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AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO – ART 334.

Relembrando:

AUTOCOMPOSIÇÃO: Solução realizada pelas próprias partes.


➢ Mediação: não propõe
soluções, apenas conduz a
negociação.

• Conciliação: propõe
soluções.

HETEROCOMPOSIÇÃO: Solução realizada por terceiros.


➢ Estatal: Judiciário.

• Não estatal: Arbitragem.


Realizada por
particular. Apenas
para direitos
patrimoniais disponíveis.
Ex. Contrato de prestação
de serviços, de locação de
imóvel.

CONCILIADOR, §2º, 165 : Atuará nos casos em que não houver vínculo entre as partes. Ex.
Acidente de trânsito. Poderá sugerir soluções. Não pode constranger ou intimidar. Estimula a
negociação.

MEDIADOR, § 3º, 165: Atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior
entre as partes. Ex. Briga de vizinhos. Ex2. Inadimplemento contratual. Estimula a comunicação.

Nota: A audiência de conciliação e mediação ocorre ANTES da Contestação do réu! Busca


“forçar” a autocomposição das partes.

ART. 334

- Se preencher os requisitos essenciais e se não houver improcedência liminar do pedido.

- O juiz marcará a audiência com antecedência mínima de 30 dias devendo o réu ser citado com
pelo menos 20 dias de antecedência.

Nota: Pode ocorrer na fase pré-processual – art. 165 a 175. (se ocorrer aqui, não será citação e
sim intimação).

- Busca a autocomposição das partes.


- § 1º. Necessariamente será realizada por conciliador ou mediador!

- § 2º. Possível mais de uma sessão, desde que não ultrapassem 2 meses. Visa garantir a
duração razoável do processo.

- § 3º. A Intimação do autor para audiência será feita na pessoa do advogado. O


advogado será comunicado da data de audiência designada pelo juiz.

- § 4º, Inc. I. Se uma das partes quiser, a audiência será realizada. Só não será realizada se ambas
as partes não quiserem! Na prática, não tem ocorrido desta maneira.

- Também não será realizada, quando não se admitir a autocomposição. Exemplos, direitos
indisponíveis. Ex. Direito de imagem.

- §5º. O autor deverá na PI (319, VII) o seu interesse na autocomposição e o réu por petição com
10 dias de antecedência da data de audiência.

- § 6º. Só não haverá audiência se todos os litisconsortes concordarem.

- § 7º. Audiência poderá ser realizada por meio eletrônico.

- § 8º. O não comparecimento não justificado do autor ou do réu acarretará multa de até 2% da
vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, por ato atentatória à dignidade da
justiça. A ideia é de que as partes tentem de fato a autocomposição. O legislador acredita na
ideia da conciliação e quer que ela seja realizada.

- § 9º. As partes devem estar acompanhadas de seus advogados ou defensores públicos.

- § 10º. A parte poderá constituir representante para negociar e transigir, por meio de
procuração. Não precisa ser advogado para representar a parte, mas, também terá a presença
do advogado.

- § 11º. Homologação do juiz.

- 12º. Pautas de 20 minutos.

CONTESTAÇÃO – ART. 335

Tem que concentrar toda a defesa que o réu tiver. P.ex. Alegará que a Petição inicial é inepta e
pedirá o indeferimento da PI. Contudo, o réu não se limitará apenas a isso, ele deverá também
atacar os demais pontos elencados na inicial, pois, caso o juiz não indefira a petição ele não terá
outra oportunidade de se manifestar sobre os demais pontos. Trata-se da concentração de
defesa. Se não exercer, tem caráter preclusivo, ainda que a defesa pareça contraditória. Por
exemplo, o réu diz que não cometeu o ilícito, mas, que se o Juiz entender que cometeu, que a
indenização de danos morais está em desacordo com a jurisprudência dominante. Art. 336.

Exceções à regra da concentração de defesa. Art. 342. / 493

I – Fatos a direito ou supervenientes;


II – De ofício pelo juiz. Pois, se tratam de matérias de ordem pública, neste caso, se o réu não
alegar inicialmente, o poderá fazer posteriormente. Art. 337.
III – Por expressa autorização legal...(basicamente, complementa o inciso II).

