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335
Tem que concentrar toda a defesa que o réu tiver. P.ex. Alegará que a Petição inicial é inepta e
pedirá o indeferimento da PI. Contudo, o réu não se limitará apenas a isso, ele deverá também
atacar os demais pontos elencados na inicial, pois, caso o juiz não indefira a petição ele não terá
outra oportunidade de se manifestar sobre os demais pontos. Trata-se da concentração de
defesa. Se não exercer, tem caráter preclusivo, ainda que a defesa pareça contraditória. Por
exemplo, o réu diz que não cometeu o ilícito, mas, que se o Juiz entender que cometeu, que a
indenização de danos morais está em desacordo com a jurisprudência dominante. Art. 336.
A primeira diferenciação que deve ser feita é entre direito objetivo superveniente e direito
subjetivo superveniente. O primeiro consiste em norma jurídica emitida posteriormente à
apresentação da contestação (lei nova), ao passo em que o segundo termo designa o direito
subjetivo da parte, fundado em um fato ocorrido depois daquele momento.
Em princípio, o que o inc. I do art. 342 autoriza o réu a deduzir após a contestação é apenas o
direito subjetivo superveniente, isto é, situações jurídicas novas, decorrentes de fato
constitutivo, modificativo ou extintivo de direito que tenha ocorrido depois da apresentação da
defesa. A regra, assim, alinha-se com o já referido art. 493, que determina ao juiz levar em
consideração fatos que tenham ocorrido após a propositura da demanda.
A segunda distinção que deve ser realizada é entre fato superveniente e fato velho conhecido
supervenientemente. O primeiro é o ocorrido após a apresentação da contestação, ao passo em
que o segundo é o que ocorreu antes desse momento, mas do qual a parte só teve ciência
posteriormente.
Uma interpretação literal da regra enunciada no inc. I do art. 342 levaria a concluir que apenas
o fato ocorrido após a contestação – isto é, apenas o fato genuinamente superveniente – é que
se encaixaria na exceção legal e poderia, assim, ser alegado pelo réu posteriormente à defesa.
Mas também fatos ocorridos anteriormente à contestação podem ser suscitados no processo
após o momento próprio, desde que a parte comprove só ter tomado conhecimento a seu
respeito após o início do processo (justa causa) e que não age de má-fé ao guardar referida
alegação para um momento que lhe é mais favorável. A alegação do fato velho deve ser rejeitada
quando resultar de má-fé da parte. Cabe ao réu, portanto, no momento em que a deduz,
justificar e comprovar o motivo pelo qual não deduziu a alegação anteriormente.
É com esse espírito que o art. 1.014 (que corresponde ao art. 517 do CPC/1973) permite que, no
recurso de apelação, a parte formule alegações de fato não deduzidas anteriormente, desde
que prove que deixou de fazê-lo por motivo de força maior. Fonte: CPC Comentado. Luiz
Guilherme Marinoni.
“A regra de concentração da defesa , que lhe impõe o ônus de deduzir na contestação todas as
suas matérias de defesa, e a regra de eventualidade , que não deixa de ser um desdobramento
da primeira e cujo conteúdo impõe ao demandado o ônus de cumular todas as suas defesas na
contestação, em ordem sucessiva, ainda que
incompatíveis entre si”. CPC Comentado. Luiz Guilherme Marinoni. O evento processual que o
réu tem que praticar é na contestação.
335, Caput – o réu poderá oferecer contestação no prazo de 15 dias, cujo termo inicial será a
data:
I – Da audiência de conciliação ou mediação... (o dia da audiência é o dia zero, pois, excluo o dia
do começo).
A regra do CPP portanto é, o réu é citado para comparecer à audiência de conciliação, e se nessa
audiência não houver acordo ou uma das partes não comparecer, começa a correr o prazo para
contestar.
Se as partes não entrarem em acordo, o conciliador ou mediador lavrará um termo negativo de
autocomposição, a partir desse instante, fluirá o prazo de 15 dias para apresentação da
contestação.
Nota: “Da última sessão”. Se houver a marcação, p. ex. de uma segunda sessão (Art. 334, §2º) e
as partes não comparecerem, ou se comparecerem e não houver acordo, lavra-se o termo e
começa a fluir o prazo da contestação. O mesmo vale, se houver uma terceira ou quarta sessão
dentro do prazo de 2 meses.
III – Nos outros casos previstos em lei em que não haverá audiência de conciliação, p. ex. se o
litígio versar sobre direitos indisponíveis, o juiz não marcará audiência de conciliação e o prazo
começará a correr nos moldes do 231. P.ex. Juntada do AR, do Mandado cumprido.
§ 1º. Litisconsórcio passivo. O prazo para a contestação no litisconsórcio passivo, tem início, para
todos, a partir da última das datas a que se refere o artigo 231, §1º. do CPC. Fonte: CPC
Comentado, Luiz Guilherme Marinoni.
Exemplo 2. Não há a audiência de conciliação, porque os réus negaram ou não porque o direito
não admite a autocomposição, aplicar-se-á a regra do 231, § 1º.
- Se foi postal, o prazo começa a correr da juntada do AR aos autos. Imagine que os 3 réus foram
citados por correio, um no dia 03, outro no dia 07 e outro no dia 09, neste caso o prazo se iniciará
da juntada do último AR aos autos. Se os AR´s forem juntados, por exemplo, nos dias 04, 08 e
10, o prazo começará a correr para todos a partir do dia 10. Regra da Unicidade dos Prazos.
- Se a citação for por mandado, vale o mesmo raciocínio. Regra da Unicidade dos Prazos.
- Se a audiência não ocorreu pelo desinteresse das partes, não se aplica a regra da unicidade.
