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ART.

357 – DO SANEAMENTO E DA ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO

Repetindo: “O saneamento do processo ou fase de saneamento, significa uma fase de


organização do mesmo (SIC), na qual o magistrado resolve questões e toma providência para
prepará-lo para a fase de produção de provas (instrução) necessária para o julgamento
(sentença)”.

“Depois de realizado o contraditório entre as partes, e não sendo o caso de julgar o processo no
estado em que se encontra, tem-se que proceder a organização do processo, isto é, tem-se que
sanear o processo e prepará-lo para a instrução e o respectivo julgamento”. Luiz Guilherme
Marinoni.

Ao receber a PI e a Contestação ou Reconvenção, o juiz verificou que não era possível extinguir
o processo, julgar antecipadamente o mérito ou julgar antecipado parcialmente o mérito, ele
saneará o processo. Ocorrerá o chamado despacho saneador.

Inc. I – Exemplo, afasta alguma preliminar (p.ex. incompetência relativa), questões de valor da
causa etc.

Inc. II – O juiz vai se manifestar sobre os fatos a serem provados;

Inc. III – Definir a distribuição do ônus da prova. P.ex. O juiz reconhece que a causa versa sobre
uma relação de consumo e determina a inversão do ônus da prova.

Inc. IV – Questões relevantes para decisão do mérito.

Inc. V – Designar, se necessário a audiência de instrução e julgamento. Por exemplo, colher uma
prova oral requerida pelas partes.

§ 1º - Prazo comum para as partes de 5 dias para se manifestarem sobre o saneamento.

§ 2º - Delimitação consensual sobre as questões de fato e de direito dos incisos II e IV. Trata-se
de negócio processual. Não é comum na prática.

§ 3º - Princípio da cooperação.

§ 4º - Rol de testemunhas em até 15 dias. Não apresentou, preclui.

§ 5º - Rol de testemunhas em audiências nas hipóteses do § 3º. De igual maneira, não


apresentou, preclui.

§ 6º - Testemunhas, máximo de 10 e 3 no máximo para cada fato.

§ 7º - Limitação do número de testemunhas pelo juiz a depender da complexidade de causa.

§ 8º - Se tiver perito, obedecer a regra do 465.

§ 9º - Pautas de 1 hora entre as audiências.


ART. 358 – DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO

Conceito: Ato processual solene, pelo qual o magistrado fará a colheita principalmente da prova
oral tomando o depoimento das partes e oitiva das testemunhas.

No dia e horário marcado da audiência, o juiz pede para seu assistente apregoar as partes. P.ex.
Audiência das 15h, Fulano e ciclano, advogados fulano e ciclano. Antigamente era realizado pelo
oficial de justiça, hoje o próprio assistente realiza o pregão.

ART. 359 – INSTALADA A AUDIÊNCIA, O JUIZ VAI TENTAR A CONCILIAÇÃO.

Mesmo que já tenha ocorrido a audiência de tentativa de conciliação e arbitragem e tenha sido
infrutífera. O ideal é levar uma proposta de acordo, tanto autor como réu.

ART. 360 – O JUIZ EXERCE O PODER DE POLÍCIA

O poder de polícia do juiz refere-se à capacidade que ele tem de ter a prerrogativa de tomar
determinadas medidas para garantir a ordem pública bem como garantir o cumprimento das
leis. Obviamente, não poderá cometer abusos e garantir os direitos fundamentais dos cidadãos,
partes e advogados.

Inc. I – Ordem e decoro durante a audiência;

Inc. II – Mandar retirar da sala de audiência...

Inc. III – Requisitar força policial. (Ex. a parte tem mandado de prisão contra ela);

Inc. IV – Tratar todos com urbanidade;

Inc. V – Registrar em ata todos os requerimentos apresentados em audiência.

