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Poder Judiciário do Estado de Minas Gerais

PJe - Processo Judicial Eletrônico

23/03/2021

Número: 5023231-06.2016.8.13.0702
Classe: [CÍVEL] PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL
Órgão julgador: 1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia
Última distribuição : 16/12/2016
Valor da causa: R$ 60.540,00
Assuntos: Competência do Órgão Fiscalizador, CNH - Carteira Nacional de Habilitação
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Advogados
JOSE CARLOS SILVA (AUTOR)
FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR (ADVOGADO)
ESTADO DE MINAS GERAIS (RÉU)
DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO EST
DE M GERAIS (RÉU)
DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL
(RÉU)
WELBIO COELHO SILVA (ADVOGADO)

Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
16818106 16/12/2016 Petição Inicial Petição Inicial
08:51
16819119 16/12/2016 PROCURAÇÃO Procuração
08:51
16819138 16/12/2016 DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIENCIA Declaração de Hipossuficiência
08:51
16819163 16/12/2016 CPF Documento de Identificação
08:51
16819198 16/12/2016 RG Documento de Identificação
08:51
16819222 16/12/2016 COMPROVANTE DE ENDEREÇO Comprovante de residência
08:51
16819246 16/12/2016 CONSULTA PONTUAÇÃO CNH Documento de Comprovação
08:51
16819369 16/12/2016 DEMONSTRATIVOS MENSAIS Documento de Comprovação
08:51
16819394 16/12/2016 AUTO DE APREENÇÃO CNH Documento de Comprovação
08:51
16819430 16/12/2016 DOCUMENTO MOTO Documento de Comprovação
08:51
16819460 16/12/2016 NOTIFICAÇÃO DETRAN Documento de Comprovação
08:51
16819498 16/12/2016 RECIBO AUTO ESCOLA (2) Documento de Comprovação
08:51
16819504 16/12/2016 RECIBO AUTO ESCOLA 3 Documento de Comprovação
08:51
16819553 16/12/2016 RECIBO AUTO ESCOLA Documento de Comprovação
08:51
16819591 16/12/2016 CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS Documento de Comprovação
08:51 ADVOCATICIOS
16819594 16/12/2016 CONSULTA SITUAÇÃO DO VEÍCULO Documento de Comprovação
08:51
16893107 16/12/2016 Certidão de triagem Certidão
12:46
17013945 19/12/2016 Despacho Despacho
17:32
17445477 13/01/2017 Intimação Intimação
18:42
17749614 24/01/2017 Manifestação Manifestação
10:38
17920124 27/01/2017 Manifestação Manifestação
11:25
18659153 13/02/2017 Manifestação Manifestação
16:48
20282245 22/03/2017 Decisão Decisão
17:00
20821073 31/03/2017 Intimação Intimação
09:25
21453386 17/04/2017 Manifestação ciência remessa dos autos Manifestação
12:16
21453425 17/04/2017 Petição ciência remessa autos Justiça Federal Petição
12:16
21929161 26/04/2017 Certidão Certidão
13:04
27718391 08/08/2017 Ar Termo de Juntada
09:20
27718426 08/08/2017 ar 5023231 06 Aviso de Recebimento
09:20
32919369 07/11/2017 DOCS TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL Termo de Juntada
11:15
32919431 07/11/2017 AUTOS 5023231 06 Documento de Comprovação
11:15
32951509 09/11/2017 Despacho Despacho
18:59
33216109 10/11/2017 Citação Citação
16:51
33216110 10/11/2017 Intimação Intimação
16:51
33636842 20/11/2017 Petição informando endereço réus Petição
14:29
33636897 20/11/2017 Petição endereço réus - José Carlos Silva x DER Petição
14:29 MG e DF
34568807 05/12/2017 5023231-06.2016.8.13.0702 - José Carlos Silva - Contestação
11:48 Contestação.pdf
37036156 02/02/2018 5023231-06.2016.8.13.0702 - jose carlos silva.pdf Contestação
13:13
37203325 06/02/2018 Intimação Intimação
11:24
38964596 07/03/2018 Petição Petição
15:27
38964692 07/03/2018 Impugnação à contestação - Jose Carlos Silva Petição
15:27
39840885 20/03/2018 Exp Mandado 204/1 ao DER/MG Certidão
13:39
39841236 20/03/2018 Citação Citação
13:42
40093713 22/03/2018 Exp CP Citação DER-DF Certidão
18:03
40093770 22/03/2018 Comprovante distr CP 5023231 Documento de Comprovação
18:03
40093795 22/03/2018 CP 5023231 Carta Precatória
18:03
41643180 17/04/2018 COMPROV RECEBIMENTO CARTA Termo de Juntada
16:07 PRECATÓRIA
41643281 17/04/2018 CP RECEBIDA 5023231 Documento de Comprovação
16:07
41763302 18/04/2018 Mandado de Citação 204/1 cumprido Termo de Juntada
17:18
41763421 18/04/2018 MANDADO CIT 204 1 CUMPRIDO 5023231 Mandado
17:18
41763684 18/04/2018 Certidão Certidão
17:19
42630646 02/05/2018 Contestação Contestação
13:23
42630768 02/05/2018 contestação - multa - Jose Carlos Silva Contestação
13:23
42630885 02/05/2018 Info-doc Jose Carlos Silva 27-04-2018-163222 Documento de Comprovação
13:23
44047948 23/05/2018 Impugnação Impugnação
08:41
44048000 23/05/2018 Impugnação à contestação Id 42630768 - José Impugnação
08:41 Carlos Silva
44590421 31/05/2018 Contestação Contestação
18:36
44590453 31/05/2018 Contestação (201801016038) Contestação
18:36
44590460 31/05/2018 Resposta de Oficio (201801016038) Informações Prestadas
18:36
45025882 08/06/2018 Intimação Intimação
14:53
46460561 29/06/2018 CP CUMPRIDA CITAÇÃO DER-DF Termo de Juntada
17:17
46460753 29/06/2018 CP CUMPRIDA 5023231 Carta Precatória
17:17
46594923 03/07/2018 Impugnação Impugnação
13:53
46594980 03/07/2018 Impugnação à contestação - Jose Carlos Silva x Impugnação
13:53 dentran DF
46784021 05/07/2018 Intimação Intimação
13:19
46784022 05/07/2018 Intimação Intimação
13:19
46784023 05/07/2018 Intimação Intimação
13:19
46966992 09/07/2018 Manifestação da Advocacia Pública Manifestação da Advocacia Pública
13:13
46967016 09/07/2018 Pet. josé carlos Manifestação da Advocacia Pública
13:13
47327835 13/07/2018 Manifestação Manifestação
08:03
47327851 13/07/2018 Petição especificação de provas -José Carlos Silva Petição
08:03
47596528 17/07/2018 Modelo Vazio Petição
16:38
48384973 30/07/2018 Despacho Despacho
10:46
49037728 07/08/2018 Intimação Intimação
18:08
49037729 07/08/2018 Intimação Intimação
18:08
49037730 07/08/2018 Intimação Intimação
18:08
50041136 22/08/2018 Manifestação Manifestação
15:16
50041231 22/08/2018 Reconsideração-oitiva_juntada carta convite Petição
15:16 testemunha
50041337 22/08/2018 CARTA_CONVITE DE TESTEMUNHA_ELISETE Documento de Comprovação
15:16 DE CASSIA DOLCI
50114405 23/08/2018 AREJF - Ciência Manifestação da Advocacia Pública
12:01
52096714 19/09/2018 Certidão Certidão
16:56
52116698 19/09/2018 Despacho Despacho
18:40
53048824 02/10/2018 Ata da Audiência Ata de Audiência
14:32
53077260 02/10/2018 DEPOIMENTO JUDICIAL Termo de Juntada
16:34
53077333 02/10/2018 Depoimento judicial 5023231 Documento de Comprovação
16:34
53277808 04/10/2018 Manifestação Manifestação
16:00
53278246 04/10/2018 Petição dilação de prazo -Jose Carlos Silva Petição
16:00
53280042 04/10/2018 Substabelecimento Substabelecimento
16:09
53280354 04/10/2018 Substabelecimento Substabelecimento
16:09
54318252 19/10/2018 Manifestação juntada de documentos. Manifestação
15:27
54318481 19/10/2018 Petição de juntada de documentos e manifestação Petição
15:27 sobre conexão
54319969 19/10/2018 Petição Inicial Documento de Comprovação
15:27
54320080 19/10/2018 Sentença Documento de Comprovação
15:27
54320405 19/10/2018 Acórdão Documento de Comprovação
15:27
55624115 07/11/2018 Despacho Despacho
18:01
57801109 07/12/2018 Intimação Intimação
17:13
57801110 07/12/2018 Intimação Intimação
17:13
57801111 07/12/2018 Intimação Intimação
17:13
58535803 18/12/2018 AREGOVAL Manifestação
10:34
59312666 10/01/2019 Alegações Finais Alegações Finais
15:54
59312871 10/01/2019 Aelgações Finais José Carlos Uberlândia DETRAN Alegações Finais
15:54 modelo Welbio
60759669 31/01/2019 Alegações Finais Alegações Finais
15:39
60759739 31/01/2019 Razões Finais Alegações Finais
15:39
351013405 17/08/2020 Sentença Sentença
09:45
350853444 17/08/2020 Sentença Sentença
09:58
355643406 17/08/2020 Sentença Sentença
13:58
356788452 17/08/2020 Sentença Sentença
17:44
442863537 25/08/2020 Sentença Sentença
16:16
443838421 25/08/2020 Sentença Intimação
16:45
443838422 25/08/2020 Sentença Intimação
16:45
443838423 25/08/2020 Sentença Intimação
16:45
452775046 26/08/2020 Manifestação da Advocacia Pública Manifestação da Advocacia Pública
13:59
716531778 18/09/2020 Apelação Apelação
17:31
716531783 18/09/2020 APELAÇÃO_IMPROCEDÊNCIA_JOSE CARLOS Apelação
17:31 SILVA
727981599 21/09/2020 Apelação Intimação
11:15
727981600 21/09/2020 Apelação Intimação
11:15
742258229 22/09/2020 5023231-06.2016.8.13.0702 - Contrarrazões.pdf Contrarrazões
09:22
102306492 13/10/2020 Contrarrazões Contrarrazões
7 18:26
156374983 26/11/2020 Despacho Despacho
5 17:47
159748481 30/11/2020 de remessa para o TJMG. Certidão
8 15:37
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CÍVEL DA COMARCA
DE UBERLÂNDIA – MINAS GERAIS

JOSÉ CARLOS SILVA, brasileiro, divorciado, aposentado, portador da cédula de identidade sob o nº
MG-8.065.615, inscrita no CPF sob o nº 753.812.656-20 , residente e domiciliado na cidade de
Uberlândia MG, na Avenida Olímpica nº 1056, Bairro Liberdade, CEP nº 38401-260, vem
respeitosamente à presença de V. Exa., por intermédio de seus advogados que ao final assinam com
endereço eletrônico fernando@snfadvocacia.com.br, endereço profissional situado na Avenida Brasil,
2998, Bairro Brasil, CEP 38400-718, onde receberão intimações e notificações, propor a presente:

AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE AUTO DE INFRAÇÃO C/C INDENIZAÇÃO


POR DANOS MATERIAIS E MORAIS

Em face de ESTADO DE MINAS GERAIS, pessoa jurídica de direito público, CNPJ sob o nº
18.715.615/0001-60, endereço para citação, situado na Rua Espírito Santo, nº 495, Centro 30.160-030,
Belo Horizonte -MG.

DEPARTAMENTO DE EDIFICAÇÕES DE ESTRADAS E RODAGEM DE MINAS GERAIS-


DEER MG, Autarquia Estadual, CNPJ nº 17.309.790/0001-94, situada na Avenida dos Andradas, 1120 –
Centro, Belo Horizonte CEP: 38120-010, DEPARTAMENTO DE TRÂNSITO DE MINAS GERAIS-
DETRAN-MG, órgão executivo de trânsito e integrante da estrutura orgânica da Polícia Civil de Minas
Gerais, inscrito no CNPJ sob o nº18.715.532/0001-70, situada naAv. Gabriela Junqueira Freitas, 333
Jardim Patrícia, Uberlândia - MG, CEP: 38414-126

DEPARTAMENTO DE TRÂNSITO DO DISTRITO FEDERAL - DETRAN DF, Autarquia Distrital,


CNPJ sob o nº 00.475.855/0001-79, situada no Setor De Administração Municipal - Sam, S/N, Lote A
Bloco B Edifício Sede Detran DF Sala 209, Asa Norte, Brasília, DF, CEP 70620-000, pelos fatos e
fundamentos a seguir expostos:

PRIMEIRAMENTE

DA CITAÇÃO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Número do documento: 16121514233467600000016171975


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=16121514233467600000016171975
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 15/12/2016 11:44:06 Num. 16818106 - Pág. 1
O Estado de Minas Gerais é citado judicialmente na pessoa do seu Advogado-Geral, (Inciso III do Art. 7º
da Lei Complementar nº. 30, Alínea A do inciso I do Art. 7º da Lei Complementar nº. 35 e inciso I do Art.
6º do Decreto 44113).

DA JUSTIÇA GRATUITA

O Requerente, por não reunir condições de arcar com custas e despesas do processo sem
prejuízo de seu próprio sustento e de sua família, requer, nos termos dos artigos 98 e 99 do Novo Código
de Processo Civil, a concessão das benesses da gratuidade da justiça, para que seja garantido o direito
constitucional de acesso à Justiça.

A concessão do benefício da Justiça Gratuita prescinde de comprovação liminar da


hipossuficiência financeira do Requerente, pois, a simples afirmação da parte de que não está em
condições financeiras de pagar custas judiciais, já garante o direito, conforme art. 99 §3º do CPC, pois se
presumem verdadeiras as alegações de insuficiência.

Nesse diapasão também tem caminhado a jurisprudência pátria, conforme:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. GRATUIDADE PROCESSUAL DECLARAÇÃO DE POBREZA


PRESUNÇÃO DE VERACIDADE ADMISSIBILIDADE. A única exigência legal (Lei 1.060/50, art.
4º) para a concessão do benefício é a mera declaração da impossibilidade de arcar com as despesas do
processo sem prejuízo próprio ou de sua família. Agravo de instrumento provido. (TJ-SP – AI:
20405981120138260000 SP 2040598-11.2013.8.26.0000, Relator: Camargo Pereira, Data de Julgamento:
14/01/2014, 3ª Câmara de Direito Público, Data de Publicação: 21/01/2014). (grifou-se)

DOS REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL

O art. 319 do novo Código de Processo Civil traz à baila os requisitos fundamentais para que uma petição
inicial seja recebida e conhecida.

Verifica-se que a exordial observa todos os requisitos elencados no dispositivo supramencionado,


indicando o Juízo a que é dirigida, a qualificação completa do Requerente e da Requerida, os fatos e
fundamentos jurídicos do pedido, o valor da causa, a indicação das provas a serem produzidas, a opção do
Autor pela realização ou não da audiência de conciliação ou mediação, bem como a citação da Requerida
na pessoa de seus representantes legais.

Salienta-se, que no tocante ao inciso VII do Art. 319 do CPC, o Autor se manifesta requerendo a
realização de audiência de conciliação ou mediação.

Ademais, estão igualmente presentes as condições da ação, quais sejam, Legitimidade das partes,
Interesse Processual e Possibilidade Jurídica do Pedido, concedendo validade à presente ação.

Desta feita, requer seja a presente Ação seja recebida, conhecida e processada por esse D. Juízo, conforme
ditames legais.

DOS FATOS

O Requerente em meados do ano de 2012, foi surpreendido com a notícia que constava em sua CNH
diversas multas de trânsito advindas do veículo, I/GM CLASSIC LIFE 2008/2009 cor preta, de
BRASILIA -DF, Placa: JHP-0269, o qual nunca foi de sua propriedade, as multas foram registradas entre
os anos de 2010 e 2011.

As infrações foram cometidas nos seguintes circunstâncias e lugares:

Número do documento: 16121514233467600000016171975


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=16121514233467600000016171975
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 15/12/2016 11:44:06 Num. 16818106 - Pág. 2
1- Cód 746-30- Transitar em velocidade superior a máxima permitida em mais de 20 até 50, data
10/11/2010, hora 15:52, BR-497 Uberlândia/Prata, pontos 5.

2- Cód 746-30- Transitar em velocidade superior a máxima permitida em mais de 20 até 50, data
10/11/2010, hora 15:44, BR-497 Uberlândia/Prata, pontos 5.

3- Cód 745-5- Transitar em velocidade superior a máxima permitida em mais de 20 até 50, data
07/03/2011, hora 15:59, SP 320 km 581 metros 900, pontos 4.

4- Cód 659-9- conduzir veículo não registrado licenciado, 25/03/2011, hora 18:10, SP 463 Km 147
Metros 0000

5- 663-7, Veículo sem Equipamento obrigatório 25/03/2011, hora 18:10, SP 463 Km 147 Metros 0000.

Há um grande equívoco na aplicação de tais penalidades, que podem ser advindas de fraudes ou até
mesmo de um erro/confusão com homônimos, visto que, o nome do autor é muito comum. Nas referidas
infrações não foi indicado o órgão aplicador conforme pode ser verificado (histórico de multas anexo), e
em razão de não saber o CHASSI e RENAVAN do veículo, não consegue o Requerente ao menos saber,
qual o órgão foi responsável pela aplicação das infrações de trânsito, conseguindo apenas retirar um
histórico de infrações de sua CNH, não tendo acesso ao auto de infração.

Destas infrações, duas delas foram apuradas na BR-497, a qual é de responsabilidade do Estado de Minas
Gerais em virtude de convênio nº 17 firmado em 1988 entre o Estado e a União, neste liame percebemos
que as infrações apuradas neste trecho são de responsabilidade do DEER MG.

Isto posto, importante frisar que o Requerente jamais foi proprietário do veículo autuado, no entanto,
mesmo assim foi multado e teve sua CNH suspensa (portaria punitiva nº 127009/2016), o que lhe
ocasionou vários prejuízos, posto que teve de realizar curso de reciclagem, e está atualmente impedido de
dirigir os veículos que de fato são de sua propriedade (cópia dos documentos anexos).

Outro fato importante, esclarecemos que na data das infrações que foram atribuídas ao Requerente, ele
encontrava-se em seu trabalho (conforme demonstrativos anexo), sendo totalmente impossível que tenha
praticado tais infrações, visto que, nem mesmo o veículo autuado é verdadeiramente de sua propriedade.

Como podemos vislumbrar no documento anexo, o Requerente não teve nenhuma falta do trabalho no
período mensal que foram cometidas as infrações, o que significa que não abandonou seu posto como
segurança na empresa TBI SEGURANÇA LTDA, visto que trabalhava em horário comercial, fato que
pode ser apurado em seus demonstrativos anexos, que não trazem nenhum valor atribuído à título de
adicional noturno, posto não fazer jus em razão do horário comercial trabalhado, portanto indevidas as
infrações a ele atribuídas.

Por todo exposto, são evidentes as abusividades sofridas pelo Requerente, que é a parte hipossuficiente
em relação ao Estado, e por isso deve o judiciário coibir as práticas danosas causadas a este, necessitando
de urgente reparação pelos prejuízos sofridos.

