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Direito Processual Civil

04/11/2021 e 11/11/2021

Artigo 120º do Código de Processo Civil:


As partes podem opor suspeição ao juiz quando ocorrer motivo sério e grave, adequado
a gerar desconfiança sobre a sua imparcialidade, nomeadamente:
c) a alínea g) só se aplica caso se trata de uma ação factos que o juiz praticou no
exercício das suas funções, o que é raro ou quase impossível. Pode ser arguida a
suspeição dizendo que o juiz presente no processo já foi parte num outro processo
juntamente com a parte. Se a ação entre uma parte e o juiz é motivada por outra
qualquer razão que não seja o exercício das suas funções, recai o âmbito da alínea.
d) o juiz ou o seu cônjuge, assim como algum parente em linha reta, for credor ou
devedor de alguma das partes, esta pode dizer respeito a uma causa de impedimento
pois o juiz terá um interesse sobre este processo, logo poderá não agir em
imparcialidade.
«se tiver um interesse jurídico em que a decisão seja favorável a uma das partes» - o
juiz não possui interesse económico mas sim jurídico, devido a um qualquer vinculo que
este possua com uma das partes.
e) caso o juiz seja patrão, protutor (assistente do tutor), herdeiro presumido (presume-se
que será herdeiro de alguém) ou donatário de alguma das partes, esta pode dizer respeito
a uma causa de impedimento deste juiz no processo.
f) se o juiz tiver recebido dadivas antes ou depois de instaurado o processo e por causa
dele, ou tiver sido fornecido meios para as despesas do processo – ou seja, conclui-se
aqui a figura da corrupção para obter do juiz um parecer favorável a si no processo ou
mesmo se o juiz tiver contribuído para as despesas do processo de uma das partes.
g) se houver inimizade grave ou grande intimidade entre o juiz e alguma das parte ou os seus
mandatários – aqui abrange o juiz em relação com as partes ou com os advogados (mandatários)
das respetivas partes.
Artigo 121º do Código de Processo Civil:
Nº 4: se o juiz tiver pedido dispensa de intervir na causa, mas o seu pedido não houver sido
atendido, a suspeição só pode ser oposta por fundamento diferente do que ele tiver invocado e o
prazo para a dedução corre desde a primeira notificação ou intervenção da parte no processo,
posterior ao indeferimento do pedido de escusa do juiz.
Artigo 122º do Código de Processo Civil:
Na falta de reposta considera-se que os factos contestados estão confessados. Não havendo
diligencias introdutórias a efetuar, o juiz manda dispensar e remeter o processo ao presidente da
relação.
O juiz recusado não pode ser o mesmo que preside as diligencias, e conforme o n.2 deste artigo,
sabemos que o processo é concluso ao juiz substituto e fundo este, será entregue ao presidente
da relação.
Artigo 123º do Código de Processo Civil;
É o presidente da relação que possui competência para decidir a suspeição do juiz.
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Artigo 126º do Código de Processo Civil:


Julgada procedente a escusa ou suspeição, continua a intervir no processo o juiz que fora
chamado em substituição.

Se a escusa ou a suspeição for desatendida, intervém na decisão da causa o juiz que se


escusou ou que foi averbado de suspeito, ainda que o processo tenha já os vistos
necessários para o julgamento.
Principio do Contraditório:
Concretiza o direito fundamental a uma processo equitativo que está presente no artigo
20º n.4 da Constituição e no artigo 3º n. 3 do Código de Processo Civil.
O principio do contraditório tem duas noções que podemos identificar, uma noção mais
antiga (restrita) e uma noção mais ampla, mais contemporânea.
Na noção mais restrita, o contraditório está relacionado com o direito de audiência
previa no domínio processual, ou seja, o tribunal antes de decidir uma questão, tem de
ouvir as partes à cerca dessa mesma questão.
Na noção mais ampla deste principio, seguida hoje, este principio corresponde a um
verdadeiro direito que as partes tem de positivamente contribuírem para o
desenvolvimento da causa e no êxito do desfecho do processo – as partes têm o direito
de influenciar a decisão.
O principio do contraditório quanto aos factos de ação:
Articulados: Quando o autor propõe a ação, apresenta um articulado que tem o nome de
petição inicial e o reu apresenta um articulado com o nome de contestação.
O dever oficioso de suscitar a pronuncia das partes (artigo 3º n.3):
Suscitar a interpretação das partes mesmo em situações que não tinham sido por elas
tratadas.
Principio da proibição de decisões surpresa – as partes não podem ser surpreendidas
com decisões às quais não tiveram a oportunidade de se pronunciar.
Principio do contraditório quanto aos meios de prova – artigo 415º n.1:
Salvo disposição em contrario, não são admitidas nem produzidas provas sem audiência
contraditória da parte a quem hajam de ser opostas.
Provas pré-constituídas – meios de prova que já existiam antes do processo, como por
exemplo uma ata ou alguma fatura.
No julgamento da casa também deve ser respeitado o contraditório, conforme o artigo
604º n. 3 alínea e), através das alegações finais.
O exercício do contraditório pode ser dispensado caso seja manifestamente
desnecessário, ou seja, quando não há nenhum efeito útil do exercício deste principio.
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Discute-se na doutrina qual será a consequência do tribunal não utilizar o contraditório


