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Processo Penal - Conceito

Direito Processual Penal é o conjunto de


princípios e normas que disciplinam a
composição das lides penais, por meio da
aplicação do Direito Penal Objetivo.

Preocupa-se com a atuação jurisdicional do


Direito Penal, as atividades da Polícia
Judiciária, os órgãos respectivos e seus
auxiliares.
Para Denílson Feitosa, o processo penal moderno
foi concebido, sobretudo, como maneira de
proteger o indivíduo da onipotência estatal,
passando, assim, a ser instrumento que
possibilita o estado-jurisdição interpor-se entre o
estado-administração e os “administrados”.
Em síntese: “é mais um instrumento de
garantia da liberdade do indivíduo do que um
mero método para se obter a decisão
jurisdicional sobre a pretensão punitiva”.
No campo militar, o Direito Processual Penal
Militar é o conjunto de princípios e normas
que regulam a aplicação jurisdicional do
direito penal militar. Regulam ainda as
atividades preliminares da polícia judiciária
militar.

É ramo do direito público.


Finalidade
O Estado é o titular exclusivo do direito de punir.
Direito este genérico, destinado à coletividade.

A finalidade do processo é propiciar a adequada


solução jurisdicional do conflito de interesses
entre o Estado e o infrator, através de uma
sequência de atos que compreendam a
formulação da acusação, a produção das
provas, o exercício da defesa e o julgamento da
lide.
O processo como procedimento, é o conjunto de
atos legalmente ordenados para apuração do
fato, da autoria e exata aplicação da lei.
Fontes do Processo Penal
Conceito:

Fonte é o lugar de onde algo se origina. Em


direito, analisamos dois enfoques: as fontes
criadoras e fontes de expressão da norma. As
primeiras são chamadas de fontes materiais,
as segundas, fontes formais.
Fontes
- Material ou de produção:
União: art. 22, I CR/88
- Formal ou de cognição: meio pelo qual se
revela o direito
Lei em sentido amplo.
Costumes, princípios gerais de direito, regras de
direito internacional - art. 3º CPP.
Princípios informadores
Verdade Real:
No processo penal, o juiz tem o dever de
investigar como os fatos se passaram na
realidade, não se conformando com a verdade
formal constante dos autos.
Desse modo o juiz poderá, no curso da instrução
ou antes de proferir sentença, determinar, de
ofício, diligências para dirimir dúvida sobre
ponto relevante. Art. 156 CPP.
Princípios
Legalidade
Os órgãos incumbidos da persecução penal não
podem possuir poderes discricionários para
apreciar a conveniência ou oportunidade da
instauração do processo ou do inquérito.
Assim, a autoridade policial, nos crimes de ação
penal pública, é obrigada a proceder às
investigações preliminares e o órgão do
ministério público é obrigado a apresentar a
respectiva denúncia, desde que se verifique um
fato aparentemente delituoso.
Oficialidade
Posto que a função penal possui índole
eminentemente pública, a pretenção punitiva
do Estado deve se fazer valer por órgãos
públicos, quais sejam, a autoridade policial, no
caso de inquérito, e o Ministério Público, no
caso da ação penal pública. Este princípio
sofre exceção no caso da ação penal privada e
de ação penal popular.
Oficiosidade
Os órgãos incumbidos da persecução penal
devem proceder ex ofício, não devendo
aguardar provocação de quem quer que seja,
ressalvados os casos de ação penal privada e
de ação penal pública condicionada à
representação do ofendido.
Indisponibilidade
A autoridade policial não pode determinar o
arquivamento do inquérito policial e o
Ministério Público não pode desistir da ação
penal pública, nem do recurso interposto.
Publicidade
As audiências, sessões e atos processuais são
franqueados ao público em geral. Contudo,
existem exceções à regra geral, que estão
disciplinadas nos artigos 5, LX, XXXIII, e 93, IX,
parte final da CF e no artigo 792, §1 do CPP.

Quando houver interesse social ou a intimidade o


exigir, o juiz pode limitar o acesso à pratica dos
atos processuais, ou mesmo aos autos do
processo apenas às partes envolvidas.
Publicidade
Conforme o caso, até mesmo o réu pode ser
afastado da sala, permanecendo o seu advogado.

Note-se, no entanto, que jamais haverá sigilo total,


fazendo com que no magistrado conduza o
processo sem o acesso dos órgãos de acusação e
defesa, bem como jamais realizará um ato
processual válido sem a presença do promotor e
do defensor.

O IP/IPM, é sigiloso – art. 20 CPP / 16 CPPM.


Contraditório (Art. 5, LV,CF)
O réu deve conhecer a acusação que lhe é
imputada para poder contraditá-la, evitando,
assim, ser condenado sem ser ouvido.

O sistema processual penal exige a efetiva


contrariedade à acusação, como forma de
atingir os escopos jurisdicionais, tarefa que só
é possível com a absoluta paridade de armas
conferidas às partes.
Princípio da iniciativa das partes
O Juiz é inerte. Não poderá dar início ao processo
sem a provocação da parte legítima.
Não pode o juiz agir de ofício para dar início à ação
penal. Cabe ao titular da ação penal, que é o MP,
(art. 129,l,CF), como regra, essa providência.
Não propondo a ação penal no prazo legal, pode o
particular ofendido tomar a iniciativa (art.5,
LIX,CF)
Devido processo legal
Consiste em assegurar à pessoa o direito de não ser
privada de sua liberdade ou de seus bens, sem a
garantia de um processo desenvolvido na forma
que a lei estabelece. Art. 5, LIV, CF.
Plenitude de defesa: direito de ser ouvido,
informado dos atos processuais, acesso à defesa
técnica, manisfestar depois da acusação, julgado
perante juízo competente, duplo grau de
jurisdição, imutabilidade da segurança transitada
em julgado. (Art. 5, XXXVIII,a, CF)
Inadmissibilidade das provas obtidas
por meios ilícitos
São inadimissíveis, no processo, as provas
obtidas por meios ilícitos – art. 5, LVI, CF.

As provas obtidas por meios ilícitos constituem


espécie das chamadas provas vedadas. São
ilícitas as provas obtidas mediante a prática de
algum ato contrário à lei, seja penal, civil ou
administrativo, da parte daquele encarregado
de produzí-las.
Inadmissibilidade das provas obtidas
por meios ilícitos
Prova ilícita: a forma de obtenção da prova é
proibida por lei. Infringência do direito
material. Escuta telefônica não autorizada.

Prova ilegítima: obtidas com desrespeito ao


direito processual. Fornecimento indevido de
prova. Prova do homicídio, somente com a
simples confissão do réu.
Inadmissibilidade das provas obtidas
por meios ilícitos
Prova ilícita por derivação – teoria dos frutos da
árvore envenenada – quando uma prova for
produzida por mecanismos ilícitos, tal como a
escuta ilegalmente realizada, não se pode
aceitar as provas que daí advenham.
Inadmissibilidade das provas obtidas por
meios ilícitos
Teoria da proporcionalidade, da razoabilidade ou do
interesse predominante – cuja finalidade é equilibrar
os direitos individuais e os da sociedade, não se
admitindo a rejeição contumaz das provas obtidas
por meios ilícitos.
-Escuta clandestina para intervir em sequestro;
-Absolver o acusado face ao erro judiciário;
-A ilegitimidade da utilização da psicografia como prova
no processo penal.
Ampla defesa (art. 5, LV, CF)
Ao réu é concedido o direito de se valer de
amplos e extensos métodos para se defender
da imputação feita pela acusação.

Auto defesa: feita pelo próprio acusado através


do direito de presença nas audiências e
postular pessolamente. Esta é renunciável.

Defesa Técnica: exercida por profissional


habilitado perante a OAB. É irrenunciável.
Nemo tenetur se detegere
Proibição de produção de provas contra si
mesmo.

O pacto de São José da Costa Rica, Decreto


678/92, previu expressamente este princípio.
Tem carater supra legal – acima da lei e abaixo
da constituição.
Para Guilherme de Souza Nucci, o princípio decorre
da conjugação dos princípios constitucionais da
presunção de inocência e ampla defesa. Afirma
que se o indivíduo é inocente até que se prove
sua culpa, possui o direito de produzir
amplamente prova em seu favor bem como de
permanecer em silêncio sem que isso lhe traga
prejuízo.

