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Cronograma de Estudos – Teoria

Geral de Processo

Thiago Camargo Comelli

 Tema 4 – Natureza da Norma Processual

 Divisão das normas jurídicas - Material (Substanciais, dizem respeito


ao “bem da vida”) Processual (Instrumentais, ditam o procedimento em
si).
 Objeto – Disciplinar quanto ao modo processual de pacificar utilizando-
se da justiça. Trata-se das atividades que devem ser desenvolvidas pelo
réu, autor, juiz, ministério público e afins.
 Natureza- As normas de Direito Processual possuem natureza
pública, pois regulam uma atividade estatal independentemente de qual
seja a jurisdição que visa a manutenção da paz jurídica e
consequentemente os interesses da sociedade. Logo, o Estado e a
sociedade desejam que estas normas prevaleçam sobre a esfera
privada.
 A solução do conflito, mais do que interesse das partes envolvidas, é
interesse do Estado. As partes não podem dispor livremente das
normas de Direito Processual, salvo exceções (situações excepcionais).
Em regra, as normas processuais são obrigatórias, havendo, porém,
situações de disponibilidade da mesma.
 As partes não podem transacionar sob as normas processuais (alguns
direitos materiais, porém, podem ser transacionados). Em regra, as
normas processuais são intransacionáveis.
 Exceções: art. 190 do CPC – Versando o processo sobre direitos que
admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes de
estipular mudanças no procedimento para ajusta-los às
especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus (aquilo
que é ou se tornou incumbência ou compromisso de alguém; dever,
encargo, obrigação), poderes, faculdades e deveres processuais, antes
ou depois do processo; Art 191 – De comum acordo, o juiz e as partes
podem fixar calendário para a prática dos atos processuais, quando for o
caso.
 Competências: No meio jurídico, diz respeito como o diferente leque de
juízes competentes as diferentes áreas jurídicas.
 Causa Nula de Pleno Direito: Quando é revogada e nulificada a causa
quando a mesma se mostrar inconstitucional.
 Norma de Direito Público: Quando existe um interesse público por trás
(não se pode negociar) logo, são em regra inegociáveis (exceções para
tanto: Ampliação de prazos, divisão de lucros/despesas e definição
quanto ao ônus).
 A lei regula uma atividade do Estado (dita regramentos que visam
restringir quando se existe a necessidade para tanto).
 Quanto ao âmbito privado, pode-se dispor em algumas ocasiões (como
dito anteriormente).

 Tema 5 – Fontes da Norma Processual

 Introdução: São fontes os meios nos quais o operador do Direito


utiliza para justificar sua tese.

 São elas:
 A Lei – Principal fonte do Direito, possui certeza e segurança e é
confirmada pela Constituição.
 Usos e Costumes – Prática reiterada de certos atos, da vontade do
grupo social.
 Negócio Jurídico – Trata-se do contrato em si, vinculação dos
participantes, realizada particularmente entre as partes.
 Jurisprudência – Decisões uniformes quanto ao assunto, no caso de
controvérsia.
 Doutrina – Opinião motivada dos estudiosos do Direito, no caso de
controvérsia.
 Precedentes – Processualistas de renome apontam os precedentes
como novos fundamentos, como uma nova fonte de Direito. São, do
ponto de vista prático, decisões anteriores que servem como ponto de
partida ou modelo para as decisões subsequentes 
 Exemplos de fontes de norma processual:

 Art. 926 do CPC – Os Tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e


mantê-la estável, íntegra e coerente. § 1º “... os tribunais editarão
enunciados de súmula correspondentes a sua jurisprudência
dominante”.
 Art. 927 – Os juízes e os tribunais observarão: as decisões do STF, as
súmulas vinculantes, os enunciados se súmulas do STF e do STJ .
 Súmulas: No contexto jurídico, trata-se de uma interpretação
jurisprudencial sem efeitos de vínculo, visando auxiliar outros tribunais
na interpretação de casos semelhantes aos que ela aborda.
 Súmulas Vinculantes: Art. 103-A da CF – Emenda Constitucional
45/04 – Reiteradas decisões assumem caráter vinculante - § 1º - A
súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de
normas determinadas acerca das quais haja controvérsia atual entre
órgãos judiciários (...) que acarrete grave insegurança jurídica e
relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica”. § 3º - Do
ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável
ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao
STF...Regulamentado pela Lei 11.417/06
 No Brasil, podemos destacar 2 importantes categorias de súmulas,
sendo elas as persuasivas, que continuam a ser criadas por diversos
tribunais como sínteses de sua jurisprudência, gerando efeitos
importantes e disciplinando assim a legislação processual. As súmulas
vinculantes por outro lado, apenas criadas pelo STF, ostentam um
patamar mais elevado de Imperatividade.
 Importância: Descobrir qual é a melhor solução para o caso concreto
analisado.

