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A4 - Exercício de Questões Abertas

1) Descreva o princípio do duplo grau de jurisdição. Este sofre restrição no


processo do trabalho? Caso afirmativo, exemplifique.
O Duplo grau de jurisdição, é uma previsão normativa, explícita ou implícita em um
sistema jurídico para que as decisões judiciais de um processo possam ser
submetidas, por intermédio de um recurso voluntário ou de ofício, a um novo
julgamento por um órgão judicial, geralmente colegiado, e hierarquicamente
superior, tudo conforme e BEZERRA LEITE, Curso de Direito processual do
Trabalho.
Sim, o duplo grau de jurisdição sofre restrição no processo do trabalho.
Conforme o art.102, III da CF, "compete ao STF julgar, mediante recurso
extraordinário, as causas decididas em única ou última instância”.
R-2) Discorra sobre o princípio da oralidade, seus desdobramentos e sua
incidência no Processo do Trabalho.
R- Conforme o entendimento de BEZERRA LEITE, Curso de Direito Processual do
Trabalho, pág.103, ed. Saraiva, 19ª edição, 2021, o princípio da oralidade “É a
manifestação do princípio da oralidade na seara laboral se revela em audiência,
oportunidade em que as partes se dirigem direta e oralmente ao magistrado,
propiciando diversos debates orais (requerimentos, contraditas, razões finais,
protestos, etc), sendo certo que, também oralmente, o magistrado, via de regra,
resolve as questões surgidas em audiência, mediante registro em ata”.
Para ele este princípio não encontra residência em nenhuma norma expressa do
CPC ou da CLT. São os quatro princípios:
I- princípio da imediatidade;
II- princípio da identidade física do juiz;
III- princípio da concentração;
IV- princípio da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias.
Segundo o autor supramencionado, o referido princípio é aplicado a começando
pela previsão expressa da chamada petição inicial verbal, que se refere ao o
Art.840, §2º da CLT, ou da defesa oral do reclamado conforme expresso no art.847,
caput, CLT.

3) Disserte sobre o princípio do Impulso Oficial e sua incidência no Processo


do Trabalho, considerando o que dispõe a lei 13.467/2017. Cite exemplos.
R- Impulso Oficial e o Inquisitivo conforme os art. 2º, 139 e 370 do Novo CPC, art.
765 da CLT, o processo civil inicia-se por iniciativa da parte, mas se prossegue por
impulso oficial. Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção
do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar
qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas.
Conforme BEZERRA LEITE “Há algumas hipóteses que operacionalizam o princípio
inquisitivo no direito processual do trabalho, a saber: A reclamação trabalhista
instaurada pelo juiz do trabalho em virtude de expediente (processo administrativo)
oriundo da Superintendência Regional do Trabalho (art.39 CLT) e a execução
promovida ex officio (art.878 CLT)”.
4) A intervenção de terceiros é cabível no processo do trabalho? Fundamente
e, em caso afirmativo, aponte as modalidades compatíveis, citando
respectivos exemplos.
R- Sim, a intervenção de terceiros é cabível no processo do trabalho, conforme o
entendimento de BEZERRA LEITE, “Dá-se a intervenção de terceiros quando uma
pessoa ou ente que não figurou originariamente como autor ou réu no processo
judicial nele ingressa para defender seus próprios interesses ou os de uma das
partes primitivas da relação processual” ou seja, a intervenção de terceiros no
processo do trabalho vem com amparo no código processual civil, uma vez que há
uma ausência significativa de suporte processual quando se é retratado as lacunas
processuais trabalhistas, ilustra-se o art. 769 da CLT.
São as modalidades compatíveis;
Assistência simples é a intervenção assistencial do sublocatário na ação de despejo
promovida pelo locador contra o locatário;
Assistência litisconsorcial quando o interesse jurídico do assistente relaciona-se
diretamente ao adversário do assistido, com quem o assistente possui relação
jurídica semelhante à objetada na ação em que é terceiro interveniente. “Na prática,
a assistência litisconsorcial assemelha-se a uma espécie de litisconsórcio facultativo
ulterior, na medida em que o assistente litisconsorcial poderia, desde início do
processo, ter sido litisconsorte facultativo-unitário da parte assistida;
O chamamento ao processo admite-se o chamamento ao processo em três
situações: Funda-se em benefício de ordem:
I- Do devedor, na ação em que o fiador for o réu;
II- Dos outros fiadores quando para a ação for citado apenas um deles, na
solidariedade entre fiadores;
III- De todos os devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de algum
deles, parcial ou totalmente a dívida comum, funda-se na solidariedade legal ou
contratual.
Ex: A intervenção de terceiro, na modalidade de chamamento ao processo na
justiça do trabalho, somente é cabível no caso de a medida ir ao encontro dos
interesses do acionante, tendo em vista o princípio da celeridade processual.
Denunciação da lide
É o chamamento de outra pessoa para responder à ação – é uma possibilidade
existente no ordenamento jurídico para dar celeridade processual, quando é
evidente a responsabilização de terceiro no caso de derrota na ação principal.
Exemplo: construtora acionada para reparar defeitos em prédio por ela construído
denuncia a lide ao engenheiro responsável (denunciação pelo réu);

