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Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ

Disciplina: Processo Penal I


Docente: Cláudio Lameirão
Monitora: Tayná Nóbrega de Queiroz

Exercício de Fixação
Inquérito Policial

1. No que diz respeito às formas de instauração do inquérito policial, assinale


a alternativa incorreta:

a) O inquérito policial pode ser iniciado por ato voluntário da autoridade policial,
sem que tenha havido pedido expresso de qualquer pessoa nesse sentido; isso
porque a lei determina que a autoridade é obrigada a instaurar o inquérito
sempre que tomar conhecimento da ocorrência de crime de ação pública em sua
área de atuação.
b) O Código de Processo Penal estabelece que qualquer pessoa pode levar ao
conhecimento da autoridade policial a ocorrência de uma infração penal. Essa
comunicação, todavia, é facultativa, exceto na hipótese da Lei das Contravenções
Penais, em que funcionários públicos ou da área de saúde têm a obrigação de
informar a ocorrência de crimes de ação pública incondicionada de que venham
a tomar conhecimento no desempenho das funções.
c) Faz parte das atribuições funcionais da Autoridade Policial instaurar inquérito
policial de imediato quando receber notícia anônima da prática de um crime,
ainda que desacompanhada de elementos de prova; nessa hipótese o inquérito
policial deve mencionar em sua portaria a anotação: “autoria a esclarecer”.
d) Quando se trata de infração de menor potencial ofensivo não deve ser instaurado
inquérito policial, salvo em hipóteses excepcionais, mas meramente lavrado
termo circunstanciado; ademais, para que este seja lavrado é desnecessária a
prévia existência da representação, que poderá ser colhida posteriormente.
e) O promotor de justiça da comarca, caso receba documentos dando conta da
prática de crime pelo prefeito municipal, não pode requisitar inquérito, e sim
encaminhar os documentos ao Procurador=Geral de Justiça, que é quem tem
atribuição para processar prefeitos, uma vez que estes gozam de foro especial
junto ao Tribunal de Justiça.

2. Ainda no que diz respeito ao inquérito policial, assinale a alternativa


incorreta.
a) Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova,
devem acompanhar os autos do inquérito.
b) A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas
respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua
autoria.
c) Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade
poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que
serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.
d) Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito
ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
e) O inquérito deverá terminar no prazo de 20 dias, se o indiciado tiver sido preso
em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese,
a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 60 dias,
quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.

3. Em relação ao Inquérito Policial, é INCORRETO afirmar que:

a) Tem caráter inquisitivo.


b) Tem caráter sigiloso.
c) Pode ser instaurado por requisição do juiz ou do Ministério Público.
d) Pode ser instaurado de ofício pela autoridade policial.
e) É indispensável para o desencadeamento de futura ação penal.

4. Relativamente à vedação imposta pela lei processual penal à autoridade


policial, pode ser mencionada:

a) a autoridade deverá assegurar no inquérito o sigilo necessário à elucidação do


fato
b) a autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito
c) a autoridade deverá assegurar no inquérito o sigilo exigido pelo interesse da
sociedade
d) o militar, suspeito do cometimento de crime castrense, sujeita-se à possível
instauração de inquérito policial militar
e) o Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade
policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da
denúncia

5. No que se refere ao inquérito policial e a temas correlatos, assinale a opção


correta.

a) Não é possível desarquivar o inquérito policial quando o arquivamento ocorrer


por ausência de pressuposto ou condição da ação penal.
b) Confirmada a suspeição da autoridade policial, a irregularidade prejudica as
conclusões do inquérito policial e inviabiliza a ação penal.
c) O delegado poderá requisitar de empresa privada, de transporte de passageiros,
por exemplo, dados cadastrais da vítima ou de suspeitos do crime de tráfico de
pessoas.
d) Segundo entendimento do STF, ainda que indispensável o meio de prova, há
restrição legal ao número de renovações de autorização de interceptação das
comunicações telefônicas durante uma investigação.
e) O arquivamento do inquérito policial por atipicidade da conduta impede a
propositura de ação civil indenizatória pela vítima do crime.

Comentário: Nos termos do art. 13-A do CPP:


“Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º
do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho
de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o membro do
Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de
quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa
privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos.”

