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1º AP
Numa concepção mais moderna, o Direito associa-se diretamente com a ideia de Estado
(Um povo dotado de Soberania que se organiza em um território em determinado espaço de
tempo). Inicialmente, os conflitos que podiam surgir das relações sociais eram regulados pela
autotutela, isto é, as próprias parte solucionavam suas contendas, muitas vezes pelo emprego da
força, da vingança privada. Pouco a pouco, com a evolução do pensamento de Estado, este passou
a trazer para si a responsabilidade de pacificação social e, assim, de resolução de tais conflitos
decorrentes da convivência em sociedade.1 Dessa maneira, o Estado moderno passa a se organizar
sobre três funções principais: administrar os serviços públicos (Executivo), emitir leis, em sentido
estrito, com a finalidade de promover um controle social (Legislativo) e garantir a satisfação dos
direitos através da resolução das discordâncias sociais mediante o que podemos denominar de
emitir leis em sentido amplo (Judiciário).
Dessa maneira, uma das funções principais do Estado é, mediante a emissão de lei em
sentido amplo (sentença, leis inter partes), dar uma solução aos conflitos originados no meio social,
buscando satisfazer da melhor maneira o senso de justiça das partes. Para entender como o Estado
realiza essa função, surgem três conceitos essenciais: Ação, Jurisdição e Processo.
Pode ser contenciosa, quando nos polos do conflito estão partes antagônicas, isto é,
oferecem pretensões opostas (Litígio, Lide), ou voluntária, quando não há propriamente
um conflito com sujeitos opostos, mas busca-se uma mera declaração do Estado-juiz para
reconhecer uma situação de fato e conferi-la validade (Ex. divórcio amigável, sucessão,
reconhecimento de mudança de nome) – Há uma tendência atual de se tirar do controle
jurisdicional casos mais simples de jurisdição voluntária.
PROCESSO: Instrumento por meio do qual os sujeitos exercem o direito de ação e o Estado
oferece a solução jurisdicional. Sequencia de atos interdependentes desempenhado pelas partes e
pelo Estado-juiz com o objetivo de trazer a solução de uma situação de conflito (solução
jurisdicional). O processo é procedimento + relação jurídica + finalidade jurisdicional.
1
Ideia de contrato social, de surgimento do Estado para regular a convivência em sociedade.
Instrumentalidade do processo: “O processo não deve se extinguir pelo
formalismo, procedimento” “o processo não é um fim em si mesmo”
Espécies de processo:
Processo de execução – processo por meio do qual busca se dar efetividade a direito
material já reconhecido. “Fazer valer o direito” – Lei inter partes (título executivo)
HISTÓRICO
O Processo Civil Brasileiro passou por diversas fases desde as ordenações portuguesas. A
primeira Constituição republicana do país, de 1891, estabeleceu que as normas de processo
deveriam ser editadas em cada Estado da federação, adotando-se, assim uma multiplicidade de
normas de processo pelo país, o que dificultava a atividade dos profissionais. A tentativa de
unificação das normas de processo civil se deu em 1934, com a nova constituição, unificando o
Código de Processo em 1939, que se extinguiu devido incompatibilidade na parte geral e especial
do código. Em 1973, uma nova reforma trouxe um outro Código de Processo Civil, que vigorou até
2016, apesar de ser moderno em vários sentidos, era excessivamente apegado ao procedimento, a
burocracia, o que o incompatibilizava com a moderna concepção do processo que deveria atender
as reivindicações sociais de maneira rápida e eficaz. Após inúmeras reformas, o código de 1973
passou a apresentar diversas contradições internas e, então, o novo CPC, que passou a entrar em
vigor em 2016, trouxe mudanças em relação ao anterior no sentido de uma maior
constitucionalização do processo, ligado a princípios como efetividade da prestação jurisdicional,
instrumentalidade do processo, processo justo e celeridade.
