios TJs.
O juiz de direito tem competência singular – pode julgar sozinho os crimes militares
cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo
ao conselho os demais crimes militares - divisão de competência entre conselhos e juiz
singular.
Depois da Lei 13.491/2017, são considerados crimes militares não apenas os previstos
no Código Penal Militar, como também os previstos na legislação penal (CP e leis
extravagantes)
Permanente: julgar crimes militares cometidos por civis e por praças (todo militar que
não é oficial; cabo, soldado, sargento, subtenente) – julgamento por um conselho
permanente.
Especial: formado para julgar oficiais. Crime militar cometido por oficial (tenente,
capitão, major) - julgamento por um conselho especial.
Questão: O civil pode ser julgado pela JME ou pela JMU? Exemplo 1: um soldado do
exército chama um civil para roubar fuzil no quartel do exército. O civil também será
julgado na JMU. Exemplo 2: um soldado da PM paulista chama um civil para roubar
um revólver da PM de SP. Neste caso, o civil não pode ser julgado na JME. Neste
caso, haverá uma separação obrigatória dos processos: o PM será julgado pela JME e
o civil será julgado pela justiça comum.
JUSTIÇA ELEITORAL
Julga e Processa crimes previstos no código eleitoral. Mas não apenas os crimes
eleitorais!! Também é possível julgar os crimes comuns conexos com o crime
eleitoral.
Competência: Art. 121, CF + Código Eleitoral (Lei 4737/1965)
Art. 78, CPP: Regra de conexão
IV - No concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta.
Assim, sempre que tivermos um crime eleitoral conexo com um crime comum, previsto
no Código Penal, a competência para julgamento de ambos (reunião por força da
conexão) será da Justiça Eleitoral (art. 78, IV).
Sempre que tivermos um crime eleitoral conexo com um crime comum, a competência
para julgamento de ambos (reunião por força da conexão) será da Justiça Eleitoral.
Crimes comuns conexos serão de competência da Justiça Eleitoral.
OBS: Exceção a regra de conexão!!: Se o crime comum (não previsto no CE)
praticado for um crime doloso contra a vida (JURI) – De maneira pacífica, terá
cisão de processos – o crime doloso contra a vida vai para júri e o crime eleitoral
vai para a justiça eleitoral
1º Grau: juízes eleitorais (juízes estaduais que assumem a competência eleitoral
temporariamente – nunca mais de 2 anos, Art. 121, §2º, CF
2º Grau: TRE - recursos cabíveis para o TSE - Art. 121, §4º, CF
Graus recursais (excepcionais) - TSE -> STF – Art. 121, §3º, CF
DA COMPETENCIA POR CONEXÃO E CONTINÊNCIA
I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo,
por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o
tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras – Conexão intersubjetiva
(liame entre as pessoas que cometeram as infrações, ocorrendo em 3 situações
diferentes descritas no inciso I):
(1) quando forem praticadas no mesmo tempo, por várias pessoas reunidas – Não é
coautoria.
(2) por várias pessoas em concurso, não exige que sejam praticados no mesmo
lugar e tempo
(3) a despeito as infrações praticadas por mesmas pessoas umas contra as outras –
Ex: briga de torcida organizada
II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as
outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;
Conexão objetiva – conexão entre infrações, não por sujeitos.
Conexão entre fatos, não sujeitos. Ex: ocultação de cadáver é praticado em conexão
com o crime de homicídio, em razão do inciso II. Ex: lavagem de dinheiro, conexo ao
crime anterior, sendo julgado no mesmo processo da infração precedente.
II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1o, 53, segunda
parte, e 54 do Código Penal - pela reforma de 2008 no CP, os artigos agora são: 70, 73
e 74. (concurso formal)
Resumo de continência: reunião de várias pessoas no mesmo processo que
praticam a mesma infração, em razão da coerência processual.
§1o Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em relação a algum co-réu,
sobrevier o caso previsto no art. 152.
Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem sido
praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo
número de acusados e para não Ihes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo
relevante, o juiz reputar conveniente a separação.