Você está na página 1de 15

RESPOSTA À

ACUSAÇÃO
Prazo
- Termo inicial: data de cumprimento do mandado de citação¹
- Réu citado por edital²
- Comparecimento pessoal do acusado
- Comparecimento do defensor constituído

1. “No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da carta
precatória ou de ordem” (Súmula n. 710, STF)

2. “No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do
acusado ou do defensor constituído” (art. 396, parágrafo único, CPP).
Conteúdo (art. 396-A, caput, CPP)
- Arguição de preliminares
- Alegação de tudo o que interesse à defesa
- Oferecimento de documentos e justificações
- Especificação das provas pretendidas
- Arrolamento e qualificação de testemunhas
- Apresentação em momento posterior?¹
- Oposição de exceções

“[...] Não há preclusão se a parte, no momento da apresentação da defesa prévia, formula pedido de indicação de rol de
testemunhas a posteriori [...]” (STJ, REsp n. 1.443.533/RS).

“[...] O momento adequado para o réu arrolar testemunhas é na fase da defesa preliminar, conforme estabelece o art. 396-A do
Código de Processo Penal. Ultrapassado esse momento, cabe ao magistrado, ao seu prudente critério, avaliar a importância da
oitiva requerida a destempo, como testemunha do Juízo, haja vista ser ele o destinatário da prova. Tendo a providência sido
indeferida, tem-se que não se mostrou imprescindível ao deslinde da causa, não sendo possível, na via eleita, desconstituir
referida conclusão, que demandaria inviável incursão no arcabouço fático-probatório dos autos” (STJ, HC n. 244.048/RS).
Obrigatoriedade da resposta à acusação
- Inércia do réu após a citação¹

1. “Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para
oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias” (art. 396-A, § 2º, CPP).
ABSOLVIÇÃO
SUMÁRIA
Hipóteses
- Existência manifesta de causa excludente de ilicitude
- Existência manifesta de causa excludente da culpabilidade
* Salvo inimputabilidade
- Fato narrado evidentemente não constitui crime
- Punibilidade do agente extinta
Recurso cabível
- Sentença que absolve sumariamente pelos incisos I, II e III do
art. 397 > apelação (art. 593, I, CPP)
- Sentença que declara extinta a punibilidade pelo inciso IV do
art. 397 > RESE (art. 581, VIII, CPP)

Tribunal pode condenar ao reformar a decisão?¹

PROCESSUAL PENAL E PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO. NÃO CABIMENTO. CRIME DE TRÂNSITO.
PERIGO ABSTRATO. SENTENÇA DE ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA. CONDENAÇÃO PELO TRIBUNAL EM SEDE DE
APELAÇÃO. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA CONFIGURADA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL. NULIDADE
RECONHECIDA DE OFÍCIO. [...] 2. Viola os princípios do juiz natural, devido processo legal, ampla defesa e duplo grau
de jurisdição a decisão do Tribunal que condena, analisando o mérito da ação penal em apelação ministerial interposta
ante sentença de absolvição sumária. 3. Habeas corpus não conhecido, mas, de ofício, concedida a ordem para reconhecer a
nulidade do acórdão proferido em segunda instância na parte que analisou o mérito da causa, para determinar o prosseguimento
da ação penal (HC n. 260.188/AC, relator Ministro Nefi Cordeiro, Sexta Turma, julgado em 8/3/2016, DJe de 15/3/2016).
AUDIÊNCIA DE
INSTRUÇÃO, DEBATES
E JULGAMENTO
Não sendo caso de absolvição sumária, o juiz designará dia e hora para a
audiência (art. 399, CPP)

Quem deve ser intimado?


- Acusado e defensor
* Acusado preso deve ser requisitado¹
- Ministério Público
- Querelante, se for o caso
- Assistente de acusação, se for o caso
- Ofendido (art. 201, § 2º, CPP)
1. “O acusado preso será requisitado para comparecer ao interrogatório, devendo o poder público providenciar sua
apresentação” (art. 399, § 1º, CPP).
Prazo para designação da audiência
- 60 dias (art. 400, CPP)
- Audiência designada fora do prazo?