O próprio Código estabelece algumas atenuações às regras de concentração da defesa e de


eventualidade. Apesar de serem garantia de um processo ético, ao impedirem que as partes
guardem trunfos na manga , se aplicadas de forma absoluta e inflexível tais regras poderiam
representar um obstáculo à satisfação de direitos e a um processo justo, na medida em que nem
sempre é possível, no início do processo, precisar, com todos os seus pormenores, a
integralidade dos aspectos fáticos e jurídicos que envolvem a controvérsia. É por esse motivo
que o art. 342 do Código autoriza o réu a alegar novos fundamentos de defesa quando surgirem
após a contestação (inc. I), quando se tratar de matéria que o juiz deve conhecer de ofício (inc.
II) ou que possa ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição (inc. III). Fonte: CPC
Comentado. Luiz Guilherme Marinoni.

Primeira distinção: direito objetivo e direito subjetivo superveniente

A primeira diferenciação que deve ser feita é entre direito objetivo superveniente e direito
subjetivo superveniente. O primeiro consiste em norma jurídica emitida posteriormente à
apresentação da contestação (lei nova), ao passo em que o segundo termo designa o direito
subjetivo da parte, fundado em um fato ocorrido depois daquele momento.

Em princípio, o que o inc. I do art. 342 autoriza o réu a deduzir após a contestação é apenas o
direito subjetivo superveniente, isto é, situações jurídicas novas, decorrentes de fato
constitutivo, modificativo ou extintivo de direito que tenha ocorrido depois da apresentação da
defesa. A regra, assim, alinha-se com o já referido art. 493, que determina ao juiz levar em
consideração fatos que tenham ocorrido após a propositura da demanda.

O segundo sentido atribuído à locução “direito superveniente” designa, como antecipado, as


normas de direito positivo emitidas após a apresentação da contestação. Essa situação também
está contemplada pelo inciso I, embora nesse campo a regra tenha aplicação bastante restrita,
na medida em que (i) a Constituição Federal veda, em regra, a retroação da lei, ao estabelecer
que “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”, e (ii) o
art. 6.º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – LINDB, dispõe que “a Lei em vigor
terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa
julgada”. O direito objetivo superveniente, assim, somente poderá ser alegado posteriormente
à contestação nas (raras) situações em que o direito material autorizar, como ocorre com as
relações jurídicas continuativas. Fonte: CPC Comentado. Luiz Guilherme Marinoni.

Segunda distinção: fatos supervenientes e fatos velhos

A segunda distinção que deve ser realizada é entre fato superveniente e fato velho conhecido
supervenientemente. O primeiro é o ocorrido após a apresentação da contestação, ao passo em
que o segundo é o que ocorreu antes desse momento, mas do qual a parte só teve ciência
posteriormente.

Uma interpretação literal da regra enunciada no inc. I do art. 342 levaria a concluir que apenas
o fato ocorrido após a contestação – isto é, apenas o fato genuinamente superveniente – é que
se encaixaria na exceção legal e poderia, assim, ser alegado pelo réu posteriormente à defesa.
Mas também fatos ocorridos anteriormente à contestação podem ser suscitados no processo
após o momento próprio, desde que a parte comprove só ter tomado conhecimento a seu
respeito após o início do processo (justa causa) e que não age de má-fé ao guardar referida
alegação para um momento que lhe é mais favorável. A alegação do fato velho deve ser rejeitada
quando resultar de má-fé da parte. Cabe ao réu, portanto, no momento em que a deduz,
justificar e comprovar o motivo pelo qual não deduziu a alegação anteriormente.

É com esse espírito que o art. 1.014 (que corresponde ao art. 517 do CPC/1973) permite que, no
recurso de apelação, a parte formule alegações de fato não deduzidas anteriormente, desde
que prove que deixou de fazê-lo por motivo de força maior. Fonte: CPC Comentado. Luiz
Guilherme Marinoni.