- RELATIVOS AO PROCESO
* Devido Processo Legal: consiste na obediência a um caminho pré-estabelecido pelo qual o
processo deve se realizar, assim, cumpre o devido processo legal aquele que segue a sequência de
atos predeterminado para a atividade jurisdicional (Art. 5º, XXXV). Atualmente, diante da discussão
acerca da instrumentalidade do processo, tem-se admitido que o devido processo legal,
substancialmente, é posicionado como um supra princípio que orienta todos os demais princípios
do CPC, sendo assim, o devido processo legal, na concepção mais atual, significaria a concretização
de um processo justo, eficaz. Esse princípio encontra relação com diversos outros princípios
relativos ao processo, tais quais, o contraditório e a ampla defesa, juiz natural que são pautados na
obediência a esse caminho predeterminado para o processo. Metáfora: trilho e trem.
* Inquisitivo e dispositivo (art. 2º/370): o dispositivo é o modelo de processo no qual as partes dão
prosseguimento a todo o curso processual, não tendo o juiz o poder de determinar a realização de
atos processuais por si só, enquanto que no inquisitivo, o juiz desenvolve o processo de ofício. O
modelo brasileiro, conforme definido por Didier, é um modelo cooperativo, que mescla a utilização
dos dois modelos de processo. Apesar de ser inicialmente inquisitivo, pois o direito/poder de ação
pertence a parte e, portanto, o processo só pode ser iniciado por decisão desta, tem procedimentos
de caráter dispositivo, como determina por exemplo o art. 2º, que o processo desenvolve por
impulso oficial.
* Contraditório (art. 7º, 8º, 9º, 240): anteriormente, era pacificado que o principio do contraditório
se materializava apenas na audiência bilateral das partes antes da decisão do juiz, atualmente,
porém, o princípio do contraditório amplia seu alcance para corresponder a ideia de processo justo
e efetivo, dizendo respeito assim, tanto a paridade de armas das partes, que devem ser ouvidas
bilateralmente, como a participação efetiva dessas no processo. Assim, o juiz não poderá decidir
qualquer que seja o mérito dentro do processo sem que antes haja a manifestação de ambas as
partes integrantes da relação processual (exc.: inaudita altera parte). Um modo pelo qual se
materializa o contraditório formalmente no processe é por meio da citação válida, conforme indica
o art. 240, a partir da citação válida, ou seja, da inequívoca ciência da possiblidade de se defender
a todos aqueles que podem ser atingidos pela sentença, torna litigiosa a coisa.
- Citação válida: carta / publicação por edital (a citação é convalidada, ainda que
contenha vícios, desde que atinja seu objetivo final) (a ausência de manifestação por réu
validamente citado pressupõe réu revel, trazendo diversos efeitos para o processo, pois presumir-
se-ão verdadeiras as alegações do autor; art. 344 CPC)
* Boa-fé (art. 5º, 80, 81, 142): O CPC estabelece que qualquer um que participe de alguma forma
no processo deve se orientar pela boa-fé (objetiva, que diz respeito a realizar os atos processuais
de forma leal, sem o objetivo de prejudicar ou enganar a outra parte em beneficio próprio),
estabelece assim, no art. 80, que atos se cometidos no decorrer do processo consideram-se de má-
fé, impondo punição para aquele que não se comportar de acordo com a boa-fé processual. Se
autor e réu utilizam-se do processo simuladamente ou para conseguir algo ilegal, o juiz poderá de
ofício, emitir sentença que impeça a realização dos objetivos e multa.
*Verdade real (art. 344, art. 371): segundo o principio da verdade real, o juiz deve ser
compromissado a analisar a verdade real dos fatos sobre o qual se discute o mérito do processo,
tendo inclusive uma postura ativa na produção de prova, através de vistorias ou outro modo de
constatar a verdade real dos fatos – aquisição da prova pelo processo – a prova contida nos autos
do processo, independente de quem a produziu será utilizada pelo juiz para apreciação da causa.