Produção de todas as provas numa só audiência


- Indeferimento das provas protelatórias, impertinentes e
irrelevantes¹

1. “[...] 6. Não obstante, o indeferimento das testemunhas de defesa, à luz desse princípio [livre convencimento motivado],
se afigura inadmissível em um estado democrático de direito, em que a plenitude de defesa é garantia constitucional de
todos os acusados (CF, art. 5º, inciso LV). 7. A decisão em comento extrapola os limites do razoável, mormente se levado em
consideração que a medida extrema foi tomada em estágio inicial do processo (defesa prévia) e que a motivação para tanto está
consubstanciada tout court na impressão pessoal do magistrado de que o requerimento seria protelatório, já que as testemunhas
não teriam, em tese, vinculação com os fatos criminosos imputados aos pacientes. 8. Houve evidente infringência à matriz
constitucional do due process of law (CF, art. 5º, inciso LIV), visto que se frustrou a possibilidade de os acusados produzirem as
provas que reputam necessárias à demonstração de suas alegações. 9. Habeas corpus concedido de ofício para assegurar a oitiva
das testemunhas arroladas pela defesa dos pacientes. (HC 155363, Relator(a): DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em
08/05/2018, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-184 DIVULG 23-07-2020 PUBLIC 24-07-2020).
Atos da audiência (art. 400, caput, CPP)
- Declarações do ofendido
- Inquirição das testemunhas de acusação e de defesa,¹ nesta ordem²
- Esclarecimentos dos peritos³
- Acareações
- Reconhecimento de pessoas e coisas
- Interrogatório do acusado

1. “Art. 401. Na instrução poderão ser inquiridas até 8 (oito) testemunhas arroladas pela acusação e 8 (oito) pela defesa.
§ 1º Nesse número não se compreendem as que não prestem compromisso e as referidas.
§ 2º A parte poderá desistir da inquirição de qualquer das testemunhas arroladas, ressalvado o disposto no art. 209 deste Código.”.

2. “Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inquirida pelo juiz do lugar de sua residência, expedindo-se, para esse
fim, carta precatória, com prazo razoável, intimadas as partes. § 1º A expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal. § 2º
Findo o prazo marcado, poderá realizar-se o julgamento, mas, a todo tempo, a precatória, uma vez devolvida, será junta aos autos. § 3º Na
hipótese prevista no caput deste artigo, a oitiva de testemunha poderá ser realizada por meio de videoconferência ou outro recurso
tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, permitida a presença do defensor e podendo ser realizada, inclusive, durante
a realização da audiência de instrução e julgamento”.

3. “Art. 400. [...] § 2º Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento das partes”.
Diligências complementares (art. 402, CPP)
- Momento: ao final da audiência, depois de produzidas as provas
- Quem pode requerer: MP, querelante e o assistente e, a seguir, o réu
- O que podem requerer: diligências cuja necessidade se origine de
circunstâncias ou fatos apurados na instrução

Exemplos:
- Oitiva de testemunha referida
- Perícia de documento juntado na própria audiência
Ninguém requer diligências complementares ou estas são indeferidas >
alegações finais
Alegações finais (art. 403, CPP)
- Em regra, orais
- Tempo: 20 minutos para acusação e defesa, respectivamente,
podendo ser prorrogado por mais 10 minutos
- Se houver assistente de acusação: 10 minutos após a manifestação
do MP. Prazo da defesa é prorrogado por igual período (art. 403, § 2º, CPP)
- Mais de um acusado: o tempo previsto para a defesa de cada um
será individual (art. 403, § 1º, CPP)
Alegações finais por memoriais
- Complexidade do caso (art. 403, § 3º, CPP)
- Número de acusados (art. 403, § 3º, CPP)
- Após o cumprimento das diligências complementares (art. 404, p. ún.,
CPP)

Prazo para apresentação dos memoriais: 5 dias, sucessivamente (art. 403, § 3º;
art. 404, p. ún., CPP)

Prazo para juiz proferir sentença: 10 dias (art. 403, § 3º; art. 404, p. ún., CPP)

Você também pode gostar