6. Durante investigações promovidas em inquérito policial instaurado para


apurar a atuação de organização criminosa dedicada à prática de crimes de
tráfico de pessoas, a autoridade policial tomou conhecimento, a partir de
informações de um agente infiltrado, de que um dos integrantes da
organização criminosa havia reservado, pagado e emitido dois bilhetes
aéreos: um para o transporte de uma vítima e outro para que integrante da
organização criminosa, cujo nome foi identificado pelo agente infiltrado, a
acompanhasse. Segundo as informações, o embarque ocorrerá dentro de 24
horas em um dos dois aeroportos da cidade. Com o fim de monitorar o
embarque e libertar a vítima, a autoridade policial decidiu deflagrar
operação. Para isso, necessita obter das empresas aéreas que operam
naqueles dois aeroportos dados relativos aos nomes dos passageiros que
haviam emitido bilhetes para voos que partirão daqueles dois aeroportos
nas próximas 24 horas.

A respeito dessa situação hipotética, assinale a opção correta.

a) O delegado de polícia pode requisitar diretamente às empresas de transporte


aéreo que disponibilizem, imediatamente, os bancos de dados de reservas que
permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso.
b) O delegado de polícia deve representar ao Ministério Público, para que este,
destinatário da investigação, requisite às empresas de transporte aéreo que
disponibilizem imediatamente os bancos de dados de reservas que permitam a
localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso.
c) O delegado de polícia, somente com anuência do Ministério Público, destinatário
final da prova, pode requisitar diretamente às empresas de transporte aéreo que
disponibilizem imediatamente os bancos de dados de reservas que permitam a
localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso.
d) O delegado de polícia, somente mediante autorização judicial, pode requisitar
diretamente às empresas de transporte aéreo que disponibilizem
imediatamente os bancos de dados de reservas que permitam a localização da
vítima ou dos suspeitos do delito em curso.
e) O delegado de polícia, somente mediante prévia comunicação à autoridade
judiciária competente, pode requisitar diretamente às empresas de transporte
aéreo que disponibilizem imediatamente os bancos de dados de reservas que
permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso.

7. Acerca do acordo de não persecução penal, assinale a afirmativa correta, à


vista do que estipula o CPP.

a) É cabível para crimes praticados com violência ou grave ameaça à pessoa, desde
que a pena mínima cominada para a infração penal seja inferior a 4 (quatro) anos.
b) Pode ser proposto pelo Ministério Público ou pela autoridade policial, desde que
não seja caso de arquivamento do inquérito policial.
c) No caso de concurso de agentes, somente pode ser proposto ao investigado que
tenha sido o primeiro a confessar a prática da infração penal.
d) Compete ao juiz, antes de homologá-lo, analisar os pressupostos de legalidade
e voluntariedade, sendo-lhe vedado, entretanto, examinar a adequação ou
abusividade das condições dispostas no acordo.
e) No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não
persecução penal, o investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão
superior da instituição, na forma do art. 28 do CPP.

Comentário: CPP, Art, 28-A, § 14.


No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o
acordo de não persecução penal, o investigado poderá requerer a
remessa dos autos a órgão superior, na forma do art. 28 deste
Código.

8. A autoridade policial determinou a instauração de inquérito, após receber a


notícia da suposta prática do crime de furto mediante fraude eletrônica,
definido no Art. 155, § 4º-B, do Código Penal, com a redação dada pela Lei
14.155 de 2021. O delito em questão é de ação penal pública incondicionada.

Apesar da realização de diversas diligências, não foi possível apurar a autoria


delitiva, o que constou no relatório elaborado pelo delegado de polícia.

A partir dos dados apresentados, é correto afirmar que, no caso,

a) o delegado deve arquivar diretamente o inquérito policial, não sendo possível, a


partir do arquivamento, em nenhuma hipótese, a reabertura das investigações.
b) o delegado pode promover o arquivamento do inquérito, devendo o membro do
Ministério Público acompanhar a manifestação ou recorrer ao chefe de polícia.
c) embora não possa arquivar diretamente o inquérito, as conclusões do delegado
de polícia vinculam o órgão do ministério Público responsável promoção de
arquivamento ou oferecimento da denúncia.
d) o delegado de polícia não pode arquivar diretamente o inquérito; entretanto,
ocorrendo o arquivamento por determinação da autoridade competente, pode
haver o desarquivamento e continuidade das investigações, desde que surja
notícia de novas provas.
e) o delegado de polícia não pode arquivar diretamente o inquérito; caso haja o
arquivamento por determinação da autoridade competente, não pode haver o
desarquivamento e a continuidade das investigações, ainda que surjam notícias
de novas provas.