5) Diferencie suspensão e interrupção dos prazos, indicando exemplos no


Processo do trabalho.
R- A diferença entre a suspensão e a interrupção de prazos está relativo ao retorno
da contagem, visto que, na suspensão, o retorno continua de onde parou e na
interrupção a contagem recomeça.

Exemplo: Conforme BEZERRA LEITE, a interrupção o prazo também se reinicia


quando cessada a causa interruptiva; mas o prazo é devolvido integralmente à parte
interessada, como se ele nunca tivesse iniciado e a suspensão dar-se por
impedimento criado em detrimento da parte ou ocorrendo qualquer das hipóteses do
art.313, devendo o prazo ser restituído por tempo igual ao que faltava para sua
complementação.

6) Disserte sobre três princípios que informam o sistema de nulidades no


Processo do Trabalho.
R- Princípios das Nulidades Processuais:
Princípio da instrumentalidade das formas e dos atos processuais é o mais
importante dos fundamentos da atual concepção do processo, em matéria de
nulidades. Figura como critério básico do sistema de nulidades de nosso Código de
Processo Civil. Por esse princípio entende se que, sendo a forma instrumento, meio,
e não fim, o que se procura apurar para definir se uma nulidade é a circunstância de
ter ou não sido atingido a finalidade do ato. O disposto no art. 566 do CPP, segundo
o qual “não será declarada a nulidade de ato processual que não houver influído na
apuração da verdade substancial ou na decisão da causa”, guia o juiz a analisar as
questões que envolvam a invalidade do processo ou de atos processuais de acordo
com a compreensão de que as formas procedimentais não são um fim em si
mesmo, pois têm natureza instrumental, ou seja, são apenas meios destinados a
garantir determinada finalidade.

Princípio do Prejuízo
Nos termos do item anterior, temos mais um princípio que representa repúdio a
qualquer veneração às formalidades que não se mostrem imprescindíveis ao
esclarecimento da verdade. O Código previu que “nenhum ato será declarado nulo
se, da nulidade, não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa” (art. 563
do CPP).
Nos termos deste princípio, que é comumentente referido pela expressão francesa
pas de nullité sans grief, é pressuposto inafastável para a invalidação de qualquer
ato processual a ocorrência de efeitos prejudiciais ao processo ou às partes,
mostrando-se inábil, para o decreto de nulidade, a mera imperfeição do ato.

Princípio do Interesse
O postulado em análise, Princípio do Interesse, define basicamente que só pode
arguir a nulidade de algum ato aquele que, de fato, tiver interesse em tal. Assim
sendo, proíbe-se a arguição de nulidade pelo sujeito que a causou ou pelo sujeito
que por ela tenha sido favorecido de alguma forma, e também se veda a arguição
de nulidade referente à formalidade em cuja observância só a outra parte possa ter
interesse (art. 565 do CPP).

“Art. 565. Nenhuma das partes poderá argüir nulidade a que haja dado
causa, ou para que tenha concorrido, ou referente a formalidade cuja
observância só à parte contrária interesse”.

Em outras palavras, só têm interesse na decretação da nulidade do Princípio da


Causalidade.

Esse princípio guia o alcance dos efeitos do reconhecimento de invalidade de


determinado ato, estabelecendo que “a nulidade de um ato, uma vez declarada,
causará a dos atos que dele diretamente dependam ou sejam consequência” (art.
573, § 1º, do CPP).

