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Organização judiciária resumos

organização judiciária (Universidade Lusíada do Porto)

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Organização judiciária resumos


A garantia da norma de direito civil, que, como toda a norma jurídica, requer a possibilidade de
coativamente ser feita respeitar, postula (documentando a alegação) a recorribilidade aos tribunais para
reintegrar as situações jurídicas afetadas pela sua violação, prevenir violações ainda não consumadas ou
exercer direitos potestativos que não podem ser feitos valer extrajudicialmente.
O recurso ao tribunal faz-se mediante a propositura duma ação. Por ela, um sujeito de direito privado
(o autor) deduz contra outro (o réu) um pedido, normalmente afirmando-se titular duma situação jurídica ou
dum interesse juridicamente protegido para a qual requer a tutela do tribunal.
Consoante o tipo de pedido deduzido, a ação proposta diz-se declarativa ou executiva:
 Declarativa:
o Ação de simples apreciação— quando o autor pede ao tribunal que declare a
existência ou inexistência dum direito ou de um facto jurídico. Pode ser positiva ou
negativa.
o Ação de condenação—condena o réu na prestação de uma coisa ou dum facto a que
o autor tem direito.
o Ação constitutiva: altere as situações jurídicas das partes em conformidade com um
direito potestativo do autor
 Modificativas
 Extintivas
 Executiva: quando visa a reparação material de um direito violado, no pressuposto da sua
existência (art 703)
o Pagamento de quantia certa 724 e seguintes
o Ação executiva para entrega de coisa certa 859 e seguintes
o Ação executiva na prestação de um facto 868 e seguintes

O direito processual civil é o conjunto das normas, principalmente normas primárias (materiais
substantivas) de direito civil, que visam, direita ou indiretamente, regular as atuações dos sujeitos de direito
privado e dos tribunais conducentes à concretização da garantia dessas normas de conduta do direito civil.
Estas atuações inserem-se, num processo jurisdicional, segundo uma sequência predefinida na sua
estrutura essencial: os atos jurídicos aí praticados (pelas partes—autor, réu ou parte acessória--, pelo juiz,
pelos funcionários da secretaria ou pelos intervenientes acidentais no processo) são, naturalmente, atos
processuais.

Princípios gerais

Princípio do dispositivo/necessidade do pedido (artr 3 nº1 CPC)


1. Vertente do impulso processual: para iniciar um processo as partes tem que tomar ativamente uma
atitude, uma das manifestações está no art 279 nº1; para ter um processo tenho que ter uma
manifestação de vontade por parte do autor—ação proposta—o processo está continuamente a ser
estimulado pelas partes tem que trazer para o tribunal determinado tipo de documento (ex: o autor
não junta um doc autentico tendente a fazer a prova que ele alega, o juiz detetando que não esta
junto aos autos vai notificar as partes para que juntem esse doc sob pena de não o fazerem o
processo ter um determinado desfeixo—(impulso processual subsequente)
2. Delimitação dos contornos fáticos dos litígios: divisão fundamental entre a matéria de
facto(acontecimento) e de direitos.
Se esse facto releva para determinada ação ou processo vamos ter que através das petições
iniciais...se o autor não o fizer vamos estar sob a causa de falta de pedir. O desfecho do processo vai
estar condicionado por essa matéria de facto, o tribunal tirando as exceções do art 5 nº2 só se limita
com os factos que se trouxe pelo processo art 5 nº1
3. Limites da sentença: fase decisória e com os art 609 nº1 e 615 nº1 alínea e, comina de nulidade a
sentença que condenar em quantidade superior, ou seja, no processo civil temos de condenar o reu
no que o juiz condenou (princípio do dispositivo relativamente à sentença). o tribunal tem de verificar
naquele caso o que o autor pediu e assim o tribunal pode condenar em menos não em mais.

Princípio do contraditório

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Entende-se como garantia da participação efetiva das partes no desenvolvimento de todo o litígio,
mediante a possibilidade de, em plena igualdade, influírem em todos os elementos (factos, provas, questões
de direito) qe se encontrem em ligação com o objeto da causa e que em qualquer fase do processo
apareçam como potencialmente relevantes para a decisão.
1. Plano de alegação: o princípio contraditório exige que os factos alegados por uma delas (como
causa de pedir ou fundamento de exceção) possam ela outra ser contraditados (por impugnação ou
por exceção), sendo assim concedida a ambas as partes, em igualdade, a faculdade de sobre todos
eles se prenunciarem.
Constituindo os articulados as peças nas quais as partes alegam, em regra, a matéria de facto, o
princípio contraditório implica que haja tantos articulados quanto os necessários para que o direito de
resposta seja assegurado. (ver no livro CPC de 1961 vs CPC de 2013).
Na CPC 2013 reduziu-se as 3 formas de processo a um processo comum, a fase dos articulados
nunca tem mais do que 3 articulados, o último dos quais (a réplica) só se sucede se quando o réu
tenha reconvindo (Acção judicial em que um réu ou o seu defensor demanda o autor, por obrigação análoga ou
relativa àquela por que é demandado, e perante o mesmo tribunal), ou em ação de simples apreciação negativa, contestado
(art 584).
No princípio do contraditório é respeitado: exceções e contraexceções, ou seja, sempre que a
resposta a uma exceção em audiência encerra uma contraexceção, a parte contrária terá direito a
responder-lhe, sendo assim, por norma isto acontece no último articulado admissível e podem ter
resposta na audiência prévia ou, não havendo lugar a ela, no início da audiência final, como
expressamente resulta do art 3-4.
Também na medida em que, excecionalmente, o juiz pode introduzir factos principais no processo,
este princípio exige que ambas as partes se possam prenunciar sobre o exercício desse poder
funcional. Nos termos do art 3 e 4, às partes deve ser sempre facultada, antes da decisão, uma
tomada de posição sobre o facto que o juiz oficiosamente se propõem a introduzir.
2. No plano da prova: no plano da prova, o princípio contraditório exige:
a. Que às partes seja, em igualdade, facultada a preposição (requerimento de produção dos meios de
prova constituendos—a produzir no processo, como o testemunho, o depoimento de parte ou a prova pericial ou de
apresentação dos meios de prova preconstituídos—já produzidos extraprocessual, como o documento) de todos
os meios probatórios potencialmente relevantes para o apuramento da realidade dos factos
da causa.
b. Que lhe seja consentido fazê-lo até ao momento em que melhor possam decidir da sua
convivência, tidas em conta, porém, as necessidades de andamento do processo
c. Que a produção ou admissão da prova tenha lugar com audiência contraditória de ambas as
partes
d. Que estas possam prenunciar-se sobre a apreciação das provas produzidas por si, pelo
adversário ou pelo tribunal.
A primeira derivação deste direito à prova compadece-se com a limitação razoável do número de
testemunhas a ouvir por cada parte (ver pag 130 livro verde); mas é mais dificilmente conciliável
com a atribuição à discricionariedade judicial da admissão de certo tipo de meio de prova, como
acontecerá com a inspeção judicial (art 612 nº1) (ver pag 131 do livro verde), ou com a limitação a
um pequeno número das testemunhas a inquirir por cada facto (esta limitação não existe no CPC
2013).
A segunda derivação do direito à prova implica:
a) Que a proposição dos meios de prova preconstituídos, embora tenha o seu momento
preferencial na fase dos articulados (art 423-1), possa ter lugar, quando se faça por
apresentação no tribunal (é o caso do documento e de algumas coisas móveis), até ao
encerramento da discussão da causa em primeira instância ou, se tal for considerado
perturbador da audiência final, até data próxima da realização efetiva desta (art 423-2 e 416-
1) (a partir de 20 dias antes da data em que se realiza a audiência final, só é admissível propor o meio de prova,
cuja a necessidade ou possibilidade de junção ao processo seria posteriormente, mas estas normas são também
aplicáveis ao monumento isto é, ao objeto que constitua fonte de prova de factos indiciários)
b) Que os meios de prova (constituendos) cuja a produção deva—ou possa- ter lugar antes da
audiência de discussão e julgamento (a prova pericial (art 467 a 489), o depoimento a produzir fora do
tribunal da causa (art 456-1) e a prova antecipada (art 419) têm lugar antes da audiência. Antes dela, pode ter lugar
a inspeção judicial (art 490-1) e o depoimento da pessoa impossibilitada de comparecer (art 457 e 506) possam
ser propostos no início da instrução ao processo ( no novo código exige-se que a prova constituenda
seja propostas nos articulados (art 552-2 e 572-d), mas admite-se a alteração do respetivo requerimento na
audiência prévia (art 598-1).
A terceira derivação referida, implica que, proposta uma prova preconstituída, à parte contrária seja
facultado, antes da admissão, impugnar a sua admissibilidade e força probatória (documento: art 444
e 446) e que, estando em causa uma prova constituenda, lhe seja facultado impugnar a sua

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admissibilidade e intervir no ato da sua produção (art 415) (ver pág 134 livro verde) . Mas implica também
que as mesmas faculdades sejam reconhecidas a ambas as partes quando a iniciativa da prova seja
oficiosa.
Por fim, cabendo ao juiz apreciar a prova, as partes têm o direito de, antes da apreciação final, isto é,
antes da decisão sobre a matéria de facto (integrada na sentenbça final), se pronunciarem sobre os
termos em que ela deve ser feita (art 3-3). É-lhes assim facultado, uma vez produzidas todas as
provas, discuti-las, pronunciando-se sobre a matéria de facto que consideram e aquela que não
consideram provada, em debates orais que têm lugar ainda na audiência. (art 604 nº 3-e e 5).
3. No plano do direito: no plano das questões de direito, o princípio do contraditório exige que, antes
da sentença, às partes seja facultada a discussão efetiva de todos os fundamentos de direito em que
a decisão se baseie.
Tratando-se de um fundamento de direito na disponibilidade exclusiva das partes, a possibilidade de
discussão resulta naturalmente da sua invocação (necessária) pelo interessado e do direito de
resposta da parte contrária. Mas a proibição da chamada decisão-surpresa tem sobretudo interesse
para as questões, de direito material ou de direito processual, de que o tribunal pode conhecer
oficiosamente: se nenhuma das partes as tiver suscitado, com concessão à parte contrária do direito
de resposta, o juiz, deve previamente convidar ambas as partes a sobre elas tomarem uma posição,
só estando dispensado de o fazer em casos de manifesta necessidade (art 3-3). (ver pág 135 livro verde)
Não basta, pois, para que esta vertente do princípio do contraditório seja assegurada, que às partes,
em igualdade, seja dada a possibilidade de, antes da decisão, alegarem de direito (art 604-3-e, em 1ª
instância; art 639, em instância de recurso). É preciso que, mesmo depois desta alegação, possam
fazê-lo ainda quanto a questões de direto novas, isto é, ainda não discutidas no processo.
Mas ao verificar se uma questão de direito é nova, o tribunal deve atender ao facto de as partes
terem dado ou não cumprimento ao disposto nos atuais art 552-1-d e 572-b, na parte em que impõem
que na petição inicial sejam expostos os fundamentos de direito da defesa por exceção. Estes
preceitos, a dever ser interpretados como impondo, respetivamente ao autor e ao réu, um ónus. Se
este não for observado no articulado respetivo, poderá o juiz convidar a parte a suprir a falta, no
momento do despacho pré-saneador (art 90-2)

Princípio do inquisitório

A prova dos factos da causa deixou de constituir monopólio das partes: de acordo com o art 411, o juiz tem o
dever de realizar ou ordenar oficiosamente as diligências necessárias ao apuramento da verdade. Ao juiz
cabe, no campo da instrução do processo, a iniciativa e às partes incumbe o dever de colaborar na
descoberta da verdade, respondendo ao que lhes for perguntado, submetendo-se às inspeções necessárias,
facultando o que for requisitado e praticando os atos que forem determinados (art 417-1) ( ver pág 178 do livro
verde). O juiz continuou a poder amplamente determinar a junção de documentos ao processo, quer estejam
em poder da parte contrária, de terceiros ou de organismo oficial (art 436), assim como ordenar a realização
de prova pericial (art 477 e 487-2 e 468-1-a), e só ele pode decidir efetuar inspeção judicial (art 490-1),
inquirir testemunhas ni local da questão (art 501) e ouvir as pessoas que entenda, ou ordenar outras
diligências probatórias ainda após as alegações sobre matéria da causa (art 607-1), passou a ter iniciativa do
depoimento de parte (452-2), e a ter o dever de ordenar o depoimento testemunhal de pessoa que haja
razoes para presumir, que tem conhecimento de factos importantes para a decisão da causa (art 526-1).
Quase todas as provas são requeridas pelas partes no momento processual em que tal lhes é facultado.
Este ónus, diverge do plano de alegação por, no campo da prova, o tribunal ter poderes de iniciativa que lhe
estão vedados no campo da alegação.
De qualquer modo, o ónus da prova só em princípio repousa nas mesmas regras distributivas do ónus da
alegação, pois tal deixa de acontecer quando se dá a sua inversão (art 344 CC e 345-1 CC), isto é, quando
passa a caber à parte contrária àquela que com ele estava originariamente onerada, por disposição da lei ou,
no campo do direito disponível, por convenção das partes.

Princípio da preclusão

Consideramos, o caso da contestação: o réu tem, por um lado, o ónus de contestar e o de impugnar e, por
outro, o de deduzir todas as exceções que, não sendo de conhecimento oficioso, tenha contra a pretensão do
autor (art 573). A inobservância de qualquer destes ónus dá lugar a preclusão (de contestar, de impugnar, de
excecionar); mas nos dois primeiros casos joga também, em princípio, a cominação da prova imediata dos
factos alegados na petição inicial, enquanto no último o réu apenas perde a possibilidade de, através da
prova do fundamento da exceção, vir a conseguir a sua absolvição, da instância ou do pedido.

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Ónus, preclusões e cominações ligam-se entre si ao longo de todo o processo, com referência aos atos que
as partes, considerada a tramitação aplicável, nele têm de praticar dentro de prazos perentórios. Por prazo
perentório entende-se, precisamente, aquele cujo decurso preclude a possibilidade de praticar o ato (art 139-
3), sem prejuízo do justo impedimento (e ainda da possibilidade de, mediante pagamento de multa, a parte praticar o ato nos 3
dias subsequentes ao termo prazo art 139 nº5 a 8) , isto é, da ocorrência de caso fortuito ou de força maior que obste à
prática atempada do ato (art 140-1). Todos os prazos para a prática de atos de parte, sejam estabelecidos
por lei ou fixados pelo juiz (art 138-1), são, em princípio, salvo se forem dilatórios (art 139-2) ( é assim dilatório o
prazo que acresce ao da defesa nos casos indicados no art 245), prazos perentórios, só prorrogáveis, salvo disposição
especial (prorrogabilidade do prazo para contestar, a requerimento do autor ou do réu, nos termos do art 569 n 4,5,6), por acordo
das partes, por uma só vez e por período, no máximo, igual ao primitivo (art 141-2). As partes têm assim o
ónus de praticar os atos que devam ter lugar em prazo, perentório, sob pena de preclusão e, nos casos
indicados na lei, de cominações.
Ónus e cominações podem ainda surgir fora do âmbito dos prazos perentórios e das consequentes
preclusões: a omissão continuada de atividade da parte, quando a esta cabe um ónus especial de impulso
processual subsequente, tem também efeitos cominatórios, que podem consistir, na deserção da instância
(art 281 nº 1 a 3) ou no levantamento da penhora (art 763-1).

Princípio da cooperação

1. O dever de cooperar: revestindo embora o ónus, no direito processual civil, uma importância muito
maior do que no direito civil, onde impera o direito subjetivo e o dever de conduta, não deixam as
partes de estar também sujeitas no processo a deveres processuais tais como o de boa-fé
processual (art 8), de cooperação (art 7 e 417), o de apresentar documentos (art 430), o de recíproca
correção (art 269). Também os terceiros intervenientes acidentais têm deveres para com o tribunal
(art 417, 432 a 434, 436 e 437). A violação destes deveres dá lugar a sanções pecuniárias. A
tendência no direito processual atual para acentuar esses deveres processuais e para os estender
aos próprios magistrados.
Partes e juízes devem cooperar entre si para que o processo realize a sua função em prazo razoável
(art 7-1). O apelo à realização da função processual aponta para a cooperação dos intervenientes no
processo no sentido de nele se apurar a verdade sobre a matéria de facto e, com base nele, se obter
a adequada decisão de direito.
2. Cooperação material (art 417 nº2 e 3 e art 7): o art 417-1, colocada em sede de instrução do
processo, faz recair sobre as partes e também sobre terceiros, o dever de prestarem a sua
colaboração para a descoberta da verdade, facultando objetos que constituam meios de prova (arts
428 a 431 e 416), submetendo-se elas próprias a inspeção judicial (art 490-1) e ao exame pericial,
prestando depoimento de parte (art 452) e praticando os demais atos que o tribunal determine. Este
verde tem, porém, de acordo com o art 417-3, dois limites: o respeito pelos direitos fundamentais (o
direito à integridade pessoal, o direito à reserva da vida privada e familiar e o direito à inviolabilidade
do domicílio) e eu respeito pelo direito o dever de sigilo (sigilo profissional ou dos funcionários
públicos, O Segredo de Estado). Em caso de colisão, povoa parte ou o terceiro deduzir escusa (ver
pág 189 livro verde).
O art 7-2, colocava no campo dos princípios gerais, consagra o poder de, em qualquer altura do
processo, o juiz ouvir as partes, se as representantes ou mandatários, pedindo lhes esclarecimentos
sobre a matéria de facto sobre a matéria de direito da causa.
a. Matéria de facto— este prevê-lo depoimento de parte, aquele ocupa-se do ato verbal ou
escrito, de prestação de informações e esclarecimento ao Tribunal, do qual pode igualmente
resultar prova por confissão (art 356-2).
b. Matéria de direito—Às partes pode ser pedido que esclareçam a sua posição quanto aos
fundamentos de direito do pedido e das exceções.
O momento mais adequado para o pedido e a prestação destes esclarecimentos é o de audiência
prévia, que tem entre os seus fins o de discutir as posições das partes, o art 7-2 incluí a possibilidade
de a prestação de esclarecimentos ter lugar fora da audiência prévia.
Também no âmbito do art 7 cabe às partes o dever de colaboração (dever de comparecer e prestar
os esclarecimentos), com os mesmos limites estabelecidos no art 417-3 (remissão).
3. Cooperação formal (art 7-4, 151) — o art 7-4 impõe ao juiz o dever de providenciar pelo suprimento
de obstáculos com que as partes se defrontem na obtenção de informação ou documento necessário
ao exercício de uma faculdade, à observância de um ónus ou ao cumprimento de um dever
processual. Assim, por exemplo, se, falecida uma parte, o autor invocar dificuldade séria em
identificar os seus herdeiros ou em provar a qualidade destes, deve o juiz notificar o terceiro familiar

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do falecido para que para estas informações necessárias à observância do ónus de requerer a
habilitação para poder, seguidamente, prosseguir a causa (art 270 2 351-2)

Princípio da boa-fé

Todos os comportamentos dos intervenientes devem pautar-se pela boa-fé. E este princípio assume uma
particular relevância na sua faceta negativa: quando agindo de má-fé podem ser alvo de um instituto
denominado por litigância de má-fé (art 542).