Em oposição a isso há a verdade formal, segundo a qual o juiz decide somente com base no
conteúdo probatório formal, contido nos autos do processo, assim como a verdade ficta, produzida
devido a presunção da veracidade dos fatos.
*Oralidade (art. 139, II, 365, 357, $3º): o principio da oralidade fundamenta-se na ideia de
proximidade das partes com o juiz, possibilitando uma decisão mais justa e condizente com a
situação das dessas, e cooperação entre as partes no processo, além de permitir uma celeridade e
a diminuição dos atos processuais, quando, por exemplo, o juiz tem a possiblidade de sanear o
processo em audiência ou na produção de provas. Materializa-se, principalmente por meio das
audiências e provas orais e testemunhais.
*Publicidade (art. 189): todo processo é público, salvo as exceções previstas em lei, conforme
aponta o art. 189: a) interesse público ou social (devem ser declarados pelo juiz, de oficio ou
mediante petição); b) casos de Direito de Família (casamento, separação, união estável, divórcio,
filiação, alimentos e guarda de crianças); c) protegido pelo direito constitucional à intimidade e d)
em casos que versem sobre decisão arbitral, quando previsto, ainda que não obrigatório, em carta
específica o acordo sobre o sigilo.
*Economia processual (art. 330, 332, 326, 334, 317, 370): o Judiciário deve oferecer para os
jurisdicionados um meio rápido, eficaz e barato de resolver seus problemas, o processo deve,
então, se apoiar na ideia do custo benefício, isto é, deve distribuir seu melhor resultado utilizando
o mínimo da máquina burocrática processual. Custo-benefício. “Como aplicações práticas do
princípio de economia processual, podem ser citados os seguintes exemplos: indeferimento, desde
logo, da inicial, quando a demanda não reúne os requisitos legais (art. 330); denegação de provas
inúteis (art.370); coibição de incidentes irrelevantes para a causa; permissão de acumulação de
pretensões conexas num só processo (art. 326); fixação de tabela de custas pelo Estado, para evitar
abusos dos serventuários da Justiça; possibilidade de antecipar julgamento de mérito, quando não
houver necessidade de provas orais em audiência; saneamento do processo antes da instrução etc.”
*Preclusão ou eventualidade do processo (art. 336): o processo, como sequência de atos, é dividido
em diversas fases nas quais se realizam determinados procedimentos, uma vez terminada uma fase,
ela prepara o processo para seguir na fase seguinte, sem a possiblidade de retornar a fase já
ultrapassada. O principio da preclusão ou eventualidade do processo anuncia que cada ato
processual deve ser desenvolvido durante a fase adequada conforme previsto no CPC, sob a
possibilidade de perder a oportunidade de realizar o ato, que não pode se dar em momento
posterior.
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
Para que o processo possa existir e se desenvolver de forma válida deve atender a
determinados requisitos essenciais para sua constituição ou prosseguimento. A doutrina
estabelece diversas subdivisões dos pressupostos, identificando, por exemplo: a) Pressuposto de
existência e de validade (segundo Didier, a utilização do nome “pressupostos processuais” envolve
tanto os pressupostos de existência como os requisitos de validade); b) Pressupostos negativos e
positivos; e por fim c) Pressupostos subjetivos, que dizem respeito aos sujeitos na relação jurídica
processual, e pressupostos objetivos, que dizem respeito a forma do processo.
Didier afirma que, na disciplina dos pressupostos processuais, existem alguns pensamentos
comuns que não correspondem a verdade na dinâmica processual, tais quais:
PRESSUPOSTOS SUBJETIVOS
Capacidade civil/capacidade de ser parte = aptidão para ser sujeito na relação jurídica
processual
Pessoa Física - capacidade civil – “toda pessoa que se encontre no exercício de seus
direitos tem capacidade para estar em juízo” (art.70 e 71)
- Sujeitos plenamente capazes (18 anos)
- Sujeitos relativamente incapazes, devidamente assistidos
- Sujeitos absolutamente incapazes, devidamente representados
Curador especial (art. 72) – ad hoc - Defensor Público nomeado pelo juiz para atuar
em duas hipóteses:
1) Incapaz não devidamente representado ou assistido ou quando o interesse
for contraposto aos desses;
2) Réu preso revel, assim como réu revel citado por edital ou por hora certa,
até que seja designada defesa técnica.