DOS FUNDAMENTOS

I- DA LEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM E RESPONSABILIDADE CIVIL DO


ESTADO

A atuação estatal é imposta a todos as pessoas físicas e jurídicas de direito privado, que não tem como
recusar a presença do Estado. O Estado age de forma imperativa, independente da vontade do indivíduo,
por isso surge um tratamento especial para o administrado, e para o Estado um maior rigor quanto à
responsabilização dos seus atos.

A responsabilidade civil do Estado tem princípios próprios e compatíveis com a sua posição jurídica, por

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isso é mais extensa que a aplicável às pessoas privadas. Segue as mesmas linhas da responsabilidade civil
privada, mas com algumas regras específicas que visam dar mais proteção das pessoas e entes não
estatais.

A ordem jurídica nacional é una, sujeita a todos, inclusive o Estado e suas autarquias, trata-se da
aplicação do princípio da isonomia.

O princípio da isonomia sustenta um dos fundamentos para a responsabilidade civil do Estado. Partindo
do pressuposto que a legalidade para o administrador é fazer tudo aquilo que a lei autoriza. Logo, se
praticar algum ato fora dos padrões estabelecidos na lei, o Estado terá de arcar com eventuais danos
causados, assim como o particular.

A caracterização da Responsabilidade do Estado se condiciona ao preenchimento de três requisitos:


conduta estatal, dano e nexo de causalidade entre a conduta e o dano, todos estes preenchidos no caso em
apresso, como percebemos o órgão de Trânsito foi negligente em sua atuação, ao passo que tem
responsabilidade por suas omissões, e o fato de indistintamente aplicar penalidade, sem confirmação se de
fato o requerente era proprietário e condutor do veículo multado, cumprindo assim os requisitos
ensejadores da responsabilidade civil do estado.

Note que não se exige a comprovação do elemento subjetivo do agente que age em nome do Estado. Não
há que se falar em culpa ou dolo no dano causado. A responsabilidade civil do Estado está prevista no art.
37, §6º, da Constituição Federal.

“Art. 37 A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos


responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. ”

Neste sentido também tem caminhado a jurisprudência pátria:

Ementa PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.


MULTAS DE TRÂNSITO APLICADAS PELO DAER. SENTENÇA PENAL ABSOLUTÓRIA.
INEXISTÊNCIA DO FATO. RESTABELECIMENTO DO DIREITO DE DIRIGIR. LANÇAMENTO
EXTEMPORÂNEO. APLICAÇÃO DE MULTAS E AJUIZAMENTO DE AÇÃO PENAL. FALHA NA
PRESTAÇÃO DO SERVIÇO POR PARTE DO DETRAN. CONFIGURAÇÃO DE DANO MORAL.
REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 7/STJ.1. Inviável análise de pretensão que demanda o
revolvimento do conjunto fático-probatório dos autos. Incidência da Súmula 7/STJ.2. Agravo regimental
não provido. STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL AgRg no
AREsp 333295 RS 2013/0122825-5 (STJ) Data de publicação: 24/09/2013

Ementa APELAÇÃO — INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS


— DETRAN — INSERÇÃO INDEVIDA DE DADOS — MULTA
DE TRÂNSITO — ILEGALIDADE — NÃO DEMONSTRAÇÃO
— IMPROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS — CORREÇÃO. Não
provada a ilegalidade de multa de trânsito inserta no sistema de
dados, a improcedência dos pedidos é medida que se impõe.
Recurso não provido. (Ap 78306/2015, DES. LUIZ CARLOS DA
COSTA, QUARTA CÂMARA CÍVEL, Julgado em 26/01/2016,

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Publicado no DJE 03/02/2016) TJ-MT - Apelação APL
00001651120088110026 78306/2015 (TJ-MT)
Data de publicação: 03/02/2016

Portanto cabível se faz responsabilidade civil do Estado que por suas ações e omissões ocasionou
danos materiais e morais ao Requerente.

II- DA DECLARAÇÃO DE NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO

Assim dispõe o Artigo 280 da Lei nº 9.503 de 23 de Setembro de 1997

Art. 280. Ocorrendo infração prevista na legislação de trânsito, lavrar-se-á auto de infração, do qual
constará:

I - tipificação da infração;

II - local, data e hora do cometimento da infração;

III - caracteres da placa de identificação do veículo, sua marca e espécie, e outros elementos julgados
necessários à sua identificação;

IV - o prontuário do condutor, sempre que possível;

V - identificação do órgão ou entidade e da autoridade ou agente autuador ou equipamento que comprovar


a infração;

VI - assinatura do infrator, sempre que possível, valendo esta como notificação do cometimento da
infração.

§ 1º (VETADO)

§ 2º A infração deverá ser comprovada por declaração da autoridade ou do agente da autoridade de


trânsito, por aparelho eletrônico ou por equipamento audiovisual, reações químicas ou qualquer outro
meio tecnologicamente disponível, previamente regulamentado pelo CONTRAN.

§ 3º Não sendo possível a autuação em flagrante, o agente de trânsito relatará o fato à autoridade no
próprio auto de infração, informando os dados a respeito do veículo, além dos constantes nos incisos I, II
e III, para o procedimento previsto no artigo seguinte.

§ 4º O agente da autoridade de trânsito competente para lavrar o auto de infração poderá ser servidor civil,
estatutário ou celetista ou, ainda, policial militar designado pela autoridade de trânsito com jurisdição
sobre a via no âmbito de sua competência.

Ao verificar-se que o auto de infração de trânsito deve conter elementos mínimos, conforme se infere do
artigo 280 do CTB e por tratar-se de ato administrativo, certamente este poderá ser questionado na seara
administrativa consoante o disposto no Capítulo XVIII do CTB e na Resolução nº 149/2003, do
CONTRAN, em sede de defesa de autuação, em recurso administrativo interposto à JARI ou, ainda, em
última instância administrativa ao CETRAN, acerca dos requisitos essenciais a sua validade e eficácia.

Registre-se, por oportuno, que não está descartada a apreciação do auto pelo Poder Judiciário, o qual
velará pela sua legalidade e legitimidade, tendo em vista ainda, que o requerente nunca foi notificado a

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responder qualquer autuação, pois desconhece o veículo com placa de Brasília DF, o qual lhe foi atribuído
sua propriedade, sendo impossível exercer o contraditório e a ampla defesa.

Além do mais, ao analisar-se um auto de infração de trânsito deve-se verificar primeiramente o


requisito competência, ou seja, se tal documento fora expedido por agente que detenha as atribuições
legais para a prática de tal ato.

A esse respeito, é oportuna a lição de Cássio Mattos Honorato, ao tratar dos requisitos dos atos
administrativos voltados às atividades de trânsito:

"considerando que a competência é a prerrogativa jurídica para a prática de determinados atos, deve-se
questionar se o agente de trânsito era competente para elaborar a autuação".

Dessa forma, quando o auto de infração de trânsito foi lavrado por agente de trânsito é fundamental
observar-se o disposto no artigo 280, § 4º do CTB, o qual dispõe que " o agente da autoridade de trânsito
competente para lavrar o auto de infração poderá ser servidor civil, estatutário ou celetista, ou ainda,
policial militar designado pela autoridade de trânsito com jurisdição sobre a via no âmbito de sua
competência."

É preciso, portanto, que o agente satisfaça os requisitos previstos no aludido dispositivo do CTB,
devendo ser designado pela autoridade de trânsito competente para que possa cumprir seu mister, isto
posto, o Requerente não teve acesso a qualquer auto de infração sendo impossível que verificasse até
mesmo os requisitos intrínsecos de validade do ato administrativo.

Saliente-se que o policial militar é agente público pertencente a órgão integrante do Sistema
Nacional de Trânsito e conforme exigência do artigo 23, Inciso III, do CTB, a sua competência para
fiscalização de trânsito depende da existência de convênio com o órgão executivo.

Ademais, todo ato emanado de agente incompetente, ou realizado além do limite de que dispõe a
autoridade incumbida de sua prática, é inválido, por lhe faltar um elemento básico de sua perfeição, qual
seja, o poder jurídico para manifestar a vontade da Administração.

Ao tratar-se da finalidade do ato administrativo voltada ao auto de infração, note-se que é requisito
obrigatório e tem-se em conta sempre o fim público perquirido pela Administração Pública.

Aliás, uma leitura mais atenta à Lei nº 9.503/97, nos permite concluir que este requisito está inserto
de forma implícita nos artigos 1º e 269, § 2º, ao perceber-se que a lavratura de um auto de infração é um
dos mecanismos (sancionador) assinalado pelo Código de Trânsito Brasileiro de modo a se garantir um
trânsito em condições seguras.

Nesse passo, para a consecução deste fim público, é dever dos agentes o exercício de atos inerentes
ao poder de polícia administrativa de trânsito, no âmbito de suas respectivas competências, objetivando
prioritariamente a proteção à vida e a incolumidade física das pessoas.

Quanto à forma do auto de infração, prescreve o artigo 280 que este deverá conter certos requisitos,
considerados essenciais à sua validade. E, em complementação ao aludido dispositivo, o CONTRAN
editou a Resolução nº 01/98, na qual estabeleceu-se as informações mínimas que deverão constar do auto
de infração de trânsito.

Assim, é recorrente o questionamento acerca da consistência e regularidade dos autos de infrações,


ao notar-se que por vezes há a falta de anotação em determinados campos, em afronta à Resolução nº
01/98, do CONTRAN.

Saliente-se, por oportuno, que a arguição supracitada deve ser analisada cuidadosamente, pois a
Resolução nº 01/98, do CONTRAN foi criada com a finalidade de estabelecer quais os campos devem
constar no auto, isto é, o seu aspecto formal, quando impresso.

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Nesse passo, torna-se evidente que o preenchimento ou não de determinados campos dependerá
daquilo que expressamente o Código de Trânsito Brasileiro prevê, ou seja, propriamente aos requisitos
obrigatórios condicionados pelo artigo 280 do CTB.

Anote-se, contudo, que se o artigo 280 do CTB não estabelecer como dado obrigatório o
preenchimento de campo constante no auto, todavia, considerado obrigatório pela Resolução nº 01/98 do
CONTRAN, a omissão de tal formalidade não necessariamente implicará em nulidade do auto.

Isto posto, reputamos que não há que se falar, ao nosso ver, em nulidade do ato, uma vez que a
omissão de determinados dados (ditos não essenciais) não tem o condão de afetar as condições de eficácia
do ato, desde que tenham atingido a finalidade do ato.

Destarte, cumpre asseverar que o preenchimento do auto de infração requer do agente o registro de
todos os requisitos reputados obrigatórios pelo artigo 280 do CTB, dentre os quais, elenca-se a seguir, a
exemplo, o requisito "tipificação da infração", previsto no inciso I, do artigo 280.

Nesse contexto, torna-se obrigatório que o agente de trânsito registre no corpo da peça acusatória o
artigo do CTB que tipifica a infração cometida pelo infrator ou, alternativamente, a descrição da conduta
prescrita noartigo violado, vez que o código de enquadramento estabelecido pela Portaria nº 01/98
do DENATRAN não substitui, por si só, a tipificação da infração.

Contudo, há artigos no CTB que comportam diversas condutas infracionais em suas descrições
legais, o que exige por parte dos agentes, além da tipificação da infração (artigo violado e/ou descrição da
infração), a descrição minuciosa, no campo destinado a observações, da conduta efetivamente
transgredida, como forma de se imputar ao infrator a exata conduta por este praticada, permitindo-lhe,
desse modo, em nível de recurso, a ampla e irrestrita defesa acerca da acusação que lhe fora imposta.

Assim, consoante o disposto, eis algumas infrações, a título exemplificativo, que comportam
condutas múltiplas em suas descrições legais, quais sejam, as infrações previstas nos artigos 167, 175, 181
(inciso VIII), 208, todos do CTB.

Desta feita, o motivo, como elemento integrante da perfeição do ato, vem expresso no Codex de trânsito,
portanto, é um elemento vinculado, e como podemos vislumbrar (documento anexo), em consulta
realizada a CNH do Requerente, não consta as infrações de trânsito especificadas segundo o Código de
Trânsito Brasileiro, sendo identificadas apenas por Portaria de órgão administrativo, o que como
percebemos já macula o ato administrativo, além da não identificação correta do proprietário e condutor
do veículo.

Sendo esta medida de extrema necessidade e justiça requer o Autor, que seja declarada a nulidade dos
autos de infração, tendo em vista, a não identificação do condutor e do proprietário do veículo, posto que
foi atribuída erroneamente a propriedade do mesmo ao requerente, seja em virtude de fraudes ou confusão
com homônimos ou qualquer outro motivo equivocado.

III- DO DANO MORAL

A Constituição Federal de 1988 preceitua em seu artigo 5º, inciso V e X , que:

“Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes;

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material,
moral ou à imagem;

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X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;"

A conduta Estatal é danosa e abusiva, ofende direitos basilares do indivíduo, constitui-se em verdadeiro
abuso de poder e confiança. Foi além do limite permitido em lei e ofendeu direitos personalíssimos do
Autor, e nesta toada, o dano moral reside dos próprios fatos narrados, pois atribuir a infração de transito
cometida por um veículo que não é e nunca foi de sua propriedade, causando lhes transtornos
imensuráveis, visto que teve sua CNH cassada, e por isso necessário se fez a realização de curso de
reciclagem e ainda permanece impedido de dirigir os veículos que de fato são de sua propriedade.

Dano moral, frise-se é o dano causado injustamente a outrem, que não atinja ou diminua o seu patrimônio;
é a dor, a mágoa, a tristeza infligida injustamente a outrem com reflexo perante a sociedade, o Requerente
não poderia ser nem ao menos condutor do referido veículo, pois estava em seu trabalho nos horários das
infrações, sendo totalmente abusivas a infrações aplicadas. Não se pode deixar de favorecer
compensações psicológicas ao ofendido moralmente que, obtendo a legítima reparação satisfatória,
poderá, porventura, ter os meios ao seu alcance de encontrar substitutivos, ou alívios, ainda que
incompletos, para o sofrimento. Já que, dentro da natureza das coisas, não pode o que sofreu lesão moral
recompor o "status quo ante" restaurando o bem jurídico imaterial da honra, da moral, da autoestima, da
dignidade da pessoa humana agredidos.

Harmonizando os dispositivos legais feridos é de inferir-se que a reparação satisfatória por dano moral é
abrangente a toda e qualquer agressão às emanações personalíssimas do ser humano, tais como a honra,
dignidade, reputação, liberdade individual, vida privada, recato, abuso de direito, enfim, o patrimônio
moral que resguarda a personalidade no mais lato sentido.

Para Cahali:

“O atentado ao bem-estar psicofísico do indivíduo deve apresentar uma certa magnitude ou


expressividade para ser reconhecido como dano moral, não bastando um mal estar trivial, de escassa
importância, próprio do risco cotidiano da conivência em sociedade. Haveria, por assim dizer, um limite
mínimo de tolerabilidade a partir do qual a lesão se configura como relevante e prejudicial,
hábil/suficiente a embasar a responsabilidade indenizatória. Haveria como que um ‘piso’ de incômodos,
inconveniente e desgostos a partir dos quais se configura o dano moral indenizável.” (CAHALI, Yussef
Said. Dano Moral, p.53)

A garantia de reparabilidade aos danos causados por condutas ilícitas é garantia prevista no art. 927 do
Código Civil, que assim dispõe:

Art. 927.Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos
especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por
sua natureza, risco para os direitos de outrem.

Nesta senda, cumpre destacar o conceito de ato ilícito trazida pelo Código Civil em seu art. 186, in verbis:

Art. 186.Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar

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dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

(grifou-se)

No que tange a Reponsabilidade do ente público, o ato ilícito é considerado praticado, quando não há um
mandamento legal que autorize a conduta do estado, posto que, a agente público somente poderá agir nos
limites estabelecidos pela lei.

O Código Civil buscou, no âmbito da Responsabilidade Civil, abarcar não apenas a reparação dos danos
que atingem o patrimônio dos indivíduos, mas também àqueles de ordem exclusivamente moral, ou seja,
aqueles que ferem a liberdade, a honra, a saúde (mental ou física), a imagem e intimidade dos cidadãos.

Sobre valor a ser fixado a título de dano moral não se tem no ordenamento jurídico brasileiro limites
pré-determinados para o arbitramento de tal dano, contudo, existem alguns requisitos para se chegar ao
valor da condenação.

Dentre estes requisitos tem-se a proporcionalidade e a razoabilidade, os quais o juiz deve-se valer a fim
de se determinar um montante justo. Pela proporcionalidade se entende que ao fixar o valor do dano
moral o douto julgador deve observar que o montante da condenação deve ser equivalente à lesão sofrida,
desta forma se tem também a razoabilidade, pois verificando a correspondência entre o valor estabelecido
e o dano, o magistrado se utiliza do bom senso e da lógica.

Outro ponto a ser suscitado é do caráter pedagógico do dano moral, vez que este deve educar o
condenado a não praticar mais o ato danoso além de servir como exemplo social, com o propósito de
reprimir a sociedade em geral de condutas semelhantes.

Por último, têm-se as condições econômicas tanto de quem indenizará quanto de quem será indenizado,
ora aqui não se roga enriquecimento ilícito, apenas a observação das condições financeiras da Ré, que no
caso em análise é instituição financeira de grande porte e conhecidas no meio comercial e financeiro,
para que não seja decretado um valor ínfimo que não terá caráter punitivo e nem compensará o dano,
posto que o banco demandado tem elevada condição financeira e seria indiferente o pagamento de baixo
valor pecuniário.

Por todo exposto, requer o Autor que seja fixado o valor de R$60.000,00 (sessenta mil reais) a título de
danos morais, valor este justo, sensato e atendendo assim a todos os requisitos para arbitramento de dano
moral.

IV- DO VALOR INDENIZATÓRIO

A maior controvérsia acerca do dano moral diz respeito a sua quantificação, pois o dano moral atinge o
íntimo da pessoa, de forma que o seu arbitramento não depende de prova de prejuízo de ordem material.

Mesmo diante da indiscutível dificuldade no arbitramento do quantum indenizatório, face à inexistência


concreta de parâmetros, a doutrina tem se manifestado no sentido que ficará ao arbítrio do juiz a
apreciação deste valor, levando-se em consideração critérios pontuais, tais como a posição social ou
política do ofendido, intensidade do ânimo de ofender ou objetivo situação econômica do ofensor, risco
criado, gravidade e repercussão da ofensa.

O Colendo Superior Tribunal de Justiça, mantendo a mesma linha de raciocínio, entende que a
indenização por danos morais deve atender às peculiaridades de cada caso, devendo o magistrado, de
forma prudente, atender a dupla finalidade da indenização: reparatória e pedagógica (teoria do
desestímulo).

Desta feita, tendo em vista a extensão do dano experimentado pelo Autor, conforme amplamente relatado,
entende-se justa e proporcional a quantificação da indenização por danos morais em valor não inferior a

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R$60.000,00 (sessenta mil reais), o que desde já se requer.

Não obstante, caso não seja esse o entendimento deste Juízo, o que não se acredita, requer a V. Exa.
digne-se arbitrar indenização justa e proporcional à extensão do dano, levando-se em conta os princípios
da proporcionalidade e razoabilidade

V- DO DANO MATERIAL

Segundo prescreve o art. 186 do Código Civil, aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Também preceitua o art. 927 do Código Civil: “Aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.

Assim, de acordo com as normas positivadas em nosso ordenamento jurídico, o dano causado ao autor é
proveniente de ato ilícito, gerando a obrigação de indenizar.