Princípio da economia processual

Esta economia de meios exige que cada processo, por um lado, resolva o maior n úmero possível de litígios
(economia de processos) e, por outro, comporte só os atos e formalidades indispensáveis ou úteis (economia
de atos e formalidade).

As suas manifestações

A exigência da economia de processos explica as disposições que permitem o litisconsócio inicial, a


cumulação de pedidos, o pedido subsidiário, etc.
Todas elas são normas permissivas: as partes podem ou não, formular no processo todos os pedidos que a
lei permite que sejam deduzidos. Mas se não o fizerem e forem propostas separadamente, perante o mesmo
juiz, ações que podiam ter sido reunidas no mesmo processo, o juiz poderá determinar oficiosamente a
apensação de todas elas (art 257-4), sem prejuízo de as partes poderem requerê-la, mesmo que pendem
perante juízes diversos (art 267-1).

Litisconsórcio

No caso de litisconsórcio: o mesmo pedido é formulado por ou/e contra várias partes, dando lugar,
respetivamente, ao litisconsórcio ativo ou passivo.
Ex: ação de indeminização por acidente de aviação, quando se faça valer a responsabilidade pelo risco,
limitada a determinante montante (art 508 CC), ou se demande a seguradora e o capital seguro seja limitado
(art 741 CC), impõem-se a coligação ativa de todos os titulares de direitos a indeminização, não obstante
estes serem autónomos e darem lugar a pedidos distintos.
O litisconsórcio é necessário quando a lei, o negócio jurídico ou a própria natureza da relação controvertida
exige a intervenção—ou citação—de todos os interessados (art 37). (vários exemplos pág 208 livro verde)

Cumulação simples: tem lugar quando o mesmo autor deduz contra o mesmo réu mais de um pedido. A sua
admissibilidade do ponto de vista material exige tão-só que os pedidos sejam entre si compatíveis (art 555
nº1), sob pena de se verificar a ineptidão da petição inicial.

A coligação tem lugar quando os pedidos cumulados não são deduzíveis por ou contra a mesma parte, mas
sim discriminadamente deduzidos por ou contrapartes distintas. A sua admissibilidade do ponto de vista
material exige, além da compatibilidade dos pedidos entre si, algum dos tipos de conexão referidos no art 36:
mesma causa de pedir, relação de dependência entre os pedidos, identidade de factos essenciais
integradores das causas de pedir, mesmas normas legais ou cláusulas contratuais aplicáveis.

A ampliação do objeto do processo pode ter também lugar por reconvenção, isto é, por via de pedido
dirigido pelo réu contra o autor (art 266 nº1).

A ampliação do objeto do processo pode ter também lugar por reconvenção, isto é, por via de pedido
dirigido pelo réu contra o autor (art 266-1). Para que a reconvenção seja admissível, tem de se verificar
algum dos elementos de conexão com o pedido do autor que vêm indicados no art 266 nº2.

Economia de atos e formalidades

A segunda vertente do princípio da economia processual implica a adequação da tramitação processual às


especificidades da causa (art 547 e 37-2 e 3), a proibição da prática de atos processuais inúteis (art 130) e a
redução da forma dos atos úteis à sua expressão mais simples (art 131-1).

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A lei proíbe a prática de atos—do juiz, da secretaria ou das partes—que, não tendo essa utilidade, apenas
teriam o efeito de complicar o processo, impedindo-o de rapidamente atingir o seu termo (art 130).
O princípio da economia processual, na vertente que consideramos, implica ainda a simplificação das
formalidades dos atos praticados no processo, cuja forma, sempre que lei especial não determine as
formalidades a praticar, de ser a que, nos termos mais simples, melhor corresponde ao fim que visam atingir
(art 131-1), sem prejuízo da clareza do seu conteúdo e da garagem da sua genuinidade (art 131-3 e 4).

Princípio da celeridade processual

Necessidade de o processo ser organizado em termos que possibilitem que chegue rapidamente à sua
natural conclusão.
Encontramos manifestações deste princípio na brevidade dos prazos (art 162 n-1) e na repressão do dolo
instrumental.
Há que ter atenção, no entanto, que não se pode exagerar esta celeridade. Temos de assegurar à
contraparte o seu direito de defesa. Assim, temos como morosidade necessária o dispositivo no art 569
(prazo para a parte contestar).

Princípio da igualdade

Outro princípio a destacar é o princípio da igualdade das partes ou da paridade processual.


Este princípio mais não é do que uma decorrência, ao nível do direito processual civil, da norma
constitucional que consagra a igualdade dos cidadãos perante a lei (art 13 da CRP).
Porque se visa uma igualdade substancial, e não meramente formal, é fundamental que o tribunal trate as
partes em termos de corrigir eventuais desigualdades e em termos de evitar a criação de desigualdades.

Princípio da gestão processual

O aumento exponencial do número de processos e a constatação de que, na sua maior parte, respeitam as
relações de consumo, cujo tratamento não carece da complexidade do processo comum de declaração, tem
levado, um pouco por toda a parte, à criação de formas legais simplificadas, mais adequadas do que as
tradicionais à composição eficiente dos litígios de massa, quando não à obtenção de títulos executivos
judiciais em processos de natureza não jurisdicional; e tem também conduzido, na ação declarativa, ao
reforço dos poderes funcionais dos juiz, a quem é concedida maior liberdade de atuação para uma melhor
consecução dos fins do processo.
Gestão processual é a direção ativa e dinâmica do processo, tendo em vista, quer a rápida e justa resolução
do litígio, quer a melhor organização do trabalho do tribunal. A satisfação do dever de gestão processual
destina-se a garantir uma mais eficiente tramitação da causa, a satisfação do fim do processo civil ou a
satisfação do fim do ato processual.
Ao falar-se em dever de gestão processual, e não em princípio de gestão processual, asseguram-se dois
objetivos. Primeiro, fica clara a ideia de que o juiz está (mesmo) vinculado a vem dirigir o processo, sendo
esta uma das vertentes que preenchem a sua atuação. Segundo, a ideia de que a gestão processual tem
natureza instrumental faze aos princípios estruturantes do processo.

Estrutura

O processo como sequência de atos

No campo do direito, a sequência são factos jurídicos. O processo de formação da lei, o processo de
formação do ato administrativo, o processo da formação do contrato ou o processo dinâmico da obrigação,
desde que se constitua até à sua extinção, consiste numa ordenação não arbitrária de factos em função dum
resultado jurídico (lei, ato administrativo, contrato, realização da prestação). O mesmo acontece com o
processo jurisdicional (de constitucionalidade, administrativo, fiscal, penal, civil), que é sempre uma
sequência de atos jurídicos (das partes, do tribunal, de terceiros intervenientes) ordenados para um fim.
Estes atos ordenam-se, por sua vez, em fases sucessivas. Assim, o processo comum, tem, na ação
declarativa em 1ª instância, as seguintes fases:
 fase dos articulados, ao longo do qual as partes alegam a matéria de facto e de direito relevantes
para a decisão (petição inicial, citação do réu, contestação, notificação desta ao autor)
 fase da condensação, visando verificar e garantir a regularidade do processo, identificar o objeto do
litígio, decidir o que possa já ser decidido e enumerar os temas da subsequente prova para
julgamento (todos enumerados na pág 18 livro verde)

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 fase da instrução, repartida em diligências conducentes à prova dos factos alegados pelas partes,
tendencialmente concentradas na audiência final, mas podendo, por sua natureza, ter lugar antes
dela (implicando o requerimento das partes, despachos e notificações)
 fase da discussão, em que as partes exprimem os seus pontos de vista sobre a decisão a proferir
mediante alegações sucessivas, de facto e de direito, dos mandatários judiciais do autor e do réu
 fase do julgamento, mediante prolação da sentença, sua notificação às partes, eventuais
reclamações quando não seja admissível o recurso, notificação da contraparte para lhes responder e
decisão delas.

Função

Espécies de ações

A sequência processual dirige-se a finalidades diversificadas, consoante o tipo de pedido que o autor formula
ao tribunal instaurar o processo (o pedido deduzido pelo autor na petição inicial, com que abre a sequência processual, pode vir
a ser alterado, ampliado ou reduzido, nos termos dos art-264 e 265. Pode o réu, em reconvenção deduzida no ato da contestação,
deduzir por sua ver, um pedido/s contra o autor e até, em certos casos, contra terceiro chamado a intervir no processo (art-266 e 317-1)).
O art 10 distingue as ações declarativas das ações executivas e, dentro das primeiras, as ações de simples
apreciação, de condenação e constitutivas.
 Ações de simples apreciação, o autor pede ao tribunal que declare a existência ou inexistência de um
direito ou dum facto jurídico. É uma ação de utilização rara, cuja admissibilidade geral foi durante
muito tempo discutida, que reveste manifesta utilidade em certos casos em que se pretende obter o
reconhecimento dum direito
o “Inexistência de um direito” —o autor pretende ser declarado proprietário de determinada
coisa contra alguém que anda afirmando que ele não o é, ou porque de outro modo não pode
registar o seu direito, ou que seja declarado que o réu não é proprietário de certa coisa que o
autor possui
o “Facto jurídico” —o autor pretende que seja declarado que a celebração de determinado
contrato de empreitada, que o réu afirma ter tido lugar, na realidade não se verificou; ou que
determinado contrato, que celebrou, é nulo, ou pelo contrário válido; ou que ocorreu
simulação processual; ou ainda que certo documento, que o réu afirma ter sido por ele, autor,
assinado, na realidade não foi, ou que a sua assinatura foi aposta em outro texto,
seguidamente falsificado. A mera declaração de existência (ou inexistência) ou da validade
(ou nulidade) dum ato jurídico, ou da simulação do litígio, bem como a da genuinidade ou da
falsidade dum documento, com abstração dos respetivos efeitos, constituem apreciação da
existência/inexistência dum facto produtor de efeitos de direito, isto é, dum facto jurídico.
 Ações de condenação, sem prejuízo de o tribunal dever ainda emitir aquele juízo declarativo, dele se
pretende também que, em sua consequência, condene o réu na prestação duma coisa ou dum facto.
O pedido de declaração prévia do direito ou do facto jurídico pode ser expresso, caso em que se
verifica uma cumulação de pedidos (art 555); mas pode o autor limitar-se a pedir a condenação do
réu e então o juízo prévio de apreciação mais não é do que pressuposto lógico do juízo condenatório
pretendido.
Ação de condenação pode, com efeito, ter lugar na previsão da violação do direito, dando então lugar
a uma intimação ao réu para que se abstenha de o violar (1276 CC) ou à condenação a satisfazer a
prestação no momento do vencimento (art 557 a 610).
o “Ação de condenação” —o autor afirmando-se proprietário ou possuidor, pretende que o réu
seja condenado a restituir-lhe a coisa própria ou possuída; ou, afirmando-se credor, pretende
que o réu seja condenado a efetuar a prestação devida
o “O facto jurídico pode ser expresso” —o autor pede que o tribunal declare que ele é
proprietário ou possuidor e que, consequentemente, condene o réu na restituição; ou que o
tribunal declare que o contrato que invoca como causa de pedir é válido e,
consequentemente, que o réu seja condenado a cumpri-lo.
 Ação constitutiva, exerce-se um direito potestativo. Perante o pedido de alteração das situações
jurídicas das partes, o juiz, pela sentença, cria novas situações jurídicas entre elas, constituindo,
impedindo, modificando ou extinguindo direitos e deveres que, embora fundados em situações
jurídicas anteriores, só nascem com a própria sentença.
o “direito potestativo” —o autor pede ao tribunal que, com determinado fundamento, declare a
dissolução, por divórcio, do seu casamento com a ré; que seja fixada uma pensão de
alimentos; que, com fundamento em erro, seja anulado um negócio jurídico que celebrou
com o réu; que, por contrária à lei ou aos estatutos da sociedade, seja anulada uma

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deliberação social; ou que, por incumprimento de contrato-promessa, seja emitida sentença


de execução específica
Diferentemente da ação declarativa, a ação executiva tem por finalidade a realização coativa de uma
prestação devida (art 10-4). Não se trata de declarar direitos, preexistentes ou a constituir. Com ela passa-se
da formulação concreta da norma jurídica para a sua atuação prática, mediante o desencadear do
mecanismo de garantia. Pode ter como finalidade a reintegração dum direito real, mediante a entrega da
coisa sobre que incide ao respetivo titular, ou a realização específica duma prestação obrigacional não
pecuniária; mas visa, mais frequentemente, a realização coativa duma obrigação pecuniária, primária ou de
indeminização, tenha-se esta última constituído como sucedâneo duma relação primária de obrigação
incumprida ou na sequência da violação dum dever genérico de conduta.
 Execução para a entrega de coisa determinada (art 827CC), pode ter na sua base um direito real ou
um direito de crédito, não sendo possível a entrega da coisa devida, se passar a executar a
obrigação de indemnizar (art 867), que, imposta por uma norma secundária sancionatória, surge
como sucedâneo da obrigação originária de prestação de coisa.
 Execução para a prestação de facto, seja este um facto positivo fungível (art 828 CC) ou consista na
demolição de obra feita em violação duma obrigação de omissão (art 829 CC), consistindo na
prestação do facto por terceiro e como tal representando para o credor o cumprimento coercivo da
norma primária de obrigação, implica sempre, para o devedor, obrigação de a custear, isto é, uma
obrigação pecuniária sucedânea da obrigação de prestação originária, sem pressão por terceiro (art
868-1) e sendo que não há alternativa a esta quando o facto apostar seja infungível (art 767-2 CC)
 Execução para o pagamento de quantia, o credor e sequente tem o direito a exigir do devedor
executado determinada quantia em dinheiro. A regulamentação da ação executiva para o pagamento
de quantia certa encontra-se a partir do art 724

Procedimentos cautelares

São meios ou instrumentos jurídico-processuais que são disponibilizados pelo legislador do CPA ou pelo
legislador de legislação avulsa que é disponibilizado ao requerente (autor), destinado a cautelar o efeito útil
da ação principal de que aparentemente ele depende). O réu não pode requerer um procedimento cautelar
 Porque que é que podemos dizer que o procedimento cautelar não é uma ação?
o Na ação tenho obrigatoriedade de provar que o direito existe, no procedimento não se tem de
provar a existência do direito
o Numa ação tenho a autonomia, ou seja, temos um instrumento jurídico processual, no
procedimento cautelar temos uma ação já instaurada na pendência ou ainda a instaurar-se.

Vamos utilizar estes procedimentos cautelares, se não queremos que a situação de facto se altere
drasticamente.
 Providencia cautelar vs. procedimento cautelar
o Não são sinónimos sendo as diferenças as seguintes:
 Art 373 nº1 alínea a e c—o legislador faz alusão à extinção do procedimento e à
caducidade do procedimento
 O procedimento cautelar é um instrumento jurídico processual, este instrumento
tem o objetivo de permitir que o tribunal atribua ao requerente uma determinada
medida destinada a cautelar o efeito útil da ação.
 Temos uma ação que recorre sobre a forma da ação, dentro do processo temos de
ter um pedido (pretensão que estamos a dirigir ao tribunal). A providencia cautelar
é o pedido que é dirigido.
Características:
 Procedimentos cautelares têm falta de autonomia porque dependem de uma ação que vai ser
proposta ou ainda vai ser proposta, porém, em certas circunstâncias os procedimentos cautelares
podem compor por si só os litígios (falta de autonomia sem prejuízo da inversão do contencioso)
 Instrumentalidade hipotética—os procedimentos cautelares são instrumentais relativamente às
ações, visam preparar os efeitos a obter no âmbito da ação principal. O procedimento só vai ser
julgado procedente na mera hipótese de vir a ser julgado favoravelmente ao requerente no processo
principal. Temos de fazer o juiz de prognose póstuma—tenho que ver ao longo se este direito no
âmbito da ação principal vai ser acautelado por via de ação, esta vai ser acautelada, é necessária
uma previsão positiva.
 Provisoriedade—só se mantem enquanto não houver uma decisão definitiva no âmbito da ação
principal. Quando houver esta, deixa de fazer sentido a sua existência.
 Estrutura (processual) simplificada—só comportam 2 peças, uma por cada uma das partes.

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 Celeridade ou urgência—os procedimentos cautelares precedem qualquer outro serviço judicial não
urgente, o tribunal tem que dar tratamento especial a estes. Imediatamente á audiência há uma
decisão e, por isso, eles são céleres (art ??) tem natureza urgente, correm durante as férias judicias.

Requisitos ou pressupostos:
1. Probabilidade séria da existência do direito (fummus bónus iuris) — art 368 nº1 primeira parte
2. Perigo da demora judicial (pericullum in mora) — art 362 nº1 e 368 nº1 segunda parte. As lesões têm
de ser atuais e dificilmente reparáveis.
Estes 2 requisitos têm de se verificar em todos os procedimentos cautelares
Os outros 3 são requisitos dos procedimentos cautelares comuns (art 362 a 376), são aqueles que não são
especificados. Os procedimentos cautelares especificados constam nos art 377 a 409.

3. Adequação (art 362 nº1 segunda parte) —a providencia conservatória ou antecipatória é a finalidade
que se pretende obter no âmbito da providência cautelar, a diferença entre estes dois é da
providencia cautelar comum e especial.
a. Antecipatórios: ex: arbitramento da reparação provisoria, sei que vou ter direito a uma
indeminização porque sofri uma lesão corporal grave porque decorreu a morte de um
determinado acidente e os seus herdeiros vão ter direito a uma indeminização quando a
ação for julgada favorável, através da atribuição aos lesados de uma quantia sobre a forma
de renda mensal que esta a ser antecipada.
b. Conservatórios:
i. A providencia cautelar é ou não idónea

4. Proporcionalidade (art 368n nº2): traduz-se no facto de o prejuízo que derivar da conceção da
providência não poder implicar um prejuízo consideravelmente superior ao dano que se pretende
evitar com a concessão da providência, ou seja, não podemos causar ao requerido da providência
cautelar um prejuízo, mas este não deve ser consideravelmente superior ao dano que se pretende
evitar com a conceção da providência.