A principal função do princípio nemo tenetur se


detegere é proteger o acusado no momento da
produção das provas, não permitindo que seja
violado além do direito ao silêncio, mas também
outros direitos do acusado, tais como a dignidade
humana, a honra e a intimidade
Favor rei / in dubio pro reo
Na relação processual em caso de conflito entre
a inocência do reu e sua liberdade, deve o juiz
decidir em favor do acusado. (Art. 386, VII,
CPP).
Conecta-se ao princípio constitucional da
presunção de inocência. (Art. 5, LVII, CF).
Princípio do juiz imparcial
O juiz deve ser imparcial na relação processual.
Deve ser isento para julgar. A imparcialidade
quebra-se diante da corrupção, amizade
íntima ou inimizade capital com uma das
partes, ligação com o objeto do processo,
conhecimento pessoal sobre o fato a ser
julgado, etc. Arts. 5, §2 e 95 CF; arts. 112, 252,
2523, 254 CPP; arts 37 a 41 CPPM; art. 8, item
1 do Pacto São José da Costa Rica, dec 678/92.
Princípio da economia processual
É incumbência do Estado procurar desemvolver
todos os atos processuais no menor tempo
possível, dando resposta imediata à ação
criminosa e poupando tempo e recursos das
partes. (Art. 5, LXXVIII, CF).
Princípio do Juiz Natural
O juiz é previamente designado por lei e de
acordo com as normas constitucionais (art. 5,
LIII,CF – ninguem será processado nem
sentenciado senão pela autoridade
competente). Evita-se com isso, o juizo ou
tribunal de excessão (art 5, XXXVII, CF), que
seria a escolha do juiz para a analise de casos
específicos, após a ocorrência do crime.
Presunção de inocência
Todo acusado é presumido inocente, até que seja
declarado culpado por sentença condenatória,
com trânsito em julgado. (Art. 5, LVII, CF).
O objetivo é garantir que o ônus da prova seja da
acusação. As pessoas nascem inocentes, sendo
este seu estado natural.
Medidas cautelares devem ser excepcionais e
indipensáveis. Ex: violação de domicílio, sigilos
bancarios, fiscais, prisões processuais.
Lei processual no tempo
Princípio do Tempus regit actum – ou teoria do
isolamento dos atos processuais / teoria do
efeito imediato – art. 2 CPP.

O ato processual será regulado pela lei que


estiver em vigor no dia em que ele for
praticado. A lei processual só alcança os atos
praticados a partir de sua vigência.
A LEI PROCESSUAL NÃO RETROAGE PARA
BENEFICIAR O RÉU.

Norma Mista: Ao mesmo tempo norma de


Direito Processual e Material. Ex.: Art. 366 CPP
– trata de suspensão do processo – CPP e
prescrição – CP.

Quando isto ocorrer, prevalece a regra do direito


penal – retroage.
Lei processual no espaço
A lei processual penal aplica-se a todas as
infrações penais cometidas em território
brasileiro, sem prejuízo de convenções,
tratados e regras de direito internacional.
Vigora o princípio da absoluta territorialidade,
segundo a qual, aos processos e julgamentos
realizados no Brasil, aplica-se a lei processual
penal nacional.
Enquanto o art. 1 do CPP adota a
territorialidade, o art. 4 do CPPM, adota a
extraterritorialidade da lei penal castrense,
como se observa textualmente nos incisos l e
ll.
Organização Judiciária
São órgãos do poder Judiciário – art 92 CF.

Função: Lesão ou ameaça a direito. Art. 5, XXXV,


CF.
INQUÉRITO POLICIAL
Conceito: Procedimento administrativo voltado
para apuração do fato criminoso e de sua
autoria.
É instrução provisória. Não é processo, mas
procedimento administrativo, destinado, na
linguagem do artigo 4 do CPP, a apurar a
infração penal e autoria. Fornece, pois, ao
órgão da acusação, a base ou supedânio
necessário a propositura da ação penal.
Polícia Judiciária
Atua após a prática do crime, colhendo os
elementos que o elucidam e evitando que
desapareçam, para que mais tarde possa
haver lugar a ação penal. Trata-se de função
investigatória destinada a auxiliar a justiça.

Não faz parte do poder judiciário, mas do


executivo.
No ambito estadual, cabe a Polícia Civil o serviço
de polícia judiciária. Art. 144, § 4 da CF.

No ambito Federal cabe a Polícia Federal – art.


144, § 1, inciso lV.
Polícia Judiciária Militar
É exercida pela Polícias e Bombeiros Militares
com base no art. 7 do CPPM e art. 144 § 4 da
CF.

A delegação do exercício é feita por Portaria do


Comandante, que deve designar somente
oficiais para a atribuição de apuração, em seu
nome, devendo então fiscalizar.
Finalidade
É a apuração de fato que configure infração
penal ou, no caso de inquérito policial militar,
infração penal militar e a respectiva autoria
para servir de base à ação penal ou às
providências cautelares. Ver art. 9 CPPM.

Em se tratando de crimes militares, a Justiça


Militar da União processa e julga os crimes
militares, não importando quem seja o autor.
Já a JME processa e julga os crimes militares
cometidos pelos servidores militares
estaduais. Por isso ela é restrita e o indiciado
em IPM em curso nas Forças estaduais e do
Distrito Federal somente poderá ser policial
militar ou bombeiro militar.
Características
Escrito – art. 9 CPP / 21 CPPM

Oficiosidade – na ação penal pública


incondicionada. Art 5, l, CPP/ art 10, a, CPPM.

Oficialidade – órgão oficial – art. 144, §§ 4 e 6


CF; art 1, lll, CPP; art 7 CPPM.
Características
Obrigatoriedade: para o delegado/Comandante.
Sendo o fato típico e antijurídico.

Dispensabilidade: para a ação penal é


dispensável. Pode haver ação em face de
relatório de CPI, ou de Sindicância na justiça
militar. Art. 12, 27, 39 § 5, 46 § 1 do CPP, art.
28 CPPM. Art. 77, § 1, 9099/95 JespCrim.
Características
Inquisitivo: não se aplica os princípios do
contraditório e da ampla defesa, pois não
existe acusação. Diligências requeridas
poderão ou não serem deferidas pela
autoridade. Art. 14 CPP.

Indisponível: o delegado ou comandante não


podem arquivar o inquérito. Só o juiz a pedido
do MP. Art. 28 CPP e 24 CPPM.
Característica
O inquérito é sigiloso? Art. 20 CPP / art. 16
CPPM
É sigiloso, contudo não se estende ao MP e ao
Juiz.
E o advogado?
Alguns entendem que decretado o sigilo judicial,
que visa proteger a intimidade do investigado,
o advogado não teria acesso. Contudo a
sumula 14 do STF diz que é direito da defesa
ter acesso aos autos. Quando esta sumula for
descumprida, cabe reclamação ao STF.
Valor Probatório
O Inquérito tem valor relativo, uma vez que
precisa da confirmação do Juiz.

No caso de Exame de Corpo de Delito, ECD, o


Juiz deve analisar de pronto, por tratar-se de
prova técnica. Não precisa de confirmação.

O valor principal do IP é informativo, pois vai


subsidiar o processo.
JespCrim – lei 9099/95
Infrações penais de menor potencial ofensivo –
contravenções penais e crimes com pena
máxima não superior a dois anos. Art. 60 e 61.
A autoridade policial, lavra TCO ao JespCrim.
Art. 69
O autor deve ser encaminhado imediatamente
ou assumir o compromisso de comparecer,
não se impondo prisão em flagrante nem
fiança. Art 69, § único.
O IP é dispensável, sendo o TCO base para a
denúncia. Art. 77, § 1.
IPM
O art. 10 do CPPM, elenca os modos porque o IPM
pode ser iniciado. Vale ressaltar que sempre que
ouver indícios de crime militar, deve ser
instaurado o IPM e não sindicância.