Cônjuge (art. 73) – LITISCONSÓROCIO ATIVO OBRIGATÓRIO - O cônjuge precisa
necessariamente do consentimento do outro, incluída a união estável, em ações
que se referem à:
1) Direito real sobre imóveis – exceto quando há separação absoluta de bens;
2) Fato que diga respeito a ambos ou praticados por eles;
3) Dívida contraída em bem de família;
4) Reconhecimento, constituição ou extinção de ônus sobre imóvel de um
deles ou de ambos.
- O consentimento pode ser suprido pelo Juiz em casos no qual a recusa é feita
sem justo motivo ou o outro cônjuge encontra-se impossibilitado de realiza-lo
(art. 74) – CONSENTIMENTO DE OUTORGA
Capacidade postulatória:
Para que alguns atos processuais postulatórios sejam exercidos é necessária a
presença de uma capacidade técnica, essa capacidade deve ser preenchida pela ação de
um advogado que será obrigatoriamente REPRESENTANTE da parte (art.103). O advogado
deverá ser regularmente inscrito na OAB.
Nem todos os atos processuais necessitam de representação (jus postulandi), isso
ocorre quando flexibilizado por lei como no caso dos Juizados Especiais, em causas até 20
SM, na Justiça do Trabalho até o TRT ou em caso de advogado postulando em causa própria
(art. 103 e 106).
PRESSUPOSTOS OBJETIVOS
CONDIÇÕES DA AÇÃO
INTERESSE
O interesse processual é um binômio que engloba a necessidade (interesse primário) e a
adequação (interesse secundário). Por necessidade entende-se a indispensabilidade da
atividade jurisdicional para resolver um litígio, assim, a não caracterização de uma
pretensão oposta, de um conflito, ou a solução desse conflito por meios extrajurídicos é o
bastante para que não haja necessidade e consequentemente interesse processual. A
adequação se entende como a escolha da via processual adequada para se postular em
juízo, assim, uma ação na execução por exemplo com o intuito de se reconhecer um direito
material causa carência de interesse processual.
LEGITIMIDADE (legitimatio ad causam)
A legitimidade, conforme estabelece o art. 18 (“ninguém poderá pleitear direito alheio em
nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico”), é a titularidade da
pretensão, do direito material violado que será objeto da atividade jurisdicional. Assim, a
legitimidade ordinária só poderá ser exercida por aquele a quem corresponde a titularidade
do direito material, coincidindo, portanto, a titularidade da ação e da pretensão. Humberto
Theodoro Junior fala também de uma legitimidade extraordinária que se localizaria na
segunda parte do art.18, que são casos autorizados pelo ordenamento no qual a
titularidade da ação pode ser exercida por aquele que não é propriamente titular do direito
material.
A legitimidade não se exerce, porém, apenas em relação ao autor (LEGITIMIDADE ATIVA),
mas também em relação ao réu (LEGITIMIDADE PASSIVA), para que o réu seja legitimo
dentro do processo é necessário que ele tenha concorrido e componha o litígio que
originou a pretensão. São considerados réus legítimos todos aqueles que de qualquer modo
sejam atingidos pela sentença, devendo ser citados para terem a oportunidade de se
manifestar no curso do processo.
Pode-se alegar tanto a ilegitimidade ativa quanto passiva, a alegação de ilegitimidade pode
ser considerada uma forma pela qual um terceiro entrará no processo (art. 338, 339).
