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PRINCÍPIOS PROCESSUAIS
I - EFICÁCIA DA LEI PROCESSUAL PENAL NO
ESPAÇO
As ressalvas mencionadas neste artigo não são, como podem parecer, exceções à
territorialidade da lei processual penal brasileira, mas apenas à territorialidade do Código de
Processo Penal. Impõem, tendo em vista as peculiaridades do direito, a aplicação de outras
normas processuais positivas na Constituição Federal e em leis extravagantes, v.g., nos casos
de crimes de militares, eleitorais, falimentares, de entorpecentes, nas contravenções do jogo do
bicho, nas infrações de menor potencial ofensivo etc. O inciso I contempla verdadeiras
hipóteses excludentes da jurisdição criminal brasileira, isto é, os crimes serão apreciados por
tribunais estrangeiros segundo suas próprias regras processuais, v.g., casos de imunidades
diplomáticas, de crimes cometidos por estrangeiros a bordo de embarcações públicas
estrangeiras em águas territoriais e espaço aéreo brasileiro etc.
Considera-se praticado em território brasileiro o crime cuja ação ou omissão, ou cujo resultado,
no todo ou em parte, ocorreu em território nacional. Considera-se como extensão do território
nacional, para efeitos penais, as embarcações e aeronaves públicas ou a serviço do governo
brasileiro, onde quer que se encontrem, e as embarcações e aeronaves particulares que se
acharem em espaço aéreo ou marítimo brasileiro, ou em alto-mar ou espaço aéreo
correspondente.
A lei penal aplica-se aos crimes cometidos fora do território nacional que estejam sujeitos à lei
penal nacional. É a chamada extraterritorialidade da Lei penal. Contudo, é preciso que se
frise: a lei processual brasileira só vale dentro dos limites territoriais nacionais. Se o processo
tiver tramitação no estrangeiro, aplicar-se-á a lei do país em que os atos processuais forem
praticados.
Art. 2º. A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da
validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.
Todavia, embora a lei processual não seja retroativa, há que se atentar quanto
às normas jurídicas que possuem natureza mista, ou seja, serem dotadas de
natureza processual e material, concomitantemente, atribuindo-lhe, assim,
efeito retroativo ao dispositivo que for mais favorável ao réu.
III - PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL
1. Verdade real
No processo penal, o juiz tem o dever de investigar como os fatos se passaram na realidade,
não se conformando com a verdade formal constante dos autos, como acontece no processo
civil. Desse modo, se o juiz não estiver ainda convencido da autoria, ou necessitar de outras
provas, poderá requisitá-las para esclarecer eventuais dúvidas sobre pontos relevantes. No
processo penal, o juiz não representa mero espectador, mas deverá esgotar todos os meios
para satisfazer o princípio maior do processo penal que é à busca da verdade real.
Assim, a autoridade policial, nos crimes de ação pública, tem o dever de determinar a
instauração do inquérito policial, e o órgão do Ministério Público é obrigado a apresentar a
respectiva denúncia, desde que o fato seja delituoso.
3. Oficiosidade
Os órgãos incumbidos da persecução penal devem proceder ex officio, não devendo aguardar
provocação, ressalvados os casos de ação penal privada e ação penal pública condicionada à
representação do ofendido. (CPP, artigo 5º §§ 4º e 5º, e artigo 24)
4. Autoritariedade
Os órgãos investigantes e processantes devem ser autoridades públicas (delegado de polícia e
promotor ou procurador de justiça). Exceção à esta regra é a ação penal privada.
O Ministério Público não pode desistir da ação penal pública, nem do recurso interposto
(CPP, arts. 42 e 576).
6. Princípio do juiz natural (CF, art. 5º, incisos XXXVII e LIII).
A Constituição Federal proíbe a criação de tribunais de exceção, e, ligado à proibição dos
tribunais de exceção está o princípio do juiz natural ao expressar “Ninguém será processado
nem sentenciado senão pela autoridade competente”.
7. Publicidade (CPP, art. 792 e CF, arts. 5º, LX, e 93, IX, parte
final).
Em regra, os atos processuais são públicos e as audiências são franqueadas ao público em
geral (CPP, art. 792). Contudo, segundo o parágrafo 1º do art. supra, “se da publicidade da
audiência, da sessão ou do ato processual, puder resultar escândalo, inconveniente grave ou
perigo de perturbação da ordem, o juiz, ou tribunal, câmara ou turma, poderá, de ofício ou a
requerimento da parte ou do Ministério Público, determinar que o ato seja realizado a portas
fechadas, limitando o número de pessoas que possam estar presentes”.
Se o juiz der início a uma ação penal ele perderá sua imparcialidade.
10. Ne eat judex ultra petita partium (arts. 383 e 384 do CPP).
O juiz deve pronunciar-se sobre aquilo que lhe foi pedido. O que efetivamente vincula o juiz
criminal, definindo a extensão do provimento jurisdicional, são os fatos submetidos à sua
apreciação. Se o promotor, na denúncia, imputa ao réu um crime de furto, e, ao final, apura-se
que o crime cometido foi o de estupro, não pode o juiz proferir condenação, ainda que o outro
crime esteja caracterizado.