9. A prescrição NÃO corre

a) durante o cumprimento do acordo de transação penal.


b) enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução penal.
c) com a decisão confirmatória da pronúncia até o julgamento em plenário do
Tribunal do Júri.
d) entre o recebimento da denúncia e a sentença condenatória.
e) enquanto o agente é processado penalmente no exterior.

Comentário: Dois aspectos que acho de extrema relevância para


ser analisado no texto legal que dispõe sobre o ANPP.

Primeiro, qual a diferença entre CAUSA IMPEDITIVA e CAUSA


INTERRUPTIVA?

No código penal temos:

Causas impeditivas da prescrição

Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição


não corre:
I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que
dependa o reconhecimento da existência do crime;
II - enquanto o agente cumpre pena no exterior;
III - na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos
Tribunais Superiores, quando inadmissíveis;
IV - enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não
persecução penal.
Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença
condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em que o
condenado está preso por outro motivo.

Causas interruptivas da prescrição

Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:


I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa;
II - pela pronúncia;
III - pela decisão confirmatória da pronúncia;
IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios
recorríveis;
V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena;
VI - pela reincidência.

Quando se tratar de causa impeditiva, ela apenas IMPEDE A


PRESCRIÇÃO, ou seja ela não volta a contar do ZERO. Ela ocorre
quando HÁ ALGUMA PENDÊNCIA A SER RESOLVIDA NO
PROCESSO. Ou seja, enquanto ele cumpre uma pena no exterior,
enquanto ele não quebra o acordo de não persecução (ANPP), etc.
Vê que nesses casos, não há o fim de uma etapa e início da outra,
então o prazo simplesmente não ocorre fica SUSPENSO.
Quando a causa é INTERRUPTIVA, ela interrompe, volta a contar
do zero.
Pensa, a prescrição é justamente a inércia do Estado, ou seja, o
Estado não corre atrás e prescreve. Mas quando o Estado faz uma
movimentação, que geralmente inicia uma nova fase do processo
(QUANDO RECEBE A DENUNCIA OU QUANDO PRONUNCIA O
ACUSADO, OU DECISÃO QUE CONFIRME A SENTENÇA) , esse
tempo de prescrição ZERA, ou seja ocorre a INTERRUPÇÃO.

10. Acerca do inquérito policial, com base no Código de Processo Penal, nas
normas processuais penais especiais e na jurisprudência atualizada do
Superior Tribunal de Justiça, assinale a afirmativa correta.

a) A Lei nº 11.343/2006 (Lei de Tóxicos) prevê o prazo de 30 (trinta) dias,


improrrogáveis, para a conclusão do inquérito policial, caso o indiciado esteja
preso.
b) Nos crimes previstos na Lei nº 11.101/2005 (Lei de Falências), o prazo para
oferecimento da denúncia regula-se pelo Código de Processo Penal, salvo se o
Ministério Público, estando o réu solto ou afiançado, decidir aguardar a
apresentação da exposição circunstanciada de que trata o Art. 186 da Lei nº
11.101/2005, devendo, em seguida, oferecer a denúncia em 15 (quinze) dias.
c) Como regra geral, o prazo para a conclusão do inquérito policial é de 10 (dez)
dias, caso o indiciado esteja preso, e de 20 (vinte) dias, se o indiciado estiver solto.
d) A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal
acarreta seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia.

11. A propósito do inquérito policial, é correto dizer que

a) o delegado de polícia pode arquivar inquéritos policiais por ele instaurados.


b) nos crimes de ação penal de iniciativa pública incondicionada, uma das formas
de instauração do inquérito policial se dá pela requisição do Ministério Público.
c) o inquérito policial é a única forma de investigação preliminar existente no
processo penal brasileiro.
d) o Código de Processo Penal prevê que o inquérito policial terá, em qualquer caso,
duração de 20 dias.
e) nos crimes de ação penal de iniciativa pública condicionada, o inquérito pode ser
iniciado pelo delegado sem necessidade de representação.

12. Considere abaixo as causas que impedem o acordo de não persecução penal:

I. Se for cabível a suspensão condicional da pena, nos termos da lei.


II. Se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que
indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se
insignificantes as infrações penais pretéritas.
III. Ter sido o agente beneficiado nos 2 anos anteriores ao cometimento da
infração, em acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão
condicional do processo.
IV. Crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou
praticados contra a mulher por razões da condição de sexo feminino.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) II e IV.
b) II e III.
c) I e IV.
d) I, II e III.
e) I, III e IV.