MINISTÉRIO PÚBLICO
O Ministério Público é o órgão da Administração Pública, que não integra o Poder Judiciário,
responsável por garantir no curso processual “a ordem jurídica, o regime democrático e os
interesses e direitos sociais e individuais indisponíveis” (art. 176. NCPC). O MP pode atuar no
processo civil de duas maneiras, na condição de parte ou na condição de custas leges (fiscal da
lei). Independente de como atue, o MP terá prazo em dobro para manifestar-se, exceto quando
previsto em lei prazo próprio, devendo ser sua intimação pessoal (art.180).
1) PARTE: o MP, quando atuando enquanto parte do processo, ainda que esteja defendendo
direito individual nunca estará na posição de representante, mas de substituto processual.
Atua, assim, em nome próprio na defesa de interesse alheio.
2) CUSTAS LEGES: o MP deve atuar enquanto fiscal da lei quando houver interesse público ou
social, a ser entendido pelos membros da organização, interesse de incapaz ou, ainda, em
casos de litígio coletivo que envolva posse de terra urbana ou rural. Conforme o parágrafo
único, a participação da Fazendo Pública no processo não implica por si só a atuação do
MP. O rol não é exaustivo, podendo a CF ou lei estabelecer outras circunstâncias de
comparecimento do MP ao processo (art.178). Quando atua enquanto fiscal da lei, o MP
tem o poder de produzir provas, requerer medidas processuais pertinentes e recorrer,
emitindo parecer a respeito dos atos processuais e recebendo remessa dos autos sempre
após as partes, sendo intimado de todos os atos (art. 179). O parecer do MP não vincula a
decisão do juiz.
*Os membros do MP quando atuarem com dolo ou fraude no processo respondem civil e
regressivamente pelos prejuízos causados (art.181).
ADVOGADOS
- Figura essencial à administração da justiça
- Capacidade postulatória: toda parte deverá se fazer representada no processo por meio
do seu advogado como pressuposto processual. É permitido jus postulandi em casos
excepcionais previstos em lei.
IMPEDIMENTO OU SUSPEIÇÃO
O juiz, tendo em vista a necessidade de imparcialidade, poderá, de acordo com o caso, ser
impedido ou suspeito. O IMPEDIMENTO é de caráter OBJETIVO, proíbe o Juiz de exercer os atos
processuais e ocorre na hipótese em que este já tenha atuado no processo ou tenha algum tipo de
relação com as partes ou representantes, taxada no art. 144 (LER). O impedimento só se dará em
casos que anteriormente já seriam impedimentos, sendo vedada causa superveniente com o
objetivo de impedir a atividade do juiz. A SUSPEIÇÃO, por outro lado, tem caráter mais subjetivo,
decorrendo de ações que possam causar parcialidade do juiz, conforme o art. 145 (LER). Na
suspeição, não pode alega-la quem a tiver provocado ou quem praticou ato que signifique sua
aceitação.
O Juiz pode de ofício se declarar suspeito ou impedido. Podem também as partes, alegar
impedimento (não prescreve – pode ser alegado a qualquer momento, inclusive em decisão
transitada e julgada, se não alegado nos 15 dias, não será mais incidente independente) ou
suspeição (15 dias do conhecimento do fato), endereçando petição específica ao Juiz supostamente
impedido/suspeito, fundamentando-a, podendo utilizar-se de documentos e rol de testemunhas.
O Juiz avaliará a petição, podendo I) confirmar e declarar seu impedimento ou suspeição e remeter
os autos ao substituto legal; II) Autuar em separado a petição e remete-la ao Tribunal, apresentando
suas razões em 15 dias. O relator poderá determinar a suspensão, caso em que as decisões de tutela
de urgência serão conferidas ao substituto, ou não do processo. Decidindo o Tribunal pela
inexistência de impedimento, o processo continuará. No entanto, se decidido pelo acolhimento de
impedimento ou suspeição, o processo é remetido ao substituto legal, determinando-se os atos a
partir do qual o Juiz era suspeito ou impedido que serão nulos, e o Juiz poderá ser condenado a
pagar custas (art.146).