Entretanto, o art. 594 do nosso diploma processual impõe que o réu não poderá apelar sem
recolher-se à prisão, ou prestar fiança, salvo se for primário e de bons antecedentes, assim
reconhecido na sentença penal condenatória, ou condenado por crime que se livre solto.
São consideradas provas vedadas àquelas produzidas em contrariedade a uma norma legal
específica, podendo ser imposta por norma de direito processual ou material. Conforme a
natureza, pode a prova vedada ser descrita como ilícita ou ilegítima, sendo, em qualquer
hipótese, proibidas pela Constituição.
São consideradas provas ilícitas, aquelas produzidas com violação às regras de direito
material, onde são praticados ilícitos de ordem penal, civil ou administrativa.
Exemplos:
TERMO CIRCUNSTANCIADO
INQUÉRITO POLICIAL
1. Competência e atribuição
A atribuição para presidir o inquérito policial é outorgada aos delegados de
polícia de carreira, conforme as normas de organização policial dos Estados. Essa
atribuição pode ser fixada, quer pelo lugar da consumação da infração (ratione loci),
quer pela natureza da mesma (ratione materiae).
2) Características: * inquisitivo
* escrito
* sigiloso
* não-contraditório
* dispensável
* indisponibilidade
3. Valor probatório
O inquérito policial, além de seu conteúdo informativo, tem valor probatório, embora
relativo, haja vista que os elementos de informação não são colhidos sob a égide do
contraditório e da ampla defesa, nem tampouco na presença do juiz de direito.
4. Dispensabilidade
O inquérito policial não é fase obrigatória da persecução penal, podendo ser
dispensado caso o Ministério Público ou ofendido já disponha de suficientes elementos
para a propositura da ação penal (CPP, arts. 12, 27, 39, parágrafo 5º, e 46, parágrafo
1º).
5. Incomunicabilidade
Destinada a impedir que a comunicação do preso com terceiros venha a prejudicar o
desenvolvimento da investigação. Esta incomunicabilidade não excederá de 3(três)
dias e será decretada por despacho fundamentado do juiz a requerimento da
autoridade policial ou do órgão do Ministério Público, respeitadas as prerrogativas do
advogado.
6. Formas de instauração:
* portaria(ex oficio)
* representação = 6 meses
O prazo começa a ser contado a partir da data do
fato, da data que souber quem é o autor do fato,
ou da data que tomar conhecimento do fato.
* requisição
Exceções:
Se o crime for de ação penal privada - e quando o é a própria lei penal o diz,
esclarecendo que “somente se procede mediante queixa” - ou de crime de ação penal
pública condicionada, isto é, subordinada à representação do ofendido, o inquérito
somente poderá ser instaurado se a pessoa legitimada a ofertar queixa ou a fazer
representação, der a devida autorização, seja requerendo, seja representando.
De qualquer sorte, instaurado o inquérito, a autoridade policial deve determinar uma
série de diligências visando ao esclarecimento do fato e à descoberta da autoria,
observada a regra programática prevista no art. 6º do CPP. Muito embora o referido
artigo determine que a autoridade policial deve “dirigir-se ao local, providenciando para
que se não alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos
criminais”, é evidente que o Delegado de Polícia não tomará tal providência em
qualquer crime. Se houver um crime de calúnia, de sedução, de lesão corporal, por
exemplo, não será realizada aquela diligência. E as razões são óbvias...
a) procura ouvir a vítima, as testemunhas que assistiram ao fato ou que dele têm
ciência;
- em flagrante delito
- no caso de desastre
Este parágrafo ainda que sugira uma incongruência com o caput, entendemos
que o legislador quis privilegiar a vítima, no sentido de que esta tenha a
oportunidade de oferecer suas razões fáticas e jurídicas contrárias ao
arquivamento.
Nos casos de ação penal privada, informada pelo princípio da oportunidade, não há
necessidade do ofendido solicitar o arquivamento do inquérito; se, porventura,
entender que não há elementos para dar início ao processo, basta deixar que o prazo
decadencial do art. 38 do CPP flua sem o oferecimento da queixa-crime.
TERMO CIRCUNTANCIADO (Lei 9.099/95)
art.74-composição art.76-transação OD
Benefícios: ___/_____________/______________/____
Audiência Preliminar
MUITO IMPORTANTE:
Não se aplica os benefícios da Lei 9.099/95 aos crimes de
menor potencial ofensivo praticados no âmbito das
relações domésticas.
QUEIXA-CRIME
AÇÃO PENAL
ACÃO CIVIL
JURISDIÇÃO
Acordo de não Persecução Penal
Lei 13.964/19
Comentários:
1. Condições da ação:
2) interesse de agir
(não pode ter havido a extinção da punibilidade)
4) legitimidade ad processum
(o querelante deve ter 18 anos ou mais, se
menor deverá ser representado pelo
representante legal)
Autor
Ministério Público
Denúncia
Princípios
. Condicionada . indisponibilidad
. indivisibilidade
Autor
Querelante
Queixa-Crime
Princípios
.disponibilidade
* personalíssima .indivisibilidade
* subsidiária da pública
LEMBRETES:
Art. 186 - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.