Quando da sindicância surge indícios de crime,


pode o encarregado sugerir a abertura de IPM,
ou se apurar os fatos, relatar a sindicância nos
moldes do inquérito e enviar para a justiça
militar. Art. 28 CPPM. Nestes casos, o
comandante ao arquivar a SR, corre o risco de
responder pelos crimes de prevaricação 319 e
inobservância de lei 324 todos do CPM.
Observações
No caso de requisição para abertura de inquérito, a
autoridade é obrigada a atender, exceto ser for a
requisição manisfestamente ilegal.
Na APPC, o inquérito só poderá ser instaurado com
a manifestação do ofendido. A requisição do MP
ou do Juiz, também devem vir com a
manifestação.
Na APPrivada, a instauração depende de
requerimento escrito ou verbal, reduzido a termo
neste último, do ofendido ou seu representante
(CADI). Não pode haver requisição do MP ou Juiz.
Prazos
Modalidade IP Preso Solto

Regra geral art. 10 CPP 10 dias 30 dias + prorrogação.

Justiça Federal art. 66 Lei 15 dias + 15 30 dias


5010/66
Tráfico – art. 51 lei 11343 30 dias 90 dias
(duplicados)

IPM art 20 CPPM 20 dias 40 dias + 20

Crimes contra econ. Pop 10 dias 10 dias


lei 1521/51
Só nos casos da Justiça Federal e tráfico de
drogas, o inquérito pode ser prorrogado com
o indiciado preso.
Todo inquérito com o indiciado solto, pode ter o
prazo prorrogado.
O início do prazo com o indiciado solto, é a
partir do recebimento da notícia crime.
Com o indiciado preso, o prazo começa a partir
do dia seguinte ao da prisão.
Encerramento do IPM
O encerramento ocorrerá com um minucioso
relatório encaminhado ao juiz compentente.

O MP diante da PECISA, pode oferecer denúncia.


Senão pode pedir diligências complementares,
art. 16 CPP ou requerer arquivamento.
Observações
No caso do procurador insistir no arquivamento,
o juiz é obrigado a arquivar.

Pode haver ação após o arquivamento, desde


que haja nova prova e não esteja extinta a
punibilidade. Sum 524 STF.
Encerramento do IP

Art. 19 CPP – fica o juiz aguardando a iniciativa


do ofendido – queixa, durante seis meses.

Pode o ofendido requerer o autos de inquérito,


ficando em seu poder, mediante translado.
• ASPECTOS JURÍDICOS ESSENCIAIS NA
ELABORAÇÃO DO BO
• → Versões;
• → Qualificações (mãe + endereço);
• → Testemunhas ( o que viu, o que sabe);
• → Providências policiais adotadas;
• → Prisão – garantias constitucionais do preso
(art. 5º, LXII e LXIV CR/88);
• → Constar representação/queixa nos crimes
pertinentes (opcional);
• → Encerramento.
HOUVE DENÚNCIA OU QUEIXA

AÇÃO PENAL
Ação Penal
Conceito: Ação é o direito de invocar, de pedir a
tutela jurisdicional. É o direito de pedir ao
Estado – Juiz a aplicação do direito penal
objetivo a um caso concreto.

Previsão no art. 100 do CP e 121 do CPM.


Ação Penal Pública
Proposta pelo MP mediante denúncia.
Pode ser:
Incondicionada: o MP não precisa autorização;
Condicionada: arts. 24, 33, 39 CPP.
1.a representação do ofendido;
2.ou por requisição do Ministro da Justiça.
Tais condições não deflagram a ação, mas
autorizam.
CPM
Ação Penal:

Incondicionada – art. 29 CPPM

Condicionada mediante requisição do Ministro


das Forças Armadas/Cmt Geral (por analogia).
Ação Penal Privada
Deflagrada pelo ofendido mediante queixa via
de regra.
Por representante legal:
1.somente se o ofendido for menor;
2.ou se tiver morrido.
Aí vem o CADI: conjunge, ascendente,
descendente e irmão.
Ação Penal Privada
1. Comum ou exclusivamente privada: o ofendido,
representante legal CADI; Art 5,§5 CPP.
2. Personalíssima: aqui, só o ofendido. EX.: art.
236, § úncio do CP – Induzimento a erro
essencial e ocultação de impedimento. “a ação
penal depende de queixa do contraente
enganado”…
3. Subsidiária: misto de ação pública e privada. Art.
5, LIX, CF; 100, § 3 CP.
Ação Penal Privada
Ação penal privada subsidiária da pública: art.
100, §3 CP.

Os prazos do MP para denúncia são a metade do


IP – 5 e 15 dias regra geral – art. 46 CPP.
Quem decide o tipo de ação é o legislador. A
regra é que a Ação seja Pública
Incondicionada. Neste caso a lei fica em
silêncio.
Caso contrário, a lei vai especificar qual é a
Ação. Ex.: 147, § único CP – somente se
procede mediante representação – APPC.
145 § único CP – procede-se mediante
requisição do Ministério da Justiça, …
145 CP – somente se procede mediante queixa.
Princípios da Ação Penal Pública
Obrigatoriedade: O MP está obrigado a
denunciar desde que haja PECISA.

Indisponibilidade: o MP não pode desistir da


APP – art. 42 e 576 CPP. Nas alegações finais
pode:
1.Requerer condenação;
2.Opnar pela absolvição – mesmo assim o juiz
pode condenar. Art. 385 CPP.
Princípios da Ação Penal Pública
Divisível: havendo concurso de agentes, três
agentes, dois podem ser denunciados e o
terceiro não.
Tem que haver PECISA para os três.
Iniciado o processo com três investigados, sendo
que a denúncia acontece somente para dois e
mais pra frente, havendo PECISA para o
terceiro, o MP adita a denúncia anterior.
Senão, requere o arquivamento.
Princípios da Ação Penal Privada
Se contrasta com os da Pública. Com excessão
do princípio da intranscendência – é o único
para os dois tipos de ações.

Neste, a ação penal não passa da pessoa de


quem cometeu o fato. Não passa da pessoa do
acusado.
Princípios da Ação Penal Privada
Conveniência ou oportunidade: o ofendido
impetra se quiser a ação. Dois feitos para não
propor:
1.Renúncia – fazer, abdicar do direito de queixa;
art. 104 CP.
2.Decadência – cruza os braços e deixa correr o
prazo – 06 meses. Art. 103 CP.
Princípios da Ação Penal Privada
Disponibilidade: Exercido o direito de queixa, e
instaurada a ação penal privada, o ofendido
pode dispor:
1.Perdão – art. 105 CP;
2.Perempção – art. 60 CPP.
O perdão é ato bilateral, tendo que haver o
aceito do querelado – art. 106 CP.
Princípios da Ação Penal Privada
Indivisível – art. 48 CPP: havendo concurso de
agentes, a queixa tem que ser feita contra
todos. Deixando de fazê-la contra um, implica
em renúncia tácita contra os outros. Causa de
extinção de punibilidade contra todos. Art. 49
CPP.
Ação Penal Pública Condicionada
Direito de representação: (vale também para
Ação Privada)
1.Ofendido – maior de 18 anos;
2.Ofendido menor 18 e/ou doente mental –
Representante legal;
3.Ofendido menor 18 e/ou doente mental que
não tem representante legal ou há conflito de
interesses: Curador especial
4.Ofendido morre: CADI
Ação Penal Pública Condicionada

O prazo para exercer o direito de


representação (vale também para a
queixa), é decadencial art. 103 CP e
38 CPP – seis meses contados do
conhecimento da autoria.
Ação Penal Pública Condicionada

Decadência Prescrição
Corre contra o ofendido. Corre contra o Estado.
Aplica-se aos direitos de Atinge a todos os tipos de
representação e queixa. ação penal. Conta da
Direitos que pertencem ao consumação do fato. Art.
ofendido. Não haverá 111, I CP. A prescrição
decadência na APPI. Conta pode ocorrer antes da
a partir do conhecimento decadência face ao início
da autoria. da contagem.
Ação Penal Pública Condicionada
Retratação da representação – art. 25 CPP
Cabe retratação desde que feita antes do
oferecimento da denúncia – ato do MP - regra.

Exceção: lei Maria da penha – art. 16 – renúncia


da representação. O limite é antes do
recebimento da denúncia – ato do Juiz.
Ação Penal Pública Condicionada

Cabe retratação da retratação?