Juiz recebe petição específica
alegando impedimento ou
suspeição (PRAZO 15 DIAS)
Suspender o processo
(Tutela de urgência será
decidia pelo substituto)
Manifesta-se no prazo de 15
dias
- O impedimento também ocorre nos casos em que o juiz de Tribunal é parente de Juiz singular,
não podendo conhecer do processo decidido por esse (art. 147).
- O impedimento ou suspeição também pode ocorrer com relação aos membros do MP,
auxiliares da Justiça ou outros sujeitos imparciais que atuam no processo. Nesse caso, será dada a
oportunidade de se manifestar o impedido ou suspeito no prazo de 15 dias e a decisão se dá sem a
suspensão do processo em curso (art. 148).
O novo CPC opta pela possibilidade de conferir às partes autonomia para dirimir seus conflitos de
maneira consensual, determinando que o Juiz deve buscar a qualquer tempo, por exemplo,
promover a autocomposição entre as partes. Define ainda a criação de Centros Judiciais de Solução
Consensual de Conflitos (CJUSC) em cada Justiça, com o objetivo de realizar sessões de mediação e
conciliação, além de criar políticas para estimular essas práticas. Conforme o CPC:
(a) o conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não tiver
havido vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio,
sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação
para que as partes conciliem (art. 165, § 2º);
(b) o mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que tiver havido
vínculo anterior entre as partes, auxiliará os interessados a compreender as
questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo
restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções
consensuais que gerem benefícios mútuos (art. 165, § 3º).
LITISCONSÓRCIO
- LITISCONSÓRCIO UNITÁRIO (art. 116): ocorre quando os sujeitos são tratados como uma
unidade dentro do processo, de modo que o juiz deverá decidir de modo uniforme para todos os
integrantes do polo. Há quem admita que o litisconsórcio unitário ativo representa uma hipótese
de legitimação extraordinária, visto que, ainda que não integre efetivamente a relação jurídica,
aquele que deveria ser litisconsorte unitário tem seu interesse representado em outra pessoa
(Didier). O art. 115 estabelece que no litisconsórcio unitário há nulidade da decisão judicial se não
forem citados todos aqueles que deveriam integrar a relação jurídica processual. Sendo unitário o
litisconsórcio, “os atos e omissões de um não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar”,
a menos que no ato anuam todos os litisconsortes (art. 117).
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
A intervenção de terceiros ocorre quando uma terceira pessoa passa a integrar a relação
jurídica processual, seja na condição de autor, réu, auxiliando uma das partes ou até mesmo
participando tecnicamente e de maneira imparcial. A intervenção pode-se dar de duas maneiras:
provocada, quando a inserção de terceiro depende da provocação de autor ou réu (denunciação
da lide, chamamento ao processo); ou espontânea, quando depende de iniciativa do próprio
terceiro.
ALEGAÇÃO DE INCOMPETÊNCIA
OPOSIÇÃO
COMPETÊNCIA
A jurisdição, enquanto atividade estatal voltada para a resolução de conflitos é sempre una.
No entanto, para que haja a efetiva prestação da atividade jurisdicional, ela é dividida entre diversos
órgãos do Poder Judiciário, distribuindo competências. A competência é, assim, a medida da
jurisdição.