5. Subsidiariedade (art??): diz respeito ao facto de o procedimento cautelar comum ter natureza
subsidiária, ou seja, não posso ir diretamente para o procedimento cautelar comum, sem ver que a
ação que importa cautelar não está prevista nos procedimentos cautelares especificados. Em todos
os aspetos que o legislador não diz como se vai processar, temos de ingressar pelos procedimentos
cautelares especificados

 aqueles que são especificados (art 377 e a 409)


 cautelares comuns (362 a 376)
 376 nº1—toda a tramitação que temos no procedimento cautelar comum, desde que não afronte o
procedimento cautelar específico é aplicado aos procedimentos cautelares não específicos. Ou seja,
tudo o que esta regulado no âmbito do procedimento cautelar comum são transponíveis para o
procedimento cautelar especificado
 Direito de ação (2 nº2) —no final estão os procedimentos cautelares
 Ronaldo sabe que vai ser publicado uma notícia que é gay na próxima quinta-feira o que se podemos
pedir? intenta-se uma ação no tribunal e a revista vai alegar que há uma liberdade de expressão.
Redigir um pedido de providencia cautelar de notificar a revista para não proceder aquela publicação
enquanto no tribunal não se souber se a revista pode publicar ou não. Não é adequado que ele
viesse pedir ao tribunal uma quantia certa por conta do seu bom nome, o que era adequado

Aspetos a nível de tramitação do procedimento cautelar comum (art 363)

 O procedimento cautelar a nível do momento deve ser requerido, em qualquer uma das
circunstâncias, como preliminar (antes da ação principal da qual vai depender ter sido instaurada
alínea a nº1 art 373), a par (corre como incidente, dou entrada da ação e no momento posterior
instauro o procedimento) ou depois da ação.
 Art 364 nº1—é possível requer procedimentos cautelares já no âmbito da ação executiva, por
exemplo, caso do arresto, a penhora tardia.
 Art 364 nº2 e 3—em alguns dos casos temos recurso e se o processo tiver subido, só vai haver
procedimento cautelar quando os autos baixam

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 Art 365 nº2—sanção pecuniária compulsória, o tribunal vai notificar o requerente para que adote ou
abstenha um comportamento, mas o requerido não o faz, podemos condená-lo ao pagamento de
determinada quantia por cada dia que se recuse a efetuar o que o tribunal lhe diz
o Se o requerido não cumpre, pratica um crime de desobediência qualificada
Quando é que o requerido toma posição/exerce o seu direito quanto ao procedimento cautelar?
 Art 366—o requerido toma posição quanto ao procedimento cautelar, logo no momento ulterior de
apresentação destas peças. Da entrada e a secretaria pode fazer 2 coisas:
o Citar o requerido para este deduzir oposição no próprio momento da apresentação das peças
o Quando a ação já esta instaurada, dá-se a notificação do requerido
 Dois momentos para ele se opor:
o Art 366 nº1—depois do decretamento da providência. O tribunal dispensa a audiência do
requerido, quando o requerente vai ter que no seu requerimento principal de dizer que a
oposição do requerido só devera ser levado a cabo depois do decretamento da providencia.
No arresto o juiz sabe da providencia antes do requerente dizer
o 367 (audiência final) – 365 nº3—10 dias para ele se opor—o art 294 nº1 as partes não
podem trazer mais do que 4 testemunhas

Inversão do contencioso

Foi introduzido no CPA 2013


 Porque é que vou obrigar o requerente a instaurar a ação se eu no procedimento cautelar podia
resolver todas as questões que iriam ser apreciadas no âmbito da ação principal? Relacionado com
o princípio da economia processual (art 373 nº1 a)
Esse ónus da propositura de ação principal por parte do requerente (situação normal). Esse ónus vai passar
a recair sobre o requerido, que tem 30 dias para instaurar uma ação que visa impugnar a existência do direito
acautelado (que já está, por via do tribunal, decidido). Se não o fizer, a decisão do procedimento cautelar é
definitiva (composição definitiva do litígio). Através da concessão da providência cautelar, tem a situação
julgada.
Onde?
o Está previsto nos art 369 e 371
o Art 369. 4 requisitos:
 Dois de ordem adjetiva:
 Requerimento (nº1) —o juiz mesmo que considere que o caso em concreto
era suscetível de inversão do contencioso se não tiver o requerimento
 nº2—o requerimento tem de dar entrada até ao encerramento da audiência
final
 Dois de ordem substantiva:
 Convicção segura—matéria de facto: aquilo que as partes trazem e que foi
provado permitem que o juiz saiba que este direito existe, em vez de ter na
ação principal tem na...;
Decreto a inversão do contencioso o que devo fazer assim? Art 371, ação que o requerido tem de instaurar é
uma ação de impugnação, se não se invertesse o contencioso visava confirmar a existência do direito a
cautelar. Se o requerido não o fizer existe uma composição definitiva do litígio.
Art 645 nº3
Pode-se aplicar a inversão do contencioso desde que esteja verificado os artigos 369.

Começa aqui o que está bem escrito


Art 364 nº2 e 3—está relacionado com a relação de dependência entre o procedimento cautelar e a ação
principal—o procedimento cautelar está dependente de uma ação principal, este pode ser requerido antes de
proposta a ação principal, aqui funciona como preliminar, ou pode ser requerido depois de proposta a ação
principal, e aqui funciona como incidente. Quando é requerido antes de proposta a ação principal, a partir do
momento em que a ação principal é proposta, o procedimento cautelar estando dependente da ação é ele
que vai ser apensado (anexado). Quando a ação já está proposta pode acontecer o facto de haver um
recurso interposto e o procedimento cautelar só poder ser verdadeiramente apensado aos autos (é o
processo) quando a ação descer, neste caso em concreto, temos um recurso que vai subir conjuntamente,
em bom rigor, esta ação não está pendente na 1ªinstancia, logo, só quando ela descer à 1ªinstancia, quando
houver a decisão do recurso, é que podemos apensar os autos de procedimento cautelar.

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Art 364 nº3 (art 637 e 645) —vamos tomar como base, o recurso mais usual, que é o recurso da relação, ou
seja, quando não nos conformamos com a decisão do tribunal de 1ªinstancia e vamos impugnar essa decisão
de 1ªinstancia junto do tribunal da relação, normalmente, fazemo-lo através do recurso da relação. O que
pode acontecer é que a ação da qual o procedimento cautelar depende pode estar em fase de recurso e se
esse recurso subir nos próprios autos, se não subir em separado (ou seja, temos de requerer uma certidão
das peças processuais que nos interessam para efeitos de demonstração de recurso e só sobem essas
peças processuais para o tribunal da relação, portanto, em 1ªinstancia o processo fica disponível e aí não há
problema, porque o procedimento cautelar é apensado à ação que está na 1ªinstancia; quando o recurso
sobe nos próprios autos, todos os autos sobem ao tribunal da relação, o que significa que enquanto não
houver acórdão os autos não estão na primeira instancia, se dizemos que o procedimento cautelar está
dependente e corre por apenso aos autos de primeira instancia, não estando esses autos na primeira
instancia, ele não pode ser apensado).
Sendo assim, o art 364 nº3 diz-nos que só quando os autos descerem à 1ªinstancia é que o procedimento
cautelar vai ser apensado aos mesmo.

Quando não nos conformamos com uma decisão prolatada por um tribunal de 1ªinstancia, podemos reclamar
da mesma, ou seja, estamos no âmbito do mesmo tribunal que proferiu a decisão; ou vamos interpor recurso,
quando se interpõem recurso, interpomos para o tribunal superior, para o tribunal da relação, há duas formas,
no que diz respeitos aos efeitos do recurso:
 Pode subir nos próprios autos, o que significa que os autos sobem ao tribunal da relação, para o Sr.
desembargadores (magistrado dos tribunais de 2ªinstancia) terem conhecimento de tudo aquilo que
se passou no processo e, se sobem ao tribunal da relação, não estão no tribunal de 1ªinstancia,
portanto, o procedimento cautelar não pode ser apensado.

 São 2 meios jurídico-processuais distintos, por exemplo, o incidente da instância, os procedimentos


cautelares correm por apenso, mas não dão origem ao mesmo processado. Uma coisa é o processo
principal outra coisa são os incidentes ou os procedimentos cautelares. Partindo do princípio, que só
estou a recorrer de uma decisão que foi proferida no processo principal, o procedimento cautelar não
tem de subir, este só vai subir quando não me conformar com a decisão que foi tomada no âmbito do
procedimento cautelar, aí é que é passível de recurso.

 Portanto, na prática temos 2 autos: os autos de processo principal e os autos de procedimento


cautelar, se estes últimos, tem de ser apensados aos autos principais e se, os autos principais não
estão na 1ªinstancia, só quando eles descem à 1ªinstancia é que podem ser apensados.

 Os procedimentos cautelares, via de regra, são proferidos na 1ªinstancia, mas são passíveis de
recurso para o tribunal da relação, coisa diversa é se é possível recurso para o supremo tribunal de
justiça, aí nos termos do nº2 do art 370, das decisões proferidas nos procedimentos cautelares,
incluindo a que determina a inversão do contencioso, não cabe recurso para o STJ, por norma, o
recurso é para o tribunal da relação.

 Se não recorrer da decisão do procedimento cautelar, para que é que ele vai subir para o tribunal da
relação? O procedimento cautelar só sobe ao tribunal da relação se eu interpuser um recurso de uma
decisão proferida no âmbito do procedimento cautelar. O que o legislador diz é que, se os autos
principais a que devem de ser apensados os procedimentos cautelares não estiverem em
1ªinstancia, se tiverem no tribunal da relação, eles só serão apensados a ação, quando esta descer à
1ªinstância.

Art 364 nº1—o legislador está-nos a dizer que, o procedimento cautelar depende de um processo principal,
exceto se for decretada a inversão do contencioso.
Não tenho obrigatoriedade de instaurar uma ação se tiver sido decretada a inversão do contencioso.
 Quem é que requer a inversão do contencioso? É o requerente/autor, se o requerido a quem vai ser
transmitido o ónus de propositura de ação de condenação, nada faz, aquilo que foi decidido no
âmbito do procedimento cautelar consolida-se como solução definitiva do litígio. Logo, o requerente
não tem necessidade de instaurar a ação principal, logo, o procedimento cautelar, nesse caso, não é
dependência de nenhuma causa.

Inversão do contencioso

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Como é que se pode aplicar a inversão do contencioso? E a forma como acontece?


 Pode-se aplicar desde que verificados os requisitos previstos no art 369, ou seja, desde que o
requerente solicite ao tribunal a inversão do contencioso (art 369 nº1, 1 parte) —1º requisito
 Desde que o faça nos termos do art 369 nº2 até ao encerramento da audiência final—2º requisito,
ordem adjetiva
 Desde que a matéria adquirida no procedimento cautelar, permitir ao juiz formar convicção segura
acerca da existência do direito acautelado–3º requisito, ordem substantiva
 Se a natureza da providencia decretada for adequada a realizar a conclusão definitiva do litígio, ou
seja, em princípio só ocorrerá no âmbito das providencia cautelares de natureza antecipatória—4º
requisito
Se tiver reunido estes 4 requisitos, o tribunal, em conjunto com a decisão da concessão da providencia
cautelar, ou seja, dá razão em termos materiais ao requerente, vai decretar a inversão do contencioso, ou
seja, vai dizer ao requerente que este está dispensado de instaurar a ação da qual, supostamente, este
procedimento cautelar dependeria. Este ónus vai passar para o requerido e este tem 30 dias para impugnar a
existência da providencia cautelar, porque caso não o faça, a decisão que o juiz acaba de tomar no âmbito do
procedimento cautelar, ou seja, a providencia cautelar que foi decretada, é definitiva, julga definitivamente o
litígio que têm. Neste caso em concreto, não há necessidade de instaurar a ação principal.

Pode acontecer uma coisa diversa que é a seguinte: o requerido, não querendo que a decisão decretada
faça a composição definitiva do litígio, instaura a ação a impugnar a existência do direito acautelar (art 371).
Nesta circunstância, vamos ter a apreciação se, de facto, esse direito existe ou não.
Exemplo: se há alguém que está a levar a cabo um ato de corte de arvores no âmbito de um terreno que é
minha propriedade e se eu instauro um procedimento cautelar comum pedindo ao tribunal que notifique essa
pessoa para que ela para de imediato esse ato de desflorestação e se eu requeri a inversão do contencioso,
significa que, se o tribunal tiver todos os elementos de prova necessários a ver que há uma violação do meu
direito, pode notificar o requerido para ele de um momento para o outro para com esses atos. Pode também,
se eu tiver requerido, inverter o contencioso, ou seja, dizer que “tu que estas a proceder ao corte das árvores,
se achas que tens direito a proceder a esse corte, se quiseres, instaura uma ação a impugnar a existência do
direito que eu acautelei, por via da concessão da providencia cautelar ao requerendo”. Sob pena de: ele não
o fazendo, e passando 30 dias, haver a composição definitiva do litígio, ou seja, eu requerendo, não tenho de
instaurar uma ação principal para nada porque através do procedimento cautelar já foi observado que eu
tinha direito de propriedade daquele terreno, que aquelas arvores me pertenciam e que o individuo que anda
a proceder ao corte das arvores não o queria fazer, sendo assim, não preciso da ação principal para nada.
A ação acaba aqui a não ser que o, requerido, viesse alegar, por exemplo: “eu ando a cortar as arvores
porque fruto da existência de um direito de arrendamento eu tenho o arrendamento rural daquele terreno e,
por isso, tudo o que esta lá pertence-me”. Então ele instaura uma ação para impugnar o direito acautelado,
sendo assim, não se consolida o litígio.

A ação de inversão do contencioso só faz sentido se não houver necessidade de instaurar a ação principal,
se a ação principal já esta instaurada, não faz sentido inverter o contencioso.
Em qualquer circunstância, havendo ação principal, ela tem sempre que ser decidida (ir para a frente) porque
o objetivo no âmbito de uma ação principal é obter uma decisão final.
Os procedimentos cautelares, excetuada a inversão do contencioso, por estarem sempre na dependência de
uma ação principal, são provisórios, significa que, eles só subsistem enquanto não houver a decisão
principal. Logo, vou ter sempre que ter a decisão principal, dessa ação principal.

Procedimento cautelares especificados

Ao falar do procedimento cautelar comum, vimos que para determinadas situações especificas, o legislador
criou meios específicos de tutela cautelar. Esses meios específicos assumem a designação de
procedimentos cautelares especificados, estes procedimentos assumes várias especificações:
 Podem ser procedimentos de garantia: garantem ou visam garantir a realização de um direito

o Arresto (art 391 a 396): visa garantir patrimonialmente um crédito (art 391 nº1), porque o
credor que tenha justo receio de perder a garantia patrimonial do seu crédito, pode requerer
o arresto de bens do devedor.
Exemplo: A e B celebram um contrato, B recebe um bem, mas não procedeu ao pagamento
do mesmo, por isso, fica a dever ao A quantia de 25000€, A está constantemente a notificar o
devedor para que este pague e B não o faz. A apercebesse que B começa a vender os bens

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de A, ou seja, há uma televisão que esta em casa que foi vendida a um terceiro, a par disso
havia obras de arte que também começaram a ser vendidas, o A não sabe quando vai
receber o dinheiro, portanto, tem que se agarrar ao património de B, mas se esse património
começa a desaparecer, vou ter aqui um chamado crédito incobrável. Sendo assim, vou
arrestar os bens do devedor, ou seja, nos termos do art 391 nº2, vou querer que alguém vá
apreender judicialmente os bens, que devera ser um funcionário judicial ou um agente
judicial, que se desloca às instalações para pegar nos bens e apreendê-los. Vamos
apreendê-los abstratamente, ou seja, fazer um auto de apreensão (lista de bens com valor
estimado que ficam aprendidos). No caso concreto, é quando não se tem confiança que o
devedor fique com os mesmos bens então peço que se remova os bens do interior da
moradia e se coloquem ou num armazém (constitui um depósito publico ou se tiver uma
garagem), à espera de haver uma conversão do arresto em penhora e que os bens serem
vendidos e, com o produto da venda dos bens, ser restituído com os 25000€.
o Quer no arresto, quer na penhora, os valores que são atribuídos aos bens, são sempre
cautelados por baixo, estamos perante uma situação de depreciação

o Arrolamento (art 403 a 409): Tanto o arresto como o arrolamento tem por objeto bens, mas
o posicionamento quanto aos bens é diferente porque no arresto quero os bens do arrestado
para garantir parcialmente o meu crédito, ou seja, quero que eles se vendam para com o
produto da venda, eu receber o montante da qual sou credor.
No arrolamento por ser também proprietário do bem em conjunto com a pessoa que vai ser
alvo do arrolamento, quero que na pendencia de uma ação, que pode ser de divorcio, de
partilha, etc; para que os bens não se dissipem eles fiquem arrolados, ou seja, sei que fazem
parte de uma herança uma série de vens e, com o auxílio do tribunal vou fazer um role de
todos os bens que existem para no fim, não virem dizer que afinal os bens não existia.
Exemplo: quando foi arrolado um conjunto de moedas e de selos, ela existia, e portanto, o
valor do conjunto de moedas e de selos tem que ser dividido entre aqueles que são
proprietários dos mesmos. Nos temos do art 403 nº1, quando eu tenho justo receio de
extravio, de ocultação ou de dissipação de bens, móveis ou imóveis, inclusivamente
documentos, posso requer o arrolamento.
Exemplo 2: a coleção de moedas é composta por moedas francesas do ano de 1700,
moedas portuguesas de 1980 que tem o valor de 5000€, no final do processo, essa coleção
de moedas pode ter desaparecido, mas uma coisa eu sei, elas existiam quando foram
arroladas e tem um valor de 5000€, logo esse montante tem que ser distribuído por quem
tem direito.
Exemplo 3: A divorciou-se de B, mas estes têm uma conta em conjunto que ambos podem
movimentar, mas B tem um justo receio que A desapareça com o dinheiro, B pode requer o
arrolamento dessa conta bancaria.