Ação Penal Pública Condicionada
Cabe, desde que ainda esteja dentro dos
seis meses – decadência.

Basta fazer nova representação.


Ação Penal Pública Condicionada
Requisição do Ministro da Justiça:

Não tem prazo para esta requisição. Decadência


corre contra o ofendido.

Hipótese:
a)Crime contra a Honra do Presidente ou Chefe
de Governo estrangeiro - art. 145 § único, CP;
b)art. 7, § 3, b, CP.
Ação Civil “ex-delito”
Conceito: é a ação proposta no juízo cível,
para requerer indenização em razão da
prática de um crime.
Ação Civil “ex-delito”
Natureza do processo:

Trata-se de um processo de execução, pois a


sentença condenatória produz um título
executivo (art. 91, l, CP), que pode ser
diretamente cobrado na órbita civil,
debatendo-se somente o quanto é devido.
Ação Civil “ex-delito”
Outra possibilidade de processo:

Pode-se ajuizar, antes mesmo de finda a ação


penal, uma ação civil de reparação de dano
provocado pelo crime, embora, nessa
situação, seja conveniente que o juiz da ação
civil suspenda o curso do processo
aguardando-se a solução da esfera criminal,
evitando-se decisões conflitantes.
Ação Civil “ex-delito”
Exclusão da responsabilidade civil:

Quando o juizo penal afirmar a inexistência do


fato (386, l CPP) ou considerar que o réu não
foi o autor da infração penal (386,lV,CPP),
cessa a possibilidade de ingresso na esfera
civil. Por outro lado, em algumas situações de
exclusão da antijuridicidade, art. 23 CP, o
mesmo ocorre. No estado de necessidade, vai
depender do caso concreto.
Ação Civil “ex-delito”
Houve condenação penal:

Antes do Transito em julgado.

Pode impetrar ação civil de conhecimento. Não


de execução direto. O juiz civil pode esperar
até 1 ano a decisão criminal. Aqui, tem-se que
discutir o fato, a culpa, se foi ilícito…
Ação Civil “ex-delito”
Houve condenação penal:

depois do Trânsito em julgado.

Título executivo judicial:


Pula a ação de conhecimento e vai direto para
liquidação. Aqui o juiz civil não pode discutir a
ilicitude, a culpa do réu. O título executivo é
certo, ele vai dicutir o valor, o quanto deve ser
pago. Liquidez.
Ação Civil “ex-delito”
Na sentença penal condenatória, o juiz criminal
pode atribuir valor mínimo para a reparação
dos danos causados pela infração. Art. 387, IV,
CPP. Neste caso, a vítima já procurou no
decorrer do processo criminal, provar o
quanto teve de gastos com danos. Assim, não
precisa da ação de liquidação civil, pode
executar direto sem ação civil de execução.
Havendo valor complementar, ação civil de
liquidação.
Ação Civil “ex-delito”
Absolvição Criminal:

Fazem coisa julgada no civil para danos;

Declarar o juiz penal que está provada a


inexistência do fato. Art. 386, l, CPP.
Estar provado que o réu não concorreu para a
infração penal. 386, IV, CPP. Estas questões
não podem ser discutidas novamente no civil.
Art 935, CC.
PRISÃO E LIBERDADE PROVISÓRIA
Prisão é a privação da liberdade de locomoção
determinada por ordem escrita da autoridade
competente ou em caso de flagrante delito.
Fernando Capez. Arts 282 e ss do CPP/ 220 CPPM.

O fundamento constitucional, é o art. 5, LXI, CF, que


diz que ninguém será preso senão em flagrante
delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente.
Espécies de prisão
Prisão pena ou penal: é aquela imposta em
virtude de sentença penal condenatória
irrecorrível;

Prisão Civil: Segundo o STF, só é possível a prisão


civil do devedor de alimentos; Depositário
infiel não!!!
Prisão depositário infiel
• O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal
(STF), deferiu liminar em Habeas Corpus (HC 98893) para
suspender a prisão civil de depositário judicial infiel, por
considerá-la contrária à Convenção Americana sobre
Direitos Humanos, ao Pacto Internacional sobre Direitos
Civis e Políticos e à Constituição Federal. De acordo com
ele, o STF firmou jurisprudência “no sentido de que não
mais subsiste, em nosso ordenamento positivo, a prisão
civil do depositário infiel”.

• Segundo Celso de Mello, o STF revogou a Súmula 619, “que


autorizava a decretação da prisão civil do depositário
judicial no próprio processo em que se constituiu o
encargo, independentemente do prévio ajuizamento da
ação de depósito”.
Espécies de prisão
Prisão disciplinar: permitida pela constituição para
os casos de transgressões disciplinares e crimes
militares. Recai sobre o militar e é decretada pelo
superior hierarquico. Não admite HC. Art. 142, §
2 CF.
No DPM temos ainda a figura da Menagem,
prevista nos artigos 263 a 269 CPPM. Trata-se de
uma espécie de prisão provisória for a do cárcere,
não tendo correspondente no CPP. Constitui uma
faculdade do juiz do juizo militar a concessão,
desde que preenchidos determinados
pressupostos legais, tais como: a pena não
exceda a 4 anos; natureza militar; bons
antecedentes.
Espécies de prisão
Prisão administrativa art. 319 CPP: para fins
administrativo. Cuida-se de medida restritiva
da liberdade, com a finalidade de compelir
alguém a fazer alguma coisa ou para acautelar
um interesse administrativo qualquer.

Ex.: Prisão do estrangeiro em vias de ser


extraditado. Art. 69 da lei 6815/80.
Espécies de prisão
Prisão Processual: decretada antes ou durante o
processo penal. Imposta com finalidade
cautelar, destinada a assegurar o bom
desempenho da investigação, do processo
penal ou da execução da pena.
Art. 220 CPPM/ 282 e ss CPP
Espécies de prisão processual
São seis:

1. Prisão temporária;
2. Prisão em flagrante;
3. Prisão preventiva;
4. Prisão em decorrência de pronúncia;
5. Prisão em decorrência de sentença penal
condenatória recorrível;
6. Condução coercitiva de réu, testemunha, vítima,
perito ou outra pessoa que se recuse,
injustificadamente, a comparecer em juízo ou na
polícia.
Prisão em flagrante
Está tutelada no CPP nos art. 301 a 310, no
CPPM nos art. 243 a 253 e na CF no art. 5,
incisos LXI a LXVIII.

Quem decreta prisão no Brasil é o Juiz, via de


regra. Salvo 2 exceções: Flagrante e disciplinar.
Prisão em flagrante
Próprio: o agente está cometendo a infração ou acabade
cometé-la; Art. 302, l e ll, CPP/ 244, “a” e “b” CPPM.

Impróprio ou quase flagrante: Logo após a infração, o agente


é perseguido e preso. Não tem prazo para a perseguição.
Esse negócio de 24 horas é lenda.
Art. 302, lll, CPP/ 244, “c” CPPM.

Presumido: logo depois da infração o agente é encontrado


com algum objeto comprometedor. Art. 302, lV, CPP / 244,
“d” CPPM.
Prisão em flagrante
O que não se enquadrar no artigo 302 não é
flagrante. Ex.: Apresentação espontânea não
pode ser autuado em flagrante.
Prisão em flagrante
Flagrante obrigatório: efetuado pela autoridade
policial e seus agentes. Art. 301 CPP / 243
CPPM.

Flagrante facultativo: efetuado por qualquer


pessoa do povo. Art 301 CPP / 243 CPPM.
Prisão em flagrante
Flagrante Esperado: regular da autoridade, que
espera a prática da infração.

Flagrante Forjado: Irregular da autoridade, que


simula uma situação de flagrante. Java. Abuso
de autoridade.