 Tema 8 – Princípios Processuais Constitucionais – São


regras fundamentais sobre as quais se apoia todo desenvolvimento de
um saber. Os princípios orientam tanto o legislador quanto o aplicador
na formulação/interpretação das leis.
 Princípios: possuem carga valorativa; apontam/indicam valores; nem
sempre estão expressos; são mais abstratos e genéricos.
 Normas: possuem carga coercitiva; regulam situações específicas;
estão sempre expressas; são mais precisas e específicas.
 O legislador baseia-se primeiramente nos princípios para elaborar seu
ofício. Tal é um trabalho prévio ao de escrever os artigos num Código,
exigindo a determinação dos princípios que regerão o Código em
questão. O que, em primeiro lugar, se apresenta ao legislador, não é a
tarefa de redigir leis, mas sim a de formular princípios.

 A C.F estabelece que o Processo Civil/Penal propicie: Acesso à


justiça, justiça gratuita, celeridade, contraditório, Juiz imparcial, proibição
de prova ilícita, motivação de decisões, possibilidade de recurso,
publicidade, presunção de inocência e o devido processo legal.
 No Brasil, vale ressaltar que existe a latente necessidade de algo estar
escrito para valer (costume português). Os princípios não estão
necessariamente escritos, mas podem tornar-se lei.
 Os princípios expressam um valor, não possuindo assim a
coercitividade de uma lei. São valores que expressam um ideal para
um país melhor.

 Princípios Informativos do Direito Processual – Possuem


caráter genérico, representando o desejo de um perfeito funcionamento
da prestação jurisdicional (melhoria do aparelhamento processual). Não
aparecem nos textos legais, diferentemente dos princípios fundamentais.
Tais princípios vigem sem necessidade de uma norma expressa. São
eles:
 Lógico – Tal princípio se preocupa com a sequência lógica e coerente
dos atos processuais, de modo que se proporcione o descobrimento da
verdade e evite erros; Ex. reunião de processos, causa impeditiva de
recurso.
 Jurídico – Visa estabelecer a igualdade no processo e a justiça nas
decisões. Caracteriza-se também pela obediência ao sistema
normativo.
 Político – Oferece a oportunidade de instrumentalização para a defesa
dos direitos e garantias do cidadão. Convite à participação, instigando
assim o exercício da cidadania.
 Econômico – Fatores de custo e tempo, que englobam a justiça gratuita
e as sequencias de atos que importem, visando celeridade para com os
mesmos, preocupando-se com a morosidade dos processos.
 Instrumental/Efetividade – Encontra-se a serviço do consumidor da
justiça e não da técnica em si. Tal princípio visa a efetividade do direito
material, criticando assim o formalismo do processo e proporcionando
maior flexibilidade para o mesmo.

 Princípios Fundamentais do Direito Processual: São os


princípios constitucionais gerais informadores da ordem jurídica
nacional:

 Princípio do Acesso à Justiça – Trata-se do direito que todo indivíduo


possui de iniciar um processo caso sinta-se lesado de alguma forma,
independentemente de como ou por qual razão (caso seja algo fútil, não
será levado para a frente, porém o direito de levar um problema para as
“portas do judiciário” continua inerente).

 Princípio da Celeridade – Determina que os processos devem


desenvolver-se em tempo razoável, de modo a garantir a utilidade do
resultado alcançado ao final do mesmo, evitando assim a morosidade
processual acarretada pelo acúmulo de processos em aberto.