A necessidade de determinar o alcance dos efeitos do reconhecimento de nulidade


decorre da circunstância de que, em razão de o processo ser formado por um
encadeamento de atos, muitas vezes novos atos foram praticados após aquele que
teve sua invalidade decretada de forma consecutiva, sequente a este, de modo a
exigir que se decida por sua validade ou pela necessidade de sua repetição.
Decretada a nulidade de um ato processual, ela acarretará a nulidade “dos atos que
dele diretamente dependam ou sejam consequentes" (CPP, art. 573, § 1º). Por isso,
o juiz, ao pronunciar a nulidade de um ato no processo, deverá declarar também os
atos a que ela se estenda (CPP, art. 573, § 2º).
7) Explique o requisito da causa de pedir no Processo do Trabalho.
R- Conforme o material utilizado de BEZERRA LEITE, para ele a causa de pedir
consiste “ao lado das partes e do pedido, um dos elementos da ação; permite a
observância do princípio da inalterabilidade da demanda, conforme o art.329, II do
CPC; possibilita a verificação da possibilidade jurídica do pedido, como uma das
condições da ação; auxilia no exame da ocorrência dos institutos de conexão,
continência, litispendência e coisa julgada”.
A causa de pedir é o principal pedido da petição inicial trabalhista, é onde deverá
requerer o que entende por direito, ou seja, constituída dos fatos que deram origem
a lide, em conjunto com os fundamentos jurídicos que demonstram a violação do
direito, justificando a pretensão do autor diante o juiz.
8) Conceitue os pedidos certo, determinado e líquido, apontado respectivos
exemplos no Processo do Trabalho, bem como aponte as alterações
concernentes ao pedido, contidas na lei 13.467/2017.
R- Os requisitos da petição inicial trabalhista já eram disciplinados antes da reforma
no art. 840, § 1º, da CLT, e continuam o sendo, permanecendo a admissão da
apresentação da reclamatória tanto verbal quanto escrita. Houve, contudo,
significativa e importante alteração quanto à parte do pedido na petição inicial, como
se verifica a seguir:
Art. 840. A reclamação poderá ser escrita ou verbal.
§ 1º Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a
qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o
pedido, que deverá ser certo, deter-minado e com indicação de seu valor, a data e a
assinatura do reclamante ou de seu representante.
Pedido certo é aquele feito de forma expressa, com precisão, de conteúdo explícito.
É dizer, a norma, como padrão, desacolhe pedido feito de forma implícita, tácita,
velada.
Pedido determinado (novo CPC, art. 324), entenda-se como aquele definido quanto
à quantidade e qualidade.
Pedido líquido conforme nova redação do artigo 840, § 1º, da CLT é a necessária
indicação do valor do pedido em todas as reclamações trabalhistas.

9) Disserte acerca dos efeitos da revelia.


R- Ter o processo julgado à revelia significa dizer que não houve a contestação do
réu contrapondo os fatos alegados pelo autor, o principal efeito da revelia, de ordem
material, é a presunção da veracidade dos fatos alegados pelo autor. Considerando
que, se não há contestação por parte do réu, o julgador não tem opção a não ser
encarar os fatos apresentados na petição inicial como verdadeiros.
O conceito de revelia está exposto no art. 344 do Novo CPC, ocorre com a ausência
de contestação e, como consequência, gera presunção de veracidade dos fatos
alegados pelo autor.

Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão
verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor.”

A revelia possui três efeitos no Novo CPC, quais sejam: a presunção da veracidade
dos fatos alegados pelo autor, desnecessidade de intimação do réu revel e
julgamento antecipado por mérito.
Um dos efeitos mais importantes da revelia é a presunção da veracidade das
alegações fáticas pelo autor.
É importante dizer que essa presunção é relativa e pode ser afastada,
especialmente, mas não se limitando pelas hipóteses elencadas no art. 345 do
Código de Processo Civil.
Nos termos do art. 346 do CPC, sendo o réu revel e não tendo advogado constituído
nos autos, os prazos fluirão da data de publicação no órgão oficial, independente de
sua intimação.
Vale frisar, que nem toda intimação de ato processual se dá por diário oficial, como
nos casos de prazos determinados em audiência.
Quanto a sentença, divide-se em três correntes:

Dispensa da publicação na imprensa oficial, com início do prazo recursal a


partir do momento em que a sentença se torna pública;

Necessidade de intimação do réu revel;

Necessidade de publicação da sentença na imprensa oficial.