Flagrante preparado: O Agente é induzido a


praticar a infração. Irregular, por tratar-se de
crime impossível, art 17 CP. Entendimento
Majoritário. Sum 145 STF.
Prisão em flagrante
Flagrante retardado ou controlado: existe em
decorrência do art. 25, ll, da lei 9034/95 e art.
53, ll da lei 11.343, que dispõe sobre o
combate ao crime organizado. O agente
policial aguardará a melhor ocasião para
realizá-lo, tendo-se em vista a construção da
prova e obtenção de informações sobre os
crimes praticados por organizações
criminosas. Neste caso é possível inclusive a
infiltração de agentes mediante autorização
judicial.
Formalidades da Prisão em Flagrante
1. Lavratura do APF – art. 304 CPP: Condutor
primeiro, indiciado e testemunhas. Flagrante
eficiente lei 11113/05.
2. Entrega da nota de culpa – art. 306, § 2 CPP.
Prazo de 24 horas
3. Comunicação ao juiz – art. 306, § 1 CPP.
4. Comunicação a Defensoria Pública – art. 306.
§ 1 CPP – isto se o preso não disser o nome
de seu advogado.
Formalidades da Prisão em Flagrante
Importante ressaltar que o prazo para o APF, é de
24 horas, contados depois da prisão. Este é o
prazo para que o auto seja encaminhado ao juiz e
para que seja entregue a nota de culpa ao preso.
Art. 306 §§ 1 e 2 do CPP.

Nos crime de ação penal privada e pública


condicionada, este é o prazo máximo para a
dentenção do preso, para o aguardo da
manifestação da vítima. Depois de 24 horas, ele
deve ser colocado em liberdade.
Não se lavrará o APF
- Menor: art 228 CR
- Diplomatas: tratados e convenções
- Presidente da República: art.86 § 3ºCR/88
- Agente que socorre vítima de acidente de
trânsito: art. 301 CTB.
- Art 69, Parágrafo único, Lei 9099/95;
- Apresentação espontânea: art. 317 CPP e 262
CPPM
APF para crimes inafiançáveis
-Membros do Congresso Nacional: art. 53 § 2º CR/88
-Deputados Estaduais: art. 56 § 3º CEMG – imunidade só
no Estado.
-Magistrados (art. 33, II, Lei Complementar 35/79)
e Membros do MP (art. 40, III, Lei 8625/93); só podem
ser presos por ordem escrita e fundamentada do
Tribunal Competente ou em flagrante delito de crime
inafiançável, comunicando-se o fato ao Órgão superior
da Instituição, que se manifestará acerca da
manutenção da prisão.
-Questão do Prefeito e do vereador: no âmbito do
município.
-Advogado: no exercício da profissão, a prisão em
flagrante só é cabível para crimes inafiançáveis, exceto
de desacato (art. 7º, §§ 2º e 3º, da Lei 8906/94 e
liminar na ADI 1.127-8).
Prisão em flagrante Crime Militar
O assunto está previsto no art. 243 a 253 do
CPPM. O primeiro aspecto a se ressaltar é que
um militar somente cometerá crime militar
quando este estiver previsto no CPM.

O infrator será levado até a presença do Cmte


Militar, autoridade de polícia judiciária,
competente para dizer sobre a autuação ou,
na sua falta, ao oficial de serviço.
Prisão em flagrante Crime Militar
Ressalta-se que o entendimento doutrinário
sobre o disposto no art. 223 do CPPM é de
que o subordinado pode dar a voz de prisão
em flagrante ao superior, contudo, para
manuntenção da hierarquia e disciplina
militares, somente o mais antigo poderá
autuar o militar infrator. O responsável pela
prisão deve acionar o superior do militar
preso para a condução até a presença da
autoridade de Polícia Judiciária Militar.
Busca domiciliar
CF Art. 5º Inciso XI – a casa é ASILO INVIOLÁVEL
do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar
SEM CONSENTIMENTO DO MORADOR, salvo
em caso de FLAGRANTE DELITO ou DESASTRE,
ou para PRESTAR SOCORRO, ou durante o dia
por DETERMINAÇÃO JUDICIAL.

Ver art. 240 a 249 CPP.


Busca domiciliar
O agente é perceguido e adentra em residência
de terceiros.

Qual o procedimento?
Busca domiciliar – art. 293 e 294 CPP/
232 e 233 CPPM
O morador deve ser intimado a entregá-lo,
abrindo as portas de sua casa.
Caso desobedeça, sendo dia, esta será
arrombada.
Sendo noite, deve-se cercar a casa, e logo que
amanheça, arrombar e efetuar a prisão.
No caso de prisão em flagrante, observa-se o
que for cabível. Art. 294
Uso da força
Deve ser usado a força necessária para repelir a
resistência. Art. 292 CPP.

O uso de força e permitido não só no caso de


resistência como também no de tentativa de
fuga. Art. 284 CPP/ 234 CPPM.

Uso de armas: art. 234 § 2 CPPM.


Emprego de algemas
Súmula Vinculante nº 11 - Só é lícito o uso de
algemas em casos de resistência e de fundado
receio de fuga ou de perigo à integridade
física própria ou alheia, por parte do preso ou
de terceiros, justificada a excepcionalidade
por escrito, sob pena de responsabilidade
disciplinar, civil e penal do agente ou da
autoridade e de nulidade da prisão ou do ato
processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado.
ECA
Art. 178. O adolescente a quem se atribua
autoria de ato infracional não poderá ser
conduzido ou transportado em
compartimento fechado de veículo policial,
em condições atentatórias à sua dignidade, ou
que impliquem risco à sua integridade física
ou mental, sob pena de responsabilidade.
Transporte de presos
Art. 1º É proibido o transporte de presos em
compartimento de proporções reduzidas, com
ventilação deficiente ou ausência de
luminosidade. Lei 8653/93.
Prisão Temporária Lei 7960/89.
• Prisão para fins de investigação.
• So cabe no IP. Durante o processso jamais!
• Juiz quem decreta, contudo, nunca de ofício.
Deve ser provocado por requerimento do MP
ou representação do delegado.
Prisão Temporária Lei 7960/89.
1. Art. 1 – caberá prisão temporária;
I. Quando imprescindível para as investigações
do IP;
II. Quando o indiciado não tiver residência fixa
ou não fornecer elementos necessários ao
esclarecimento de sua identidade;
III. Quando houver fundadas razões, de acordo
com qualquer prova admitida na legislação
penal, de autoria ou participação do
indiciado nos seguintes crimes: 14 crimes.
Prisão Temporária Lei 7960/89.
Os requisitos são alternativos ou cumulativos?
O terceiro requisito é necessário, apenas nas
infrações arroladas cabe PT. quanto aos outros
dois requisitos, I e ll, a aplicação é alternativa,
cabendo um ou outro.
O lll requisito, representa o fumus boni iuris, e
os dois primeiros, periculum in mora.
Prisão Temporária Lei 7960/89.
O momento da decretação dar-se-á da
ocorrência da infração até o recebimento da
denúncia.
O prazo máximo é de 05 dias prorrogável por
mais 05.
No caso de crimes hediondos ou assemelhados,
3T, art. 2, § 4 da lei 8072/90, o prazo é de 30
dias prorrogáveis por mais 30.
Prisão Temporária Lei 7960/89.
Quando representada pelo delegado,
obrigatoriamente o juiz deve ouvir o MP.

A decretação já vem com prazo determinado,


por isto, ao fim o delegado deve colocar o
preso em liberdade sem necessidade de alvará
de soltura expedido por juiz. Deixar de soltar
implica em abuso de autoridade. Art. 4, I, da
lei 4898/65.
Prisão Preventiva art. 311 a 316 CPP/
254 a 261 CPPM
1. Cabe desde o IP até o Processo – art. 311
CPP.
2. O juiz quem decreta:
I. De ofício;
II. Requerimento do MP;
III. Representação do Delegado;
IV. Requerimento do Querelante – APPrivada.
Prisão Preventiva art. 311 a 316 CPP/
254 a 261 CPPM
Condições de admissibilidade – art. 313 CPP
- Crimes dolosos e punidos com l. reclusão.
Contravenção não! Crimes culposos não!
Reclusão é regra. Exceção Detenção:
I. Vadio/ dúvida identidade;
II.Reincidente crime doloso;
III.Maria da penha para assegurar o
cumprimento das medidas protetivas de
urgência
Prisão Preventiva art. 311 a 316 CPP/
254 a 261 CPPM
Requisitos: 312 CPP/ 254 e 255 CPPM
Fumus = PECISA
Periculum = necessidade:
1.Garantia da ordem pública;
2.Garantia da ordem econômica;
3.Conveniência da instrução criminal;
4.Assegurar futura aplicação da lei penal.
Estes requisitos são alternativos!
Prisão Preventiva art. 311 a 316 CPP/
254 a 261 CPPM
Prisão decorrente de pronúnica – art. 413, § 3
CPP e em virtude de sentença condenatória –
art. 387, § único.