 Princípio do Contraditório/Ampla Defesa – Trata-se do direito que o


réu tem de contradizer, rebater e defender-se como puder.
 Sem o devido processo legal (a garantia de defesa do réu), o indivíduo
não pode ser julgado.
 Ampla Defesa – É inegociável, deve possibilitar ao réu a defesa e
direitos para o mesmo defender-se.
 Tais são os princípios do Devido Processo Legal: englobam tudo aquilo
que diz respeito ao direito de defesa do réu.
 Instituto da revelia no âmbito civil e administrativo (direitos
disponíveis) – É quando o réu não se defendeu, não apresentou sua
devida defesa no quando deveria. Nessa situação, concluem-se como
verdadeiros todos os fatos ditos anteriormente pelo autor do processo.
 Vale ressaltar que isso não faz do autor vencedor da ação, pois pode
acontecer do direito pleiteado não fazer sentido, não ter consequência
jurídica. Um exemplo disso seria um indivíduo iniciar um processor por
danos morais pelo fato de ter sido chamado de “bobo, tonto, chato”. O
réu pode perfeitamente deixar de defender-se ou até mesmo confessar
ter dito tais palavras, porém as mesmas não têm força suficiente de
serem consideras como injúria para com o autor do processo em
questão. Logo, mesmo sem a defesa, pode acontecer do autor perder a
ação.
 A consequência da ação processual encontra-se não apenas nos fatos
(a revelia encontra-se nos fatos), mas também nos direitos. O Juiz
analisa então tanto os fatos quando os direitos, para aí então dar o
veredito.
 Vale ressaltar aqui a máxima dos juízes “Dê-me os fatos e eu te dou os
direitos”.
 Instituto da revelia no âmbito penal (direitos indisponíveis) – Nesse
caso, não se opera a revelia. No âmbito penal, existe o princípio da
presunção de inocência.
 O réu é considerado inocente até que se prove o contrário, e o ônus do
Estado é o de provar e garantir a defesa para o réu.
 No âmbito penal, o réu pode perfeitamente ficar em silêncio, não
apresentar defesa alguma.
 Tutela Antecipada – Direitos que são garantidos anteriormente em
casos de urgência (caso este no qual não se ouve o réu). São situações
nas quais princípios entram em conflito.
 A tutela antecipada só é dada quando há fundamentos. Neste caso, é
retardado então o processo para que o direito/princípio não pereça ou
seja ferido.
 São medidas provisórias (podem ser mudadas a qualquer momento, até
que seja então publicada a sentença). Logo, não fere o direito do
contraditório, pois o processo foi apenas “jogado para frente”, adiado
pelos riscos de ferimento ao direito da outra parte.
 É uma cognição antecipada por parte do juiz (pois podem ser alteradas
ou confirmadas posteriormente pelo próprio).

 Princípio da Imparcialidade (Juiz Imparcial) – Direito que todo o


cidadão possui de ser julgado por um juiz imparcial que não favoreça
lado algum (justiça cega). É um princípio inegociável.
 É possível afastar o juiz em casos de suspeição do mesmo (fortes
elementos que comprovem parcialidade por parte do juiz). Ex. um juiz
julgando um familiar ou conhecido próximo é considerado suspeito.
 Na dúvida, o réu é considerado inocente (vide princípio de presunção de
inocência visto anteriormente).
 A imparcialidade do juiz é um pressuposto de validade do processo,
devendo o juiz colocar-se entre e acima das partes, sendo esta então a
principal condição para que o mesmo preste a devida função
jurisdicional.
 A imparcialidade do juiz é uma garantia de justiça para as partes, e,
embora não esteja expressa, é uma garantia constitucional. Logo, as
partes possuem o direito de exigir um juiz imparcial; e o Estado que
reservou para si o exercício da função jurisdicional, tem o
correspondente dever de agir com imparcialidade na solução das causas
que são lhe submetidas.