Não há dúvidas que no caso em questão o dano causado ao autor se revestiu de imprudência e
negligência, causada pelo o estado, ao atribuir ao Requerente a propriedade de um veículo com placa de
Brasília DF e que nunca foi seu. Não dando-lhe sequer direito ao contraditório e ampla defesa, posto que
nunca foi notificado dos autos de infração, sendo surpreendido com a cassação de sua CNH.

Em razão desse fato, teve o Requerente que arcar com diversas despesas, causando danos patrimoniais
que podem ser claramente demonstrados nos documentos anexos.

1. Curso de Reciclagem no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais)

2. Simulado DIRETRAN no valor de R$ 20,00 (vinte reais)

3. Manual do aluno DIRETRAN no valor de R$ 20,00 (vinte reais)

Pelo o exposto, o requerente faz jus a indenização pelos danos materiais sofridos acima enumerados.

VI- DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS CONTRATUAIS

Conforme art. 133 da CFR/88:

Art. 133 – O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e
manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.

Portanto o direito de acesso à justiça, que cabe a todos os cidadãos, se efetivamente concretiza por meio
da advocacia.

Ressalta-se o papel de relevante importância do advogado que, em relação aos representantes do Estado,
juiz e promotor, não exerce papel de subordinação e sim de respeito mútuo vez que os três
posicionamentos são essenciais à administração da justiça.

Dada à importância do advogado tem-se a necessidade da compensação pelo trabalho exercido. Pelo
princípio da Restituição Integral, aquele que violou direito alheio deverá arcar com os honorários
advocatícios contratuais, vez que, se assim não tivesse ocorrido, não teria a necessidade de pleitear direito
judicialmente e consequentemente não seriam necessários os serviços do advogado.

Corroborando a essa tese, temos os artigos 389, 395 e 404 do Código Civil, in verbis:

Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização

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monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.

Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos
valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.

Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas com atualização
monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honorários de
advogado, sem prejuízo da pena convencional.

Assim sendo, requer o Autor que seja o requerido condenado ao pagamento de honorários contratuais no
importe de 30% sobre o valor da condenação, conforme contrato de prestação de serviços em anexo, sem
prejuízo da condenação em honorários advocatícios sucumbenciais.

DOS PEDIDOS:

Diante das razões acima apresentadas, requer à Vossa Excelência:

a) Seja a presente Ação recebida, conhecida e processada por esse Douto Juízo, em consonância com
os ditames legais.

b) Os benefícios da Justiça Gratuita, com amparo nos arts. 98 e 99 §3º do CPC, bem ainda no art. 5º,
inciso LXXIV, da CRFB/88, haja vista que o Autor não pode demandar em juízo sem prejuízo do
sustento próprio e da sua família;

c) Seja declarado a nulidade das infrações de trânsito advindas do veículo de placa JHP 0269 do
Distrito Federal, autuadas na BR 497, posto não ser de propriedade do requerente o automóvel autuado.

d) Sejam canceladas as multas resultantes das autuações na BR 497, referentes ao veículo JHP 0269,
bem como, retirados todos os pontos já lançados em sua CNH atribuídas a este erroneamente.

e) Sejam condenadas as Rés ao pagamento de indenização por danos morais no importe não inferior a
R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) ou, caso não seja o entendimento de Vossa Excelência, em valor justo e
proporcional à extensão do dano sofrido.

f) Sejam condenados os entes públicos ao pagamento dos danos materiais suportados pelo autor, no
importe de R$540,00 (quinhentos e quarenta reais) com juros e correção monetária.

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g) Seja oficiado o Departamento de Trânsito do Distrito Federal, a juntar aos autos o respectivo
registro de propriedade do Veículo JHP 0269, ou quaisquer outros documentos que sejam aptos a indicar
o real proprietário do Veículo em questão.

h) Sejam todas as intimações e publicações do Diário Oficial da União feitas em nome dos
procuradores Dr. Fernando Susia Lelis Júnior - OAB/MG 138.462, Dra. Isabella Cristina Neves Silva -
OAB/MG 142.617, conforme inteligência dos art. 272, § 2º do CPC.

i) A condenação das Rés ao pagamento dos honorários contratuais com fulcro nos artigos 389, 395 e
404 ambos do CC/2002 no montante de 30% sobre o valor da condenação.

j) Seja condenado as demandadas ao pagamento de custas processuais bem como de honorários


advocatícios sucumbenciais, na forma do art. 85 do CPC no montante de 20% sobre o valor da
condenação.

k) Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, notadamente
documental, pericial, depoimento pessoal das parte, testemunhas e informantes, demais provas que V.
Excelência entender cabíveis para a elucidação da presente demanda, pelo que requer.

Dá-se à causa o valor de R$ 60.540,00 (sessenta mil quinhentos e quarenta reais)

Termos em que, pede e espera deferimento.

Uberlândia, 14 de dezembro de 2016.

Fernando Susia Lelis Junior Isabella Cristina Neves Silva

OAB/MG 138.462 OAB/MG 142.617

Número do documento: 16121514233467600000016171975


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Número do documento: 16121511340295300000016173261
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Número do documento: 16121511344085800000016173297
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Número do documento: 16121511344085800000016173297
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Número do documento: 16121511351260600000016173327
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Número do documento: 16121511351260600000016173327
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Número do documento: 16121514233679500000016173365
https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=16121514233679500000016173365
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 15/12/2016 14:23:36 Num. 16819498 - Pág. 1
Número do documento: 16121511355991500000016173371
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Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 15/12/2016 14:23:40 Num. 16819504 - Pág. 1
Número do documento: 16121511365355400000016173420
https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=16121511365355400000016173420
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Número do documento: 16121511372195700000016173458
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Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 15/12/2016 14:23:43 Num. 16819591 - Pág. 1
Número do documento: 16121511372195700000016173458
https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=16121511372195700000016173458
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 15/12/2016 14:23:43 Num. 16819591 - Pág. 2
Número do documento: 16121511372195700000016173458
https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=16121511372195700000016173458
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 15/12/2016 14:23:43 Num. 16819591 - Pág. 3
Número do documento: 16121511372195700000016173458
https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=16121511372195700000016173458
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 15/12/2016 14:23:43 Num. 16819591 - Pág. 4
Número do documento: 16121514233539000000016173461
https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=16121514233539000000016173461
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 15/12/2016 12:04:02 Num. 16819594 - Pág. 1
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE UBERLâNDIA

1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

Rua Martinésia, 34, Centro, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38400-606

CERTIDÃO DE TRIAGEM

Certifico que efetuei a conferência prevista no art.27 da Portaria Conjunta 411/PR2015,


estando a petição inicial e documentos devidamente instruída, com dados de cadastro corretos.

UBERLâNDIA, 16 de dezembro de 2016

Número do documento: 16121612465534700000016245011


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=16121612465534700000016245011
Assinado eletronicamente por: LUCIANA MANFRIM FEDOZZI - 16/12/2016 12:46:55 Num. 16893107 - Pág. 1
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE UBERLâNDIA

1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

Rua Martinésia, 34, Centro, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38400-606

PROCESSO Nº 5023231-06.2016.8.13.0702

CLASSE: PROCEDIMENTO COMUM (7)

ASSUNTO: [Competência do Órgão Fiscalizador, CNH - Carteira Nacional de Habilitação]

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, POLICIA CIVIL DO ESTADO DE MINAS GERAIS,


DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL

Vistos etc.

Em princípio, defiro gratuidade.

Citem-se o Estado de Minas Gerais, o DER-MG e o Distrito Federal,


já que os Detran's não possuem personalidade jurídica.

UBERLâNDIA, 19 de dezembro de 2016

Número do documento: 16121917325959600000016362280


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=16121917325959600000016362280
Assinado eletronicamente por: JOAO ECYR MOTA FERREIRA - 19/12/2016 17:32:59 Num. 17013945 - Pág. 1
Ao autor para que forneça o endereço do Distrito Federal, em 05 dias, conforme despacho retro.

Uberlândia, 13 de janeiro de 2017

Número do documento: 17011318424357100000016782493


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17011318424357100000016782493
Assinado eletronicamente por: ALESSANDER SILVA DE PAIVA - 13/01/2017 18:42:43 Num. 17445477 - Pág. 1
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 1ª VARA DA
FAZENDA PÚBLICA E AUTARQUIAS DA COMARCA DE UBERLÂNDIA/MG

Autos sob o n.º 5023231-06.2016.8.13.0702

JOSÉ CARLOS SILVA, já devidamente qualificado nos autos em epígrafe, que move em desfavor do
ESTADO DE MINAS GERAIS e outros, também qualificados na inicial, vem por intermédio de seus
procuradores, respeitosamente perante Vossa Excelência, e em virtude do r. despacho de ID nº 17013945,
informar e requerer o que se segue.

É imperioso esclarecer a Vossa Excelência que o Departamento de Transito do Distrito Federal


(DETRAN-DF), criado pelo Decreto-lei nº. 315, de 13 de março de 1967, foi transformado em Autarquia
mediante a Lei Federal nº 6.296 de 15 de dezembro de 1975, veja abaixo:

Art. 1º O Departamento de Trânsito do Distrito Federal (DETRAN-DF), criado pelo Decreto-lei nº 315,
de 13 de março de 1967, fica transformado em autarquia, com personalidade jurídica própria e autonomia
administrativa e financeira, sede e foro em Brasília e jurisdição em todo o território do Distrito Federal.

Neste sentido, o Departamento de Trânsito do Distrito Federal caracteriza-se como pessoa jurídica
pertencente a administração pública indireta, com personalidade jurídica própria e autonomia
administrativa e financeira.

Assim, entende-se que o Departamento de Trânsito do Distrito Federal não é órgão, e, como autarquia,
possui capacidade processual para responder por seus atos judicialmente. Dessa forma, consequentemente
o juízo competente para julgar a presente ação é a Justiça Federal, conforme prega o art. 109, inciso I da
Constituição Federal e o art. 1º da Lei 6.296/1975.

Diante o exposto, requer que Vossa Excelência remeta os autos a Justiça Federal, conforme dispõe o
caput do art. 45 do Código de Processo Civil de 2015.

Número do documento: 17012410385882300000017075176


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17012410385882300000017075176
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 24/01/2017 10:38:58 Num. 17749614 - Pág. 1
Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos ao juízo federal
competente se nele intervier a União, suas empresas públicas, entidades autárquicas e fundações, ou
conselho de fiscalização de atividade profissional, na qualidade de parte ou de terceiro interveniente,
exceto as ações: (Grifo Nosso)

[...]

Destaca-se que apesar de o legislador garantir somente ao réu a arguição de incompetência, não há dúvida
que o Autor também pode argui-la, já que a incompetência absoluta é decretada de ofício.

Contudo, na possibilidade de Vossa Excelência entender de forma diversa, e em atendimento ao r.


despacho de ID nº 17013945, o Requerente informa à Vossa Excelência que o endereço do Distrito
Federal, pessoa jurídica de direito público interno, representado pelo Procurador-Geral do Distrito
Federal, é no SAM Bloco "I" Edifício Sede, Brasília – DF, CEP: 70620-000.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Uberlândia/MG, 24 de Janeiro de 2017.

FERNANDO SUSIA LELIS JÚNIOR ISABELLA CRISTINA NEVES SILVA

OAB/MG 138.462
OAB/MG 142.617

Número do documento: 17012410385882300000017075176


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17012410385882300000017075176
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 24/01/2017 10:38:58 Num. 17749614 - Pág. 2
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 1ª VARA DA
FAZENDA PÚBLICA E AUTARQUIAS DA COMARCA DE UBERLÂNDIA/MG

Autos sob o n.º 5023231-06.2016.8.13.0702

JOSÉ CARLOS SILVA, já devidamente qualificado nos autos em epígrafe, que move em desfavor do
ESTADO DE MINAS GERAIS e outros, também qualificados na inicial, vem por intermédio de seus
procuradores, respeitosamente perante Vossa Excelência, requerer DESISTÊNCIA DA PRESENTE
AÇÃO, pelos fundamentos que passa a expor.

Primeiramente requer a desconsideração da petição protocolada pelo Autor de ID nº 17749614.

Assim, tendo em vista que o Autor não tem mais interesse na demanda em questão, requer seja
homologada a presente desistência por sentença e a consequente extinção do processo sem julgamento do
mérito com fulcro no art. 485, VIII do CPC/15, veja abaixo:

Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:

[...]

VIII - homologar a desistência da ação;

[...]

§ 4o Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação.

§ 5o A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença.

[...]

Assevera ainda o Autor que os réus não necessitam ser intimados para concordância da desistência, eis
que ainda não foram citados.

Número do documento: 17012711245371100000017238952


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17012711245371100000017238952
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 27/01/2017 11:24:54 Num. 17920124 - Pág. 1
Destaca que não há custas, pois o Autor é beneficiário da justiça gratuita.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Uberlândia/MG, 27 de Janeiro de 2017.

FERNANDO SUSIA LELIS JÚNIOR ISABELLA CRISTINA NEVES SILVA

OAB/MG 138.462
OAB/MG 142.617

Número do documento: 17012711245371100000017238952


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17012711245371100000017238952
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 27/01/2017 11:24:54 Num. 17920124 - Pág. 2
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 1ª VARA DA
FAZENDA PÚBLICA E AUTARQUIAS DA COMARCA DE UBERLÂNDIA/MG

Autos sob o n.º 5023231-06.2016.8.13.0702

JOSÉ CARLOS SILVA, já devidamente qualificado nos autos em epígrafe, que move em desfavor do
ESTADO DE MINAS GERAIS e outros, também qualificados na inicial, vem por intermédio de seus
procuradores, respeitosamente perante Vossa Excelência, requerer a DESCONSIDERAÇÃO DA
DESISTÊNCIA DA PRESENTE AÇÃO, pelos fundamentos que passa a expor.

Primeiramente requer a reconsideração da petição protocolada pelo Autor de ID nº 17749614.

Em seguida, o Autor vem informar que se equivocou quanto ao pedido de desistência da presente ação.
Assim, requer a desconsideração do pedido de desistência, bem como o desentranhamento da presente
demanda da petição da qual requer a desistência dos autos.

Há inclusive jurisprudências sobre o assunto:

RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE COBRANÇA DE SEGURO DPVAT - PEDIDO DE


DESISTÊNCIA FORMULADO DE FORMA EQUIVOCADA - SENTENÇA DE MÉRITO QUE
JULGA PROCEDENTE O PEDIDO INICIAL - ACOLHIMENTO DA DESCONSIDERAÇÃO DO
PEDIDO DE DESISTÊNCIA PELO JUÍZO - INCLUSÃO DE PARTE NO POLO PASSIVO DA LIDE -
MATÉRIA PRECLUSA - PREQUESTIONAMENTO - MANIFESTAÇÃO EXPRESSA
DESNECESSÁRIA - RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. Se o Advogado percebeu que
requerera equivocadamente a extinção do feito, peticionou informando o erro, pugnando pela
desconsideração e desentranhamento da peça processual, ainda que o Juízo não se manifeste
expressamente acerca do petitório, se proferir sentença de mérito julgando procedente o pleito inicial,
conclui-se desconsiderou o pedido de desistência. Ainda que as decisões interlocutórias não se submetam
ao fenômeno da coisa julgada material, sujeitam-se à preclusão e assim as questões incidentemente
consumadas não podem voltar a ser tratadas em fases ulteriores. No caso concreto, o Juízo a quo indeferiu
o pedido de retificação do pólo passivo na audiência de conciliação, quando foi apresentada a peça
contestatória e a Recorrente deixou de interpor o remédio processual indicado oportunamente. Assim, é
vedada a sua insurgência em sede de apelação. É dispensável a manifestação expressa acerca de cada

Número do documento: 17021316483777800000017948917


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17021316483777800000017948917
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 13/02/2017 16:48:38 Num. 18659153 - Pág. 1
dispositivo legal tido como violado pela parte, para fins de prequestionamento. (TJ/MT - Ap
113963/2010, DESA. CLARICE CLAUDINO DA SILVA, SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Julgado em
18/05/2011, Publicado no DJE 26/05/2011)

Dessa forma, requer seja dado o devido prosseguimento ao feito, e apreciada a petição de ID nº
17749614.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Uberlândia/MG, 13 de Fevereiro de 2017.

FERNANDO SUSIA LELIS JÚNIOR ISABELLA CRISTINA NEVES SILVA

OAB/MG 138.462
OAB/MG 142.617

Número do documento: 17021316483777800000017948917


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17021316483777800000017948917
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 13/02/2017 16:48:38 Num. 18659153 - Pág. 2
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE UBERLâNDIA

1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

Rua Martinésia, 34, Centro, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38400-606

PROCESSO Nº 5023231-06.2016.8.13.0702

CLASSE: PROCEDIMENTO COMUM (7)

ASSUNTO: [Competência do Órgão Fiscalizador, CNH - Carteira Nacional de Habilitação]

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, POLICIA CIVIL DO ESTADO DE MINAS GERAIS,


DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL

Vistos etc.

Levando-se em consideração que o DETRAN-DF é uma autarquia federal (Lei nº


6296/75) e, tendo em vista o disposto no art. 109, I, da CF/88, declino da competência para processar e
julgar o presente feito, devendo os autos serem remetidos à Justiça Federal.

Intimar.

UBERLâNDIA, 21 de março de 2017

Número do documento: 17032217002581800000019504414


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17032217002581800000019504414
Assinado eletronicamente por: JOAO ECYR MOTA FERREIRA - 22/03/2017 17:00:27 Num. 20282245 - Pág. 1
INTIMAÇÃO DE DECLINAÇÃO DE COMPETÊNCIA:

Ao(à) autor(a) sobre a decisão que declinou a competência deste Juízo para a JUSTIÇA FEDERAL.

Uberlândia/MG, 31 de março de 2017

Número do documento: 17033109255554300000020020702


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17033109255554300000020020702
Assinado eletronicamente por: ALESSANDER SILVA DE PAIVA - 31/03/2017 09:25:55 Num. 20821073 - Pág. 1
Petição em PDF.

Número do documento: 17041712162397100000020630820


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17041712162397100000020630820
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 17/04/2017 12:16:24 Num. 21453386 - Pág. 1
Excelentíssimo (a) Senhor (a) Doutor (a) Juiz (a) de Direito da
1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia –
Minas Gerais

Proc.: 5023231-06.2016.8.13.0702
JOSÉ CARLOS SILVA, devidamente qualificado nos autos em epígrafe,
que move em desfavor de ESTADO DE MINAS GERAIS e outros, igualmente
qualificados, vem, respeitosamente à presença de V. Exa., por intermédio de seus
procuradores que a esta subscreve, informar o que se segue.

Em decorrência do despacho de ID nº 20282245, vem o Requerente dar


ciência acerca do referido despacho, e, ainda, manifestar que não se opõe à decisão, na
qual o r. Magistrado declarou-se a incompetência deste r. Juízo da Fazenda Pública e
Autarquias da Comarca de Uberlândia/MG e exarou-se a competência do Juízo da Justiça
Federal, uma vez que o próprio Autor requereu a remessa dos autos àquele Juízo Federal,
na petição de ID 17749614.

Pelo exposto, requer sejam os autos remetidos à Justiça Federal da Subseção


Judiciária de Uberlândia/MG, por ser medida da mais lídima justiça!

Nestes termos,
Pede e espera deferimento.

Uberlândia/MG, 17 de Abril de 2017.

