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CCR.”
MINISTÉRIO PÚBLICO MILITAR
Procuradoria-Geral da Justiça Militar
Câmara de Coordenação e Revisão
arquivamento.”
MINISTÉRIO PÚBLICO MILITAR
Procuradoria-Geral da Justiça Militar
Câmara de Coordenação e Revisão
Investigação Criminal”.
MINISTÉRIO PÚBLICO MILITAR
Procuradoria-Geral da Justiça Militar
Câmara de Coordenação e Revisão
estabelecimentos”.
MINISTÉRIO PÚBLICO MILITAR
Procuradoria-Geral da Justiça Militar
Câmara de Coordenação e Revisão
“Em caso de crimes que atentem contra o Patrimônio Público Militar, ou à Ordem
Administrativa Militar, com vulneração dos princípios que regem a Administração Pública,
por civis ou militares, recomenda-se ao Membro do MP Militar a remessa de cópia dos
autos ao órgão do MP Federal para que promova a competente Ação de Improbidade
Administrativa.”
RECOMENDAÇÃO Nº 19 – CCR/MPM, em 25/05/2021:
Alterada, em 09.08.2021, com a inclusão do item 4.
" RECOMENDA-SE aos órgãos do Ministério Público Militar que adotem, no que
no que tange aos crimes militares que ensejarem o contexto de violência familiar e
Lei nº 11.340/2006, bem como oficiem junto aos Comandos das Organizações
Militares, situados em sua área de atribuição, para que, igualmente no que couber,
Prisão em Flagrante, a fiel observância do contido nos arts. 10, 10-A, 11, 12 e
buições previstas no art. 131, inciso I, alíneas C e D, da Lei Complementar nº 75/93, Lei Orgânica
do indivíduo e abrange o acesso ao Judiciário, mas vai além para incorporar também o direito de
so ao Ministério Público como garantia fundamental de proteção e efetivação dos direitos e inte-
ção;
lho Nacional do Ministério Público (CNMP), que instituiu a Política Nacional de Incentivo à Au-
1992;
RESOLVE:
Editar o presente Regimento, delimitando a instituição, organização e as atribuições
atribuições;
III – Atuar na interlocução com outros ramos do Ministério Público e demais agentes
ções processuais;
lução de conflitos;
VII – Manter arquivos e cadastros dos envolvidos, nos casos submetidos ao Núcleo de
Incentivo à Autocomposição.
dor de Justiça Militar, que o chefiará, um analista e um técnico, selecionados dentre os servidores
da Procuradoria.
Justiça Militar.
ções processuais e as práticas restaurativas após concluídos serão encaminhados à Câmara de Co-
Art. 5º Este Ato entre em vigor a partir da sua publicação, remetendo-se cópia ao Con -
selho Nacional do Ministério Público, nos termos do art. 7º, parágrafo único, da Resolução nº
188/2014.
Dr. Mário Sérgio Marques Soares Dr. Edmar Jorge de Almeida Dr. Alexandre Concesi
Subprocurador-Geral de Justiça Militar Subprocurador-Geral de Justiça Militar Subprocurador-Geral de Justiça Militar
Conselheiro Conselheiro Conselheiro
Dr. Marcelo Weitzel Rabello de Souza Dra. Anete Vasconcelos de Borborema Dra. Maria de Nazaré Guimarães de Moraes
Subprocurador-Geral de Justiça Militar Subprocuradora-Geral de Justiça Militar Subprocuradora-Geral de Justiça Militar
Conselheiro Conselheira Conselheira
T Í TU LO I
DO INQ U ÉR I TO C IV I L
Art . 1 º. O In q uér ito C iv il , pro c ed im ent o d e n atur e za ad m ini s tr a t iva , de car áte r
in qui si t ori al, será in s t a ura do ob je t iv a ndo a pro teç ão, pr even ç ão e rep araç ão d e dan o ao
pat ri m ônio p úb l i co , ao m e io am bi ent e, ao s b e ns e di re ito s d e va lor h is t óri co e cul tu ra l , a
pr oteç ão do s in ter e ss es indi v i dua i s i nd i spo nív ei s, d i fus o s e c ole tivo s, e a pro t eç ão dos
di rei to s con st i tu c ion ai s n o âm b i to da ad m in i st ra ç ão m i l i t ar .
§ 2 º O I nqué rit o C i vi l e os Pr o ce di m e nto s Pre par atór io s não cons ti tue m con d ição
par a o a jui zam e nto d e A çõe s do M i ni st é rio Púb l i co Mi li tar .
I – d e of íci o ;
II – em face d e r eque r i m ento ou repr e se n ta ç ão apre sen t ad os po r qu a lq u er pes soa o u
com u nic ação d e o ut r o Órgã o do M ini s té r i o Públ i co , ou q u alq uer au to r ida d e, de sd e qu e
fo rneç am in for m açõe s s o bre o fa t o obj et o d a a p ur ação e a s c irc un s t ân c i as qu e o env o lv em .
Capítulo II
Art . 4º. O Proc edi m en t o Adm i n i str at ivo Prep ar a tór io se r á i ns t aur ado po r des pach o
fu ndam en t ad o do re pr e sen t an t e do M in i st ér io Púb l i co M i l it ar c o m pete n te , d ian t e da
in suf ic i ênc ia d e e le m en t os qu e p er m it am ou j u s t i fiqu e m a i ns t aur ação de I nqué ri to Ci v il .
§ 1º O P ro c edim ento Adm in i str at ivo Pr ep a rat óri o dev erá s er au t uado c om
num e raç ão a se r m ant id a cas o co nver t i do em In q uéri to C ivi l, c um pr ind o ao Me m bro ofi c ia n te
pr oced er à s d il igê n ci a s q ue en t end er c a bív ei s , a s qu ai s d ever ão s er co n cl uíd as no p raz o de 90
(n oven ta) d i a s, p r orr ogá v el p or i gua l per ío d o, u m a ú nic a ve z, em ca so d e mo t i vo ju s t if i cáv el.
Art . 6º. A s R ec om end aç õ es s erã o ex ped ida s ob j et iv ando o r e spe it o e a e fet ivi d ad e
dos d ir e i to s e in ter es s e s q ue in cum ba ao M in i s té r io Públ ico Mi li tar d ef e nd er e, s endo o ca so, a
edi ção ou a l te raçã o de n o rm a s , obs erv ando- se os se gu i nt e s pr inc ípio s :
I – m o t i vaç ã o ;
VI – g ar a nt i a de ac es so à ju st iç a ;
X – re so l ut iv i dad e ;
§ 1º A Re co m enda ção d ever á ser dir igi da a qu em tem po der, a tri bui ção o u
com p et ê nci a p a ra a ad o çã o d a s m edi d as r e co m e nda das ou r e spo n sab il id ade pe la rep ar a ção ou
pr even ção d o dano .
Par ág r afo ún i co. O a te n dim en to d a R eco m end ação será apur ado nos aut os d o
In quér ito Civ il, Pr oc edi me nto Adm in i st ra t ivo o u Pr ep a rat ó ri o q u e t e nha s ido exped ido .
Art . 13. O Órg ão do Mi ni s té r io Públ ico pod erá r equ i si tar , em pr a z o razo ável ,
re spo s t a por e s cr i to so b re o at end im en to o u não da R ecom e ndaç ão, bem c om o in s tar o s
des ti na t ár i o s a r esp ond ê -l a de m o do fu ndam ent a do.
Par ág r afo ú n ic o. Hav en d o re spo s ta d e não at en di m ent o , a i nda que n ão r equ i si tad a,
im p õe- se ao Ór g ão do M i ni s t ér io P úb l ico a pre ciá -la fund a m ent ad am ent e .
Cap í tu l o I II
§ 5 º No ca so de in s ta ura ção s im u l tân ea d e In qué rit o Civ il com o m e sm o obj eto , por
m ai s d e u m M em br o , ou de obj eção, c a ber á à C â m ara de Coo rden a ção e Rev i s ão do Mi n i s tér io
Púb l ic o M i l i t ar co o rd en a r o pr oced im en to o u d e l ibe r ar a re spe i to .
Cap í tu l o IV
Da i n str ução
Art . 16. Par a a in str uçã o do Inq u ér i t o Ci vi l, al ém daqu ela s pr ovi dênc ia s
exp re s s am en te p rev i st as em l ei , o Órg ão of i ci an t e po der á :
V – d e s igna r s erv idor p a ra a pr át i c a d e d il i gên cia s ou ato s n ece s sár ios à a pur açã o
de f ato s.
Art . 17. O I n qué ri to Civ i l Públ ico dev erá se r co nc luí do n o pr azo d e cen to e o i t en t a
di a s, ad m i ti ndo p ror rog ação por i gua l pr azo, à v i st a d a im pr e s c ind ibi l id ade d a re ali zaç ão ou
con clu são de d i l i gên cia s e po r d ec i s ão f und am ent ada de s eu pr es iden t e , dand o- s e c i ênc ia à
Câm ar a d e Coor dena ção e R evi são d o M in i st éri o Púb l i co M i li t ar.
Par ág r afo ún i co. O Pro cedi m en t o Pr epa ra t óri o d ev er á ser conc luí do no p razo d e
nov en t a d ia s, pr or r ogáv el p or i gua l per ío do, por des p ach o fun d am en t ad o do Ór gão o fi c ia n te .
Art . 1 8 . Con c luí do o P roce d im e n to Adm in i st rat ivo Pr ep ara tór io o u o In q uér i t o
Civ il , o Ó rgã o of ici ant e el abor ará r el a t óri o cir cu nst anci ado de :
Art . 20 . A s i nve s t ig açõ e s e m Pro cedi m ent o a rqu ivad o so m en t e pod erã o s er r ein ic iada s
di ant e da h ipót es e de no v os e lem ento s ou p rov as .
§ 2º A pu b li ci dad e con si st ir á :
I – na d i vulg açã o ofi c i al, com ex clu sivo f im de co nhe c im en to púb li c o, m edi ant e
pub lic ação d e ex tr a to s n a im pr ens a ofi ci al ;
II I – na ex pedi ção d e ce r ti dão e na ext raç ão de có pia s sobr e os f ato s in ves tig ado s ,
m edi an t e r e quer im en to f un dam ent ado e por def er i m ento do pr e si d en t e d o In quér i t o Civ il ;
Cap í tu l o V
Do Ter m o de Aj us t am e nt o de Con d ut a
II I – f undam ento l ega l a utor i z a ti vo, p ra zo d e c um pr im en to, ope r ac i ona liz ação d o
aj u st e , com i naç ão de p e n alid ade e fi sc a l i za çã o.
Cap í tu l o VI
Di s po s içõe s G era is
Art . 30. S e n o cur so do I nqu érit o Civ il , ou de q ual quer inv es t ig a ção d o M ini st éri o
Púb l ic o, fo r v erif ic ad a a oc orr ênc ia de in fra ç ão pena l, s er ã o ex t raí d as c ó pia s par a qu e o Órgão
com p et e nte adot e a s pro v idê nc i a s c abív e i s.
Art . 31 . Cada un ida d e i nst it u ci ona l m a nte r á con tro le atu al i zado do and a m en to d e s eu s
In quér ito s Civ is, o q u al se rá r em e tid o, anua lm e nte, à Câ m ara d e Coor d ena ção e R evi são, pa r a
fi ns e sta tí s ti co s e de c o n h ecim e nto .
Dr. Roberto Coutinho Dr. Edmar Jorge de Almeida Dr. Alexandre Concesi
Vice-Procurador-Geral de Justiça Militar Subprocurador-Geral de Justiça Militar Subprocurador-Geral de Justiça Militar
Conselheiro Conselheiro-Relator Conselheiro
Dra. Arilma Cunha da Silva Dr. José Garcia de Freitas Junior Dra. Herminia Celia Raymundo
Subprocuradora-Geral de Justiça Militar Subprocurador-Geral de Justiça Militar Subprocuradora-Geral de Justiça Militar
Conselheira Conselheiro Conselheira
Dr. Giovanni Rattacaso Dr. Clauro Roberto de Bortolli Dr. Cezar Luís Rangel Coutinho
Corregedor-Geral do MPM Subprocurador-Geral de Justiça Militar Subprocurador-Geral de Justiça Militar
Conselheiro Conselheiro Conselheiro
MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO
Ministério Público Militar
Conselho Superior
Capítulo I
Da Definição e Finalidade
Capítulo II
Da Instauração
Art. 2º Em poder de quaisquer peças de informação, versando sobre matéria criminal militar, o membro do Ministério
Público Militar poderá:
I – autuá-las como Notícia de Fato, quando não presentes informações imprescindíveis para deliberação sobre as
hipóteses constantes dos incisos II a IV deste artigo, ou quando se tratar de hipótese de arquivamento de plano;
§1º No caso do inciso I, 1ª parte, o membro do Ministério Público poderá colher as informações preliminares
imprescindíveis para deliberação sobre as hipóteses constantes dos incisos II a IV deste artigo, no prazo de até 30
(trinta) dias, prorrogado uma vez, fundamentadamente, por até 90 (noventa) dias, sendo vedada a expedição de
requisições.
§2º – Ocorrerá arquivamento das peças de informação, autuadas como Notícia de Fato, quando:
a) o fato narrado não configurar lesão ou ameaça de lesão aos interesses ou direitos tutelados pelo Ministério Público
Militar;
b) o fato narrado já tiver sido objeto de investigação ou de ação judicial ou já se encontrar solucionado;
c) a lesão ao bem jurídico tutelado for manifestamente insignificante, nos termos de jurisprudência consolidada ou
orientação da Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Militar;
d) for desprovida de elementos de prova ou de informação mínimos para o início de uma apuração e o noticiante não
atender à intimação para complementá-la;
e) for incompreensível.
Art. 3º O Procedimento Investigatório Criminal poderá ser instaurado de ofício por membro do Ministério Público
Militar, no âmbito de suas atribuições, ao tomar conhecimento da prática de crime militar, por qualquer meio, ainda
que informal, ou mediante provocação.
§1º O procedimento deverá tramitar no MP-Virtual, e a comunicação de seus atos e transmissão de suas peças dar-se-
ão, preferencialmente, por meio eletrônico.
§2º No caso de instauração de ofício, o Procedimento Investigatório Criminal será distribuído livremente entre os
membros da instituição, incluído aquele que determinou a sua instauração, observados os critérios fixados pelo
Conselho Superior do Ministério Público Militar.
§3º No caso de conversão de Notícia de Fato em Procedimento Investigatório Criminal, a distribuição se dará por
vinculação ao ofício ao qual distribuída, originalmente, a Notícia de Fato.
Art. 4º O Procedimento Investigatório Criminal será instaurado por Portaria fundamentada, devidamente registrada e
autuada, com a indicação dos fatos a serem investigados e deverá conter, sempre que possível, o nome e a
qualificação do autor da representação e a determinação das diligências iniciais, e a designação do Secretário.
§1º Se, durante a instrução do Procedimento Investigatório Criminal, for constatada a necessidade de investigação de
outros fatos, o membro do Ministério Público Militar poderá aditar a portaria inicial ou determinar a extração de
peças para instauração de outro Procedimento Investigatório Criminal, o qual será distribuído nos termos do § 2º do
art. 3º. (Texto alterado pela Resolução nº 104/CSMPM)
§2º Da instauração do Procedimento Investigatório Criminal far-se-á comunicação imediata ao Procurador-Geral de
Justiça Militar ou ao órgão a quem incumbir por delegação nos termos da lei. (Texto revogado pela Resolução nº
104/CSMPM)
Art. 5º Quando se tratar de fato cuja competência originária para processamento e julgamento seja do Superior
Tribunal Militar, a iniciativa de instauração do Procedimento de Investigação Criminal caberá ao Procurador-Geral de
Justiça Militar, que poderá designar um Subprocurador-Geral para presidi-lo.
Parágrafo único. Se no curso de Procedimento de Investigação Criminal instaurado em 1ª Instância surgirem indícios
da prática de fatos cuja competência originária para processamento e julgamento seja do Superior Tribunal Militar, o
Procurador-Geral de Justiça Militar será comunicado, para deliberação a respeito.
Capítulo III
Art. 6º O Procedimento Investigatório Criminal poderá ser instaurado de forma conjunta, por meio de força tarefa ou
por grupo de atuação especial composto por membros do Ministério Público Militar, cabendo sua presidência àquele
que o ato de instauração designar.
§1º Poderá também ser instaurado Procedimento Investigatório Criminal, por meio de atuação conjunta entre
Ministérios Públicos dos Estados, da União e de outros países.
§2º O arquivamento do procedimento investigatório será objeto de controle e revisão pela Câmara de Coordenação e
Revisão, cuja apreciação, nos casos do §1º do presente artigo, se limitará ao âmbito de atribuição do Ministério
Público Militar.
Capítulo IV
Da Instrução
Art. 7º O membro do Ministério Público Militar, observadas as hipóteses de reserva constitucional de jurisdição e sem
prejuízo de outras providências inerentes a sua atribuição funcional, poderá:
I – fazer ou determinar vistorias, inspeções e quaisquer outras diligências, inclusive em organizações militares;
II – requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades civis e militares, órgãos e entidades da
Administração Militar e Administração Pública direta e indireta, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios;
IV – notificar testemunhas e vítimas, e requisitar sua condução coercitiva, nos casos de ausência injustificada,
ressalvadas as prerrogativas legais;
IX – ter acesso incondicional a qualquer banco de dados de caráter público ou relativo a serviço de relevância
pública;
§1º Nenhuma autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de função pública poderá opor ao
Ministério Público Militar, sob qualquer pretexto, a exceção de sigilo, sem prejuízo da subsistência do caráter sigiloso
da informação, do registro, do dado ou do documento que lhe seja fornecido, ressalvadas as hipóteses de reserva
constitucional de jurisdição.
§2º As respostas às requisições realizadas pelo Ministério Público Militar deverão ser encaminhadas, sempre que
determinado, em meio informatizado e apresentadas em arquivos que possibilitem a migração de informações para os
autos do processo sem redigitação, em formato com reconhecimento de caracteres.
§3º As requisições do Ministério Público Militar serão feitas fixando-se prazo razoável de até 10 (dez) dias úteis para
atendimento, prorrogável mediante solicitação justificada.
§4º Ressalvadas as hipóteses de urgência, as notificações para comparecimento devem ser efetivadas com
antecedência mínima de 48 horas, respeitadas, em qualquer caso, as prerrogativas legais pertinentes.
§5º A notificação deverá mencionar o fato investigado, salvo na hipótese de decretação de sigilo, e a faculdade do
notificado de se fazer acompanhar por defensor.
§7º As autoridades referidas no parágrafo 6º poderão fixar data, hora e local em que puderem ser ouvidas, se for o
caso.
§8º O membro do Ministério Público Militar será responsável pelo uso indevido das informações e documentos que
requisitar, inclusive nas hipóteses legais de sigilo e de documentos assim classificados.
Art. 8º A colheita de informações e depoimentos deverá ser feita preferencialmente de forma oral, mediante a
gravação audiovisual, com o fim de obter maior fidelidade das informações prestadas.
§1º Somente em casos excepcionais e imprescindíveis deverá ser feita a transcrição dos depoimentos colhidos na fase
investigatória.
§2º O membro do Ministério Público Militar poderá requisitar o cumprimento das diligências de oitiva de
testemunhas ou informantes a servidores da instituição, militares das Forças Armadas, ou a qualquer outro servidor
público que tenha como atribuições fiscalizar atividades cujos ilícitos possam também caracterizar delito.
§3º A requisição referida no parágrafo anterior deverá ser comunicada ao seu destinatário pelo meio mais expedito
possível, e a oitiva deverá ser realizada, sempre que possível, no local em que se encontrar a pessoa a ser ouvida.
§4º O funcionário público, no cumprimento das diligências de que trata este artigo, após a oitiva da testemunha ou
informante, deverá imediatamente elaborar relatório legível, sucinto e objetivo sobre o teor do depoimento, no qual
deverão ser consignados a data e hora aproximada do crime, onde ele foi praticado, as suas circunstâncias, quem o
praticou e os motivos que o levaram a praticar, bem ainda identificadas eventuais vítimas e outras testemunhas do
fato, sendo dispensável a confecção do referido relatório quando o depoimento for colhido mediante gravação
audiovisual.
§5º O Ministério Público Militar, sempre que possível, deverá fornecer formulário para preenchimento pelo servidor
público dos dados objetivos e sucintos que deverão constar do relatório.
§6º O funcionário público que cumpriu a requisição deverá assinar o relatório e, se possível, também o deverá fazer a
testemunha ou informante.
§7º O interrogatório de suspeitos e a oitiva das pessoas referidas nos §§ 6º e 7º do art. 7º deverão necessariamente ser
realizados pelo membro do Ministério Público Militar.
§8º As testemunhas, informantes e suspeitos ouvidos na fase de investigação serão informados do dever de comunicar
ao Ministério Público Militar qualquer mudança de endereço, telefone ou e-mail.
Art. 9º O autor do fato investigado poderá apresentar, querendo, as informações que considerar adequadas, facultado
o acompanhamento por defensor.
§1º O defensor poderá examinar, mesmo sem procuração, autos de procedimento de investigação criminal, findos ou
em andamento, ainda que conclusos ao presidente, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou
digital.
§2º Para os fins do parágrafo anterior, o defensor deverá apresentar procuração, quando decretado o sigilo das
investigações, no todo ou em parte.
§3º O órgão de execução que presidir a investigação velará para que o defensor constituído nos autos assista o
investigado durante a apuração de infrações, de forma a evitar a alegação de nulidade do interrogatório e,
subsequentemente, de todos os elementos probatórios dele decorrentes ou derivados, nos termos da Lei nº 8.906, de 4
de julho de 1994.
§4º O presidente do Procedimento Investigatório Criminal poderá delimitar o acesso do defensor aos elementos de
prova relacionados a diligências em andamento e ainda não documentados nos autos, quando houver risco de
comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das diligências.
§1º Nos casos referidos no caput deste artigo, o membro do Ministério Público Militar poderá optar por realizar
diretamente a inquirição com a prévia ciência ao órgão ministerial local.
§2º A deprecação e a ciência referidas neste artigo poderão ser feitas por qualquer meio hábil de comunicação.
§3º O disposto neste artigo não obsta a requisição de informações, documentos, vistorias, perícias a órgãos ou
organizações militares sediados em localidade diversa daquela em que lotado o membro do Ministério Público
Militar.
Art. 12. A pedido da pessoa interessada, será fornecida comprovação escrita de comparecimento.
Art. 13. O Procedimento Investigatório Criminal deverá ser concluído no prazo de 90 (noventa) dias, permitidas, por
igual período, prorrogações sucessivas, por decisão fundamentada do membro do Ministério Público Militar
responsável pela sua condução.
Capítulo IV
Da persecução patrimonial
Art. 14. A persecução patrimonial voltada à localização de qualquer benefício derivado ou obtido, direta ou
indiretamente, da infração penal, ou de bens ou valores lícitos equivalentes, com vistas à propositura de medidas
cautelares reais, confisco definitivo e identificação do beneficiário econômico final da conduta, será realizada em
anexo autônomo do Procedimento Investigatório Criminal.