 Princípio da Proibição de Prova Ilícita – Consiste em que nenhuma


sentença pode ser preferida embasada sobre a utilização de uma prova
obtida ilicitamente. Não se admite provas mediante constrangimento
físico, intelectual, moral, econômico, etc.,
 Devemos considerar porem, o abrandamento de tal princípio com base
no que a doutrina chama de princípio da
proporcionalidade/balanceamento, que consiste em avaliar os direitos e
interesses que estão em jogo. Importa-se saber se o desvio de conduta
(prova ilícita), em tal situação particular, não produzirá um resultado
mais justo para o processo. Existem fatos em que pode inexistir outra
forma de se demonstrar um fato se não com um desvio de conduta.
 Provas necessitam de autorização judicial. Não havendo autorização,
torna-se ilegal.
 Intimidade e privacidade devem se respeitados e levados em
consideração, pois são direitos garantidos para todo e qualquer cidadão.

 Juiz Natural – Tal princípio consiste na garantia que todo cidadão


(jurisdicionado) possui de ter um juiz competente, aleatório e que seja
imparcial, não devendo haver uma escolha do mesmo para um caso
específico (juízo aleatório do Estado).
 Tal princípio impede a criação de tribunais que possam propiciar apenas
um lado (parcialidade por parte do juiz), sendo proibido então um
tribunal de exceção.
 O cidadão não pode ser privado de “seu juiz natural”, de seu juiz
constitucionalmente previsto (entramos aí na regra de competência, que
visa a existência de uma competência do juiz para o caso em questão).
Trata-se de uma garantia de julgamento apenas por um órgão investido
de jurisdição.
 Não podemos confundir com os juízos e tribunais especializados (vara
da família, por exemplo) quando previamente constituídos visando o
aperfeiçoamento do atendimento do consumidor em questão de justiça
pelo Poder Judiciário.
 Existe também o caso de alguns indivíduos, por prerrogativa de função,
serem julgadas diretamente pelos tribunais superiores.

 Motivação das Decisões – Visa indicar as razões de fato e de direito


nas quais são fundamentadas as decisões e razões nas quais o juiz
forma sua convicção e veredito sobre um caso em questão. Tal princípio
permite aferir em concreto a imparcialidade do juiz e a legalidade em
suas decisões. Basicamente, impossibilita que o juiz possa decidir de
modo arbitrário, segundo seu entendimento pessoal, exigindo do mesmo
a necessidade de fundamentar sua decisão.
 Tal é uma característica de regimes democráticos (herança da
Revolução Francesa), nos quais decisões refletem a comando da lei, e
não a vontade pessoal do magistrado.
 Tal fato da justificação/motivação por parte do juiz colabora para a
tentativa de acerto da decisão, para evitar-se o erro, buscar-se justiça.
Este fato acarreta então numa autoavaliação por parte do juiz, fazendo
com que o mesmo se autocritique e convença a si próprio acerca de sua
decisão.
 Garante também o direito as partes envolvidas, pois permite que as
mesmas possam contestar se o juiz realmente levou em conta os
respectivos argumentos e as provas que produziram.
 Porém, existe a possibilidade de uma litigância de má fé (o advogado
pedir um recurso ou questionar a motivação do juiz por motivos pífios)
para com a decisão do juiz, ação essa que acarreta em multa ao
advogado que a iniciou.

 Possibilidade de Recurso – Trata-se da possibilidade que as partes


possuem de pedir um reexame de uma decisão, visando reformulá-la,
invalidá-la e, como no caso de embargos de declaração, esclarecê-la.
Tal ferramenta deve ser imposta de forma voluntária, pelo legitimado, na
maioria dos casos a parte sucumbente.
 Não possuem natureza de ação, não criando assim uma nova relação
jurídica.
 Resumindo, é todo o meio empregado pela parte litigante a fim de
defender o seu direito, como por exemplo a ação, contestação, exceção,
reconvenção, medidas preventivas.

 Publicidade – Permite tanto que as partes acompanhem par e passo


toda a movimentação do processo, nele intervindo, além de também
possibilitar a fiscalização de casos pela sociedade.
 Caso haja fundamentação, o juiz pode correr o caso em juízo de
segredo de justiça (casos familiares, como divórcio e guardas de filhos;
pedidos do advogado; decisão do juiz).
 Vale ressaltar que a doutrina chama a atenção para os excessos
cometidos em virtude desse princípio, ferindo a às vezes a dignidade
humana;
 A publicidade acaba atuando como obstativa de eventual arbitrariedade
ou imparcialidade judicial, sabendo o juiz que suas decisões não serão
secretas.
 Rui Portanova destaca a função educativa “pela divulgação de ideias”,
incentivando assim o interesse pela justiça e elevação da confiança do
povo no Poder Judiciário.
 A publicidade sinaliza a democracia. O Estado Democrático de Direito
não se coaduna com o que é secreto, com aquilo que não é aberto e
divulgado ao povo.