FERNANDO SUSIA LELIS JÚNIOR ISABELLA CRISTINA NEVES SILVA


OAB/MG 138.462 OAB/MG 142.617

Número do documento: 17041712155786300000020630858


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17041712155786300000020630858
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 17/04/2017 12:16:25 Num. 21453425 - Pág. 1
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE UBERLâNDIA

1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

Rua Martinésia, 34, Centro, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38400-606

CERTIDÃO

PROCESSO Nº 5023231-06.2016.8.13.0702

CLASSE: PROCEDIMENTO COMUM (7)

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, POLICIA CIVIL DO ESTADO DE MINAS GERAIS,


DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL

Certifico e dou fé que tirei cópia integral do presente feito e encaminhei para a Justiça Federal via correio.
Tudo conforme ID n. 20282245.

UBERLâNDIA, 26 de abril de 2017.

Número do documento: 17042613042351300000021089340


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17042613042351300000021089340
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 26/04/2017 13:04:23 Num. 21929161 - Pág. 1
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE UBERLâNDIA

1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

Rua Martinésia, 34, Centro, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38400-606

TERMO DE JUNTADA

PROCESSO Nº 5023231-06.2016.8.13.0702

PROCEDIMENTO COMUM (7)

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, POLICIA CIVIL DO ESTADO DE MINAS GERAIS,


DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL

Certifico que juntei Ar de Ofício à Justiça Federal.

UBERLâNDIA, 8 de agosto de 2017

Número do documento: 17080809200515500000026653245


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17080809200515500000026653245
Assinado eletronicamente por: KAROLINE CRISTINA TOLEDO MAGALHAES MUNIZ - 08/08/2017 09:20:06 Num. 27718391 - Pág. 1
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Número do documento: 17080809193712700000026653279


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17080809193712700000026653279
Assinado eletronicamente por: KAROLINE CRISTINA TOLEDO MAGALHAES MUNIZ - 08/08/2017 09:20:07 Num. 27718426 - Pág. 1
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE UBERLâNDIA

1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

Rua Martinésia, 34, Centro, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38400-606

TERMO DE JUNTADA

PROCESSO Nº 5023231-06.2016.8.13.0702

PROCEDIMENTO COMUM (7)

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, POLICIA CIVIL DO ESTADO DE MINAS GERAIS,


DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL

CERTIFICO QUE JUNTEI AOS PRESENTES AUTOS OS DOCUMENTOS DO TRIBUNAL


REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO. EM ANEXO.

UBERLâNDIA, 7 de novembro de 2017

Número do documento: 17110711155103400000031754250


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17110711155103400000031754250
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 07/11/2017 11:15:51 Num. 32919369 - Pág. 1
NEVES
EL IS
Of "GADOS

SUBSTABELECIMENTO COM RESERVA ESPECIFICA DE PODERES

Por meio do presente instrumento, firmado na melh r forma e para os devidos fins
de direito. o Dr. FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR, brasileiro, heiro, advogado, inscrito
na OAB-MG n°. 138.462 e na OAB-GO n°. 35.978 e a Dra. ISABELL CRISTINA NEVES
SILVA, brasileira, solteira, advogada, inscrita na OAB-MG n°. 142.617, to Q, com escritório
profissional na cidade de Uberlândia-MG, na Avenida Brasil, n°. 2.998, Bfr o Brasil, CEP de

110. 38.400-718, Fone: (34)-3211-8548, substabelecem na pessoa de FABIO MACIEL


EVANGELISTA , brasileiro, solteiro, inscrito na OAB/MG 47.773'E, dentre o rol de poderes
outorgados por JOSE CARLOS SILVA, nos autos do/Processo de N° 0005299-
34.2017.4.01.3803, competência especifica para retirar os a‘os em carga, retirar documentos
e retirar alvará (para ser entregue especificamente aos a vogados infra-assinados).

Uberlân 'a-MG, 15 de maio de 2017.

DO.. SIA LELIS JUNIOR Dra. ISABELLA CRISTINA NEVES SILVA


B-ye; n°. 138.462 OAB-MG n". 142.617
13-GO n°. 35.978

Av. Brasil. n2 2.998 - B. Brasil -CEP: 38400-718- Uberlândia-MG


Fone: 34 3211-8548 .
www.neveselelisadvocacia:com.br

Número do documento: 17110711154023200000031754311


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17110711154023200000031754311
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 07/11/2017 11:15:53 Num. 32919431 - Pág. 1
Número do documento: 17110711154023200000031754311
https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17110711154023200000031754311
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 07/11/2017 11:15:53 Num. 32919431 - Pág. 2
31
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1 ,,1 1!°11,1I9j 1 11 13114121 101,1 17 11»(1, 1111131811°11)

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE UBERLÂNDIA

Processo N° 0005299-34.2017.4.01.3803 - 3' VARA FEDERAL

CONCLUSÃO
Faço os presentes autos conclusos ao MM. Juiz Federal.
Uberlândia-MO.2k de maio de 2017.

,Ayek
3È Vara Federal
Fernanda Cristina Zacarias Coelho
Mat. 878/03

Processo n. 5299-34.2017.4.01.3803

DESPACHO

Recebo os autos no estado em que se encontram.


Porém, antes de determinar o prosseguimento em seus ulteriores
termos, entendo oportuna a oitiva da parte autora, com fulcro nas
determinações consignadas rio art. 10 do NCPC, uma vez que o DETRAN/DF
possui legitimidade passiva ad causam, justamente em razão de sua natureza
autárquica, vinculada ao ente distrital, de modo a ensejar, ao menos em tese,
a incompetência deste Juízo para processar e julgar o feito. Prazo: 15 (quinze)
dias úteis.

Decorrido o prazo assinalado, com ou sem manifestação,


retornem conclusos os autos.
Publique. Intime-se.

Uberlândia, 24 de maio de 2017.

Osmar Vaz de Mello da Fonseca Júnior


Juiz Federal

Documento assinado digitalmente pelo(a) JUIZ FEDERAL OSMAR Via DE MELLO DA FONSECA JÚNIOR em 24/05/2017, com base na Lm
11.419 de 19/12/2006.
A autenticidade deste poderá ser verificada em http://www.trfljus.br/autenticidade, mediante código 29092133803252.

Número do documento: 17110711154023200000031754311


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17110711154023200000031754311
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 07/11/2017 11:15:53 Num. 32919431 - Pág. 3

Número do documento: 17110711154023200000031754311


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17110711154023200000031754311
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 07/11/2017 11:15:53 Num. 32919431 - Pág. 4
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL DE 1° GRAU EM MINAS GERAIS
SEÇÃO JUDICIÁRIA DE UBERLÂNDIA
TERCEIRA VARA

paiL
Processo n90052993420174013803

CERTIDÃO

Certifico que o(a) )despacho ( )decisão ( )sentença


( ) ato ordinatório, de fl. 31 , foi remetido ao Diário
Eletrônico da Justiça Federal da lê Região (e-DJF1) no dia
33 /O / e disponibilizado(a)/divulgado(a) no dia
no caderno do Diário Eletrônico da Seção
Judiciária de Minas, Gerais - 3ê Vara, com validade de publicação
no dia 02-106 / )-+ . (art. 42, §§39 e 42, da Lei 11419/06). Dou
fé.

Uberlândia, 0.2- / t6 .

4,e-
p/Diretor de Secretaria

"atiane Fil.sner Mecleiro


Técnica Judiciária
Mat. 1010314/03

Número do documento: 17110711154023200000031754311


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17110711154023200000031754311
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 07/11/2017 11:15:53 Num. 32919431 - Pág. 5
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Número do documento: 17110711154023200000031754311


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17110711154023200000031754311
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 07/11/2017 11:15:53 Num. 32919431 - Pág. 6
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Juna flori aUto9 nesta data,
!tle no,rdn eorn a n.° 8.952-1994
NEVES
t
;.Wf
&LELIS
SOCIULDE DE ADVOGADO;

SUBSTABELECIMENTO COM RESERVA,ESPECI "Wi‘t


mat. 1: 3ó3

Por meio do presente instrumento, firmado na melhorhforma e para os devidos fins


de direito, o Dr. FERNANDO SUS1A LELIS JUNIOR, brasileiroN4teiro, advogado, inscrito
1SABELLtIÇISTINA NEVES
na OAB-MG n°. 138.462 e na OAB-GO n°. 35.978 e a Dra.
SILVA, brasileira, solteira, advogada, inscrita na OAB-MG n°. 142.617, tobs com escritório
profissional na cidade de Uberlândia-MG, na Avenida Brasil, n°. 2.998, Bairro Brasil, CEP de
n°. 38.400-718, Fone: (34) 3211-8548, substabelecem na pessoaile FÁBIO MACIEL

• EVANGELISTA brasileiro, solteiro, inscrito na OAB/MG 4773-E, dentre o rol de poderes


outorgados por JOSE CARLOS SILVA, nos autos/do Processo de n°. 0005299-
34.2017.4.01.3803, competência especifica para retirarpfautos em carga, retirar documentos
e retirar alvará (para ser entregue especificamente aos advogados infra-assinados).

Uberlândia-MG, 08 de junho de 2017.

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Dr. F NA • 1 .̀; SUSIA L JUNIOR
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OAB-GO n°. 35.978

Av. Brasil. n2 2998 1 8: Brasil CEP: 38400-718- Uberlândia-MG


Fone: 34 3211-8548
www.neveselelisadvoCacia.corn.br

Número do documento: 17110711154023200000031754311


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17110711154023200000031754311
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 07/11/2017 11:15:53 Num. 32919431 - Pág. 7

Número do documento: 17110711154023200000031754311


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17110711154023200000031754311
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 07/11/2017 11:15:53 Num. 32919431 - Pág. 8
PODER JUDICIÁRIO eal
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JUSTIÇA FEDERAL DE I° GRAU EM MINAS GERAIS e 2
SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE UBERLÂNDIA na.) -1
TERCEIRA VARA FEDERAL

CERWili r• • ...!-1).RGA
nesta data, aos autos Mn! i::;:1;9, por
Procurador
) PerRo

Jberiândia, 1 3.j Of 41
1 Diretoria.) de'Secretaria da 3 Vara
Giade Aparecida é Oiticiff
Ánalista Judtelárle

IR E C EU B K:TO)
Pearmos cis utos em SeEgetará,iriestadaWn
tt/berlânda-MG,2Z, / Og 12.C.9-
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ia Se.: to7b

Número do documento: 17110711154023200000031754311


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17110711154023200000031754311
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 07/11/2017 11:15:53 Num. 32919431 - Pág. 9
Número do documento: 17110711154023200000031754311
https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17110711154023200000031754311
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 07/11/2017 11:15:53 Num. 32919431 - Pág. 10
35

NEVES
EL IS
100IDADF DL WYOGÁDOS

Excelentíssimo (a) Senhor (a) Doutor (a) Juiz (a) Federal da

3' Vara Federal da Subseção de Uberlândia — Minas Gerais

Proc. n": 0005299-34.2017.4.01.3803

• JOSÉ CARLOS SILVA, devidamente qualificado nos autos em epígrafe,


que move em desfavor de DEPARTAMENTO DE EDIFICAÇOES DE ESTRADAS
E RODAGEM DE MINAS GERAIS — DEER MG e ou‘s, igualmente qualificados,
vem, respeitosamente à presença de V. Exa., por inte edio de seus procuradores que a
esta subscreve, informar o que se segue.

O Autor foi intimado para manifestar sobre a (in) competência deste Juízo
para processar e julgar a causa, e razão do Requerido DETRAN/DF ser autarquia
vinculada ao ente distrital.

Pois bem a., o parágrafo único do art. 52, do CPC/15 prevê o seguinte:

• Art. 52. É competente o foro de domicilio do réu para as causas em que


seja autor Estado ou o Distrito Federal.

Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal foro demandado,


a ação poderá ser proposta no foro de domicilio do autor, no de
ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da
coisa ou na capital do respectivo ente federado. (Grifo Nosso)

Não obstante, sendo o DETRAN/DF uma Autarquia Federal, deve ser levado
em consideração, por analogia, o que prevê o art. 109, §2° da Constituição Federal de
1988. in verbis:

Av. Brasil. riQ 2.998 - B. Brasil - CEP: 38400-718- Uberlândia-MG


Fone: 34 3211-8548
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Número do documento: 17110711154023200000031754311


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17110711154023200000031754311
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 07/11/2017 11:15:53 Num. 32919431 - Pág. 11
NEVES
&LELIS
1001ENDE Dl &0V0GU301

Art. 109. Aos juizes federais compete processar e julgar:

[-I

§ 1° - As causas em que a União for autora s ao aforadas na seção

judiciária onde tiver domicílio a outra parte.

§ 2° - As causas intentadas contra a União poderão ser Moradas na


seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquelconde houver

ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda otide esteja situada

• a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.

§ 3° - Serão processadas e julgadas a justiça estadual, no foro do

domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte


instituição de previdência socl:segurado, sempre que a comarca não

seja sede de vara do juizoffederal, e, se verificada essa condição, a lei

poderá permitir que ou ras causas sejam também processadas e julgadas

pela justiça estad al. [...] (Grifo Nosso)

Neste sentido, no cas da regra estabelecida no § 2° do art. 109, a intenção do

legislador constituinte foi a mais nobre possível: facilitar o acesso do jurisdicionado à

ustiça Federal. Eis o otivo pelo qual as causas intentadas contra a União poderão ser

• / e "o judiciária em que for domiciliado o autor; (2) no foro onde houver
afo das (1) nasa

ocorri o ato fato que deu origem à demanda; (3) no foro onde esteja situada a coisa;

ou (4) no istrito Federal. Em qualquer desses lugares em que a demanda for proposta

contra a União o juízo federal será plenamente competente liara o processamento da

causa. Não faz sentido, assim, objetar como matéria de defesa a incompetência relativa

do órgão jurisdicional.

Desta forma, apesar dos demandados (Requeridos) serem Estado da


Federação e Autarquias Federais, o Autor possui a liberdade, garantida pela lei, de
propor a ação no foro de seu domicilio.

Av. Brasil. n2 2.998 - B. Brasil- CEP: 38400.718- Uberlándia-MG


Fone: 34 3211-8548 .
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Número do documento: 17110711154023200000031754311


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17110711154023200000031754311
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NEVES
&LELIS
SOCIEDADE 114 •DV00.1001

Assim também entende a jurisprudência, veja-se:

CONFLITO DE COMPETENCIA. AÇÃO POPULAR.


AUTORIDADE FEDERAL. COMPETEN A RELATIVA, NO
QUE TANGE A SEÇÃO JUDICIÁRIA 0%NsbE DEVERA SER
PROPOSTA. CONSEQUENTEMENTE, NÃO PODE SER
REJEITADA DE OFICIO PELO JUIZ. A RESENÇA
OBRIGATORIA DA UNIÃO, NO FEITO, NÃO INFIRMA A
CONCLUSÃO, VEZ QUE NÃO PODE ESTrA, SEQUER, NA
QUALIDADE DE DEMANDADA, EXCE),C(ONAR O FORO DA
CAPITAL DO ESTADO ONDE TEM,DOMICILIO O AUTOR.
TRATA-SE DE INICIATIVA QUE/PODE SER TOMADA PELO
PRÓDCEDENTE. COMPETENCIA DO
SEGUNDO REU. CONFLITO"
MAGISTRADO PAULIST,(STJ - CC: 1716 DF 1991/0002042-7,
Relator: MIN. ILMAR GAeLVÃO, Data de Julgamento: 16/04/1991, SI
- PRIMEIRA SEC (Data de Publicação: DJ 13.05.1991 p. 6066)

PROCESS CIVIL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO


PRO1P0,00 STA CONTRA A UNIÃO. AUTOR DOMICILIADO NO
INÁRIOR DO ESTADO. FACULDADE DE ELEIÇÃO DE
ORO. ART. 109, § 2° DA CF COMBINADO COM O ART. 99, INC.

• I DO CPC. 1. Autor domiciliado em cidade do interior. Ação intentada


contra a UNIÃO. Possibilidade de sua proposição também na capital do
Estado. Faculdade que lhe foi conferida pelo artigo 109, § 2°, da
Constituição da República. Precedentes STF: RE 233990, RE 509442;
TRF1, P Seção: CC 2008.01.00.036946-9/MG. 2. Eleito o foro da
capital do Estado, não pode o Juizo escolhido declinar da competência.
Inaplicabilidade do Provimento COGER n° 52, de 19.08.2010, tendo
em vista o regramento não ter o condão de afastar norma de índole
constitucional. 3. Conflito conhecido para declarar competente o Juízo
Federal da r Vara da Seção Judiciária do Piauí, suscitado. (TRF-1;
CC: 71186 PI 0071186-35.2011.4.01.0000, Relatior:

Av. Brasil. riQ 2.998- B. Brasil - CEP: 38400-718- Uberlandia-MG


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NEVES
&LELIS
100EDADE Dl WVOGÁDOI

DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO DE ASSIS BETTI,


Data de Julgamento: 30/10/2012%:\PRIMEIRA SEÇÃO, Data de
Publicação: e-DJF I p.373 de 09/11/20N. Grifos Nossos)

STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO E XCIAL AgRg no


REsp 1038265 RJ 2008/0052392-4 (STJ) . Data publicação:
13/04/2009. Ementa: AGRAVO REGIMENTAL E, RECURSO
ESPECIAL. SERVIDOR PÚBLICO. LITISCOpORCIO ATIVO

• FACULTATIVO. AÇÃO INTENTADA C7TRA A UNIÃO E


SUAS AUTARQUIAS. AUTORES DOMICILIADOS EM
ESTADOS-MEMBROS DIVERSO . ESCOLHA DO FORO.
POSSIBILIDADE. 1. Nos casos de litisconsórcio ativo facultativo,
com autores domiciliados em diferentes Estados-Membros, em
ação intentada contra Árnião e suas autarquias, é possível o
ajuizamento em ,4íquer um desses, hipótese em que a
competência se ende a todos os seus integrantes. Precedentes. 2.
Agravo regiJ3enta1 improvido. (Grifos Nossos)

e c forme documentos juntados à inicial, verifica-se que, o


Sendo assim,
Autor possui residência omicilio em Uberlândia/MG, motivo pelo qual, a presente ação

• foroposta
NN nesta S seção.

ortanto, merece os autos serem processados e julgados por este D. Juizo, vez

que, a legislação garante ao Autor a propositura da demanda no foro de seu domicilio.

Nestes termos, pede e espera deferimento.

berlândia/MG, 20 de Junho de 2017.

RNANDO SUSIA LELIS JÚNIOR ISABELLA CRISTINA NEVES SILVA

OAB/MG 138.462 OAB/MG 142.617

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III 1101111J11111131141121101111111111111111111131

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE UBERLÂNDIA

Processo N° 0005299-34.2017.4.01.3803 - 3' VARA - UBERLANDIA

coNausÃo
Faço os presentes autos conclusos ao MM. Juiz Federal.
Uberlândia-MG, 24 de agosto de 2017.

Viviane 'fres de Oliveira


03/1118

DECISÃO TERMINATIVA

José Carlos Silva propõe ação, pelo rito comum, em desfavor de


Estado de Minas Gerais, Departamento de Edificações de Estradas e Rodagem
de Minas Gerais - DEER/mG Departamento de Trânsito de Minas Gerais -
DETRAN/MG e Departamento de Trânsito do Distrito Federal - DETRAN/DF.

Objetiva, em síntese, anulação de infrações de trânsito


indevidamente lavradas em seu nome, já que se referem ao automóvel de
Placa JHP-0269, que jamais lhe pertenceu. Acredita que o indevido
redirecionamento das sanções pode ser decorrente da existência de
homônimos. Requer, ainda, condenação dos réus ao pagamento de danos
morais.