Neste caso, os prazos correrão de maneira individual para cada réu, os quais começarão a
correr da data em que o desinteresse foi manifestado. É a data do pedido do cancelamento da
audiência. Art. 335, § 1º.
- § 2º. Quando o autor desistir da ação em relação ao réu ainda não citado.
“Nesse caso, a desistência da demanda quanto aos litisconsortes não citados deve ser noticiada
aos litisconsortes citados, iniciando-se, a partir da intimação da decisão que homologar a
desistência, o prazo para que apresentem contestação”.
- Se a citação for ELETRÔNICA, será o dia seguinte da consulta ou ao término do prazo para
consulta.
ART. 337 – Defesas preliminares. Aquilo que vem antes. O réu alega algum defeito no processo.
Dilatórias ou Peremptórias.
O réu diz que é parte ilegítima. A lei nesse caso dá ao autor a possibilidade da saída do réu e a
entrada de outra pessoa no polo passivo.
Embora o artigo 338 utilize a expressão “substituição” do réu, não se trata da substituição
processual descrita no artigo 18 e sim de sucessão do réu, pois, está saindo uma pessoa e
entrando outra. A substituição processual a que faz referência o artigo 18 se dá quando alguém
em nome próprio pleiteia direito alheio.
ART. 339 – O Réu tem que indicar o sujeito passivo, se tiver conhecimento.
Sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos causados
pela falta de indicação.
§2º. O autor poderá concordar com a indicação do réu, contudo, mantê-lo no polo passivo da
ação.
Numa terceira hipótese, o autor pode não concordar com a saída do réu originário e com a sua
substituição. Nesse caso, se ele perder a ação, suportará a sucumbência total do artigo 85 e não
do parágrafo único do 338.
Caput 340. O protocolo da contestação poderá ser realizado no foro do domicílio do réu.
- Esse fato tem que ser comunicado imediatamente ao juízo competente, preferencialmente por
meio eletrônico.
- §2º. Reconhecida a incompetência do foro do réu, o juízo se torna prevento. O réu estava certo.
Será o juízo competente.
- § 1º. Será feita por sorteio por livre distribuição. Lembrando que naquele foro, não tem petição
inicial.
- Se for por carta precatória, a contestação será juntada à carta e remetida ao juízo deprecante.
- §3º. A partir do momento que o réu alega incompetência relativa ou absoluta, deverá ocorrer
a suspensão da audiência de conciliação ou mediação.
ART – 341. (ônus da Impugnação específica). Tem que impugnar todos os fatos, não pode
deixar nenhum de fora e não pode contestar por negativa geral. Se não se manifestar sobre
aquele um determinado fato, ocorrerá a confissão ficta, pois, será presumido verdadeiro.
Exceto se:
I – Não for admissível a confissão; Direitos indisponíveis (392). Ex. ações de estado. Investigação
de paternidade.
II – Petição inicial não instruída que a lei considerar da substância do ato; Por exemplo:
propriedade do imóvel. Se o autor não juntar o documento que demonstre a propriedade
através da escritura pública, não será considerada a confissão ficta do réu.
III – Contradição com a defesa considerada em seu conjunto. Por exemplo, o réu esqueceu de
se manifestar especificamente sobre um fato, mas, o juiz ao ler toda a contestação, poderá
entender que através de uma interpretação contextual de que o réu impugnou aquele fato.
§ Único. O ônus da impugnação específica não se aplica a: defensor público, advogado dativo e
curador especial.
Contra-ataque do réu!
“Reconvenção é a ação proposta pelo réu reconvinte contra o autor reconvindo, embora tratada
pelo código como modalidade de resposta do réu a reconvenção é verdadeira ação distinta da
originária”. Prof. José Carlos Barbosa Moreira.
“É uma ação inversa do demandado contra o demandante”. CPC Comentado. Luiz Guilherme
Marinoni.
Na reconvenção que é uma ação, o réu não vai apenas se defender daquilo que o autor pediu,
mas, vai formular um PEDIDO contra o autor, por isso a natureza jurídica da reconvenção é de
ação, pois, não se trata de mera defesa e sim pretende apresentar ao juízo uma pretensão
própria.
➢ §3º. Pode ser proposta contra o autor e terceiro. Imagine que na ação haja um terceiro
interessado, contra esse também poderá ser proposta a reconvenção. Ele vai incluir no
polo passivo da reconvenção a pessoa que não estava na relação processual original.
Teremos nesse caso um litisconsórcio passivo na reconvenção.
➢ §4º. Pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro. Não apenas o réu será
reconvinte, mas, também o terceiro interessado que atuará ao lado do réu, nesse caso,
será o terceiro estará em litisconsórcio ativo.
Nos termos do artigo 18 do CPC, ocorre a substituição processual quando a lei autoriza alguém
pleitear direito alheio em nome próprio. De acordo com José Frederico Marques:
A substituição processual não é o mesmo que representação, uma vez que nessa figura, o
representante age em nome do representado, ou seja, atua em nome alheio para defesa de
direito alheio.
Essas duas relações jurídicas processuais, obviamente, estarão dentro do mesmo processo.
343 - Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria,
conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.
Requisitos:
➢ CONEXÃO (art. 55) – Quando for comum o pedido e a causa de pedir. O autor diz que
tem direito a X e o réu diz que o direito é dele. Quer receber a mesma coisa que o autor
está pedindo.
➢ Tem que ter causa pendente. Não se pode propor inicialmente a reconvenção. Tem que
ter um processo em andamento.
➢ Custas da reconvenção – 292, CPC. Via de regra. Contudo, dependendo do que prever o
regimento interno sobre as custas do tribunal, ocorra a isenção.