 Regulação provisoria: visam regular provisoriamente uma determinada situação jurídica

o Embargo de obra nova: os requisitos deste procedimento cautelar específico são os


seguintes:
1. Tem que haver uma obra—de acordo com o legislador é uma obra nova, mas que
dentro deste conceito engloba, não só os os atos de construção, mas também os
atos de restauro, remodelação, escavação e ampliação.
2. Esta obra tem que estar a decorrer
3. Tem que haver um dano ou prejuízo
Sendo assim, esse alguém que está a sofrer um dano/prejuízo apreciável em virtude desses
trabalhos de construção pode lançar mão do embargo.
De que forma? O embargo extrajudicial, é parecido com este procedimento cautelar, aquele é
feito em 1ªinstância, através do contacto direto entre o lesado e o dono da obra, e digo-lhe
“pare imediatamente com os trabalhos”, isto deve ser feito perante 2 testemunhas, mas
depois sob pena de não estarmos a validar determinados atos que consubstanciavam a
hétero-tutela, eu vou ter que pedir a ratificação judicial deste embargo extrajudicial. Por isso
é que se prevê esta figura no âmbito do CPC (art 397 nº2 e nº3 final-ratificação judicial—
aprovar de modo oficial os termos e condições).
Art 398—as pessoas coletivas publicas poderem lançar mão deste procedimento cautelar
especificado. Estes entes públicos, normalmente tem ius imperium, portanto, não têm

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necessidade de recorrer aos tribunais, podem, de modo próprio, embargar determinadas


obras, mas por vezes não estão verificados os requisitos para que os possam fazer por via
administrativa, nestas circunstâncias, o legislador diz: “quando isso não ocorre, as pessoas
coletivas públicas, poderão lançar mão do embargo de obra nova”.

Art 401—Neste artigo estabelece-se a possibilidade de mesmo embargada a obra, em certas


circunstâncias, não se duvida que o embargante tenha determinado direito e que esse direito
esteja a ser violado pelas obras, mas coloca-se na balança também os interesses do
embargado ou inclusive o interesse de terceiros que possam decorrer da obra que está a ser
realizada pelo embargado, por exemplo, o interesse público. Portanto, há certas obras que
ao parar, vão estar a lesar ainda mais e de uma forma consideravelmente não só, o próprio
embargado como também outros cidadãos, sendo assim, a obra vai poder continuar.
Exemplo: construção de um túnel que serve uma população, a construção de uma escola,
de um hospital, de uma ponte; são obras que não beneficiam só uma pessoa em concreto.

Restituição provisoria de posse: Têm que estar verificados 3 requisitos (art 377):
1. Posse
2. Esbulho—ato que priva alguém no exercício dessa posse
3. Violência—pode ser exercida contra pessoas ou bens

Quando não temos previstos estes requisitos, não temos possibilidade de lançar mão do
procedimento cautelar de restituição provisória. Em alternativa temos o procedimento
cautelar comum, que por vontade expressa do legislador, nos termos do art 379, esta
situação é peculiar porque normalmente, o facto de haver um incumprimento por parte do
requerente relativamente aos requisitos de um procedimento cautelar especificado, não
permite que se lance mão de um procedimento cautelar comum. Quando falamos da
subsidiariedade do procedimento cautelar comum, não é nesse âmbito.
Exemplo: vamos partir do pressuposto que eu tenho 5 dias para lançar mão de um
determinado procedimento cautelar especificado. Não o faço dentro desses 5 dias, faço ao
fim de 10 dias. O simples facto de um requerimento ser indeferido ou não aceite por
extemporaneidade, não posso lançar mão de um procedimento cautelar comum.
Caso diferente é o que acontece na restituição provisória de possa que não tendo a
verificação de determinados requisitos, ainda assim, posso lançar mão de um procedimento
cautelar comum.
Esta restituição provisoria de posse depende das ações possessórias ou de uma ação de
reivindicação de propriedade. Estas ações em princípio existem sem prejuízo de poder haver,
por vontade do legislador, a inversão do contencioso, ou seja, podemos ter o procedimento
cautelar a servir como composição definitiva do litígio. Há uma grande similitude entre o
objeto processual da ação possessória e o objeto processual do procedimento cautelar, e
dada a identificação desses objetos podemos ter uma decisão definitiva no âmbito do próprio
procedimento cautelar. É um dos casos que farão mais sentido no que diz respeito ao
requerimento da inversão do contencioso.

o Suspensão de deliberações sociais (art 380): pode ser tomada por uma sociedade, em
princípio comercial, uma associação ou um condomínio (art 383).
Qualquer sócio, ou associado que esteve presente ou não, nessa dita assembleia de
condóminos decide impugnar essa deliberação, de modo definitivo, através de uma ação, ou
de modo provisório, através da suspensão de deliberações sociais. Ou seja, o tribunal vai
apreciar se de facto, ainda que de forma suspensória, se aquela deliberação está ou não a
contrariar os instrumentos normativos, estando, vai suspender a mesma. A suspensão não é
produtora de eficácia enquanto o tribunal não verificar se de facto contraia ou não os ditos
estatutos.
Art 382 e art 376 nº4—é uma figura que pode recorrer à inversão do contencioso

 Antecipação: quando visam antecipar para o procedimento cautelar determinados efeitos que se vão
levar a cabo no âmbito do processo principal

o Alimentos provisório: atribuição aquele que tem direito a alimentos, tem direitos a eles em
casos de, por exemplo, filhos menores ou maiores desde que ainda estejam em formação ou
os conjugues. Só que os alimentos demoram algum tempo a serem fixados, como é que vão

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sobrevivem durante esse tempo? Podem requerer ao tribunal que se arbitre uma
determinada quantia mensal sobre a forma de alimentos provisórios, para poderem enfrentar
a vida.
São devidos a partir do 1º dia do mês subsequente à data da dedução do respetivo pedido—
art 386 nº1
Art 386 nº2—se eventualmente os alimentos não vierem por qualquer motivo a ser fixados
definitivamente, o montante que se recebeu a título de alimentos provisórios, não tem que
ser restituído.
Art 2007, 2009 CC, 2013 e ss—alimentos definitivos, servem para saber quem tem direito a
alimentos devo recorrer ao Código civil

o Arbitramento de reparação provisória: neste caso, o montante que se recebeu a título


provisório têm que ser restituído (art 390 nº1). É utilizado na circunstância:
 De advir furto da morte da lesão corporal podem requerer uma ação de
indeminização (388 nº1 e 388 nº4)
 Quando essa indeminização estiver prevista para os casos em que existe um dano
suscetível que põem efetivamente em causa o sustento do lesado (art 388 nº1 e
nº4).
A pessoa que tem direito aos alimentos provisórios, sabe que muito provavelmente no final
da ação de indeminização vai receber uma indeminização, mas ela sabe também que por
não ter determinados mecanismos de subsistência até a esse momento definitivo, está
carecida dos montantes indemnizatórios. O que se vai fazer nesse caso: vai se antecipar
para o procedimento cautelar, as quantias indemnizatórias parciais, mas tudo aquilo que for
recebido entretanto, vai ser deduzido da quantia indemnizatória que for fixada no final, ou
seja, se vou ter direito a uma indeminização de 200000€, e se a pessoa entretanto recebeu a
título de arbitramento de reparação provisória 20000€, no final, vai receber apenas 180000€.

Meios de resolução alternativa de litígios

São aqueles que se apresentam alternativamente aos meios judiciais/comum. Quando temos um litígio entre
2 ou mais partes, podemos resolvê-lo através do recurso ao tribunal. No entanto, os tribunais muitas vezes
ficam inundados de trabalho e, portanto, o legislador nessa sequência decidiu criar determinados sistemas
que se apresentam algumas vantagens, razão pela qual, muitas vezes os cidadãos preferem, ir para os
meios alternativos do que os tribunais judiciais. As vantagens são as seguintes:

1. Celeridade: por exemplo, uma situação que seja alvo de mediação pode resolver-se num espaço de
3 meses; uma situação que seja resolvida com recurso à arbitragem tem um limite máximo de 11
meses

2. Economia—arbitragem ad hoc, o preço que as partes pagam é muitas vezes superior ao preço que
iriam pagar por recurso aos tribunais judiciais. Pelo contrário, a arbitragem institucionalizada o custo
será mais acessível ao cidadão e a quem recorre a ele.

Quais são os meios?


 Conciliação (591 nº1 alínea a, 594) — poderá ser dividida em:
1. Conciliação não jurisdicional—por exemplo, conciliação que é levada a cabo pelo MP no
âmbito de determinadas espécies processuais (processo do trabalho e ao papel importante
que o MP assegura no exercício do patrocínio dos trabalhadores e dos seus familiares), ou
seja, o MP no domínio do direito processual do trabalho pode assegurar o patrocínio dos
trabalhadores, quando este não é sindicalizado. Um dos motivos que inviabiliza essa
situação por intermedio do MP é especialmente pelo facto do trabalhador ser sindicalizado. A
par do apoio judiciário, os trabalhadores ao invés de recorrem à SS, podem recorrer ao MP, e
quando o fazem este acaba por dar uma tentativa prévia de conciliação chamando perante si
a entidade empregadora, na prática, o MP acaba por dar uma consulta ao trabalhador para
verificar se há viabilidade ou não nas pretensões que o trabalhador está a expor, e partindo
do pressuposto que sim, vai convocar a entidade empregadora, para ver se o trabalhador e a
entidade empregadora se conciliam. Caso não aconteça, o MP assume as veste de
advogado, e patrocina o trabalhador no âmbito dessa ação, pelo menos enquanto este, não
constitui mandatário.

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Neste aspeto, podemos falar da conciliação que por vezes é levada a cabo por outra
entidade, também administrativa, também no domínio laboral que é a ACT (autoridade para
as condições do trabalho). Quando a ACT, na sequência de uma ação fiscalizadora ou
inspetiva deteta a existência de um conflito entre as partes, ela pode fazem com que as
partes cheguem a uma conciliação.
2. Conciliação jurisdicional—no âmbito de processos judiciais há sempre a possibilidade, desde
que estejamos sob direitos disponíveis, de proporcionar às partes que elas se conciliem,
sendo assim, podemos falar:
 Audiência prévia— tem como um dos seus fins essenciais, a realização de uma
tentativa de conciliação (art 591 nº1 alínea a, 594—não são iguais, uma coisa é a
tentativa de conciliação que é levada a cabo no âmbito da audiência prévia, outra
coisa pode ser a tentativa de conciliação que é levada a cabo num momento externo
a essa audiência prévia e a possibilidade que é conferida ao tribunal de convocar as
parte para uma tentativa de conciliação desde que o faça uma única vez, ou seja, o
art 591 é no âmbito da audiência prévia, desde que existam outros fins que não
apenas esta tentativa de reconciliação, e o art 594, desde que seja especificamente
para o dito fim.

 Negociação—é levada a cabo pelas partes, apesar de não ser comum de acontecer, porque
normalmente as partes têm um litígio elas vão extremar esse litígio ao máximo e será muito difícil
chegar a um acordo. Normalmente, essa negociação, por norma, é feita pelos mandatários
(advogado), apesar de estarem a representar os interesses do seu próprio cliente, uma vez que eles
não são diretamente interessados, em princípio, têm mais condições para fazer com que as partes
cheguem a acordo. O objetivo da negociação é que as partes cheguem a um acordo, a partir da
transação (1250 CC). É um contrato através do qual as partes chegam a acordo mediante recíprocas
concessões, significa que, nenhuma delas pode ter a pretensão de receber a totalidade daquilo que
almeja, portanto, uma das partes vai prescindir de algo e a outra também vai prescindir de algo,
então em princípio estarão reunidas as condições para chegarem a acordo e para celebrarem o dito
contrato de transação.

 Mediação (anexo ao CC: lei 29/2013 de 19 de abril) — possibilidade da mediação se levar a cabo
de:

1. Um modo pré judicial: as partes antes de recorrer ao tribunal decidem lançar mão da
mediação, o que caracteriza esta mediação é o facto de haver um terceiro imparcial
(mediador de conflitos) que vai tentar que as partes cheguem a um acordo, tenta mediar as
partes, esta mediação pode, quando as partes não cheguem a acordo gerar um processo
judicial.
Esta medicação tem por efeito a suspensão de prazos de caducidade ou de prescrição que
possam estar em curso, isto é relevante, porque por vezes as partes têm prazos apertados
para instaurarem ações judiciais, por exemplo, processo de trabalho, um trabalhador que
seja alvo de um despedimento comunicado por escrito tem apenas 60 dias para instaurar a
ação.
Como é que é possível um trabalhador lançar mão da mediação pré judicial se esta tem um
limite máximo de conclusão de 3 meses e a ação que ele vai instaurar tem um prazo de
caducidade de 60 dias?
 Só se justifica o recurso à mediação pré judicial se o trabalhador tiver a certeza que
enquanto está a recorrer a este sistema de mediação resolutiva de litígio, o prazo de
caducidade encontra-se suspenso, por que se não, o trabalhador não tendo garantia
alguma que se vai chega a acordo no âmbito da mediação recorreria logo ao tribunal.
Sempre que tivermos prazos de caducidade em curso, o simples facto de se recorrer
à mediação vai determinara. Suspensão desses prazos.

2. Pós judicial: ocorre quando já instaurei a ação e o juiz deteta que com a sua intervenção as
partes não chegaram a acordo, mas com a intervenção de um mediador de conflitos as
partes podem chegar a acordo.
O processo judicial que se encontra em curso vai suspender-se (suspensão da instância), o
juiz vai remeter esse processo e as partes para a mediação e na mera eventualidade de as
partes não chegarem a acordo no âmbito dessa mediação, vão ser novamente reconduzidas

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desse tribunal e os prazos que se encontravam suspensos vai retomar o seu decurso ou a
sua tramitação normal.

3. Pré judicial vs. pós judicial—no pós judicial já há uma ação instaurada, no caso da primeira
ela antecede a ação judicial que pode nunca chegar a existir
Art 273—a mediação só pode ter lugar quando ambas as partes estão de acordo, basta uma
das partes não estar de acordo, essa mediação é inviabilizada.
Sistema públicos de mediação penal, existe a par do sistema familiar e a par do sistema de
mediação laboral.

 Arbitragem—lei da arbitragem voluntária (lei 63/2011 de 14 de dezembro) pode ser:


1. Institucionalizava: por exemplo, há determinadas faculdades de direito que têm sempre
direitos de arbitragem inerente à própria faculdade. A universidade de Coimbra é um desses
casos, tem um centro de arbitragem, significa que, essas faculdades disponibilizam aos
cidadãos, neste caso, dos cidadãos do município de Coimbra a possibilidade de eles
chegarem a acordo através do auxílio de mediadores.
As faculdades têm interesses económico porque, o facto de as partes recorrerem à mediação
implica que tenham que pagar uma taxa de mediação, e por outro lado, tem o interesse na
formação dos estudantes, pois estes têm um acesso privilegiado às sessões de mediação.
Exemplo, no porto temos um centro de arbitragem de consumo, qualquer conflito que exista
entre um consumidor e um vendedor, pode ser resolvido não com recurso ao tribunal, mas a
este centro de arbitragem institucionalizado. No entanto, as partes podem, se decidirem
retirar o litígio aos tribunais judiciais, podem constituir elas próprias um tribunal arbitral.
Normalmente, quem exerce essas funções no âmbito dos tribunais arbitrais (funções de
arbitro), por vezes advogados ou professores de direito.
A mediação pode ser feita com base em sistemas público, ou então para cada caso individual

2. Ad hoc (propositadamente criada para aquele efeito)

 Julgado de paz— (lei 78/2001 de 13 de julho art 6, 8, 9, 10 a 14 da lei) porque dizem respeito às
regras de competência dos julgados de paz.
Competência dos julgados de paz: Ações declarativas (art 6 alínea a) se estivermos perante um
cumprimento e uma obrigação pecuniária emergente de contrato temos a intervenção do decreto-lei
acima referido e não do julgado de paz
Competência em razão da hierarquia: Ações contratuais ou extracontratuais, Ações de reivindicação,
ações de resolução de litígio entre proprietários, etc, caí no âmbito de aplicação dos julgados de paz.
Competência territorial (art 10 e ss): regra geral

Pressupostos processuais

Absolvição da instância vs absolvição do pedido:

 A absolvição do pedido diz respeito ao fundo da causa ou ao mérito, a absolvição da instância diz
respeito à forma, quando estamos a falar destas questões de forma estamos a aludir aos
pressupostos processuais.

 O pressuposto processual é: o elemento/s cuja a verificação depende, o dever do juiz de se


prenunciar quanto ao mérito da causa, significa que, as partes recorrem a tribunal para que este
decida a questão de mérito que elas trazem diante si, seja esta questão de mérito inerente a um
direito de credito, real, da família, sucessório, etc, ou seja, duas partes têm um litígio entre si porque
têm interesses conflituantes e o que elas pretendem é que o tribunal, fazendo apelo ao direito
substantivo, dê razão a uma ou a outra, mas para isto há determinados pressuposto que têm
obrigatoriamente que estar verificados, porque se não estiverem verificados, não estão reunidas as
condições para tribunal se pronunciar quanto ao mérito. Não estando reunidas essas condições para
se prenunciar quanto ao mérito, o tribunal só vai poder absolver o réu da instância e, portanto, na
prática a absolvição da instância é a consequência jurídica da falta de um pressuposto processual,
isto significa que, os pressupostos processuais têm que ser em princípio pressupostos positivos,
ou seja, têm que estar verificados no processo sobre pena do juiz não poder decidir quanto ao mérito
da questão.

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Exemplo—no âmbito de uma ação que têm, o valor de 150000€, a parte decide instaurar uma ação
sem estar acompanhado por um advogado (pressuposto do patrocínio judiciário), art 40 alínea a,
constatamos que esta ação é admissível ao recurso ordinário porque ultrapassa o valor da alçada do
tribunal de 1ªinstância que é 5000€. Neste caso, a parte não constituiu advogado, a consequência da
falta de advogado art 41e nos termos do art 278 nº1 alínea e e 577 aliena h, vamos ter uma
absolvição da instância, porque o pressuposto processual que era obrigatório não está verificado.
Exceções: Só há um caso em que podemos estar perante uma situação que não reconduza à
absolvição da instância, que é o caso da incompetência, esta sendo territorial pode implicar a
remessa do processo para tribunal competente.