§1º Proposta a ação penal, a instrução do procedimento tratado no caput poderá prosseguir até que ultimadas as
diligências de persecução patrimonial.
§2º Caso a investigação sobre a materialidade e autoria da infração penal já esteja concluída, sem que tenha sido
iniciada a investigação tratada neste capítulo, procedimento investigatório específico poderá ser instaurado com o
objetivo principal de realizar a persecução patrimonial.
Capítulo V
Publicidade
Art. 15. Os atos e peças do Procedimento Investigatório Criminal são públicos, nos termos desta Resolução, salvo
disposição legal em contrário ou por razões de interesse público ou conveniência da investigação.
I – na expedição de certidão, mediante requerimento do investigado, da vítima ou seu representante legal, do Poder
Judiciário, do Ministério Público ou de terceiro diretamente interessado;
II – no deferimento de pedidos de extração de cópias, com atenção ao disposto no §1º do art. 3º desta Resolução e ao
uso preferencial de meio eletrônico, desde que realizados de forma fundamentada pelas pessoas referidas no inciso I,
pelos seus procuradores com poderes específicos ou por advogado, independentemente de fundamentação, ressalvada
a limitação de acesso aos autos sigilosos a defensor que não possua procuração ou não comprove atuar na defesa do
investigado;
III – no deferimento de pedidos de acesso aos autos, realizados de forma fundamentada pelas pessoas referidas no
inciso I ou pelo defensor do investigado, pelo prazo de 5 (cinco) dias ou outro que assinalar fundamentadamente o
presidente do Procedimento Investigatório Criminal, com atenção à restrição de acesso às diligências cujo sigilo tenha
sido determinado na forma do §4º do art. 9º desta Resolução;
Art. 16. O presidente do Procedimento Investigatório Criminal poderá decretar o sigilo das investigações, no todo ou
em parte, por decisão fundamentada, quando a elucidação do fato ou interesse público exigir, garantido o acesso aos
autos ao investigado e ao seu defensor, desde que munido de procuração ou de meios que comprovem atuar na defesa
do investigado, cabendo a ambos preservar o sigilo sob pena de responsabilização.
Paragrafo único. Em caso de pedido da parte interessada para a expedição de certidão a respeito da existência de
Procedimentos Investigatórios Criminais, é vedado fazer constar qualquer referência ou anotação sobre investigação
sigilosa.
Capítulo VI
Art. 17. O membro do Ministério Público Militar que preside o Procedimento Investigatório Criminal esclarecerá a
vítima sobre seus direitos materiais e processuais, devendo tomar todas as medidas necessárias para a preservação dos
seus direitos, a reparação dos eventuais danos por ela sofridos e a preservação da intimidade, vida privada, honra e
imagem.
§1º O membro do Ministério Público Militar velará pela segurança de vítimas e testemunhas que sofrerem ameaça ou
que, de modo concreto, estejam suscetíveis a sofrer intimidação por parte de acusados, de parentes destes ou pessoas a
seu mando, podendo, inclusive, requisitar proteção policial em seu favor.
§2º O membro do Ministério Público Militar que preside o Procedimento Investigatório Criminal, no curso da
investigação ou mesmo após o ajuizamento da ação penal, deverá providenciar o encaminhamento da vítima ou de
testemunhas, caso presentes os pressupostos legais, para inclusão em Programa de Proteção de Assistência a Vítimas e
a Testemunhas ameaçadas ou em Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados, conforme o caso.
§3º Em caso de medidas de proteção ao investigado, as vítimas e testemunhas, o membro do Ministério Público
Militar observará a tramitação prioritária do feito, bem como providenciará, se o caso, a oitiva antecipada dessas
pessoas ou pedirá a antecipação dessa oitiva em juízo.
§4º O membro do Ministério Público Militar que preside o Procedimento Investigatório Criminal providenciará o
encaminhamento da vítima e outras pessoas atingidas pela prática do fato criminoso apurado à rede de assistência,
para atendimento multidisciplinar, especialmente nas áreas psicossocial, de assistência jurídica e de saúde, a expensas
do ofensor ou do Estado.
Capítulo VII
Art. 18. Não sendo o caso de arquivamento, o Ministério Público Militar poderá propor ao investigado acordo de não
persecução penal, nos casos de crimes militares por equiparação, tal como assim considerados por força da Lei nº
13.491/2017, quando, cominada pena mínima inferior a 4 (quatro) anos e o crime não for cometido com violência ou
grave ameaça à pessoa, o investigado tiver confessado formal e circunstanciadamente a sua prática, mediante as
seguintes condições, ajustadas cumulativa ou alternativamente: (Texto revogado pela Resolução nº 115/CSMPM)
I – reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, salvo impossibilidade de fazê-lo; (Texto revogado pela Resolução nº
115/CSMPM)
II – renunciar voluntariamente a bens e direitos, indicados pelo Ministério Público Militar como instrumentos,
produto ou proveito do crime (Texto revogado pela Resolução nº 115/CSMPM)
III – prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena mínima cominada ao
delito, diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo Ministério Público Militar, preferencialmente em
Organização Militar, no caso de investigado militar da ativa; (Texto revogado pela Resolução nº 115/CSMPM)
IV – pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45, do Código Penal, a entidade pública ou de
interesse social a ser indicada pelo Ministério Público Militar, devendo a prestação ser destinada preferencialmente
àquelas entidades que tenham como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados
pelo delito, preferencialmente Organização Militar; (Texto revogado pela Resolução nº 115/CSMPM)
V – cumprir outra condição estipulada pelo Ministério Público Militar, desde que proporcional e compatível com a
infração penal aparentemente praticada. (Texto revogado pela Resolução nº 115/CSMPM)
§1º Não se admitirá a proposta nos casos em que: (Texto revogado pela Resolução nº 115/CSMPM)
I – o dano causado for superior a vinte salários mínimos ou a parâmetro econômico diverso, definido pela Câmara de
Coordenação e Revisão do Ministério Público Militar (Texto revogado pela Resolução nº 115/CSMPM)
II – ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença
definitiva; (Texto revogado pela Resolução nº 115/CSMPM)
III – ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa;
(Texto revogado pela Resolução nº 115/CSMPM)
IV – não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as
circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida; (Texto revogado pela Resolução nº 115/CSMPM)
V – o aguardo para o cumprimento do acordo possa acarretar a prescrição da pretensão punitiva estatal; (Texto
revogado pela Resolução nº 115/CSMPM)
VII – a celebração do acordo não atender ao que seja necessário e suficiente para a reprovação e prevenção do crime;
(Texto revogado pela Resolução nº 115/CSMPM)
VIII – nos casos de crimes militares previstos no inciso I do art. 9º do CPM, qualquer que seja o agente; (Texto
revogado pela Resolução nº 115/CSMPM)
IX – o autor do delito seja militar da ativa (Texto revogado pela Resolução nº 115/CSMPM)
X – mesmo que o autor seja civil, nos casos de coautoria, ou participação, de militar da ativa. (Texto revogado pela
Resolução nº 115/CSMPM)
§2º A confissão detalhada dos fatos e as tratativas do acordo serão registrados pelos meios ou recursos de gravação
audiovisual, destinados a obter maior fidelidade das informações, e o investigado deve estar sempre acompanhado de
seu defensor. (Texto revogado pela Resolução nº 115/CSMPM)
§3º O acordo será formalizado nos autos, com a qualificação completa do investigado e estipulará de modo claro as
suas condições, eventuais valores a serem restituídos e as datas para cumprimento, e será firmado pelo membro do
Ministério Público Militar, pelo investigado e seu defensor. (Texto revogado pela Resolução nº 115/CSMPM)
§4º Realizado o acordo, a vítima será comunicada por qualquer meio idôneo, e os autos serão submetidos à apreciação
judicial. (Texto revogado pela Resolução nº 115/CSMPM)
§5º Se o juiz considerar o acordo cabível e as condições adequadas e suficientes, devolverá os autos ao Ministério
Público Militar para sua implementação. (Texto revogado pela Resolução nº 115/CSMPM)
§6º Se o juiz considerar incabível o acordo, bem como inadequadas ou insuficientes as condições celebradas, fará
remessa dos autos à Câmara de Coordenação e Revisão, que poderá manter o acordo de não persecução, que vinculará
toda a Instituição, ou determinar: (Texto revogado pela Resolução nº 115/CSMPM)
III – a reformulação da proposta de acordo de não persecução, para apreciação pelo investigado; (Texto revogado
pela Resolução nº 115/CSMPM)
§7º É dever do investigado comunicar ao Ministério Público Militar eventual mudança de endereço, número de
telefone ou e-mail, e comprovar mensalmente o cumprimento das condições, independentemente de notificação ou
aviso prévio, devendo ele, quando for o caso, por iniciativa própria, apresentar imediatamente e de forma
documentada eventual justificativa para o não cumprimento do acordo. (Texto revogado pela Resolução nº
115/CSMPM)
§8º Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo ou não observados os deveres do parágrafo anterior,
no prazo e nas condições estabelecidas, o membro do Ministério Público Militar deverá, se for o caso, imediatamente
oferecer denúncia. (Texto revogado pela Resolução nº 115/CSMPM)
§9º Cumprido integralmente o acordo, o Ministério Público Militar promoverá o arquivamento da investigação, nos
termos desta Resolução. (Texto revogado pela Resolução nº 115/CSMPM)
§10 Para aferição da pena mínima cominada ao delito, a que se refere o caput, serão consideradas as causas de
aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto. (Texto revogado pela Resolução nº 115/CSMPM)
§1º A promoção de arquivamento será apresentada ao juízo competente, nos moldes do art. 397 do Código de
Processo Penal Militar, ou à Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Militar.
§2º Na hipótese de arquivamento do Procedimento Investigatório Criminal, ou do inquérito policial militar, quando
amparado em acordo de não persecução penal, nos termos do artigo anterior, a promoção de arquivamento será
necessariamente apresentada ao juízo competente, nos moldes do art. 397 do Código de Processo Penal Militar.
(Texto revogado pela Resolução nº 115/CSMPM)
Art. 20. Se houver notícia da existência de novos elementos de informação, poderá o membro do Ministério Público
Militar requerer o desarquivamento dos autos,
Art. 21. No Procedimento Investigatório Criminal serão observados os direitos e as garantias individuais consagrados
na Constituição da República Federativa do Brasil, bem como as prerrogativas funcionais do investigado, aplicando-
se, no que couber, as normas do Código de Processo Penal Militar e a legislação especial pertinente.
Art. 22. Os autos dos Procedimentos Investigatórios Criminais ficam sujeitos à atividade correicional da Corregedoria
do Ministério Público Militar.
Art. 23. Ficam revogadas as disposições em contrário, notadamente a Resolução nº 51/CSMPM, de 29 de novembro
de 2006, e suas alterações posteriores.
MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO
Ministério Público Militar
Conselho Superior
Art. 1º. Alterar o artigo 18 da Resolução nº 101/CSMPM, que passa a ter a seguinte
redação:
Art. 2º. Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogando-se as
disposições em contrário.
Dr. Carlos Frederico de Oliveira Pereira Dr. Roberto Coutinho Dr. Edmar Jorge de Almeida
Subprocurador-Geral de Justiça Militar Vice-Procurador-Geral de Justiça Militar Subprocurador-Geral de Justiça Militar
Conselheiro Conselheiro Conselheiro
Dr. Alexandre Concesi Dra. Arilma Cunha da Silva Dr. Marcelo Weitzel Rabello de Souza
Subprocurador-Geral de Justiça Militar Subprocuradora-Geral de Justiça Militar Subprocurador-Geral de Justiça Militar
Conselheiro Conselheira Conselheiro
Dr. José Garcia de Freitas Junior Dra. Herminia Celia Raymundo Dr. Giovanni Rattacaso
Subprocurador-Geral de Justiça Militar Subprocuradora-Geral de Justiça Militar Corregedor-Geral do MPM
Conselheiro Conselheira Conselheiro
1 DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
1.1 OBJETIVO
1.2 ÂMBITO
1.3 RESPONSABILIDADE
1.4 CONCEITUAÇÕES
2 DISPOSIÇÕES GERAIS
2.2 O militar de serviço de SEGDEF tem o dever de fiscalizar a obediência às leis, ordens e
regulamentos, bem como reprimir a transgressão desses. No cumprimento do seu dever,
poderá fazer uso da força em defesa própria, de terceiros e do patrimônio de interesse do
COMAER, desde que amparado, conforme o item 3 desta NOSDE.
atos hostis contra a integridade de pessoas ou do patrimônio do COMAER. Esse uso deve ser
entendido como excepcional e nunca deve ultrapassar o nível razoavelmente necessário para
atingir o objetivo de se fazer respeitar as leis, ordens e regulamentos.
2.4 Toda necessidade do uso da força deverá ser analisada, pois o simples fato de usá-la já
pode causar algum dano, podendo este ser físico, psicológico/emocional ou até à imagem da
pessoa ou do COMAER. Desta forma, o uso da força destina-se a prevenir a ocorrência de
um mal maior.
2.5 Todo uso da força deve ser realizado somente depois de esgotadas as possibilidades de
negociação, persuasão e/ou mediação.
2.6 O uso da força deve ser graduado por níveis e proporcional à ameaça, devendo, sempre
que possível, iniciar-se com os níveis mais baixos adequados ao controle da situação vigente.
2.7 O uso exagerado da força é ilegal, causa constrangimento, revolta o público, projeta
negativamente a imagem da atividade de SEGDEF e do COMAER, bem como pode gerar
situações com consequências maiores e incontroláveis.
2.9 O emprego da arma de fogo é uma medida extrema. Sempre que um militar efetua um
disparo de arma de fogo, ainda que apenas com o objetivo de dissuadir ou ferir, assume a
possibilidade de causar a morte de alguém. Dessa forma, ela só deve ser utilizada contra
pessoas em casos de legítima defesa própria ou de outrem, contra ameaça iminente de morte
ou grave ferimento.
2.10 Sempre que possível, o militar deve se identificar como tal e avisar, prévia e claramente,
a sua intenção de usar a arma de fogo. Tal ação pode dissuadir o ator hostil a cessar a ameaça,
sendo este o objetivo da atividade de SEGDEF.
2.11 O uso da força letal sempre deve ter a intenção clara de fazer cessar a ameaça à vida do
militar de SEGDEF ou de terceiros e não de matar ou lesionar seriamente o ator hostil. Nesse
uso deverá ser priorizado o seguinte:
a) a segurança do militar de SEGDEF;
b) a segurança de terceiros;
c) a segurança do ator hostil; e
d) a segurança de bens materiais.
NOSDE/PRO/210 3/10
2.12 A omissão do uso do nível de força adequado, quando necessário e dentro dos preceitos
legais, também é maléfica e pode colocar em risco a vida do militar ou de terceiros, bem
como o patrimônio e a imagem do COMAER.
2.15 Esta norma deverá orientar a conduta de quaisquer militares da FAB quando na
execução de Ações de Força Aérea de Autodefesa de Superfície, Polícia da Aeronáutica e
Segurança das Instalações.
2.16 Por ocasião do serviço de SEGDEF, via de regra, não cabe o uso da força letal contra
uma pessoa, baseada na excludente “estado de necessidade”. Porém, podemos identificar a
possibilidade do seu uso contra um animal solto que ameace a integridade de uma pessoa. Se,
durante a ação para evitar um dano, baseado no “estado de necessidade”, o militar tiver sua
vida ameaçada por um ator hostil, poderá fazer o uso da força baseado na “legítima defesa”.
2.17 Por ocasião do serviço de SEGDEF, não cabe o uso da força letal contra uma pessoa,
baseada na excludente “estrito cumprimento do dever legal”. O dever legal de tirar uma vida,
no Brasil, cabe apenas nos casos de conflitos armados. Se, ao cumprir um dever legal, o
militar tiver sua vida ameaçada por um ator hostil, poderá fazer o uso da força baseado na
“legítima defesa”.
2.18 Por ocasião do serviço de SEGDEF, não cabe o uso da força letal contra uma pessoa,
baseada na excludente “exercício regular do direito”. Pelas leis vigentes, ninguém tem o
direito de tirar a vida de outra pessoa. Se, no exercício de um direito legal, o militar tiver sua
vida ameaçada por um ator hostil, poderá fazer o uso da força baseado na “legítima defesa”.
2.19 Conforme prevê o Código Penal, a obediência a ordens superiores não é justificativa
para o uso da força, quando o militar souber que, naquela circunstância, tal uso é
manifestamente ilegal e tiver razoável oportunidade de recusar a cumpri-la.
3.1 Os princípios sobre o uso da força têm o objetivo de orientar o militar de serviço de
SEGDEF e em outras missões na tarefa de manutenção e imposição da lei e da ordem, bem
como na proteção dos recursos do COMAER.
3.2 Antes de fazer o uso da força é necessário responder aos seguintes questionamentos:
a) O emprego da força é legal? – Princípio da Legalidade – Deve-se verificar
se o uso da força se enquadra nos preceitos dos Códigos Penal, de Processo
Penal, Penal Militar e de Processo Penal Militar.
4/10 NOSDE/PRO/210
3.4 Para determinar-se de maneira rápida a legalidade no uso da força letal pode-se utilizar
o Triângulo da Força Letal. Ele é um modelo de tomada de decisão no qual cada lado do
triângulo representa um dos fatores que devem estar presentes para justificar o uso da força
letal:
a) intenção – O agressor deve demonstrar claramente a intenção de causar
grave dano à integridade física de alguém;
b) capacidade – A capacidade física do suspeito de causar dano grave à
integridade física de alguém se caracteriza quando o agente possui o meio
ou a ferramenta para causar o dano. Isto inclui a força física e a habilidade
com artes marciais; e
c) oportunidade – Para que um suspeito tenha oportunidade de causar dano à
integridade física de alguém, ele deve estar a uma distância que lhe permita
causar o dano com os meios de que dispõe, no momento da consecução do
ato.
3.5 Caso um dos elementos acima não esteja presente, o uso da força letal torna-se ilícita.
Por exemplo, o disparo contra um ator hostil que se encontra em fuga com uma arma de fogo
ou dentro de um veículo. Esse ator hostil, NAQUELE MOMENTO, possui a Capacidade
(arma de fogo/veículo), a OPORTUNIDADE (pela distância pode acertar um disparo/pode
acelerar o veículo na direção de alguém), mas NÃO POSSUI A INTENÇÃO, pois busca sua
fuga ao invés da agressão contra alguém.
4.1 O uso progressivo da força é a elevação do nível de resposta a uma ação hostil. Essa
elevação progressiva visa a:
a) priorizar a negociação com o ator hostil, bem como a dissuasão;
NOSDE/PRO/210 5/10
4.2 O modelo abaixo demonstra o uso progressivo da força por ocasião da evolução das
atitudes de um suspeito ou ator hostil.
4.3 Todas as utilizações de armas menos letais deverão seguir os parâmetros previstos para
tal.
4.4 Apesar de indicado no quadro acima, algumas situações em que a pistola deve ser
sacada, carregada e apontada, cabe, contudo, a cada militar a decisão de qual o momento mais
adequado para tal. Essas ações podem ser executadas passo a passo, conforme cada situação e
visam a:
6/10 NOSDE/PRO/210
a) dissuadir o ator hostil a continuar com sua ação adversa ou a passar para um
nível de maior agressividade;
b) aumentar a segurança do militar, a fim de proporcionar um rápido emprego
do armamento em caso de necessidade, mantendo-o sempre em vantagem
tática em relação ao ator hostil. Muitas vezes, não existe a certeza se o ator
hostil possui ou não alguma arma de fogo escondida; e
c) aumentar o tempo de decisão sobre efetuar um tiro ou não, evitando que, em
momento cruciais, se perca tempo para sacar, destravar, carregar e apontar a
arma.
4.5 Os níveis do uso da força acima poderão ser suprimidos de acordo com a necessidade de
reação a cada nível de ação hostil.
4.6 As advertências verbais deverão ser proferidas sempre que a situação permitir. Deverão,
ainda, ser realizadas quantas vezes forem necessárias, tendo como objetivo evitar ao máximo
o uso da força letal.
4.7 A divulgação ampla deste modelo é o segredo para o sucesso de seu emprego. É
obrigatória sua divulgação ostensiva a todos que tiram serviço de SEGDEF. Ele deve constar
nas instruções, brifins de serviço, bem como estar afixado em quadros de avisos nos
alojamentos, locais de reunião, de treinamento e salas de aula.
4.8 Um militar que não conheça o emprego prático deste modelo não está apto a tirar
serviço armado.
5 REGRAS DE ENGAJAMENTO
5.1 As Regras de Engajamento (RE) são normas de conduta que refletem a intenção de
determinada autoridade competente quanto ao uso de força para o cumprimento de uma
missão. As RE devem deixar claro como o militar deve agir nas diversas possibilidades de
atos hostis, dando ao mesmo o entendimento do que deve fazer, evitando interpretações ou
dúvidas.
5.2 As RE na SEGDEF podem ser específicas de cada área ou ponto sensível, desde que
respeitadas aquelas determinadas nesta NOSDE, bem como podem ser afetadas pelo cenário
que envolve determinada instalação. As CSOD devem fazê-las constar no Plano de Segurança
Orgânica e Defesa (PSOD) da(s) OM. As RE diferenciadas para cada posto poderão estar
definidas nas Normas Padrão de Ação (NPA), desde que esteja assim definido nos PSOD.
5.3 Na Força Aérea Componente (FAC), as RE para SEGDEF são baseadas nas ROE
(Rules Of Engagement) estabelecidas pelo Comando Combinado/Conjunto e deverão constar
no anexo de SEGDEF correspondente.
5.4 Nas Operações coordenadas pelo COMAE, as RE específicas para os meios terrestres
poderão constar nos Planos de Operações Aeroespaciais e nas Ordens Operacionais.
5.5.1.3 No item acima, caso a sentinela possua algum armamento menos letal e seja adequado
o uso para a situação que se apresente, este deverá obrigatoriamente ser utilizado, desde que
não a exponha a riscos desnecessários.
5.5.1.4 É preciso considerar o tempo necessário ao acatamento da ordem de forma que seja
dada a oportunidade ao suspeito de mudar sua atitude.
5.5.1.5 O disparo sobre o agressor, quando possível, deve buscar impedir que este continue
sua ação hostil, ou seja, busca a neutralização da ameaça, sendo uma possível morte a
decorrência da própria atitude hostil do agressor.
5.5.1.6 O tiro de advertência ou intimidativo, a princípio, não deve ser realizado. Porém, de
acordo com cada situação, cabe ao militar decidir fazê-lo ou não. O militar é o responsável
pelos resultados de um tiro de advertência que venha a trazer efeitos colaterais maiores que os
previamente desejados. Ou seja, um tiro de advertência pode ser realizado, mas não é
obrigatório, por não ter o militar um total controle dos efeitos de um projétil que não possua
um alvo definido. O tiro de advertência, quando realizado para o alto, pode, na sua queda,
ferir ou matar um inocente. O mesmo pode acontecer quando disparado na direção do solo, se
ricochetear em algum objeto de maior resistência. O tiro de advertência possui respaldo legal
8/10 NOSDE/PRO/210
no “estado de necessidade”, desde que não produza efeitos colaterais que inviabilizem tal
enquadramento (o mal evitado com a ação deve ser sempre maior que o mal causado).