 Presunção de Inocência – Ninguém é considerado culpado até o


trânsito em julgado do processo. Trata-se de uma garantia constitucional
para o réu. Trata-se de um mecanismo de extrema importância, que
preceitua que só deverá ser realmente considerado culpado o acusado
que teve provada sua culpa em sentença irrecorrível (ou seja, contra a
qual não existam mais recursos).
 O réu é considerado inocente até a última decisão.
 Garante ao réu o direito de dispor-se de todos os meios legais para
provar sua inocência.
 Tal princípio garante que não aconteçam possíveis injustiças para com o
réu, fazendo com que o mesmo sofra em casos nos quais é inocente.

 Devido Processo Legal – Se a CF assegura o pleno acesso à justiça, é


preciso que concomitantemente, coloque instrumentos aptos a sua
materialização.
 Desdobrando-se nos princípios já vistos anteriormente, garante aos
jurisdicionados o acesso a justiça e sua realização.
 O Processo deve desenvolver-se de forma justa(devida) e legal, enfim,
devendo possibilitar o pleno e efetivo exercício da cidadania.
 Tal princípio é de índole democrática, constituindo-se na raiz sobre a
qual ramificam-se os demais princípios.
 Devido é o justo, adequado. Processo é o instrumento da justiça. Legal
é a obediência à legalidade e às demais fontes, dentre elas, os
princípios.

 Princípio da Instrumentalidade – Trata-se da flexibilidade por parte do


Judiciário, sanando aquilo que puder aproveitar, evitando futuros
processos a respeito.
 É a forma flexível de se interpretar a lei, evitando assim uma visão
demasiadamente estrita e que possa acabar litigando o indivíduo em
questão.

 Tema 10 – Jurisdição:
 Elementos = ação-defesa-processo-jurisdição de TGP (que aponta
quem está com a razão).
 Ação = ato e Defesa = réu; ambos realizam um diálogo (debate).
 Processo = Instrumento do processo para resolver o caso em questão.

 Os 3 poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) são em regra


independentes, porém nota-se que não é bem assim, pois existem
muitos casos no qual o Judiciário é quem tomara uma decisão no
lugar dos outros.

 A Jurisdição é o poder do Estado em apontar quem encontra-se com a


razão. Deve ser realizada por um órgão competente (para a situação
em questão) que a realize de forma imperativa (com força), imparcial
(sem favorecer lados) e criativa (os magistrados possuem liberdade de
interpretação para com as normas).
 A situação jurídica deve ser deduzida concretamente (inércia por parte
do judiciário, pois os indivíduos que devem levar o caso ao mesmo), não
podendo ser interferida por terceiros que se encontrem fora do
caso.
 A decisão em julgado é indiscutível.

 Judicialização: Trata-se do ato de levar uma questão do


Legislativo/Executivo ao Judiciário; O Judiciário interferindo numa
questão pública; causas que em tese deveriam ser lidadas pelos outros
dois poderes (devido a inércia ou equívoco dos outros poderes, em
alguns casos).
 Nesse caso, o judiciário não estaria legislando, mas sim interpretando
um caso, pelo fato do caso em si não ter uma lei. Trata-se de um
caso concreto que vai para o Judiciário “sem precisar”, pois deviam
inicialmente, na teoria, ser cuidados pelos outros dois poderes.
 Equivalentes Jurisdicionais – São formas de resolver conflitos que
estão fora da órbita estatal. Tais seriam a Autotutela, Autocomposição
(acordo entre as partes), Arbitragem (terceira pessoa para resolver o
litígio).

