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É certo que os conflitos de interesses entre particulares são inerentes à vida em sociedade.
Por este motivo, o Estado, visando coibir o exercício da autotutela, isto é, resolução dos conflitos
pelas próprias partes, sem a interferência de um agente externo, avocou para si a função de ser o
mantenedor da paz social.
Podemos conceituar a atividade estatal dirigida à solução desses conflitos como jurisdição,
que pode ser definido como o poder estatal de solucionar conflitos de interesses pela aplicação da
lei ou norma jurídica ao caso concreto, concedendo para cada qual o que lhe for devido por justiça
ou por força de lei.
Logo, para solução de conflitos através da via jurisdicional é cediço que as partes dependem
da utilização de um mecanismo pelo qual as pessoas que se sintam prejudicadas possam reclamar
perante o Estado-Juiz, provocando-o a solucionar o litígio. Neste momento, surge o direito de ação.
Desta forma, ação é o direito subjetivo público de provocar o exercício da jurisdição em
busca da defesa ou tutela de um interesse, ou direito, ameaçado ou lesado por outrem.
Uma vez instituído o direito de ação, é imprescindível que também se crie um instrumento,
ou até mesmo um método, para que as partes exercitem o referido direito e obtenham a tutela
jurisdicional. Surge, então, o processo, que pode ser definido como o instrumento disciplinado por
lei, com regras e normas já preestabelecidas, para permitir o exercício da jurisdição pelo Estado.
Desta maneira, o direito processual do trabalho é um sistema de princípios e leis que
regulamentam o exercício da jurisdição quanto às lides de natureza trabalhista.
Fontes
Princípios
d) Princípio do jus postulandi (artigo 791, CLT): é a capacidade que se faculta a própria
parte, sem a assistência do advogado, exercer diretamente a postulação de suas pretensões
perante o Poder Judiciário, requerendo, desta forma, a prestação jurisdicional.
Existem algumas exceções com relação ao princípio do jus postulandi, como a Ação de
Homologação de Acordo Extrajudicial – é uma ação específica, surgiu com a reforma, disposto no
art. 855-B da CLT: na justiça do trabalho, a homologação de acordo extrajudicial, cada parte tem
que ter o seu advogado. Não pode ser o mesmo advogado entre as partes. Se o trabalhador não
quiser contratar advogado, poderá ser assistido pelo Sindicato.
Outra exceção está prevista na Súmula 425 do TST: não existe jus postulandi se for:
Mandado de Segurança
Ação Rescisória
Recursos aos tribunais superiores (TST e STF)
A Vara do Trabalho não é órgão da Justiça do Trabalho, mas tão somente o local que serve
de atuação do órgão jurisdicional chamado Juiz do Trabalho. A Constituição Federal afirma
expressamente no artigo 111 que o órgão é o Juiz do Trabalho, enquanto a CLT afirma que a Vara
do Trabalho é órgão – artigo 644. No entanto, diante da prevalência da norma constitucional,
prevalece o disposto no artigo 111: o juiz é órgão da Justiça do Trabalho.
Os tribunais regionais com sete ou oito juízes funcionarão apenas em sua composição plena. Os
compostos por 12 ou mais juízes funcionarão em sua composição plena e/ou dividido em turmas.
Nos TRT’s com mais de 25 julgadores poderá ser criado um órgão especial, com o mínimo
de 11 e máximo de 25 membros, para o exercício de atribuições administrativas e jurisdicionais de
competência do tribunal pleno, provendo-se a metade por antiguidade e a metade por eleição pelo
pleno (artigo 93, XI, da CF).
Os TRT’s compostos de quatro turmas ou mais serão obrigatoriamente divididos em grupos
de turmas ou seções especializadas, com a competência que o Pleno lhes atribuir (artigo 4º Lei
7119/83).
c) quorum: O quorum para deliberação dos TRT’s é da metade mais um de seus membros,
além do Presidente.
O julgamento será pelo voto da maioria dos presentes, exceto se se tratar de declaração de
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, em que existe a chamada cláusula de reserva de
plenário contida no artigo 97 da Constituição Federal, pela qual a decisão somente pode ser tomada
pela maioria absoluta dos membros ou dos membros do órgão especial. Exceto no caso de
declaração de inconstitucionalidade e nas sessões administrativas, o Presidente só tem voto em
caso de desempate. Nas sessões administrativas o presidente votará como os demais juízes,
cabendo-lhe o voto de qualidade (artigo 672, § 3º da CLT).