“Havendo questões de ordem processual (como inépcia, incompetência de juízo, litispendência


etc.) e de ordem material, ou defesa de mérito, (como por exemplo, a prescrição da pretensão
ou a existência de pagamento), todas devem ser suscitadas na contestação, não lhe sendo
possível oferecer apenas a defesa processual – porque questão prévia ao exame do mérito –
para que somente em caso de rejeição dessa questão, apresentar posteriormente outro
elemento de defesa”. Fonte: CPC Comentado. Luiz Guilherme Marinoni.

Art. 336. De igual forma, têm-se aqui a regra da eventualidade.

“A regra de concentração da defesa , que lhe impõe o ônus de deduzir na contestação todas as
suas matérias de defesa, e a regra de eventualidade , que não deixa de ser um desdobramento
da primeira e cujo conteúdo impõe ao demandado o ônus de cumular todas as suas defesas na
contestação, em ordem sucessiva, ainda que

incompatíveis entre si”. CPC Comentado. Luiz Guilherme Marinoni. O evento processual que o
réu tem que praticar é na contestação.

335, Caput – o réu poderá oferecer contestação no prazo de 15 dias, cujo termo inicial será a
data:

I – Da audiência de conciliação ou mediação... (o dia da audiência é o dia zero, pois, excluo o dia
do começo).

A regra do CPP portanto é, o réu é citado para comparecer à audiência de conciliação, e se nessa
audiência não houver acordo ou uma das partes não comparecer, começa a correr o prazo para
contestar.

Se as partes não entrarem em acordo, o conciliador ou mediador lavrará um termo negativo de


autocomposição, a partir desse instante, fluirá o prazo de 15 dias para apresentação da
contestação.

Nota: “Da última sessão”. Se houver a marcação, p. ex. de uma segunda sessão (Art. 334, §2º) e
as partes não comparecerem, ou se comparecerem e não houver acordo, lavra-se o termo e
começa a fluir o prazo da contestação. O mesmo vale, se houver uma terceira ou quarta sessão
dentro do prazo de 2 meses.

II – Do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou mediação


apresentado pelo réu, nas hipóteses do 334, § 4º, Inc. I. Dessa data, começa a correr o prazo
para oferecer a contestação.
III – Nos outros casos previstos em lei em que não haverá audiência de conciliação, p. ex. se o
litígio versar sobre direitos indisponíveis, o juiz não marcará audiência de conciliação e o prazo
começará a correr nos moldes do 231. P.ex. Juntada do AR, do Mandado cumprido.

§ 1º. Litisconsórcio passivo. O prazo para a contestação no litisconsórcio passivo, tem início, para
todos, a partir da última das datas a que se refere o artigo 231, §1º. do CPC. Fonte: CPC
Comentado, Luiz Guilherme Marinoni.

Exemplo 1. Se os 3 réus compareceram à audiência de mediação e conciliação, o prazo de 15


dias começará a correr para todos ao mesmo tempo, caso não haja a autocomposição.

Exemplo 2. Não há a audiência de conciliação, porque os réus negaram ou não porque o direito
não admite a autocomposição, aplicar-se-á a regra do 231, § 1º.

Nesta situação, deve-se imaginar qual tipo de citação ocorreu:

- Se foi postal, o prazo começa a correr da juntada do AR aos autos. Imagine que os 3 réus foram
citados por correio, um no dia 03, outro no dia 07 e outro no dia 09, neste caso o prazo se iniciará
da juntada do último AR aos autos. Se os AR´s forem juntados, por exemplo, nos dias 04, 08 e
10, o prazo começará a correr para todos a partir do dia 10. Regra da Unicidade dos Prazos.

- Se a citação for por mandado, vale o mesmo raciocínio. Regra da Unicidade dos Prazos.

- Se a audiência não ocorreu pelo desinteresse das partes, não se aplica a regra da unicidade.
Neste caso, os prazos correrão de maneira individual para cada réu, os quais começarão a
correr da data em que o desinteresse foi manifestado. É a data do pedido do cancelamento da
audiência. Art. 335, § 1º.

- § 2º. Quando o autor desistir da ação em relação ao réu ainda não citado.

“Nesse caso, a desistência da demanda quanto aos litisconsortes não citados deve ser noticiada
aos litisconsortes citados, iniciando-se, a partir da intimação da decisão que homologar a
desistência, o prazo para que apresentem contestação”.