 Os pressupostos processuais positivos, são aqueles que têm que estar verificados no processo
para o juiz se pronunciar quanto ao mérito:
o A personalidade judiciária
o A capacidade judiciária
o A legitimidade
o O interesse processual
o O patrocínio judiciário
o A competência

 Pressupostos processuais negativos, são aqueles que não podem existir num processo:

o Litispendência—quando temos duas ações pendentes para apreciação do mesmo objeto em


simultâneo, ou seja, há uma identidade de todos os elementos essenciais da causa, do
pedido, da causa de pedir e das partes, as partes são as mesmas e a causa de pedir, ou
seja, os factos que estão na origem do processo e o pedido também são os mesmos. Por
norma o que muda é a legitimidade processual ativa.
Por exemplo, queixas-crimes cruzada em que 2 indivíduos se envolvem em conflitos físicos,
e um diz que foi agredido e vai fazer uma participação criminal do outro, mas o outro, que
também levou um murro, faz queixa criminal contra o outro. Portanto, na prática temos 2
queixas-crimes que são sobre os mesmos factos que envolvem os mesmos indivíduos. A
nível cível isto também pode acontecer, podemos ter o A a reclamar de B, exatamente a
mesma coisa que B reclama de A. Quando isso acontece estando as 2 ações pendentes em
simultâneo temos a litispendência, quando isso acontece, mas a primeira ação já foi julgada
temos o caso julgado.
Normalmente falasse da litispendência e do caso julgado, este também implica a repetição
de uma causa ou de duas ações, o que acontece é que há uma ação que, entretanto, já foi
decidida e já transitou em julgado, quando uma é instaurada a outra já foi decidida. Na
litispendência quando uma é instaura a outra ainda está pendente. Quando uma é instaurada
e a outra ainda está em pendência
o Compromisso arbitral— Não posso ter a verificação de uma litispendência e, por outro lado,
também não posso ter um compromisso arbitral, se eu tiver uma convenção por intermédio
da qual as partes se obrigam a resolver qualquer litígio emergente daquele contrato com
recurso a um tribunal arbitral, as partes não podem recorrer a um tribunal judicial
(compromisso arbitral). Art 95—é um pacto de competência/compromisso arbitral

Pressupostos processuais competência

É importante porque ao conjunto dos tribunais está atribuído um poder, que é o chamada poder jurisdicional.
Portanto, quando falamos da jurisdição estamos a falar daquele poder que é genericamente atribuído aos
tribunais de julgar as causas, mas o problema está no facto de no âmbito da nossa organização judiciária
existirem imensos tribunais e, por isso, temos que saber qual é a fração do poder jurisdicional que está
atribuído a cada um dos tribunais em concreto, esta é a questão da competência.
Quando falamos em competência temos que estabelecer uma divisão daquilo que é a competência
internacional, daquilo que é a competência interna. Se tivermos algum elemento de conexão com uma ordem
jurídica estrangeira, nesse caso em concreto, nós começamos a ter um problema de competência
internacional.
Elemento de conexão é: por exemplo, quando uma das partes intervenientes no processo tem
nacionalidade estrangeira, tem domicílio em território estrangeiro, é proprietária de um bem imóvel situado no
estrangeiro, quando o contrato tem que ser comprimido no estrangeiro, etc.

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Fruto do facto de existirem cada vez mais transações comerciais celebradas entre o nosso país e o
estrangeiro, pelo simples facto de haver uma liberdade de circulação de pessoas, trabalhadores e de
mercadorias dentro da EU, é muito vulgar acontecerem competências de caráter internacional. Exemplo, se
um contrato de compra e venda de um imóvel que se situa em território português, mas os compradores são
um cidadão chinês e norte-americano, temos um problema de competência internacional; se tivermos um
casamento que se celebre em Portugal entre um cidadão espanhol e uma cidadã francesa temos um
problema de competência internacional. Na prática, qualquer litígio que daqui decorra temos que saber se vai
ser apreciado pelo um tribunal português ou se vai ser apreciado pelo um tribunal estrangeiro.

Art 59—o nosso legislador está-nos a chamar a atenção, dizendo que a nível da competência dos tribunais
portugueses a nível internacional, nós temos um sistema dual, significa que a par das previsões legais,
designadamente do art 62 e 63, nós temos que tomar em consideração a existência de regulamentos
comunitários ou a existência de instrumentos internacionais que estabelecem regras especificas para a
competência internacional.

 Competência internacional (regime comum ou legal)

o Art 62:
 Alínea a—princípio da coincidência, ou seja, os tribunais portugueses serão
internacionalmente competentes no seu conjunto quando essa competência derive
da competência territorial previsto nos arts 70 a 84. Temos que ver se nestes artigos
se há alguma regra que atribua competência territorial aos tribunais portugueses que
por arrastamento vai atribuir competência aos tribunais portugueses a nível
internacional.
Por exemplo, casamento celebrado entre um cidadão espanhol e uma cidadã
francesa que foi celebrado em Portugal, neste caso em concreto, podemos
equacionar o facto de se pretender anular esse casamento por uma suposta coação
física sobre o cidadão espanhol. Logo, podemos estabelecer que os factos que
serviram de fundamento à ação de anulação do casamento foram praticados em
território português, mas posso, no âmbito da alínea a, alterar os dados do problema
e dizer o seguinte “o cidadão espanhol vai querer divorciar-se da cidadã francesa” e
o cidadão espanhol reside em Portugal, então neste caso, através do art 72,
chegamos à conclusão que os tribunais portugueses são internacionalmente
competentes. Quem diz a situação do divórcio e separação diz, por exemplo, a
situação da responsabilidade contratual (art 71 nº1): há um determinado contrato que
tem que ser cumprido em Portugal ou então diz a situação do art 71 nº2, o facto
ilícito que serve de base à responsabilidade civil extracontratual também foi praticado
em território português.
 Alínea b—a coação física enquadra-se nesta alínea, mas aqui já não estamos no
âmbito do princípio da coincidência, estamos perante o princípio da causalidade.
vamos atender aos factos que servem de fundamento à pretensão do autor e sempre
que esses factos tiverem sido levados a cabo em território português os nossos
tribunais são internacionalmente competentes.
 Aliena c—por exemplo, dois cidadãos portugueses têm um litígio num determinado
país e os tribunais desse país não dão garantias de imparcialidade, independência
ou isenção, porque é um país ditatorial e eles ao invés de estarem a apreciar esse
litígio no âmbito esse país onde estão apenas temporariamente, vão esperar o
regresso a tribunal e vão instaurar a ação nos tribunais português ou então, porque
simplesmente esses países não tem um sistema jurisdicional. Temos aqui presente o
princípio da necessidade.
o Se pela aplicação das alíneas a, b ou c, derivar a competência dos tribunais portugueses,
nos vamos ter a competência internacional resolvida, logo temos a atribuição da competência
aos tribunais portugueses.
o Art 59—“sem prejuízo...internacionais”, a afirmação que o nosso sistema é um sistema dual,
significa que antes de nós recorrermos ao art 62 devemos tomar em consideração se há
previamente algum regulamento europeu sobre a competência judiciária, já existe desde a
aprovação do regulamento 44/2001 e agora existe o regulamento 1215/2012 de 12 de
dezembro.
Os regulamentos europeus são aplicáveis quando temos uma questão que versa aos
estados-membros, logo se nós tivermos cidadãos de estados-membros que residem fora

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desses estados-membros, que celebraram negócios fora do estado-membro de origem,


vamos ter que recorrer a esse regulamento europeu. Mas por vezes o que acontece é que
nenhum dos estados que celebraram algum tipo de acordo não são estados-membros, logo
Portugal vai ter que ver se tem acordos bipartidos com esses países, tendo, provavelmente
as regras vão ser retiradas desses acórdãos, não tendo, vamos ser reconduzidos para o
sistema legal dos art 62 e 63.
Nem todas as situações que dizem respeito aos estados-membros importam a aplicação do
regulamento 1215/2012 porque o artigo primeiro, que diz respeito ao âmbito de aplicação do
dito regulamento, exclui desde logo matérias ficais, aduaneiras ou administrativas, a
responsabilidade de um estado por atos ou omissões no exercício da autoridade do estado.
Portanto, nestes casos em concreto, nós não aplicamos o regulamento. Como também não
aplicamos o regulamento nas situações do art nº1/2 desse regulamento, sempre que
estivermos perante situações ligadas ao estado e à capacidade jurídica das pessoas
singulares ou aos regimes de bens de casamento, a falências, concordatas ou processos
análogos, questões da segurança social, de arbitragem, às obrigações de alimentos
decorrentes de uma relação familiar parentesco, casamento ou afinidade e a questões
relacionadas a testamentos e sucessões incluindo as obrigações de alimentos resultantes do
óbito.
o Art 63—em determinados casos, que estão previstos no artigo, os nossos tribunais têm
competência exclusiva. Este artigo encontra-se em linha com o art24 do regulamento, que
nos permite estabelecer o seguinte raciocínio: se o dito imóvel estiver situado no território de
qualquer estado-membro, também os tribunais desse estado-membro tem competência
exclusiva. Por exemplo, se 2 cidadãos portugueses decidem ir comprar um imóvel em
frança, nesse caso, também serão competentes os tribunais desse estado-membro.

 Organização dos tribunais


Até à aprovação da nova lei de organização do sistema judiciária (lei 62/2013) de facto tínhamos
uma organização judiciária correspondente à organização administrativa, o que significa que há 308
concelhos do nosso país tinham outros tantas divisões judiciárias, ou seja, havia 308 comarcas no
país. A lei de organização do sistema judiciário veio reduzir as 308 comarcas para a quantia de 23
comarcas que são as que existem atualmente no território continental e insular.
Estas 23 comarcas estão previstas no anexo II da LOSJ. Dentro de cada comarca temos mais que
um município, isto é importante para os casos de competência territorial, porque quando eu estiver
numa comarca vou verificar que a ação que vai ser instaurada dentro dessa comarca pode dizer
respeito a mais do que um município.

1. Temos uma organização em comarcas


2. Distritos judiciais, são 5 e que estão previstos no anexo I LOSJ. A cada distrito judicial
corresponde em princípio um tribunal da relação—Guimarães, Porto, Coimbra, Lisboa, Évora.

 Competência interna

Quatro critérios que são fundamentais para a determinação da competência do tribunal, nos termos
do art 60 nº2, que são:

1. Critério da competência em razão da hierarquia:

a. Tribunais judiciais vs. tribunais não judiciais: dentro dos não judiciais temos, por
exemplo, os tribunais administrativos e fiscais, como tenho categorias especiais de
tribunais, designadamente: o tribunal constitucional, o tribunal de contas, entre outros.
Os tribunais judiciais têm competência residual ou genérica, o que significa que, se eu
não tenho a atribuição de competência a qualquer outra ordem, a competência é da
ordem judicial. Os tribunais judicias que existem são:
Repartição i. 1ªinstância/ Comarcas
vertical da ii. Tribunal da relação
competência
iii. Supremo tribunal de justiça

Nos termos da CRP temos que ter pelo menos um duplo grau de jurisdição, o que não
significa um duplo grau de recurso, ou seja, quando temos uma decisão de um tribunal
de 1ªinstância em que uma das partes não se conforma e recorre para o tribunal da

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relação e quando têm a mesma decisão da primeira instância da relação, isso veda a
possibilidade da STJ, forma-se a dupla conforme. Isto não é inconstitucional, porque
existe um duplo grau de jurisdição, foi verificado pelo tribunal da relação e pelo tribunal
de 1ªinstância.
Temos tribunais que são hierarquicamente superiores em relação a outros, ou seja, a
relação é hierarquicamente superior aos da 1ªinstância e o STJ é superior ao tribunal da
relação. Mão são os tribunais que são hierarquicamente superiores, eu não posso,
contaminado pela organização judiciária dizer que um juiz do tribunal da relação é
superior hierárquico relativamente a um juiz do tribunal da 1ªinstância, porque todos os
juízes são irresponsáveis, independentes, inamovíveis e irremovíveis, portanto, todos
eles têm uma cota parte da jurisdição nas suas mãos e, por isso, não há juízes
superiores hierárquicos. O que há é a possibilidade dos tribunais superiores revogarem
ou reformarem as decisões dos tribunais inferiores e é nisso que consiste o recurso, ou
seja, eu não me conformei com a decisão da 1ªinstância, vou impugnar essa decisão
junto do tribunal da relação, eu não me conformando com o acórdão da relação vou
impugnar esse acórdão junto do STJ e o STJ e o tribunal da relação vão ou revogar a
decisão do tribunal a quo (tribunal recorrido, quando interponho um recurso da
1ªinstância para a relação, o tribunal a quo é o tribunal de 1ªinstância e o tribunal ad
quem é o tribunal da relação) ou então vão reformar a decisão do tribunal ad quem
(tribunal recorrente). Isto é importante porque normalmente o recurso é interposto no
tribunal recorrido, eu não interponho o recurso junto do tribunal da relação ou o STJ,
interponho um recurso junto do tribunal de 1ªinstância e o juiz de 1ªinstância é que vai
ver se os pressupostos de recorribilidade estão verificados e vai ordenar a subida dos
autos ao tribunal da relação.

Se a ação que tenhamos deve ser instaura num tribunal de 1ªinstância ou em alternativa
no tribunal da relação ou no STJ.
É possível instaurar uma ação diretamente no tribunal da relação ou no STJ?
 Há exceções, por exemplo, se tivermos uma ação de indeminização instaura contra
um magistrado judicial ou de MP junto da 1ªinstância, por causa do exercício as suas
funções, essa ação tem que ser instaurada diretamente no tribunal da relação. Se
em vez de ser instaura no tribunal da 1ªinstância for instaura no tribunal da relação
eu tenho que instaurar junto do STJ. Nos casos do Sr. concelheiro tem que ser junto
do STJ porque não há nenhum acima. Nestes casos, o tribunal da relação e o STJ
funcionam como tribunais de 1ªinstância.
Mas há outro caso, art 55 alínea c da LOSJ, o art 73 alínea b LOSJ e art 979 CPC,
mas há mais.
Os juízes de 1ªinstância são os juízes de direito; os juízes da relação são juízes
desembargadores e os juízes do STJ são juízes concelheiros.

2. Critério da competência em razão da matéria:

a. Repartição horizontal da matéria:

i. Juízos de competência genérica: funciona como competência residual, ou seja,


sempre que não tenho um tribunal de competência especializada, tenho que
instaurar uma ação no tribunal de competência genérica.

ii. Juízos de competência especializada: são aqueles que conhecem de matéria


determinada independentemente da forma de processo, para saber se a matéria
é de competência especializadas ou não, tenho que saber se a questão é do foro
da família dos menores, do foro laboral, de instrução criminal, etc (art 81 nº3
LOSJ).
Para saber que se tenho que recorrer a um destes tribunais tenho que ir ver aos
preceitos legais (art 117 e ss). Por exemplo, no caso do juízo de família ou
menores, o art 122 LOSJ, estabelece todas as ações que devem de ser
instauradas juntos do juízo de famílias e menores e que são da competência do
juízo da família.
Se não formos para nenhum destes tribunais somos reconduzidos para os juízos
de competência genérica.

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iii. Tribunais de competência territorial alargada: estão previstos no anexo III da


LOSJ (lei 77-2021). Há certas matérias, por exemplo, se eu estiver perante uma
ação de private inforcement, se estiver perante uma situação de regulação ou
concorrência, não vou instaurar uma ação como acontecia antigamente, junto de
um juízo central cível, vou instaurar essa ação junto do tribunal de
concorrência regulação e supervisão, que tem sede em Santarém e que tem a
competência alargada a todo o território português, portanto, qualquer ação que
diga respeito a esta matéria de concorrência ou de regulação é instaura junto
deste tribunal. Qualquer ação que tenha haver com situações de direito marítimo
dão entrada no tribunal marítimo, quer estejamos perante uma situação que diga
respeito ao rio Doiro, Tejo, Guadiana, ao oceano porque este tribunal tem
competência territorial alargada).

3. Critério da competência em razão do valor:

a. Art 117 nº1 alínea a LOSJ—ver no caso das ações declarativas cíveis com valor
superior a 50000€ e que sigam a forma de processo comum, as mesmas são da
competência de um juízo central cível. Significa que, independentemente do valor, se
estiver perante um processo especial nunca é da competência de um juízo central cível
(espécie de juízo de competência especializada), pois este não tem qualquer limite de
valor.
i. Juízo central cível vs. juízo local cível: o que os diferencia é haver matérias que
só devem ser instauradas e apreciadas por uns e matérias que só devem ser
conhecidas por outros e para isso tenho que ir ao art 117 e ao art 130,
estabelece uma competência por exclusão, ou seja, são da competência dos
juízos locais cíveis e os juízos de competência genérica o que não for atribuído a
outros tribunais, designadamente, os juízos centrais cíveis.

4. Critério da competência em razão do território: art 70 e ss CPC e transição para o decreto-lei


49/2014 (mapa III), temos de identificar qual é o tribunal territorialmente competente e ver se de
facto naquele sítio em concreto é da competência do juízo genérico ou especializado, ou seja, só
vou conseguir dizer que é competente o juízo de família e menores do Porto se chegar à
conclusão que o porto tem um juízo de família e menores.
Por exemplo, o tribunal judicial da comarca dos Açores e a questão era relacionada com um
imóvel que se situava na Horta e então nós temos esse imóvel a pertencer a 3 pessoas e uma
delas quer dividir o dito imóvel (ação de divisão de coisa comum). O imóvel tem o valor de
100000€, esta ação deve ser instaurada no juízo de competência genérica da Horta. Apenas no
caso de haver recurso é que tínhamos que interpor esta ação no tribunal da relação de Lisboa.

Qual é a consequência da falta de verificação do pressuposto processual da competência?


 A competência é um pressuposto processual que diz respeito ao tribunal

O que acontece quando a ação é instaurada num tribunal que não é o competente?
 Art 577 al.a), verificamos que temos a incompetência do tribunal, ou seja, sempre que uma ação for
instaurada num tribunal que não é o competente, temos uma situação de incompetência.

Esta incompetência é uma ou há uma variedade a nível das incompetências?


 Pelo o art 577 al.a), constatamos que há dois tipos de incompetência: a incompetência absoluta e a
incompetência relativa.
Quando é que eu tenho uma situação de incompetência absoluta vs. incompetência relativa?
 Art 96 a 101—incompetência absoluta
 Art 102 a 108—incompetência relativa

Incompetência absoluta: o art 96 al.a)se eu instauro uma ação num tribunal português e chego à
conclusão que era competente um tribunal espanhol, tenho uma situação de violação das regras da
competência internacional, logo tenho uma situação de incompetência absoluta; se eu instauro uma ação
num tribunal de 1ªinstancia quando afinal era daqueles caso excecionais de instauração de ação num tribunal
da relação, tenho uma incompetência em razão da hierarquia, logo tenho uma incompetência absoluta; se

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instauro uma ação num juízo central cível quando deveria ser instaurada num juízo do trabalho, tenho uma
incompetência em razão da matéria, logo tenho uma incompetência absoluta.