As turmas somente poderão deliberar com a presença de pelo menos três juízes (artigo 672,
§ 1º, CLT).
d) sessões: O regimento interno dos tribunais é o instrumento normativo que dispõe sobre
a ordem das sessões (artigo 673 da CLT), a súmula da respectiva jurisprudência predominante e o
incidente de uniformização, inclusive os pertinentes às leis estaduais e normas coletivas (artigo 14
da Lei 7701/88).
e) competência: Os TRT’s têm a competência territorial estabelecida pelo artigo 651 da CLT
(pelo local da prestação de serviços como regra) ou, no caso de dissídio coletivo, pelo local em que
ocorrerem.
A competência funcional está no artigo 678 da CLT: em resumo, os Tribunais Regionais do
Trabalho apreciam os recursos das ações individuais decididas pelos Juízes de primeira instância
e, originariamente, decidem mandados de segurança e habeas corpus contra atos dos Juízes de
primeiro grau, ações rescisórias das decisões de primeiro grau, bem como dissídios coletivos dentro
de sua jurisdição.
Compete ainda aos TRT’s (artigo 680 da CLT):
- determinar às Varas e juízes de direito sob sua jurisdição trabalhista a realização de atos
processuais e diligências necessárias ao julgamento dos feitos sob sua apreciação;
- fiscalizar o cumprimento de suas próprias decisões;
- declarar a nulidade dos atos praticados com infração às suas decisões;
- julgar as exceções de incompetência que lhe forem opostas, entre outras
f) demais disposições: A Justiça do Trabalho hoje possui 24 Tribunais Regionais, conforme
lista do artigo 674 da CLT. A sede desses regionais é fixada pelo mesmo artigo.
O número de regiões, a jurisdição e a categoria dos tribunais somente podem ser alteradas
por lei – artigo 113 da CF. Nesse sentir, a CLT, em seu artigo 676, não foi recepcionada pela CF/88
(diz a CLT que tais podem ser alteradas pelo Presidente da República).
Juízes do Trabalho
Novamente, cumpre ressaltar que a vara do trabalho é apenas o local que serve de atuação
do órgão jurisdicional chamado Juiz do Trabalho.
A Constituição Federal afirma expressamente que o órgão é o Juiz do Trabalho (artigo 111),
enquanto a CLT afirma que a Vara do Trabalho é órgão (artigo 644). Todavia, diante da prevalência
da norma constitucional, adota-se o disposto no artigo 111: o juiz é órgão da Justiça do Trabalho.
Cada Vara terá pelo menos um Juiz do Trabalho, que será o seu presidente ou titular.
É importante salientar que todas as referências existentes na CLT a partir do artigo 643 a
vogais ou classistas são tidas como não escritas, à vista da EC nº 24/99, que os extinguiu.
A jurisdição das Varas será todo o território ou comarca em que se situar, podendo ser
estendida ou restringida por lei federal. Depois de criada uma Vara, pode o TRT, no âmbito de sua
Região, alterar e estabelecer a jurisdição das Varas, bem como lhes transferir a sede (artigo 28 da
Lei 10770/2003).
Cada vara terá uma Secretaria (artigo 710, CLT), que será dirigida por um servidor
designado pelo Juiz Titular, que será denominado Diretor ou Chefe de Secretaria, o qual receberá
o salário efetivo mais Gratificação de função.
a) distribuição: O recebimento de processos, petições, a autuação desses documentos, a
guarda e conservação dos processos, bem como toda a tramitação e registro, inclusive serviços
auxiliares de expedição e arquivamento, será feito pela Secretaria (artigo 711).
Nas localidades em que houver mais de uma Vara, haverá um Distribuidor, que cuidará da
distribuição, pela ordem de entrada e sucessivamente a cada Vara, os feitos que forem
apresentados (artigo 714).
Ressalta-se que, conforme o disposto no artigo 256 do Código de Processo Civil, as partes
e seus advogados podem fiscalizar a distribuição de processos.
b) juizes de direito: Nas cidades não abrangidas pelas Varas do Trabalho, a jurisdição
trabalhista será exercida por um Juiz de Direito (artigo 112, CF) e de cujas decisões caberá recurso
aos TRT’s. Nesse caso, os cartórios das varas de direito terão as mesmas atribuições das
Secretarias de Vara.
c) competência: Aos Juízes do Trabalho compete processar e julgar os dissídios individuais
em primeira instância, nos termos dos artigos 652 e 653 da Consolidação das Leis do Trabalho.
b) processar e julgar ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos
e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores: pela nova redação do artigo com a
Emenda nº 45, o inciso III permite ações dos sindicatos em causa própria. Assim é de
competência da Justiça do Trabalho a análise de todos os processos que envolva
sindicatos, até mesmo eleição sindical.
e) executar de ofício as contribuições sociais previstas no art. 195, I, “a” e II, da CF: são as
contribuições previdenciárias e fiscais das sentenças trabalhistas e serão executadas
nos próprios autos pela Justiça do Trabalho (art. 114, VIII, CF e artigo 876, parágrafo
único da CLT e Súmula 368 do TST)).
f) dissídio coletivo: Com a Emenda 45/2004, além dos sindicatos (art. 857 da CLT), o
Ministério Público também tem legitimidade para ajuizar dissídio coletivo na Justiça do
Trabalho, em caso de greve em atividade essencial com possibilidade de lesão do
interesse público (artigo 114, §3º, da CF).