Inicial instruída com os documentos de fls. 12/29.

Recebida a ação, ordena-se manifestação preliminar do autor


sobre a competência desta Justiça Federal, na forma do art. 10 do NCPC, vindo
aos autos a manifestação de fls. 35/38, em que o autor ratifica posicionamento
no sentido da competência deste Juízo.

Conclusos os autos. Decido.

Segundo dispõe o art. 109, I, da Magna Carta, firma-se a


competência cível da Justiça Federal nas causas em que a União, entidade
autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de
autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidente
do trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho.
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11.419 de 19/12/2006.
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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE UBERLÂNDIA

Processo N° 0005299-34.2017.4.01.3803 - 3' VARA - UBERLANDIA

Com efeito, dois requisitos são constitucionalmente obrigatórios


para que a controvérsia adquira feições federais: o interesse do ente público na
relação de direito material litigiosa e a sua posição processual, sendo que, fora
dessas situações, a Justiça Federal apresenta-se absolutamente incompetente
para o processamento e julgamento das questões postas. A competência,
nessa seara, é de natureza absoluta, a ser, portanto, declinada de ofício.

Casuisticamente, não tendo sido demandado qualquer ente


federal, essa a hipótese.

Por excesso, destaque-se, apresenta-se equivocada a tese


defendida pelo autor no sentido da natureza federal do DETRAN/DF, que, na
verdade, ostenta caráter de autarquia distrital, sendo, via de regra,
demandado perante o TJDF. Os demais réus são autarquias estaduais, além do
próprio Estado de Minas Gerais.

Sobre o tema, com os temperamentos próprios do caso concreto,


decidem os Tribunais:

PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA PESSOA


FÍSICA. ISENÇÃO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. LEGITIMIDADE
PASSIVA PARA O FEITO. ART. 157, INCISO I, DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL, ART. 124 DA LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL.

• COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL.

(...)
Consoante entendimento desta Corte, a legitimidade passiva ad
causam, por ser matéria de ordem pública, não se sujeita aos efeitos
da preclusão, portanto, pode ser revista, inclusive de ofício, a
qualquer tempo e em qualquer instância.

Declarada, pelo Superior Tribunal de Justiça, a ilegitimidade


passiva da União e consagrada a legitimidade exclusiva do Estado-
membro para responder pelo objeto da lide (reconhecimento ao
direito de aposentadoria retroativa e consequente isenção do
imposto de renda pessoa física a servidor do quadro funcional do
DETRAN/DF), forçoso reconhecer a incompetência absoluta da
Justiça Federal para processar e julgar o presente feito.

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144
4

11,1) 111011,11,11.!1,111,11,11,11011111711.11„1,11111,11811011,1

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE UBERLÂNDIA

Processo N°0005299-342017.4.01.3803 -3' VARA - UBERLANDIA

O DETRAN/DF ostenta legitimidade para figurar no pólo passivo de


ação em que se postula o reconhecimento da conduta omissiva
atribuída a agentes da autarquia federal, responsáveis que são pelo
processamento do pedido de revisão do processo de aposentadoria,
com efeitos retroativos à data em que se constatou, por exames
clínicos específicos, a condição de portadora de doença grave,
catalogada no art. 62, da Lei n. 7.713/88.

Constatada a legitimidade passiva do DETRAN/DF para responder


por parte do pedido inaugural, tem-se por pertinente a reinclusão da
Autarquia Distrital no pólo passivo da presente demanda.

Ilegitimidade passiva da União conhecida e, em consequência da


incompetência absoluta da Justiça Federal, decide-se por manter a
sentença que extinguiu o feito, sem julgamento do mérito.

Apelação desprovida.

[ TRF1. AC 00298345320094013400. Rel.: Juiz Federal Roberto


Carvalho Veloso (conv.). Oitava Turma. e-DJF1 11 abr. 2014. p. 9061

Resta então definir o Juízo ao qual o feito será remetido. Nessa


parte, assiste razão ao peticionante quanto à fixação da competência pelo
domicílio do autor, quando que demandados os Estados ou o Distrito Federal.

411 Na seara infraconstitucional, estabelece o CPC/2015 em seu


artigo 44 que:

Obedecidos os limites estabelecidos pela Constituição Federal, a


competência é determinada pelas normas previstas neste Código ou
em legislação especial, pelas normas de organização judiciária e,
ainda, no que couber, pelas constituições dos Estados.

Dispõe ainda o artigo 52:

Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em


que seja autor Estado ou o Distrito Federal.

Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal foro demandado, a


ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de
ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da

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1 ,1 10111! ,11J191111 ,1141,11,1,11,111J11,11,1 18 101131
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE UBERLÂNDIA

Processo N°0005299-34.2017.4.01.3803 -3° VARA - UBERLANDIA

coisa ou na capital do respectivo ente federado.

Observa-se nesses termos que o legislador processual outorga ao


autor direito de optar pelo local de proposição da ação (foro territorial
competente), elegendo norma de competência concorrente: domicílio do autor,
local do ato ou fato, situação da coisa ou em quaisquer das capitais dos entes
1111 federados.

Ante o exposto, declaro a incompetência absoluta desta Justiça


Federal para processar e julgar a presente ação, determinando a remessa ao
Juízo estadual ou distrital de escolha do autor, a ser indicado no prazo de
5(cinco) dias.

Cumprida a providência, remetam-se os autos, adotadas as


providências de praxe. Caso no destinatário as ações tramitem pelo PJE,
observe a Secretaria as disposições da Resolução Presi n. 467/2014 (art. 23)

Intimem-se. Cumpra-se.
Uberlândia, 22 de setembro de 2017.

Osmar Vaz de Mello da Fonseca Júnior


Juiz Federal

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PODER JUDICIÁRIO •
JUSTIÇA FEDERAL DE 1° GRAU EM MINAS GERAIS
SEÇÃO JUDICIÁRIA DE UBERLÂNDIA
TERCEIRA VARA s
1
1 /t
CIA
I
S 11
f
I a PARActe
I -
Processo n9 00052993420174013803

CERTIDÀO

Certifico que foi divulgado (a) no e-CJF1 ,de /OS / 2017 o(s)
respeitável(s) (X) decisão terminativa de fls.39/42 considerando-se,
portanto, o(s) expediente(s) publicado em(s). ai /05- /2017.

BrfÉla Fi9u€4, ?do &mimo Borges


;dr >remoto
Supervisora o?
p Diretora de Secretaria : eififnçóesPt"u".mati°11"

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1, 4c, riev,ga cata; aos autos com carga, por_
( y) Procurador Puko,
),!erito
(

Utieriâncf-,

Brigida Figueiredo Bindaco Borges


d"%s:
ivispraProces
formaebes Pr:tt."
de-eM 11300
101
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RECEBEMOS
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niltos
UbedândI

Unia Ágeirødo eiridium Borges


MM. 1011300

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NEVES
&LELIS
50011MOE C< ADVOGADOS

Excelentíssimo (a) Senhor (a) Doutor (a) Juiz (a) Federal da


3" Vara Federal da Subseção de Uberlândia — Minas Gerais

Junto ---e.s.10 78U-9asta2ii:


41
acordo ca:n a te
rube
aurfé.
r• (-.) . / ( - .1
i. — I

f., 1)........„;....,.)&z...,„nn,...:
u;-----.-----,--on—c„, , .
outfiteio
-- ,,,,-,—;

• Proc. n": 0005299-34.2017.4.01.3803


pos111/fl
PeZs'prooesstials
erat.01r 34 .Surn,
prz, i e lula

JOSÉ CARLOS SILVA, devidamente qp lificado nos autos em epígrafe,


que move em desfavor de DEPARTAMENTO DiEDIFICAÇÕES DE ESTRADAS
/
E RODAGEM DE MINAS GERAIS — DEER MG e outros, igualmente qualificados,
vem. respeitosamente à presença de V. Ef/por intermédio de seus procuradores que a
esta subscreve. MANIFESTAR quantoi a rdecisão terminativa de fis. 39/42.

O D. Magistrad entendeu que a Justiça Federal não é competente •para


pr cessar e julgar o prese te processo, pois alega não ter sido demandado qualquer ente

• ,
fede. )elo qüe, de tarou a incompetência absoluta e determinou a remessa ao Juizo
'Ns
estadual o eti‘de escolha do Autor.

Sendo assim, conforme petição do Autor de fls. 35/38, uma vez que o
DETRAN/DF é uma Autarquia Federal, deveria ter sido levado em consideração, por
analogia, o que prevê o art. 109, §2° da Constituição Federal de 1988, de modo que, esta
Justiça Federal deveria ser competente para processar e julgar a presente demanda.

No entanto, uma vez que o D. Magistrado entende de forma diversa, o Autor


requer a remessa dos autos para o Juízo Estadual de Minas Gerais.

ir 1. 21310
d,02,TÉVB
efr

Av. Brasil. n2 2.998- B. Brasil - CEP: 38400718- Uberlândia-MG


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NEVES
&LELIS
ICOMACE M M,VOGWO1

Isto, pois, os demandados (Requeridos) são Estados da Federação e


Autarquias, de modo que, o Autor possui a liberdade, garantida pela lei, de propor a ação
no foro de seu domicilio (art. 52 do CPC/15).

Deste modo, requer a remessa dos autos a urna das Varas de Fzenda Pública
c Autarquias de Uberlândia/MG.

Nestes termos, pede e espera


Deferimento.

Uberlândia/MG, 03 de Outubro de 2017.

FE 7I O sV IA LELIS JÚNIOR ISABELLA CRISTINA NEVES SILVA


0A13/MG 138.462 OAB/MG 142.617

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9'
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1,1 1 , 11111111111,11811111
740103

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE UBERLÂNDIA

Processo N°0005299-34.2017.4.01.3803 - 3 VARA - UBERLANDIA

CONCLUSÃO
Faço os presentes autos conclusos ao MM. Juiz Federal.
Uberlândia, 04 /10 /2017

Rosimar G. ig -mat. 1064/03

Em face da manifestação de fls. 44/45, remetam-se os autos à Justiça


Estadual desta comarca.

Osmar Vaz de Mello da Fonseca júnior

Juiz Federal

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11.419 de 19/12/2006.
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o
o
PODER JUDICIÁRIO
o
JUSTIÇA FEDERAL DE PRIMEIRO GRAU EM MINAS GERAIS
SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE UBERLÂNDIA
TERCEIRA VARA FEDERAL
o

Processo n°52993420174013803

CERTIDÃO

Certifico que, conforme determinação de fls.46, providenciei a remessa


do presente a Comarca de Uberlândia para feito à distribuição.
Uberlândia, 06 de outubro de novembro.

Rosimar Gonçalves Drigo - Mat. 1064/03

gOleçA
Name JoritiênD
adaie 310I4

Número do documento: 17110711154023200000031754311


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17110711154023200000031754311
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 07/11/2017 11:15:53 Num. 32919431 - Pág. 26
Z.; '

Número do documento: 17110711154023200000031754311


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17110711154023200000031754311
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 07/11/2017 11:15:53 Num. 32919431 - Pág. 27
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE UBERLâNDIA

1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

Rua Martinésia, 34, Centro, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38400-606

PROCESSO Nº 5023231-06.2016.8.13.0702

CLASSE: PROCEDIMENTO COMUM (7)

ASSUNTO: [Competência do Órgão Fiscalizador, CNH - Carteira Nacional de Habilitação]

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, POLICIA CIVIL DO ESTADO DE MINAS GERAIS,


DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL

Vistos etc.

Cumpra-se o despacho de ID. 17013945.

UBERLâNDIA, 7 de novembro de 2017

Número do documento: 17110918582625500000031786114


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17110918582625500000031786114
Assinado eletronicamente por: JOAO ECYR MOTA FERREIRA - 09/11/2017 18:58:27 Num. 32951509 - Pág. 1
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE UBERLâNDIA

1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

Rua Martinésia, 34, Centro, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38400-606

CITAÇÃO ELETRÔNICA - PJe

PROCESSO Nº 5023231-06.2016.8.13.0702

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, POLICIA CIVIL DO ESTADO DE MINAS GERAIS,


DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL

Pessoa a ser citada: ESTADO DE MINAS GERAIS

Através desta, fica a parte ré, acima qualificada, CITADA para oferecer contestação no prazo de 30 dias.
Adverte-se, outrossim, que, não sendo contestada a ação, poderá ser considerada revel.

UBERLâNDIA, 10 de novembro de 2017

Número do documento: 17111016493789200000032048895


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17111016493789200000032048895
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 10/11/2017 16:51:00 Num. 33216109 - Pág. 1
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE UBERLâNDIA

1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

Rua Martinésia, 34, Centro, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38400-606

PROCESSO Nº 5023231-06.2016.8.13.0702

PROCEDIMENTO COMUM (7)

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, POLICIA CIVIL DO ESTADO DE MINAS GERAIS,


DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL

INTIME-SE A PARTE AUTORA PARA QUE INFORME O ENDEREÇO DO DER-MG E DO


DISTRITO FEDERAL PARA CITAÇÃO.

UBERLâNDIA, 10 de novembro de 2017

Número do documento: 17111016495666700000032048896


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17111016495666700000032048896
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 10/11/2017 16:51:01 Num. 33216110 - Pág. 1
Petição em PDF.

Número do documento: 17112014294726600000032466292


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17112014294726600000032466292
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 20/11/2017 14:29:47 Num. 33636842 - Pág. 1
Excelentíssimo (a) Senhor (a) Doutor (a) Juiz (a) de Direito da
1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia –
Minas Gerais

Proc.: 5023231-06.2016.8.13.0702

JOSÉ CARLOS SILVA, devidamente qualificado nos autos em epígrafe,


que move em desfavor de ESTADO DE MINAS GERAIS e outros, igualmente
qualificados, vem, respeitosamente à presença de V. Exa., por intermédio de seus
procuradores que a esta subscreve, informar o que se segue.

Acurando-se os autos, verifica-se que o Autor foi intimado para informar o


endereço do DER-MG e do Distrito Federal para citação (ID “33216110).

Sendo assim, informa o Autor os endereços solicitados, a fim de que os Réus


sejam citados, para que, querendo, apresentem contestação nos autos

1) Endereço do DER-MG para citação em ambos os endereços:

➢ Rua Itabira, nº 257, Bairro Daniel Fonseca,


Uberlândia/MG, CEP: 38400-324, Telefone: (34) 3088-2900.

➢ Avenida dos Andradas, nº 1.120, Bairro Centro, Belo


Horizonte/MG, CEP: 30120-010, Telefone: (31) 3235-1201.

Número do documento: 17112014283332600000032466347


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=17112014283332600000032466347
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 20/11/2017 14:29:49 Num. 33636897 - Pág. 1
2) Endereço DER-DF para citação:

➢ SAM BLOCO C – Setor Complementares – Ed. Sede do


DER/DF – CEP: 70620-030, Brasília/DF, Telefone: (61) 3111-
5500.

3) Endereço da Procuradoria-Geral do Distrito Federal para citação:

SAM Bloco “I” Edifício Sede – CEP:70620-090, Distrito


Federal/DF, Telefone: (61) 3325-3300.

Assim, requer a intimação via postal dos Requeridos nos endereços acima
indicados, com fulcro nos artigos 215 e 222, ambos do CPC/15, para que, querendo,
apresentem defesas no prazo legal.

Nestes termos,
Pede e espera deferimento.

Uberlândia/MG, 20 de Novembro de 2017.

FERNANDO SUSIA LELIS JÚNIOR ISABELLA CRISTINA NEVES SILVA


OAB/MG 138.462 OAB/MG 142.617

Número do documento: 17112014283332600000032466347


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Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 20/11/2017 14:29:49 Num. 33636897 - Pág. 2
ESTADO DE MINAS GERAIS
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Advocacia Regional do Estado/Uberlândia

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE


DIREITO DA 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE
UBERLÂNDIA

Processo n.º: 5023231-06.2016.8.13.0702


Requerente: José Carlos Silva
Requerido: Estado de Minas Gerais

O ESTADO DE MINAS GERAIS, por sua Procuradora abaixo


assinada vem, nos autos do processo em epígrafe, perante Vossa Excelência,
apresentar sua CONTESTAÇÃO, pelas razões seguintes:

I – BREVE SÍNTESE DOS FATOS

Trata-se de ação proposta em desfavor do Estado de Minas Gerais,


do DEER-MG e do DETRAN - DF, objetivando seja declarada a nulidade de
infrações de trânsito em nome do autor, cometidas com o veículo de placa JHP-
0269 na Rodovia BR-497, com a consequente retirada dos pontos do prontuário
do autor.

Requer, outrossim, a condenação do requerido ao pagamento de


indenização por danos morais, bem como de danos materiais, uma vez que ao ter
sua CNH suspensa, teve de realizar curso de reciclagem.

Alega que foi notificado de diversas infrações de trânsito cometidas


com o referido veículo e que não é proprietário deste e que à época dos fatos,
estava em seu trabalho, não tendo sido responsável por tais infrações de trânsito.

Ao final, pleiteia a condenação do Estado ao pagamento de


honorários contratuais, em 30% do valor da causa e de custas processuais e
honorários sucumbenciais, em 20% do valor da causa.
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Assinado eletronicamente por: LARISSA RODRIGUES RIBEIRO - 05/12/2017 11:47:54 Num. 34568807 - Pág. 1
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Apesar das alegações, conforme se demonstrará, razão não assiste a


parte autora.

II – DO MÉRITO

II.1 – PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE E VERACIDADE DOS ATOS


ADMINISTRATIVOS

O autor requer seja o Estado compelido a cancelar as infrações de


trânsito, bem como a pontuações e as multas geradas.

A fiscalização de trânsito e a aplicação de multas são atos


administrativos, mais especificamente atos de poder de polícia, e, como tal,
gozam de presunção de legitimidade e veracidade.

Nesse sentido:

“(...) Os atos administrativos, quando editados, trazem em si


a presunção de legitimidade, ou seja, a presunção de que nasceram em
conformidade com as devidas normas legais, como bem anota DIEZ.
Essa característica não depende de lei expressa, mas deflui da própria
natureza do ato administrativo, como ato emanado de agente integrante
da estrutura do Estado.
Vários são os fundamentos dados a essa característica. O fundamento
precípuo, no entanto, reside na circunstância de que se cuida de aos
emanados de agentes detentores de parcela do Poder Público, imbuídos,
como é natural, do objetivo de alcançar o interesse público que lhes
compete proteger. Desse modo, inconcebível seria admitir que não
tivessem a aura de legitimidade, permitindo-se que a todo momento
sofressem algum entrave oposto por pessoas de interesses contrários.
Por esse motivo é que se há de supor que presumivelmente estão em
conformidade com a lei.(...)” (José dos Santos Carvalho Filho, “Manual
de Direito Administrativo”, 13ª ed., Lumen Juris editora, Rio de Janeiro,
2005, p. 98).

Portanto, as autuações que o autor pretende descaracterizar, por se


tratarem de ato administrativo praticado por autoridade estatal, presumem-se
legítimas, e os fatos nela insculpidos presumem-se verdadeiros.