Incompetência relativa: art 102incompetência em razão do valor; em razão do território ou no caso da


violação de pactos de competência previstos no art 95 CC.

Qual é a consequência jurídica da incompetência absoluta e da incompetência relativa?


 Não é a mesma, porque o legislador estabeleceu uma diferença de tratamento relativamente a estes
2 tipos de competência e conseguimos verificar isto no art 576 nº2, este artigo estabelece que as
exceções dilatórias, entre a quais, a incompetência quer absoluta quer relativa, pode gerar uma
absolvição da instância ou a remessa do processo para o tribunal competente.
 Art 99 nº1 e constato que a incompetência absoluta vai provocar a absolvição do réu da instância ou
se o processo comportar o despacho liminar o indeferimento (incompetência absoluta)
 A incompetência relativa vai provocar a remessa dos autos para o tribunal competente, nos termos
do art 105 nº3.
 A incompetência absoluta quanto ao seu regime de arguição pode ser invocada quer pelo autor, quer
pelo réu, a incompetência relativa só pode ser invocada ou arguida pelo réu.
 Art 97 nº1—a incompetência absoluta pode ser arguida pelas partes, por outro lado, por estarmos
perante razões que dizem respeito ao interesse publico, no caso da incompetência absoluta, ela
pode ser conhecida oficiosamente pelo tribunal enquanto não houver sentença transitada em julgada
proferida sobre o fundo da causa (art 97 nº1 segunda parte), ou seja, caso nenhuma das partes
venha arguir a incompetência absoluta, o tribunal pode conhecer oficiosamente a mesma, portanto,
não precisa de ser arguido ou invocado.
 art 103 nº1—a incompetência relativa só pode ser arguida pelo réu no âmbito da sua contestação,
pesa embora, nos termos do art 104 nº1 ela pode ser suscitada oficiosamente em determinadas
circunstâncias, designadamente nas causas a que se referem o art 70, art 71 nº1 e nº2 1parte, 78,
83, 84, 85 nº1 1 parte, 89 nº2. Tudo o que não se integrar em nenhum destes artigos ou alínea
implica que a incompetência relativa tenha que ser obrigatoriamente deduzida pelo réu.

Pressupostos processuais relativos às partes

Que pressupostos processuais são estes que dizem respeito às partes?

1) Pressuposto da personalidade judiciária


2) Pressuposto da capacidade judiciária
3) Pressuposto da legitimidade

Qual é o objetivo de se instaurar uma ação no tribunal?


 Ter uma decisão quanto ao litígio, este pode ser perspetivado em duas circunstâncias:
o Relação jurídico-processual
o Relação jurídica material subjacente—a decisão tem que ser quanto ao mérito, ou seja, a
razão para instaurar a ação é obter uma decisão quanto ao fundo da causa, saber se na
relação material subjacente, se tem razão o autor ou se tem razão o réu, o tribunal só pode
proferir esta decisão quanto ao mérito se estiverem observados os pressupostos
processuais, ou seja, se estiverem verificados no processo determinados prossupostos, ou
então se não estiverem verificados determinados pressupostos. Dentre dos pressupostos
que tem que estar verificados no processo, temos a personalidade, a capacidade, a
legitimidade, o patrocínio judiciário, ou seja, as partes têm que ter verificados todos os pontos
que referi anteriormente, por isso, é importante sabermos se as partes são ou não dotadas
de personalidade judiciária.

O que é a personalidade judiciária?


 Art 11 nº1—estabelece como personalidade judiciária a suscetibilidade de ser parte do processo, ou
seja, as partes têm interesses antagónicos e nessa medida ser parte no processo significa ser titular
de um interesse existente no âmbito do conflito, podemos dizer que normalmente é parte num
processo o lado ativo e o lado passivo que têm diferentes nomes conforme o tipo de processo. É
muito raro o caso de um processo que tenha a nível de partes os sujeitos tal e qual eles são
etiquetados a nível do direito substantivo, por exemplo, numa ação que visa o reconhecimento de
um direito de crédito não veem a legislação processual civil a falar de um credor e de um devedor; no
âmbito de um a ação de despejo normalmente não ouvimos falar do senhorio e do locatário porque

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uma coisa é a relação substantiva, essas são classificações do direito substantivo, no direito
processual nós temos a classificação de partes e costumamos utilizar as classificações que está no
exemplo a baixo.
Exemplo: processo declarativo sobre a forma de processo comum, quem é parte é o autor e o réu;
num procedimento cautelar quem é parte é o requerente e o requerido; oposição mediante embargos
de terceiros quem é parte é o embargante e o embargado; processo executivo quem é parte é o
exequente e o executado; demandante e demandado.
 Se eu tiver personalidade jurídica, tenho personalidade judiciária (art 11 nº2—princípio da
equiparação), sendo assim, quem tem personalidade judiciária todo aquele que esteja nascido e com
vida e, portanto, em abstrato todos nós podemos instaurar uma ação ou podem instaurar uma ação
contra todos nós.
 Exceções: há casos em que a personalidade judiciária é atribuída a entes que não têm
personalidade jurídica, ou seja, todos os que têm personalidade jurídica, têm personalidade judiciária,
mas pode haver casos em que exista personalidade judiciária, mas não exista personalidade jurídica,
são as situações do art 12.

Posso ou não ultrapassar uma situação de falta de personalidade judiciária?


 Em princípio não, a falta de personalidade judiciária é insanável, só há um caso em concreto onde
posso sanar a falta de personalidade judiciária, que são as situações que se apresentam no art 14, a
falta de personalidade judiciária destas, pode ser sanável mediante a intervenção da administração
principal e a ratificação ou repetição do processado.
 Exemplo, eu vou instaurar uma ação de responsabilidade civil extracontratual contra uma companhia
seguradora, na prática vou instaurar a ação contra a Fidelidade, com sede na Avenida da Liberdade
nº20, Lisboa. Quem tem personalidade judiciária neste caso em concreto, é a administração da
Fidelidade que tem a sua sede em Lisboa, só que muitas vezes o que acontece é que têm ao longo
do país várias filiais ao longo do país. Por exemplo, o contrato seguro em concreto vou celebrado
numa agência de Santa Maria da Feira, neste caso em concreto, a personalidade judiciária pode ser
atribuída a essa agência em concreto e, portanto, esta pode representar a administração no âmbito
daquele processo em concreto. Se isto suceder sem haver inicialmente essa personalidade judiciária
há uma forma de se ultrapassar, que é através da intervenção da administração que vem ratificar
toda a intervenção processual da dita filial. É o único caso em que poderá haver a sanação da falta
de personalidade judiciária.

O que é que acontece se não houver personalidade judiciária?


 Art 278—no caso de falta de personalidade judiciária (art 278 nº1 alínea c) temos a absolvição do
réu da instância, é uma decisão formal que implica a extinção da instância relativamente aquele
processo em concreto, mas que não impede o autor de vir instaurar uma outra ação para apreciação
do mérito porque o mérito daquele caso em concreto não foi apreciado porque o juiz não o podia
fazer. A absolvição da instância não é sanável no próprio processo, esta possibilita que estando em
prazo se possa instaurar um outro processo para apreciação daquele direito que estava naquele
processo.

O que é a capacidade judiciária?


 A capacidade de estar por si em juízo, isto significa que, pode estar em juízo desacompanhado de
um representante legal e, portanto, só tenho essa capacidade judiciária de poder estar em juízo
desacompanhado de um representante legal.

Em que circunstância terei, obrigatoriamente, de estar acompanhado por um representante legal?


 Determinadas pessoas tem o exercício dos seus direitos limitados porque padecem de incapacidade
de exercícios de direitos, estas pessoas são os menores e os maiores acompanhados.
 No caso dos menores à exceções: casos dos menores emancipados e quando ele está a dispor de
bens que adquiriu fruto dos rendimentos do seu trabalho.
o Art 15 nº2—as limitações que existam ao nível do código civil, quer ao nível da capacidade
dos menores, quer dos maiores acompanhados, é transponível para o CPC e para a
capacidade judiciária, não faria sentido que no CC que os menores pudessem celebrar
determinados negócios, neste caso específico, dos bens que advieram fruto do rendimento
do trabalho, e depois não permitisse que ele judicialmente tivesse a capacidade de por si só
de discutir algum problema inerente a esses bens.

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o Quando estamos fora das duas circunstâncias referidas anteriormente, o menor tem que
estar representado pelos pais, inexistindo os pais pelos tutores ou pelo administrador de
bens
o No caso dos maiores acompanhados é o acompanhante que tem que representar o maior.
o Arts 16, 19, 29 nº2, 27 nº1 CPC Arts 124, 1877, 1921, 1922 CC Art 143 CC (maiores
acompanhados)

Se o menor não estiver em juízo representado?


 Art 278 alínea c—a consequência de termos uma incapacidade judiciária será a absolvição do réu
da instância, a não ser que a incapacidade derive do próprio réu. Quando esta falta de representação
legal existe e tem a sua origem na pessoa do réu considera-se que, uma eventual oposição ou
defesa do réu ficará sem efeito

O que é o patrocínio judiciário?


 Um prossuposto processual que implica que em determinados processos seja obrigatória a
constituição de advogado. Em determinados processos não sendo obrigatório advogado, esse
patrocínio pode ser levados a cabo por advogados estagiários, por solicitadores ou inclusive pela
própria parte.
o Patrocínio judiciário vs. apoio judiciário: o apoio judiciário é um dos mecanismos de
proteção jurídica, quando uma pessoa não tem condições financeiras para pagar os
onerários de um mandatário, o estado através da segurança social vai proporcionar a essa
pessoa essa proteção jurídica. O patrocínio judiciário não se trata disso, embora, quando é
obrigatória a constituição de advogado, pode ser constituído por intermédio de nomeação por
parte da segurança social.

O que é um mandato?
 É uma pessoa que confere a outrem determinados poderes de representação, o mandante, e o outro
é o mandatário.
o Os atos que são praticados no mandato—atos jurídicos
o Os atos que são praticados na empreitada—atos materiais
o Quer o mandato, quer a empreitada são modalidades que parte da avença de um contrato de
prestação de serviços

Como é que confiro o mandato judicial?


 Poderes de representação voluntários: o mandante vai outorgar uma procuração a favor do
mandatário, e nessa procuração os poderes que vão ser conferidos ao mandatário são os poderes
forenses, que implicam o poder de representação em juízo, mas que não implicam necessariamente
o poder de representação pessoal.
o Poder de representação em juízo: quando eu vou conferir uma procuração com poderes
forenses a um advogado, eu vou dar a esse advogado todos os poderes que sejam
necessário para ele me representar em juízo, ou seja, praticando todos os atos jurídico-
processuais que sejam necessários naquele caso em concreto
o Exemplo: se eu recebo uma notificação para comparecer pessoalmente a uma diligência
judicial, eu tenho que comparecer à diligência mesmo que tenha conferido poderes forenses
ao advogado porque dentro desses poderes forenses eu não conferi os poderes de
representação pessoal
o Exemplo: se um legal representante de uma sociedade anónima tem que estar em juízo,
não vai ser a simples procuração com poderes forenses que o dispensa de estar em juízo.
Agora se eu nessa procuração com poderes forenses acrescentar os poderes de
representação pessoal, isto já implica a possibilidade de advogado levar a cabo não só as
suas funções de representação enquanto técnico do direito, mas também enquanto
representante da pessoa que está impedida de comparecer.

Tipo de poderes forenses: Com reserva


Gerais Substabelecimento

Poderes forenses Confissão Sem reserva


Os poderes especiais

Especiais Desistência da instância

Transação

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Quando eu confio uma procuração com poderes essenciais a um mandatário ele estando desacompanhado
do mandante, pode confessar nos termos da ação, pode desistir da ação ou inclusive do pedido, ou pode
transigir, ou seja, chegar a acordo com a parte contrária.
 Exemplo: tenho um cliente que está em Portugal porque vem passar as férias de Natal, mas em
princípio vai voltar em janeiro ao sítio onde se encontra imigrado e o processo vai continuar a
decorrer e não é necessário ele vir para que a diligencia possa prosseguir, então passa uma
procuração com poderes especiais.
 Exemplo: posso não ter interesse em ir a tribunal, passo a procuração com poderes especiais.

Os mandatários também têm outro poder que deriva da possibilidade de eles poderem representarem em
juízo as próprias partes através da elaboração dos articulados.
 Art 46—o mandatário judicial através do que vai colocar no articulado pode estar a vincular a própria
parte, sem poderes especiais apenas pela mera feitura dos articulados.
 Se o mandatário através de um determinado artigo aceitar algo que possa ser desfavorável ao seu
cliente, temos que retirar os ditos efeitos jurídicos. Na prática há uma confissão feita pelo mandatário
e, por isso, muitas vezes o que acontece é que a parte contraria quando deteta que existe uma
confissão no meio do articulado pois vai vincular o mandante.

Poderes de substabelecimento

 A possibilidade de eu me fazer substituir por outro colega, ou seja, se o advogado é notificado para
aparecer numa diligencia num dia e nesse dia tem outra diligencia, este não vai estar nas duas, há
duas hipóteses:
o Ou tenta junto do tribunal requerer a remarcação da data dessa diligencia
o Ou vai substabelecer num colega, ou seja, vai se fazer representar desse outro colega no
âmbito da diligencia judicial.
o Art 44 nº2—se o cliente nada disser quanto ao substabelecimento parto do princípio que os
poderes que dei aquele advogado podem ser por ele transmitidos para outro advogado, mas
caso o cliente não quiser é necessário que na procuração faça menção à exclusividade do
substabelecimento.

O substabelecimento pode ser de 2 tipos:


1) Com reserva: o anterior mandatário permanece no processo, ou seja, não tenho possibilidade de
acompanhar o cliente na diligencia de sexta-feira, vou estabelecer com reserva pois estou apenas a
ser substituído para a diligencia de sexta-feira, mas ultrapassada a diligencia de sexta-feira volto a ter
todos nos poderes que tinha antes do processo.
2) Sem reserva: o anterior mandatário é excluído do processo, ou seja, estou a substabelecer não só
para a diligencia de sexta-feira como para todas as diligencias que vão ser levadas a cabo no âmbito
do processo.

O substabelecimento sem reserva é interessante para evitar as situações de renúncia ou revogação do


mandato, isto é, o princípio da confiança é fundamental nas relações entre o advogado e o cliente, pois
ambos têm que ter total confiança entre os dois, mas por vezes isto não ocorre, e, portanto, tanto o advogado
como o cliente podem renunciar o mandato. Quando isto sucede e seja obrigatório um representante vai ter
que haver constituição de outro advogado, ou seja, não é necessário estar a renunciar ao mandato (art 44
nº3, 45º, 47º).

Há outra hipótese, no caso de não ter procuração, o cliente não está presente na diligencia judicial para fazer
uma declaração verbal para os autos no sentido de me conferir poderes e ainda assim ter que levar a cabo a
representação dos mesmo, posso fazer o patrocínio a título de gestão de negócios, nessa circunstancia (art
49) vou ter que acautelar a necessidade de o cliente vir à posteriori ratificar tudo aquilo que fiz como gestores
de negocio, o que significa que é bom ter a certeza antes de me apresentar como gestor de negócios que
aquilo que acabei de fazer vai ser ratificado pelo mandante, porque se não for, o mandatário pode ser
responsabilizado por todos os atos que tiver praticado em sentido contrário aos interesses do mandante.

Art 40—situações que obrigam à constituição de advogado:


 Tudo o que seja processos superiores à alçada do tribunal de 1ªinstância obrigam à advogado,
5000,01€ é necessário advogado

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 Ações que pesa embora tenham um valor até 5000€ ainda assim obrigam à constituição de
advogado, são as situações que se encontram no art 629
 Situações de recurso ou de ações propostas perante tribunais superiores
 O que sair das alíneas a,b e c, não implicam a constituição de advogado o que significa que, as
partes podem argumentar por si só ou apenas serem representados por advogados estagiários ou
por solicitadores.
 Mesmo nas causas em que seja obrigatório a constituição de advogado, os advogados estagiários e
os solicitadores poderão representar a parte desde que seja em situações onde não se levantem
situações de direitos (art 40 nº2, 42º)

Consequência de estar perante as alíneas a,b e c do art 40 nº1 e não ter constituído advogado:
 Em princípio a absolvição do réu da instância quando a falta for do autor porque se a falta disser
respeito ao réu, este não pode beneficiar dessa falta de constituição de advogado, por isso, a sua
defesa ficará sem efeito.
 Art 41—o juiz ainda vai dar possibilidade à parte que não esta devidamente acompanhada por
advogado de ela constituir dentro de praxo certo a constituição de advogado, este prazo é dado pelo
juiz, se este notificar a parte para ela não constituir advogado não dando prazo temos que recorrer
ao art 149º, ou seja, prazo de 10 dias.

Legitimidade

Importante: se perguntar aprecie a legitimidade ativa e passiva, temos que dizer que o réu tem
personalidade passiva e o autor ativa, mas para além disso teremos que falar sobre se as partes que estão
presentes são ou não aquelas partes que deveriam estar presentes.

Capacidade judiciária e personalidade judiciária VS. legitimidade

 A personalidade e a capacidade são qualidades pessoais das partes, enquanto a legitimidade não é
uma qualidade pessoal das partes. A legitimidade está relacionada com a posição que as partes vão
assumir no âmbito de uma ação processual.
 Quando referimos à posição que as partes assumem pretende-se averiguar
 Exemplo: no âmbito de uma determinada ação podemos ter um autor e um réu, mas isso não
significa que esse autor e esse réu sejam partes legitimas. Uma coisa é certa, se temos um autor e o
réu em princípio estes têm personalidade judiciária, a suscetibilidade de fazerem parte de um
processo e têm capacidade judiciária, mas não significa que são parte legitima porque qualquer
relação jurídico-processual está subjacente uma relação jurídica-material
 Exemplo: duas pessoas estavam casadas no regime de comunhão de adquiridos e por esse motivo,
uma vez que estava em causa uma situação relacionada com um imóvel que constituía casa de
morada de família, a ação deveria ter sido instaurada pelos dois ou contra os dois, porque a nível do
direito substantivo (comunhão de adquiridos) os interessados em figurar nessa relação jurídico-
processual eram o marido e a mulher e não apenas o marido.