Comentário: O acordo de não persecução penal está previsto no


art. 28-A do CPP. Por sua vez, as causas impeditivas da sua
celebração estão contidas no seu §2º

Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado


confessado formal e circunstancialmente a prática de infração
penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior
a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de
não persecução penal, desde que necessário e suficiente para
reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes
condições ajustadas cumulativa e alternativamente:
(...)
§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes
hipóteses:
I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados
Especiais Criminais, nos termos da lei;
II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos
probatórios que indiquem conduta criminal habitual, reiterada
ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais
pretéritas;
III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores
ao cometimento da infração, em acordo de não persecução penal,
transação penal ou suspensão condicional do processo;
IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou
familiar, ou praticados contra a mulher por razões da condição
de sexo feminino, em favor do agressor.

13. Etelvina foi vítima do crime de roubo com emprego de arma de fogo, numa
rua com pouca iluminação em um bairro da Zona Norte do Rio de janeiro.
Desesperada, após o assalto, ela saiu pela rua, gritando por socorro. Cerca
de 500 m adiante do local do fato, encontrou Osvaldo, policial civil que havia
saído da delegacia para jantar. Ele socorreu Etelvina, ouviu o relato dela com
a descrição do agente do crime e a levou à delegacia de polícia. Em seguida,
com autorização da autoridade policial de plantão, Osvaldo, acompanhado
de um colega policial civil de plantão, saiu numa viatura policial, em
perseguição do indivíduo com as características mencionadas por Etelvina.
Depois de percorrer as proximidades do local do fato durante cerca de uma
hora, não logrou êxito em localizá-lo.

A autoridade policial encaminhou todos ao cartório e ouviu o relato de Etelvina


em detalhes, embora ela tivesse dito que tudo havia sido muito rápido. Não havia
testemunhas do fato, somente o relato de Osvaldo, que disse ter ouvido Etelvina
na rua, apavorada. A autoridade policial perguntou a Etelvina se ela teria
condições de reconhecer o elemento pelo álbum fotográfico da delegacia, e ela
respondeu que sim. Desse modo, o delegado entregou-lhe o álbum, para que ela
identificasse o indivíduo. Etelvina olhou todo o álbum fotográfico da delegacia e
apontou um indivíduo como o autor do roubo: era Túlio, autor de diversos roubos
na circunscrição da delegacia.

Nessa situação hipotética, de posse do termo de reconhecimento fotográfico, a


autoridade policial deverá, segundo jurisprudência do STJ,

a) instaurar inquérito policial, sem indiciar Túlio, a fim de colher maiores


elementos de convicção sobre a autoria e circunstâncias do fato.
b) instaurar inquérito policial, chamar Túlio, para ele dizer se conhece
Etelvina, e realizar a acareação do depoimento de ambos, em busca de possíveis
divergências.
c) instaurar inquérito policial, indiciando Túlio com base no reconhecimento
fotográfico feito por Etelvina, e requerer sua prisão preventiva ao juízo
competente, a fim de colher maiores elementos de convicção sobre a autoria e
circunstâncias do fato.
d) instaurar inquérito policial, indiciando Túlio com base no reconhecimento
fotográfico feito por Etelvina, e requerer sua prisão temporária ao juízo
competente, a fim de que o Ministério Público ofereça denúncia contra Túlio.
e) instaurar inquérito policial e requerer a prisão temporária de Túlio, para
posterior requerimento de prisão preventiva e oferecimento de denúncia, diante
da insofismável certeza da autoria obtida pelo reconhecimento fotográfico.

Comentário: De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal


de Justiça, acerca do reconhecimento fotográfico, destaca-se:

"O reconhecimento fotográfico serve como prova apenas inicial e


deve ser ratificado por reconhecimento presencial, assim que
possível. E, no caso de uma ou ambas as formas de
reconhecimento terem sido efetuadas, em sede inquisitorial, sem a
observância (parcial ou total) dos preceitos do art. 226 do CPP e
sem justificativa idônea para o descumprimento do rito processual,
ainda que confirmado em juízo, o reconhecimento falho se revelará
incapaz de permitir a condenação, como regra objetiva e de critério
de prova, sem corroboração do restante do conjunto probatório,
produzido na fase judicial". STJ. 5ª Turma. HC 652284/SC, Rel. Min.
Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 27/04/2021.

Diante disso, pode-se afirmar que a autoridade policial deverá


efetuar a instauração de inquérito policial, contudo, sem indiciar
Túlio, com o objetivo de colher maiores elementos de convicção
sobre a autoria e circunstâncias do fato, uma vez que o
reconhecimento fotográfico, por si só, não é suficiente para o
indiciamento, prisão ou condenação.

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