5.5.1.7 O emprego da força deve ser proporcional à agressão, ou seja, tão logo cesse a atitude
agressiva por parte do oponente, deve ser cessada a reação da sentinela ou da força militar.
5.5.1.8 Caso a pessoa, em qualquer das etapas descritas acima, fizer alto e mostrar-se
cooperativa, os procedimentos serão os seguintes:
a) 1º Passo - comandar “COLOQUE A ARMA NO CHÃO! AFASTE-SE
DELA TRÊS PASSOS!”, caso o agressor a possua;
b) 2º Passo - comandar “MÃOS SOBRE A CABEÇA! ENTRELACE OS
DEDOS! VIRE-SE DE COSTAS! AJOELHE-SE!”. Dependendo do
caso: “MÃOS SOBRE A CABEÇA! ENTRELACE OS DEDOS! VIRE-
SE DE COSTAS! AJOELHE-SE! DEITE-SE DE BARRIGA PARA
BAIXO! ABRA OS BRAÇOS E AS PERNAS EM FORMA DE “X”!
MANTENHA O ROSTO COLADO NO CHÃO!”;
c) 3º Passo - manter a distância de segurança mínima de três passos da pessoa
e voltar a solicitar reforço. NUNCA a sentinela deverá realizar uma revista
sem a presença de outro militar na segurança; e
d) 4º Passo – a revista, a identificação e a condução da pessoa ao Oficial de
Dia deve ser feita pela Equipe de Reação Rápida ou outros militares que
atendam à ocorrência. A sentinela não deve afastar-se de seu posto.
5.5.1.9 Quando uma pessoa for ferida, ela deve receber assistência médica o mais rápido
possível.
5.5.1.10 Os parentes ou amigos íntimos da pessoa ferida ou presa devem ser notificados o
mais rápido possível.
5.5.1.11 Após o militar ter carregado sua arma, deverá receber assistência de outro militar
para efetuar os procedimentos de retirada do cartucho da câmara e retorno da arma para a
situação de segurança.
5.5.2.1 Esta situação é caracterizada quando um posto de sentinela ou uma força militar
estiver sofrendo um ataque (agressão atual), com armas de fogo ou não, ou quando este ato
hostil for iminente.
5.5.2.2 Agressão atual é aquela que já está ocorrendo, como exemplo um ator hostil efetuando
disparos contra um militar. Agressão iminente é aquela que tudo leva a crer que irá ocorrer na
sequência, como exemplo um suspeito que esteja sacando uma arma de fogo ou indo na
direção do militar de forma agressiva e com uma faca na mão.
6 DISPOSIÇÕES FINAIS
6.1 Esta NOSDE entrará em vigor a partir da data de sua emissão, ficando revogada a
NOSDE PRO-04A, de 14 de julho de 2011.
REFERÊNCIAS
Senhor Comandante,
O MPM verificou, nos autos do IPM nº 54/10, que resultou em denúncia contra
militares dessa OM, que houve sérios equívocos no tratamento a presos, em especial,
no caso de apreensão de menores.
Considerando que o Ministério Público Militar, por força dos artigos 129, inciso
VII da Constituição; 9o e 117, inciso II da Lei Complementar 75, é o titular do
Controle Externo da Atividade Policial.
Ilmo. Sr.
Comandante do 19º BC
Salvador/BA
1. a apreensão de menores deve seguir os passos bem explicados nos artigos 171 a
179 do Estatuto da Criança e do Adolescente e, em especial, o menor deve ser desde
logo encaminhado à autoridade policial competente que, no caso de Salvador-BA é a
Delegacia para o Adolescente Infrator (DAI), situada na Rua Agripino Dórea, 26,
Pitangueiras de Brotas, telefone: (71) 244-4363.
3. os menores – bem como quaisquer presos e quaisquer pessoas – não devem ser
submetidos a maus tratos, humilhações e constrangimentos, nem a fazer o que a Lei
não manda, ainda que se trate de suposta reparação do dano cometido.
Fixa-se, nos termos do artigo 6o, inciso XX da Lei Complementar n.75 o prazo
de 10 (dez) dias úteis para as providências necessárias e dar conhecimento do
recomendado a todos os militares, sem prejuízo do seu cumprimento imediato, vez que
SENHOR COMANDANTE,
Reconhece que essas pessoas devem ser treinadas com alto grau de
exigência e que o perigo e os limites do ser humano acabam sendo parte de alguns
treinamentos, como acontece em tropas de todo o mundo e que a instrução especial
brasileira tem destaque em âmbito mundial.
O MPM recomenda:
2
3) que os instrutores, monitores e auxiliares devem receber ordens do
escalão superior, expressas e publicadas, de evitar e punir o castigo físico e o trote,
utilizando apenas corretivos estritamente previstos nos planos do curso e que qualquer
indício de desobediência a estas ordens e aos planos e programa de instrução devem ser
apurados na forma da Lei;
3
MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO
MINISTÉRIO PÚBLICO MILITAR
PROCURADORIA-GERAL DA JUSTIÇA MILITAR
Assunto: Recomendação
Senhor Comandante,
1
consagrada no artigo 127 da Constituição da República, e suas funções e atribuições
institucionais definidas naquele diploma legal e na Lei Complementar nº 75, de 20
de maio de 1993;
Considerando sua condição de titular do controle externo da atividade
policial;
Considerando as observações feitas durante a 188ª Reunião Ordinária
do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana;
Considerando que, até o momento, o único dispositivo que
efetivamente regula o uso de algemas no ordenamento jurídico brasileiro é o artigo
234 do Código de Processo Penal Militar, que dispõe:
Emprego de força
Art. 234 – O emprego de força só é permitido quando indispensável, no caso
de desobediência, resistência ou tentativa de fuga. Se houver resistência da
parte de terceiros, poderão ser usados os meios necessários para vencê-la ou
para defesa do executor e auxiliares seus, inclusive a prisão do ofensor. De
tudo se lavrará auto subscrito pelo executor e por duas testemunhas.
Emprego de algemas
§ 1º O emprego de algemas deve ser evitado, desde que não haja perigo
de fuga ou de agressão da parte do preso, e de modo algum será
permitido, nos presos a que se refere o art. 242. (grifamos)
Uso de armas
§ 2º O recurso ao uso de armas só se justifica quando absolutamente
necessário para vencer a resistência ou proteger a incolumidade do executor
da prisão ou a de auxiliar seu.
2
1. que só se deve recorrer ao uso de algemas em caso de real
necessidade e nas estritas hipóteses elencadas no § 1º, do artigo
234 do Código de Processo Penal Militar;
2. Em caso de dúvida sobre a real necessidade do uso de algemas em
uma determinada situação, deve-se optar por outras normas de
segurança;
3. que o uso de arma de qualquer natureza contra a integridade física
do preso deve se restringir às hipóteses de legítima defesa própria
ou de terceiros, que se restringe ao uso moderado dos meios
necessários, isto é, quando não há outra forma de defesa,
utilizando-se um meio razoável, apenas para repelir a injusta
agressão atual ou iminente;
4. que o preso deve ter observados os seguintes direitos:
a) a alimentação e vestimenta fornecidas pelo Estado em
condições dignas e equivalentes aos demais presos;
b) a uma ala arejada e higiênica, com local digno para repouso
deitado ou sentado;
c) à visita da família e amigos em dias e horários pré-fixados, de
maneira razoável;
d) de escrever e receber correspondências;
e) a ser chamado pelo nome, sem nenhuma discriminação;
f) à assistência médica;
g) de audiência com o Comandante/Diretor/Chefe da Organização
Militar responsável pela prisão, a fim de expor reclamações sobre
tratamento e violações ao seus direitos;
h) à assistência judiciária e contato com advogado: todo preso
pode conversar em particular com seu advogado e se não puder
contratar um, o Estado tem o dever de lhe fornecer gratuitamente;
i) de se comunicar com seus familiares;
j) a banho diário de sol;
3
k) aos direitos e prerrogativas de cada profissão/ofício,
normalmente constantes da carteira profissional/funcional
correspondente;
l) à assistência religiosa: todo preso, se quiser, pode seguir a
religião que preferir;
m) os presos disciplinares, os submetidos às diversas espécies de
prisão provisória e os definitivamente condenados devem estar
separados.
n) de lhe serem lidos e garantidos seus direitos constitucionais do
artigo 5º, incisos LXI a LIV, antes de responder a quaisquer
perguntas.
4
08/11/2021 16:12 SEI/PGJM - 0970343 - - Outros
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08/11/2021 16:12 SEI/PGJM - 0970343 - - Outros
da Lei 11.419/2006.
19.03.0004.0000347/2021-38 MPM/PR/CWB/PJM/SEC0970343v4
https://sei.mpm.mp.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=1118094&infra_siste… 8/8
RECOMENDAÇÃO Nº 19 – CCR/MPM, em 25/05/2021:
O Ministério Público Militar, por intermédio dos membros atuantes na Procuradoria da Justiça Militar em
Bagé/RS, no exercício de suas atribuições constitucionais e legais, em específico as previstas nos artigos 127,
caput, e 129, incisos II, III, e VI, da Carta Magna; nos artigos 3º e 6º, incisos VII e XX, artigo 7º, incisos I e VII
e artigo 9º, I, todos da Lei Complementar nº 75/93;
Considerando que as Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são
instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia sob a autoridade suprema do
Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa
de qualquer destes, da lei e da ordem, consoante o preconizado pelo artigo 142 da Constituição da República;
Considerando que a Magna Carta estabelece ser função institucional do Ministério Público promover,
privativamente, a ação penal (art. 129, I);
Considerando que a Constituição Federal também estabelece ser função institucional do Ministério Público
exercer o controle externo da atividade policial (art. 129, VII);
Considerando que o Supremo Tribunal Federal firmou jurisprudência no sentido que o Inquérito Policial, que
constitui um dos diversos instrumentos estatais de investigação penal, tem por destinatário precípuo o Ministério
Público (STF, Habeas Corpus no 94.173, Ministro Relator Celso de Mello, julgado em 27/10/2009);
Considerando que o Código de Processo Penal Militar define a autoridade militar que exerce a atividade de
polícia judiciária militar (art. 7o), a qual pode delegar suas atribuições específicas a oficiais da ativa, para fins
especificados e por tempo limitado (art. 7o, § 1º);
Considerando que o Código de Processo Penal Militar estabelece que o preso em flagrante por crime militar
será apresentado ao comandante ou ao oficial de dia, que, na condição de autoridade de polícia judiciária militar,
lavrará o respectivo auto de prisão em flagrante (art. 245);
Considerando que compete à autoridade de polícia judiciária militar apreender os instrumentos e todos os
objetos que tenham relação com o fato (art. 12, CPPM), registrando no auto de apreensão as circunstâncias do
flagrante, descrevendo, de forma pormenorizada, as características do bem apreendido;
https://sei.mpm.mp.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=982438&infra_sistema=1… 1/4
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Considerando que o Código de Processo Penal Militar estabelece que, havendo omissão, é possível que a
legislação de processo penal comum seja aplicada ao caso concreto e sem prejuízo da índole do processo penal
militar (art. 3o, a);
Considerando que, dentre as alterações promovidas pela Lei no 13.964/2019 em relação à cadeia de custódia,
destaca-se a previsão legal que o vestígio apreendido deve ser acondicionado em recipiente compatível com a
sua natureza, o qual deve ser selado com lacre, com numeração individualizada, de forma a garantir a
inviolabilidade e idoneidade do vestígio durante o transporte (art. 158-D, § 1º, CPP), o qual somente poderá ser
aberto pelo perito (art. 158-D, § 3º, CPP), devendo, após eventual rompimento do lacre, fazer constar na ficha de
acompanhamento de vestígio o nome e a matrícula do responsável, a data, o local, a finalidade, bem como as
informações referentes ao novo lacre utilizado (art. 158-D, § 4º, CPP), acondicionando-se o lacre rompido no
interior do novo recipiente art. 158-D, § 5º, CPP);
Considerando que a diligente Defensoria Pública da União tem arguido nas suas alegações, no exercício do seu
munus público de assegurar a ampla defesa e o contraditório aos seus assistidos (art. 5o, LV, CF), vícios na
cadeia de custódia, nominando tal tese como “Da necessidade de absolvição do acusado em razão da ausência
de prova hábil a demonstrar a materialidade delitiva. Das imprecisões em relação à substância apreendida e à
respectiva quantidade”, sustentando, por exemplo, na Ação Penal no 7000186-70.2018.7.03.0203, Evento 267
(chave de acesso 140918382718), que “não há no IPM o ofício de encaminhamento de substâncias à Polícia
Civil e, menos ainda, informação de que o material foi devidamente selado com lacre de numeração
individualizada”;
Considerando, por fim, a necessidade de se adotarem medidas padronizadas para orientar à autoridade policial
judiciária militar no sentido de instruir corretamente os procedimentos investigatórios, em especial os Autos de
Prisão em Flagrante e os Inquéritos Policiais Militares, levados a efeito nas Organizações Militares que se
encontram no âmbito da jurisdição da 2ª Auditoria da 3ª Circunscrição Judiciária Militar;
Resolve RECOMENDAR aos Comandos das Organizações Militares situadas em sua área de atribuição que
orientem aos seus oficiais subordinados, quando designados para o exercício da função de Encarregado ou como
Presidente de Auto de Prisão em Flagrante, notadamente em delitos cuja tipificação recaia no artigo 290 do
Código Penal Militar, acerca da necessidade de:
1 - ao formalizar o Auto de Prisão em Flagrante ou instruir o Inquérito Policial Militar pela prática do delito
militar de tráfico, posse ou uso de substância entorpecente ou similar, a autoridade de polícia judiciária militar
deverá, de imediato, confeccionar e juntar o Auto de Apreensão da Substância, descrevendo, de maneira
pormenorizada, a natureza e a quantidade da substância apreendida (se possível), onde foi encontrada, a forma e
as condições de armazenamento, devendo o auto ser acompanhado de fotografias da substância entorpecente
apreendida, as quais devem ser digitalizadas em cores;
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2 - antes de encaminhar a substância entorpecente à autoridade competente para análise preliminar, a substância
deverá ser acondicionada de forma adequada, lacrando-se o invólucro. O envio da substância para exame
pericial preliminar deverá ser efetuado por meio de ofício, no qual deve constar o destinatário, a data do
encaminhamento, a natureza e quantidade da substância apreendida (se possível), bem como o número do lacre
aposto em seu invólucro;
3 – elaborar “Ficha de Acompanhamento de Vestígio”, a qual deve trazer informações acerca do material
apreendido, número do lacre, origem e destinatário, como tem sido feito, desde 2017, por exemplo, pela Escola
de Aperfeiçoamento de Sargento das Armas (Ação Penal no 0000116-03.2017.7.03.0303, Evento 1, Doc. 1, fl.
19),conforme anexo à presente recomendação;
4 – as cautelas acima elencadas podem e devem ser aplicadas em relação a qualquer objeto ou instrumento do
crime apreendido, pois a cadeia de custódia se aplica em relação a qualquer bem apreendido, sendo que a
referência expressa à substância entorpecente na presente Recomendação deve-se ao fato deste delito ser mais
usual.
Fixa-se o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da data do seu recebimento, para que a Autoridade Militar se
manifeste quanto aos termos da presente Recomendação.
SOEL ARPINI
Promotor de Justiça Militar
Documento assinado eletronicamente por SOEL ARPINI, Promotor de Justiça Militar, em 29/03/2021,
às 12:41, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.
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ANEXO
Ao Senhor
Comandante do 10º Batalhão de Engenharia de Construção
Lages/SC
Vale salientar que, uma vez solto, o cidadão voltou a cometer agressão
doméstica, tendo sido recolhido, dessa vez, ao Presídio de Lages/SC.
No caso ora tratado, seria lícito restituir o preso à Delegacia para onde
havia sido levado inicialmente, local em que permaneceria à disposição da Justiça
Comum e da Justiça Militar.
RECOMENDAÇÃO Nº 01/2014-PJM/CURITIBA/PR, DE 19 DE SETEMBRO DE 2014.......................................................Pág 3 de 3
Estabelece procedimentos,
atividades de coordenação e
responsabilidades para a
condução de investigações
de supostas falhas de
conduta de militares
brasileiros, ocorridas durante
a participação em missões
de paz da Organização das
Nações Unidas.
MINISTÉRIO DA DEFESA
MARINHA DO BRASIL
EXÉRCITO BRASILEIRO
BRASÍLIA/DF - JUNHO/2019
COMPOSIÇÃO DO GRUPO DE ESTUDOS DE UNIFICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
MARINHA DO BRASIL
CMG (Ref) Ricardo Antonio Amaral Maj Brig Ar Arnaldo Augusto do Amaral Neto
Diretoria do Pessoal Militar da Marinha Estado-Maior da Aeronáutica
CC (T) Perilda Conceição de Melo Moreno Doutel 1º Ten Webert Leandro Barreto da Silva
Diretoria do Pessoal Militar da Marinha Consultoria Jurídica Adjunta do Comando da Aeronáutica
Impressão
Gráfica e Editora Movimento
Tiragem
300 exemplares
Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.
Informações, dúvidas, esclarecimentos e sugestões sobre o Manual de Polícia Judiciária Militar deverão ser encaminhados para o
e-mail observatorio.pjm@mpm.mp.br.
M294
CDU: 344.2(81)(035)
1. APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................................................. 13
2.1. CONCEITO......................................................................................................................................................................... 15
2.7. PRISÃO.......................................................................................................................................................................... 17
2.7.2.2. Adolescente.................................................................................................................................................. 19
2.7.2.3. Civil............................................................................................................................................................... 19
2.8.1. Portaria................................................................................................................................................................. 19
2.8.10. Depoimentos..................................................................................................................................................... 20
2.8.15. Confissão............................................................................................................................................................ 21
2.8.16. Acareação........................................................................................................................................................... 22
2.8.18. Comunicação..................................................................................................................................................... 22
2.12. CONCLUSÃO................................................................................................................................................................ 23
2.13. REMESSA..................................................................................................................................................................... 23
3.13.1. Autuação............................................................................................................................................................ 29
3.15.TERMO DA OITIVA......................................................................................................................................................... 30
3.17. OITIVA.......................................................................................................................................................................... 30
3.20. COMPROMISSO........................................................................................................................................................... 32
3.22. CONFISSÃO.................................................................................................................................................................. 32
3.23. ACAREAÇÃO................................................................................................................................................................. 32
3.25.1. Peritos................................................................................................................................................................. 33
3.35. RELATÓRIO.................................................................................................................................................................. 35
3.36. SOLUÇÃO..................................................................................................................................................................... 36
4.1.3.2. Procedimento.............................................................................................................................................. 41
SUMÁRIO
4.1.6.2. Características............................................................................................................................................. 43
5.1. DA DESERÇÃO................................................................................................................................................................ 47
5.1.7. Da Consumação.................................................................................................................................................. 48
Deserção.......................................................................................................................................................................... 53
5.3.6. Da Inspeção de Saúde: Capacidade /Incapacidade do Desertor, Publicação e Remessa à Justiça Militar da
União............................................................................................................................................................................... 53
6.1. DA INSUBMISSÃO.......................................................................................................................................................... 55
6.1.2. Do Conceito......................................................................................................................................................... 55
6.1.8. Da Consumação.................................................................................................................................................. 56
6.2.8. Da Menagem........................................................................................................................................................ 58
Apresento o Manual de Polícia Judiciária Militar, Por todo o exposto, há fortes indícios de que o
fruto de contribuições de integrantes do Ministério Público Manual de Polícia Judiciária Militar, pioneiro nesse tema,
Militar, do Ministério da Defesa, da Marinha, do Exército não somente significará o aperfeiçoamento do procedimento
e da Aeronáutica; e elaborado a partir da percepção da investigatório, mas também será uma eficaz ferramenta aos
necessidade de se ter, no âmbito da Justiça Militar da atores desse processo.
União, um modus operandi que permita a padronização
de procedimentos da Polícia Judiciária Militar. Nossos sinceros agradecimentos aos idealizadores
e aos colaboradores de tão indispensável projeto.
Com a finalidade de se estabelecer um normativo,
um modelo na investigação criminal militar, o Ministério
Público Militar procurou o Ministério da Defesa e as três
Forças. A ideia era desenvolver um projeto integrado, com
a contribuição de todos os partícipes do procedimento,
combinando teoria, por meio do detalhamento de cada Boa leitura!
etapa da investigação, com a prática, com a disponibilização
de exemplos de documentos gerados. Assim, surgiu o Jaime de Cassio Miranda
Grupo de Estudos de Unificação dos Procedimentos de Procurador-Geral de Justiça Militar
Polícia Judiciária Militar, a quem deve ser atribuído todos
os créditos por esse brilhante trabalho.
13
OS ANEXOS DESSE CAPÍTULO ESTÃO DISPONÍVEIS EM: HTTP://WWW.MPM.MP.BR/MANUALDEPOLICIAJUDICIARIAMILITAR.
2. AUTO DE PRISÃO
EM FLAGRANTE
(APF)
Para o fiel cumprimento da Lei, o estado e a Art. 12. Logo que tiver conhecimento da prática
situação das coisas no local de um crime (ou quando há de infração penal militar, verificável na ocasião, a
indícios de um possível crime), não devem ser alterados. autoridade a que se refere o § 2º do art. 10 deverá,
Havendo vítima necessitando de socorro, este deve, se possível: a) dirigir-se ao local, providenciando
obviamente, ser prestado, vez que a vida e a incolumidade para que se não alterem o estado e a situação das
da pessoa deve ser preservada. No entanto, tal assistência coisas, enquanto necessário; [...].
deve ser dada com a interferência mínima necessária, no
14
2. AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE (APF)
Nos termos do art. 244 do Código de Processo Penal Em se tratando de infração penal comum,
Militar (CPPM), considera-se em flagrante delito remeterá o preso à autoridade civil competente.
aquele que:
• quando for encontrado, num prazo 2.3. AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE E SUA SUFICIÊNCIA:
compatível com as circunstâncias de cada
caso, com instrumentos, objetos, material ou
papéis que façam presumir ser ele o autor ou
partícipe do ato delituoso. Capturado e conduzido o autor da infração à
autoridade de polícia judiciária militar, após a deliberação
pela prisão em flagrante de acordo com os requisitos
acima, inaugura-se uma nova fase, a da elaboração ou
Deve-se esclarecer que instrumentos do crime lavratura do auto de prisão.
são aqueles utilizados para a prática delitiva, a exemplo do
armamento utilizado para a prática de homicídio. Objetos Caso o auto de prisão em flagrante seja, por si
do crime, por sua vez, são aqueles sobre os quais recaem a só, suficiente para a elucidação do fato e sua autoria, o
conduta delitiva, a exemplo da coisa furtada (res furtiva). auto de prisão em flagrante delito substituirá o inquérito,
dispensando outras diligências, salvo o exame de corpo
de delito no crime que deixe vestígios, a identificação da
A prisão em flagrante, de modo geral, possui fases coisa e sua avaliação, quando o valor influir na aplicação
bem destacadas, de fundamental importância para da pena. Advirta-se, porém, que se por si só o flagrante
o desenvolvimento que se segue. São fases da prisão não for suficiente para a elucidação do fato e sua autoria, o
em flagrante: auto de prisão em flagrante delito será peça inicial do IPM,
sendo, nesta hipótese, desnecessária a portaria, vez que as
diligências necessárias serão requisitadas pelo Ministério
• captura do autor; Público no mesmo auto de prisão.