Quando sabemos se as partes deveriam estar presentes?

Recorrendo ao direito substantivo, ou seja, se as partes que foram intervenientes non âmbito da relação
material subjacente são exatamente as mesmas partes que estão presentes no âmbito da relação jurídico-
processual então em princípio há legitimidade, mas por exemplo, se um autor ou um réu não esteve
presente no âmbito da relação material subjacente e aparece na relação jurídico processual então em
princípio há ilegitimidade, é em princípio porque há sempre exceções.

Exceções

 Exemplo: se instaurarmos uma ação emergente acidente de viação quem vai figurar como parte no
âmbito desse processo em princípio são os intervenientes no acidente, ou seja, o causador do
acidente e o lesado. É em princípio porque fruto de uma regra de direito substantivo havendo
obrigatoriedade de transferência da obrigatoriedade civil para uma companhia de seguros, a
companhia seguradora é parte legitima na ação, mas não podemos dizer que ela teve uma
intervenção no âmbito da relação material subjacente (no âmbito do acidente).

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A legitimidade não é um requisito de procedência da ação, ela é um requisito necessário para que o juiz se
possa prenunciar quando à procedência ou improcedência da ação.

Art 30—terá legitimidade quem é interessado no âmbito da ação, mas há exceções, ou seja, não é
necessário ter interesse no âmbito da ação. Na prática terá legitimidade o interessado no litígio, nessa
medida o legislador no art 30 nº1 estabelece que o autor será parte legitima quando tiver interesse direto em
demandar e o réu será parte legitima quando tiver interesse direto em contradizer.

Art 30 nº1—conseguimos excluir 2 situações:


 Se não tiver interesse direto, mas tiver apenas um interesse indireto, reflexo ou derivado, nessa
circunstância em princípio não haverá legitimidade porque quer a nível dos interesses privados quer
a nível da proteção dos interesses difusos podemos ter aqui a atribuição da legitimidade a casos
onde não há um interesse direito.

O que é o interesse direto em demandar e interesse direito em contradizer?


 Art 30 nº2—o autor será parte legitima se retirar qualquer proveito ou utilidade da ação, não quer
dizer que seja económico
 O réu será parte legitima se sofrer prejuízo com a procedência da ação

Art 30 nº3—o legislador estabelece um critério supletivo, dizendo que na falta de indicação da lei em
contrário, são considerados titulares do interesse relevante para a legitimidade os sujeitos da relação
controvertida, ou seja, em princípio quem têm intervenção no âmbito da relação jurídico processual, tem essa
intervenção porque é parte legitima.

Quem são os sujeitos da relação controvertida?


 Discussão doutrinal entre dois professores tinha havido um contrato de 60 toneladas de chumbo,
sendo que algumas toneladas tinham ficados por entregar e, por isso, houve uma instauração de
uma ação contra o vendedor pelo simples facto de este não ter procedido à entrega da totalidade das
toneladas de chumbo contra uma sociedade portuguesa. Esta sociedade veio dizer que não era parte
legitima na ação porque a bom rigor não era ela a vendedor, apenas tinha feito a intermediação do
negócio relativo a uma sociedade espanhola, na prática veio arguir a ilegitimidade no âmbito dessa
ação.
 Para o prof Barbosa de Guimarães a partir do momento em que há a invocação da ilegitimidade
temos que apreciar a relação contravertida tal como ela é configurada pelo autor, e na prática o autor
que tinha sido o A tinha instaurado uma ação contra o B, ou seja, na visão do autor a parte que se lhe
apresentava a contrariar a sua pretensão(réu) era a sociedade B. Para este prof se nós
atendêssemos única e exclusivamente à configuração da processual tal e qual como era configurada
pelo autor então havia legitimidade, portanto o B era parte legitima.
 Já o prof Alberto dos Reis considerava que só podemos dizer que o B é parte legítima ou ilegítima
depois de termos a parte a produção de prova e de ver se de facto o B apareceu ou não a outorgar o
contrato de compra e venda das toneladas de chumbo. A partir do momento em que fazemos a
produção e prova, constatamos que a sociedade b não tinha sido a outorgante no âmbito deste
contrato então iriamos considerar que a parte B era ilegítima e teríamos que absolver o réu da
instância.
 O dispêndio processual que existe no primeiro caso e no segundo caso é totalmente diferente,
porque no primeiro caso a partir do momento em que eu atendo à configuração do autor, então tenho
a questão dos prossupostos processuais legitima. Na segunda situação só vou conhecer da
existência de uma exceção dilatória ou da falta da verificação do pressuposto processual da
legitimidade depois de haver toda a produção de prova, ou seja, já temos uma audiência de
discussão ou julgamento, vou ter esta audiência para que esta acabe com uma decisão formal.
 Art 30 nº3 parte final —tem “tal como configurada pelo autor”, ou seja, a posição que vigorou era a
defendida pelo prof Barbosa de Guimarães.
 Exemplo: A celebrou um contrato com C, a ação é instaurada por A contra B.
Há uma correspondência de polos entre a relação material subjacente e a relação jurídico-
processual? NÃO, logo não há legitimidade. Temos de ver se existe uma identificação ao nível das
duas relações, havendo há legitimidade, não havendo não há legitimidade.
Outra coisa distinta era: se o A tivesse aparecido a outorgar o contrato com B e fruto do
incumprimento contratual instaurasse uma ação contra B havia uma correspondência entre polos e,
por isso, haveria legitimidade.

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 Exemplo: vamos partir do pressuposto que tenho um contrato de trabalho de pluralidade de


empregadores, ou seja, o A trabalhador celebra um contrato com 5 empregadores.
Se o A deixa de ver paga a retribuição, ele vai instaurar a ação contra quem?
o Se ele levar a cabo a sua prestação de trabalho para a sociedade C, provavelmente vai
instaurar a ação contra C, só que se calhar ele está se a esquecer do facto do empregador
principal, no âmbito desta relação, ser o A, então se instaurar só contra C este é parte
ilegítima.

Para saber se há legitimidade ou não devo atender à petição inicial e ver se o autor configurou a relação
jurídico-processual nos mesmos moldes que configurou a relação material, ou seja, se na petição inicial ele
tiver dito expressamente que celebrou um contrato com B e instaurou uma ação contra B então eu tenho a
questão da legitimidade arrumada, independentemente de ter que saber da questão relativamente ao mérito.

Se A teve um acidente de viação com B porque motivo deve instaurar a ação contra C? (sendo que B é o
interveniente no acidente e C é a companhia seguradora)
 O A instaura a ação contra a companhia seguradora, mas esta vem dizer que é parte ilegítima da
ação porque não se encontrava pago o prémio do seguro, então não havendo seguro válido e eficaz
a ação deveria ter sido instaurada contra B. A ação foi instaura contra C porque presumivelmente ela
seria a responsável da ação, mas só com o decorrer da ação é que vão surgindo argumentos.

Legitimidade plural

Quais os aspetos que temos que considerar?

 Temos uma pluralidade ativa (mais que um autor) e uma pluralidade passiva (mais que um réu) ou
então uma pluralidade mista (mais que um autor e um réu).
 Saber se a pluralidade se enquadra num litisconsórcio ou de uma coligação

Quando estamos perante um litisconsórcio e uma coligação?


 Em ambas estamos perante uma pluralidade
 A diferença é: se eu tiver apenas uma relação material controvertida eu tenho um litisconsórcio, se
tiver uma pluralidade de relações materiais controvertidas eu tenho uma coligação

O que é uma relação material controvertida?


 É aquilo que está na génese do direito que alguém invoca
 Exemplo: A e o B a dada altura encontram-se a passear e fruto do temporal são alvo da queda de
uma árvore e a árvore atinge ambos. Neste caso, configura um litisconsórcio ou uma coligação?
o Partindo do pressuposto que o responsável era a autarquia porque tinha a obrigação de
tratar das árvores e chegou-se à conclusão que aquela árvore deveria ter sido abatida e não
foi ou que então a companhia seguradora que a autarquia tem para cobrir estes sinistros.
Portanto a ação vai ser instaurada contra C (autarquia ou companhia seguradora) pelo A e
pelo B, logo temos presente uma pluralidade ativa.
O cidadão A nada tem haver com o cidadão B, eles não se conheciam, tiveram apenas o
infortúnio de estarem ambos a passar e a árvore cair.
 Neste caso há uma pluralidade, ou seja, temos uma coligação porque há uma
pluralidade de contratos
o Podemos pôr outro caso: A e B não são transientes, são condutores de veículos automóveis
e um e outro vêm essa árvore cair sobre o seu veículo automóvel e ambos têm o seu seguro
de responsabilidade civil na companhia seguradora C, altera alguma coisa?
 Neste caso há uma pluralidade, ou seja, temos uma coligação. O A pesa embora
tenha um contrato idêntico ao de B com a seguradora C os contratos são distintos,
as relações que se estabelecem entre A e C e B e C são distintas.
o Outro pressuposto: A e B são coproprietários de um terreno que tinha construída uma
arrecadação em vidro e essa árvore cai sobre a arrecadação dos mesmo e eles instauram
uma ação contra C, há alguma alteração?
 Neste caso há unicidade, ou seja, temos um caso de litisconsórcio porque sendo
ambos coproprietários de um bem o interesse é o mesmo e, portanto, se instauram a
ação contra a companhia.

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o Exemplo: vamos partir do pressuposto que tenho um contrato de trabalho de pluralidade de


empregadores, ou seja, o A trabalhador celebra um contrato com 5 empregadores. Um
trabalhador instaurou uma ação contra uma entidade que não era a entidade empregadora
principal e, portanto, ela vinha alegar a sua ilegitimidade. Neste caso, há ou não uma
unicidade da relação controvertida?
 Há, porque só existe um contrato de trabalho, com pluralidade de empregadores,
mas a entidade B, C e E tem apenas um contrato de trabalho com o trabalhador A,
mas se nós tivéssemos ao contrário o trabalhador A, B, C e D a instaurar uma ação
contra a entidade E, não tínhamos um contrato de trabalho, tínhamos 4 contratos de
trabalho e, por isso, não tínhamos um litisconsórcio, mas sim uma coligação.
 Sempre que estamos perante uma situação de responsabilidade contratual a relação material
controvertida é a elaboração do próprio contrato.

Litisconsórcio

. Litisconsórcio voluntário (art 32): Esta é a regra geral


a. Art 32 nº1—a expressão “pode” indica que é apenas uma faculdade e não uma
obrigatoriedade. Se tivermos uma situação de litisconsórcio voluntário, mas se os
interessados não instaurarem a ação conjuntamente a parte contraria não pode vir invocar
uma ilegitimidade e não pode com isso obter a absolvição da instância porque é uma
faculdade, ou seja, a ação pode vir a ser instaurada por todos, mas pode ser instaurada
individualmente para a apreciação da cota parte de interesse que esse autor tem naquela
ação ou então pode ser instaurada apenas por aquele em representação de todos os
demais.

. Litisconsórcio necessário de fonte legal ou fonte natural ou fonte provocada (art 33): Esta é a regra
especial
a. Por vezes há uma obrigatoriedade da ação ser instaurada por todos ou contra todos, quando
isso sucede temos as situações de litisconsórcio necessário, que são as situações que na
sua esmagadora maioria estão publicadas no art 33 apesar de uma delas não estar neste
artigo, isto é, se o litisconsórcio necessário é a exceção como é que posso identificar que
estão perante uma situação de litisconsórcio necessário?
i. Temos que ter a identificação da fonte que dá origem ao litisconsórcio necessário
então precisamos de saber com recurso ao art 33 que umas das fontes que dá
origem ao litisconsórcio necessário é a fonte legal, por vezes, o legislador diz
expressamente que aquela pretensão tem que ser exercidas por todos ou contra
todos. Porque é que a ação tem que ser instaurada pelo dois ou contra os dois?
(esta pergunta deriva de um caso prático)

1. Art 34—exemplo de um litisconsórcio necessário de fonte legal. A lei, neste


artigo, estabelece no nº1 o litisconsórcio ativo e estabelece no nº3 o
litisconsórcio passivo.
Por vezes não temos a lei a servir de base ao litisconsórcio necessário, mas
sim a própria natureza da relação material controvertida ou da relação
jurídica porque atendendo a essa natureza nós queremos abranger todos
pelos efeitos do caso julgado a nível da decisão têm que estar todos
presentes, sob pena de não estarem todos presentes, a parte que não está
presente não ser abrangida por esse efeito vinculativo do caso julgado.

2. Onde está a fonte natural?


Está prevista no art 33 nº2 quando se estabelece que é igualmente
necessária a intervenção de todos os interessados quando pela própria
natureza da relação jurídica ela seja necessária para que decisão a obter
produza o seu efeito útil normal. Dois casos que são chamados à coação no
âmbito do litisconsórcio necessário:
a. Situações de divisão de coisa comum: se tivermos um
determinado bem que é propriedade de A, B, C, D, E e do F, de esse
bem está em compropriedade e tem que ser dividido então nessa
circunstancia se um deles quer dividir esse bem e se instaura a ação
apenas contra B, C e D e não instaura contra E e F, a relação

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jurídica não vai acautelar o efeito útil normal, os seja, neste caso em
concreto a ação só vincula as próprias partes, normalmente as
decisões judiciais não vinculam terceiros que não tenham
intervenção na ação.
O E e o F não estando eles na ação, eles não eram acautelados
pelos efeitos da decisão judicial, logo neste caso, iriamos ter uma
ilegitimidade porque perante uma situação de litisconsórcio
necessário de fonte natural por via do art 33 nº2, o facto de não
estarem presentes todos os interessados na ação implicaria que os
que estão na ação teriam que ser absolvidos na instância
b. Situações de constituição de servidões

3. Fonte provocada, art 316 a 320, que está relacionada com os incidentes de
intervenção de terceiros, designadamente com o incidente da intervenção
principal provocada que é uma forma de ultrapassar situações de potencial
ilegitimidade. O juiz perante a ilegitimidade por parte do B, C, D, E e F
poderia convidar as partes a suprir uma exceção dilatória que fosse sanável,
neste caso, esta ilegitimidade era sanável através da intervenção das partes
que estão em falta, designadamente do E e do F, podíamos chamar a juízo o
E e o F e a partir do momento que eles compareciam à ação, estava sanável
a ilegitimidade. E e F são terceiros porque no início não foram chamados a
processo.

4. Fonte voluntária/negocial (art 33 nº1): O próprio contrato implica que o


exercício de determinado direito tenha que ser levado a cabo por todos, no
caso dessa situação de cariz negocial, é obrigatório que a ação seja
instaurada por todos sob pena de faltando um deles, temos uma situação de
ilegitimidade.

Absolvição da instância vs. absolvição do pedido

A possibilidade na absolvição da instância de se vir instaurar uma outra ação para se apreciar o direito que
estava em causa porque se a ação termina através de uma absolvição da instância, ou seja, perante uma
decisão de natureza puramente processual, não se averiguou no caso em concreto se de facto há ou não
motivos para o A pedir a decisão de coisa comum, logo há possibilidade no âmbito de uma outra ação de
instaurando uma mesma ação contra B,C,D, E e F de atingir o prepósito dessa ação.

A absolvição da instância implica que o réu seja absolvido deste processo em concreto o que não impede
que ele volte a ser réu no âmbito de um outro processo ou de uma outra ação, para apreciação do mesmo
objeto ou da mesma relação material controvertida. Normalmente há uma verificação da exceção dilatória,
esta pode ser: uma ilegitimidade, falta de capacidade judiciária, a nulidade do processo, exceção dilatória
atípica ou inominada. Mas para ter uma absolvição da instância em princípio tenho a verificação de uma
exceção dilatória, em princípio porque, por exemplo, no âmbito da ação de impugnação judicial da
regularidade e ilicitude de despedimento, uma das consequências que estava prevista para o simples facto
de a parte ter instaurado essa ação quando devia ter instaurado a ação sobre forma de processo comum, era
a absolvição da instância, mas este caso não está previsto no art 577 CPC apesar disto tenho que considerar
que neste caso há uma exceção dilatória.
Normalmente quando estamos perante a absolvição da instância, em princípio é sempre uma questão
processual que não foi sanada no âmbito daquele processo.

Absolvição do pedido o réu é absolvido não só neste processo como em qualquer processo futuro porque
se apreciou o próprio objeto ou o mérito da causa, não pode haver a apreciação 2 vezes sobre a mesma
questão jurídica por via do chamado caso julgado (efeito material do caso julgado).

Coligação

 Art 36—causas ou circunstâncias que dão aso à coligação, que também são designadas por
requisitos substantivos ou positivos, ou seja, pelo menos uma das 4 circunstâncias que estão
previstas no art 306 tem que estar verificadas para que nós possamos ter uma situação de coligação.
Os requisitos são:

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o Art 36 nº1—estabelece que é permitida a coligação de autores contra um ou vários réus e é


permitido um autor demandar conjuntamente vários réus por pedidos diferentes quando a
causa de pedir seja a mesma e única. Aqui o facto que deu origem à causa de pedir foi o
mesmo.
o Neste artigo ainda existe a circunstância da dependência entre os pedidos, portanto, já não
temos a mesma causa de pedir, mas um pedido está dependente do outro, aliás um deles só
vai ser julgado precedente se o anterior também o for. Exemplo, se eu vou emprestar um
determinado objeto a outrem e se essa pessoa pega no objeto e entrega-o a um terceiro,
quando vou instaurar a ação para pedir a entrega do objeto, vou ter que acautelar
devidamente a instauração também da mesma quanto ao terceiro, pois este tem o objeto,
portanto um pedido está dependente do outro.

o Art 36 nº2—circunstância da responsabilidade contratual. Exemplo, vem mau tempo e


estraga as casas às pessoas e se todas essas pessoas tiverem um contrato com a mesma
seguradora, temos a possibilidade de termos uma coligação. A causa de pedir é o contrato,
embora o contrato tenha cláusulas análogas, estes valem por si só, portanto o prémio que é
pago em cada um dos lesados pode não ser o mesmo, a quantia que está segura por cada
um dos contratos pode não ser a mesma, mas se eles decidirem fruto da mesma
circunstância instaurar a ação contra a mesma companhia seguradora podem pedir uma
coligação. Neste caso o facto que deu origem à causa de pedir foi diverso.

o Art 36 nº3—exemplo, vamos à worten e compramos algo para oferecer a um familiar,


escolhemos o pedido e quando chegamos à caixa e pagamos estamos a celebrar um
contrato de compra e venda, neste momento vemos a surgir 2 relações, uma é a relação
cartolar e a outra é a relação subjacente.
A relação subjacente foi o contrato que celebramos com a Worten, mas por outro lado
estamos a utilizar um meio de pagamento que não nos pertence, pertence à instituição
bancária onde temos a nossa conta. Vamos partir do pressuposto que o cartão não é meu e
apropriei-me dele, temos um problema a nível da relação cartolar, pois esta emerge a partir
do meio de pagamento utilizado, esta relação não se passaria se pagássemos em dinheiro.
Portanto, na prática podemos ter uma coligação na medida que os pedidos que estão a ser
deduzidos quantos aos próprios réus tiverem na sua génese a relação cartolar, ou seja, a
obrigação emergente do próprio título e em segundo lugar da relação jurídica subjacente, ou
seja, o contrato que subjaz a essa dita relação.