Não havendo nos autos a apresentação da contestação ou qualquer impugnação


como vimos acima, seja de terceiros ou pela reconvenção, não sendo o caso das
hipóteses do art. 345 do CPC e não houver requerido o réu a produção de provas,
tratando-se de direito disponível, o juiz julgará antecipadamente o mérito, nos
termos do art. 355 do CPC.

“Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com


resolução de mérito, quando:
I – não houver necessidade de produção de outras provas;
II – o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver
requerimento de prova, na forma do art. 349.”

Importante ressaltar que, por força do art. 370 do CPC, o juiz poderá de ofício
determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito.
Em suma, a revelia pode ocorrer pela inércia do réu em não apresentar a
contestação ou apresentando-a de forma intempestiva ou em comarca diversa.
São os efeitos dela:

Presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor;

Desnecessidade de intimação do réu;

Julgamento antecipado da lide (ou mérito).

A presunção de veracidade é relativa, podendo ser afastada nas hipóteses


elencadas no art. 345 do Código de Processo Civil, bem como pela impugnação dos
fatos por terceiros ou pela reconvenção.
Por fim, poderá o réu intervir no processo recebendo-o no estado em que se
encontra, sendo oportunizado, inclusive, o requerimento de provas se ingressar no
momento processual adequado para o pedido.

10) Disserte sobre o ônus da prova no Processo do Trabalho, à luz do


disposto no artigo 818 da CLT, alterado pela lei 13.467/2017.
R- O ônus da prova, supostamente as partes têm o ônus de provar os fatos jurídicos
narrados na petição inicial ou na contestação, do mesmo modo que os que se
envolvem na relação processual. Conforme Art. 818 da CLT, definia “o ônus de
provar as alegações incube à parte que as fizer”, regra esta que tem origem em
1943 e dada a sua acentuada compreensibilidade concedeu lugar, não obstante a
inexistência de omissão do texto consolidado, à aplicabilidade do art. 373 do Novo
CPC, cabendo ao autor demonstrar que os fatos constitutivo do seu direito e ao réu,
a dos fatos impeditivos, extintivos ou modificados do alegado direito do autor.
É relevante frisar que a Lei 13.467/2017, informando a nova redação do art. 818 da
CLT, passou a adotar a sistemática do novo CPC, conforme art.818.

Art. 818. O ônus da prova incumbe:

I - ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito;

II - ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou


extintivo do direito do reclamante.

§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa


relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o
encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova
do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso,
desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte
a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.

§ 2º A decisão referida no § 1º deste artigo deverá ser proferida antes da


abertura da instrução e, a requerimento da parte, implicará o adiamento da
audiência e possibilitará provar os fatos por qualquer meio em direito admitido.
11) Explique a dinâmica dos honorários de advogado no Processo do
Trabalho, levando-se em conta sua incidência antes e após a Reforma
Trabalhista, bem como a aplicação da lei no tempo.
R- Conforme BEZERRA LEITE, Carlos Henrique, Curso de Direito Processual do
Trabalho, Pág 875, Edição Saraiva Jur, 19° edição, 2021;
“ Os honorários advocatícios na justiça do trabalho, nas lides oriundas de relação de
emprego ou trabalho avulso, eram devidos apenas na hipótese do art.14 da Lei
5.584/70.
Conforme o autor, os honorários advocatícios não transcorriam da simples
sucumbência, nem seriam destinados ao advogado e seriam destinados ao
sindicato que prestou a assistência judiciária ao trabalhador.
Com a promulgação da Lei nº 13.467 de 13 de julho de 2017, conhecida como
Reforma Trabalhista, trouxe várias alterações na Consolidação das Leis do
Trabalho.
Dentre estas alterações, frisa-se o art. 791-A da CLT, o qual presume, de modo
expresso, a hipótese de cabimento dos honorários de sucumbência, como forma de
remuneração pelo trabalho prestado pelo advogado, fixados sob determinadas
condições.
Diante exposto e regramento jurídico inovador, pretende-se, por meio de análise
bibliográfica e jurisprudencial, aferir os efeitos jurídicos da alteração proposta pela
Lei nº 13.467/2017, trazendo à tona as controvérsias relacionadas ao tema,
sobretudo, àquela relacionada à aplicação temporal da Lei nº 13.467/2017, de modo
a evidenciar se os honorários sucumbenciais seriam devidos de imediato, ou seja,
nos processos em curso ou apenas naqueles ajuizados após a vigência do novo
dispositivo legal.
De acordo com a lei 13.467/2017 art.791-A da CLT:
“Ao advogado ainda que atue em causa própria serão devidos os honorários de
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15%
(quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito
econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da
causa” e conforme a lei 13.467/2017 art.791-A da CLT: §1º:
“Os honorários serão devidos também nas ações contra a fazenda pública e nas
ações em que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato da categoria”.