15
MANUAL DE POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
16
2. AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE (APF)
Logo que forem verificadas anormalidades ou Na prisão em flagrante, a captura dar-se-á pela
indícios de prática de infração penal, deverão ser adotadas simples voz de prisão.
as medidas preliminares preconizadas no art. 12 do
CPPM, especialmente a preservação do local de crime, já
ressaltada no item 1, acima.
2.7.1. Direitos do preso:
Essas medidas, embora estejam capituladas nos
dispositivos relativos ao inquérito policial militar, devem No momento da prisão o preso será informado de
ser observadas também no caso de prisão em flagrante, seus direitos constitucionais e legais, entre os quais:
uma vez que pretendem garantir o melhor conteúdo
probatório possível para instruir a opinião do titular
da ação penal militar e, em eventual ação penal militar, • o direito à sua integridade física e moral (inciso
garantir a produção de provas irrepetíveis em juízo. XLIX, art. 5º CF);
17
MANUAL DE POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
• de não produzir prova que o incrimine ou a seu A audiência de custódia é uma medida de controle
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (art. judicial que atribui à autoridade de polícia judiciária,
296, §2º, CPPM). responsável pela prisão de uma pessoa, o dever de
apresentá-la à autoridade judiciária, para deliberar sobre a
legalidade da medida constritiva de liberdade. No âmbito
Deste ato será lavrado termo específico, conforme da Justiça Militar da União, está disciplinada, atualmente,
modelo do ANEXO APF 5 - NOTA DAS GARANTIAS na Resolução nº 228, de 26 de outubro de 2016.
CONSTITUCIONAIS, peça que deverá ser juntada ao
auto de prisão. No que tange à audiência de custódia, o
procedimento da polícia judiciária militar deve ser o de
Ocorrendo prisão em flagrante, em área sob informar a prisão, nos termos da lei, aguardar a designação
jurisdição militar, ou condução de preso em flagrante da audiência pelo juízo e, uma vez designada, efetuar
a uma OM, deverá ele ser imediatamente apresentado a condução do preso à presença do juiz, nos termos da
ao Comandante ou autoridade equivalente ou ao seu alínea h, do artigo 8º, CPPM.
representante legal (Oficial de Serviço ou de Quarto),
que providenciará a lavratura do competente “Termo
de Apresentação” (ANEXO APF 2 – TERMO DE
ENCAMINHAMENTO), designará um escrivão para 2.7.2. Casos específicos:
autuar o infrator e determinará, imediatamente, as
providências iniciais que o caso requeira, tais como: 2.7.2.1. Prisão especial:
exames periciais, apreensão de instrumentos, armas ou
objetos e efetuará as devidas comunicações. As autoridades mencionadas no art. 242 do CPPM e no
art. 295 do CPP terão direito a prisão especial.
Quando o ilícito penal for praticado em presença
da autoridade ou contra ela, no exercício de suas funções, 2.7.2.2. Adolescente:
deverá ela própria, nos termos do art. 249 do CPPM,
prender e autuar em flagrante o infrator, mencionando A fim de evitar questionamentos acerca da apreensão
esta circunstância no “Termo de Apresentação” (ANEXO de adolescentes infratores que cometeram fatos típicos
APF 2 – TERMO DE APRESENTAÇÃO). análogos a crime militar, por força do artigo 172 e 173
da Lei 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente
Quando o preso for encaminhado à prisão - ECA), este menor deverá ser apresentado, por ofício,
não subordinada à autoridade que o autuou, será à Delegacia de Proteção à Criança/Adolescente mais
apresentado por “ofício” (ANEXO APF 12 – TERMO próxima da Organização Militar, ou a outra delegacia que
DE ENCAMINHAMENTO DO PRESO), contendo, atenda a esse tipo de ocorrência.
em anexo, cópia do “Auto de Prisão em Flagrante”. O
recebimento do preso será certificado por meio de
“Recibo” (ANEXO APF 13 – RECIBO DO PRESO), Lembre-se especialmente de que:
mandado passar pela autoridade que o receber, em cópia
do “Auto de Prisão em Flagrante” (art. 237 do CPPM).
• a apreensão de menores deve seguir os passos bem
O preso deverá ser conduzido normalmente, explicados nos artigos 171 a 179 do Estatuto da
sendo admissível o emprego da força, quando Criança e do Adolescente e, em especial, o menor
indispensável, nos casos de desobediência, resistência ou deve ser desde logo encaminhado à autoridade
tentativa de fuga, na forma das disposições do art. 234 do policial competente.
CPPM e seus §§.
• a apreensão (e evidentemente a prisão de maior
Os ofícios de notificação e os relacionados de idade que tenha sido preso, também) deverá
com providências determinadas pelo Encarregado ser comunicada ao Ministério Público Militar, ao
ou Autoridade que presidiu a autuação da prisão em ofício do Ministério Público Estadual que atua na
flagrante, assim como todos os documentos mandados área de infância e adolescência (juventude), à Vara
juntar aos autos, deverão ser relacionados no “Termo de da Infância e juventude do local e à Auditoria da
Juntada” (ANEXO IPM 16 - JUNTADA) a ser lavrado Justiça Militar.
pelo escrivão. Nenhum documento será juntado aos autos
sem ordem competente, exarada no próprio documento, • os menores – bem como quaisquer presos e
pela expressão “JUNTE-SE AOS AUTOS”, ou por meio de quaisquer pessoas – não devem ser submetidos a
“Despacho” (ANEXO IPM 13 - DESPACHO). maus tratos, humilhações e constrangimentos, nem
a fazer o que a Lei não manda, ainda que se trate de
suposta reparação do dano cometido.
18
2. AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE (APF)
• afastada a hipótese de flagrante, sempre que houver • O uso de arma de qualquer natureza contra a
indícios de participação de adolescente na prática de integridade física do preso deve se restringir às
ato infracional, a autoridade policial encaminhará hipóteses de legítima defesa própria ou de terceiros,
ao representante do Ministério Público Militar e ao que se circunscrevem ao uso moderado dos meios
Ministério Público Estadual atuante em infância e necessários, isto é, quando não há outra forma de
adolescência, relatório das investigações e demais defesa, utilizando-se um meio razoável, apenas
documentos. para repelir a injusta agressão atual ou iminente.
Após a lavratura do APF os civis serão Embora não haja previsão expressa nos artigos
encaminhados à Delegacia de Polícia, mediante recibo. relativos ao auto de prisão em flagrante delito de uma
peça inaugural, recomenda-se que seja ela lavrada com
as informações mínimas do feito, com a assinatura da
autoridade de polícia judiciária militar responsável pela
2.7.3. Uso de força e de algemas: lavratura (ANEXO APF 3 – PORTARIA).
19
MANUAL DE POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
20
2. AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE (APF)
Quando se tratar de testemunha que se recuse No caso do depoente ser estrangeiro, surdo ou
a assinar o termo ou não souber escrever ou não puder mudo, o termo será lavrado de acordo com os art. 298 e
fazê-lo, o motivo da recusa ou a causa do impedimento 299 do CPPM.
constará, também, do texto do “Auto de Prisão em
Flagrante” e será firmado como no parágrafo anterior. No caso do depoente ser cego, o depoimento
será firmado por testemunhas, as quais poderão ser de
Se das respostas do interrogatório, feito ao indicação do depoente.
conduzido durante a lavratura do “Auto de Prisão em
Flagrante”, resultarem fundadas suspeitas contra ele, a
autoridade mandará recolhê-lo à prisão, procedendo-
se, imediatamente, se for o caso, e conforme o indicado, 2.8.13. Assinatura do auto:
a exames periciais de corpo de delito, de toxidez ou de
sanidade mental, a busca e apreensão dos instrumentos Ao final dos depoimentos, o auto será lido na
do fato delituoso, e, ainda, a outras providências que presença de todos os depoentes, sendo assinado por eles,
considerar necessárias (art. 246 do CPPM). A recusa da pelo presidente e pelo escrivão. Caso hajam, assinarão
submissão do preso à exames de higidez, dosagem alcoólica também o auto o advogado ou defensor público, curador,
ou toxicológico deverá ser relatada circunstanciadamente e as testemunhas instrumentárias.
e, se possível, devendo o preso assiná-la.
Nestes casos, lavrará Despacho fundamentado, Caso o infrator confesse o delito, o depoimento
conforme o ANEXO APF 11 – DESPACHO -INEXISTÊNCIA será firmado de acordo com os art. 307 a 310 do CPPM. A
DE CRIME OU DE AUTORIA. confissão não supre a necessidade da realização do exame
de corpo de delito nas infrações que deixem vestígios,
Após a comunicação ao MPM e ao Judiciário nem importa na dispensa de outras diligências que sirvam
(subitem 2.8.18 abaixo), efetivada a prisão em flagrante para elucidar o fato.
com a respectiva autuação, o relaxamento da prisão apenas
poderá ocorrer por autoridade judiciária.
21
MANUAL DE POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
A entrega da “Nota de Culpa” ao infrator será • ANEXO IPM 31 - QUESITOS BÁSICOS PARA
certificada por meio de uma “Certidão” (ANEXO APF EXAMES PERICIAIS
10 – ENTREGA DA NOTA DE CULPA), passada pelo
escrivão. • ANEXO IPM 32 - LAUDO DE EXAME PERICIAL
22
2. AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE (APF)
23
MANUAL DE POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
8. nota de culpa;
12. relatório;
24
OS ANEXOS DESSE CAPÍTULO ESTÃO DISPONÍVEIS EM: HTTP://WWW.MPM.MP.BR/MANUALDEPOLICIAJUDICIARIAMILITAR.
25
MANUAL DE POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
26
3.INQUÉRITO POLICIAL MILITAR (IPM)
27
MANUAL DE POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
Se, durante as investigações, o Encarregado verificar O Encarregado do IPM poderá solicitar ao escalão
a existência de indícios contra Oficial mais antigo, emitirá superior onde existir Núcleo de Polícia Judiciária Militar
um relatório parcial, apontando os fatos e documentos (N-PJM), Pelotão de Investigação Criminal, Assessoria
que apresentam indícios de ilícito penal, bem como os jurídica ou equivalente, auxílio na condução do IPM, em
envolvidos, sem realizar juízo de valor quanto à ação do especial no que se refere à realização de perícias em geral,
mais antigo e remeterá os autos à autoridade originária, de bem como orientação ao Ministério Público Militar, que
acordo com art. 10, § 5°, do CPPM. A autoridade originária, é o destinatário do IPM e titular do Controle Externo da
caso entenda não proceder o alegado indício, restituirá os Atividade Policial. Nesta condição, aliás, o MPM poderá
autos por meio de despacho fundamentado, determinando acompanhar qualquer procedimento de polícia judiciária
o prosseguimento do IPM ou nomeará outro Encarregado, militar por iniciativa própria, sempre que entender necessário.
se considerar conveniente.
Todas as solicitações externas determinadas pelo
Encarregado serão feitas por meio de ofício por ele assinado
e juntado aos autos em ordem cronológica.
28
3.INQUÉRITO POLICIAL MILITAR (IPM)
29
MANUAL DE POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
3.17. OITIVA:
30
3.INQUÉRITO POLICIAL MILITAR (IPM)
31
MANUAL DE POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
Caso nem todas as informações acima menciona- 365 e 366 do CPPM, sendo lavrado o “Termo de Acareação”
das estejam disponíveis, deverá ser consignada a expressão (ANEXO IPM 25 - TERMO DE ACAREAÇÃO).
“não disponível”, sendo juntada aos autos posteriormente,
ou transmitida ao juízo para o qual for distribuído o pro-
cedimento, caso venha ao conhecimento do Encarregado/
Presidente.
Aos participantes da acareação serão feitas as mes-
mas advertências legais e compromissoprevistos
para o depoimento de cada um (indiciado, ofen-
dido, testemunha compromissada ou testemunha
3.20. COMPROMISSO: não compromissada).
32
3.INQUÉRITO POLICIAL MILITAR (IPM)
Caso necessário, poderão, ainda, ser solicitados Quando for verificado fato que causou danos
os serviços de pessoas estranhas às Forças Armadas, à Fazenda Nacional, será efetuada a correspondente
mas de comprovada experiência técnica no assunto e de avaliação desses danos e lavrado o “Laudo de Avaliação”
conhecida idoneidade moral. (ANEXO IPM 38 - LAUDO DE AVALIAÇÃO), firmado por
dois peritos designados pela autoridade nomeante ou pelo
33
MANUAL DE POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
3.27. OCORRÊNCIA FORA DA CIRCUNSCRIÇÃO/ Sobre o assunto, consulte o item 4.1.1. – Busca
JURISDIÇÃO MILITAR: deste Manual.
34
3.INQUÉRITO POLICIAL MILITAR (IPM)
RESTITUIÇÃO), que também deverá ser assinado pela 3.34. PRAZOS PARA CONCLUSÃO E PRORROGAÇÃO:
autoridade e pelo interessado.
Não poderão ser restituídos, em tempo algum, Os prazos para realização de IPM são os
os instrumentos ou produtos (direto) do crime que mencionados no art. 20 do CPPM, ou seja, 20 (vinte) dias
consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou se o indiciado estiver preso, contado esse prazo a partir
detenção constitua fato ilícito, bem como as coisas que, do dia em que se executar a ordem de prisão; ou em 40
pertencendo às Forças Armadas ou sendo de uso exclusivo (quarenta) dias nos demais casos, contados da data em
de militares, estejam em poder ou em uso do agente, ou de que se instaurar o inquérito. A prorrogação de que trata
pessoa não autorizada, conforme art. 190, § 1º do CPPM, o § 1° desse artigo será solicitada à autoridade nomeante,
salvo determinação judicial. com antecedência razoável.
O produto do crime ou de qualquer bem ou Serão deduzidos dos prazos determinados no art.
valor que constitua proveito auferido pelo agente com a 20 do CPPM as interrupções pelos motivos previstos no §
sua prática, cuja alienação não constitua ilícito, somente 5° do art. 10 do CPPM.
poderá ser restituído ao lesado ou a terceiro de boa-fé. Se
duvidoso o direito do reclamante, a restituição não poderá O Encarregado de IPM, ao solicitar prorrogação de
ser realizada por decisão da autoridade judiciária militar, prazo para conclusão, deve fazer constar em tal solicitação
somente podendo ser efetuada em juízo. um ligeiro histórico do fato que motivou a abertura do
inquérito, das diligências empreendidas e da necessidade de
Sobre o assunto, consulte os itens 4.1.2. Apreensão prorrogação, para conhecimento da autoridade nomeante.
e 4.1.3. Restituição deste Manual. Essas informações constituem-se em elementos essenciais à
justificação prevista no § 2° do art. 20 do CPPM.
4. quando ocorreu?
5. onde ocorreu?
3.33. IDENTIFICAÇÃO DO INDICIADO:
6. como ocorreu?
35
MANUAL DE POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
Deverá também concluir sobre ter havido ou não as providências necessárias para a instauração de processo
crime militar, ou transgressão/contravenção disciplinar, administrativo disciplinar militar, na hipótese de restarem
não havendo necessidade de tipificar a conduta, nem indícios de transgressão disciplinar, ou determine novas
havendo óbice a que o faça. Ainda, se manifestará sobre diligências, se as julgar necessárias (ANEXO IPM 53 -
a necessidade de ser decretada a prisão preventiva, OFÍCIO DE REMESSA À AUTORIDADE ORIGINÁRIA).
conforme o arts. 22 do CPPM e art, 254 e 255 do mesmo
diploma legal. A autoridade delegante poderá, nos termos
do §2º do art. 22 do CPPM, em discordando da solução
No Relatório, o Encarregado deverá, se for o dada ao IPM pela autoridade delegada, avocá-lo para dar
caso, apontar a existência de indícios de responsabilidade solução diversa. A avocação é providência extraordinária,
administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de só se justificando quando se fizer de forma fundamentada
atos lesivos à administração pública. (ANEXO IPM 52 - SOLUÇÃO - AVOCAÇÃO), não devendo
ser suprimida dos autos nem modificada a solução de que
Os autos do IPM serão remetidos à autoridade se discorde.
originária por meio de ofício de remessa (ANEXO
IPM 52 - OFÍCIO DE REMESSA À AUTORIDADE Quando ficar constatado que o fato apurado
ORIGINÁRIA). Nesse caso, o escrivão deverá lavrar constitui transgressão/contravenção disciplinar, não
termo de “Remessa” (ANEXO IPM 55 – TERMO DE tipificada como crime militar, ou que, além da conduta
REMESSA) a fim de que conste nos autos a expedição do considerada crime militar, foi constatada a existência
IPM para a autoridade originária. de transgressão/contravenção disciplinar, a autoridade
nomeante fará constar tal circunstância na Solução do
IPM (ANEXO IPM 50 – SOLUÇÃO DE IPM - CASO DE
TRANSGRESSÃO/CONTRAVENÇÃO DISCIPLINAR) e
deverá adotar as providências necessárias para apuração
3.36. SOLUÇÃO: do fato.
36
3.INQUÉRITO POLICIAL MILITAR (IPM)
37
OS ANEXOS DESSE CAPÍTULO ESTÃO DISPONÍVEIS EM: HTTP://WWW.MPM.MP.BR/MANUALDEPOLICIAJUDICIARIAMILITAR.
4. MEDIDAS CAUTELARES
(PREVENTIVAS E ASSECURATÓRIAS)
A busca consiste em diligência destinada a colher elemento de convicção (arts. 170 a 172 do CPM).
encontrar pessoa ou coisa. Pode ser domiciliar ou pessoal.
38
4.MEDIDAS CAUTELARES (PREVENTIVAS E ASSECURATÓRIAS)
É possível a busca domiciliar sem ordem judicial, Não compreende no termo “casa”:
mas para tanto é necessário consentimento expresso
do morador, devendo o encarregado formalizar
esta autorização, com testemunhas (ANEXO 1. hotel, hospedaria ou qualquer outra habitação
CAUTELAR 6 – TERMO DE CONSENTIMENTO coletiva, enquanto abertas, salvo aposento
DO MORADOR). Também é possível a busca sem ocupado de habitação coletiva;
mandado, nos casos de flagrante delito (art. 244,
do CPPM). 2. taverna, boate, casa de jogo e outras do mesmo
gênero;
Concedida a ordem, será procedida a diligência, 3. a habitação usada como local para a prática de
de conformidade com os arts. 179 e 180 do CPPM, infrações penais.
observando-se o prescrito no inciso XI do art. 5° da
Constituição Federal, em especial quanto aos horários.
39
MANUAL DE POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
4.1.2.1 Conceito:
40
4.MEDIDAS CAUTELARES (PREVENTIVAS E ASSECURATÓRIAS)
41
MANUAL DE POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
42
4.MEDIDAS CAUTELARES (PREVENTIVAS E ASSECURATÓRIAS)
4.1.6.2 Características:
4.2. MEDIDAS CAUTELARES EXTRAVAGANTES:
A prisão preventiva, além dos requisitos de prova
do fato delituoso (certeza de que ocorreu uma infração
penal) e indícios suficientes de autoria (suspeita fundada
de que o indiciado ou réu é o autor da infração penal), 4.2.1. Quebra de sigilo bancário e fiscal:
deverá fundar-se em um dos seguintes casos:
A Polícia Judiciária Militar investiga crimes
militares que venham a ser comprovados a partir de
documentos bancários e fiscais, a exemplo de estelionato
1. garantia da ordem pública; contra previdência militar, peculato e outros. Nesses
casos, diante da necessidade da coleta de dados bancários
e fiscais do indiciado, a autoridade policial militar deverá
2. conveniência da instrução criminal; representar ao Juiz Federal da Justiça Militar da União,
fundamentando essa imprescindibilidade da quebra do
sigilo bancário e fiscal.
3. periculosidade do indiciado ou acusado;
Essa representação deverá estar baseada em
fundados indícios de prática de crime militar e venha a
4. segurança da aplicação da lei penal militar; demonstrar que tal medida investigativa é necessária
e indispensável para a apuração do procedimento de
polícia judiciária militar. Além disso, deverá ser instruída
5. exigência da manutenção das normas ou com dados necessários, tais como: nome da pessoa
princípios de hierarquia e disciplina militares, (correntista), nome do banco, agência, conta e o período
quando ficarem ameaçados ou atingidos com de movimentações bancárias realizadas que se pretende
a liberdade do indiciado ou acusado. investigar. (ANEXO CAUTELARES EXTRAVAGANTES
1 – QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO E FISCAL)
43
MANUAL DE POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
4.2.3. Medidas protetivas da lei maria da penha: Alerte-se que as medidas supramencionadas não
impedem a aplicação de outras previstas na legislação
Interessa-nos as medidas protetivas de urgência que em vigor, sempre que a segurança da ofendida ou as
obrigam o agressor nos casos definidos pela Lei n. 11.340/06, circunstâncias o exigirem, devendo a providência ser
especificamente em seu art. 22, nos seguintes termos: comunicada ao MPM. Exemplificativamente, pode haver
a decretação da prisão preventiva ou a execução de busca
e apreensão de coisa ou pessoa. Contudo, a fim de que
“Art. 22. haja fundamento para o pedido de prisão preventiva
do indiciado, a autoridade de polícia judiciária militar
Constatada a prática de violência doméstica e deverá fundamentar sua representação não somente
familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, o nas disposições processuais da Lei Maria da Penha, mas
juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em também em um dos fundamentos-raiz do art. 255 do
conjunto ou separadamente, as seguintes medidas CPPM. (ANEXO CAUTELARES EXTRAVAGANTES 4 –
protetivas de urgência, entre outras: PRISÃO PREVENTIVA POR DESCUMPRIMENTO DE
MEDIDAS PROTETIVAS – LEI MARIA DA PENHA).
44
4.MEDIDAS CAUTELARES (PREVENTIVAS E ASSECURATÓRIAS)
45
MANUAL DE POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
Art. 12.
§ 2o
Em todos os casos de violência doméstica e familiar
contra a mulher, feito o registro da ocorrência, A autoridade policial deverá anexar ao documento
deverá a autoridade policial adotar, de imediato, referido no § 1o o boletim de ocorrência e cópia
os seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles de todos os documentos disponíveis em posse da
previstos no Código de Processo Penal: ofendida.
§ 1o (VETADO).
VI - ordenar a identificação do agressor e fazer
juntar aos autos sua folha de antecedentes
criminais, indicando a existência de mandado § 2o (VETADO).
de prisão ou registro de outras ocorrências
policiais contra ele; § 3o
§ 1o
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OS ANEXOS DESSE CAPÍTULO ESTÃO DISPONÍVEIS EM: HTTP://WWW.MPM.MP.BR/MANUALDEPOLICIAJUDICIARIAMILITAR.