Quando houver litisconsortes com diferentes procuradores, de escritórios de advocacia


distintos, o prazo para contestar será contado em dobro (art. 229) se os autos forem físicos. A
regra não se aplica, porém, aos processos eletrônicos (art. 229, § 2.º), por se entender que
nessas situações todos os réus têm, desde logo, acesso aos autos, diversamente do que ocorre
quando os autos são físicos, pois nessa situação as dificuldades com a consulta e retirada de
autos justificam a regra do caput do art. 229”. Fonte: CPC Comentado. Luiz Guilherme Marinoni.

- Se a citação for ELETRÔNICA, será o dia seguinte da consulta ou ao término do prazo para
consulta.

ART. 337 – Defesas preliminares. Aquilo que vem antes. O réu alega algum defeito no processo.

Dilatórias ou Peremptórias.

Dilatórias – Apenas visa a correção do vício e atrasará o andamento do processo.

Peremptória – Levará a extinção do vício sem análise do mérito.


ART. 338 – Trata de alegação de Ilegitimidade.

O réu diz que é parte ilegítima. A lei nesse caso dá ao autor a possibilidade da saída do réu e a
entrada de outra pessoa no polo passivo.

§ Único. Sucumbência contra o autor.

Embora o artigo 338 utilize a expressão “substituição” do réu, não se trata da substituição
processual descrita no artigo 18 e sim de sucessão do réu, pois, está saindo uma pessoa e
entrando outra. A substituição processual a que faz referência o artigo 18 se dá quando alguém
em nome próprio pleiteia direito alheio.

ART. 339 – O Réu tem que indicar o sujeito passivo, se tiver conhecimento.

Sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos causados
pela falta de indicação.

§ 1º. O autor, aceitando a indicação, no prazo de 15 dias, fará a substituição, observando o §


Único do 338.

§2º. O autor poderá concordar com a indicação do réu, contudo, mantê-lo no polo passivo da
ação.

Numa terceira hipótese, o autor pode não concordar com a saída do réu originário e com a sua
substituição. Nesse caso, se ele perder a ação, suportará a sucumbência total do artigo 85 e não
do parágrafo único do 338.

ART. 340 – Alegação de incompetência relativa ou absoluta

Incumbe ao réu antes de discutir o mérito, alegar incompetência relativa ou absoluta.


Correlação direta com o 337, II.

Caput 340. O protocolo da contestação poderá ser realizado no foro do domicílio do réu.

- Esse fato tem que ser comunicado imediatamente ao juízo competente, preferencialmente por
meio eletrônico.

- §2º. Reconhecida a incompetência do foro do réu, o juízo se torna prevento. O réu estava certo.
Será o juízo competente.

- § 1º. Será feita por sorteio por livre distribuição. Lembrando que naquele foro, não tem petição
inicial.

- Se for por carta precatória, a contestação será juntada à carta e remetida ao juízo deprecante.

- §3º. A partir do momento que o réu alega incompetência relativa ou absoluta, deverá ocorrer
a suspensão da audiência de conciliação ou mediação.

- §4º. Definida a competência, o juiz designará nova data da audiência de conciliação ou


mediação.
ART – 341. (ônus da Impugnação específica). Tem que impugnar todos os fatos, não pode
deixar nenhum de fora e não pode contestar por negativa geral. Se não se manifestar sobre
aquele um determinado fato, ocorrerá a confissão ficta, pois, será presumido verdadeiro.
Exceto se:

I – Não for admissível a confissão; Direitos indisponíveis (392). Ex. ações de estado. Investigação
de paternidade.
II – Petição inicial não instruída que a lei considerar da substância do ato; Por exemplo:
propriedade do imóvel. Se o autor não juntar o documento que demonstre a propriedade
através da escritura pública, não será considerada a confissão ficta do réu.

III – Contradição com a defesa considerada em seu conjunto. Por exemplo, o réu esqueceu de
se manifestar especificamente sobre um fato, mas, o juiz ao ler toda a contestação, poderá
entender que através de uma interpretação contextual de que o réu impugnou aquele fato.

§ Único. O ônus da impugnação específica não se aplica a: defensor público, advogado dativo e
curador especial.

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