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Nesse sentido é a pacífica e remansosa jurisprudência, como


exemplifica o seguinte aresto:

APELAÇÃO CÍVEL. MULTA DE TRÂNSITO. BHTRANS. AGRAVOS


RETIDOS. PEDIDO EXPRESSO PARA EXAME. PRELIMINAR.
REJEIÇÃO. ILEGITIMIDADE PASSIVA DO MUNICÍPIO.
OCORRÊNCIA. ANULAÇÃO DA AUTUAÇÃO. OPORTUNIDADE.
PROVA INEQUÍVOCA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
INTELIGÊNCIA DO ART. 20, ' 41, DO CPC. RECURSOS A QUE SE
NEGAM PROVIMENTO. 1. Se a legitimação passiva está ligada àquele
em face do qual a pretensão levada a juízo deverá produzir seus efeitos,
se acolhida, na hipótese compete exclusivamente à BHTRANS a
execução das atribuições do trânsito municipal. 2. ""Os atos
administrativos gozam de presunção de legitimidade e veracidade,
principalmente aqueles vinculados à atividade fiscalizadora do Estado.
No entanto, em se tratando de uma presunção ""iuris tantum"", tais atos
praticados não são intocáveis, podendo ser anulados acaso comprovado
pelo autor o abuso da autuação. Em outros termos, a autuação de
trânsito lavrada pelo policial militar goza da presunção de legitimidade
e veracidade ""iuris tantum"", que somente pode ser ilidida por prova
em contrário a cargo do particular"". 3. Negar provimento aos agravos
retidos, rejeitar a preliminar e, no mérito, negar provimento do apelo
principal e ao recurso adesivo. (Autos n.º 1.0024.03.998273-1/003,
Relator CÉLIO CÉSAR PADUANI, publicado em 04/08/2005; grifos não
originais).

Posto isto, tem-se que correto se mostra o procedimento adotado


pelo DETRAN/MG. O Estado, no presente caso, age única e exclusivamente em
observância ao princípio da legalidade constitucionalmente consagrado e
amparado.

Ademais, o autor não trouxe aos autos qualquer elemento que


afastasse as presunções de legitimidade e veracidade contidas nas autuações de
trânsito em tela, razão pela qual não há como se descaracterizar a multa, já
que decorrente do estrito cumprimento do dever legal.

Excelência, é sabido e consabido que, antes de ser aplicada a multa,


o infrator recebe uma notificação que lhe confere prazo para impugnar o fato
antes deste ser convertido em multa.

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Nesse momento, poderia a parte autora ter se dirigido ao órgão


competente e contestado o fato, comprovando que não estava no local quando da
ocorrência do fato, etc.

Ora, obtendo êxito na comprovação do quanto alegado, a multa


sequer teria sido aplicada ao autor.

Contudo, o autor sequer tentou resolver a celeuma na esfera


administrativa, ao contrário, ingressou no Judiciário querendo o cancelamento
dos pontos em seu prontuário e, ainda, danos morais e materiais.

Excelência, é esse tipo de conflito (se é que há conflito


propriamente dito) que abalroa o Poder Judiciário, sendo que a
procedência dos pedidos iniciais servirá somente para solidificar o
pensamento popular que notoriamente está se formando: “Ir ao DETRAN
dá muito trabalho. É melhor ir ao judiciário que lá o Juiz manda e o
DETRAN tem que cumprir.”

Diante de todo o exposto, a improcedência dos pedidos iniciais é a


medida que se impõe.

II.2 - DA INEXISTÊNCIA DO DEVER DO RÉU DE INDENIZAR –


AUSÊNCIA DE CONDUTA ESTATAL

Conforme acima explanado, de rigor explicitar que não se verificou


qualquer conduta estatal que pudesse ensejar a condenação em danos materiais
ou morais como requerida pelo autor.

Para configuração da responsabilidade objetiva das pessoas


jurídicas de direito público o ordenamento jurídico reclama a presença de três
elementos indispensáveis à configuração do dever de indenizar, consistentes
na conduta do agente público, no dano e no nexo de causalidade entre os
dois primeiros. Para fins de ressarcimento na hipótese de atos comissivos, nos
termos do artigo 37, §6.º da Constituição de 1988, compete à parte comprovar o
nexo de causalidade entre o prejuízo sofrido e a conduta estatal.

Analisando os termos da petição inicial, verifica-se que há


pedido de indenização por danos materiais e morais.

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Todavia, conforme acima salientado, a conduta estatal em


apreender o veículo foi legítima.

Assim, não há fato que dê causa aos supostos danos alegados


pelo autor e não há de se cogitar de culpa estatal.

Por essas razões, não poderá o Estado ser responsabilizado pelo


pagamento de indenização ao autor, pois a entidade governamental só
responde pelos atos praticados por seus agentes no efetivo exercício da
função pública, nos termos do artigo 37, §6.º da Constituição de 1988, e dessa
maneira, comprova-se que não houve conduta do Estado (ação ou omissão) que
dê ensejo à tal responsabilidade.

Pelo exposto, não há que se falar em nexo de causalidade entre


qualquer conduta do réu e os danos sofridos pelo autor, repelindo-se suas
pretensões e julgando-se improcedentes os seus pedidos.

II.3 - AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE DANOS MATERIAIS

No que tange ao cabimento da reparação do dano material, não há


sequer prova robusta que demonstre a efetiva diminuição patrimonial, já que o
dano meramente hipotético não é passível de ser indenizado.

Neste sentido, vale à pena transcrever o que leciona Carlos Alberto


Bittar, que define: “a) SÃO PATRIMONIAIS os prejuízos de ordem econômica
causado por violações a bens materiais ou imateriais de seu acervo. (...)”
(Reparação civil por danos morais. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 1993.
pág. 28).

Previamente cabe destacar que não restou comprovado nos autos


que o requerente tenha sofrido prejuízos financeiros em decorrência da conduta
estatal, já que o dano material deve ser certo e demonstrado de plano.

Dessa forma, como não há qualquer demonstração de ocorrência de


dano material, de rigor seja julgado improcedente tal pleito.

II.4 – DO NÃO CABIMENTO DOS DANOS MORAIS - AUSÊNCIA DE


CONDUTA ESTATAL – AUSÊNCIA DE PROVAS DO SUPOSTO DANO
SOFRIDO – VEDAÇÃO AO ENRIQUECIMENTO ILÍCITO

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Prima facie, há de ressaltar que a presente ação se funda em fato


totalmente descabido e insubsistente para a configuração de qualquer tipo de
dano, muito menos “moral”.

Insta salientar também que não restou configurada qualquer


conduta culposa ou dolosa do Estado, muito menos o nexo de causalidade
com o suposto dano que, em verdade, não existiu, restando claro que não há
que falar em indenização por danos morais.

Por outra vertente, não obstante a ausência de conduta do Estado e


o nexo de causalidade, verifica-se também que não restou configurado qualquer
tipo de dano moral.

Cabe observar que as ações de dano moral chegaram ao nefando


status de serem lenitivas à sociedade em geral. A exacerbação das pretensões, e
a perda do senso de equilíbrio e de equidade, que devem nortear as pretensas
indenizações, foram sobrepujadas pela facilidade de se auferir vantagem com a
simples alegação de dor, sofrimento, angústia, isolamento, execração, infâmia,
desprestígio social, causadas por uma possível ofensa à moral “ilibada” do
indivíduo, que permitem dar escancha à reparação, e que contribuem
decisivamente para estabelecer a verdadeira “indústria” das indenizações.

O dano moral no Brasil banalizou-se e desmoralizou-se face a


pretensões que fogem ao regramento específico, aplicando-se a casos sem razão
de ser, que levaram ao desprestígio do instituto.

Obtempere-se tal vertente com a sagacidade de Yussef Said Cahali:

“Há neste momento um sério risco de o Brasil atingir o nível


desproporcional em que chegaram os Estados Unidos, onde todo e
qualquer produto contém em sua embalagem, advertências de toda
ordem, visando prevenir possíveis ações judiciais, bem como as
escolas recusam-se a dar qualquer remédio ao seus alunos, ainda
que uma aspirina, com receio de que lhes cause uma reação
adversa, que enseje uma ação de indenização, bem como tantos
outros casos. É a tipica pretensão de prevenir o absurdo com o
despropositado, de modo a impedir ao insensato com o ‘non
sense’”. (grifo nosso)

Para que o dano causado enseje ressarcimento, deve-se observar


vários critérios para o seu pleno enquadramento, quais sejam:
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a) intensidade da ofensa;
b) a extensão do prejuízo à imagem do ofendido;
c) o nexo de causalidade entre o ato ilícito e o dano
efetivamente causado.

Não atender a tais requisitos é portar-se contra os princípios gerais


de direito e todo o ordenamento.

Pela análise perfunctória da presente vexata, verifica-se que a parte


autora não sofreu qualquer dano, qualquer turbação de sua honra ou moral,
pretendendo tão somente com esta increpável aventura judiciária, auferir lucro
indevido, uma vez que não houve existência de qualquer fato que gerasse
obrigação de indenizar do Estado.

Ora, se não existiu nenhum fato ou conduta antijurídica do


Estado, não há falar em qualquer reparação, de forma que nada é devido
ao Autor, sendo descabido o pedido de indenização por danos morais.

Quanto ao dano moral propriamente dito, o autor age no campo das


conjecturas, nada comprovando a esse respeito, ou seja, não se desincumbiu de
seu ônus de comprovar qual o dano efetivamente sofrido.

Segundo o renomado autor Rui Stoco, em sua obra


Responsabilidade Civil e sua Interpretação Jurisprudencial:

“não basta que o agente haja procedido contra jus, isto é, não se
define a responsabilidade pelo fato de cometer um “erro de
conduta”. Não basta que a vítima sofra um dano, que é elemento
objetivo do dever de indenizar, pois se não houver um prejuízo, a
conduta antijurídica não gera obrigação de indenizar.” (p. 75)

No caso em tela, portanto, não há de se falar em danos morais, pois


restou configurada a inexistência de responsabilidade estatal pelo suposto evento
danoso.
Além disso, a teoria da reparação do dano baseia-se no princípio de
que a indenização só será devida se provado o dano sofrido pela vítima, sob
pena de enriquecimento ilícito.

A dor moral deve aflorar das provas dos autos para possibilitar sua
mensuração, sob pena de enriquecimento sem causa.

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Telefax: (34) 3253.5900

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Nessa esteira, merecido transcrever trecho da obra de Silvio


Rodrigues, Curso de Direito Civil quando afirma que:

“(...) a responsabilidade civil patrimonial ou extrapatrimonial


possui pressupostos que, se não forem demonstrados, não
geram o dever de indenizar, quais sejam: a culpa; os danos; a
relação de causalidade entre a culpa e os danos”.

Ora, da narração do fato não se vislumbra dano moral que pudesse


ter sofrido o autor.

No caso em análise, não existe nos autos qualquer indício de que o


Estado tenha praticado alguma conduta ilegal, ou ainda, que tenha se omitido
em praticar alguma conduta necessária.

Destarte, o dano moral, sem prova convincente de suposto prejuízo


à imagem e honra, como no caso em apreço, não se consolida para efeitos de
ressarcimento, em especial se o requerente não demonstrou de forma robusta em
que consistiram os supostos danos morais.

Pode-se dizer, quando muito, que a parte autora sofrera meros


aborrecimentos e dissabores, fato este que afasta o dano moral indenizável.
Nesse é a mais autorizada jurisprudência:

“CIVIL. DANO MORAL. NÃO OCORRÊNCIA.


O mero dissabor não pode ser alçado ao patamar do
dano moral, mas somente aquela agressão que
exacerba a naturalidade dos fatos da vida, causando
fundadas aflições ou angústias no espírito de quem
ela se dirige.
Recurso parcialmente conhecido e, nessa parte,
provido.”
(STJ – Resp 215666/RJ, Rel. Min. César Asfor
Rocha, 4ª T, DJ 29/10/2001).

Ementa: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO -


GRAVAME EQUIVOCADO EM VEÍCULO - LUCROS
CESSANTES NÃO COMPROVADOS - DANOS MORAIS -
MERO ABORRECIMENTO - LESÃO À HONRA NÃO
CONFIGURADA - SENTENÇA REFORMADA. Para que se
mostre viável o pedido de indenização por danos materiais,
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consubstanciados em lucros cessantes, diferentemente do abalo


psicológico que autoriza ressarcimento em função de aspectos
subjetivos, deve haver a explícita comprovação dos prejuízos
reclamados, ou seja, daquilo que a parte deixou de receber, tendo
em vista a natureza objetiva do dano, sob pena de indeferimento.
Simples aborrecimentos da vida cotidiana não configuram
causa de dano moral, não se podendo admitir que qualquer
transtorno, como o equívoco ao proceder gravame em
veículo, em razão de ato de terceiro, enseje reparação,
mormente se não evidenciada ofensa à honra do autor. (TJ-
MG - Apelação Cível AC 10105110115703001 MG (TJ-MG)
Data de publicação: 04/10/2013) (grifo nosso)

Não há, pois, que se falar em danos morais sofridos pelo requerente,
razão pela qual deve ser julgado improcedente seu pedido.

II.5 - DO ABSURDO REQUERIMENTO DE RESSARCIMENTO DOS


HONORÁRIOS CONTRATUAIS DO PATRONO DA PARTE AUTORA

A parte autora requer a condenação do Estado em lhe ressarcir os


valores despedidos para contratar advogado PARTICULAR, contudo,
Excelência, salta aos olhos a singularidade do pedido de danos materiais
fundado nos gastos que a autora teve com advogado!

Ora, se a autora é pobre no sentido legal e não pode arcar com os


honorários advocatícios, deveria ter procurado a Defensoria Pública do
Estado, órgão competente para assistir àqueles que não podem arcar com
advogado. Se não o fez, foi por sua livre escolha e é um ultraje requerer que o
Estado de Minas Gerais arque com isso.

Eventual condenação do Estado em ressarcir tais supostos danos


materiais fere o Princípio da Impessoalidade, pois se estaria privilegiando uns
em detrimento de outros. Ora, como poderia o Estado pagar advogado particular
para alguns e outros serem assistidos pela Defensoria Pública? Por qual motivo
então, o Estado deveria instituir e manter a Defensoria Pública?

Ora, Excelência, tal pleito foge ao razoável, devendo prontamente


ser julgado improcedente.

III – ALTERNATIVAMENTE:

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III.1 - VALOR DA INDENIZAÇÃO DO DANO MORAL – VEDAÇÃO DO


ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA - DA FIXAÇÃO DOS DANOS
MORAIS

Ainda que se tenha demonstrado nos tópicos anteriores a manifesta


impossibilidade de se deferir em favor da parte autora o pedido de indenização
por danos morais em face do Estado de Minas Gerais, impondo-se a total
improcedência da demanda, em face do princípio da eventualidade, na remota
hipótese de se considerar que há direito ao recebimento de indenização, o réu
traça as seguintes considerações acerca do montante da eventual condenação e
sua forma de fixação.

É cediço que o montante da indenização por danos morais não é


pré-estabelecido em lei, mas há que se levar em conta o disposto no artigo 944 e
945 do Código Civil:

Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.


Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a
gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente,
a indenização.

Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento


danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a
gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.

Segundo bem observado em voto proferido nos autos n.º


1.0433.03.098699-9/002 pela Desembargadora Teresa Cristina da Cunha
Peixoto:

“(...) o valor a ser arbitrado, a título de dano moral, deve guardar


correspondência com a gravidade objetiva da lesão, o seu efeito
lesivo, ao que se acresce a verificação das condições econômicas
das partes.
O ressarcimento há que se dar em justa medida, de
modo que não implique em enriquecimento sem causa, mas que
também não sirva de estímulo para o causador do mal, impedindo-
o que cometa novas ações assemelhadas.

Na hipótese, o ressarcimento do dano moral não há de ser


restituído na íntegra, apenas apresentando-se como uma função
satisfativa, pois inexiste medida exata para o aferimento da dor

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que, como reconhecido, não pode ser mensurada monetariamente.


(...)”

Na hipótese dos presentes autos, analisando-se todos esses critérios,


postos pela doutrina e jurisprudência como necessários à fixação do valor da
indenização por danos morais, percebe-se que a quantia pleiteada pelo autor,
a título de indenização por danos morais é extremamente excessiva.

É excessiva porque não se coaduna com o efeito lesivo; tal valor,


ainda, implica enriquecimento sem causa do autor e ultrapassa em muito o
suficiente para estimular o Estado a adotar maiores cautelas; outrossim, tal valor
não teria uma função satisfativa, que deve permear indenizações da espécie, mas
sim enriquecedora.

Como se sabe, o valor da indenização deve estar pautado no


princípio da razoabilidade, bem como no respeito ao princípio da proibição
do enriquecimento sem causa.

Lapidar, a respeito, a advertência de CAIO MÁRIO DA SILVA


PEREIRA, para quem,

"É também princípio capital, em termos de liquidação das


obrigações, que não pode ela transformar-se em motivo de
enriquecimento. Apura-se o quantitativo do ressarcimento
inspirado no critério de evitar o dano ('de damno vitando'),
não porém para proporcionar à vítima um lucro ('de lucro
capiendo'). Ontologicamente subordina-se ao fundamento
de restabelecer o equilíbrio rompido, e destina-se a evitar o
absurda, data maxima venia, pelo que resta aqui formal e
expressamente impugnada. Afinal, para fins de
arbitramento da indenização, a fim de evitar -se o
enriquecimento ilícito, devem ser sopesadas as seguintes
circunstâncias: (a) a real natureza do evento em que se
envolveu o Autor; (b) a eventual ilegalidade da prisão
processual; e (c) a real condição sócio-econômica do Autor.

Alerta-se também que uma eventual decisão condenatória em face


do Estado de Minas Gerais deverá estar pautada na moderação e no
comedimento, visto que o dinheiro público será utilizado para o seu pagamento,
não podendo a sociedade arcar com pedidos de indenização desvirtuados do
contexto político e social do País.
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A par dessas considerações, abstraindo-se aqui a falta de


comprovação de erro por parte do agente estatal e de dano efetivo, os valores
eventualmente fixados pelo juízo monocrático na sentença de primeira instância
hão de observar patamares condizentes com a situação narrada nos autos e com
as condições econômicas do demandante.

Fica, pois, requerido que, na impensável eventualidade de se


condenar o Estado requerido no pagamento de verbas indenizatórios por danos
morais, a fixação do valor há de se dar de maneira módica, principalmente por
se tratar de condenação em face da Fazenda Pública.

III.2 - DOS JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA - APLICAÇÃO DO


IPCA EM ATENÇÃO À DECISÃO DO STF NO JULGAMENTO DO RE
870.947

Pelo princípio da eventualidade, na hipótese de restar vencido, a


utilização dos índices determinados para juros e correção monetária deve se dar
da seguinte forma:

No julgamento do Recurso Extraordinário 870.947, em que se


discutia os índices de correção monetária e juros de mora a serem aplicados nos
casos de condenação impostas contra a Fazenda Pública, o Supremo Tribunal
Federal decidiu que, mesmo no período da dívida anterior à expedição do
precatório, o fator de correção monetária a ser adotado é o Índice de Preços ao
Consumidor Amplo Especial – IPCA-E.

Quanto aos juros de mora incidentes sobre esses débitos, ficou


decidido que, na hipótese de débitos de natureza não tributária, o índice a ser
utilizado corresponde ao índice de remuneração básica da caderneta de
poupança, conforme art. 1º-F da Lei 9.494/97, com redação dada pela Lei
11.960/2009.

Por todo o exposto, nas decisões contra a Fazenda Pública, no


tocante aos juros de mora deverá ser observado o índice de remuneração
básica da caderneta de poupança, e quanto à correção monetária deverá ser
utilizado o Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial – IPCA-E.