5. INSTRUÇÃO
PROVISÓRIA DE
DESERÇÃO
Tal conceito permite extrair os elementos Ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em
essenciais que caracterizam a deserção comum: a) que serve, ou do lugar em que deve permanecer,
ausência do militar por mais de oito dias; b) sem licença, por mais de oito dias:”
isto é, autorização; c) da Unidade ou do lugar em que
deveria permanecer.
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MANUAL DE POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
5.1.5. Do Sujeito Ativo Uma das tarefas que merece especial atenção da
administração militar é determinar o momento exato
Sujeito ativo é aquele que pratica o crime. É aquele em que o militar consumou o crime de deserção. Para tal
que realiza a figura típica, isto é, realiza a conduta descrita deve observar a correta contagem do prazo de 8 dias da
no tipo penal. Na Deserção, é o militar que se ausenta, ausência ilegal exigido pela lei. O lapso temporal de 8 dias
sem a devida autorização, da unidade ou do local onde de falta injustificada ao expediente é chamado prazo de
deveria permanecer, por mais de oito dias. Ou, no caso da graça. Cabe ressaltar que caso o prazo não se complete e
Deserção especial, aquele militar que deixa de apresentar- o militar ausente retorne antes do 8º dia, o crime não se
se no momento da partida do navio ou aeronave, de que consuma e a conduta irregular deverá ser apreciada na
é tripulante. É o que deixa apresentar-se momento do esfera disciplinar.
deslocamento da unidade ou Força em que serve.
Cabe consignar que, em regra, o militar sem Para melhor compreensão sobre esse assunto,
estabilidade reintegrado judicialmente para tratamento apresenta-se um caso prático a seguir:
de saúde não pode ser considerado desertor, isso porque
sua vinculação às fileiras da Força decorre unicamente de
decisão judicial e, ainda que remotamente se admita sua Segunda-feira, 1º FEV, às 17h, término do
exclusão administrativa do serviço por conta da deserção, expediente. Os militares são dispensados para
não estará ele apto em inspeção de saúde para nova retornarem no dia seguinte;
reinclusão e, consequentemente ser submetido ao devido
processo legal.
Terça-Feira, 2 FEV (D), 08h, o militar responsável
Notadamente, o militar da reserva Prestador de por conferir a presença dos demais militares para
Tarefa por Tempo Certo (PTTC) também não pode ser o expediente faz a chamada e percebe a falta de um
enquadrado como desertor, pois para efeito de aplicação da militar, comprovada a falta injustificada;
deserção, o militar deve estar na ativa ou ter sido designado
48
5.INSTRUÇÃO PROVISÓRIA DE DESERÇÃO
Falta 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º
Injustificada Dia Dia Dia Dia Dia Dia Dia Dia Dia
Prazo de
CONTAGEM DO PRAZO
Graça
Dia (D) D+1 D+2 D+3 D+4 D+5 D+6 D+7 D+8 D+9
Parte Parte de
de Deserção
Ausência e
Termo de
Deserção
Dia 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
do Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo Segunda Terça Quarta Quinta
Mês
Tanto da parte de ausência, quanto do termo de deserção deverá constar o exato horário em que o militar não estava
e deveria estar, além de se registrar o início da contagem do prazo de graça que se dá à 0:00h seguinte dessa ausência
49
MANUAL DE POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
50
5.INSTRUÇÃO PROVISÓRIA DE DESERÇÃO
51
MANUAL DE POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
de Ausência. Os documentos ora mencionados estão Caso seja “INCAPAZ” definitivamente para o
detalhados no item 3 a seguir. serviço ativo, não será reincluída, devendo a Ata de Inspeção
de saúde ser remetida, com urgência, à auditoria a que
tiverem sido distribuídos os autos da IPD, para que seja o
desertor sem estabilidade isento da reinclusão e do processo,
5.2.2. Da Deserção da Praça com Estabilidade sendo os autos arquivados, após o pronunciamento do
representante do Ministério Público Militar.
Atinente às ações de polícia judiciária na lavratura
de instrumentos relativos à deserção perpetrada por
praça com estabilidade, o procedimento a ser observado
será semelhante ao estabelecido para o oficial desertor,
no entanto, cabe ressaltar que no caso das praças há 5.3. DO PROCESSAMENTO NA UNIDADE
necessidade da Parte de Deserção antecedente ao Termo. DO CRIME DE DESERÇÃO
Daí constatada a consumação desse crime pela praça com
estabilidade assegurada, o Comandante da Unidade deve
agregar o militar, fazendo publicar o ato de agregação no
Boletim Interno, conforme 2ª Parte do §4º do art. 456 “(...) 5.3.1. Da Parte de Ausência
Se praça estável, será agregada, fazendo-se, em ambos os
casos, publicação, em boletim ou documento equivalente, do A Parte de Ausência é um documento que
termo de deserção e remetendo-se, em seguida, os autos à formaliza a ausência do militar (Deserção Comum) ou
autoridade competente”. a não apresentação do militar (Deserção Especial). Deve
ser confeccionada sem rasuras e assinada pela autoridade
Cabe assinalar que a documentação será remetida militar. É dirigida ao Comandante da Unidade. Portanto, é
à autoridade judiciária militar, sem demora, independente a peça inaugural da contagem do período de graça.
da captura ou apresentação do desertor.
Tal peça deve conter o máximo de informações
Ao ser capturada ou apresentar-se, a praça com acerca do militar ausente, tais como: nome completo,
estabilidade será submetida à inspeção de saúde, caso seja identidade civil e militar, CPF, endereço, endereço
considerada “APTA”, será revertida ao serviço ativo. eletrônico, nome da mãe, nome do pai, etc.
52
5.INSTRUÇÃO PROVISÓRIA DE DESERÇÃO
Recebida a Parte de Deserção, o Comandante da Cabe ressaltar que antes de ser recolhido à prisão,
Unidade providenciará a lavratura Termo de Deserção, que o desertor deverá passar pelo exame de corpo de delito,
trará informações sobre o militar desertor, procurando ou seja, deverão ser observados os mesmos cuidados no
qualificá-lo de maneira mais precisa o possível: nome, recolhimento do militar preso em flagrante delito.
identidade (civil e militar), CPF, nome do pai, nome da
mãe, alterações, assentamentos, etc.
53
MANUAL DE POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
Relação de documentos mínimos a serem observados: 16. Remessa de procedimento ao Juiz ou Auditoria
Militar - Oficial (Anexo IPD 16).
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OS ANEXOS DESSE CAPÍTULO ESTÃO DISPONÍVEIS EM: HTTP://WWW.MPM.MP.BR/MANUALDEPOLICIAJUDICIARIAMILITAR.
6. INSTRUÇÃO
PROVISÓRIA DE
INSUBMISSÃO
6.1. DA INSUBMISSÃO
Há que se destacar ainda outras situações em que o O sujeito ativo do Crime de Insubmissão será
crime de insubmissão também é cometido, como o previsto sempre o civil que, convocado, deixa de se apresentar à
caso assimilado (no §1º do art. 183: Na mesma pena incorre incorporação dentro do prazo que lhe foi marcado.
quem, dispensado temporariamente da incorporação, deixa
de se apresentar, decorrido o prazo de licenciamento).
55
MANUAL DE POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
art. 20 da Lei nº 5.292, de 08 de junho de 1967, que dispõe 6.1.9. Do Caso Assimilado à Insubmissão
sobre a prestação do Serviço Militar, bem como o item 22
do art. 3º do Decreto nº 57.654, de 20 de janeiro de 1966, O caso assimilado à insubmissão encontra-se
que regulamentou a Lei do Serviço Militar. previsto no § 1º do art. 183 do Código Penal Militar, vejamos:
56
6.INSTRUÇÃO PROVISÓRIA DE INSUBMISSÃO
6.2. DO PROCESSAMENTO DO CRIME DE INSUBMISSÃO local em que este deveria apresentar-se, comunicação
de ausência, bem como a assinatura do Comandante da
Unidade e de duas Testemunhas.
57
MANUAL DE POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR
58
6.INSTRUÇÃO PROVISÓRIA DE INSUBMISSÃO
A audiência de custódia é uma medida de controle 10. Cópia da Ata de Inspeção de Saúde Anexo
judicial que atribui à autoridade de polícia judiciária, IPI 10).
responsável pela prisão de uma pessoa, o dever de
apresentá-la à autoridade judiciária, para deliberar sobre a 11. Ato de Inclusão do insubmisso ao serviço
legalidade da medida constritiva de liberdade. No âmbito ativo (Anexo IPI 11);
da Justiça Militar da União, está disciplinada, atualmente,
na Resolução nº 228, de 26 de outubro de 2016. 12. Comunicação da prisão e solicitação da data
de Audiência de Custódia (Anexo IPI 2);
59
CASOS DPM
OP GLO (HOMICÍDIO)
“Homicídio qualificado funcional, previsto no art. 121, § 2º, inciso VII, do Código Penal comum
c/c art. 9º, II e III, alínea d, do Código Penal Militar (com a redação dada pela Lei 13.491, de
2017)” sob a égide do Procedimento relativo aos processos da competência do Tribunal do Júri
previsto nos Art. 406 a 497 do CPP (em atendimento ao Art. 5º, inciso XXXVIII, letra "d", da
CF/88)
“Subsumindo-se, pois, a conduta dos agentes ao contido no art. 205, §2°, incisos IV e V
(homicídio qualificado por traição, emboscada E para assegurar a execução, impunidade de
outro crime), e art. 205, §2°, IV e V, 13 (treze) vezes combinado com o art. 30 (que descreve ser
o crime consumado ou tentado), li, na forma do art. 79 (concurso de crimes, o crime continuado
é o art. 80), todos do CPM”
CASO 3
Em sendo assim, por ter livre e conscientemente, com intenção de matar, disparado tiros de
fuzil em direção aos três ofendidos, militares do Exército Brasileiro em atividade de natureza
militar, não obtendo sucesso por fatores alheios à sua vontade, o denunciado, CARLOS
HENRIQUE ALVES DOS SANTOS, incorreu no delito previsto no art. 121, §2º, VII do Código Penal
c/c o art. 9º, II e III, "d", do Código Penal Militar, com a redação da Lei 13.491/2017, por três
vezes, em concurso material, na forma do art. 79, também do Código Penal Militar. (...)"
No mesmo ato processual supracitado, após a manifestação das partes, a Magistrada manteve
a prisão preventiva do réu, a qual foi decretada por ocasião da Audiência de Custódia, com base
no art. 254, alíneas "a" e "b", c/c o art. 255, alíneas "a" e "d", ambos do CPPM
OPINIÃO DO STM: Consigna-se que a capitulação feita pelo MPM no art. 121, § 2º, inciso VII, do
CP, em detrimento do art. 205, § 2°, do CPM, não merece reparo. No polo passivo do ilícito,
figuravam militares federais no exercício de suas funções em Operação de Garantia da Lei e da
Ordem. Assim, o art. 121, § 2°, inciso VII (com redação introduzida pela Lei nº 13.142/15), do CP
prevalece como norma especial em relação às hipóteses gerais descritas no art. 205, § 2º, do
CPM. A Lei nº 13.491/17 alterou os incisos II e III do art. 9º do CPM, atraindo os nominados
delitos por extensão ou equiparação para o universo dos crimes militares. Nessa base, a
indicação do tipo penal do CP mostra-se exata, pois atende ao Princípio da Especialidade,
considerando a inexistência de qualificadora semelhante no art. 205, § 2º, do CPM. Caso
houvesse essa qualificadora no art. 205, § 2º, do CPM, ela prevaleceria em relação à prevista no
art. 121, § 2°, inciso VII, do CP, como tenho frequentemente destacado em outros julgamentos
semelhantes.
Da pena-base (1ª fase da dosimetria). Nesse ponto, o MPM tem razão ao questionar o
estabelecimento, pelo Magistrado a quo, da penabase no mínimo legal (1ª fase da dosimetria).
Note-se que o Recurso devolve a matéria para exame deste Tribunal, pois a reanálise do art. 69
do CPM foi pedida em sua totalidade. De fato, ao examinar a Sentença vergastada, a pena-base
foi fixada no patamar mínimo permitido em Lei. Desse modo, houve desproporcionalidade, por
não atribuir valor negativo a algumas circunstâncias judiciais merecedoras de destaque e por
inexistir o consequente reflexo na reprimenda penal. O douto Magistrado, na Sentença,
desconsiderou algumas circunstâncias importantes, com força para elevar a pena-base.
Portanto, a mensuração da sanção merece reforma. Ao se examinar o teor do art. 69 do CPM,
vê-se que o Juiz aprecia a gravidade do crime praticado e a personalidade do réu (macro
circunstâncias). Deve sopesar, também as micro circunstâncias (a intensidade do dolo ou do
grau da culpa, a maior ou menor extensão do dano ou perigo de dano, os meios empregados, o
modo de execução, os motivos determinantes, as circunstâncias de tempo e lugar, os seus
antecedentes e a sua atitude de insensibilidade, indiferença ou arrependimento após o delito).
Não pode haver sombra de dúvida, neste sodalício jurídico, que o crime praticado é bastante
grave. Trata-se de tentativa de homicídio praticada contra militares em Operação de Garantia
da Lei e da Ordem, ou seja, afronta severa e deplorável à própria presença do Estado naquela
comunidade. Assim, ao final da primeira fase da dosimetria, a pena-base deve ser aplicada acima
do mínimo legal de 12 (doze) anos. Houve notável extensão de perigo de dano. Os disparos que
atingiram a viatura foram feitos em Comunidade habitada, durante o dia, expondo a população
a intolerável risco. Além disso, a intensidade do dolo merece ser mensurada em grau
significativo. A quantidade elevada de disparos efetuados pelo réu, contra os embarcados na
viatura militar, demonstra, cabalmente, a intenção exacerbada de ceifar a vida dos ofendidos,
com animus necandi acentuado e dolo direto. Não se notou, nos autos, qualquer atitude de
arrependimento do réu após o crime. Ao contrário, sustentou versão que se mostrou falaciosa
para tentar justificar a sua conduta. Em nenhum momento, antes ou após os fatos, expressou
qualquer preocupação ou sentimento quanto aos possíveis efeitos do crime perpetrado, pois os
disparos poderiam ter matado ou lesionado os militares do Exército. A sua frieza destoa da
versão de que teria sido coagido a conduzir a motocicleta. Empregou o fuzil para executar o
ilícito, armamento de longo alcance, de alto poder letal e de uso restrito das Forças Armadas.
Por fim, os motivos determinantes do crime também ensejam reflexão. Empreender fuga diante
das tropas federais objetiva a ocultação de outros ilícitos, assegurando-lhes impunidade. O
cidadão de bem não foge da presença do Estado, muito menos dispara contra os seus agentes.
Por sua vez, os criminosos praticam condutas ilícitas em detrimento da regular aplicação do
Direito.
O civil que pratica tentativa de homicídio contra militares integrantes de Patrulha do Exército (
sujeito passivo em segundo grau), além de menosprezar todos os valores éticos e morais, ataca,
frontalmente, a ultima ratio do Estado - as Forças Armadas ( sujeito passivo em primeiro grau).
CASO 4
Assim, a decisão do Juízo a quo que não acolheu os argumentos do Ministério Público Militar
incorreu em error in procedendo, na medida em que suspendeu, de forma desarrazoada, o
andamento do Feito, mesmo havendo regulamentação, pelo CNJ e por esta Corte, da realização
dos atos pelo sistema de videoconferência. Ante o exposto, voto pelo conhecimento e
deferimento da Correição Parcial formulada pelo Ministério Público Militar, para desconstituir a
decisão impugnada do Juízo a quo, determinando a retomada imediata do andamento da APM
nº 7000899-89.2019.7.01.0001, com a consequente marcação da audiência de oitiva da
testemunha arrolada pela Defesa e interrogatório do Acusado, pelo sistema de
videoconferência.
CASO 5
CASO 6
o 3º SGT Roberto dos Santos Calian, solicitou que o nacional apresentasse o seu documento de
identificação e a da moto que estava conduzindo, mas o civil recusou-se.
Lei Complementar nº 97/1999 Art. 15. O emprego das Forças Armadas na defesa da Pátria e na
garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem, e na participação em operações de paz,
é de responsabilidade do Presidente da República, que determinará ao Ministro de Estado da
Defesa a ativação de órgãos operacionais, observada a seguinte forma de subordinação: (...) 19.
Ainda, a respeito da função militar, o art. 23 da Lei no 6.880/80 (Estatuto dos Militares) preceitua
que a "função militar é o exercício das obrigações inerentes ao cargo militar". 20. Como pode se
observar, as Forças Armadas estão legitimadas, constitucionalmente, a atuar na defesa da
Pátria, na garantia dos poderes constitucionais e da lei e da ordem, observada a norma
infraconstitucional criada para regulamentar de forma geral tais atividades quando da
organização, do emprego e do preparo da respectiva Força Armada. 21. Ocorre que a atuação
das Forças Armadas em operações "GLO" não se trata de sua única atividade a ser
desempenhada, visto que também atua na defesa do seu patrimônio e de seu pessoal e, para
que isso ocorra, conta com seus militares de serviço durante as 24 (vinte e quatro) horas do dia
em todos os quartéis no nosso país, bem como com militares trabalhando na prática das mais
diversas atividades destinadas à finalidade de cada Força e ao interesse nacional, diariamente,
nos horários de expediente administrativo, os quais se submetem às regras de hierarquia e
disciplina em face das ordens emanadas por seus superiores.
Destarte, pela leitura do inteiro teor do Acórdão, extrai-se, em síntese, que a atividade
fiscalizatória ou de polícia administrativa das Forças Armadas é lícita em um raio de 1.320 metros
à volta dos estabelecimentos castrenses, devido ao instituto da Servidão Militar. 24. No
entender da Defesa técnica, o referido Decreto-Lei não teria sido recepcionado pela
Constituição Federal de 1988. Todavia, o Decreto-Lei nº 3.437/1941 encontra-se em pleno vigor,
não havendo que se falar em sua não-recepção pela Carta Constitucional. 25. Acerca do instituto
da servidão militar, regulamentado por meio do Decreto-Lei nº 3.437/1941, que dispõe sobre o
aforamento de terrenos e a construção de edifícios em terrenos das fortificações, é possível
concluir que o objetivo do legislador foi o de dar ampla proteção jurídica aos bens públicos
militares, evidenciando a necessidade de limitar novas construções ou concessões de terrenos
em torno daquelas já existentes e pertencentes ao Poder Público. 26. Em que pese o referido
Decreto-Lei dispor sobre a defesa da costa e utilizar o termo "fortificações", é necessário realizar
uma interpretação extensiva do referido termo, a fim de adequar tal instituto às necessidades
gerais das Forças Armadas na proteção do patrimônio que lhe cabe. Portanto, assim como já
disposto no Acórdão utilizado pelo juízo a quo, deve-se estender o sentido da expressão
"fortificações" para que também se contemple os demais estabelecimentos militares como
objeto da proteção atribuída pelo Decreto-Lei. 27. Para tanto, o legislador editou o Decreto-Lei
nº 9.760/1941, que dispõe sobre os bens imóveis da União e dá outras providências, e
complementou a abrangência do regime de aforamento, acrescentando-lhe o termo
"estabelecimentos militares", in verbis: Art. 100. A aplicação do regime de aforamento a terras
da União, quando autorizada na forma dêste Decreto-lei, compete ao S. P. U., sujeita, porém, a
prévia audiência: a) dos Ministérios da Guerra, por intermédio dos Comandos das Regiões
Militares; da Marinha, por intermédio das Capitanias dos Portos; da Aeronáutica, por intermédio
dos Comandos das Zonas Aéreas, quando se tratar de terrenos situados dentro da faixa de
fronteiras, da faixa de 100 (cem) metros ao longo da costa marítima ou de uma circunferência
de 1.320 (mil trezentos e vinte) metros de raio em tôrno das fortificações e estabelecimentos
militares; (grifo nosso) (...).
CASO 7
A descrição dos fatos aponta um contexto de prática de 2 (dois) crimes distintos e autônomos.
Inicialmente, percebe-se a resistência diante da voz de comando dos militares, em especial do
Cabo Leonardo, para a abordagem e revista. Conquanto isso, o Embargante irresignado naquele
momento direciona-se ao Cabo Ex Leonardo com o intuito de dominá-lo e se apropriar de um
armamento e, ante outro momento de autodefesa daquele militar, o acusado vem a provocar a
lesão corporal no integrante da patrulha do Exército.
É dizer que o Embargante, 'com vontade livre e consciente, em atitude agressiva, hostil e
desrespeitosa, opôs-se à execução de ato legal (abordagem e revista) realizado pelo Cabo do
Exército Leonardo Santos dos Anjos, durante o cumprimento de missão de garantia da lei e da
ordem (GLO), em regime de intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro. Nessa
abordagem, o Apelante tentou retirar o armamento do militar e, na sequência, desferiu-lhe
socos na cabeça, o que provocou a queda do graduado e, em consequência, uma lesão
caracterizada por 'fissura em terceiro dedo da mão direita' (apud in parecer PGJM)'.
CASO 8
Incialmente, vale lembrar que o desacato a militar, previsto no art. 299 do CPM, é um crime de
subsidiariedade expressa, devendo ser aplicado somente quando o fato não constituir outro
delito mais grave. Logo, como a pena prevista no art. 299 do CPM é superior a dos delitos de
desobediência e de tentativa de lesão corporal leve, não existe dúvida sobre a incidência do
crime de desacato a militar no caso sub examine, porquanto é mais grave do que as demais
infrações penais cometidas pelo Réu.
Na progressão criminosa em sentido estrito o agente tem o desígnio inicial de cometer o delito
menos grave, só que, sem sair do iter criminis, resolve praticar outra infração penal mais grave.
Quando isso acontece, afasta-se o instituto do concurso material e aplica-se o Princípio da
Consunção para que o infrator responda apenas pelo ato punível de maior gravidade. Frisa-se
que o crime de lesão corporal somente entrou no contexto fático da progressão criminosa
porque a intenção do Réu não era atingir especificamente o Sd Ex EDUARDO SANTOS, mas, sim,
prejudicar o funcionamento da Operação Furacão de Garantia da Lei e da Ordem na Cidade de
Deus e porque, como foi leve e tentada, é menos grave do que o delito de desacato a militar,
conforme já explanado.
Com relação ao tema, cita-se o Acordão desta Corte que, também, reconheceu o Princípio da
Consunção para absorver os crimes de tentativa de lesão corporal leve, de ameaça e de violência
contra militar em razão da consumação do crime de desacato a militar, in verbis: "EMENTA:
APELAÇÃO. MPM E DEFESA. DESACATO A MILITAR. PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO. Não deve
prevalecer a sentença a quo que condenou o réu de forma autônoma pelos crimes de desacato,
ameaça, tentativa de lesão corporal, violência contra militar, haja vista que, pelo princípio da
consunção, tais condutas são absorvidas por um único crime de desacato, conforme pacífica e
remansosa doutrina e jurisprudência. Apelo Ministerial conhecido e desprovido. Apelo
Defensivo acolhido parcialmente. Unanimidade." (Apelação nº 14-34.2007.7.07.0007, Rel. Min.
