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Faculdade de Engenharia
Discentes: Docente:
Aissa Ismail Adam Dr. Rui Molande
Fahar Mário
Segundo Afrânio Silva Jardim, “os princípios são extraídos da legislação positiva,
estando nela consagrados de forma expressa ou implícita, possuindo duas relevantes
funções ”a estruturação das leis e o limite para interpretá-las” .
A doutrina tem procurado classificar os princípios em dois grandes grupos:
a) os princípios gerais informadores do processo; e
b) os princípios informadores do processo penal.
Princípio da investigação
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Os princípios têm um peso importantíssimo desde a sua criação à sua aplicação e compreensão, o que os
torna completamente fundamentais.
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O juiz não é apenas aquele que recebe a acusação e a defesa, mas tem um poder-dever de investigação
autónoma dos factos. Este principio também é chamado de verdade material, porque o juiz deve fazer
todas as diligencias necessárias para descobrir a verdade material a respeito daqueles factos (como
ordenar a produção de prova, inquirição de testemunhas). O juiz pode ordenar qualquer acto que entenda
ser essencial para os factos.
possam trazer ao processo, mas tem um poder-dever de investigação autónoma dos
factos.
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Princípio do contraditório.
Trata-se da exteriorização da ampla defesa, impondo uma condução dialéctica do
processo, pois “a todo acto produzido caberá igual direito da outra parte de opor-se-lhe
ou de dar lhe a versão que lhe convenha, ou, ainda, de fornecer uma interpretação
jurídica diversa daquela feita pelo autor”.
Percebe-se, portanto, que o princípio do contraditório é uma garantia constitucional que
assegura a ampla defesa do acusado, proporcionando a este o exercício pleno de seu
direito de defesa.
Segundo Canuto Mendes de Almeida que, sobre o tema, ensina:“A verdade
atingida pela justiça pública não pode e não deve valer em juízo sem que haja
oportunidade de defesa do indiciado. É preciso que seja o julgamento precedido de actos
inequívocos de comunicação ao réu: de que vai acusado; dos termos precisos dessa
acusação; e de seus fundamentos de facto (provas) e de direito. 4
Para Júlio Fabrini Mirabete e Fernando da Costa Tourinho Filho “esclarecem que do
princípio do contraditório decorrem duas importantes regras: a da igualdade processual
e a da liberdade processual. Pela primeira, as partes acusadora e acusada estão num
mesmo plano e, por conseguinte, têm os mesmos direitos; pela segunda, o acusado tem
a faculdade, entre outras, de nomear o advogado que bem entender, de apresentar provas
lícitas que julgar as mais convenientes e de formular ou não reperguntas às testemunhas.
O contraditório trata- de uma garantia constitucional nuclear na fase do julgamento.
Todas as decisões que sejam feitas no processo devem ser sujeitas à intervenção dos
outros sujeitos processuais.
O contraditório é sujeito de ser graduado, comportando três níveis:
O direito de audiência: direito a ser ouvido antes da decisão ser tomada;
O direito a obter informação e participar na decisão;
Possibilidade de impugnar a decisão.
O tribunal penal resolve todas as questões de qualquer ramo do direito cuja resolução
seja necessária à boa decisão da causa. Em termos técnicos, isto significa uma
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Necessário também é que essa comunicação seja feita a tempo de possibilitar a contrariedade: nisso está
o prazo para conhecimento exacto dos fundamentos probatórios e legais da imputação e para oposição da
contrariedade e seus fundamentos de fato (provas) e de direito.”
competência material alargada do tribunal. Um tribunal penal tem competência material
alargada quando compete a questão penal e para a resolver resolve todas as questões
mesmo que sejam não penais necessárias para resolver a questão penal. O inverso já não
é verdadeiro. Se no tribunal civil ocorrer uma situação penal, o tribunal civil não tem
competência para avaliar a questão penal. O regime substantivo do principio é o da
competência material alargada e devolução facultativa. (o tribunal pode conhecer a
questão, mas facultativamente pode devolver a situação prejudicial a um tribunal de
outra natureza, o que se vai manifestar no regime processual).5
Neste caso a decisão do outro tribunal terá de ser filtrada pelo tribunal de processo
penal, sendo que poderá até rejeitar essa decisão e decidir de forma diferente se houver
uma violação fundamental das regras do processo penal.
Questões prejudiciais
São todas as questões jurídicas, com exclusão de questões processuais, que possuindo
objecto ou natureza diferente da questão principal (objecto do processo), no processo
principal em que surgem, são autónomas quanto ao objecto e, por vezes, até mesmo
quanto à natureza, cujo conhecimento prévio se afigura indispensável para que o
tribunal decida do mérito da questão principal, pois a boa decisão desta, depende do
esclarecimento da questão prejudicial.
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Art. 13 do CPP.
processo penal, pode o juiz suspender o processo, para que se intente e julgue a
respectiva acção no tribunal competente.”
Questão necessária
Alexy, Robert,. Elementos de direito processual penal, 2ª ed., Forense, v.1, p.20.