De outro lado, a competência territorial (local onde deve ser proposta a ação) é fixada pelo
artigo 651 da CLT. A regra geral é que a ação deve ser proposta no lugar onde houve a prestação
dos serviços, ainda que a contratação tenha ocorrido em outro local.
Nos parágrafos do artigo 651 da CLT estão previstas as exceções, como é o caso do
viajante comercial, onde a competência será da Vara do Trabalho em que a empresa tenha
agência ou filial e que, a esta, o trabalhador esteja subordinado. Na falta, será competente a Vara
do Trabalho do domicílio do trabalhador.
A regra será outra em caso de empregador itinerante. Em se tratando de empregador que
promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado
apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos
serviços. Neste caso, a opção será do empregado.
Aliás, cabe expor que a competência das Varas do Trabalho no Brasil estende-se aos
dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não
haja convenção internacional dispondo em contrário.
Na Justiça do Trabalho não se admite o foro de eleição (artigo 63 do CPC/15), que é a
opção previamente contratada pelas partes, do local onde irão propor eventual ação acerca de
eventual divergência sobre o contrato, uma vez que se aplica a regra do local da prestação de
serviços, observadas as suas particularidades e exceções.
A competência absoluta é a que não se prorroga, deve ser reconhecida pelo Juiz ou
Tribunal de ofício, independentemente de provocação das partes e, também, a qualquer tempo
(antes do trânsito em julgado). São absolutas as competências em razão da função, da pessoa e
da matéria.
A competência relativa é aquela que pode se prorrogar, caso não arguida de forma
tempestiva e adequada pela parte interessada. O Juiz ou Tribunal não pode reconhecer eventual
incompetência relativa de ofício. É o que ocorre com a competência em razão do lugar ou territorial.
Em caso de conflito de competência, dois dispositivos básicos são de necessária
assimilação pelo candidato. São os artigos 105, d e 114, V da Constituição Federal, que tratam,
respectivamente, da competência do STJ e da Justiça do Trabalho para a solução de conflitos de
competência.
Os conflitos de competência, entre órgãos com jurisdição trabalhista, são dirimidos
diretamente pela Justiça do Trabalho, conforme artigo 114, V da Constituição Federal. Lembre-se
que o juiz de direito, quando atua excepcionalmente na seara trabalhista (nas localidades onde
ainda não há Vara do Trabalho instalada), exerce a jurisdição trabalhista.
De outra parte, o STJ é competente para a solução de conflitos entre órgãos de jurisdições
diversas, conforme disciplina o artigo 105, d da Constituição Federal. Assim, o STJ será competente
para dirimir conflito entre um juiz do trabalho e um juiz de direito (desde que este esteja atuando em
sua competência típica).
4. Partes e procuradores
Cumpre, em primeiro lugar, lembrar do instituto do jus postulandi, previsto no artigo 791 da
CLT, que autoriza a postulação judicial diretamente pela parte, sem a constituição de advogado.
O jus postulandi está restrito à tramitação do feito junto às Varas do Trabalho e Tribunais
Regionais do Trabalho, conforme súmula 425 do TST.
Foram também expressamente excluídos do alcance do jus postulandi, as ações rescisórias,
cautelares, os mandados de segurança e os recursos de competência do TST. A limitação é
bastante razoável, já que para tais ações e recursos é necessário o preenchimento de pressupostos
processuais específicos, de necessário manejo por profissional do direito habilitado.
Além disso, a regularidade da representação do advogado subscritor de um recurso pode
interferir no conhecimento do próprio apelo (já que é pressuposto extrínseco de admissibilidade
recursal).
Se a parte juntou nova procuração nos autos, para patrono diverso daquele anteriormente
constituído, sem a ressalva quanto aos poderes conferidos ao antigo patronal, entende-se por
tacitamente revogado o mandato anterior. Trata-se de hipótese sedimentada pela OJ 349 da SDI-1
do TST.
Em relação à tutela do menor de 18 anos na justiça do trabalho, a intenção da legislação
trabalhista foi garantir um rol amplo de legitimados. Assim, o artigo 793 da CLT autorizou que a
reclamação trabalhista do menor seja feita por seus representantes legais e, na falta destes, pela
Procuradoria da Justiça do Trabalho (Ministério Público do Trabalho), pelo sindicato, pelo Ministério
Público Estadual ou curador nomeado em Juízo.