MARCOS MARTINS TORRES, Data de Julgamento: 23/8/2011, Data de Publicação: 6/2/2012.)
(Original sem grifos.) Assim, não há como deixar de reconhecer que as condutas descritas no 3º
ato, além de terem acontecido de forma sucessiva, possuem nexo de dependência entre si,
porquanto os momentos consumativos se sucederam no mesmo contexto fático e temporal, e
o sujeito passivo direto dos crimes ora analisados é a Administração Militar
Destarte, confirmado o dolo do Civil THIAGO SOARES MACHADO quando desacatou os militares
do PBCVU da Operação Furacão LXXVI e a correta aplicação do Princípio da Consunção para
absolvê-lo dos crimes de tentativa de lesão corporal leve e desobediência, por não se vislumbrar
qualquer excludente de culpa ou de crime, nada há a ser reparado no Decisum a quo.
CASO 1
Na espécie, conforme parecer ofertado pelo Subprocurador-Geral de Justiça Militar Dr. EDMAR
JORGE DE ALMEIDA, nos autos deste mandamus submetido ao crivo deste Plenário virtual, assim
dispôs, in verbis: (...) A satisfação das condições da ação e dos pressupostos processuais de
admissão apontam para o seu conhecimento. No mérito, data maxima venia, o pleito não rende
ensejo à segurança suplicada, em razão de não existir ilegalidade ou abuso de poder no decisum
impugnado. Malgrado as robustas ponderações expendidas pelo nobre Impetrante,
entendemos que a condução coercitiva do investigado para a realização de exame pericial
encontra óbice no princípio da vedação à autoincriminação. Ainda que se possa cogitar de
exame não invasivo, pensamos que a desconstrução das dúvidas que pendem sobre o grau de
limitação física do investigado não pode ser alcançada sem um comportamento ativo do
periciando, ainda que mínimo. Insta destacar que a Suprema Corte, ao julgar as ADPFs 395 e
444, declarou a inconstitucionalidade da condução coercitiva do acusado para interrogatório,
prevista no art. 260 do Código de Processo Penal comum. Embora o nobre Impetrante haja
salientado que a situação dos autos seja diversa, uma vez que não se está a falar de
interrogatório, entendemos que os citados precedentes devem ser aplicados, haja vista que o
exame pericial possui natureza probatória e, desse modo, não pode o investigado a ele ser
submetido contra a sua vontade, sob pena de violação ao supracitado princípio. Além disso,
cumpre considerar que a condução coercitiva para realização de perícia não se afigura medida
razoável ou proporcional, imprescindível à continuidade da persecução penal, haja vista que se
está em fase investigatória e que há, nos autos, outros elementos hábeis a subsidiar a formação
da opinio delicti para a eventual propositura de ação penal.
Com essa ideia, cito trecho da manifestação da PGJM nos autos da Apelação embargada, que,
em seu Parecer subscrito pelo Ilustre Subprocurador-Geral da Justiça Militar Dr. EDMAR JORGE
DE ALMEID, narrou: "(...) Com efeito, a sua conduta denota falta de atenção, cautela e diligência,
bastando para tanto a demonstração de terem efetuado os procedimentos em dissonância dos
preceitos basilares de segurança, por livre e espontânea vontade, de modo a agirem com culpa
na produção do resultado danoso indesejado, porém, previsível. A conduta é culpável,
permitindo-se delimitar juízo de reprovação e censura, porque a previsibilidade subjetiva,
atenção, cuidado e diligências especiais, são inteira e cabalmente aferíveis na conduta dos
Acusados, levadas em conta suas aptidões pessoais, em meio às circunstâncias, condições e
ocasião em que se deslindou o resultado não querido, mas previsível (...)". (
No caso, reforço que a continuidade delitiva mediante o somatório das penas é para preservar
a especialidade do CPM. Como bem delineado pela douta Procuradoria-Geral de Justiça Militar,
a alta reprovabilidade do ato legitima a incidência do concurso material: "A repercussão
deletéria para a Instituição Militar ante a investida contra valores da lealdade e da retidão, ao
expor indevidamente área sob administração do Exército e aceitar valores indevidos em razão
de sua função, tornam a conduta da mais alta reprovabilidade, legitimando a incidência do
concurso material como solução apropriada à hipótese de que se cuida, sem redundar em
qualquer ofensa aos ditames de política criminal com foco no cumprimento dos objetivos
expressos na Lex Magna."
A Procuradoria-Geral da República opinou pela concessão da ordem: '8. Conforme dispõe o art.
456, § 4º, do Código de Processo Penal Militar, "consumada a deserção de praça especial ou
praça sem estabilidade, será ela imediatamente excluída do serviço ativo. Se praça estável será
agregada'. O processo ficará suspenso, aguardando-se a captura ou apresentação voluntária do
desertor (art. 457 do Código de Processo Penal Militar). E o art. 457, § 1º, do mesmo Código,
dispõe: 'o desertor sem estabilidade que se apresentar ou for capturado deverá ser submetido
a inspeção de saúde e, quando julgado apto para o serviço militar, será reincluído'. Em caso de
incapacidade definitiva, o desertor sem estabilidade ficará isento da reinclusão e do processo,
sendo os autos arquivados (Código de Processo Penal Militar, art. 457, § 2º). Reincluído o
desertor sem estabilidade, o processo seguirá o que determinado pelo parágrafo 3º e seguintes.
9. Donde a conclusão de que a retomada do andamento do processo, após a captura ou
apresentação voluntária, depende da verificação da aptidão na inspeção de saúde e da
reinclusão no serviço ativo, como resulta do art. 457, § 3º, do Código de Processo Penal Militar
(reincluída que seja a praça especial ou a praça sem estabilidade). Em consequência, o desertor
que for reincluído deve permanecer nessa condição de militar da ativa durante todo o processo
e, se condenado, durante a execução da pena. 10. É entendimento desse Supremo Tribunal
Federal que a condição de militar da ativa é condição necessária não só para a consumação do
crime de deserção, mas também para o processo e julgamento do delito e, em caso de
condenação, da execução da pena que for imposta, como resulta do art. 457, § 3º, do Código de
Processo Penal Militar (reincluída que seja a praça especial ou a praça sem estabilidade).
Portanto, a perda da condição de militar impede o prosseguimento da execução penal, por falta
de condição objetiva de procedibilidade. Não há como processar um civil pelo crime de
deserção. Diante da exclusão do serviço ativo não há 'condição de procedibilidade para o
prosseguimento da ação e, por conseguinte, para a execução da pena imposta pelo crime de
deserção. Precedentes.' (HC 108.197/PR, rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe 15.02.2012); HC
103.254/PR, rel. Min. Celso de Mello, DJe 13.4.2011; HC 90.672/SP, rel. Min. Joaquim Barbosa,
DJe 20.03.2009; HC 90.838/SP, rel. Min. Cármen Lúcia, DJe 22.05.2009; HC 79.531/RJ, rel. Min.
Marco Aurélio, DJ 29.01.1996). 11. A deserção é crime propriamente militar que só pode ser
cometido por militar do serviço ativo e pressupõe que o militar esteja nessa condição na ocasião
da consumação do delito, durante o processo, no momento da condenação e da execução da
pena. Tanto assim que o desertor, se condenado, cumpre a pena em estabelecimento penal
militar, não sendo razoável cogitar que por esse crime, que só os militares podem cometer, o
sentenciado seja enviado, como civil, para o já sobre carregado Juízo Comum das Execuções e,
eventualmente, para uma penitenciária. Já foi ventilada a possibilidade da concessão da
suspensão condicional da pena, que não é solução, pois, além de vedada pelo art. 88, II, "a", do
Código Penal Militar, no caso de descumprimento das condições, a revogação do benefício
acarretará o recolhimento do sentenciado ao sistema prisional comum. A quase totalidade
desses desertores, notadamente aqueles sem estabilidade, é formada por jovens que estão
prestando o serviço militar obrigatório, não sendo razoável cogitar que, pela prática do crime
de deserção, eles possam ao final serem recolhidos a uma penitenciária civil. Para o crime de
deserção de praça é cominada pena de seis meses a dois anos, e o art. 59, inciso II, do Código
Penal Militar, dispõe que 'a pena de reclusão ou de detenção até 2 (dois) anos, aplicada a militar,
é convertida em pena de prisão e cumprida, quando não cabível a suspensão condicional ... pela
praça, em estabelecimento penal militar, onde ficará separada de presos que estejam
cumprindo pena disciplinar ou pena privativa de liberdade por tempo superior a dois anos'. 12.
Em resumo, não mais ostentando o paciente a qualidade de militar, cabe concluir que não há
condição de procedibilidade para o prosseguimento da ação penal. Não há como processar um
civil pelo crime de deserção: 'Paciente condenado pela prática do crime de deserção, que foi
licenciado a bem da disciplina, não mais ostentando a qualidade de militar. Ausente, pois,
condição de procedibilidade para o prosseguimento da ação e, por conseguinte, para a execução
da pena imposta pelo crime de deserção'
Sob essa óptica, posicionou-se o culto Subprocurador-Geral de Justiça Militar Dr. Edmar Jorge
de Almeida: "Com efeito, a conduta de TULLIO GOMES RODRIGUES é o elemento de irrupção da
falta de atenção, cautela e diligência, bastando para tanto a demonstração de ter efetuado os
procedimentos em dissonância dos preceitos basilares de segurança, por livre e espontânea
vontade, de modo a agir com culpa na produção do resultado danoso indesejado, porém,
previsível.".
No Parecer subscrito pelo ilustre Subprocurador-Geral Dr. EDMAR JORGE DE ALMEIDA, a douta
ProcuradoriaGeral da Justiça Militar manifesta-se "(...) no sentido de rejeitar os embargos
opostos, para manter o Aresto hostilizado, em seus próprios e jurídicos fundamentos",
consignando, in verbis (Evento 11): "(...) são desprovidas de fundamento as ventiladas omissões.
A modificação da capitulação se deu em consonância com o preceituado no art. 550 do CPPM,
sendo cabível a revisão dos feitos findos em que tenha havido erro quanto aos fatos, sua
apreciação, avaliação e enquadramento. O art. 558 do mesmo Digesto processual, por sua vez,
preceitua que 'Julgado procedente a revisão, poderá o Tribunal absolver o réu, alterar a
classificação do crime, modificar a pena ou anular o processo'. (...) O réu procedeu com o dolo
de se locupletar dos valores arrecadados pela Comissão de Festas da Diretoria de Saúde da
Marinha, os quais evidentemente não lhe pertenciam. Como possível estratégia de defesa,
insistiu que tais valores teriam origem ilícita, chegando a mencionar que iria 'denunciar' a sua
arrecadação ao TCU."
Admitir que a perda da condição de militar mude automaticamente a competência para o juízo
monocrático, é permitir que o acusado escolha, em momento que lhe aprouver, o órgão de
julgamento, ferindo de morte o Princípio do Juiz Natural e possibilitando suprimindo do
Escabinato a apreciação de importantes questões, sob o prisma da hierarquia e disciplina
militares. Assim, o fato só é crime militar (ou seja, só é de competência da Justiça Militar da
União), porque o agente é militar ao tempo do fato, pelo que nos soa como surreal que tal
condição (de militar, ao tempo dos fatos) seja utilizada para a definição de competência da
própria Justiça Militar da União e não seja, também, para a fixação de competência do órgão
judicial desta JMU, com o pretende a decisão atacada."
Ora, a condição de militar, ao tempo dos fatos, faz nascer o crime militar, fixa a competência da
Justiça Militar da União e - também - a do Escabinato. Entender que a posterior perda da
condição de militar afaste a competência do Escabinato, é dar margem para que se pretenda,
pelo mesmo raciocínio, afastar a própria competência da Justiça Militar da União, o que nos soa
como verdadeiro absurdo.
A intimação da sentença condenatória ao ora Paciente foi efetuada em conformidade com o que
preconiza o art. 445 do Digesto Adjetivo Penal Castrense, posto que não se tratava de réu preso.
A tudo acrescemos que qualquer sentenciado que se encontre sob o amparo da suspensão
condicional da pena, ao descumpri-la, terá a sua concessão suspensa. Ora, o Paciente responde
ao Processo em liberdade, sem qualquer sobressalto de ilegalidade, praticada ou consentida
pela Autoridade Processante, nenhum constrangimento ou afetação do status libertatis ante o
regular curso da apuração. Nesse contexto, não há ilegalidade ou abuso procedimental a ser
enfrentado pela via do HC. Tais ilegalidades são ilações sem fundamento suficiente para se
reconhecer a procedência do pedido. Daí afigurar-se destituída de qualquer base a pretensão
que sustenta a violação dos princípios garantidores do devido processo legal, do contraditório e
da ampla defesa. Aliás, quanto ao último, a manutenção da ritualística processual penal militar
é o que concretiza a reclamada garantia.
"Acerca da tese de incompatibilidade do artigo 187 do CPM com a CF/88, inútil admoestar que
não encontra guarida no ordenamento jurídico pátrio. O crime sub oculi é um dos que mais
atentam contra a disciplina militar e a missão constitucional destinada às Forças Armadas,
ocorrendo efetiva lesão ao bem jurídico tutelado no art. 142, caput, do Estatuto Básico da
República. Noutro giro, a aplicação de uma abolitio criminis vilipendiaria o princípio da
separação dos poderes, consignado no art. 2º da Carta Federal Brasileira. O mesmo raciocínio
se aplica ao enunciado da Súmula nº 3 da Augusta Corte Castrense, o qual se acha em perfeita
consonância com a Carta da República de 1988. O reconhecimento de possível excludente de
culpabilidade incumbe a quem alega."
"[...] Destarte, uma vez instaurada a persecução penal, o que pressupõe, necessariamente, que
o réu era militar ao tempo do recebimento da denúncia - portanto, estava legitimado a
responder ao processo quando da sua instauração - a ação penal somente pode ser estancada
com a decisão transitada em julgado, ou nas hipóteses de sua extinção, taxativamente elencadas
no Código de Processo Penal Militar. Ao nosso ver, não poderia ser diferente, uma vez que a
tese de que a ação penal não pode prosseguir, porque o acusado não mais ostenta a condição
de militar, fere diversos princípios jurídicos, entre os quais o de passar este a ostentar a condição
de sujeito detentor de uma verdadeira imunidade jurisdicional, pelo simples fato de ter sido
licenciado das fileiras militares. De fato, essa ideia de o agente que praticou fato típico tornar-
se imune por não ser mais militar é, data venia, absolutamente contrária aos princípios
norteadores do sistema repressivo castrense."
"(...) 'In fine', não assiste razão à irresignação defensiva de que o advento da Lei nº 13.491/17
representa 'novatio in mellius', em relação ao tipo questionado, legitimando a incidência da Lei
11.343/06 na seara castrense. A simples introdução da nova lei no ordenamento jurídico pátrio
não tem o condão de alterar o entendimento consolidado desta Corte Castrense sobre a não
aplicação das penas alternativas previstas na Lei Antidrogas (Lei nº 11.343/06), ou do Princípio
da Insignificância, às práticas criminosas como a versada nos autos, uma vez o dispositivo do art.
290 do Código Penal Militar encontra previsão diversa na lei penal comum, precipitando a
incidência do art. 9º, I, do mesmo 'Codex'. O posicionamento majoritário da melhor doutrina,
do Excelso Pretório e da Augusta Corte Castrense é no sentido de que, na realidade do combate
às drogas na seara castrense, o porte e uso vulneram a segurança e a integridade física
intramuros e coloca em risco a higidez e a operacionalidade do efetivo militar e bases
organizacionais das FFAS, instituições com sede constitucional para, entre outras finalidades,
promover a salvaguarda da ordem democrática. Além de garantir a repreensão e a prevenção,
o preceito constante do Estatuto Repressivo Militar tenciona assegurar a manutenção das bases
estruturantes das Forças Armadas, quais sejam, os Princípios da Hierarquia e da Disciplina, sob
pena de ser fomentada a impunidade ou criminalidade, pela ruptura dos valores intrínsecos ao
militarismo. A incidência reclamada indica o número II do art. 9º do CPM, com a redação
ampliada pela Lei 13.491/17, remarque-se, olvidando que o art. 290, do mesmo Codex,
combina-se com o número I do mesmo art. 9º, conferindo-lhe natureza especial em relação a
qualquer outra hipótese. É o que tem sido reiterada, harmônica e convergente jurisprudência
quanto ao tema. (...)"
"(...) reiterando-se o posicionamento adrede expendido pelo Órgão Ministerial, não deve
prosperar a tese pela redução da pena aquém do mínimo legal em virtude da confissão
espontânea do acusado, por não encontrar a menor acolhida na jurisprudência pacífica do
Excelso Pretório. A mitigação seria factível somente na hipótese da autoria de crime ignorada
ou imputada a outrem (art. 72, III. "d", do CPM), o que não se entrevê na situação em análise.
Por fim, estamos em que todo o contingente probatório inviabiliza a narrativa mal engendrada
pelo recorrido, uma vez que ROBERT MESSIAS ARAÚJO DE SOUZA procedeu em concurso com
pessoas que também invadiram a OM no momento do fato processado, sendo que, em
momento algum, ele solicitou permissão para fazer necessidade fisiológica aos militares que o
prenderam".
(...) o Apelante, ao ter encontrado um celular da marca Samsung, modelo Galaxy J5 DUAL, de
propriedade do Sd Daniel Rodrigues dos Santos, no dia 17 de abril de 2016, nas dependências
da Companhia de Manutenção do Centro de Embarcações do CMA - CECMA, veio a passar um
mês se utilizando do referido aparelho como se proprietário fosse, chegando a habilitar a linha
telefônica nº (92) 99521-2218 (em seu próprio nome), conforme se observou às fls. 08/09 dos
autos apartados de Quebra de Sigilo Telefônico - Apenso II. A tornar ainda mais patente o animus
rem sibi habendi que lhe impulsionava, o acusado chegou a trocar com a sua prima o aparelho
celular em questão (fls. 24/26 e 87/89, Apenso I) (...). Nenhuma dúvida promana da disposição
anímica de perpetrar a conduta narrada na peça pórtico e das consequências que poderiam
advir. Forçoso reconhecer que o serviço militar e o dever militar, objetos da tutela penal, de
modo categórico e inapelável, restaram atingidos. (...)".
A Procuradoria Geral da Justiça Militar, por meio do Subprocurador-Geral Dr. EDMAR JORGE DE
ALMEIDA, esclareceu, quanto à preliminar, que, quando existem conflitos entre disposições
normativas, a hermenêutica jurídica aponta para vários critérios de solução. Explicou que no
confronto entre a norma geral - o art. 366 do CPP - e a norma especial - o art. 412 do CPPM - a
superveniência daquela não tem o condão de revogar essa, uma vez que se sobreleva o critério
da especialidade, o qual postula pela incidência do Código de Processo Penal Militar. No mérito,
ressaltou que as condutas dos réus se amoldam perfeitamente ao tipo penal que define o crime
de apropriação indébita. Mencionou ainda, o representante da PGJM, que os apelantes se
defenderam a todo tempo dos fatos narrados na Denúncia e a modificação da capitulação se
deu em consonância com o preceituado no art. 437, alínea "a", do CPPM, a configurar a
emendatio libelli, recepcionada por nosso ordenamento jurídico pátrio. Sustentou que a revelia
dos acusados não induz, absolutamente, o possível desconhecimento da imputação, ao
contrário, demonstra o nítido propósito de frustrarem a aplicação da Lei Penal. Sustentou que,
nesse sentido, "não há de se beneficiarem com a própria e reiterada malícia, sendo incabível a
alegação de ofensa dos princípios constitucionais do devido processo legal, da ampla defesa e
do contraditório.".
"Assim, legítimo o prosseguimento da apuração pela via da quebra dos sigilos de dados para
complementação da prova da materialidade e esclarecimento acerca do quantum que os
investigados se locupletaram, ou em que montante foi a eventual corrupção existente entre
eles. Ora, o direito à colheita de prova, imprescindível ao esclarecimento da autoria da conduta,
em tese, criminosa, é induvidoso, mormente enquanto se tem como certo de ser a única via
possível de obtenção das informações encarecidas. É o interesse público que oferece
fundamento suficiente para o prosseguimento da apuração pela via da quebra dos sigilos de
dados. O MPM está no legítimo exercício de seu munus na apuração de fato delituoso, pela
ausência de fundamento para a sua objeção. (...)"
"(...) Se o militar, per fas et nefas, perdeu a condição peculiar de profissional das armas, após
instaurado o Processo com o recebimento da prefacial acusatória, não se extinguirá a relação
processual, a qual subsiste regular, íntegra, hígida, em congruência com a hodierna
jurisprudência da Instância Superior Castrense. Daí, não há como prevalecer o veredito que
determinou a extinção do feito, vez que nada impede que o Processo prossiga, sem qualquer
sobressalto de ilegalidade. A situação de militar da ativa é condição processual apenas exigível
para o oferecimento do libelo ministerial. A perda do status de militar, oriunda do
reconhecimento de sua incapacidade permanente para o serviço militar e não reinclusão às
fileiras do Exército, quando submetido à inspeção voluntária após a prática da segunda
deserção, não obsta o julgamento pelo foro castrense. (...)"
"(...) Com efeito, o vertente tipo penal se destina a coibir os excessos criminosos, dado que, em
uma sociedade democrática, coexistem direitos e obrigações, sendo que os primeiros não
podem ser tidos como absolutos, e dentre essas ultimas esta o dever de respeitar ou não
vilipendiar os agentes públicos no desempenho de seu mister em benefício da coletividade. Ora,
as palavras, os gestos, a entonação, as atitudes do réu voltadas a ofender militares em serviço,
diminuindo o prestigio das funções públicas por eles desempenhadas, expressam sua
indiferença e desprezo aos procedimentos adotados na entrada da Base Aérea, culminando em
vexame, escândalo, ameaça, humilhação para os Sentinelas designados para identificar os
veículos. (...) Dolo comprovado, à saciedade. Quem age como o acusado, inequivocadamente,
conduz-se movido pela intenção de ultrajar, menosprezar, desprestigiar aqueles que apenas, e
tãosomente, cumpriam o seu dever contra comportamento que, além de menoscabar a
autoridade, a dignidade e o respeito devido à Instituição Militar, constituía evidente ultraje ao
pudor público. Houve ofensa não só aos que se achavam de serviço militar, mas à instituição
que representavam, pela recusa contumaz do réu em se dirigir à cabine do Corpo de Guarda
para ser identificado, tentando cortar caminho com o veículo; pelo emprego de palavras ríspidas
e hostis aos Sentinelas, desrespeitando a sua autoridade. A conduta merece especial
reprimenda, diante do dolo intenso, da rejeição aos cânones da caserna, por militar da reserva
graduado e motorista à disposição do Comando da Aeronáutica, de quem se espera,
normalmente, uma postura exemplar e irrepreensível na Corporação. Todavia, o acusado
preferiu afrontar o regime disciplinar e hierárquico, agindo com consciência e vontade ao
praticar a ilicitude em questão, gerando grave ameaça à regularidade da administração militar."