A competência poderá ser ABSOLUTA, quando não é possível determinação das partes em
contrário ou não incidem a modificação de competência por conexão ou continência, normalmente
diz respeito a questões de ordem pública, pode ser decretada pelo juiz ou pelas partes a qualquer
tempo; ou RELATIVA, quando o assunto é normalmente de ordem privada, podendo ser alterada
pelas partes e modificada por conexão ou continência, deve ser alegada como preliminar de
contestação, caso contrário é prorrogada e os atos são válidos, e não pode ser decretada de ofício,
exceto se for competência abusiva de contrato de adesão, por exemplo* (art. 63, § 3º) (SÚMULA
33 STJ).
Em relação ao foro, a competência geral é o foro de domicílio do réu (bens móveis) (art. 46)
ou no local de situação da coisa (bens imóveis) (art. 47). Há ainda diversas competências especiais
trazidas pelo CPC – LER ART. 48-53.
CONFLITO DE COMPETÊNCIA: pode ser conflito positivo, quando mais de um juiz se declara
competente para a mesma causa, ou negativo, quando ambos se declaram incompetentes para o
julgamento. O conflito é resolvido por tribunal imediatamente superior, isto é, quando o conflito
se dá em juízos vinculados a Justiça Estadual ou Federal, o órgão responsável por solucionar é o
próprio TJ do Estado ou o Tribunal Federal em nível colegiado, quando se dá entre TJs, quem decide
é o STJ e entre tribunais superiores, é de responsabilidade do STF.
ATOS PROCESSUAIS
Os atos dos juízes podem ser de duas maneiras, decisórios, impondo direitos ou obrigações
às partes ou não. São pronunciamentos do juiz as sentenças, decisões interlocutórias e os
despachos (art. 203). As sentenças são atos decisórios que põem fim ao processo,
independentemente da matéria que versem, podendo ser terminativas, que não resolvem o mérito,
e as definitivas, que efetivamente tratam do mérito da causa. As decisões interlocutórias são atos
decisórios tomados no decorrer do processo que, no entanto, não incorrem na sua extinção, ainda
que tratem do mérito. Os despachos, por fim, são atos não decisórios praticados pelo Juiz com a
finalidade de dar continuidade à marcha processual (“impulso oficial”).
Os atos dos auxiliares, por sua vez, consistem, basicamente, em atividades que permitam o
desenvolvimento do processo, mas que não impliquem decisões. São, por exemplo, o registro, as
documentações, atos de comunicação, juntada, vista, conclusão e recebimento.
PRAZOS: São contados em dias úteis, incluindo-se o último dia e excluindo-se o primeiro
(art.219, 224). Há dois tipos: prazos para o cumprimento de atos processuais e os prazos de
fechamento da atividade judicial, horários. Os atos praticados pessoalmente deverão ocorrer das
6h às 20h, estendidos se a interrupção prejudicar o ato (art. 212). Os atos praticados
eletronicamente podem ocorrer até 24h do último dia (art.213). No geral, não se praticam atos
processuais durante os feriados ou recesso judiciário, exceto citações, intimações e penhoras,
respeitado o previsto na CF. Os prazos podem ser próprios, quando dizem respeito às partes e
provocam a preclusão, ou impróprios, quando dizem respeito aos juízes e auxiliares, não
importando preclusão. Podem ser legais, judiciais ou convencionais (estabelecidos pelas partes,
que podem, inclusive, fixar calendário para sua prática – art.191). Podem ser peremptórios, quando
não podem ser alterados ou dilatórios, quando puderem ser alterados pelas partes ou pelo juiz de
acordo com o caso concreto. Os prazos dos juízes são de 5 dias para despachos, 10 dias para
decisões interlocutórias e 30 dias para sentenças (Art. 226). Os prazos serão contados em dobro 1)
para os litisconsortes, em processos físicos, quando representados por mais de um procurador de
escritório diferentes (art. 229); 2) Para a Fazenda pública, Defensoria pública e Ministério público
(art.180, 183 e 186).
- CITAÇÃO: “dar ciência inequívoca do processo a todos aqueles de podem ser atingidos
pela sentença”, pode ser feitas de 5 formas:
1) Correios
PETIÇÃO INICIAL
A petição inicial é o que dá início ao processo, considera-se proposta a ação quando for
protocolada (art. 312).
- decisões possíveis