III.3 – DA CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS –


PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE

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É pacífico que, no atendimento do mais simples sentimento de


justiça, o Princípio da Sucumbência deve fundamentar-se no Princípio da
Causalidade.

Como ensina PAULO NADER (Introdução ao Estudo do Direito,


13ª ed., Ed. Forense):

“O princípio da causalidade corresponde ao nexo existente entre a


causa e o efeito de um fenômeno. O eclipse solar, por exemplo, é
um efeito que se explica por uma determinada causa. O fenômeno é
um efeito que pode, dialeticamente, constituir-se em causa de um
novo fenômeno. Diante de um fato da natureza a indagação que se
apresenta é sempre um porquê. A explicação do fenômeno exige um
recuo ao passado, a fim de se constatar a circunstância que lhe
serviu de causa”.

No que diz respeito ao Princípio da Sucumbência, YUSSEF SAID


CAHALI, em seu “Honorários de Advogado”, já observava que a ideia da
causalidade não se dissocia da ideia da sucumbência.

Como pontua o renomado autor, a singela indagação a respeito de


qual das partes tenha dado causa ao processo, pelo mero bom senso, nos leva
imediatamente à resposta: a parte que estava errada.

Com efeito, pelo princípio da causalidade, o Estado de Minas


Gerais não deu causa à instauração da demanda.

Destarte, na abstrusa hipótese de procedência da demanda, o que


apenas se admite por hipótese, a condenação do Estado de Minas Gerais no
pagamento de honorários advocatícios, nos termos do art. 85, § 3º, do Novo
CPC, não deve prosperar, por violar frontalmente o princípio da causalidade.

IV – DO PEDIDO.

Ante o exposto, e considerando o mais que dos autos consta, é o


presente para requerer:

a) no mérito, seja julgado improcedente in totum o pedido inicial


em relação ao Estado de Minas Gerais, por todas as consideráveis razões antes
expendidas;
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b) Na eventualidade de se entender configurada a responsabilidade


civil da Administração, requer observância aos parâmetros retro, notadamente
ao art. 944 e 945 do CCB/2002, de forma a não se ensejar o enriquecimento
ilícito da parte autora. Requer, outrossim, a observância do IPCA-E para fins de
correção monetária e que os juros de mora sejam aqueles aplicados à caderneta
de poupança, nos termos do artigo 1º-F da Lei Federal n. 9.494/97, tudo em
atenção ao quanto decidido pelo STF no RE 870.947.

c) alternativamente, pugna não seja aplicado ao contestante os ônus


de sucumbência, tendo em vista que não deu causa ao ajuizamento da demanda,
ou, ainda, que seja observado o disposto no artigo 85, § 3º, do Código de
Processo Civil;

d) para a prova do alegado, protesta pela produção de todos os


meios de prova em direito admitidas, principalmente a posterior juntada de
documentos, oitiva de testemunhas e a prova pericial.

Requer, por fim, seja cadastrado o número da OAB da signatária


da presente manifestação e do Advogado Regional do Estado em Uberlândia, a
fim de que possam acompanhar o feito, sob pena de nulidade:

- LARISSA RODRIGUES RIBEIRO – OAB/MG 142.366


- RANIERI MARTINS DA SILVA - OAB-MG 83.515

Termos em que,
Pede deferimento.

Uberlândia, 05 de dezembro de 2017.

LARISSA RODRIGUES RIBEIRO


Procuradora do Estado
OAB/MG 142.366 MASP 1.327.248-9

LEONARDO CARVALHO VIRGA


Estagiário da Advocacia-Geral do Estado

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO


DA 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE UBERLÂNDIA
-MG

Autos Nº. 5023231-06.2016.8.13.0702


Autor: JOSÉ CARLOS SILVA
Réu: ESTADO DE MINAS GERAIS

O ESTADO DE MINAS GERAIS, Pessoa Jurídica de Direito


Público Interno, pelo Procurador do Estado infrafirmado, diante de suas atribuições
institucionais, nos autos da AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE
AUTO DE INFRAÇÃO C/C IINDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E
MORAIS, que lhe move JOSÉ CARLOS SILVA, vem diante de Vossa
Excelência, com fundamento nos artigos 336 e seguintes do Código de Processo
Civil, apresentar sua CONTESTAÇÃO, pelas razões fáticas e jurídicas que passa
a expor:

I – BREVE SÍNTESE DO FEITO

Trata-se de ação ordinária de anulação de multa cumulada com danos


morais e materiais.

Alega o autor ter sido penalizado com multas decorrentes de infração


de trânsito que que não cometeu.

Assim, requer o cancelamento e a anulação das multas supracitada.


Pediu ainda a reparação por danos morais e materiais, assim como a condenação
dos réus ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios.

Passa agora o requerido a demonstrar que a pretensão não está a


merecer acolhida pelas razões a seguir expostas:

II. DAS RAZÕES DE IMPROCEDÊNCIA DA DEMANDA

1- PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE E VERACIDADE DOS ATOS


ADMINISTRATIVOS – IMPOSSIBILIDADE DE INVERSÃO DO ÔNUS
DA PROVA
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A fiscalização de trânsito e a aplicação de multas são atos


administrativos, especificamente atos de poder de polícia, e, como tal gozam de
presunção de legitimidade e veracidade.

Nesse sentido:

“(...) Os atos administrativos, quando editados, trazem em si a presunção


de legitimidade, ou seja, a presunção de que nasceram em conformidade
com as devidas normas legais, como bem a nota DIEZ. Essa característica
não depende de lei expressa, mas deflui de própria natureza do ato
administrativo, como ato emanado de agente integrante da estrutura do
Estado.

Vários são os fundamentos dados a essa característica. O fundamento


precípuo, no entanto, reside na circunstância de que se cuida de aos
emanados de agentes detentores de parcela do Poder Público, imbuídos,
como é natural, do objetivo de alcanças o interesse público que lhes
compete proteger. Desse modo, inconcebível seria admitir que não tivessem
a aura de legitimidade, permitindo-se que a todo momento sofressem algum
entrave oposto por pessoas de interesse contrários. Por esse motivo é que
se há de supor que presumivelmente estão em conformidade com a lei (...)”
(José dos Santos Carvalho Filho, “Manual de Direito Administrativo”, 13ª
ed., Lumen Juris editora, Rio de Janeiro, 2005, p. 98).

Por tanto, a(s) autuação(ões) que o(a) autor(a) pretende anular, por se
tratar(em) de ato administrativo praticado por autoridade estatal, presumem-se
legítimas, e os fatos nela insculpido presumem-se verdadeiros.

Nesse sentido é a pacífica e remansosa jurisprudência, como


exemplifica o seguinte aresto:

APELAÇÃO CÍVEL. MULTA DE TRÂNSITO. BHTRANS. AGRAVOS


RETIDOS. PEDIDO EXPRESSO PARA EXAME. PRELIMINAR.
REJEIÇÃO. ILEGITIMIDADE PASSIVA DO MUNICÍPIO.
OCORRÊNCIA. ANULAÇÃO DA AUTUAÇÃO. OPORTUNIDADE.
PROVA INEQUÍVOCA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
INTELIGÊNCIA DO ART. 20, ' 41, DO CPC. RECURSOS A QUE SE
NEGAM PROVIMENTO. 1. Se a legitimação passiva está ligada àquele em
face do qual a pretensão levada a juízo deverá produzir seus efeitos, se
acolhida, na hipótese compete exclusivamente à BHTRANS a execução das
atribuições do trânsito municipal. 2. ""Os atos administrativos gozam de

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presunção de legitimidade e veracidade, principalmente aqueles vinculados
à atividade fiscalizadora do Estado. No entanto, em se tratando de uma
presunção ""iuris tantum"", tais atos praticados não são intocáveis,
podendo ser anulados acaso comprovado pelo autor o abuso da autuação.
Em outros termos, a autuação de trânsito lavrada pelo policial militar goza
da presunção de legitimidade e veracidade ""iuris tantum"", que somente
pode ser ilidida por prova em contrário a cargo do particular"". 3. Negar
provimento aos agravos retidos, rejeitar a preliminar e, no mérito, negar
provimento do apelo principal e ao recurso adesivo. (Apelação Cível
1.0024.03.998273-1/003, Relator(a): Des.(a) Célio César Paduani , 4ª
CÂMARA CÍVEL, julgamento em 12/05/2005, publicação da súmula em
04/08/2005) (Grifou-se)

A parte autora não trouxe aos autos qualquer elemento que afastasse
as presunções de legitimidade e veracidade contida nas autuações de trânsito, razão
pela qual não há como se cancelar a(s) multa(s) aplicada(s).

Há, pois, que se considerar que as autuações foram legítimas, razão


pela qual devem permanecer as multas aplicadas.

Mais uma vez, impende registrar que, nos termos da norma do artigo
373, I, do NCPC, compete à parte autora provar os fatos constitutivos do seu
direito, demonstrando, sobretudo, que não era a condutora dos veículos no
momento da autuação, pois alegar e não provar é o mesmo que não alegar.

É o quanto basta para se concluir pela improcedência do pedido.

2 – DA AUSÊNCIA DE PROVA DOS FATOS ALEGADOS -


IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO

Impende registrar que, nos termos da norma do art. 373, inciso I, do


NCPC, compete à parte autora provar os fatos constitutivos do seu direito,
demonstrando, sobretudo, que não era condutora do veículo no momento da
autuação, pois alegar e não provar é o mesmo que não alegar.

Depreende-se dos ensinamentos de José Frederico Marques, em sua


obra “Manual de Direito Processual Civil”, V. II, 1ª ed., p. 217/218, que discorre
sobre o onus probandi, que:

“A necessidade de provar para vencer, diz WILHELM KISCH, tem o


nome de ônus da prova. Não se trata de um direito ou uma obrigação,
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mas de um ônus, uma vez que a parte a quem incumbe fazer a prova
do fato suportará as conseqüências e prejuízos da sua falta e
omissão”.
“Como os fatos indicados pelo Autor são elementos constitutivos do
pedido que deduziu em juízo, cabe-lhe o ônus de provar esses fatos
para que sua pretensão seja acolhida e julgada”.

No caso em exame, deste ônus não se desincumbiu a parte


demandante a contento, restando ausente elemento probatório que emprestasse um
mínimo de veracidade às alegações expendidas na inicial de molde a embasar, de
modo satisfatório, as suas alegações. Cabe sempre a ressalva de que indícios não
são provas !!!!!!!

3 - DA INEXISTÊNCIA DE PROVA INEQUÍVOCA E DA


VEROSSIMILHANÇA DAS ALEGAÇÕES

Cumpre ao Estado de Minas Gerais asseverar que a parte autora não


logrou comprovar a verossimilhança de suas alegações, uma vez que as provas que
lastreiam a peça de ingresso não podem ser qualificadas como prova inequívoca do
suposto direito pleiteado judicialmente.

A prova inequívoca, in casu, deve mostrar a necessidade


inquestionável, documento indubitável que determine a obrigação do Estado de
suspender ou cancelar determinado ato administrativo. O que consta nos autos são
apenas indícios (e não prova inabalável), pressupostos estes que configurando
ausência do dever do Estado em suspender um ato legítimo, afastando, portanto,
a verossimilhança de suas alegações quanto ao alegado direito em face do
Requerido.

Neste diapasão, a antecipação dos efeitos da tutela pretendida pela


parte autora, na forma como estabelecida na inicial, pode se tornar um precedente
perigoso no âmbito dos deveres e limites constitucionalmente fixados, a
comprometer a estabilidade das Políticas de Segurança no Trânsito.

Desta feita, outra conclusão não há senão a da ausência de


verossimilhança das alegações da parte autora, haja vista a legitimidade dos atos
praticados pelo Estado de Minas Gerais.

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De toda sorte, verifica-se ausente, in casu, a verossimilhança do
direito pleiteado pela parte autora em face do Estado de Minas Gerais, seja em face
da patente legitimidade dos atos praticados pelo Estado de Minas Gerais.

4 - DOS DANOS MORAIS

A dor moral deve aflorar das provas dos autos para possibilitar sua
mensuração, sob pena de enriquecimento sem causa.

Nessa esteira, merece transcrever trecho da obra de Silvio Rodrigues,


Curso de Direito Civil quando afirma que:

“(...) a responsabilidade civil patrimonial ou


extrapatrimonial possui pressupostos que, se não forem
demonstrados, não geram o dever de indenizar, quais
sejam: a culpa; os danos; a relação de causalidade entre
a culpa e os danos”.

Ora, da narração do fato e da suposta ação dos agentes públicos


militares do ESTADO não se vislumbra dano material e moral que pudesse ter
sofrido o autor, de modo que não há que se falar em indenização a este respeito.

Destarte, o dano moral, sem prova convincente de suposto prejuízo à


imagem e honra, como no caso em apreço, não se consolida para efeitos de
ressarcimento, em especial se o autor não demonstrou de forma robusta em que
consistiram os supostos danos morais.

Não é razoável, como faz o autor, tentar tornar rendoso seu


comportamento, injustificado e até estranho, convenha-se. Não há porque se
lhe deferir qualquer coisa, maxima venia concessa.

Ante a improvável hipótese de vingar a pretensão indenizatória, o


valor a ser atribuído pelos danos morais há de ser mitigado, em muito, evitando-se
o enriquecimento sem causa do autor, em detrimento dos cofres públicos.

Ensina o festejado Professor Humberto Theodoro Júnior:

“ Impõe-se rigorosa observância dos padrões adotados


pela doutrina e jurisprudência, inclusive dentro da
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experiência registrada no direito comparado para evitar-
se que as ações de reparação de dano moral se
transformem em expedientes de extorsão ou de
espertezas maliciosas e injustificáveis.” (in
Responsabilidade Civil, 4.ed., Rio de Janeiro, AIDE,
1997, p.19).

De há muito é cediço o entendimento quanto ao direito das vítimas de


ofensas a patrimônio material de se verem indenizadas. Entretanto, os valores ditos
morais, a alma, a dor, não obedecem a parâmetros numéricos de valoração. Se a
vida e o amor fraterno não têm preço, a indenização pela ofensa o tem, cumprindo
ao Julgador seguir critérios objetivos em sua fixação. A indenização, em tal
hipótese, não se destina a reparação de sofrimento, angústia, dor, etc.

Segundo o magistério de Aguiar Dias, a reparação do dano moral deve


seguir um “processo idôneo” que busque para o ofendido um “equivalente
adequado”. Invoca a lição de Lacoste, segundo a qual não se pretende que a
indenização fundada na dor moral “seja sem limite”. A respeito, muito pelo
contrário, aduz:

“...a reparação será sempre, sem nenhuma dúvida, inferior ao


prejuízo experimentado, mas, de outra parte, quem atribuísse demasiada
importância a esta reparação de ordem inferior se mostraria mais preocupado com
a idéia de lucro do que mesmo com a injúria às suas afeições; pareceria especular
sobre sua dor e seria evidentemente chocante a condenação cuja cifra favorecesse
tal coisa” (apud Aguiar Dias, Da Responsabilidade Civil, 9ª ed., Rio de Janeiro,
Forense, 1994, v. II, p. 740, nota 63).

Ao caso sob exame, se possível fosse cogitar de alguma reparação,


venia concessa dever-se-ia aplicar a construção doutrinária e jurisprudencial
formada ao longo de anos. Mencionada construção tem utilizado,
sistematicamente, como parâmetros para a fixação, os seguintes fatores:

1 a gravidade da lesão;

2 a intensidade do dolo ou culpa do ofensor;

3 a capacidade econômica do responsável;

4 a situação sócio-econômica da vítima.


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Não se pense, nunca, que o Poder Público seja economicamente


gigantesco, se comparado ao particular, no caso o autor da ação. Tal ideia se
desvanece quando se sabe a difícil situação financeira do País e seus entes
federados, muito especialmente aquela estabelecida entre a União e o Estado de
Minas Gerais. É força ter-se em mente o descomunal déficit das contas públicas e
da Previdência Social. E quanto aos vencimentos pagos aos funcionários, a par de
insuficientes, em grande medida, comprometem grande parte dos recursos obtidos
através dos impostos e outras receitas. Permite-se aqui o Estado/réu ponderar que
seria extremamente injusto o estabelecimento de privilégio para o autor desta ação
(ou de qualquer outra), apenas em virtude da origem de sua necessidade.

A propósito, calha à fiveleta judicioso voto proferido em julgamento


de apelação no Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, justamente
sobre responsabilidade civil do Estado:

“...é certo que inexistem normas de caráter objetivo que


autorizem a determinação do quantum, o que propicia
mensuração subjetiva, não menos certo é o fato de que
não se presta, a indenização, ao enriquecimento por
automatismo. Há mais a se considerar: o Estado não é
um ente inanimado. Anima-o, move-o o povo, os que
labutam, os que trabalham. Os ressarcimentos que ele
paga decorrem da produção dos trabalhadores, de
qualquer seara, mas trabalhadores. A imprudência, a
negligência ou imperícia da Administração, infelizmente
traz conseqüências aos cidadãos contribuintes e
trabalhadores. Por isso o ressarcimento por uma vítima
tange centenas de outras.” (Ap. cível 250.092-1, Rel.
Des. Afonso Faro, TJSP - in LEX-JTS 189/139).

Em sede doutrinária, precisamente no posicionamento do Emérito


Caio Mário da Silva Pereira, encontra-se firme consonância com o entendimento
acima expendido:

“E, se em qualquer caso se dá à vítima uma reparação


de damno vitando, e não de lucro capiendo, mais do que
nunca há de estar presente a preocupação de conter a
reparação dentro do razoável, para que jamais se
converta em fonte de enriquecimento.” (in Instituições de
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Direito Civil, 8.ed., Rio de Janeiro: Forense, 1986, v.II,
p.235).

Desse modo, a indenização por dano moral causado há de ser tal que
possa aproximar ao máximo a vítima do status quo ante, promovendo-lhe um
reconforto capaz de amenizar-lhe a dor, mas não deverá ser fonte de
enriquecimento, ou seja, o que garante o Direito é a reparação do dano e não a
melhora das condições em que antes se encontrava a vítima, através de incremento
desmensurado e injustificado de sua fortuna. Justamente em razão disso é que os
Tribunais do País, com inegável acerto, têm decidido:

“Ao magistrado compete estimar o valor da reparação


de ordem moral, adotando os critérios da prudência e do
bom senso e levando em estima que o quantum arbitrado
representa um valor simbólico que tem por escopo não o
pagamento do ultraje - a honra não tem preço - mas a
compensação moral, a reparação satisfativa devida pelo
ofensor ao ofendido” (TJPR - Ap. 19.411-2, Rel. Des.
Oto Luiz Sponholz, ac. 05/05/1992, in “RP” 66/206).

“ Ao fixar o valor da indenização, não procederá o juiz


como um fantasiador, mas como um homem de
responsabilidade e experiência, examinando as
circunstâncias particulares do caso e decidindo com
fundamento e moderação. Arbítrio prudente e moderado
não é o mesmo que arbitrariedade.” (Oliveira Deda,
Enciclopédia Saraiva cit., v. 22, p. 290).

5 - DA IMPROCEDÊNCIA DOS DANOS MATERIAIS

No que tange ao cabimento da reparação do dano material, o autor


sequer apresenta prova robusta que demonstre a efetiva diminuição patrimonial, já
que o dano meramente hipotético não é passível de ser indenizado.