Com a lei 13.467/17 ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos
honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% e o máximo de 15% sobre o valor que
resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-
lo, sobre o valor atualizado da causa, conforme artigo 791-A da CLT.
Os honorários são devidos também nas ações contra a fazenda pública e nas ações em que
a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua categoria, nos termos artigo 791-A, §1º
da CLT.
Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência recíproca,
vedada a compensação entre os honorários.
Neste caso, vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo,
ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes
de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser
executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o
credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a
concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.
Muito importante lembrar que são devidos honorários de sucumbência na reconvenção.
Com relação à concessão de gratuidade de justiça, nos termos do artigo 790 da CLT, o § 3º,
dispõe que é facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de
qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive
quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% do limite
máximo dos benefícios do regime geral de previdência social.
Porém, o artigo 790, § 4º, da CLT estabelece que o benefício da justiça gratuita será
concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do
processo.
Com a edição da lei 13.467/17 os prazos processuais serão contados em dias úteis, com
exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento, conforme previsão do artigo 775 da
CLT.
Caso intimada ou notificada a parte no sábado, o início do prazo se dará no primeiro dia útil
imediato e a contagem, no subsequente. o recesso forense e as férias coletivas dos ministros do tst
suspendem os prazos recursais.
suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e
20 de janeiro, inclusive, pois foram estabelecidas as férias forenses no artigo775-a da CLT. Neste
caso, não se realizarão audiências nem sessões de julgamento.
A notificação postal (citação) presume-se recebida em 48 horas depois da sua postagem
(Súmula 16 do TST).
Não havendo acordo na audiência o reclamado terá o prazo de 20 minutos para aduzir a sua
defesa (art. 847 da CLT).
A parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo judicial eletrônico até a
audiência. (novo parágrafo único do art. 847 da CLT).
Encerrada a instrução e antes de o Juiz da Vara prolatar a sentença existe o prazo de 10
minutos para cada parte aduzir razões finais (art. 850 da CLT).
o prazo para os recursos típicos trabalhistas é de 8 dias (recurso ordinário, recurso de
revista, agravo de petição, agravo de instrumento e embargos para o Pleno-SDI do TST).
Para a Fazenda Pública o prazo para o recurso é em dobro (art. 1º do Decreto-lei nº 779/69).
Entre a data da notificação/citação e da audiência deve ser respeitado o prazo de 5 dias
para o reclamado preparar a sua defesa (art. 841 da CLT). Para a Fazenda Pública esse prazo é
em quádruplo (art. 1º do Decreto-lei nº 779/69).
A teoria das nulidades, no processo do trabalho, deve ser analisada em consonância com
os princípios da simplicidade, informalidade e instrumentalidade das formas. A disciplina do tema,
na CLT, está nos artigos 794 a 798.
Em síntese, a declaração de nulidade deverá ultrapassar os seguintes filtros:
• do “prejuízo” (ou da transcendência);
• da “preclusão” (arguição em primeira oportunidade, daí os “protestos” cristalizados de
forma consuetudinária);
• da possibilidade de “convalidação” dos atos viciados (naturalmente que apenas em
casos de nulidades relativas).
É natural, contudo, que nulidades absolutas sejam declaradas de ofício, por se tratarem
de matéria de ordem pública, não sujeitas à preclusão ou à necessidade de provocação pelas
partes.
A arguição de nulidade por quem lhe tiver dado causa também não será pronunciada pelo
Juízo (artigo 796, b da CLT). Trata-se de regra voltada a preservar o princípio da boa-fé (ou da
lealdade, no âmbito processual), evitando-se que a parte se beneficie de sua própria torpeza.
Capítulo 7 – Reclamação trabalhista
O processo do trabalho, como já pontuado acima, pauta-se por normas processuais simples
e informais (princípios da simplicidade e da informalidade), voltadas a garantir um maior acesso da
parte, que pode estar em Juízo desacompanhada de advogado, usando do jus postulandi previsto
no artigo 791 da CLT. Nesta linha de informalidade e simplicidade, temos que a reclamação
trabalhista pode ser verbal (naturalmente reduzida a termo pelo serventuário responsável) ou
escrita.
Segundo artigo 786 da CLT, após a distribuição, o reclamante tem prazo de cinco dias para
comparecimento ao cartório ou secretaria, visando que se deduza a termo sua postulação.
Analisando o rito ordinário, a petição inicial deve observar os requisitos do artigo 840 da
CLT:
• endereçamento;
• qualificação das partes;
• breve exposição dos fatos;
• pedido certo e com valor;
• data;
• assinatura.