Qual o prazo? Não tem prazo próprio. Segue os


prazos da persecução penal.
Prisão provisória art. 18 CPPM
-Detenção do indiciado.
-Tipo de prisão temporária decretada pelo
encarregado por 30 dias;
-Admite prorrogação por + 20 dias;
-Deve ser referendada pelo juiz;
-Pode ser convertida em prisão preventiva até de
ofício pelo juiz;
-Só é admissível para os crimes propriamente
militares (art. 5º, LXI, CR/88).
Prisão em perseguição art. 290 CPP
Legitima-se a perseguição em duas hipóteses:
a)Quando a autoridade policial avista o
procurado e vai ao seu encalço sem
interrupção, ainda que possa perdê-lo de
vista;
b)Quando fica sabendo, por indícios ou
informações confiáveis que o procurado
passou, há pouco tempo, em determinada
direção.
Prisão em perseguição art. 290 CPP
Impõe cautelas, uma vez que ao passar ao
território de outra comarca, o agente policial
não teria atribuição para atuar.

Tanto no caso de mandado judicial ou prisão em


flagrante, alcançado o procurado este deve ser
encaminhado a autoridade local para
certificação da ordem ou APF.
Prisão em perseguição art. 290 CPP
Posteriormente, os autos seguem para o lugar
onde se situa o juízo competente para a
instauração do processo.
Garantias Constitucionais do preso
• Comunicação ao juiz competente e à família
ou pessoa indicada (art. 5º, LVII, CR/88);
• Identificação dos responsáveis pela prisão (art.
5º, LXIV, CR/88);
• Informação sobre os direitos do preso, inclusive
ao silêncio (art. 5º, LXII, CR/88);
• Assistência da família e de advogado (art. 5º,
LXIII, CR/88);
• Relaxamento da prisão ilegal (art. 5º, LXV, CR/88);
• Liberdade provisória (art. 5º, LXVI, CR/88)
Como cessam as prisões?
Prisão temporária e preventiva: so cabe
revogação, art. 316 CPP. Revogar é retirar a
voz do juiz. Foram atos do Juiz.

Prisão em flagrante: Cabe Relaxamento ou


Liberdade provisória.

Relaxamento no caso de prisão ilegal art. 5, LXV


CF. Liberdade provisória no caso de prisão
legal, mas denecessária.
Liberdade provisória art. 321 a 350 CPP/ 270 e
271 CPPM
Era uma vez, uma prisão em flagrante, que foi
legal, mas é desnecessária. Art. 5, LXVI CF.

Instituto processual que garante ao acusado o


direito de aguardar em liberdade o transcorrer
do processo até o trânsito em julgado,
vinculado ou não a certas obrigações,
podendo ser revogado a qualquer tempo,
diante do descumprimento das condições
impostas.
Liberdade provisória art. 321 a 350 CPP/ 270 e
271 CPPM
Com fiança – art. 323 e 324 do CPP. – não cabe
fiança.

Fiança é uma garantia real, consistente no


pagamento em dinheiro ou na entrega de
valores ao Estado, para assegurar o direito de
pernanecer em liberdade, no transcurso de
um processo criminal.
Liberdade provisória art. 321 a 350 CPP / 270 e
271 CPPM
Estão previstas nos art. 323 e 324 do CPP, razão
pela qual os crimes que não se encaixam
nesses dispositivos são afiançáveis.

Os delitos menos graves, comportam fiança. Os


mais graves, liberdade provisória sem fiança
com fulcro no art. 310 CPP.
Liberdade provisória art. 321 a 350 CPP/ 270 e
271 CPPM
Sem o pagamento de fiança. Instituto mais
admissível. Paradoxalmente, é a regra.

Duas formas: liberdade provisória sem fiança:

Incondicionada condicionada
Liberdade provisória art. 321 a 350 CPP/ 270 e
271 CPPM
Liberdade Provisória sem fiança Incondicionada:
Não se paga nada e nem se submete a nenhum
tipo de condição. Direito incondicional do
beneficiário de permanecer em liberdade sem
submeter a condições e sem pagar nada.
Quando o preso se livra solto. Livrar-se solto,
significa gozar, desfrutar da liberdade
provisória sem fiança.
Liberdade provisória art. 321 a 350 CPP/ 270 e
271 CPPM
Se livra solto no Brasil:
1.Nas infrações em que a pena cominada é a
multa. Trata-se de contravenções penais. A
multa não pode ser convertida em pena
privativa de liberdade. O máximo que pode
ocorrer é a pena de multa. Então presa em
flagrante, a pessoa não pode ficar presa e
deve ser liberada sem pagar nada.
Liberdade provisória art. 321 a 350 CPP/ 270 e
271 CPPM
1. Quando o máximo da pena privativa de
liberdade não exceder a 3 meses. Não há
recolhimento ao cárcere.

O art. 69 da lei 9099/95, condiciona a liberdade


do preso, a comparecimento ao juizado. Por
isto, o art. 321, trata-se da incondicionada.
Liberdade provisória art. 321 a 350 CPP/ 270 e
271 CPPM
O vadio e o reincidente em crime doloso, não se
submetem ao benefício de se livrarem solto.

Mesmo assim, entendam que como as infrações


são de menor potencial ofensivo, art. 69 da lei
9099/95, eles não ficarão presos. Previsões
infrutíferas então!!!
Liberdade provisória art. 321 a 350 CPP/ 270 e
271 CPPM
O porte para uso de drogas, passou hoje a menor
potencial ofensivo. Preso o usuário, ele será
levado ao Juiz (previsão).

Pode caracterizar liberdade provisória sem fiança


incondicionada, uma vez que, lavra-se o TCO, se a
pessoa assumir o compromisso de comparecer ao
juizado. Contudo, na lei 11343, mesmo que o
usuário não assuma o compromisso, vai livrar-se
solto.
Liberdade provisória art. 321 a 350 CPP / 270 e
271 CPPM
Liberdade provisória sem fiança condicionada –
art. 310 CPP – neste caso, quando o código diz
liberdade provisória, ele quer dizer que é sem
fiança. Aqui é obrigatório ouvir o MP.
Liberdade provisória art. 321 a 350 CPP / 270 e
271 CPPM
Atenção para o art. 323, l, CPP. Não cabe fiança
nos crime com reclusão em que a pena
mínima for superior a 02 anos.
Então, Cabe fiança:
1.Reclusão com pena mínima até 02 anos.
2.Detenção – aqui não importa pena mínima ou
máxima.
Liberdade provisória art. 321 a 350 CPP / 270 e
271 CPPM
Art. 310 CPP:
Caput – excludente de ilicitude não precisa
fiança.

§ único – não presentes os requisitos que


autorizam a prisão preventiva art. 312 CPP.
Liberdade provisória sem fiança.

Se não cabe preventiva, também não ficará


preso em flagrante.
Liberdade provisória art. 321 a 350 CPP / 270 e
271 CPPM
Quem pode conceder?
Com fiança – o juiz para todos os casos; e o
delegado no caso de prisão simples ou
detenção. Ex.: Reclusão de 1 a 4 anos – Cabe
fiança, devido a pena mínima. Contudo, como
é reclusão, somente pode ser concedida pelo
juiz.
Sem fiança – so o juiz, depois de ouvir o MP.
Liberdade provisória art. 321 a 350 CPP / 270 e
271 CPPM
Valor da fiança – art. 325 CPP
Critério para arbitramento da fiança – 326 CPP
Condições da fiança – arts. 327, 328 e 341 CPP.
Crimes inafiançaveis com previsão
constitucional: art. 5, XLII, XLIII, XLIV CF.
Provas no Processo Penal
Conceito
A finalidade do Direito Processual é reconhecer e
estabelecer uma verdade jurídica. Tal fim se
alcança por meio das provas.