quando o deveria fazer. Será nulidade processual ou nulidade de sentença/despacho?
Diz-se que tem de ser arguido enquanto nulidade processual secundária.
Principio da igualdade:
Presente no artigo 13º da Constituição, é um principio que vale para todo o
ordenamento jurídico. Este principio está ainda vertido no artigo 4º do Código de
Processo Civil – igualdade substancial das partes no processo, sobretudo com sentido
pragmático, sendo assim uma norma que exprime uma injunção legislativa dirigida ao
tribunal para que trate de forma substancialmente igual a totalidade das partes presente
no processo.
«igualdade de armas» - paridade das partes no processo – as partes têm de estar numa
paridade de meios, instrumentos e formas de intervir no processo.
O Ministério Publico pode ser parte ou representante de partes do processo civil, e
portanto acaba por ser interveniente no mesmo – Amicus Curiae – Amigo do Tribunal
pois não é parte no processo mas é chamado a dar um parecer ao tribunal [artigos 569º
n.4 e 632º n.4 do Código de Processo Civil].
Principio da publicidade:
Este é também um principio que concretiza o direito fundamental a um processo
equitativo mas é também um principio que tem uma base constitucional direta, embora
parcial. Este principio desdobra-se em:
Publicidade do processo enquanto um todo – não tem uma base direta, mas está
consagrada no artigo 163º n.1 e n.2 do Código de Processo Civil.
Publicidade das audiências judiciarias – aplica-se o artigo 206º da Constituição – as
audiências dos tribunais são publicas, ou seja, qualquer pessoa tem direito a assistir uma
audiência.
Litisconsórcio – permite que varias partes intervenham numa mesma ação fazendo com
que vários litígios sejam resolvidos num mesmo processo.
Reconvenção – contração no sentido em que altera o sentido convencional no processo
cível.
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Normalmente, o problema da qualificação do contrato só surge no final da relação e, por


vezes, existe uma dificuldade em entender se é um contrato de trabalho ou uma
prestação de serviços.
Ónus da prova: quem alega um direito tem o ónus de fazer a prova dos factos
constitutivos desse direito, portanto, sobre o trabalhador recai o ónus de fazer a prova do
contrato de trabalho.
A subordinação jurídica é muito difícil de provar, logo, torna-se mais fácil o abuso por
parte do empregar no exercício de celebrar falsos contratos de prestação de serviços.
11/11/2021
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Requisitos processuais são requisitos formais que tem de se verificar naquele concreto
processo para que o poder/dever de decisão sobre o mérito da causa, mas este só pode
ser desencadeado, ou seja, só existe se estiverem preenchidos os referidos requisitos
formais.
Se estes requsiitos não estiverem preenchidos, o tribunal não pode proferir a decisão
sobre o merito da causa e não pode dirimir o litigio, sendo que a solução é a extinção da
instancia por falta de prossupostos processuais.
Os prossupostos processuais são condições de prosseguimento da ação, que tem de
estar reunidas para que a ação possa prosseguir o seu curso normal e desembocar numa
sentença final que dirime o litigio.
Os prossupostos processuais distingue-se de algumas figuras afim, como as condições
de existência da ação. Já vimos que os pressupostos processuais funcionam como
condições de prosseguimento da ação.
Principio da instancia: O que corresponde portanto a condições que têm de estar
preenchidas para que uma ação possa existir juridicamente no processo civil, sendo que
a relação jurídica processual depende da iniciativa das partes e não está na
disponibilidade do tribunal, ou seja, não é o tribunal que decide iniciar um processo,
logo o processo tem que ser proposto por um autor perante um determinado tribunal, e
podemos assim dizer que as condições de existência da ação para que a instância se
considere constituída é a própria propositura da causa pelo autor – funciona como uma
condição de existência da ação.
A citação é o ato através do qual se dá conhecimento ao réu que foi proposto uma
citação e se convoca o réu para ser ir defender dela e portanto a propositura da ação só é
eficaz em relação ao réu em relação ao demandado, depois de ele ser citado e para estar
verdadeiramente só existe juridicamente como plena eficácia a partir da citação do réu e
não apenas de um mero ato da propositura.
As condições de validade que temos são condições de existência e condições de
validade sendo que os pressupostos processuais da figura que nós estamos aqui a falar
são as condições do prosseguimento da ação que servem para que esta possa prosseguir,
sendo que é necessário que ela exista e que ela seja válida e é necessário ainda reúna as
condições previstas prosseguidas que preencham os pressupostos processuais e portanto
as condições de validade da ação são as condições que têm que estar preenchidas para
que em relação ao vídeo processual para que a distância seja válida juridicamente
válida.
A invalidade não pode prosseguir mas está na base das condições da validade da ação,
isto é, está na base um desvalor muito mais profundo e um vício muito mais profundo
do que a mera falta de um pressuposto processual, está em causa um vício que afeta
toda a validade daquela instância e portanto podemos aqui pôr nas chamadas condições
de validade da ação.
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As condições da ação dizem respeito a requisitos materiais ou substanciais – direitos