A partir da vigência da Lei 13.467/17, com a nova redação do artigo 840 da CLT, mesmo no
rito ordinário, os pedidos devem ser certos, determinados e com a indicação do respectivo valor.
Os pedidos que não atendam ao disposto acima serão julgados extintos sem resolução do
mérito (§3º do artigo 840 da CLT).
Não há exigência, na CLT, sequer para que a inicial tenha fundamentação jurídica. Aplica-
se, de forma subsidiária, o artigo 319 do CPC/15, em relação ao valor da causa, por exemplo, até
porque é essencial para fixação do rito e da alçada.
Reduzida a inicial a termo, a parte reclamada será citada, sendo-lhe garantido um prazo
mínimo de 5 dias para defesa (artigo 841 da CLT).
O processo do trabalho utiliza-se com frequência da notificação postal, inclusive para a
citação inicial. Neste caso, não há aviso ou confirmação de recebimento juntada aos autos e
prevalece a impessoalidade em relação ao destinatário, já que não importa saber se quem recebeu
a notificação, no endereço do destinatário, tinha poderes para tanto (basta que se encaminhe para
o correto endereço, para que o ato processual se aperfeiçoe).
Segundo súmula 16 do TST, presume-se recebida a notificação 48 horas depois da
postagem. A presunção é apenas relativa e admite prova em contrário pelo destinatário.
A exceção de incompetência territorial deve ser apresentada no prazo de cinco dias a contar
da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta exceção, nos termos
do artigo 800 da CLT.
Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará a audiência até que se
decida a exceção, sendo que os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o
reclamante e, se existentes, os litisconsortes, para manifestação no prazo comum de cinco dias.
Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará audiência, garantindo o
direito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta precatória, no juízo que este
houver indicado como competente.
Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo retomará seu curso, com a
designação de audiência, a apresentação de defesa e a instrução processual perante o juízo
competente.
Muito importante expor que a decisão que acolhe a exceção de incompetência territorial tem
natureza interlocutória e em regra não cabe recurso (artigo 799, §2º da clt), podendo, no entanto,
as partes alegá-las novamente no recurso que couber da decisão final.
Todavia, cabe exceção à regra acima, na hipótese de decisão que acolhe exceção de
incompetência territorial, com a remessa dos autos para tribunal regional distinto daquele a que se
vincula o juízo excepcionado. (súmula 214 do TST)
A audiência deverá ser una, mas diante de ações complexas alguns juízes dividem em inicial
e instrução, por força do artigo 765 da CLT.
Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e o reclamado,
independentemente do comparecimento de seus representantes salvo, nos casos de Reclamatórias
Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os empregados poderão fazer-se representar pelo
Sindicato de sua categoria.
Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não for
possível ao empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro
empregado que pertença à mesma profissão, ou pelo seu sindicato.
Já a empresa pode se fazer representar por preposto, que tenha conhecimento dos fatos. O
preposto não precisa ser empregado da empresa.
Se o reclamante faltar em audiência una ou inicial ocorrerá o arquivamento, nos termos do
artigo 844 da CLT. Se a reclamada faltar em audiência una ou inicial ocorrerá a revelia com a
consequente pena de confissão, conforme previsão do mesmo artigo consolidado.
Se faltarem em audiência de instrução (prosseguimento) ocorrerá a confissão (Súmula 74
do TST), porém se as 2 partes faltarem na audiência de instrução ocorrerá o julgamento da lide de
acordo com as regras de ônus da prova (arts.355 e seguintes do NCPC/2015).
Na hipótese de ausência do reclamante na primeira audiência, este será condenado ao
pagamento das custas, ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar, no prazo de
quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável.
O pagamento das custas acima é condição para a propositura de nova demanda.
Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitos a
contestação e os documentos eventualmente apresentados. A revelia não produz o efeito se: i-
havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação; ii- o litígio versar sobre direitos
indisponíveis; iii- a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere
indispensável à prova do ato; e iv- as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem
inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos.
Na audiência, a reclamada deverá apresentar a sua contestação, seja por escrito com
inserção anterior no sistema eletrônico ou no prazo de 20 minutos, de forma oral. Dentro da
contestação, a empresa Reclamada poderá apresentar a sua reconvenção.
Em seguida, o juiz promove a instrução do processo, com a produção de todas as provas
possíveis.
No rito ordinário, cada parte poderá ouvir até 3 testemunhas, sendo desnecessária a sua
intimação pois comparecerão espontaneamente. As que não comparecerem serão intimadas (art.
825 da CLT), não havendo necessidade de comprovar o seu convite no rito ordinário.
Muita atenção porque não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar litigando ou
de ter litigado contra o mesmo empregador (súmula 357 do TST).