Provas são todos os elementos produzidos, tanto


pelas partes quanto pelo próprio juiz, visando
estabelecer, dentro do processo, a existência dos
fatos. Devem, pois, ser juridicamente admissíveis
(não se admitem provas obtidas por meios ilícitos
– art. 5, LVI, CF.
Provas no Processo Penal
Prova é todo e qualquer meio de percepção
empregado pelo homem com a finalidade de
comprovar a verdade de uma alegação.

No tocante à finalidade da prova, destina-se à


formação da convicção do juiz acerca dos
elementos essenciais para o deslinde da
causa.
Provas no Processo Penal
Os art. 155 a 250 do CPP tratam das provas, e
foram alterados pelas leis 11690/08 e
11900/09.

No CPPM, é tratado nos arts. 295 a 383.


Sistema de apreciação da prova
Sistema da livre apreciação das provas/ livre
convicção motivada: Sistema adotado no Brasil.
Art. 155, 1 parte, CPP – quem atribui valor as
provas é o juiz, que o fará de forma
fundamentada.

Sistema da íntima convicção : Sistema adotado


somente no tribunal do juri. O juiz pode julgar de
acordo com suas impressões pessoais. Pode
julgar até contra as provas dos autos, somente no
caso do JURI. Neste caso são os jurados, juizes do
caso, que julgaram conforme suas impressões.
Provas no Processo Penal
Ex.: mãe que teve seu filho de 03 morto por
adolescente, depois de ser afrontada por este
na delegacia, enfiou-lhe uma chave de fenda,
matando-o.

Esta mãe foi absolvida pelo juri.


Provas no Processo Penal
O ônus da prova, cabem as partes. Contudo, a
acusadora deve provar de forma convincente,
quanto à ré basta a dúvida. Art. 386, VI CPP e
439, e CPPM.

O juiz não pode condenar o réu com base no IP,


pois este não possui contraditório e ampla
defesa. Art. 155, 2 parte, CPP
Provas no Processo Penal
A constituição considera inadimissíveis no processo
a prova ilícita. Art. 5, LVI, CF.

Se a prova ilícita ingressar no processo, ela será


desentranhada e destruída. Art. 157 CPP.

Ilicitude por derivação – frutos da árvore


envenenada – tudo que deriva de uma prova
ilícita, também será ilícito. Ex.: o traficante
confessa mediante tortura a sua casa, onde é
encontrado drogas – prova ilícita a confissão bem
como as drogas
Provas no Processo Penal
Excessões a teoria do fruto envenenado: Art.
157 §§ 1 e 2, CPP.

1.Quando não for evidente o nexo causal entre


as provas;
2.Quando a prova poderia ter sido produzida
por uma fonte independente. A atividade
regular de investigação, chegaria aquela
prova.
Meios de Prova no Processo Penal
Provas em espécie:
1. Pericial
ESTE ROL NÃO É
2. Interrogatório TAXATIVO.
3. Confissão PODERÃO SER
4. Declarações do ofendido PRODUZIDOS
5. Testemunhal OUTROS TIPOS DE
PROVAS:
6. Documental Reconhecimento
7. Acarreação fotográfico, de
8. Reconhecimento vozes, de imagens.
9. Busca e apreensão
Meios de Prova no Processo Penal
Pericial: art. 159 CPP.
Prova técnica, realizados por técnico. Deve ser
realizado por um perito oficial, antes, eram
dois.
Não havendo o perito oficial, o juiz pode
nomear duas pessoas idoneas com dois
requisitos: curso superior e habilitação para o
exame.
Meios de Prova no Processo Penal
Pericial:
As partes podem indicar assistentes técnicos,
que irão após produzida a perícia, emitir
parecer sobre os fatos. Poderão até serem
ouvidos em juízo. Mudança recente 2008. 159
§ 5 CPP.
Meios de Prova no Processo Penal
O juiz não está vinculado, subordinado ao
resultado das provas periciais. Art. 182 CPP.

Ex.: os peritos atestam que um soco, que tirou


um dente, é lesão grave, causando debilidade
permanente, contudo, o juiz, discordou
dizendo que o dentinho rancado é lesão leve.
Meios de Prova no Processo Penal
Exames de corpo de delito:
Conceito: Vestígios deixados pelo crime. Art. 158
CPP – se o crime deixar vestígios, é obrigatório
o ECD, e nenhuma outra prova poderá suprir
sua ausência.
Caso não seja possivel o ECD, por haverem
desaparecidos os vestígios, a prova
testemunhal poderar suprí-lo. Art. 167 CPP
Nulidade: art. 564, lll, b.
Local de crime: art. 169 CPP.
Meios de Prova no Processo Penal
Interrogatório:
Meio de prova e de defesa ao mesmo tempo.

A presença do advogado é obrigatória. Art. 185


CPP. Isto é que configura o meio de defesa.

Ao final do interrogatório as partes podem fazer


perguntas ao interrogado. Art. 188 CPP.
Meios de Prova no Processo Penal
O interrogado tem direito de ficar em silêncio, o
que não pode ser interpretado como
confissão. Art. 186, par. Único. Art. 5, LXlll, CF.
Ninguém é obrigado a produzir prova contra si
mesmo.
Importante: este silêncio só pode acontecer no
interrogatório de mérito. Art. 187, § 2.
No primeiro momento, interrogatoria de
identificação, o réu é obrigado a fornecer seus
dados pessoais.
Meios de Prova no Processo Penal
Interrogatório por videoconferência: art. 185, §§ 2,
3, 6 CPP.
Deve ser medida necessária para atender uma das
medidas:
I. Risco a segurança, de fuga, por integrar
organização criminosa;
II. Quando o preso não puder comparecer em juizo
por enfermidade ou outro quesito pessoal;
III.Impedir a influência do preso sobre as
testemunhas e vítimas;
IV.Responder a gravíssima questão de ordem
pública.
Meios de Prova no Processo Penal
O interrogatório, via de regra é realizado em
juizo, podendo ser realizado em sala própria
de estabelecimento penal, ou por
videoconferência. Art. 185 CPP.

O réu pode ser reinterrogado a todo o tempo,


até o transito em julgado da sentença. Art .
196 CPP.
Meios de Prova no Processo Penal
Confissão: art. 197 a 200 CPP.
Não é a rainha das provas. Tem o mesmo valor de
todas as outras provas do processo. O juiz deve
confrontá-la com estas verificando
compatibilidade ou concordância. Art. 197 CPP.

A confissão é retratável e divisível. Art. 200 CPP.


O réu pode se retratar da confissão.
O juiz pode dividir aproveitando apenas parte da
confissão.
Meios de Prova no Processo Penal
Documental: art. 231 a 238 CPP / 371 CPPM
Documento é qualquer objeto capaz de
representar um fato.
Ex.: certidão, contrato, fotografia.
Pode ser juntada em qualquer fase do processo.
Art. 231 CPP. Salvo no caso do Tribunal do Juri.
Art. 479 CPP – fere o princípio do
contraditório, pegar uma das partes de
surpresa. 3 dias úteis de antecedência.
Meios de Prova no Processo Penal
Testemunhas: art. 202 a 225 CPP/ 347 a 364
CPPM – toda pessoa que tome conhecimento
de algo relevante ao processo penal, narrando
ao juiz, com o compromisso de dizer a
verdade.

Qualquer pessoa pode ser testemunha. Art. 202


CPP.
Meios de Prova no Processo Penal
Como regra, toda testemunha é obrigada a dizer
a verdade. Art. 203 CPP. Quando a
testemunha mente, ela pode ser indiciada for
falso testemunho art. 342 CP. Contudo, ela
pode retratar da mentira, até o momento da
sentença. Art. 211 CPP.
Meios de Prova no Processo Penal
Testemunha dispensada: art. 206 CPP.
A testemunha não poderá eximir-se da obrigação
de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-
lo o ascendente ou descendente, o afim em linha
reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e
o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo
quando não for possível, por outro modo, obter-
se ou integrar-se a prova do fato e de suas
circunstâncias.
Meios de Prova no Processo Penal
São proibidas de depor as pessoas que, em razão de
função, ministério, ofício ou profissão, devam
guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela
parte interessada, quiserem dar o seu
testemunho. Art. 207 CPP.
Autorizada pelo beneficiado do sigilo, e se quiser, a
testemunha pode depor.
Importante: o advogado não pode depor, mesmo
que autorizado pelo beneficiário, devido ao
estatudo da OAB. Ele so pode depor em auto
defesa.
Meios de Prova no Processo Penal
Não se deferirá o compromisso a que alude o
art. 203 aos doentes e deficientes mentais e
aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às
pessoas a que se refere o art. 206. Art. 208
CPP.
Meios de Prova no Processo Penal
As perguntas serão formuladas pelas partes
diretamente à testemunha. Art. 212 CPP. O
Juiz pode indeferir perguntas que induzam a
testemunha, que já tenham sido feitas e que não
tenham relação com a causa.