12) O que significa “contradita”. Qual o momento para sua arguição? Uma vez
indeferida, qual deverá ser a atitude da parte interessada?
R- Conforme matéria publicada no Site da Justiça do Trabalho, contradita de
testemunha é muito comum nas ações trabalhistas, é o ato pelo qual uma das
partes da ação tenta impedir a inquirição com o valor probatório de testemunha
apresentada pela parte contrária, por entender que ela é impedida, suspeita ou
incapaz, ou melhor dizendo, contraditar testemunha significa questionar a
parcialidade dela para fazer prova no processo.
De acordo com o Código de Processo Civil, o momento oportuno para se contraditar
a testemunha é logo após ela ser qualificada e antes que preste o compromisso de
dizer a verdade. Se julgar necessário, o juiz poderá admitir o depoimento de
testemunhas suspeitas, mas os depoimentos deverão ser prestados sem
compromisso legal, o que lhes confere menor poder de persuasão na formação da
convicção do julgador, pois serão meros informantes.
O momento para sua arguição, impugnação deve ser feita logo após o término da
qualificação e pode ser concernente aos incapazes, e uma vez indeferida, a parte
interessada deverá conforme o art.457 §1º CPC: “É lícito à parte contraditar a
testemunha, arguindo-lhe a incapacidade, o impedimento ou a suspeição, bem
como, caso a testemunha negue os fatos que lhe são imputados, provar a contradita
com, documentos ou com testemunhas, de até 3 (três) apresentadas no ato e
inquiridas em separado”

13) Explique as regras relativas à concessão dos benefícios da justiça gratuita


à luz do que dispõe a lei 13.467/2017.
R- O art. 790 da CLT dispõe sobre as regras relativas à concessão dos benefícios
da justiça gratuita, quais sejam:
“Art.790 CLT: Nas varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos Tribunais e no
Tribunal Superior do Trabalho, a forma de pagamento das custas e emolumentos
obedecerá às instruções que serão expedidas pelo Tribunal Superior do Trabalho.
§ 1º: Tratando-se de empregado que não tenha obtido o benefício da justiça
gratuita, ou isenção de custas, o sindicato que houver intervindo no processo
responderá solidariamente pelo pagamento das custas devidas.
§ 2º: No caso de não pagamento das custas, far-se-á execução da respectiva
importância, segundo o procedimento estabelecido no Capítulo V deste Título.
§ 3º: É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do
trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da
justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que percebem
salário igual ou inferior a 40 % (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios
do Regime Geral de previdência Social.
§ 4º: O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar
insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo”.
A Assistência Judiciária Gratuita está prevista no artigo 5o, inciso LXXIV da
Constituição Federal, que atribui ao Estado a obrigação de garantir que a pessoa
com poucos recursos financeiros tenha acesso a um advogado, sem ter que arcar
com o custo de sua contratação. Na maioria das vezes, é exercida pela Defensoria
Pública, mas caso não exista, pode ser por advogado dativo, ou seja, nomeado pelo
juiz, que será remunerado pelo Estado.

A Gratuidade de Justiça está regulamentada nos artigos 98 a 102 do Código de


Processo Civil, que revogou algumas disposições da Lei 1.060/50. Conforme artigo
98, a parte que comprovar que não tem condições de arcar com as taxas e custas
exigidas para a tramitação de um processo judicial, seja pessoa física ou jurídica,
pode ter o benefício concedido por meio da decisão de magistrado, mesmo que
tenha advogado particular. O benefício pode ser solicitado em qualquer fase do
processo.