Caso haja prova pericial, a responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da
parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita, nos
trmos do artigo 790-B da CLT.
Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o limite máximo
estabelecido pelo conselho superior da justiça do trabalho, sendo que o juízo poderá deferir
parcelamento dos honorários periciais, conforme previsto no artigo 790-B, § 3º da CLT.
De toda forma, é muito importante expor que o juízo não poderá exigir adiantamento de
valores para realização de perícias. Caberá mandado de segurança visando a realização da perícia
sem pagar nada (orientação jurisprudencial nº 98 da SDI-2 do TST)
Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em juízo créditos
capazes de suportar a despesa referida no caput, ainda que em outro processo, a união responderá
pelo encargo.
O procedimento sumaríssimo está previsto nos artigos 852-A e seguintes da CLT. Ele se
aplica aos processos cujo valor da causa não ultrapasse 40 salários mínimos, ficando excluídas as
demandas em que é parte a Administração Pública direta, autárquica e fundacional (art. 852-A da
CLT).
Nestes casos, o pedido deve ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente
(art. 852-B, I, CLT), sob pena de arquivamento da ação e condenação em custas sobre o valor da
causa.
No rito sumaríssimo não se fará citação por edital (art.852-B, II, da CLT).
Nestes casos, a audiência deve ser realizada em até 15 dias do ajuizamento. Sendo que as
consequências para ausência das partes são as mesmas do rito ordinário.
No rito sumaríssimo cada parte poderá ouvir 2 testemunhas. Porém, as que não
comparecerem somente serão intimadas se a parte comprovar que a testemunha foi convidada
(art.852-H, §3º, CLT).
Na sentença proferida no rito sumaríssimo será dispensado o relatório (art.852-I da CLT).
Após a distribuição no Tribunal, passa apenas pelo relator, que deverá liberá-lo no prazo
máximo de 10 (dez) dias (art. 895, §1º, II, da CLT).
Só cabe por contrariedade a Súmula de jurisprudência uniforme do TST e violação direta da
Constituição Federal (art. 896, §9º, CLT).
Por fim, há o rito sumário, previsto na Lei nº 5.584/70, cujo valor da causa não ultrapasse
dois salários mínimos. Neste caso, só cabe recurso por ofensa a Constituição Federal.
A coisa julgada representa uma garantia fundamental do artigo 7º, XXXVI da Constituição
Federal. Possui relação com o instituto da segurança jurídica. A definição de coisa julgada foi dada
pelo artigo 6º § 3º da LINDB: “chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já
não caiba recurso”.
São sentenças terminativas, as que produzem apenas coisa julgada formal. Suas
hipóteses estão enumeradas no artigo 485 do CPC/15.
Denominam-se, por outro prisma, sentenças definitivas, as que analisam o mérito da causa
e que produzem a coisa julgada material. Suas hipóteses estão fixadas no artigo 487 do CPC/15.
É importante destacar o dispositivo celetista que trouxe hipótese de relativização da coisa
julgada. Trata-se do artigo 884, § 5º da CLT, segundo o qual considera-se inexigível o título judicial
fundado em lei ou ato normativo declarado inconstitucional pelo STF, ou em aplicação ou
interpretação tidas por incompatíveis com a Constituição Federal.
A decisão homologatória de acordo judicial faz coisa julgada material imediata para as
partes, salvo para a previdência social (artigo 831, § único da CLT).
Importante lembrar que o TST, através da súmula 418, já sedimentou entendimento de que
a parte não tem direito líquido e certo à homologação do acordo, já que se trata de uma
prerrogativa do Juiz a decisão homologatória (ou não) da avença. Não cabe mandado de segurança,
nesta hipótese.
Cumpre reiterar que, com a Lei 13.467/17, foram introduzidos os artigos 855-B a 855-E, que
regulamentaram o processo de jurisdição voluntária para homologação de acordo extrajudicial,
inclusive com suspensão do prazo prescricional a partir da apresentação da petição de acordo.
As decisões interlocutórias trabalhistas são irrecorríveis de imediato (artigo 893, § 1º
da CLT).
A ação rescisória é cabível no âmbito da Justiça do Trabalho, nos termos do artigo 836 da
CLT. Trata-se de ação de competência originária dos Tribunais (normalmente TRT), que visa
desconstituir a decisão de mérito com trânsito em julgado. Não é recurso, mas ação de
conhecimento, autônoma, de natureza constitutiva negativa (da coisa julgada material).
Não cabe ação rescisória diante de sentenças terminativas, que extinguem o processo sem
resolução de mérito (OJ 150, SDI-II, TST).
O depósito prévio de 20% é exigência expressa do artigo 836 da CLT para a interposição da
ação rescisória, porém “salvo prova de miserabilidade jurídica do autor”.