'(...) Em princípio, sobreleva assinalar que não há o mínimo cabimento quanto ao cerceamento
de defesa, entendido bastante para a decretação de nulidade do processo. Sobejam elementos
de prova quanto à sanidade do Recorrente, atestando a higidez mental. Quanto a isso, é certo
que fazia uso de álcool e drogas, levandoo ao estresse, como atesta o prontuário médico de fls.
136/141, bem colhido na manifestação do dominus litis. Outrossim, o caso trazido a lume nestes
autos não revelou qualquer óbice ao exercício dos direitos constitucionais do acusado e à
possibilidade de produzir prova testemunhal. Tudo quanto foi requerido foi admitido, não tendo
cabimento o pedido com base no cerceamento de defesa. Submetido à inspeção de saúde, após
apresentação voluntária, declarou-se a aptidão, emitindo-se o diagnóstico de plena capacidade
de entender e agir, diante dos fatos. Em consulta médica, reconheceu o uso de substância
entorpecente, nada obstante, reconheceu-se lhe plena aptidão. (...)
MATERIAL DE APOIO
CASO HIPOTÉTICO
Tempo para solução: até 3 horas (180 minutos)
Orós.
Que conhecia o civil ARMANDO TUDO DE NOVO, o qual era o verdadeiro dono
do caminhão que estava cadastrado na Operação Pipa, e quem usava o
caminhão para transportar a água era o ROY DA SILVA. Esclareceu que
acreditava que o habilitado no Escritório da Operação Pipa era o ARMANDO.
Quando chegou na delegacia, ficou sabendo que pegaram o ROY um aparelho
GPS na motocicleta e que não era comum e nem correto os pipeiros entregarem
água de moto.
Uma vez que o MPM declarou estar satisfeito com a prova testemunhal,
continuamente, abriu-se vistas à defesa para os fins do art. 417, § 2º do CPPM
(Evento 70). Por sua vez, a Defesa de ambos acusados afirmou não ter
testemunhas a arrolar (Evento 90).
para o consumo humano e, por isso, pegavam água em outro açude. Era o dono
do caminhão cadastrado no Escritório de Operação pipa junto ao Exército
Brasileiro e ROY era seu empregado. Que sabia que ROY estava fazendo o
serviço na moto mas, em razão da prisão, não recebeu pagamento do Exército
no mês em que ocorreu o fato. Que foi a primeira viagem de ROY na moto,
porque antes ele entregava dirigindo o caminhão normalmente.
ROY DA SILVA:
Questões propostas:
SIMULADO
PROVA SUBJETIVA – CADERNO DE QUESTÕES
GRUPO I
Orientações Gerais
suas roupas íntimas, pois sabia que a revista para ingresso na OM não
era detalhada, e após ser revistado pelo sargento OLHANDO TUDO,
passou pela guarda do quartel e encontrou o oficial de dia, em seu
alojamento, entregando-lhe um cigarro de maconha.
MINISTÉRIO DA DEFESA
Exército Brasileiro
100º Batalhão de Infantaria
TERMO DE DESERÇÃO
RESOLVENDO TUDO
Capitão
BOB DA SILVA
Coronel
Testemunhas:
ZÉ DA SILVA
Tenente
DILIGENTE FEROZ
Sargento
SEGUNDA FASE MPM
SIMULADO EXTRA
PROVA SUBJETIVA – CADERNO DE QUESTÕES
GRUPO I
Orientações Gerais
que: “é isso que o senhor vai fazer na noite de Natal? Me prender? Isso
não vai ficar assim? O senhor vai me pagar e vai pagar caro!” e que
“dentro do quartel ele poderia até ser superior, mas na rua as coisas se
resolvem na bala”.
Afirmou que aquilo que o Presidente do Flagrante estava fazendo
juntamente com o condutor “era tudo armado” e que se continuasse a
“palhaçada, ali dentro do quartel” iria dar um tiro na cabeça do Presidente
do APF, do Oficial de Dia, do Imediato e do Comandante da OM.
Não bastasse isso, desdenhou da voz de prisão que lhe foi dada, dizendo
que quem iria prender alguém era ele, e que iria prender o “merda” do
Oficial de Dia e do Cabo MÉVIO.
Inclusive, consta dos autos que, após a lavratura do APF e quando da
condução ao cárcere, aproveitando-se de um descuido da escolta, o
Guarda Marinha ROY DA SILVA, que já se encontrava preso, tentou
evadir-se, correndo em direção ao corpo da guarda do quartel, mas
conseguiu ser capturado pelos militares de serviço, sem a ocorrência de
danos ou lesões aos militares de serviço.
Diante desse contexto, a autoridade polícia judiciária militar representou
pela prisão preventiva do Guarda Marinha ROY DA SILVA, para garantir
a manutenção das normas e dos princípios da hierarquia e da disciplina
militares, bem como, devido ao alto grau de periculosidade do
flagranteado.
Finalizados os trabalhos do APF, e as suas respectivas comunicações e
representações, a autoridade de polícia judiciária militar remeteu os autos
à Auditoria, no prazo legal, tendo o Magistrado dispensado a audiência
de custódia e concedendo vista ao MPM para os fins do art. 79 do CPPM.
11º CONCURSO
PARA PROMOTOR DE JUSTIÇA MILITAR – 11º CPJM
1. Os celulares devem ser mantidos, absolutamente, desligados durante todo o tempo de prova e serão
recolhidos pelos fiscais.
2. Quando autorizado, verifique, atentamente, este CADERNO DE PROVA SUBJETIVA, que
deve conter as questões formuladas com elementos para subsidiar a elaboração das respostas.
Constatando qualquer anormalidade, como página sem impressão ou repetida, ausência de página ou,
ainda, impressão defeituosa, solicite imediatamente sua substituição.
3. A prova tem duração de 5 (cinco) horas, incluindo o tempo para preenchimento do Caderno de
Respostas.
4. É permitida consulta a diplomas normativos, desde que os textos estejam desacompanhados de
comentários, exposição de motivos, transcrições jurisprudenciais ou de súmulas, ou anotações de
qualquer natureza, vedando-se a consulta a textos doutrinários.
5. Durante a prova, o candidato não deve se comunicar com outros candidatos, por qualquer meio,
escrito ou oral. Igualmente, não deve se comunicar, por qualquer meio, com pessoas ou sistemas de
informática situados fora do recinto da prova.
6. Durante a prova, o candidato não deve se levantar. Em caso de alguma necessidade, solicitar
orientação ao fiscal de sala mais próximo. É permitida, com autorização, a ida ao banheiro.
7. É obrigatória a permanência do candidato na sala em que estiver realizando a prova por, no
mínimo, 1 (uma) hora.
8. O candidato poderá retirar-se do local de prova portando este Caderno de Questões e o Rascunho
das Respostas, após o decurso de 4h do início da prova.
9. O descumprimento destas instruções ou das constantes no Caderno de Respostas poderá acarretar
em anulação da prova do candidato e em medidas legais cabíveis.
Nome: Data:
29/06/2013
INTENCIONALMENTE EM BRANCO
GRUPO I - DIREITO PENAL E DIREITO PENAL MILITAR
1.b. Qual a natureza jurídica da inexigibilidade de conduta diversa? Identifique, tanto no Código
Penal comum como no Código Penal Militar, as hipóteses em que ela está prevista. (5 pontos)
1.d. Sob a ótica atual do Superior Tribunal Militar e do Supremo Tribunal Federal, discorra sobre o
crime militar do art. 290 do CPM abrangendo, de forma sucinta, os seguintes aspectos: a)
aplicação do princípio da insignificância e incidência da Lei 11.343/2006; b) criminalização do
porte de clorofórmio e de cola de sapateiro. (5 pontos)
1.e. Discorra, de forma sucinta, sobre o que seriam os “bandos militares” e sua aplicação no
direito penal militar brasileiro. (5 pontos)
1.f. Discorra, de forma sucinta, sobre a figura dos “cabeças”: a) identificando qual a natureza dos
crimes que a admitem, quem pode ser cabeça e quais as hipóteses de sua ocorrência no Código
Penal Militar; b) analisando o tratamento mais severo dispensado aos cabeças e a posição da
doutrina sobre o tema. (10 pontos)
2.a. Em data de 20 de outubro de 2012, por volta das 20:00h, o Oficial de Dia ao Segundo Centro
Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo – CINDACTA II foi chamado às pressas no
alojamento dos Suboficiais e Sargentos do CINDACTA, sito no bairro Bacacheri, em Curitiba – PR.
No local fora informado pelo pessoal da Guarda que o Suboficial FAB MIRONGA se encontrava
em violenta discussão com o Sargento FAB TAINHA, sendo que MIRONGA portava uma pistola
marca TAURUS, modelo PT 24/7 G2, calibre .40, com capacidade para 15 + 1 cartuchos. A arma
estava integralmente municiada, sendo que MIRONGA tinha um carregador sobressalente nas
mesmas condições.
O Tenente ESCOVINHA, Oficial de Dia, chegou ao local acompanhado de uma guarnição
da Polícia da Aeronáutica, integrada pelo Cabo COSME e pelos Soldados PLATÃO E QUINDIM,
Comissão de Concurso / MPM
11º Concurso Público para ingresso na carreira do MPM, no cargo de Promotor de Justiça Militar
1
GRUPO I - DIREITO PENAL E DIREITO PENAL MILITAR
efetuando a apreensão tanto do armamento como da munição.O material apreendido ficou sob a
guarda do Setor de Material Bélico do Batalhão de Infantaria – BINFA, depois de ter sido
examinado e constatada sua eficiência e aptidão para tiro. Por ocasião desta análise inicial,
verificou-se que a arma, em que pese estar com o número parcialmente lixado, possuía um brasão
que também fora alvo de uma lixação imperfeita. Uma perícia mais detalhada permitiu recuperar o
número da pistola e identificar o brasão como sendo da Polícia Militar do Ceará. Ao entrarem em
contato com aquela corporação da PM, foi informado que a pistola e o carregador extra eram
produtos de furto ocorrido em 15 de março de 2010, no almoxarifado do 5º Batalhão Policial Militar
da PMCE, sediado em Fortaleza, sendo que o inquérito policial militar instaurado a respeito havia
sido arquivado ante a ausência de autoria do furto do armamento e munição.
O Suboficial MIRONGA, ao ser abordado pela guarnição de serviço, ficou extremamente
irritado, desferindo violento empurrão no Oficial de Dia, que desequilibrado caiu ao chão enquanto
MIRONGA gritava que nele ninguém colocaria a mão. O motivo da discussão com o Sargento
TAINHA seria o fato deste namorar com sua filha (do suboficial) RAPUNZEL, de 15 anos; a
adolescente passou a ir mal nos estudos, inclusive com suspeita de uso de drogas, que seriam
fornecidas pelo Sargento TAINHA.
Em face da alegação do Suboficial MIRONGA, o Oficial de Dia resolveu proceder uma
revista no armário pessoal que o graduado tinha no interior do alojamento, ocasião em que foi
encontrado, em um dos bolsos de uma calça de propriedade de TAINHA, e que se encontrava no
interior do armário, um envólucro de plástico contendo cerca de 10 (dez) gramas de uma erva que
submetida a exame preliminar constatou-se tratar de maconha. A droga foi apreendida, tendo o
Oficial de Dia tomado a cautela de filmar toda a operação, identificando a inspeção no armário e a
apreensão da droga. Também foi apreendido, no armário de TAINHA, uma pistola marca
TAURUS, modelo PT 57 S AMF, calibre 7,65mm, número de série M37321, com carregador, e
mais 29 (vinte e nove) cartuchos marca CBC - 7,65mm Browning. O armamento e munição
encontrados no armário de TAINHA foram apreendidos e examinados, ficando igualmente sob a
guarda do Setor de Material Bélico do Batalhão de Infantaria.
Verificou-se ainda, que o Sargento TAINHA não possuía registro e muito menos porte de
arma, sendo certo que a arma apreendida em poder do militar sequer estava registrada no Sistema
Nacional de Armas, como informou a autoridade de Polícia Federal ao ser consultada. TAINHA
alegou que recebera a pistola de presente de seu falecido pai, estando com ela desde o ano de 2005.
Por sua vez, ao ser questionado sobre a origem do armamento e munição apreendidos
consigo, o Suboficial MIRONGA alegou desconhecer sua procedência ilícita, informando que os
havia comprado em Natal/RN, ao preço de R$ 500,00 (quinhentos reais) de um amigo militar e que
pretendia regularizar a situação da pistola.
O Suboficial MIRONGA e o Sargento TAINHA receberam voz de prisão.
Enquanto aguardava a lavratura do flagrante, MIRONGA, que portava um celular, efetuou
uma ligação para sua filha RAPUNZEL, informando da prisão, e a adolescente por sua vez ligou
para seu tio paterno DUREZA, que era Sargento da Polícia Militar do Rio de Janeiro e que se
encontrava fazendo parte da Força Nacional de Segurança Pública – FNSP, que havia sido solicitada
pelo Governo do Estado do Paraná para atuar na fronteira com o Paraguai e Argentina, visando
coibir o tráfico internacional de drogas e armas. No dia dos fatos, a Força Nacional de Segurança
Pública se encontrava realizando exercício conjunto de policiamento rádio motorizado com efetivos
da Polícia Militar do Paraná.
Por volta das 21:00h do mesmo dia, chegou ao CINDACTA II a viatura da FNSP cuja
equipe era comandada pelo Sargento PM DUREZA, que de imediato se dirigiu até a sala onde
estava sendo lavrado o flagrante, alegando o direito constitucional do preso em ter acesso à pessoa
da família. O Sargento DUREZA, pertencente à Polícia Militar do Rio de Janeiro – PMRJ, passou
então a discutir com o Tenente ESCOVINHA, alegando que não era caso de flagrante já que os
empurrões dados por seu irmão não causaram nenhum ferimento no oficial. Quanto ao armamento e
munição apreendidos, afirmou acreditar piamente que o irmão desconhecia a procedência ilícita da
arma. Disse também que bastaria que o tenente comunicasse o fato ao Comandante, sem
necessidade de prendê-lo, ocasião em que foi mandado se enquadrar e permanecer calado. Irritado, o
Sargento PMRJ DUREZA disse que não reconhecia a autoridade do Oficial da FAB, passando a
dirigir impropérios para o Tenente ESCOVINHA, chamando-o aos gritos de “tenentinho de meia
tigela”, “puxa – saco do Comandante”, “frouxo” e “cabeça de bagre”, alegando ainda que “o Oficial
de Dia não era homem”. Dureza igualmente recebeu voz de prisão após ser contido pelos militares
da Polícia da Aeronáutica, auxiliados por um dos integrantes da guarnição FNSP, o Cabo
DURINDANA, da PM de Sergipe.
Os demais integrantes da FNSP - os Soldados ZERO e BATALHA da Polícia Militar do Rio
Grande do Sul - que até então não haviam se envolvido na contenda, passaram a discutir com o
Cabo PMSE DURINDANA, por entenderem que o mesmo não deveria ter auxiliado os militares da
Aeronáutica a conterem o Sargento DUREZA, visto serem todos policiais militares e como tal
deveriam se proteger uns aos outros. Como a discussão evoluiu, DURINDANA, sentindo-se acuado
pelos colegas de farda, sacou de sua pistola .40, necandi animus, disparando em direção aos dois
PM do Rio Grande do Sul, atingindo ZERO no peito, o qual sofreu ferimentos graves vindo a ser
hospitalizado. Um segundo disparo, dirigido ao Soldado BATALHA, desviando-se do alvo inicial,
culminou por atingir na cabeça o civil FRACOLINO - o perito policial que fora chamado para
realizar o exame de constatação na droga apreendida, matando-o instantaneamente. Com a chegada
do Pelotão de Operações Especiais da Aeronáutica, chamado pelo pessoal da Guarda, e também
com a chegada do próprio Comandante do CINDACTA II, a situação foi controlada, com a prisão
em flagrante de todos os envolvidos. A autoridade judiciária, entendendo que o auto de prisão em
flagrante não havia seguido as formalidades constitucionais, relaxou as prisões, colocando todos em
liberdade.
a denúncia foi recebida no dia 25 de fevereiro de 2007, instaurando-se o processo penal militar de
nº 001-2007.
Após ser interrogado em data de 10 de março de 2007, foi concedida liberdade provisória
ao acusado DENTINHO, razão pela qual, estando respondendo ao processo em liberdade, o mesmo
retornou às suas atividades normais. Todavia, no dia 10 de agosto de 2007, DENTINHO faltou à
formatura das 08:00h (início do expediente), não mais retornando ao quartel, e desta forma,
decorrido o prazo de graça, foi lavrado novo Termo de Deserção pela autoridade militar. Constou
destes novos autos de Instrução Provisória de Deserção – IPD, que o Soldado DENTINHO faltou ao
quartel desde o início do expediente na data de 10 de agosto de 2007, e que, exatamente a zero hora
do dia 18 de agosto do mesmo ano completou os 08 (oito) dias de ausência sem licença previstos
em lei, para que consumasse o crime de deserção, como se vê do respectivo Termo. Em decorrência
da nova deserção, DENTINHO foi novamente excluído da Organização Militar a partir de 18 de
agosto de 2007.
A autoridade militar enviou a Instrução Provisória de Deserção – IPD para a Auditoria, onde
a mesma foi autuada sob número 38-2007. Dado vista da IPD ao MPM, seu representante à época
postulou para que permanecessem os autos em cartório, até captura ou apresentação voluntária do
desertor.
Em face da segunda deserção, o Conselho de Justiça Permanente para o Exército determinou
a suspensão do processo nº 001 – 2007, porque o acusado perdera o status de militar, o qual
constitui condição de prosseguibilidade para o processo de acordo com a jurisprudência do Superior
Tribunal Militar.
No dia 20 de setembro de 2012, o desertor foi capturado trabalhando de vigia em um
Supermercado na cidade de Belém – PA. Recambiado para Santa Maria – RS, foi submetido a
exame de saúde, julgado apto para o serviço do Exército e reincluído no efetivo do 3º GAC AP. Por
ocasião de sua prisão, a autoridade militar procedeu à oitiva do desertor acerca dos motivos do
crime, tendo este informado que desertara para cuidar de sua companheira que estava grávida à
época, e que agora possuía 02 (dois) filhos menores, cujas certidões de nascimento foram juntadas
aos autos da IPD 38-2007 e também do processo 001-2007.
Em 1º de outubro de 2012, o Juiz – Auditor mandou dar vista dos autos do processo 001-
2007 e da IPD 38-2007 para o Ministério Público Militar.
11º CONCURSO
PARA PROMOTOR DE JUSTIÇA MILITAR – 11º CPJM
1. Os celulares devem ser mantidos, absolutamente, desligados durante todo o tempo de prova e serão
recolhidos pelos fiscais.
2. Quando autorizado, verifique, atentamente, este CADERNO DE PROVA SUBJETIVA, que
deve conter as questões formuladas com elementos para subsidiar a elaboração das respostas.
Constatando qualquer anormalidade, como página sem impressão ou repetida, ausência de página ou,
ainda, impressão defeituosa, solicite imediatamente sua substituição.
3. A prova tem duração de 5 (cinco) horas, incluindo o tempo para preenchimento do Caderno de
Respostas.
4. É permitida consulta a diplomas normativos, desde que os textos estejam desacompanhados de
comentários, exposição de motivos, transcrições jurisprudenciais ou de súmulas, ou anotações de
qualquer natureza, vedando-se a consulta a textos doutrinários.
5. Durante a prova, o candidato não deve se comunicar com outros candidatos, por qualquer meio,
escrito ou oral. Igualmente, não deve se comunicar, por qualquer meio, com pessoas ou sistemas de
informática situados fora do recinto da prova.
6. Durante a prova, o candidato não deve se levantar. Em caso de alguma necessidade, solicitar
orientação ao fiscal de sala mais próximo. É permitida, com autorização, a ida ao banheiro.
7. É obrigatória a permanência do candidato na sala em que estiver realizando a prova por, no
mínimo, 1 (uma) hora.
8. O candidato poderá retirar-se do local de prova portando este Caderno de Questões e o Rascunho
das Respostas, após o decurso de 4h do início da prova.
9. O descumprimento destas instruções ou das constantes no Caderno de Respostas poderá acarretar
em anulação da prova do candidato e em medidas legais cabíveis.
Nome: Data:
30/06/2013
INTENCIONALMENTE EM BRANCO
GRUPO II - DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR, ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA
MILITAR E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO
2.a. A emendatio libelli, a mutatio libelli e os princípios jura novit curia (o juiz conhece o direito) e
da mihi factum, dabo tibi jus (dá-me o fato, dar-te-ei o direito), frente ao art. 437 do CPPM. A
desclassificação. Consideração de crime menos grave, culposo ou tentativa. A aplicação de
agravante objetiva. Comente as hipóteses e soluções. (10 PONTOS)
2.e. O Juiz Auditor recebeu do Comando respectivo do Exército ofício informando que dois
militares integrantes do Conselho Permanente de Justiça, um deles Coronel, presidente do
Conselho, e o outro um capitão sofreram modificações na carreira. O primeiro foi transferido para a
reserva remunerada e o segundo foi promovido a Major. Os substitutos sorteados eram o Maj. Art.
BECHAMEL e o dentista 1º. Ten. Temporário TORREÃO. Além disso o Ten. Cel TRANCOSO,
integrante de um Conselho Especial de Justiça, foi movimentado por interesse relevante da
administração militar e designado para comandar uma OM situada em outra circunscrição judiciária
militar. Analise a hipótese, suas consequências e soluções. (10 PONTOS)
2.f. O Procurador-Geral de Justiça Militar, com base no inciso VII do art. 124 da LC 75/93, recebeu
uma representação contra membro do MPM, exigindo pronta intervenção. Ocorre que o Corregedor-
Geral renunciou ao mandato, sendo que o primeiro de seus dois suplentes havia aposentado e o
outro estava em gozo de licença prêmio em viagem para o exterior. Analise a questão, propondo
solução ao problema. (5 PONTOS)
2.g. O Dr. ARSÊNIO, Promotor de Justiça Militar, após analisar um IPM envolvendo estelionato
previdenciário contra patrimônio sob Administração Militar – hipótese de pensão militar, suscitou a
incompetência da Justiça Militar, nos termos do art. 146 do CPPM, entendendo o fato da
competência da Justiça Federal. O MM. Juiz-Auditor rejeitou a arguição de incompetência e fixou
competente a Justiça Militar da União. Intimado da decisão, o Dr. ARSÊNIO dela não recorreu,
pelo que o Juiz-Auditor remeteu os autos ao outro Promotor, Dr. ARGUTO, o qual entendeu não
lhe caber manifestar-se nos autos, tendo em vista que seu colega não havia manifestado a opinio
delicti. O Juiz Auditor remeteu os autos ao Procurador-Geral. Analise a hipótese, indicando o
procedimento e soluções cabíveis, segundo a LOMPU. (10 PONTOS)
11º CONCURSO
PARA PROMOTOR DE JUSTIÇA MILITAR – 11º CPJM
1. Os celulares devem ser mantidos, absolutamente, desligados durante todo o tempo de prova e serão
recolhidos pelos fiscais.
