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O marco inicial para o cômputo do prazo no processo penal é o dia em que se realiza a intimação de
forma efetiva. No presente caso, não há obrigatoriedade de intimação pessoal do réu para tomar ciência
da sentença, podendo ser dirigida unicamente ao patrocinador da defesa, pela imprensa oficial, na
hipótese de réu solto, como no caso, nos termos do art. 392, incisos I e II.
Nesse sentido, os precedentes deste Tribunal e do STJ, todos no sentido da desnecessidade de intimação
pessoal do réu acerca da condenação a que foi submetido, quando responde em liberdade a ação penal,
sendo bastante a intimação do advogado constituído, por meio de publicação na imprensa oficial.
Na presente hipótese, a sentença foi proferida no dia 28 de novembro de 2023 (ev. 147) , sendo
disponibilizada no DJE no dia seguinte e, publicada no dia 30 de novembro de 2023 (quinta-feira). Assim,
o termo a quo seria 01 de dezembro (sexta-feira), se modo que o prazo recursal se esgotarua no dia 05
de dezembro de 2023, nos termos do art. 798 do CPP. Contudo, a defesa apensa manejou o apelo no dia
11 de dezembro de 2023 (ev. 153) , de modo que clarividente a intempestividade.
Outrossim, destaca-se que impertinente a aplicação da contagem em dias úteis no âmbito do processo
penal.
Destaca-se que o advogado é defensor constituído (ev. 08), pelo que a previsão do art. 392 do CPP é no
sentido de que o réu seja intimado pessoalmente da sentença, se estiver preso, ou ao seu defensor
constituído, se estiver solto ou se tiver prestado fiança. Com efeito, a intimação foi válida e já alcançada
a coisa julgada pela preclusão do prazo de interposição do recurso de apelação.