Condução coercitiva. Art. 218 CPP. Tratada como


uma forma de prisão processual.
Sanções cabíveis: multa de 1 a 10 salários mínimos
art. 458 CPP; Crime desobediência e pagamento
de custas judiciais.
Meios de Prova no Processo Penal
Prerrogativa de testemunhas: ouvidas fora do
fórum.
Art. 220 CPP – impossibilitadas por enfermidade
ou velhice.

Art. 221 CPP – serão inquiridas em local, dia e


hora previamente ajustados entre eles e o juiz.

Os militares serão requisitados à autoridade


superior.
Meios de Prova no Processo Penal
Do ofendido – art. 201 CPP/ 311 CPPM.

Do reconhecimento de pessoas e coisas – art.


226 a 228 CPP/ 368 CPPM.

Da acareação – art. 229 e 230 CPP/ 365 CPPM.

Indícios – Art. 239 CPP/ 382 e 383 CPPM


Meios de Prova no Processo Penal
Busca e apreesão – art. 240 a 250 CPP/ 170 a
189 CPPM.
Não é só meio de prova, mas também medida
de natureza cautelar. Tem que haver fundados
indícios.
Proceder-se-á à busca domiciliar – art 240, §1
CPP.
Deve ser expedido o mandado, quando o juiz
não a realizar pessoalmente.
Meios de Prova no Processo Penal
O mandado só pode ser expedido por juiz de
direito.
A busca pessoal independerá de mandado. Deve ser
realizada com fundada suspeita. Art. 240, §2 e
244 CPP.
O mandado dever ser cumprido durante o dia, salvo
se o morador consentir, que se realizem à noite.
Deve ser observado o conceito de casa. Art. 246
CPP.
Meios de Prova no Processo Penal
A busca em mulher deve ser feita por mulher,
salvo em caso de urgência da diligência,
perigo para a guarnição, e não tenha mulher
para executar. Art. 249 CPP.
Imunidade Diplomática
Tem como objetivo viabilizar o exercício das
funções dos representantes de outros Estados
no país.

Os representantes de outros Estados, por


questões de viabilidade no execícios de suas
funções precisam de alguns privilégios de
ordem civil, penal, fiscal. Estes privilégios são
a imunidades diplomáticas.
Imunidade Diplomática
Tem como fundamento a reciprocidade. O Brasil
respeita as imunidades, e tem as imunidades de
seus representantes respeitadas.

As imunidades estão previstas na Convenção de


Viena sobre relações diplomáticas de 1961.

A imunidade diplomática é ampla. Protege todos


que trabalham na missão e os familiares.
Imunidade Diplomática
A imunidade penal é absoluta. Se um diplomata
comete um crime no Brasil, não sera processado
e nem julgado no país. Não importa a natureza do
crime. Qualquer crime.

A imunidade é irrenunciável.
Protege o prédio da missão e a residência do
diplomata.

Há inviolabilidade dos predios. A PF não pode


invadir o prédio, nem com autorização judicial,
somente com autorização do diplomata.
Imunidade Diplomática
No caso de abuso da imunidade diplomática,
pode-se tomar duas posturas:
1.Expulsar o diplomata do país, declarando-a
não grata – não precisa de justificativa.
2.Rompimento das relações diplomáticas – mais
grave.
Imunidade Parlamentar
Conceito: Conjunto de garantias destinadas aos
parlamentares, para o livre exercício da função
parlamentar.

Não é privilégio, é prerrogativa. O privilégio está


ligado a pessoa, e a prerrogativa a função
exercida.
Imunidade Parlamentar
Dois tipos de imunidades: material e formal.
1. Material: é a liberdade que o parlamentar tem
para a suas opiniões, palavras e votos. Art. 53 CF.
Vereadores art. 29, Vlll, CF.

O parlamentar não podera ser processado


penalmente ou civilmente pelas suas opiniões,
palavras e votos, no exercício da função
parlamentar, tanto na rua quanto no parlamento.
Contudo, politicamente, ele pode ser
responsabilizado. Cassação do Mandato.
Imunidade Parlamentar
Quem a possui?
Deputados federais e senadores;
Deputados estaduais;
Vereadores – art. 29, Vlll, CF – desde que no
exercício da função e dentro da circunscrição
de seu município.
Imunidade Parlamentar
2. Imunidade Formal: não recai sobre o vereador.
Relacionada a prisão – art 53, §2, CF – somente
pode ser preso em flagrante de crime
inafiançável. Não pode ser preso
processualmente, preventiva, temporária…
Crimes inafiançáveis: constitucionais – racismo,
grupos armados, hediondos, 3 T.
Com relação ao CPP- cuja pena mínima excede 2
anos.
Imunidade Parlamentar
Efetuada a prisão em flagrante de crime
inafiançável do parlamentar, a Casa Parlamentar
deve ser comunicada em 24 horas.

A Casa por maioria absoluta é que vai resolver,


deliberar se ele deve permanecer preso ou solto.
Art. 53, § 2 CF.

O parlamentar não pode ser preso por esta


imunidade a partir da diplomação. Art. 53, § 3 CF.
Imunidade Parlamentar
Imunidade formal com relação ao processo:
Duas situações: antes e depois a diplomação.
Crime praticado antes da diplomação – processa
normalmente, contudo no foro competente.
Crime praticado após a diplomação – o processo
ocorre normalmente, no foro competente,
contudo a Casa pode suspender o processo.
Imunidade Parlamentar
Competencia por prerrogativa de função:

Vai depender do cargo para qual o parlamentar foi


eleito. O art. 53, § 1, CF diz que os Deputados
Federais e Senadores serão julgados pelo STF. A
competencia para o julgamento dos deputados
estaduais está nas constituições estaduais.
Geralmente é o TJ.

O vereador não possui esta imunidade, sendo preso


normalmente.
Imunidade Parlamentar
Demais competencias:
Presidente e vice – STF
Ministros STF, PGR, AGU – STF
Governadores – STJ
Desembargadores – STJ
Prefeito – TJ
Juízes e MP – TJ
Cmte Geral PM, BM, Chefe de Polícia Civil – TJ (art.
106, b, CE)
Imunidade Parlamentar
O parlamentar só goza da imunidade
parlamentar se estiver no execício de suas
funções. Se licenciou para exercer cargo de
ministro, secretario de estado, etc, não goza
da imunidade.

A imunidade parlamentar material não se


comunica ao co-autor. Se o irmão do
deputado, pratica injúria, ele será processado
normalmente, pois não há co-autoria/ não se
comunica. Sumula 245 STF.
Imunidade Parlamentar
Agora não confunda. Se ocorrer a co-autoria,
através da continência art. 77 CPP, concurso de
pessoas, ambos serão processados no foro
privilegiado.

Os réus quando praticam o mesmo crime, serão


processados conjuntamente.

Ex.: Mensalão – deputados federais, empresários,


publicitários, todos estão sendo processados no
STF. Excessão – crimes dolosos contra a vida – o
parlamentar será julgado pelo Tribunal
competente e o co-autor pelo Tribunal do Juri.
Imunidade Parlamentar
Caso o deputado federal tenha cometido um
crime durante o mandato, o processo começa
a tramitar no STF, terminado o mandato, o
processo desce para a comarca em que o
crime cometeu.

Os atos processuais já praticados são válidos, e


não precisam serem renovados.
Imunidade Parlamentar
Tribunal do juri x prerrogativa de função:

A competência por prerrogativa de função


prevalece sobre o juri se estiver na CF.

Ver sum. 721 STF.

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