A isenção deste benefício alcança as taxas ou custas processuais; honorários de


advogado (sucumbência), perito, contador ou tradutor; eventuais indenizações a
testemunhas; custas como exames de DNA e outros necessários ao processo;
depósitos para interposição de recursos ou outros atos processuais; despesas com
envio de documentos e publicações; entre outros.

14) Disserte acerca dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade dos


recursos.
R- Os pressupostos objetivos extrínsecos são os que se relacionam aos aspectos
extrínsecos dos recursos.
São eles: a recorribilidade do ato, a adequação, a tempestividade, a representação,
o preparo e a inexistência de fato extintivo ou impeditivo do direito de recorrer.
Recorribilidade: Conforme BEZERRA LEITE, o recurso somente poderá ser
admitido, se inexistir no ordenamento jurídico, óbice ao exercício do direito de
recorrer.
Adequação: É imprescindível que o recurso esteja em conformidade com a lei que
estabelece determinados regramentos para possibilitar a impugnação da decisão
judicial.
Tempestividade: É direito de recorrer deve ser exercitado no prazo legalmente
fixado, razão pela qual os prazos para a interposição de recursos são peremptórios,
ou seja, não podem as partes, por convenção, prorrogá-los ou alterá-los (art.223
CPC), embora a parte possa renunciar ao direito de recorrer (art.999 CPC).
Decorrido o prazo para a interposição do recurso, ocorre a preclusão temporal do
direito de recorrer.
Cabimento: O ato judicial acatado é recorrível, pois o recurso somente poderá ser
admitido, se inexistir, no ordenamento jurídico.
Representação: Conforme o art.105 do CPC, é aplicável ao processo do trabalho
quando a parte é representada por advogado dispõe sobre a representação:
Inexistência de fato extintivo ou impeditivo do direito de recorrer:
É o pressuposto recursal objetivo a inexistência de fato extintivo ou impeditivo do
direito de recorrer.
Preparo: No processo civil, exige apenas o pagamento das custas para fins
recursais, já no processo do trabalho há, em alguns casos, exigência não só do
recolhimento de custas, como também do depósito recursal.
15) Aponte e explique as possibilidade de interposição do Recurso de Revista,
diferenciando, inclusive, as hipóteses de cabimento em cada um dos
procedimentos comuns aplicáveis ao Processo do Trabalho.
R- O recurso de revista baseia-se em impugnar acórdão regional que contenha
determinados vícios. A interposição do recurso de revista não exige o simples fato
de sucumbência, tal como ocorre com os recursos de natureza ordinária em geral. É
certo que o recurso revista, como todos os demais recursos, tem por objeto
aprimorar a excelência e a qualidade dos pronunciamentos judiciais em geral e
rechaçar os arbítrios e ilegalidades que eventualmente possam ocorrer nas
decisões proferidas pelos tribunais regionais. Mas é inegável, que os objetivos
específicos da revista repousam na supremacia do direito nacional, cujo conceito é
mais amplo do que o de direito federal, em face do direito local ou regional. O Direito
nacional é aplicável em todo o território nacional, ultrapassando a autonomia dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios já o Direito Federal é aplicável em
todo território nacional, porém a sua incidência vincula apenas a União e seus entes
descentralizados.
Ademais, conforme BEZERRA LEITE, concluo que o recurso de revista é uma
categoria recursal que objetiva corrigir a decisão que violar a literalidade da lei ou da
Constituição Federal e a padronizar a jurisprudência nacional concernente à
aplicação dos princípios e regras de direito objetivo.
16) Explique a dinâmica do pagamento de custas e depósito recursal, bem
como da garantia do juízo na fase de execução, à luz do disposto na lei
13.467/2017.
R- Conforme exposto no Art. 789-A CLT ao que se refere a dinâmica do pagamento
de custas e depósito recursal, bem como da garantia do juízo na fase de execução:
“Art.789-A CLT: No processo de execução são devidas custas, sempre de
responsabilidade do executado e pagas ao final, de conformidade com a seguinte
tabela:
I- Autos de arrematação, de adjudicação e de remição: 5% (cinco por cento) sobre o
respectivo valor, até o máximo de R$1.915,38 (um mil, novecentos e quinze reais e
trinta e oito centavos);
II- Atos dos oficiais de justiça, por diligência certificada: a) Em zona urbana: R$11,06
(onze reais e seis centavos); b) Em zona rural: R$22,13 ( vinte e dois reais e treze
centavos);
III- Agravo de instrumento: R$44,26 (quarenta e quatro reais e vinte e seis
centavos);
IV- Agravo de petição: R$44,26 (quarenta e quatro reais e vinte e seis centavos);
V- Embargos à execução, embargos de terceiro e embargos à arrematação:
R$44,26 (quarenta e quatro reais e vinte e seis centavos);
VI- Recurso de revista: R$55,35 (cinquenta e cinco reais e trinta e cinco centavos);
VII- Impugnação à sentença de liquidação: R$55,35 (cinquenta e cinco reais e trinta
e cinco centavos);
VIII- Despesa de armazenagem em depósito judicial-por dia 0,1% (um décimo por
cento) do valor da avaliação;
IX- Cálculos de liquidação realizados pelo contador do juízo- sobre o valor liquidado:
0,5% (cinco décimos por cento) até o limite de R$638,45 (seiscentos e trinta e oito
reais e quarenta e cinco centavos).

