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Apostila – prova oral - Bianca

1. Conceito de Direito Processual Penal


É o Conjunto de princípios e normas que regulam a aplicação jurisdicional do direito penal, bem como
as atividades persecutórias da polícia judiciaria, e a estruturação dos órgãos da função jurisdicional
e respectivos auxiliares.
2. Objeto do Direito Processual Penal
O objeto do Direito Processual Penal é regular e disciplinar todo o sistema de persecução penal,
garantindo a observância dos princípios constitucionais e dos direitos fundamentais das partes, bem
como a correta aplicação das normas penais. Dentro desse contexto, o objeto do Direito Processual
Penal abrange: Organização do processo; Garantias e direitos das partes; Atuação das autoridades;
Procedimentos e recursos e Execução das penas
3. Finalidade do Direito Processual Penal:
A finalidade do Direito Processual Penal é assegurar a realização da justiça, garantindo o devido
processo legal, a igualdade das partes, a busca pela verdade real e a proteção dos direitos
fundamentais do acusado e da vítima.
Finalidade Imediata: Viabilizar a aplicação do direito penal
Finalidade Mediata: Busca pacificação social
4. Sistemas Processuais Penais:
Existem dois sistemas processuais penais: O Sistema Acusatório e o Sistema Inquisitório.
- No Sistema Acusatório: As funções de acusar, defender e julgar são exercidas por órgãos
distintos e independentes (acusação, defesa e julgador), garantindo a imparcialidade do julgamento
e o respeito aos direitos fundamentais do acusado.
- No Sistema Inquisitório: o juiz desempenha um papel ativo na investigação e na condução do
processo, acumulando funções de acusação, defesa e julgamento. Esse sistema é característico de
sistemas jurídicos autoritários e menos democráticos.
- No Sistema misto: pode envolver um processo em que o Ministério Público (ou outra entidade
acusatória) inicia o processo de acusação, mas o juiz também desempenha um papel ativo na
investigação. No entanto, a separação entre as funções de acusação.

5. Princípios do Direito Processual Penal:


Princípio da Presunção de Inocência/não culpabilidade:
Conceito: Visa Resguardar o direito à liberdade do indivíduo acusado de cometer ato ilícito. O artigo
5° inciso LVII, da constituição Federal diz que ninguém será considerado culpado até o trânsito em
julgado de sentença penal condenatória.

• Da regra probatória (art.: 156 – 184): são normas que regulam a produção, admissão e
valoração das provas no processo e determinam como as partes podem apresentar suas
evidências, o que é considerado como prova válida, como ela deve ser apresentada ao juiz ou
ao júri, e como essa prova deve ser analisada para a formação da convicção sobre a
culpabilidade ou inocência do acusado. Exemplos: produção de testemunhos, documentos,
perícia, confissões, etc.
• Dicas do caderno: o acusador deve demostrar culpabilidade; necessidade de comprovar
existência dos fatos imputados; a comprovação deve ser feita legalmente.

• Regra de tratamento (art.: 283): são as normas que regulam o tratamento das partes
envolvidas: réu, as testemunhas, os advogados, os peritos, etc. Elas estabelecem os direitos
e deveres das partes durante o curso do processo, garantindo um tratamento justo e equitativo
para todos os envolvidos. Elas abordam questões como o direito à defesa, o direito ao
contraditório, o direito à presunção de inocência, o direito a um julgamento justo, entre outros.
Essas regras visam assegurar que os direitos fundamentais das partes no processo penal.

Dicas do caderno;
dimensão interna do processo: todos os agentes do judiciário não podem fazer pré-
julgamentos de tratamento.

dimensão externa: como a sociedade faz o próprio julgamento.

2 Princípio do Contraditório: Garante às partes do processo o direito a possibilidade de


apresentar suas argumentações e contestar as alegações da parte adversa. Além disso, é o
direito de se defender de forma plena, com todos os meios permitidos por lei.

O Princípio exige:
• a notificação dos atos processuais à parte interessada;
• possibilidade de exame das provas constantes do processo;
• direito de assistir à inquirição de testemunhas;
• direito de apresentar defesa escrita.
• deve ser garantido o direito à informação; direito a participação/reação; não precisa ser
necessariamente presencial; foragido tem direito a contraditório técnico;

Dicas do caderno;
• ALDIATUR ET ALTERA PARS: seja ouvida a parte diversa.
• Direito a informação: ter a acesso a todas provas de acusação, tanto na fase processual
quanto investigatória.
• Direito de participação/reação: apresentar provas e contrapor acusação.
• Contraditório não apenas como mera possibilidade de participação: deve ser efetiva a
possibilidade de participação.
• Contraditório diferido: EXCEÇÃO do princípio do contraditório - adiantamento de
provas necessárias para serem apresentados na fazer processual, exemplo: “única
testemunha muito idosa” e exame de corpo de delito.

Princípio da Ampla Defesa: art.: 261 e 497.


O artigo 261 do CPP: estabelece que é obrigatória a presença de advogado no interrogatório
realizado durante o processo penal, mesmo que o réu seja revel, assegurando assim a ampla
defesa técnica. No art.: 497 do CPP - determina que, se o juiz considerar que o réu está indefeso,
é obrigatória a nomeação de um defensor para garantir que o réu tenha a oportunidade de se
defender.
Dicas do caderno;
Favor rei: benefícios em favor do réu, prevalência dos valores da justiça e da liberdade sobre o
poder de punir do Estado.

Defesa Técnica/ processual/ especifica: FEITO NOS AUTOS DO PROCESSO PELO


PROFISSIONAL HABILITADO (Advogado, Defensor).

Auto defesa/ material/ genérica: DIREITO QUE O RÉU TEM DE SE AUTO DEFENDER;

Positiva – é o comportamento ativo do réu: movimentação (indicar testemunha e requerer


diligências) e fala;
Direito de audiência: direito de estar na presença do juiz;

Negativa: não se pronuncia, não fala


Direito de presença: direito que o réu tem de ouvir tudo que está sendo elaborado contra ele (se a
testemunha concordar) caso contrário, quem acompanha é defensor/advogado.
Capacidade postulatória autônoma: o acusado pode impetrar habeas corpus e/ou recorrer de
sentença condenatória de forma autônoma e depois providenciar advogado público ou particular.

Princípio Da busca da verdade: A superação do dogma da verdade a todo custo – tortura, porém
está superado com os freios da lei através dos juizados – exceção: acordos de menor potencial
ilícitos.
Dicas do caderno;
• Superação do dogma da verdade real
• Verdade consensual no âmbito dos juizados: acusado e defesa abre mão da busca da
verdade. (acordo)
• Inadmissibilidade de provas ilícitas: impossibilidade de utilizar evidências obtidas de
forma ilegal ou violando direitos fundamentais das partes exceção (provas ou grampo ilegal
que prove a inocência do réu)
Ilegais: Fere o direito material CP.
Ilegítimas: Fere o CPP
• Nemo tenetur se detegere ‘’ninguém é obrigado a se autoincriminar". Esse princípio garante
que uma pessoa não pode ser compelida a produzir provas contra si mesma durante o
processo penal.
Inexigibilidade da verdade
Não obrigação de comportamento ativo: não é obrigado a ceder saliva, DNA nem assinatura.
Direito ao silêncio: ser informado ao direito do silêncio
Direto de não ser constrangido:
Interrupção imediata de interrogatório: direito de o réu ficar em silencio e o interrogador
cessar as perguntas.

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