 Características da Jurisdição:
 Lide – Trata-se do conflito, predominantemente existe em todo processo
(salvo em algumas exceções de âmbito cível, dentre outras).
 Inércia – O Judiciário encontra-se parado, sendo necessário que
alguém inicie o processo (pessoa física, jurídica). O juiz apenas
impulsiona o processo.
 Coisa Julgada – Quando não há mais possibilidade de recursos, sem
mais formas de recorrer. Caso aconteça, o processo torna-se
indiscutível; trânsito em julgado.

 Princípios da Jurisdição:
 Investidura – Não se torna juiz (de 1° instância) sem prestar um
concurso público (salvo casos de indicação em esferas superiores, etc.)
 Aderência em Território – Divisão de trabalho em uma comarca
(território) e num determinado juízo (varas, etc.).
 Indelegabilidade – O Juiz não pode delegar sua atividade/função para
outrem.
 Inafastabilidade – Direito constitucional de ação; é assegurado a todo
aquele que sentir-se lesado ou ameaçado em seus direitos o ingresso
aos órgãos jurisdicionais.
 Inevitabilidade – A lide, uma vez levada ao judiciário, não poderá às
partes impedir a decisão do juiz. Existindo uma decisão, as partes
devem cumpri-la, independentemente da satisfação das mesmas sobre
a decisão.
 Indeclinabilidade – O juiz não pode recusar a prestação jurisdicional;
impossibilidade de recusar um caso (salvo casos onde as partes tenham
alguma espécie de parentesco com o juiz).
 Juiz Natural – O Juiz deve ser previamente constituído, tendo cada
esfera seu juiz específico para os casos; tal princípio visa a
imparcialidade por parte do juiz.
 Inércia – Os juízes não tomam iniciativa, o processo deve iniciar por
parte de iniciativa das partes.

 Quanto aos organismos judiciários – Comum (Judiciário dos Estados


e Justiça) e Especial (Justiça do Trabalho, Militar, Eleitoral).
 Quanto à graduação – Jurisdição Superior e Inferior.
 Quanto à forma – A Jurisdição pode exercer-se em face de um conflito
ou não:
 a) Jurisdição Contenciosa – Contenda, disputa, litígio, controvérsia;
 b) Jurisdição Voluntária – Não há conflito, apenas a ratificação de um
negócio jurídico entre as partes ou a confirmação de algo, visando
propiciar valor e eficácia jurídica.

 Tema 11 – Competência: Diz respeito às regras que orientam o


jurisdicionado/MP onde propor a ação. Art.1° do CPC e do CPP. Dado a
extensão territorial de nosso país, a legislação regula onde cada juiz
exercerá sua função. Funciona como um divisor de trabalho.
 Para cada situação, a CF estabelecerá um juiz específico.
 Quando não se encontrar juiz específico para o caso na CF, cabe a
jurisdição e doutrina analisarem o caso em específico e estabelecer o
juiz para o caso (interpretação por parte das 2 fontes).
 A função principal do tribunal é a de julgar recursos; no caso de um
processo surgir no tribunal, considera-se o mesmo com originário; Ex. O
STF, que possui função originária (casos iniciam no mesmo, quando
dizem ao presidente, por exemplo).
 Sua importância encontra-se na garantia do princípio do juiz natural.
 No critério geral = diz respeito ao bem comum/interesse público;
 No critério específico = em razão da matéria, em razão do valor da
causa, em razão do território e em razão da pessoa.

 Regra Geral da Competência:


 No cível = domicílio do réu/do lugar do fato ou do ato.
 No Crime = Na consumação do ato ilícito ou domicilio do réu.
 Na Trabalhista = Onde o empregado presta o serviço.

 Alegação de Incompetência – Remédio quando a parte não concorda


com o foro (território) ou o juízo (varas) no corpo da própria contestação.
 Prorrogação de Competência – Prorrogar-se-á a competência relativa
se o réu não alegar a incompetência em preliminar de contestação.
 Modificações quanto a Competência – Em razão da matéria, da
pessoa ou da função, é inderrogável por convenção das partes; em
razão do território e do valor da causa, as partes podem modificar a
competência.

 Competência Absoluta – Trata-se da competência insuscetível de


sofrer modificação. Rescinde-se a sentença proferida pelo juiz
absolutamente incompetente. O juiz pode declarar de ofício (iniciativa
própria do mesmo).
 Competência Relativa – Trata-se da competência passível de
modificação por vontade das partes ou prorrogação. O juiz não pode
declarar como de ofício nesse caso.