A previsão recursal atende ao princípio do duplo grau de jurisdição, que está implícito no
artigo 5º, LV da Constituição Federal.
Deve-se observar, no estudo dos recursos, o princípio da taxatividade, segundo o qual
apenas os recursos previstos na CLT podem ser utilizados pelas partes. São eles:
• recurso ordinário;
• recurso de revista;
• embargos para o TST;
• agravo de instrumento;
• agravo de petição;
• embargos de declaração (neste ponto, há divergência doutrinária sobre ser recurso,
ou não);
• agravo regimental;
• pedido de revisão de valor atribuído à causa (artigo 2º, § 1º da Lei 5.584/70).
Além disso, a doutrina também admite o princípio da unirrecorribilidade, que nos remete
ao cabimento de apenas recurso para cada decisão. Cumpre lembrar que a exceção a tal princípio,
em esfera especial – recursos extraordinário e especial – não é aplicável na seara trabalhista.
Também é relacionado como princípio próprio dos recursos, o da remessa obrigatória.
Trata-se do recurso de ofício, previsto no artigo 496 do CPC/15.
Por fim, o princípio da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias, previsto
no artigo 893, § 1º da CLT, que é um dos mais questionados em provas objetivas de concursos. Há
decisões interlocutórias tratadas de forma excepcional (ou seja, que autorizam recurso ordinário
imediato), devidamente especificadas na súmula 214 do TST, quais sejam: a) de Tribunal Regional
do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b)
suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de
incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que
se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT. Em relação aos
efeitos dos recursos trabalhistas, o artigo 899 da CLT fixa, como regra, apenas a observância do
efeito devolutivo.
Lembre-se que o recurso ordinário possui o chamado efeito devolutivo em profundidade
(artigo 1013, § 1º do CPC/15).
Para que se outorgue efeito suspensivo aos recursos trabalhistas, deve a parte valer-se de
tutela cautelar, direcionada ao Tribunal de destino do recurso ajuizado (aplicação subsidiária do
artigo 1.029, § 5º do CPC/15, conforme súmula 414 do TST).
Os prazos recursais trabalhistas foram unificados em oito dias pela Lei 5.584/70.
Em razão de previsão específica – e também por não se tratarem de recursos típicos
trabalhistas – os prazos de embargos de declaração e recurso extraordinário são de 5 e 15 dias,
respectivamente.
A Lei 13.467/17 alterou o artigo 878 da CLT, para limitar o impulso oficial na execução
apenas aos casos de jus postulandi. Novamente surgiu discussão sobre a possível ofensa ao artigo
114, VIII da Constituição Federal, que impõe a execução, de ofício, das contribuições
previdenciárias acessórias da condenação. Nestes termos, não é razoável imaginar a execução, de
ofício, apenas da verba acessória, sem que o mesmo impulso oficial seja viável a condenação
principal.
São títulos executivos trabalhistas, previstos no artigo 876, CLT, as decisões passadas
em julgado, as decisões sem recurso com efeito suspensivo, os acordos não cumpridos; os TAC
(termos de ajustamento de conduta) firmados perante o MPT, e os termos de conciliação
formalizados perante CCP (comissão de conciliação prévia).
As decisões trabalhistas, como regra, não são líquidas. Há uma fase própria para
liquidação da sentença, com a prolação de uma decisão homologatória de cálculos (sentença de
liquidação), que é impugnável, pelo executado, através de embargos à execução, após a garantia
do Juízo e, pelo exequente, através de impugnação à sentença de liquidação. O prazo de ambos é
de 5 dias (artigo 884 da CLT).
Da decisão de primeira instância, que julga os embargos à execução ou a impugnação à
sentença de liquidação, cabe agravo de petição para o TRT.
A liquidação por simples cálculos é utilizada quando a apuração da condenação depender
apenas de operações aritméticas (artigo 509, § 2º do CPC/15).
No que se refere à liquidação por arbitramento, deve ser utilizada quando for necessária a
nomeação de perito pelo Juízo (artigo 510 do CPC/15).
Por último, a liquidação por artigos justifica-se quando houver necessidade de prova de um
fato novo, nos termos previsto no artigo 509, II do CPC/15.
Elaborada a conta e tornada líquida, o juiz deverá abrir as partes prazo comum de oito dias
para impugnação fundamentada, com indicação dos itens e valores objeto de discordância, sob
pena de preclusão (artigo 879, § 2º da CLT, com nova redação dada pela Lei 13.467/17). Antes tal
contraditório prévio era facultativo, o prazo era sucessivo e de dez dias.
É importante atentar que não se admite qualquer impugnação genérica, mas sim a
fundamentada e com indicação pormenorizada dos itens e valores discordantes. A preclusão da
oportunidade de discussão acerca da conta homologada estende-se aos embargos à execução e,
de forma sequencial, à eventual agravo de petição.