17) Explique a desconsideração da personalidade jurídica do empregador na


fase de execução, no Processo do Trabalho, à luz do disposto na lei
13.457/2017
R- Nos termos do artigo 855-A CLT
“Aplica-se ao processo do trabalho o incidente de desconsideração da
personalidade jurídica previsto nos arts.133 a 137 da Lei n.13.105, de 16 de março
de 2015- Código de processo Civil.
§1º: Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente:
I- Na fase de consignação, não cabe recurso imediato, na forma do §1º do art.893
desta Consolidação;
II- Na fase de execução, cabe agravo de petição, independentemente de garantia do
juízo;
III- Cabe agravo interno se proferido pelo relator em incidente instaurado
originariamente no tribunal.
§2º: A instauração do incidente suspenderá o processo, sem prejuízo de concessão
de tutela de urgência de natureza cautelar de que trata o art.301 da Lei n.13.105, de
16 de março de 2015 (Código de Processo Civil)”.
18) Qual o significado da Ação de Cumprimento e qual sua incidência?
R- Conforme material utilizado o cumprimento de sentença na justiça do trabalho
pode ser analisada sob várias perspectivas. No entanto, é mais comum no caso de
cumprimento de uma sentença que reconhece um certo número de obrigações, sua
estrutura orgânica e legal pode ser investigada, suas partes (módulos) são
conectadas logicamente entre si ``.
Para BEZERRA LEITE, conforme pág.1276 “incide na quantificação, constrição,
expropriação, a CLT é praticamente omissa a respeito do cumprimento de sentença
que reconheça a exigibilidade das obrigações de fazer” porém com exceção do
art.876 da CLT:
“As decisões passadas em julgado ou das quais não tenha havido recurso com
efeito suspensivo; os acordos, quando não cumpridos; os termos de ajuste de
conduta firmados perante o Ministério Público do trabalho, e os termos de
conciliação firmados perante as Comissões Prévia serão executados pela forma
estabelecida neste Capítulo”.

Referências:
BEZERRA LEITE, Carlos Henrique, Curso de Direito Processual do Trabalho, ed.
Saraiva, 19ª edição, 2021
https://portal.trt3.jus.br/internet/conheca-o-trt/comunicacao/noticias-juridicas/nj-juiza-
reconhece-suspeicao-de-testemunha-que-era-amiga-intima-do-reclamante#:~:text=
A%20contradita%20de%20testemunha%2C%20muito,%C3%A9%20impedida%2C
%20suspeita%20ou%20incapaz.
https://www.conjur.com.br/2018-jan-11/zambrano-pedido-liquido-paradigma-process
o-trabalho#:~:text=A%20principal%20novidade%20trazida%20pela,em%20todas%2
0as%20reclama%C3%A7%C3%B5es%20trabalhistas.
CLT

OBS: Professor, te pedi uma indicação de livro na aula de hoje e o senhor me


indicou o do Autor Bezerra Leite, gostaria de te agradecer pela indicação, visto que,
com o auxílio do livro consegui entender melhor a matéria em questão.

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