reais, família, etc. Tem de estar preenchidos para que tribunal possa julgar a ação
procedente e dar razão ao autor.
Numa ação de responsabilidade civil extra contratual, tem de estar preenchidos todos os
requisitos estudados ao nível desta matéria em teoria geral do direito civil.
Numa sequencia lógica, fala-se em primeiro lugar das condições de existência da ação,
isto é, a ação só existe se for proposta e se essa propositura for solicitado, as condições
de validade num segundo momento lógico, e o terceiro momento são as condições de
prosseguimento, ou seja, os pressupostos processuais que permitem ao Tribunal avançar
para o preenchimento do objeto litigioso ou seja para avançar para o preenchimento da
questão de fundo.
Os prossupostos de atos processuais são requisitos relativos a toda a instância ao longo
de todo o processo, que nos dizem se o processo pode ou não prosseguir consoante
estejam ou não preenchidos estes requisitos, enquanto que os pressupostos de atos
processuais são requisitos que têm de estar preenchidos para que se possa praticar no
processo um determinado tipo de atos de maus réplica ou um determinado despacho por
parte dos juízes. (?)
Questões Prejudiciais: Questões cujo conhecimento influencia a decisão a dar à
questão de fundo que estamos a ter em conta.
Nos termos da União Europeia só o tribunal de justiça pode interferir no direito europeu
e apreciar os atos que a ele digam respeito.
Questões incidentais e incidentes processuais são um conceito que não está
expressamente definido na lei, isto é, no código de processo civil, mas encontramos
definido em termos aproximados por motivos de custas no regulamento das custas
processuais no artigo 7º , que tem uma definição para efeitos de custas que podemos
usar também e é extrapolada para o processo civil como um todo.
Tudo o que escape ao normal desenvolvimento ao ritualismo processual que o legislador
traçou para cada caso processual, é considerado como um incidente processual e não é
central ou nuclear ao fundo da causa.
Numa primeira perspetiva podemos classificar os pressupostos processuais em relação
ao elemento da instância em que eles se têm de verificar – objetivo e subjetivo - para
verificar os sujeitos da instância ou no objeto da instância nós teremos diferentes
classificações e depois os sujeitos da instância nós sabemos que se desdobram entre as
partes e o tribunal, sendo que o tribunal se encontra numa posição de supra infra
ordenação e as partes numa infra para revisão de decisão em relação ao Tribunal.
Ao critério do atende ao critério do regime jurídico que regula os pressupostos
processuais e distinguida dos prossupostos processuais nominados e inominados – o
nominado é típico e o inominado atípico.
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O nominado está expressamente previsto na lei, dizemos que um pressuposto processual