ART. 361 – PROVAS ORAIS SERÃO PRODUZIDAS EM AUDIÊNCIA

Ordem de produção da prova: na audiência de instrução e julgamento, primeiro deve


ser prestados os esclarecimentos eventualmente solicitados ao perito e aos assistentes
técnicos (art. 361). Na sequência, produzir-se-á a prova oral, interrogatório livre,
depoimento pessoal e prova testemunhal. CPC. Comentado. Luiz
Guilherme Marinoni.

Inc. I -Tem ordem de preferência.

Inc. II – O autor e em seguida o réu, que prestarão depoimentos do autor.

Inc. III – Primeiro as testemunhas do autor e depois as testemunhas do réu.

Ou seja, a ordem será, caso tudo ocorra na prática: perito e assistentes técnicos, autor,
réu (depoimentos pessoais), testemunhas do autor, testemunhas do réu.

Não poderá haver a inversão do depoimento pessoal, pois, isso pode prejudicar o
contraditório do réu. Só poderá haver a inversão com a concordância das partes.
§ Único. Os advogados e o MP não poderão interromper, sem a vênia do juiz.

Terminada a oitiva das testemunhas, o juiz abrirá para os debates orais no prazo de 20 minutos
prorrogáveis por mais 10. Se as alegações finais forem apresentadas oralmente, o juiz deverá
proferir sentença em audiência ou no prazo de 30 dias. (Prazo impróprio).

Não é indispensável, pois, se justifica para a produção de provas orais. Se não necessária a
produção de provas orais, não há razão para a realização da audiência de instrução e
julgamento.

Ela é designada na decisão saneadora, quando o juiz organiza o processo, coloca em ordem,
decidindo as questões processuais pendentes, define quais as provas devem ser produzidas e
distribui o ônus da prova e marca a audiência, se necessário, conforme art. 357, V.

ART. 362 – A AUDIÊNCIA PODERÁ SER ADIADA

I – Por convenção das partes;

“Em que pese a necessidade da continuidade dos atos processuais o adiamento da audiência
de instrução e julgamento é possível pela convenção das partes (I), que, por exemplo,
estejam em tratativas avançadas para composição, possibilitando um melhor diálogo entre
os litigantes”. CPC. ESA.

II – Se não puder comparecer por MOTIVO JUSTIFICADO; Ex. o advogado pegou COVID.

III – Por atraso injustificado. Se ocorrer, as partes podem ir embora.

As audiências de instrução e julgamento devem ser marcadas com intervalo mínimo de uma
hora entre uma e outra, diretriz que decorre do § 9º do art. 357 do CPC, razão pela qual,
em havendo o atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta) minutos
do horário marcado (III), poderá ser determinado o seu adiamento. CPC. ESA.

A ausência do juiz impede a abertura da audiência, porque, sem ele, não é possível
promovê-la. Nesse caso, o atraso da audiência após 30 (trinta) minutos do horário
designado e ao qual ainda não tenha comparecido a autoridade que deva presidi-la,
confere ao advogado a prerrogativa de retirar-se do recinto onde se encontre aguardando
pregão para ato judicial, mediante comunicação protocolizada em juízo (art. 7º, inciso XX,
da Lei nº 8.906/1994 -Estatuto da Advocacia). CPC. ESA.

§1º - O impedimento deve ser comprovado até a abertura da audiência.

Incumbe ao advogado provar o impedimento até a abertura da audiência ou até a primeira


oportunidade em que seja possível fazê-lo. Não basta a mera alegação de impedimento sem
oferecimento de provas que a confortem. acolhida a alegação de justo impedimento para não
comparecimento em audiência, e tendo sido realizada a audiência, deve o juiz reabrir a instrução
para possibilitar a parte prejudicada o exercício do contraditório e de seu direito à prova. CPC.
Comentado. Luiz Guilherme Marinoni.