Sobre os embargos à execução, registramos o seguinte:
• têm natureza de ação incidental, com viés constitutivo negativo do título executivo
(registramos a divergência por parte da doutrina que considerada sua natureza de mera
impugnação);
• autoriza, em tese, dilação probatória;
• o prazo para embargos à execução é de 5 dias, conforme artigo 844 da CLT
(ressalvando que, para a Fazenda Pública, o prazo é de 30 dias;
• a matéria pode referir-se ao cumprimento da decisão ou acordo, a quitação ou a
prescrição da dívida (artigo 844, § 2º da CLT), admitindo-se a aplicação supletiva das
hipóteses dos artigos 525 e 917 do CPC;
A massa falida não precisa garantir a execução para apresentação de embargos à execução,
pois seus bens estão comprometidos com a universalização objetiva junto ao Juízo falimentar
(súmula 86 do TST).
Com a Lei 13.467/17, a garantia do juízo deixou de ser exigida para as entidades
filantrópicas e a respectiva diretoria, caso apresentem embargos à execução (§ 6º do artigo 884 da
CLT).
Na fase de execução trabalhista, todas as possibilidades de discussão ou recurso ficam limitadas.
Afinal, já que definiu o objeto da condenação e cabe, ao Judiciário, dar efetividade àquela decisão.
A parte executada, por exemplo, apenas pode exercer qualquer defesa ou recurso após a garantia
integral do Juízo.
Lembre-se que, hoje, em razão do chamado sincretismo processual, já mencionado
anteriormente, a execução é uma mera fase do processo, de modo que a exigência de “citação”,
mencionada no artigo 880 da CLT, vem sendo superada pela jurisprudência majoritária.
A exceção de pré-executividade é cabível no processo do trabalho. Trata-se, em verdade,
de uma objeção (matéria de ordem pública), passível de conhecimento de ofício pelo Juízo e a
qualquer tempo. Através de tal medida, a parte faz a arguição de vícios graves, de nulidade
absoluta, sem que se precise garantir o Juízo.
É importante consignar que tal objeção é excepcional e a decisão que a rejeita é apenas
interlocutória, ou seja, é irrecorrível desde logo (apenas pode ser reiterada a discussão da matéria
após o julgamento dos embargos à execução, através de agravo de petição). Algumas decisões em
objeção autorizarão agravo de petição imediato, a matéria não mais puder ser discutida
posteriormente (por exemplo, quando acolhido o pedido do executado de extinção da execução por
pagamento).
O recebimento de dívidas judiciais em face da Fazenda Pública sujeita-se à ordem
cronológica de apresentação de precatórios (artigo 100 da Constituição Federal).
Assim, após o trânsito em julgado da sentença condenatória, cabe ao presidente do Tribunal
a requisição do pagamento, mediante inclusão do valor da condenação no orçamento, para
pagamento no exercício seguinte.
A constituição Federal, no parágrafo 3º do artigo 100, fixa que a regra dos precatórios não
se aplica ao pagamento das obrigações “definidas em leis” como de pequeno valor. Assim, em se
tratando de concurso público municipal, é importante a verificação e estudo da lei municipal que
regulamentou o teto das requisições de pequeno valor.
O Presidente do Tribunal, nos termos do parágrafo 6º do artigo 100 da Constituição Federal,
poderá ordenar o sequestro dos valores relativos às obrigações oriundas de precatórios não
incluídos no orçamento ou preteridos em sua precedência. A medida é extrema e, naturalmente, a
oitiva da Procuradoria fica justificada.
Artigos e Leis indispensáveis para a prova da OAB
- Art. 1º, incisos III e IV, da CRFB – fundamentos da República Federativa do Brasil
- Art. 5º da CRFB – direitos individuais
- Art. 6º da CRFB – direitos sociais
- Art. 7º da CRFB – direitos trabalhistas básicos
- Art. 8º da CRFB – regras de direito coletivo
- Art. 9º da CRFB – direito de greve
- Art. 11 da CRFB – representação de empregados nas empresas
- Art. 111 da CRFB – organização da Justiça do Trabalho
- Art. 111-A da CRFB – organização do Tribunal Superior do Trabalho
- Art. 114 da CRFB – competência da Justiça do Trabalho
- Art. 115 da CRFB – organização dos Tribunais Regionais do Trabalho
- Art. 10, inciso II, alínea a, do ADCT – estabilidade provisória do cipeiro eleito
- Art. 10, inciso II, alínea b, do ADCT – estabilidade provisória da gestante
- Art. 10, § 1º, do ADCT – licença paternidade
5) Legislação Complementar
Bibliografia básica