 Conexão – Reputam-se como conexas/interligadas duas ou mais ações,


quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir (razão pela qual se
pede o mesmo fato jurídico). Ex. Duas ações fundadas no mesmo
contrato, onde se alega como inadimplemento na primeira e nulidade de
cláusula na segunda.
 No crime, trata-se da interligação entre duas ou mais infrações (o que
não ocorre na continência) que devem ser julgadas em um mesmo
processo – sempre há dois ou mais crimes.

 Continência – Trata-se de um exemplo de conexão. Dá-se a


continência entre duas ou mais ações quando houver identidade quanto
às partes e a à causa de pedir, mas o pedido de uma delas, por ser mais
amplo, abrange/contém o das demais.
 No crime é quando duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma
infração; um só delito praticado por duas ou mais pessoas. Um crime só.
 Efeito da Conexão/Continência – Produzem os mesmos efeitos; o juiz
a requerimento das partes ou de ofício pode ordenar a reunião dos
processos.

 Conflito de Competência – Quando diversos juízes se dão por


competentes para um mesmo processo ou todos se recusam a atuar no
feito.

 OBS: O CNJ não é um órgão jurisdicional, pois também é um órgão de


fiscalização do judiciário; é um órgão no qual o advogado pode reclamar
em casos de equívoco, obscuridade ou contradição por parte de decisão
judicial.
 O ato de um juiz de 1° grau é a sentença; em casos de omissão por
parte do juiz em sua decisão, entra o embargo de declaração (o
advogado pede um aclaramento de uma decisão); os tribunais possuem
competência recursal.

 4°Bimestre – tema 12
 Renovação da Ação – Caso aconteça o trânsito em julgado (decisão
final do juiz) não há mais espaço para recursos (que inclusive pode
acontecer logo em 1° estância).
 Vale ressaltar que são raras as exceções no que se cabe a rescisão do
processo, sendo situações raras.
 A ação por outro lado pode ser renovada caso não haja um
enfrentamento, um pressuposto que esteja em falta por motivos
processuais (algo que esteja em falta, alguém que não foi ouvido, etc.).
Neste caso, dada a falta do pressuposto em questão que gerou o caso
encerrado, é possível entrar novamente com um processo no caso.
 Caso não exista o julgamento de mérito (neste caso, não foram
chamados os interessados para julgamento, na corte), o processo pode
ser proposto novamente.

 Classificação das Ações: Se um processo será de âmbito civil ou


criminal. Dentro disso, podemos destacar duas vertentes, sendo esta o
Processo de Conhecimento (neste caso, existe a necessidade de se
pesquisar a respeito do processo, todo um planejamento teórico deve
ser realizado antes) e o Processo de Execução ( Diz respeito
meramente a execução do processo, diretamente ao ponto em questão,
para ação, sem a necessidade prévia das pesquisas ou planejamentos
teóricos).
 Dito posto, deve-se ressaltar a celeridade do Processo de Execução
(que já apresenta toda a tramitação necessária para iniciar e executar o
direito, com todos seus títulos executivos já preparados) ao passo que o
Processo de Conhecimento existe a necessidade de reunir as
informações e teorias a respeito do caso (pois não existem as devidas
fontes e títulos executivos, que aceleram o processo).
 São os títulos executivos: cheques, contratos, duplicatas, instrumentos
públicos ou privados de emissão de dívida, dentre outros.
 Os títulos executivos são extremamente vantajosos ao processo, pois
possuem liquidez, certeza e exigibilidade, além de possuírem valores
reiterados (são utilizados desde muito tempo).
 O Processo de Execução já inicia com a invasão patrimonial (por
meio de títulos que demonstram ao juiz o direito pleiteado,
demonstrando a liquidez do patrimônio do devedor).
 O Processo de Conhecimento é lento, e o mesmo possui o objetivo de
vir a se tornar um processo de execução.
 Tutelas de Urgência são um remédio para os Processos de
Conhecimento, pois possibilitam maior celeridade.

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