Art. 927 - Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
2. Lei 9.099/95 c/c Lei 10.259/98 – crime de menor potencial ofensivo, onde a
reparação do dano se dá na presença do juízo penal (artigos 72 a 74 da lei).
5. Quantificação
Lesão corporal – arts. 949 e 950, parágrafo único, do CC.
Crimes contra a honra – art. 953 e parágrafo único do CC.
Cárcere privado em prisão ilegal – art. 954, parágrafo único, incisos I a III.
Crimes contra o patrimônio – parágrafo único do art. 952.
6. Dano Moral
O artigo 946 do Código Civil deixa entrever que a quantificação dos prejuízos
em outras hipóteses que não as previstas nos artigos 948 a 954,
principalmente dos danos morais, deve ser estabelecida mercê de
arbitramento, ficando a aferição do montante devido ao arbítrio do julgador em
cada caso concreto, pesadas as circunstâncias e conseqüências do agravo
moral, o que, se não é por si um vetor negativo, por outro lado gera
insegurança e perplexidade às partes, à falta de previsão normativa desses
limites indenizatórios. Nosso legislador não estabeleceu um mínimo nem um
máximo, cabendo ao juiz a dosimetria mais correta do quantum devido.
7. Execução
a) autuação;
b) denúncia ou queixa;
c) sentença condenatória;
d) certidão de que passou em julgado a sentença condenatória;
e) assinatura do juiz e do escrivão
1. Conceito de jurisdição
2. Características da jurisdição
É evidente, porém, que um juiz apenas não tem condições físicas e materiais
de julgar todas as causas, diante do que a lei distribui a jurisdição por vários
órgãos do Poder Judiciário. Dessa forma, cada órgão jurisdicional somente
poderá aplicar o direito dentro dos limites que lhe foram conferidos nessa
distribuição.
5. Espécies de competência
1) à jurisdição especial
2) à jurisdição comum
3) Jurisdições especiais
TRF – 2ª instância
.
TJ - 2ª instância
Cumpre observar que no território nacional há certas pessoas que, pelo fato de
desempenharem funções de relevo, são processadas e julgadas por órgão
superiores. É o que se denomina foro pela prerrogativa de função, que é
chamada competência ratione personae.
4) Tribunal de Justiça de São Paulo (CF, art. 74, I e II): compete processar e
julgar, originariamente, nas infrações penais comuns, o vice-governador, os
secretários de Estado, os deputados estaduais, o procurador-geral de justiça, o
procurador-geral do Estado, o defensor público geral e os prefeitos municipais
(CF, art. 29, X); nas infrações penais comuns e de responsabilidade, os juízes
dos Tribunais de Alçada e de justiça militar, os juízes de Direito e os juízes
auditores da justiça militar, os membros do Ministério Publico, o delegado-geral
de polícia e o comandante geral da polícia militar.
STF
STJ TSE
Obs: 1) Os membros do Poder Judiciário, só saem de sua linha vertical, se praticar crime
eleitoral, respondendo sempre junto ao órgão jurisdicional do Estado em que está lotado.
Nem mesmo os crimes de competência da Justiça Federal lá serão julgados.
Mas por outro lado, cada Estado é dividido em pequenas áreas territoriais
denominadas comarcas. Em cada comarca o Estado-Membro mantém certo
número de juízes para solucionarem as lides de sua alçada, que ali ocorreram,
sendo que em cada uma delas também funciona o Tribunal do Júri.
Exemplos: ar gos 127; 129, § 3º; 133, § 1º e 2º; 135 parágrafo único; 136, § 1º e 2º; 148. § 2º;
157, § 3º; 159, § 2º e 3º etc.
roubo e receptação
Na con nência deve haver também um só processo, mesmo porque a causa de pedir é
a mesma. Há con nência em duas hipóteses:
a) No concurso de pessoas: quando duas ou mais pessoas forem
acusadas pela mesma infração (art. 77, I); é a hipótese do concurso de
agentes.
b) Nos casos de concurso formal (CP, art. 70), aberratio ictus - erro de
execução - o sujeito ativo, além de atingir a pessoa que visou, fere um
terceiro e aberratio delicti, quando uma pessoa lança uma pedra contra
uma vitrina e vai alcançar também um transeunte, praticando com ação
única lesões a objetividades jurídicas diversas.
Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que houver dois ou mais
juízes igualmente competentes, em todos os critérios, para o julgamento da
causa. Neste caso, a prevenção surge como uma solução para determinar qual
o juízo competente.
X – Exceções às regras
Exemplos :
Se um dos acusados não for encontrado para ser citado, ou não responder a
citação por edital, haverá separação.
1. LOCAL DA CONSUMAÇÂO
3. DISTRIBUIÇÃO
Exceção: