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direito de defesa ( aula 1 de resposta ao réu)

--> Direito equivalente ao direito de ação. Do mesmo modo que o direito de ação é direito
fundamental, o direito de defesa também é fundamental, a entrada do réu.

--> Fundamentado no princípio do contraditório e ampla defesa

--> Princípio do contraditório = poder de manifestar no processo, as partes serem ouvidas e as


partes serem notificadas

--> Proibição decisão surpresa = sem permitir que se decida sem deixar as partes se
manifestarem

--> conceito de exceção = o direito de opor sobre o autor

--> É autônomo e funciona de forma abstrata = ainda que se não tenha razão, mérito, a parte
ainda tem direito de se defender

 O que se pretende no direito de defesa é impedindo do pedido do autor

 A defesa é um direito e facultativa

 Essa resposta deve ser formalizada em petição escrita, no prazo de quinze dias,
subscrita por advogado, endereçada ao juiz da causa

 Essa resposta deve ser formalizada em petição escrita, no prazo de quinze dias,
subscrita por advogado, endereçada ao juiz da causa

 Entretanto, como já observado, se não for realizada a audiência de conciliação ou de


mediação, a pedido dos réus (art. 334, § 6º), o prazo de resposta, para cada um deles,
começará a correr a partir da apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento
da audiência

++ espécies de defesa ++
Defesa Processual  É “indireta, porque ela visa obstar a outorga da tutela jurisdicional
pretendida pelo autor mediante inutilização do processo, em que se ofereça oportunidade
para composição da lide, isto é, sem apreciação do mérito pelo juiz”

Existem duas defesas processuais:

 São peremptórias as que, uma vez acolhidas, levam o processo à extinção, como a de
inépcia da inicial, ilegitimidade de parte, litispendência, coisa julgada, perempção etc.
(art. 485).

 São dilatórias as defesas processuais que, mesmo quando acolhidas, não provocam a
extinção do processo, mas apenas causam ampliação ou dilatação do curso do
procedimento. Assim, quando se alega nulidade da citação, incompetência do juízo,
conexão de causas, deficiência de representação da parte ou falta de autorização para
a causa, ou ausência de caução

defesa de mérito  tem-se a defesa chamada de mérito. O ataque do contestante pode


atingir o próprio fato arguido pelo autor (quando, por exemplo, nega a existência do dano a
indenizar), ou suas consequências jurídicas (quando reconhecido o fato, nega-lhe o efeito
pretendido pelo autor). Em ambos os casos, diz-se que a defesa de mérito é direta, “porque
dirigida contra a própria pretensão do autor e objetivando destruir lhe os fundamentos de fato
ou de direito direta

Mas a defesa de mérito pode, também, ser indireta, quando, embora se reconheça a
existência e eficácia do fato jurídico arrolado pelo autor, o réu invoca outro fato novo que seja
“impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor”

Contestação (aula 2)

A forma da contestação é a de petição escrita, endereçada ao juiz da causa (CPC/2015, art.


335). Nela, o réu tem que alegar “toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de
direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir”.

Isso se dá devido ao princípio da eventualidade ou da concentração, que consiste na preclusão


do direito de invocar, em fases posteriores do processo, matéria de defesa não manifestada na
contestação.

Entretanto há algumas exceções, como:

a) sejam relativas a direito ou fato superveniente


b) quando a matéria arguida for daquelas que o juiz pode conhecer de ofício
c) quando, por expressa autorização legal, a matéria puder ser formulada em qualquer
tempo e juízo

O prazo de contestação é 15 dias. O termo inicial, o dia 0 da contagem, será:

a) Da audiência de mediação e conciliação


b) Do pedido de cancelamento de audiência de mediação e conciliação
c) A partir da citação

(OBS: A defensoria gozará de prazo em dobro, o MP terá prazo em dobro para manifestar
nos autos, que terá inicio a partir de sua intimação pessoal ...)

 Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fatos


constantes da petição inicial”, sob pena de presumirem-se verdadeiras “as não
impugnadas”.

Com exceção:

 quando não for admissível, a respeito deles, a confissão


 quando a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei
considerar da substância do ato
 quando os fatos não impugnados estiverem em contradição com a defesa,
considerada em seu conjunto

(OBS: Há, também, outro caso em que a presunção de veracidade dos fatos não impugnados
deixa legalmente de operar: ocorre quando a contestação é formulada por advogado dativo,
curador especial)

incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:

I - inexistência ou nulidade da citação;

II - incompetência absoluta e relativa;

( A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de


contestação.

 Incompetência absoluta - em razão da matéria ou hierarquia


 Incompetência relativa – a respeito do valor e território
 Se a cláusula de eleição do foro não for reputada ineficaz de ofício pelo juiz (art. 63, §
3º), o que se permite em relação a convenção abusiva, caberá ao réu arguir a matéria,
em preliminar da contestação, sob pena de preclusão

 A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição


e deve ser declarada de ofício.

 Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de


incompetência.

Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo


competente.

 Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão


proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo
competente.)

III - incorreção do valor da causa;

IV - inépcia da petição inicial;

V - perempção; (Ocorre a perempção quando o autor dá ensejo a três extinções do


processo, sobre a mesma lide, por abandono da causa)

VI - litispendência;

VII - coisa julgada;

VIII - conexão;

IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;

X - convenção de arbitragem;

XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual;

XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;

XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.

§ 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação


anteriormente ajuizada.

§ 2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de
pedir e o mesmo pedido.

§ 3º Há litispendência quando se repete ação que está em curso.


§ 4º Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada
em julgado.

§ 5º Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá


de ofício das matérias enumeradas neste artigo.

§ 6º A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na forma


prevista neste Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral.

 Quando a arguição referir-se ao réu, este, em preliminar de contestação, poderá


alegar ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado. Nesse caso,
o juiz facultará ao autor, em quinze dias, a alteração da petição inicial para
substituição do demandado

 o autor deverá reembolsar as despesas feitas pelo réu excluído. Da mesma forma,
pagará ao procurador da parte ilegítima honorários advocatícios, que serão fixados
entre três e cinco por cento do valor da causa

 a obrigatoriedade do réu que alegar sua ilegitimidade indicar o sujeito passivo da


relação jurídica discutida em juízo, sempre que tiver conhecimento de quem seja, sob
pena de arcar com as despesas processuais e indenizar o autor pelos prejuízos
decorrentes da falta da indicação

 Réplica ou impugnação do autor: sempre que a contestação contiver defesa indireta


de mérito, ou seja, quando o réu invocar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do
direito alegado na inicial, o juiz mandará ouvir o autor sobre a resposta, em quinze
dias

Reconvenção ( aula 3)

Diferentemente da contestação, a reconvenção não tem o propósito de exercitar o direito de


defesa do réu. Esta resposta do réu, tende a ser um contra-ataque, o réu abre um processo
contra o autor

Porém, essas discussões de ação do autor e ação do réu serão discutidas no mesmo processo
como um modo de economia processual

A reconvenção é uma resposta facultativa dado ao réu sem nenhum prejuízo nos casos da sua
ausência, o que difere da não manifestação da contestação.
Ação de reconvenção possui os requisitos processuais de qualquer ação (legalidade e
interesse). Ademais, ela também apresenta pressuposto específico. Pelo fato de ser uma ação
derivada de outra ela necessita possui conexão com a ação principal ou com o fundamento da
defesa.

Podem acontecer conexão em relação a causa de pedir e o pedido.

 Há identidade de objeto quando os pedidos das duas partes visam ao mesmo fim

 Há identidade de causa petendi quando a ação e a reconvenção se baseiam no mesmo


ato jurídico

Relativos aos legitimados podem se incluídos no polo ativo ou passivo terceiros em


litisconsórcio com a parte originária (art. 343, §§ 3º e 4º).

 só pode haver reconvenção quando não ocorrer a incompetência do juiz da causa


principal para a ação reconvencional.

 O procedimento da ação principal deve ser o mesmo da ação reconvencional.

 “se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito
em face do substituído e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor,
também na qualidade de substituto processual”. ( art 345, SS 5)

Não se procede à citação formal do autor reconvindo. Este é apenas intimado na pessoa de
seu advogado para apresentar resposta no prazo de quinze dias (art. 343, § 1º)

A reconvenção deve ser proposta na contestação, entretanto isso não significa que ela é
subordinada a contestação. O réu pode ser revel no processo principal por não ter peticionado
a contestação, entretanto pode abrir uma nova ação, a reconvenção

A reconvenção, conforme visto no item anterior, embora prevista legalmente para ser
produzida no bojo da contestação, não está obrigatoriamente subordinada a essa conjunta
formulação

Revelia

A revelia acontece quando o réu não se manifesta no processo. Essa inércia no processo
produz alguns efeitos como o processo corre sem a presença do réu.
A revelia pode acontecer também fora da manifestação do réu, por exemplo,

(Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o


juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício.

§ 1º Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária:

II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber;)

O réu poderá no futuro aparecer no processo, entretanto entrar no processo no estado em


que encontrar, podendo influência apenas as futuras decisões.

 presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor

 As exceções sobre presunção de verdade, são:

I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;

II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;

III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere
indispensável à prova do ato;

IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em


contradição com prova constante dos autos.

 Diante da revelia, torna-se desnecessária, portanto, a prova dos fatos em que se


baseou o pedido de modo a permitir o julgamento antecipado da lide, dispensando-se,
desde logo, a audiência de instrução e julgamento

Arguição de impedimento ou suspeição

Esse incidente se refere a respeito do juiz, sobre sua imparcialidade

Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:

I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como
membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;

II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;


III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do
Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim,
em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;

IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente,
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;

V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte


no processo;

VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes;

VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de
emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços;

VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge,
companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau,
inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório;

IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado.

§ 1º Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o


advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da
atividade judicante do juiz.

§ 2º É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz.

§ 3º O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato


conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que
individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente no
processo.

Art. 145. Há suspeição do juiz:

I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;

II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de
iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que
subministrar meios para atender às despesas do litígio;

III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou
companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;

IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.

§ 1º Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de
declarar suas razões.

§ 2º Será ilegítima a alegação de suspeição quando:

I - houver sido provocada por quem a alega;

II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do
arguido.
Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte
alegará o impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do processo, na
qual indicará o fundamento da recusa, podendo instruí-la com documentos em que se fundar a
alegação e com rol de testemunhas.

§ 1º Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, o juiz ordenará


imediatamente a remessa dos autos a seu substituto legal, caso contrário, determinará a
autuação em apartado da petição e, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentará suas razões,
acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa do
incidente ao tribunal.

§ 2º Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sendo que, se o


incidente for recebido:

I - sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr;

II - com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o julgamento do


incidente.

§ 3º Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido o incidente ou quando este
for recebido com efeito suspensivo, a tutela de urgência será requerida ao substituto legal.

§ 4º Verificando que a alegação de impedimento ou de suspeição é improcedente, o


tribunal rejeitá-la-á.

§ 5º Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de manifesta suspeição, o


tribunal condenará o juiz nas custas e remeterá os autos ao seu substituto legal, podendo o juiz
recorrer da decisão.

§ 6º Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará o momento a partir do


qual o juiz não poderia ter atuado.

§ 7º O tribunal decretará a nulidade dos atos do juiz, se praticados quando já presente o


motivo de impedimento ou de suspeição.

Art. 147. Quando 2 (dois) ou mais juízes forem parentes, consanguíneos ou afins, em
linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, o primeiro que conhecer do processo
impede que o outro nele atue, caso em que o segundo se escusará, remetendo os autos ao
seu substituto legal.

Art. 148. Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição:

I - ao membro do Ministério Público;

II - aos auxiliares da justiça;

III - aos demais sujeitos imparciais do processo.

§ 1º A parte interessada deverá arguir o impedimento ou a suspeição, em petição


fundamentada e devidamente instruída, na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos
autos.

§ 2º O juiz mandará processar o incidente em separado e sem suspensão do processo,


ouvindo o arguido no prazo de 15 (quinze) dias e facultando a produção de prova, quando
necessária.
§ 3º Nos tribunais, a arguição a que se refere o § 1º será disciplinada pelo regimento
interno.

§ 4º O disposto nos §§ 1º e 2º não se aplica à arguição de impedimento ou de suspeição


de testemunha

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