§2º - Advogado ou Defensor Público não comparece em audiência e por exemplo, foi requerido
a oitiva de testemunha. O juiz dispensará a oitiva da testemunha. O Mesmo se aplica ao MP.
Se o ausente é o advogado ou o Ministério Público (injustificadamente), o juiz realizará a
audiência e poderá dispensar a produção das provas requeridas em nome da parte que
lhe cabia representar (§ 2º). Na ausência de ambos os advogados, poderá o juiz dispensar
toda a instrução e proferir logo o julgamento conforme o estado do processo, ou, então,
promover a colheita da prova, sem a presença dos interessados. CPC. ESA.

§ 3º - Pela sistemática do Código de Processo Civil (§ 3º), independente da ausência ter ou


não motivo justificado, quem der causa ao adiamento deve responder pelas despesas
dispendidas para o ato.

ART. 363 – INTIMAÇÃO DA ANTECIPAÇÃO OU ADIAMENTO DA AUDIÊNCIA

É imperioso que seja respeitada a necessidade de publicidade dos atos processuais,


mormente quando se trata de fixação de nova data de ato importantíssimo que é a
audiência de instrução e julgamento. A cientificação através de intimação dos advogados
quanto a decisão de redesignação da audiência garante a ampla defesa e o contraditório às
partes. CPC. ESA.

ART. 364 – FINDA A INSTRUÇÃO, SE ABRIRÁ PARA DEBATES ORAIS

Vale ressaltar que a oportunidade de apresentação de alegações finais é uma última


oportunidade das partes reforçarem as razões de defesa das suas teses, não devendo se
adstringir à repetição dos argumentos trazidos na petição inicial, réplica ou contestação; tal
oportunidade servirá para a indicação de pontos objetivos, extraídos do resultado da prova
colhida na instrução processual, que servirão para refletir no livre convencimento do
magistrado quando for prolatar a sentença. CPC. ESA.

§ 1º. Prazo será dividido entre os do mesmo grupo. Por exemplo, há litisconsórcio ativo,
cada autor poderá falar por 10 minutos, cada, se não convencionaram de forma diferente.
P.ex. havendo mais de um advogado, um concorda em falar 15 e outro 5 minutos.

§2º - Quando a causa apresentar questões complexas, os debates orais podem ser
substituídos por razões finais escritas.

Na prática acabam sendo realizados por memoriais escritos, mas, a previsão do código é
que em regra sejam realizados por debates orais, pois, as alegações finais em memoriais
escritos poderão ser realizadas apenas se a matéria for muito complexa.

ART. 365 – A AUDIÊNCIA É UNA E CONTÍNUA

Visa garantir que a audiência seja realizada em um único dia.

A audiência de instrução e julgamento é una e contínua. No entanto, audiência pode ser cindida
excepcional e justificadamente na ausência de perito ou de testemunha, desde que haja
concordância das partes. Sendo impossível a realização da instrução, do debate e do julgamento
no mesmo dia, o juiz marcará seu prosseguimento para a data mais próxima possível, em pauta
preferencial. Ficando apenas pendente o julgamento, não é necessária a designação de
audiência apenas para prolação da sentença (366).
ART. 366 – SENTENÇA EM AUDIÊNCIA OU EM 30 DIAS

Não ocorre na prática.

Prazo de 30 dias é impróprio. Ato impróprio é aquele que se não observado não gera
nenhuma consequência.

ART. 367 – ATA DE AUDIÊNCIA

É ata que é assinada pelas partes ao final da audiência.

§1º -
§ 2º - As partes não precisam assinar, exceto se o advogado não tiver poderes específicos.

§3º - Cópia do termo de audiência será traslada para os autos.

§4º - Observância das normas que regem o processo eletrônico.

§5º - Audiência gravada em meios analógicos ou digitais, juntado ao processo eletrônico.

§6º - As partes podem gravar a audiência, independentemente de autorização judicial.

ART. 368 – AUDIÊNCIA SERÁ PÚBLICA, RESSALVADAS AS EXCEÇÕES LEGAIS

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