Você está na página 1de 4

QUESTÕES INQUERITO POLICIAL – PROCESSO PENAL

a) A ação penal secundária está relacionada às hipóteses em que a lei estabelece que a apuração do
crime será feita por meio de uma determinada modalidade de ação penal, prevendo, contudo,
secundariamente, diante do surgimento de circunstâncias especiais, uma nova espécie de ação para
aquela mesma infração. É o que se dá por exemplo, com o crime de exercício arbitrário das próprias
razões.

A ação penal secundária “Ocorre na hipótese em que a lei estabelece uma espécie de ação penal para
determinado crime, porém, em virtude do surgimento de circunstâncias especiais, passa a prever,
secundariamente, uma nova espécie de ação penal para essa infração. É o que acontece, por exemplo,
com os crimes contra a honra, em que, em regra, a ação penal é de iniciativa privada (CP, art. 145,
caput). No entanto, se cometido o crime contra a honra de injúria racial (CP, art. 140, § 3o), a ação
penal será pública condicionada à representação

b) A ação penal deve vir acompanhada de justa causa, que é o lastro probatório mínimo de que houve a
prática de um crime. Em determinados crimes, por exemplo, como na lavagem de dinheiro e na
receptação, é preciso que se demonstre uma justa causa duplicada.

No caso dos crimes tipificados pela Lei 9.613/1998, a denúncia deverá estar instruída não apenas com
indícios suficientes da prática da lavagem de capitais, mas também referentes à infração penal
antecedente. Eis a razão de falar-se em JUSTA CAUSA DUPLICADA, pois, para o oferecimento da
exordial, é necessário que existam indícios suficientes do crime antecedente e da lavagem de
capitais.

c) Há doutrina que entende que nos casos de incidente de deslocamento de competência (IDC ± CF,
art. 109, V-A c/c § 5ª), na hipótese de haver ação penal em curso perante a Justiça Estadual e sendo
deferido o deslocamento da competência para a Justiça Federal, haveria uma ação penal pública
subsidiaria da pública.

A doutrina aponta que uma subespécie de ação penal pública subsidiária da pública pode se dar nos
casos de incidente de deslocamento da competência da Justiça Estadual para a Justiça
Federal (IDC). Referida medida foi inserida na CF pela EC n° 45/04 (art. 1 09, V-A, c/c art. 1 09, § 5°),
estando o deslocamento da competência subordinado à presença de 02 requisitos: 1) crime com grave
violação aos direitos humanos; 2) risco de descumprimento de obrigações decorrentes de tratados
internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, em virtude da inércia do Estado-
membro em proceder à persecução penal. Registre-se que o STJ acrescentou um 3° requisito,
consistente na incapacidade – oriunda de inércia, omissão, ineficácia, negligência, falta de vontade
política, de condições pessoais e/ou materiais etc. – de o Estado-membro, por suas instituições e
autoridades, levar a cabo, em toda a sua extensão, a persecução penal. Como o IDC importa
em deslocamento da competência da Justiça Estadual, onde atua o Ministério Público dos Estados,
para a Justiça Federal, onde funciona o Ministério Público Federal, tem-se aí mais uma espécie de
ação penal pública subsidiária da pública.

d) A narrativa da denúncia, na hipótese de crimes praticados em concurso de pessoas, deve descrever,


sempre que possível, de maneira individualizada, a conduta de cada um dos agentes, sob pena de
inépcia. Nessa linha, a jurisprudência dominante do STJ, nos casos de crimes societários e de autoria
coletiva, tem admitido a denúncia geral ou genérica. ERRADA. Denúncia genérica: Não é admitida, por
ferir o direito de defesa. Há deficiência na imputação dos fatos, ocorrendo a criptoimputação,
caracterizadora do sistema kafkiano. Denúncia Geral: É admitida, permitindo o direito de defesa. Há a
correta imputação dos fatos, sendo possível não especificar cada uma das condutas, desde que haja
liame entre a conduta do agente e o fato delitivo. Ex. crimes societários e de autoria coletiva.

A) O controle externo da atividade policial ser· exercido na forma de controle difuso (por todos os
membros do Ministério Público com atribuição criminal, quando do exame dos procedimentos que lhes
forem atribuídos) e em sede de controle concentrado (através de membros com atribuições
específicas para o controle externo da atividade policial).

Art. 3º O controle externo da atividade policial será exercido: I - na forma de controle difuso, por todos
os membros do Ministério Público com atribuição criminal, quando do exame dos procedimentos que
lhes forem atribuídos; II - em sede de controle concentrado, através de membros com atribuições
específicas para o controle externo da atividade policial, conforme disciplinado no âmbito de cada
Ministério Público.
B) Incumbe aos órgãos do Ministério Público, no exercício do controle externo da atividade policial,
examinar na Delegacia de Polícia autos de inquérito policial, autos de prisão em flagrante ou qualquer
expediente ou documento de natureza persecutória penal, salvo se estiverem conclusos à autoridade
policial. ERRADA

Art. 4. Incumbe aos órgãos do Ministério Público, quando do exercício ou do resultado da atividade de
controle externo:

II – examinar, em quaisquer dos órgãos referidos no inciso anterior, autos de inquérito policial,
inquérito policial militar, autos de prisão em flagrante ou qualquer outro expediente ou documento de
natureza persecutória penal, ainda que conclusos à autoridade, deles podendo extrair cópia ou tomar
apontamentos, fiscalizando seu andamento e regularidade;

C) Aos órgãos do Ministério Público incumbe, havendo fundada necessidade e conveniência, instaurar
procedimento investigatório referente a ilícito penal ocorrido no exercício da atividade policial.