A par dos requisitos substantivos tenho que ter os requisitos adjetivos e tenho que ter uma
cumulação entre eles, ou seja, tenho que ter os requisitos adjetivos mais os requisitos
substantivos, estes não têm que estar todos verificados basta um deles, portanto associada a
essa circunstância substantiva tenho que ter os requisitos/circunstâncias adjetivos, aí é que
há cumulação. Para ter uma cumulação posso ter o art 36 nº1 1ºparte ou o 36 nº1 2ºpoarte
ou o 36 nº2 e 3, o que tenho que ter é que somado a um destes os requisitos adjetivos.

Quais são os requisitos adjetivos?


1) Identidade da forma de processo—art 37 nº1
2) Competência absoluta—art 37 nº1 2ºparte, o tribunal tem que ser absolutamente
competente para ambos os pedidos que estão a ser formulados.

o Art 37—normalmente falasse nos obstáculos à coligação. Na coligação temos mais que um
pedido, quando estamos sob formas de processos diferentes isso é um obstáculo à
coligação, a não ser que se considere que a tramitação é compatível, por exemplo, se tiver
um processo comum e um processo especial, a tramitação do processo especial deve ser
similar à que é adotada no processo comum e se assim for a diversidade do processo pode
ser ultrapassada, mas normalmente poderíamos chegar à conclusão que a diversidade de
valores poderia impedir a coligação, por exemplo, a diversidade do processo comum de
declaração (processo ordinário, sumário ou sumaríssimo) normalmente não era possível ter
coligações entre estas 3 formas processuais porque a diversidade do valor impedia que isso
sucedesse, agora se tiver um individuo a reclamar 100 000€ porque os danos foram
avultados e o outro vai reclamar apenas 1000€ porque o único azar que teve foi a televisão
ter-se estragado isso não é impedimento à coligação.

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 Exemplo: o temporal originou ventos fortes, os ventos foram os causadores do telhado ter sido
levantado, originou um relâmpago e este foi embater em casa de outro (é o facto) e um outro caso é
que a água entrou na loja de um terceiro (é um facto), apesar de tudo o facto não é o mesmo, o facto
é o temporal. Neste caso em concreto existem 3 contrato de seguro, um por cada um dos
intervenientes, por isso, é que associamos esta questão ao art 36 nº2.

 Quer na coligação, quer no litisconsórcio temos apenas um processo, mas na coligação existe uma
cumulação de ações no sentido de direito de ação, ou seja, o direito que eu tenho de intervir no
tribunal quando há uma violação do direito, mas estas 2 ações só existem no âmbito de um processo.

 Na prática, quando instauro uma ação de coligação vou ter que adicionar o valor do pedido que está
a ser instaurado por A, ao valor do pedido que está a ser formulado por B (=pedido cumulativo).

 Normalmente quando temos a responsabilidade contratual o que está na génese da ação é o próprio
contrato de seguro, a causa de pedir é o próprio contrato, é o facto de existir contrato porque não
existindo não existe responsabilidade.
o Exemplo: celebração de um contrato de trabalho entre A e B, o A é trabalhador e não recebe
determinadas quantias pecuniárias, este pode avançar para o tribunal com a base na causa
de pedir do contrato de trabalho e o facto é não estar a ser pago.

 Na coligação, quem tem poder para coligar as partes é o mandatário, ou seja, o advogado e, neste
caso, o advogado tem que ser o mesmo, porque se não fosse o caso teríamos uma apensação do
processo. No caso acima, cada uma das pessoas lesadas instaura um processo autonomamente e o
juiz deteta que o que está em causa é a apreciação de uma clausula que tem haver com as
condições atmosféricas.

Apensação do processo vs. coligação

Exemplo: exclusão de responsabilidade quando estamos perante tempestades, se o tribunal vai apreciar se
há ou não responsabilidade por parte da companhia seguradora partindo do pressuposto que naquele
tribunal estão 3 ações com o mesmo pressuposto então o tribunal pode ordenar a apensação, ou seja, o juiz
oficiosamente pode ter um papel essencial a desempenhar em termos de apensação dos processos. Mas a
nível e coligação temos o mesmo mandatário que está a representar 3 pessoas diversas e que fruto de uma
circunstância que as aproximou vai instaurar a ação demandando a mesma companhia seguradora.

O que é a causa de pedir?


 É um dos elementos essenciais da ação (a causa, o pedido e os sujeitos).
 Estamos a fazer alusão aos factos, ou seja, toda e qualquer ação deve de ter na sua génese um
facto ou um conjunto de factos daí a preocupação no art 5 de dizer que o auto tem que basear os
factos que assentam a ação.
 Havendo identidade da causa de pedir eu posso ter uma coligação, ou seja, se o facto que deu
origem à violação de mais do que um direito é o mesmo, então posso ter uma coligação.
 Exemplo: 2 pessoas estavam a atravessar uma passadeira, não se conheciam de sítio nenhum e
foram atropeladas e decidiram instaurar uma ação conjuntamente. Neste caso temos uma relação
controvertida que se estabelece entre o peão e o lesante e depois há outra relação controvertida
entre o outro peão e o lesante. O facto que subjaz à responsabilidade é o mesmo (2 em 1), agora as
relações materiais são distintas, nessa circunstância temos a possibilidade de coligação.
 Quer na coligação, quer no litisconsórcio temos apenas um processo, mas na coligação existe uma
cumulação de ações no sentido de direito de ação, ou seja, o direito que eu tenho de intervir no
tribunal quando há uma violação do direito, mas estas 2 ações só existem no âmbito de um processo.

Interesse processual

É o único pressuposto que não está expressamente escrito na lei e traduz-se na necessidade de tutela
judiciária, ou seja, sempre que recorro a tribunal tenho que ter um motivo para o fazer.
Exemplo, ação declarativa de condenação tenho interesse processual quando existe uma violação de um
direito, ou seja, quando eu tenho uma violação de um direito tenho automaticamente interesse processual no
âmbito de uma ação declarativa de condenação.

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Exemplo 2, ação declarativa constitutiva tenho interesse processual quando eu tenho ou quero exercer um
direito potestativo com necessidade de recurso à via judicial porque caso não tenha necessidade de recorrer
à via judicial eu posso não ter esse interesse processual. É a diferença entre uma ação de divórcio com
consentimento de ambos os conjugues ou uma ação de divórcio sem consentimento de ambos os conjugues,
se a outra parte não concordar com esse divórcio então eu vou ter de recorrer a tribunal então no caso da
ação declarativa constitutiva eu posso dizer que o que é exigível para efeitos de interesses processuais é que
o direito potestativo seja exercido pela via judicial.
Exemplo 3, ação declarativa de simples apreciação tenho interesse processual quando (ele não completou)
A ação de condenação gera absolvição do pedido em vez da absolvição da instância, as outras geram
absolvição do réu da instância. A especificidade da falta de interesse processual é essa.

Qual a consequência da falta de um pressuposto processual?


A absolvição do réu da instância.

Casos práticos

António casado com Fernanda propôs contra Ernesto de 16 anos de idade uma ação de
reivindicação de propriedade que Ernesto dizia ser sua. A propriedade situava-se em Guimarães e
tinha o valor de 122 000 000€. A ação foi proposta no juízo central cível de Penafiel. Esta ação foi
proposta por uma solicitadoria amiga de António.
R: o valor da ação é de 122 000€ art 302º nº1
Neste caso temos vários problemas: a menoridade do réu, o facto de o autor ser casado e só ele ter
proposta ação e ainda o facto da ação ter sido proposta em Penafiel quando a propriedade se
situava em Guimarães.
O pressuposto que esta em causa é da legitimidade
Art 34 remissão para o art 1682 CC, esta ação tinha que ser proposta por ambos os conjugues ou
por um com o consentimento do outro, neste caso não tivemos o consentimento dela portanto,
temos uma ilegitimidade processual ativa, isto configura uma exceção dilatória/processual porque
falta o pressuposto processual que é o da legitimidade (art 577 alínea e)
A consequência da falta do pressuposto da legitimada é a absolvição do réu da instância (art 576
nº2 1º parte e art 278 nº1 alínea d). A exceção é suprível através do conjugue prestar o seu
consentimento ao António (art 6 nº1 e 590 nº2 alinea a) o juiz está obrigado a convidar o autor a
suprir essa ilegitimidade mediante a obtenção do consentimento da mulher para aquela ação.
Quanto ao réu (16 anos), carece de capacidade de exercício, é uma exceção dilatória que é sanável
(art 15 remissão para o art 27) (art 577 alínea c) (art 578 nº1 alínea c ; art 576 nº2 1 parte) o juiz
está obrigado a convidar os representantes do menor para intervirem na ação e ratificarem o
processado, se não fizerem isso o juiz tem que absolver o réu da instância.
Patrocínio judiciário—art 40, nas ações que admitam recurso ordinário é obrigatório a constituição
de advogado (remissão para o art 629), desde que a ação tenha valor superior à alçada do tribunal a
que se recorre e a parte em que a decisão e desfavorável tem que ser superior aos valores que está
no art. Neste caso, quem perder pode recorrer porque o seu decaimento é total (valor do caso
122 000 000€), temos aqui uma exceção dilatória (art 577 aliena h) que é sanável (art 41) sob pena
de absolvição do réu da instância
Competência do tribunal—art 70 nº1 tem que ser em Guimarães, esta pertence à comarca de
Braga, atendendo ao valor da ação e da forma de processo o juízo competente seria o juízo central
cível de Guimarães (mapa III ROFTJ)
Incompetência em razão do território nos termos do art 102, incompetência relativa do tribunal art
105 nº3 art 577 alínea a, a consequência era a remessa do processo para o tribunal competente.

Frequência 2020/2021 2ªépoca

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A portuguesa residente em Braga, B espanhol residente em Santiago de Compostela, C francesa


residente em Bordéus, D italiano residente em Turim, são comproprietários de uma quinta em
Celorico de Bastos com um valor patrimonial de 2,500,000€.
A pretende dividir o referido prédio rústico em 4 parcelas a atribuir a cada um dos
comproprietários, decidindo procurar um amigo seu de longa data E, licenciado em direito e prestes
a concluir o estágio na ordem dos advogados que dada a maior proximidade geográfica e a maior
facilidade na citação instaura a respetiva ação contra B.

1) Qual a espécie de ação, qual o valor e qual a forma de processo.


R: Espécie de ação—ação declarativa constitutiva
Forma de processo—processo especial de divisão de coisas comum (art 10 nº1,2,3 alínea c,
546 e 925 a 930)
Valor da ação—2,500,000€ (art 302 nº2)

2) O juiz que não morre de amores por E faz queixa do mesmo pela prática de crime de
procuradoria ilícita. Considera que o juiz agiu corretamente?
 Estamos perante uma questão quanto aos pressupostos processuais, mais
precisamente o pressuposto processual do patrocínio judiciário, que implica a
representação em juízo por um profissional do foro em determinadas matérias em
determinadas ações.
 Quando é que sabemos se numa determinada matéria é necessário a constituição de
advogado? Art 40 Neste caso é obrigatório a constituição de advogado com base no
art 40 alínea a), sendo assim, não era um advogado que estava a patrocinar a autora,
mas sim um estagiário. O advogado estagiário não está incluído no art 40 nº2, pois
este não fez apenas um requerimento, subscreveu a petição inicial.
 O mandato judicial podia ser exercido plenamente por advogados e podia ser
exercido restritamente por advogados estagiários ou solicitadores, significa que,
neste caso ele era advogado estagiário, por isso, podia exercer restritivamente o
mandato judicial, por exemplo, pode fazer requerimentos, mas quanto ao restante,
designadamente, assumir patrocínio na sua plenitude não o pode fazer. A
consequência legal é um crime de procuradoria ilícita.
O juiz não agiu corretamente pois não houve a prática de um crime de procuradoria ilícita.
Qual é a consequência jurídico-processual da subscrição da petição inicial pelo E
desacompanhado de advogado ou patrono? É uma exceção dilatória (art 577 alínea h), a
consequência da verificação de uma exceção dilatória é a absolvição do réu da instancia (por
norma), mas neste caso há uma previsão legal, ou seja, no âmbito do regime que regula o
patrocínio judiciário há uma disposição legal que concede uma oportunidade ao autor de
sanar esta falta de pressuposto de patrocínio judiciário, art 41 “notificação para constituir
advogado dentro de um prazo certo”, ou seja, o juiz detetando falta de verificação do
pressuposto processual iria notificar o autor para ele dentro de determinado prazo
(normalmente 10 dias) sob pena de absolvição do réu da instância.

3) Prenuncie-se quanto à legitimidade.


R: Teríamos que mencionar e explicar:
 O que é a legitimidade

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 Qual é a regra a nível da legitimidade


 Qual é o fundamento legal (art 30)
 Em que é que se consubstancia (neste caso em concreto, estávamos perante uma
legitimidade plural, dentro desta 2 figuras, litisconsórcio e coligação)

Só depois de respondidas aquelas perguntas, chegávamos à conclusão que neste caso,


estávamos perante um litisconsórcio. Não é uma coligação porque só há uma relação
material, a relação que está aqui em causa é a compropriedade e o interesse comum na
divisão do prédio, portanto é um litisconsórcio.
Porque é que não pode ser um litisconsórcio voluntário? O A instaurou contra o B, a regra é
que o litisconsórcio é voluntário, neste caso, observa-se a exceção porque o caso em
concreto obriga a que todas as partes entre em acordo, portanto, ao invés de termos um
litisconsórcio voluntário temos um litisconsórcio necessário, sendo a fonte natural, ou seja, a
natureza da relação jurídica implica que todas as partes tenham que estar presentes. No
caso em concreto, não estavam nem o D, nem o E, consequência: ilegitimidade (art 577
alínea e) e absolvição do réu da instância, a não ser que possa haver sanação da falta desse
pressuposto processual pelo juiz oficiosamente ou então suscitar o incidente de intervenção
de terceiros, mais precisamente, neste caso seria uma intervenção principal (a vontade
partiria dos terceiros ou então das partes já presentes no processo):
 Se partisse dos terceiros seria espontânea
 Se partisse das partes do processo seria provocada
Neste caso seria um incidente de intervenção principal provocada o que permitiria
ultrapassar a falta do pressuposto processual da legitimidade.

4) Qual o tribunal concretamente competente para esta ação.


R: teríamos que dizer se os tribunais portugueses são internacionalmente competentes
(regulamentos 1215/2012; art 59 CPC). Como no caso em concreto, tínhamos 4 países
integrantes da EU, tínhamos que aplicar o regulamento 1215/2012 art 24 nº1 atribui
competência aos tribunais portugueses, são internacionalmente competentes os tribunais
dos Estados-Membros onde se situa o imóvel.

Quanto à competência interna temos que averiguar a, hierarquia, matéria, valor e território.
Art 60 nº2 CPC, art 37 nº1, 40, 41, 42 e 43
Quanto à hierarquia: temos os tribunais de 1ªinstancia, tribunais da relação e o Supremo
tribunal de justiça (a nível da repartição vertical da competência) —via de regra os tribunais
de acesso são os de 1ªinstância, mas há algumas exceções que prescrevem que certas ações
devem ser instauradas junto dos tribunais superiores, neste caso em concreto não tínhamos
nenhuma dessas exceções, logo, seria instaurada junto de um tribunal judicial de
1ªinstância.
Quanto à matéria: especialização está patente não só nos tribunais de 1ºinstância, mas
também nos tribunais superiores, por exemplo, para efeitos de recurso temos juntos dos
tribunais superiores secções especializadas.
Tribunais de competência especializada (art 81 nº3 LOSJ) vs. competência genérica: os
tribunais de competência especializada são tribunais que conhecem de determinadas
matérias determinadas independentemente da forma de processo, apesar de no art 117 já
implica que um tribunal de competência especializada conheça de matéria especializada
mas atendendo à forma processual, por isso, é que o legislador ao abolir os tribunais de

Descarregado por Filipa Alves (fifialves13@gmail.com)


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competências especifica em bom rigor não os aboliu porque na prática os juízes centrais e
locais cíveis são tribunais de competência especifica, ou seja significa que os tribunais de
competência especifica eram aqueles tribunais que conheciam de determinadas matérias
atendendo á forma de processo aplicável. Ex: eu se tiver uma forma de processo especial
automaticamente vou ter o conhecimento por parte de um juízo local cível, ou não havendo
juízo local cível, um juízo de competência genérico, mas se tiver um processo comum
acoplado a um determinado valor, vou ter um juízo central cível.

Neste caso, vamos ter que ir ao art 81 nº3 alínea a e b, estamos perante um juízo local cível,
para isso temos que ir ao critério da competência em razão do valor porque se for ao art 117
nº1 a LOSJ) deteto que o juízo central cível é aquele que conhece de processos comuns com
valor no mínimo de 5000,1€. Sendo assim, o valor desta ação é superior, logo o critério da
matéria acompanhado do critério do valor permite-nos chegar à conclusão que será um
juízo local cível (se existir).

Quanto ao território: mapa III, a nível territorial vais nos permitir saber se no foro em
concreto, que era o foro real que é no foro das situações dos bens (art 70 nº1 CPC- ação de
divisão de coisa comum), o bem localizava-se em Celorico de Bastos, que pertence à
comarca de Braga. Temos que ir ao tribunal judicial da comarca de Braga e procurar onde é
que esta ação seria instaurada, temos que ir ao tribunal da comarca de Braga e ver se
Celorico de Bastos tem um juízo local cível, neste caso, não tem, temos que ir ao juízo de
competência genérica

Quanto ao valor: art 66 CPC, art 41 LOSJ, art 117 e art 130

R: O tribunal competente para esta ação seria o tribunal judicial da comarca de Braga, mais
precisamente o juízo de competência genérica de Celorico de Bastos

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