é inominado quando a lei não o prevê expressamente mas ele decorre de uma construção
jurisprudencial ou doutrinária.
Existem ainda prossupostos processuais do conhecimento oficioso - o pressuposto
processual é de conhecimento oficioso quando o tribunal pode apreciar a sua verificação
mesmo que nenhuma das partes tenha invocado essa questão.
Os pressupostos processuais dependentes de invocação pelas partes são aqueles
pressupostos processuais que o tribunal só pode verificar se estão preenchidos caso isso
seja invocado por alguma das partes.
Personalidade judiciária – artigo 11º CPC: Relativa às partes, positiva, de conhecimento
oficioso e ainda típica e nominada. Ter personalidade judiciaria consiste na aptidão para
ser parte num processo cível e em geral num processo judicial. Quando dizemos parte
queremos dizer quer parte principal, quer parte acessória.
O conceito de parte corresponde aquele que é sujeito da relação jurídica processual, no
entanto, nem todos os sujeito são partes, como é o caso do Tribunal. As partes são
sujeitos da relação jurídica processual que tem um interesse no desfecho da causa, ou
seja têm algo a ganhar ou a perder com a decisão da causa.
A personalidade judiciaria é uma figura especifica de direito processual, e portanto é um
conceito puramente adjetivo, não existindo em mais algum direito. Quem tiver
personalidade jurídica tem também personalidade judiciária.
As pessoas coletivas também tem personalidade jurídica. No caso das associações e
fundações a personalidade jurídica está regulado no artigo 158º do CC; as sociedades
comerciais estão estipuladas no artigo 5º do CSC, adquirem personalidade jurídica com
o registo definitivo do contrato de sociedade; as cooperativas encontram-se no artigo
16º do Código Cooperativo, estas adquirem personalidade jurídica com o registo
definitivo do pacto constitutivo celebrado entre os cooperadores/fundadores.
Pessoas coletivas de direito publico – a sua personalidade jurídica regula-se de forma
diferente, as regiões autónomas tem a personalidade jurídica atribuída pela CRP no
artigo 127º n.1; no caso das autarquias locais a personalidade jurídica é lhes atribuída
pelo artigo 235º n.2 da CRP; os institutos públicos vem esta personalidade atribuída
pela lei 3/2004; a personalidade jurídica das entidades publicas empresariais é atribuída
pelo decreto lei 133/2013.
O estado também tem personalidade jurídica, que não lhe está atribuída por nenhum
diploma, mas que possui esta personalidade pela sua própria natureza, ou seja, por
direito próprio.
As pessoas coletivas de direito internacional tem personalidade jurídica que é por regra
reconhecida pelo tratado que as criou.
As pessoas coletivas de direito estrangeiro tem sempre personalidade jurídica entre nós,
mesmo que cá não resida.
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O legislador, com base no artigo 11º n.2 reconhece personalidade judiciaria a todos
aqueles que tem personalidade jurídica, mas estende a atribuição de personalidade
judiciaria também a entidades que não dispõe de personalidade jurídica, logo o conceito
de personalidade judiaria é mais extenso do que a personalidade jurídica.
Herança jacente: ainda não foi aceite pelos herdeiros, ou seja, ainda não tem titular, e
deste modo não tem personalidade jurídica, com base no artigo 2046º do CC, no
entanto, possui personalidade judiciária. É um património que ainda não tem titulares,
assim, pode propor ações e podem ser interpostas ações contra a herança jacente.
Se a herança possuir titular mas ainda não tiver sido partilhada, deixa de gozar da
personalidade judiciaria, tendo de ser proposta pelos seus herdeiros.
Os fundos capital de risco não tem personalidade jurídica mas a lei reconhece
personalidade judiciária.
Quando o contrato de sociedade foi definitivamente registado, fica com personalidade
jurídica logo tem personalidade judiciaria.
O condomínio tem personalidade judiciaria, apesar de não ter personalidade jurídica.
Esta personalidade é restringida aos atos que o administrador do condomínio pode
praticar.
Os navios possuem personalidade judiciaria uma vez que possuem rotas comerciais
internacionais, e por razoes de ordem pratica a lei prossegue personalidade judiciaria ao
próprio navio.
As pessoas coletivas, normalmente, podem ter uma filial, e essas filiais (sucursais)
podem ser demandadas ou demandar (tem personalidade judiciaria) mas apenas quando
a ação proceda de factos praticados pela mesma.
Não há forma de sanar a falta de personalidade judiciaria, havendo apenas duas
exceções:
1. Artigo 14º CPC – intervenção da administração central ou ratificação do
processado;
2. Artigo 36º do CSC – a outorga superveniente do contrato de sociedade.

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