§ 1º Incumbe, ainda, aos órgãos do Ministério Público, havendo fundada necessidade e conveniência,
instaurar procedimento investigatório referente a ilícito penal ocorrido no exercício da atividade
policial.

D) Caberá aos órgãos do Ministério Público, no exercício das funções do controle externo da atividade
policial, ter acesso a quaisquer documentos relativos ‡ atividade-fim policial civil e militar, incluindo
as de polícia técnica desempenhadas por outros órgãos, em especial aos registros de autorizações
judiciais para quebra de sigilo fiscal, bancário e de comunicações, dentre outros.

II – ter acesso a quaisquer documentos, informatizados ou não, relativos à atividade-fim policial civil e
militar, incluindo as de polícia técnica desempenhadas por outros órgãos, em especial: j) aos registros
de autorizações judiciais para quebra de sigilo fiscal, bancário e de comunicações.

A) O Ministério Público não poder· requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para
novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia. Não cabe ao delegado de polícia
recusar as diligências requisitadas pelo Ministério Público, salvo as manifestamente ilegais.

B) Segundo a doutrina, no chamado arquivamento indireto, o juiz, em virtude do não oferecimento da


denúncia pelo Ministério Público, fundamentado em razões de incompetência da autoridade
jurisdicional, recebe tal manifestação como se tratasse de um pedido de arquivamento. Assim, em
caso de discordância, deve o juiz remeter os autos ao Procurador-Geral de Justiça, em analogia ao
artigo 28, do Código de Processo Penal.

C) Em regra, não cabe recurso da decisão judicial que determina o arquivamento do inquérito policial, mesmo nos casos de ação penal
privada subsidiaria da pública. Caso o juiz determine o arquivamento da investigação policial de ofício, caberá a correição parcial, em
virtude do ato judicial tumultuário.

E) Se necessário á prevenção e á repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro


do Ministério Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, independentemente de autorização
judicial, ás empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem
imediatamente os meios técnicos adequados - como sinais, informações e outros - que permitam a
localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso.ERRADA

Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o
membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante autorização
judicial, às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem
imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a
localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso.

A) O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em
que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver
solto ou afiançado. Quando o Ministério Público dispensar o inquérito policial, o prazo para o
oferecimento da denúncia contar-se-á da data em que tiver recebido as peças de informações ou a
representação. O prazo para o aditamento da queixa será de 3 dias, contado da data em que o órgão
do Ministério Público receber os autos, e, se este não se pronunciar dentro do tríduo, entender-se-á
que não tem o que aditar, prosseguindo-se nos demais termos do processo.

B) Em relação à representação, vigora o princípio da oportunidade da instauração do processo penal.


Considerando que o artigo 104 do Código Penal trata apenas da renúncia do direito de queixa, em
regra não cabe a renúncia do direito de representação. Todavia, há exceção na Lei dos Juizados
Especiais Criminais, quando determina que a homologação do acordo de composição civil dos danos
acarreta a renúncia do direito de representação, nos casos de crimes de ação penal pública
condicionada.

C) O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes
especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à
autoridade policial. A representação feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devidamente
autenticada do ofendido, de seu representante legal ou procurador, será reduzida a termo, perante o
juiz ou autoridade policial, presente o órgão do Ministério Público, quando a este houver sido dirigida.

D) Feita a representação contra um dos autores do fato delituoso, ela é estendida aos demais autores.
Assim, caso a vítima ou seu representante legal trate na representação de apenas um dos autores da
infração penal, o Ministério Público poderá ajuizar denúncia contra os coautores, caso presentes os
requisitos legais. Trata-se do que a doutrina denomina de eficácia transpessoal da representação.
ERRADA. Eficácia Objetiva da Representação: Feita a representação em relação a um único fato
delituoso, todos os coautores e partícipes desse fato poderão ser denunciados. Porém, não pode o MP
oferecer denúncia em relação a outros fatos delituosos. Por isso se fala em Eficácia Objetiva, pois ela
é exigida para cada fato, mas não necessariamente para cada pessoa que o cometeu. STF: “(...) O fato
que constitui objeto da representação oferecida pelo ofendido (ou, quando for o caso, por seu
representante legal) traduz limitação material ao poder persecutório do Ministério Público, que não
poderá, agindo "ultra vires", proceder a uma indevida ampliação objetiva da "delatio criminis"
postulatória, para, desse modo, incluir, na denúncia, outros delitos cuja perseguibilidade, embora
dependente de representação, não foi nesta pleiteada por aquele que a formulou. (...) Hipótese em que
o Ministério Público ofereceu denúncia por suposta prática dos crimes de calúnia, difamação e injúria,
não obstante pleiteada, unicamente, pelo magistrado autor da delação postulatória (representação),
instauração de "persecutio criminis" pelo delito de injúria. Inadmissibilidade dessa ampliação objetiva
da acusação penal”.