2. Quando autorizado, verifique, atentamente, este CADERNO DE PROVA SUBJETIVA, que
deve conter as questões formuladas com elementos para subsidiar a elaboração das respostas.
Constatando qualquer anormalidade, como página sem impressão ou repetida, ausência de página ou,
ainda, impressão defeituosa, solicite imediatamente sua substituição.
3. A prova tem duração de 5 (cinco) horas, incluindo o tempo para preenchimento do Caderno de
Respostas.
4. É permitida consulta a diplomas normativos, desde que os textos estejam desacompanhados de
comentários, exposição de motivos, transcrições jurisprudenciais ou de súmulas, ou anotações de
qualquer natureza, vedando-se a consulta a textos doutrinários.
5. Durante a prova, o candidato não deve se comunicar com outros candidatos, por qualquer meio,
escrito ou oral. Igualmente, não deve se comunicar, por qualquer meio, com pessoas ou sistemas de
informática situados fora do recinto da prova.
6. Durante a prova, o candidato não deve se levantar. Em caso de alguma necessidade, solicitar
orientação ao fiscal de sala mais próximo. É permitida, com autorização, a ida ao banheiro.
7. É obrigatória a permanência do candidato na sala em que estiver realizando a prova por, no
mínimo, 1 (uma) hora.
8. O candidato poderá retirar-se do local de prova portando este Caderno de Questões e o Rascunho
das Respostas, após o decurso de 4h do início da prova.
9. O descumprimento destas instruções ou das constantes no Caderno de Respostas poderá acarretar
em anulação da prova do candidato e em medidas legais cabíveis.
Nome: Data:
06/07/2013
INTENCIONALMENTE EM BRANCO
GRUPO III - DIREITO CONSTITUCIONAL E DIREITOS HUMANOS, DIREITO
INTERNACIONAL PENAL E DIREITO INTERNACIONAL DOS CONFLITOS
ARMADOS
Texto de apoio a ser entregue aos candidatos: texto integral das Leis federais 6.683/1979 (texto
vigente) e 12.528/2011.
José, sargento do Exército em situação de atividade, pratica homicídio doloso em desfavor de civil.
O crime ocorreu na cidade de Curitiba/PR. Para apuração do fato, o comando da unidade do
Exército em que se encontra lotado o Sargento, de ofício, instaura inquérito policial militar (IPM).
Paralelamente ao inquérito policial militar, a Polícia Civil do Estado do Paraná instaura inquérito
policial. A defesa de José, então, impetra habeas corpus contra o oficial que instaurou o inquérito
policial militar perante a Justiça Federal, Seção Judiciária do Paraná. Alega, na impetração, que a
instauração do IPM contraria decisão proferida pelo STF, que considerou constitucional a fixação
da competência da Justiça comum para processar e julgar crime doloso contra a vida de civil
praticado por militar. O Juiz Federal de primeira instância concede a ordem e determina o
trancamento do IPM.
a) Eficácia erga omnes e efeito vinculante da decisão proferida pelo STF no controle abstrato de
constitucionalidade.
a.3. Incidência na decisão que julga improcedente pedido deduzido em Ação Direta de
Inconstitucionalidade;
b) O instituto da Reclamação para garantir a autoridade das decisões proferidas pelo STF.
b.2. Hipóteses de utilização e sua utilidade em relação às decisões proferidas em sede de controle de
constitucionalidade e outros casos de decisão com eficácia vinculante;
b.3. É possível seu manejo para assegurar eficácia vinculante dos fundamentos determinantes de
decisão proferida pelo STF?
b.4. O Ministério Público Militar tem legitimidade para deduzir Reclamação perante o STF?
a.1.) Efeitos da decisão e sua vinculatividade para os órgãos do Poder Judiciário, Administração
Pública, Poder Legislativo e o próprio STF;
a.3.) Compatibilidade dos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade, instituída pela Lei nº
12.528, de 18.11.2011, e das iniciativas do Ministério Público Federal descritas acima com a
decisão do STF.
b) Pode o Brasil ser responsabilizado com base na Convenção Americana sobre Direitos Humanos
por eventuais crimes praticados entre os anos de 1961 e 1979?
b.2.) Jurisdição da Corte Interamericana de Direitos Humanos para investigar os supostos crimes.
Haia, o que já nos parece uma enorme irregularidade, resolveu o governo do referido país, em
setembro de 2012, presidido pelo Sr. José da Silva, determinar a invasão do território nacional pelas
suas forças armadas, a fim de anexar uma área que considerava pertencente ao seu país, na fronteira
com o Estado do Amazonas. O país vizinho é signatário dos mesmos tratados de direito de guerra
que obrigam o nosso país, inclusive o Estatuto de Roma.
A invasão ocorreu no dia 10 de dezembro de 2012 através de suas três forças armadas
(Marinha, Exército e Aeronáutica). Após atravessarem a fronteira, no dia 11 de dezembro de 2012,
alguns militares de um dos batalhões do inimigo saquearam uma vila de pescadores de um rio
brasileiro, invadindo os domicílios e de lá retirando tudo que lhes interessava, cujos moradores
assistiam a tudo sem condições de resistir. O seu comandante, Cel. José Noriega, presenciou a ação
e nada fez para impedir esse ato covarde. Em seguida, as forças inimigas ocuparam a região
compreendida por um município brasileiro ¨Y¨ próximo à fronteira, no dia 12 de dezembro de 2012,
ainda sem encontrar resistência militar brasileira. No mesmo dia instalaram o seu comando no
prédio da prefeitura e assumiram a administração municipal, sob a alegação de necessidade de
segurança das operações militares.
O Brasil optou por não reconhecer formalmente a invasão como situação de conflito
armado internacional, acreditando que o problema seria rapidamente resolvido, o que não
aconteceu. A ordem do Comando do Exército ao Comando Militar da Amazônia foi de não contra-
atacar imediatamente a força expedicionária inimiga. Os civis da cidade ocupada foram orientados
para que não tomassem armas contra o invasor. Paralelamente as conversações políticas em nível
internacional, no plano militar, no lugar da resposta armada, teve início um trabalho de inteligência,
com infiltração de nossos militares nas linhas inimigas no município brasileiro ocupado, bem como
do outro lado da fronteira com o inimigo, na área territorial do município estrangeiro ¨Z¨, que
abrigava as unidades militares de apoio às forças militares invasoras. Esse município contava com
uma população de 2.000 pessoas. Os militares brasileiros atuaram nessa colheita de informações
trajando vestimenta civil e se apresentando como comerciantes. Conseguiram obter as informações
necessárias e retornaram às suas respectivas unidades.
De posse das informações, e um mês após a invasão, no dia 10 de janeiro de 2013, as
forças armadas brasileiras iniciaram o contra-ataque, valendo-se da surpresa, invadindo o território
inimigo para isolar a força invasora que ocupava o município brasileiro. Enquanto isso, o município
brasileiro ocupado começava a ser sitiado pelas forças armadas brasileiras. A retomada do território
nacional ficou para um segundo momento. Também aqui não houve reconhecimento formal da
agressão externa como conflito armado internacional.
O Comando Militar da Amazônia ordenou que o contra-ataque fosse realizado com
ação da infantaria contra os batalhões inimigos, pois um ataque direto através de artilharia e força
aérea, em que pese fossem os mais indicados, seria uma operação que causaria muitas baixas na
população civil do inimigo, tendo em vista que as principais unidades militares inimigas se
situavam no interior da área urbana. Após a ação militar brasileira, a força inimiga logo se rendeu
no dia 18 de janeiro de 2013. O Sr. Comandante militar inimigo, Gen. Div. Flores, negociou os
termos da rendição com o Sr. Comandante da 2ª Bgda de Inf. Selva. Dessa forma, as unidades
militares inimigas situadas na fronteira e no seu município ¨Z¨ foram destruídas no seu próprio
território, tendo sido registrada a morte de 500 militares inimigos; outros 500 restaram lesionados e
estão sendo atendidos por sua unidade sanitária militar fixa e três hospitais de campanha móveis.
Cerca de 200 civis morreram e mais 500 foram feridos e estão sendo tratados no único hospital civil
municipal. Esses civis não participaram das hostilidades, mas acabaram sofrendo os efeitos dos
Comissão de Concurso / MPM
11º Concurso Público para ingresso na carreira do MPM, no cargo de Promotor de Justiça Militar
3
GRUPO III - DIREITO CONSTITUCIONAL E DIREITOS HUMANOS, DIREITO
INTERNACIONAL PENAL E DIREITO INTERNACIONAL DOS CONFLITOS
ARMADOS
ataques tendo em vista a proximidade das aglomerações populacionais das OM de seu país. No
entanto, outros civis participaram dos conflitos, como abaixo descreverei.
Os 500 militares inimigos que sobreviveram sem lesão e mais 500 civis, estes sim
que participaram das hostilidades, foram todos desarmados e presos pelas forças armadas
brasileiras. Estão confinados em galpões cobertos de empresas de transporte rodoviário de carga, na
falta de outro local mais adequado, como também em razão da destruição das OM inimigas durante
os confrontos. Foram feitas adaptações possíveis, tais como, dormitórios e banheiros coletivos, com
espaço próprio para oficiais, em grande parte com a ajuda da população local.
Determinei, ainda no dia 18 de janeiro de 2013, que o comando militar na área
ocupada por nossas forças armadas demitisse o prefeito da cidade inimiga, enquanto durasse a
ocupação pela força militar nacional, bem como assumisse a administração da municipalidade um
comandante de nossos batalhões, da mesma maneira como procederam em relação ao município
brasileiro ocupado. Assim foi feito.
Os mortos de ambas as partes foram identificados, após o que se procedeu a
inumação e feitas as comunicações e demais procedimentos exigidos pelo direito de guerra.
A população local não assimilou a derrota, e alguns civis, que não se envolveram no
conflito, mesmo após a cessação das hostilidades no território do país invasor, começaram a atacar
as nossas forças militares na zona de ocupação. Foi preso no dia 20 de janeiro de 2013 um civil após
ter arremessado uma granada em um veículo militar brasileiro, matando três militares nacionais do
1º BIS (Batalhão de Infantaria de Selva). O Auto de Prisão em Flagrante foi lavrado pelo Sr. Cmte
do 1º BIS e remetido à Auditoria da 12ª CJM, cuja cópia foi enviada a V. Exa no mesmo dia.
Após a rendição do Exército inimigo em seu território, no dia seguinte, as unidades
militares brasileiras sediadas no território nacional entraram no município brasileiro ocupado, tendo
início o combate em área urbana, que contou com a participação espontânea da nossa população
civil. A população civil brasileira que se armou para o combate não tinha uma organização central
aparente. Na verdade, eram grupos organizados em bairros e mataram vários militares inimigos
durante os confrontos. A ONG SDDH (Supostos Defensores dos Direitos Humanos) afirma que
esses civis deveriam ser processados por homicídio doloso. É curioso porque, quanto aos civis do
país inimigo, consideraram legítima a reação deles. Do ponto de vista militar, o resultado não foi
diferente do acontecido no território inimigo, e, no dia 30 de janeiro de 2013, o Sr. Comandante das
Forças Armadas inimigas no território brasileiro, Gen. Bgda José Cuervo, se rendeu, cessando as
hostilidades entre os dois países.
Uma vez derrotados no território nacional, foram igualmente desarmados e presos os
militares inimigos nas sedes de OM brasileiras próximas da cidade brasileira ocupada e que não
foram destruídas em razão dos confrontos. Apurou-se que um prisioneiro de guerra e então
comandante de um dos batalhões do Exército inimigo em operação no território nacional, Cel.
Aureliano Buendia, foi hoje barbaramente torturado por três militares brasileiros do 2º BIS, com
sessão de choques elétricos, que assim agiram por pura maldade, como vingança. Este fato
aconteceu fora das vistas dos nossos comandantes militares. Os autores do crime foram presos em
flagrante, cuja cópia do Auto de Prisão em Flagrante, lavrada por determinação do Sr. Comandante
do 2º BIS, acompanha o presente ofício, e o original foi enviado para a Auditoria da 12ª CJM.
Também restou apurado em IPM originário do 3º BIS, que um oficial comandante de
um dos batalhões inimigos, Cel Julio Ortega, agora nosso prisioneiro de guerra, durante os
Responda em tópicos as perguntas abaixo, indicando a norma cabível, seja ela de direito
internacional dos conflitos armados, de direito internacional penal, de direito penal militar ou
comum, ou de processo penal militar ou comum. Por exemplo: “As partes conferiram ao pessoal
religioso retido o estatuto de prisioneiro de guerra, artigo 33 da 3ª Convenção de Genebra de 1949”.
(O(A) candidato(a) pode abreviar o uso do tratado ou da lei. Por exemplo, nesse caso, artigo 33
GIII, ou, artigo 1º Haya III, artigo 5º do CPM (Código Penal Militar), artigo 5º do CPB (Código
Penal Brasileiro), desde que fique clara a indicação da origem da norma.
Faça uma breve análise de todos os aspectos que o problema comporta em termos de direito
internacional dos conflitos armados, de ambas as partes em conflito, incluindo os erros e acertos de
ambas as forças militares do ponto de vista dos tratados de direito de guerra, em face dos itens
abaixo:
2.a. Conflito armado: espécie e exigências legais; início e fim de aplicação dos tratados de direito
internacional dos conflitos armados (04 pontos);
2.b. Ocupação: início, término e administração municipal pelos militares (03 pontos) ;
2.c. Prisioneiros de guerra: identificação no problema, local de detenção, retenção e liberação com
identificação no problema. Combatentes: identificação no problema (05 pontos);
2.e. Os militares brasileiros podem ser responsabilizados pela morte dos civis do país inimigo? (01
ponto).
Faça uma breve análise de todos os aspectos que o problema comporta em termos de direito
internacional penal, também em relação a ambas as partes no conflito, em face dos itens abaixo:
2.g. Possibilidade de exercício da jurisdição do TPI nesse caso e em relação a quem (02 pontos);
2.h. Sendo o(a) candidato(a) o(a) destinatário(a) desse ofício e, portanto, dos procedimentos
criminais pré-processuais (APF e IPM), sobre fatos já apurados e outros com apuração em
andamento, quais as providências que você tomaria, na qualidade de único Membro do MPM em
exercício na PJM/Manaus (denúncia, arquivamento, alegação de incompetência com a indicação do
órgão julgador competente, ofícios e recomendações, dentre outras), considerando o direito
internacional penal, cujas normas possam guardar relação com o direito interno? (07 pontos).
11º CONCURSO
PARA PROMOTOR DE JUSTIÇA MILITAR – 11º CPJM
1. Os celulares devem ser mantidos, absolutamente, desligados durante todo o tempo de prova e serão
recolhidos pelos fiscais.
2. Quando autorizado, verifique, atentamente, este CADERNO DE PROVA SUBJETIVA, que
deve conter as questões formuladas com elementos para subsidiar a elaboração das respostas.
Constatando qualquer anormalidade, como página sem impressão ou repetida, ausência de página ou,
ainda, impressão defeituosa, solicite imediatamente sua substituição.
3. A prova tem duração de 5 (cinco) horas, incluindo o tempo para preenchimento do Caderno de
Respostas.
4. É permitida consulta a diplomas normativos, desde que os textos estejam desacompanhados de
comentários, exposição de motivos, transcrições jurisprudenciais ou de súmulas, ou anotações de
qualquer natureza, vedando-se a consulta a textos doutrinários.
5. Durante a prova, o candidato não deve se comunicar com outros candidatos, por qualquer meio,
escrito ou oral. Igualmente, não deve se comunicar, por qualquer meio, com pessoas ou sistemas de
informática situados fora do recinto da prova.
6. Durante a prova, o candidato não deve se levantar. Em caso de alguma necessidade, solicitar
orientação ao fiscal de sala mais próximo. É permitida, com autorização, a ida ao banheiro.
7. É obrigatória a permanência do candidato na sala em que estiver realizando a prova por, no
mínimo, 1 (uma) hora.
8. O candidato poderá retirar-se do local de prova portando este Caderno de Questões e o Rascunho
das Respostas, após o decurso de 4h do início da prova.
9. O descumprimento destas instruções ou das constantes no Caderno de Respostas poderá acarretar
em anulação da prova do candidato e em medidas legais cabíveis.
Nome: Data:
07/07/2013
INTENCIONALMENTE EM BRANCO
GRUPO IV - DIREITO ADMINISTRATIVO, DIREITO ADMINISTRATIVO MILITAR ,
DIREITO CIVIL E DIREITO PROCESSUAL CIVIL
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 3/11, em curso na Câmara dos Deputados, pretende
alterar a redação do seguinte artigo:
1.a. Considerando seus conhecimentos sobre Direito Administrativo e os pontos do edital que
tratam dos seus poderes, atos e controle, disserte sobre o controle do poder regulamentar sobre atos
do Poder Executivo e do Poder Judiciário, considerando a redação vigente e a possível alteração
relatada.
O Código de Processo Civil traz em seu bojo dois dispositivos que limitam a executividade do título
judicial, respectivamente no artigo 475-L, § 1º, e no artigo 471, parágrafo único:
“Art. 475-L. A impugnação somente poderá versar sobre (…) II – inexigibilidade do título;
(…). §1º Para efeito do disposto no inciso II do caput deste artigo, considera-se também
inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo
Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou ato normativo
tidas pelo Supremo Tribunal Federal como incompatíveis com a Constituição Federal.”
“Art. 741. Na execução contra a Fazenda Pública, os embargos só poderão versar sobre (…)
II – inexigibilidade do título (…). Parágrafo único. Para efeito do disposto no inciso II do
caput deste artigo, considera-se também inexigível o título judicial fundado em lei ou ato
normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em
aplicação ou interpretação da lei ou ato normativo tidas pelo Supremo Tribunal Federal
como incompatíveis com a Constituição Federal.”
A jurisprudência do STJ entende que o proprietário de veículo que o empresta a terceiro responde
por seu uso:
Por outro lado, o STJ, conforme sua Súmula 132, entende que o antigo proprietário do veículo não
responde por acidente de veículo pendente de transferência:
3.a. Considerando seus conhecimentos sobre atos ilícitos no Direito Civil, disserte sobre a
responsabilidade civil e compare a ocorrência de seus pressupostos nas situações descritas.
Um subtenente da ativa do Exército está sendo processado na Justiça Comum pela prática, em tese,
de crimes de estupro. Segundo descrito na denúncia oferecida pelo órgão do Ministério Público
Estadual, o referido subtenente teria praticado relações sexuais com três crianças, com idade entre
oito e dez anos.
Diante da repercussão dos crimes atribuídos ao subtenente, o comandante do Batalhão em que
servia o militar acusado, oficial no posto de tenente-coronel, decidiu nomear um Conselho de
Disciplina (CD), a fim de julgar a incapacidade do militar em permanecer no servo ativo.
Concluídos os trabalhos, os membros do CD julgaram o subtenente incapaz de permanecer na ativa,
tendo a autoridade nomeante aceitado o julgamento, remetendo os autos do CD ao Comandante
Militar de Área, autoridade que, por sua vez, decidiu excluir a bem da disciplina o mencionado
subtenente, embora esse militar ainda estivesse sendo processado criminalmente.
2.e. Perpétuo Filho, servidor público municipal, foi indiciado em IPM por haver
permanecido recebendo a pensão militar de sua mãe, D. Florismunda, falecida há
um ano e meio, sem que seu filho comunicasse à Administração Militar e ao Banco
do Brasil a morte da pensionista, fatos ocorridos no Rio de Janeiro.
Como D. Florismunda tivesse dificuldade de locomoção, constituiu Perpétuo
como seu Procurador, outorgando-lhe amplos poderes junto ao Banco do Brasil,
inclusive, para requisitar talões e movimentar a sua conta.
Mediante esse instrumento, Perpétuo requisitou talonários e sacou, por dezoito
meses, indevidamente, quase R$ 40.000,00, depositados pelo Exército, ignorando a
morte da pensionista. Com o valor sacado, Perpétuo havia adquirido um pequeno
apartamento na Praia de Atalaia/SE, mas estava transferindo para o nome de um
primo, que tudo sabia, para evitar ser descoberto.
Com vista do IPM, instaurado em novembro de 2004, o MPM ofereceu denúncia
em 01 de junho de 2005, pela prática do crime de estelionato, de forma continuada,
e requereu ao Juiz Auditor o arresto do bem, para evitar a sua transferência a
terceiro de forma fraudulenta, bem como a Prisão Preventiva do denunciado.
Ciente desse fato, a defesa argüiu a impropriedade da medida e a incompetência
da Justiça Militar, alegando que a pensão não constitui patrimônio militar, mas
recurso da União, sendo competente a Justiça Federal. Ademais, afirmou que o
pedido envolvia medida de natureza processual civ il, não compreendida na
competência constitucional da Justiça Militar, além de ultrapassado o prazo de
sessenta dias da instauração do IPM.
Por derradeiro, afirmou que descabia a adoção de qualquer medida preventiva ou
assecuratória singularmente pelo Juiz, vez que se tratava de matéria da competência
do Conselho de Justiça.
Analise a hipótese quanto à adequação da atuação do Promotor e à
pertinência da postulação da Defesa. (5 PONTOS)
2.f. O Sgt. Ex. Rochedo, da Polícia do Exército, integrava um pequeno comboio que
se deslocava em via pública, em direção ao Campo de Treinamento do Exército,
afastado da cidade cerca de 20 km, quando o jipe que conduzia colidiu num
cruzamento, cujo semáforo estava em pane, com uma viatura da Polícia Militar,
conduzida pelo Cb. PM Eufrásio, em serviço de policiamento no local.
O Sgt. Rochedo desceu da viatura militar e começou a discutir com o Policial
Militar, atribuindo-lhe a culpa pelo acidente. Em meio à discussão, o Sgt. Rochedo
agrediu o Policial Militar com o uso de um cassetete, causando-lhe lesão grave,
sendo contido pelos outros militares do Exército, restando preso pelo Ten. Ex.
Surpresa, que comandava o Comboio, sendo conduzido ao quartel e autuado em
flagrante.
O APF aportou na Auditoria, abrindo-se vista ao MPM.
Analise a hipótese, quanto à competência, à luz da jurisprudência mais
recente do Superior Tribunal Militar, justificando. (5 PONTOS)
GRUPO II
I – Recepção.
II – Repristinação.
III - Constitucionalidade superveniente.
IV – Desconstitucionalização.
GRUPO III
SIMULADO
PROVA SUBJETIVA – CADERNO DE QUESTÕES
GRUPO I
Orientações Gerais
Requereu ainda, em seu arrazoado prévio, que caso não fosse acolhido
o pedido de incompetência do Juízo, que fosse o civil absolvido
sumariamente em razão da inexistência de dolo em incorrer no tipo penal
descrito na denúncia.
Com vista dos autos a Defesa Técnica arrolou como Testemunha o Sr.
VIAJANDO DA SILVA, e requereu a expedição de carta precatória para a
sua inquirição, haja vista que ela residia fora da sede da Auditoria.