A) Concluído o inquérito policial com a apresentação do relatório pela autoridade de polícia judiciária,
o órgão do Ministério Público constata que os fatos descritos são típicos, graves, que há indícios de
autoria, rol de testemunhas, representação da autoridade policial para a decretação da prisão
preventiva e que a punibilidade do investigado já estaria extinta. Considerando a regra prevista no art.
42 do Código de Processo Penal, segundo a qual “o Ministério Público não poderá desistir da ação
penal”, o Promotor de Justiça deverá requerer o arquivamento do inquérito policial.

Não esqueçam que o artigo 28 da lei 13.964/2019 - pacote anticrime também esta suspenso por tempo
indeterminado.

Tome nota:

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux suspendeu parte do pacote anticrime, aprovado
no ano passado pelo Congresso Nacional.

Além do juiz de garantias, primeiro ponto do pacote anticrime que foi suspenso, estão pendidos por
tempo indeterminado:

1 - a regra que determinava a soltura automática de presos que não passarem por uma audiência de
custódia em 24 horas após o flagrante;

2 - a alteração no Art. 28. do Código de Processo Penal, que estabeleceu regras para o arquivamento
de inquéritos policiais; e

3 - a regra que definiu que o juiz do caso não pode proferir sentença se declarar uma das provas
inadmissíveis.

Portanto, para essa questão e outras até o termino da suspensão estará valendo a regra antiga do
artigo 28 do CPP.

A) INFO 933/STF- não é necessária a intimação prévia da defesa técnica do investigado para a
tomada de depoimentos orais na fase de inquérito policial. Não haverá nulidade caso a intimação não
ocorra. O inquérito policial é informativo, inquisitivo, usado para a opinio delicti do órgão acusatório.
Assim, há mitigação do contraditório e ampla defesa. Esse entendimento justifica-se porque os
elementos de informação colhidos no inquérito policia não se prestam, por si sós, a fundamentar uma
condenação criminal. A Lei 13.245/16 implicou um reforço das prerrogativas da defesa técnica, sem
conferir ao advogado o direito subjetivo de intimação prévia e tempestiva de calendário de inquisições
a ser definido pelo delegado.

A) Gerson está respondendo a procedimento investigatório, conduzido por delegado de Polícia Civil.
Em meio a investigação foi decretado sigilo do Inquérito policial para assegurar as investigações. Mas
o advogado poderá examinar aos autos do inquérito policial ainda que tenha sido decretado o seu
sigilo. Súmula Vinculante 14 do STF que "é direito do defensor, no interesse do representado, ter
acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado
por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa".

A) O Ministro OMJ, do Supremo Tribunal Federal, rejeitou o pedido da Procuradoria-Geral da República


(PGR), de arquivamento do inquérito aberto para apurar ofensas a integrantes do STF e da suspensão
dos atos praticados no âmbito dessa investigação, como buscas e apreensões e a censura a sites.
Toda alternativa CORRETA quanto a noção de sistema acusatório. a) Inquérito administrativo
instaurado no âmbito da administração pública. b) A Instauração de inquérito policial pelo Delegado de
Polícia. c) A requisição de instauração de inquérito policial pelo Ministério Público. d) Inquérito
instaurado por comissões parlamentares.

A) No que pertine à inépcia da denúncia ou da queixa, a) a doutrina a entende como sinônimo de


criptoimputacao (Criptoimputação = inépcia (da inicial acusatória), Letra B (ERRADA) – ocorre quando,
na denúncia/queixa, não há a identificação do acusado com seu verdadeiro nome ou outros
qualificativos. Apesar da qualificação do acusado ser um dos requisitos do art. 41 do CPP, este
próprio dispositivo permite que a identificação do acusado se dê mediante outros “esclarecimentos
pelos quais se possam identificar o acusado”.Assim, dizer que a identificação através do nome
verdadeiro é imprescindível para o oferecimento da denúncia está errado.Letra C (ERRADO) – sucede
quando faltar justa causa para o regular exercício da ação penal. A justa causa é um dos motivos para
a rejeição da peça inicial e não se confunde com a inépcia da denúncia. Letra D (ERRADO) – tem
cabimento quando ausente uma ou algumas das condições da ação penal. A ausência de condições da
ação penal é um dos motivos para a rejeição da peça inicial, porém, não deve ser confundida com a
inépcia da denúncia. Letra E (ERRADO) – acontece quando a inicial acusatória não contém o rol de
testemunhas. O rol de testemunhas efetivamente consta dentre os requisitos do art. 41, podendo gerar
a inépcia da exordia. No entanto, a apresentação do rol de testemunhas não é obrigatória, conforme
disposição do art. 41 do CPP.

Você também pode gostar