Neste sentido, vale à pena transcrever o que leciona Carlos Alberto


Bittar, que define:

“a) SÃO PATRIMONIAIS os prejuízos de ordem econômica


causado por violações a bens materiais ou imateriais de seu
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acervo. (...)” (Reparação civil por danos morais. São Paulo:
Ed. Revista dos Tribunais, 1993. pág. 28).

Previamente cabe destacar que não restou comprovado nos autos


que o Autor tenha sofrido prejuízos financeiros em decorrência de conduta
estatal.

O dano material indenizável deve ser certo e não meramente


hipotético. A indenização deve representar exatamente a parcela do patrimônio
atingida pelo ato ilícito. In casu, a autora apenas descreve dano hipotético e valor
aproximado, o que não é suficiente para comprovar a redução patrimonial.

6 - DA INEXISTÊNCIA DE ATO ILÍCITO POR PARTE DO ESTADO DE


MINAS GERAIS – RESPONSABILIDADE SUBJETIVA – AUSÊNCIA DE
COMPROVAÇÃO – CONJUNTO PROBATÓRIO INSUFICIENTE

Requer a Parte Autora a condenação do Estado ao pagamento de


indenização por danos morais. Conforme os argumentos já expostos e os que vão a
seguir, tal pretensão não merece prosperar.

Impende registrar que compete à parte autora provar os fatos


constitutivos do seu direito, demonstrando, sobretudo, que a omissão do Estado
deu causalidade ao dano sofrido.

No caso em exame, deste ônus não se desincumbiu a parte


demandante a contento, restando ausente elemento probatório que emprestasse um
mínimo de veracidade às alegações expendidas na inicial de molde a embasar, de
modo satisfatório, as suas alegações.

Ademais, onde não existe causalidade jurídica, ou seja, relação de


causa e efeito entre o evento (dano) e a ação (omissão) que o produziu, não há
dever de responder. Por essa simples conclusão lógica, não merece prosperar o
pedido alegado.

Insta ainda salientar que, nos casos de omissão do Estado (ato


omissivo), sua responsabilidade será subjetiva e não objetiva, devendo ser
comprovado o dolo ou culpa do agente estatal em sua omissão para que surja o
dever de indenizar.
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Merece acolhimento as lições ministradas pelo Professor Celso


Antônio Bandeira de Melo, quando defende a subsistência da responsabilidade
subjetiva na ausência de ato comissivo do Estado, devendo ser comprovada de
forma inquestionável o dano causado pelo agente, vejamos:

“Quando o dano foi possível em


decorrência de uma omissão do Estado, é de
aplicar-se a teoria da responsabilidade subjetiva.
Com efeito, se o Estado não agiu, não pode,
logicamente, ser ele o autor do dano. E se não foi o
autor, só cabe a responsabilizá-lo se descumpriu
dever legal que lhe impunha obstar o evento lesivo”

Sobre o instituto Sílvio Rodrigues ensina que:

“Se diz subjetiva a responsabilidade


quando se inspira na ideia de culpa e que de acordo
com o entendimento clássico da concepção
tradicional a responsabilidade do agente causador
só se configura se agiu culposa ou dolosamente. De
modo que a prova da culpa do agente causador do
dano é indispensável para que surja o dever de
indenizar. A responsabilidade, no caso, é subjetiva,
pois depende do comportamento do sujeito (2002, p.
11).”

Não houve qualquer ação do Estado que tipificasse uma conduta


causadora de dano à parte autora, e muito menos a comprovação que os agentes
estatais agiram com dolo ou culpa para a caracterização da responsabilidade
subjetiva do Estado.

III - PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE

1 – PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE

Ao lume do que fora predito, em caso de sucumbência do ESTADO, é


de rigor que os ônus sucumbenciais sejam imputados ao postulante, tendo em vista

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que não foi o ESTADO o responsável pela instauração da presente lide, que se deu
em razão de peculiaridades referentes ao caso concreto em voga.

Não se desconhece que o direito brasileiro, pelo princípio da


sucumbência, impõe, em linha de princípio, à parte perdedora o ônus financeiro do
processo, incluindo aí as despesas processuais e os honorários do advogado da
parte eventualmente vencedora.

Ocorre que, às vezes, a aplicação deste mesmo princípio não permite


alcançar a solução mais razoável, nessa matéria, socorrendo-se o ordenamento
jurídico, então, do princípio da causalidade, pelo qual “aquele que deu causa à
propositura da demanda ou à instauração de incidente processual deve responder
pelas despesas daí decorrentes”1.

Segundo Carnelutti, “é justo que aquele que tenha feito necessário o


serviço público da administração da Justiça lhe suporte a carga; e, de outro lado, é
oportuno, pois a previsão deste encargo reage a uma contenção no sentido de se
fazer o cidadão mais cauteloso” (Sistema di Diritto Processuale Civile, vol, I, nº
168, p. 436).

Com efeito, o requerido não deve suportar os encargos sucumbenciais,


na medida em que ele próprio deu causa à instauração da demanda ao não
promover a quitação total das verbas a que sabidamente era obrigado a pagar, caso
quisesse reaver o bem apreendido.

IV – CONCLUSÃO E REQUERIMENTOS

Ante o exposto, e considerando o mais que dos autos consta, é o


presente para requerer:

a) seja julgado improcedente in totum o pedido inicial em relação ao


Estado de Minas Gerais, por todas as consideráveis razões antes expendidas;

b) alternativamente, que a improvável condenação se dê em valores


módicos, observada a razoabilidade e as condições financeiras de demandante e
demandando, de modo a se evitar o enriquecimento ilícito;

1
NERY JR., Nelson. NERY, Rosa Maria Andrade. Código de processo civil comentado. 4ª ed. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 1999. p. 424
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c) ainda em face da eventualidade, pugna pela não aplicação ao
contestante os ônus de sucumbência, em razão dos argumentos antes expostos;

d) para a prova do alegado, protesta pela produção de todos os meios


de prova em direito admitidas, principalmente a posterior juntada de documentos,
oitiva de testemunhas e a prova pericial.

Nestes termos,
Pede e espera deferimento.

Uberlândia, 2 de fevereiro de 2018.

TIAGO SANTANA NASCIMENTO ANA LUIZA DE OLIVEIRA


Procurador do Estado PAOLUCCI
OAB/MG 146.878 MASP 1.345.894-8 Estagiária da Advocacia Geral do
Estado – AGE/MG

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE UBERLâNDIA

1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

Avenida Rondon Pacheco, 6130, - lado par, Tibery, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38405-142

PROCESSO Nº 5023231-06.2016.8.13.0702

PROCEDIMENTO COMUM (7)

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, POLICIA CIVIL DO ESTADO DE MINAS GERAIS,


DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL

Vista ao autor para impugnar a contestação.

UBERLâNDIA, 6 de fevereiro de 2018

Número do documento: 18020611231224700000036004174


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Assinado eletronicamente por: LUANA CARINE DO CARMO - 06/02/2018 11:24:17 Num. 37203325 - Pág. 1
Petição em anexo.

Número do documento: 18030715273997100000037751398


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Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 07/03/2018 15:27:40 Num. 38964596 - Pág. 1
Excelentíssimo (a) Senhor (a) Doutor (a) Juiz (a) de Direito da 1ª Vara
da Fazenda Pública da Comarca de Uberlândia – Minas Gerais

Proc.: 5023231-06.2016.8.13.0702

JOSÉ CARLOS SILVA, devidamente qualificado nos autos em epígrafe,


que move em desfavor de ESTADO DE MINAS GERAIS e outros, igualmente
qualificada, vem, respeitosamente, à presença de V. Exa., por intermédio de seus
procuradores que a esta subscrevem, e com fulcro no art. 350 do CPC/15, apresentar sua
IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO pelos motivos de fato e de direito que
passa a expor.

I – DA TEMPESTIVIDADE

Inicialmente, cumpre mencionar que a presente impugnação à contestação é


tempestiva, senão veja-se.

O Requerente teve ciência da intimação para apresentar a impugnação à


contestação pelo prazo de 15 (dez) dias em 09/02/2018, assim, o prazo iniciou-se em
15/02/2018, encerrando-se em 07/03/2018. Tendo em vista que nos dias 12, 13 e 14 de

Número do documento: 18030715261246200000037751493


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fevereiro devido ao feriado de carnaval restaram suspensos os prazos. Tempestivo,
portanto, a presente impugnação à contestação.

II – BREVE RELATO DA CONTESTAÇÃO

Em sede de contestação, o Requerido não alega nenhuma tese preliminar.

No mérito, o Requerido alega a atividade administrativa das Autarquias e


alega inexistência de danos materiais e morais passíveis de indenização.

Ainda, aduz pela falta de nexo de causalidade e alega excludente de ilicitude.

Ao final, pugna pela não aplicação da inversão do ônus da prova, pois não há
verossimilhança das alegações do Autor.

Destaca-se que o Requerido não junta à contestação nenhum documento que


comprove fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do Autor.

Em que pese o entendimento do Requerido, conforme demonstrar-se-á


adiante, suas alegações não merecem guarida.

III – EMBATE ÀS TESES MERITÓRIAS DA REQUERIDA

III.I – DA TESE: “PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE E VERACIDADE DOS


ATOS ADMINISTRATIVOS – AUSENCIA DE PROVA DOS FATOS

Número do documento: 18030715261246200000037751493


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ALEGADOS - INEXISTENCIA DE PROVA INEQUIVOCA E
VEROSSIMILHANÇA DA ALEGAÇÔES”

O Requerido Estado de Minas Gerais alega que a Administração Pública


direta ou indireta está adstrita ao princípio da legalidade previsto no art. 37 da
Constituição Federal.

Pois bem, o princípio da legalidade aparece expressamente na nossa


Constituição Federal em seu art. 37, caput, que dispõe que “a administração pública
direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência”. Encontra-se fundamentado ainda no art. 5º, II, da mesma carta,
prescrevendo que: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
em virtude da lei”.

Como leciona Hely Lopes Meirelles: “a legalidade, como princípio de


administração, significa que o administrador público está, em toda sua atividade
funcional, sujeito aos mandamentos da lei, e às exigências do bem comum, e deles não se
pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se à responsabilidade
disciplinar, civil e criminal, conforme o caso”.

Ora Exa., clarividente que, primeiro, o Autor teve sua carteira de habilitação
suspensa de forma indevida, por infrações causadas por veículo do qual nunca fora
proprietário e nem conhecimento.

Ademais, as infrações, foram cometidas no âmbito da administração pública


direta ou indireta, de modo que, caso não tivesse ocorrido, mas somente as demais, o
Autor não teria perdido seu direito de dirigir, pois a pontuação não ultrapassaria o limite
máximo anual.

Número do documento: 18030715261246200000037751493


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Não obstante, o Requerido alega que, em cumprimento a sua função,
encaminha ao proprietário do veículo, no prazo legal, as notificações de autuação e de
imposição de penalidades nos termos dos arts. 281 e 282 do Código de Trânsito
Brasileiro.

Ocorre Exa., que o Autor NUNCA RECEBEU QUALQUER


NOTIFICAÇÃO DE AUTUAÇÃO DO REFERIDO VEÍCULO, isto, pois, o Autor não
é e nunca foi proprietário do automóvel de placa JHP-0269, de modo que, somente tivera
ciência das multas, quando recebeu notificação sobre a suspensão de sua CNH.

Ainda Exa., clarividente que o Autor não poderia produzir as referidas provas,
tendo em vista que, NUNCA recebeu qualquer notificação de autuação de multas de
trânsito, de modo que, somente tomara conhecimento do ocorrido, quando foi notificado
acerca da suspensão de sua CNH, que foi justamente quando o Autor procurou entender
o que havia acontecido.

Ademais, o Autor não possui qualquer informação de quem é o real


proprietário do veículo.

Não obstante, o Autor, acosta documento que demonstra que o mesmo possui
apenas um veículo em sua propriedade, qual seja, motocicleta Honda/CG 150 Fan, placa
HOC-9638.

Por outro lado, o Autor desconhece o agente financeiro que arrendou o


veículo gerador das infrações, e, em busca de informações da referida empresa, a mesma
localiza-se justamente no Estado de São Paulo, mais um motivo que demonstra que as
alegações do Autor são verídicas, pois, o mesmo é natural de Itumbiara/GO e reside há
muitos anos em Uberlândia/MG.

Número do documento: 18030715261246200000037751493


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Veja abaixo documento de Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica da referida
empresa:

Número do documento: 18030715261246200000037751493


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Deste modo, clarividente que o Autor foi vítima de fraude na realização de
contrato com a empresa DIBENS LEASING ARR MERCANTIL, e, consequentemente,
de todos os transtornos gerados pela circulação de veículo que não é da propriedade do
Autor, mas que, de forma fraudulenta foi adquirido em seu nome.

Portanto Exa., as alegações do Requerido não merecem prosperar, de modo


que, a ação deve ser julgada totalmente procedente.

III.II - DA TESE: “DO NEXO DE CAUSALIDADE E DA EXCLUDENTE DE


ILICITUDE”

Requer o Requerido a improcedência do pedido indenizatório tendo em vista


a ausência de nexo de causalidade entre a conduta do Requerido e o alegado prejuízo pelo
Requerente, bem como pela ausência de qualquer responsabilidade do Requerido pelos
supostos prejuízos suportados pelo Requerente.

Ora Vossa Excelência, destaca-se que a responsabilidade a ser aplicada no


caso em questão é a responsabilidade objetiva, a qual independe de prova da culpa ou
dolo por parte do causador do dano.

Neste sentido, é importante ressaltar que o Código de Defesa do Consumidor


consagrou a responsabilidade objetiva do fornecedor e do comerciante, tendo em vista
especialmente o fato de vivermos, hoje, em uma sociedade de produção e de consumo em
massa, responsável pela despersonalização ou desindividualização das relações entre
produtores, comerciantes e prestadores de serviços, em um polo, e compradores e usuários
do serviço em outro. Dando assim, maior proteção ao consumidor, polo hipossuficiente e
fraco da relação, pois pelo instituto da responsabilidade objetiva, o fornecedor do serviço,

Número do documento: 18030715261246200000037751493


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ora o Banco Requerido, responderá independentemente de culpa ou dolo pelo dano moral
e material causado ao consumidor, neste caso, o Requerente. Veja o art. 14 do CDC e a
jurisprudência sobre o assunto:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da


existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como
por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

A alegação de falta de nexo causal entre a conduta do Requerido e o dano


causado e devidamente comprovado pelo Requerente é totalmente descabida, eis que foi
por meio das insistentes ligações dos funcionários do Banco Requerido, que o Autor
aceitou o envio do cartão de crédito, sob a informação de que só seriam cobrados taxas e
anuidades, no caso de utilização do cartão de crédito para compras, o que gerou danos
materiais e morais ao Autor, pois antes mesmo de receber o cartão, foi surpreendido com
o recebimento de boleto para pagamento de seguro sequer contratado e autorizado.

Assim, há também a responsabilidade civil prevista nos arts. 927 e 931 do


CPC/15, que decorre do simples fato de dispor-se alguém a realizar atividade de produzir,
estocar, distribuir e comercializar produtos ou executar determinados serviços, caso este
em que inquestionavelmente se enquadra o Requerido.

Dessa forma, o Requerente impugna expressamente os termos da defesa, pelo


que requer seja a presente ação julgada procedente.

III.III – DA TESE: “DA INEXISTÊNCIA DE DANO MORAL”

Número do documento: 18030715261246200000037751493


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O Requerido alega não ter cometido ato ilícito ensejador de dano moral e
material, tendo em vista que, aduzem ter agido de forma legítima e em total conformidade
com as disposições do Código de Trânsito Brasileiro.

Ocorre Exa. que, a conduta do Estado é danosa e abusiva, ofende direitos


basilares do indivíduo, constitui-se em verdadeiro abuso de poder e confiança. Foi além
do limite permitido em lei e ofendeu direitos personalíssimos do Autor, e nesta toada, o
dano moral reside dos próprios fatos narrados, pois atribuir a infração de trânsito cometida
por um veículo que não é e nunca foi de sua propriedade, causando-lhes transtornos
imensuráveis, visto que teve sua CNH cassada, e por isso necessário se fez a realização
de curso de reciclagem e ainda permanece impedido de dirigir os veículos que de fato são
de sua propriedade.

Dano moral, frise-se é o dano causado injustamente a outrem, que não atinja
ou diminua o seu patrimônio; é a dor, a mágoa, a tristeza infligida injustamente a outrem
com reflexo perante a sociedade. Não se pode deixar de favorecer compensações
psicológicas ao ofendido moralmente que, obtendo a legítima reparação satisfatória,
poderá, porventura, ter os meios ao seu alcance de encontrar substitutivos, ou alívios,
ainda que incompletos, para o sofrimento. Já que, dentro da natureza das coisas, não pode
o que sofreu lesão moral recompor o "status quo ante" restaurando o bem jurídico
imaterial da honra, da moral, da autoestima, da dignidade da pessoa humana agredidos.

Dessa forma, é de responsabilidade dos Requeridos responder pela conduta


que deu ensejo aos transtornos injustamente causados à parte autora, conforme preceitua
os arts. 186 e 927 do Código Civil, e art. 5º, incisos V e X da Constituição Federal de
1988, os quais disciplinam sobre o dano moral, veja-se:

Número do documento: 18030715261246200000037751493


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Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,


independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando
a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por
sua natureza, risco para os direitos de outrem.

Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem;

X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem


das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou
moral decorrente de sua violação;

Ora, Vossa Excelência, é evidente que houve conduta ilícita e abusiva dos
Requeridos contra o Requerente, o que provocou sérios constrangimentos de ordem moral
desnecessários e que ultrapassam as barreiras do mero aborrecimento.

Harmonizando os dispositivos legais feridos é de inferir-se que a reparação


satisfatória por dano moral é abrangente a toda e qualquer agressão às emanações

Número do documento: 18030715261246200000037751493


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personalíssimas do ser humano, tais como a honra, dignidade, reputação, liberdade
individual, vida privada, recato, abuso de direito, enfim, o patrimônio moral que
resguarda a personalidade no mais lato sentido.

Para Cahali:

“O atentado ao bem-estar psicofísico do indivíduo deve apresentar uma


certa magnitude ou expressividade para ser reconhecido como dano
moral, não bastando um mal estar trivial, de escassa importância,
próprio do risco cotidiano da convivência em sociedade. Haveria, por
assim dizer, um limite mínimo de tolerabilidade a partir do qual a lesão
se configura como relevante e prejudicial, hábil/suficiente a embasar a
responsabilidade indenizatória. Haveria como que um ‘piso’ de
incômodos, inconveniente e desgostos a partir dos quais se configura o
dano moral indenizável” (CAHALI, Yussef Said. Dano Moral, p.53)

No que tange a Reponsabilidade do ente público, o ato ilícito é considerado


praticado, quando não há um mandamento legal que autorize a conduta do estado, posto
que, a agente público somente poderá agir nos limites estabelecidos pela lei.

O Código Civil buscou, no âmbito da Responsabilidade Civil, abarcar não


apenas a reparação dos danos que atingem o patrimônio dos indivíduos, mas também
àqueles de ordem exclusivamente moral, ou seja, aqueles que ferem a liberdade, a honra,
a saúde (mental ou física), a imagem e intimidade dos cidadãos.

Os Requeridos contestam também, o quantum pleiteado à título de


indenização pelos danos morais sofridos.

Número do documento: 18030715261246200000037751493


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Desta forma, sobre o valor a ser fixado a título de dano moral não se tem no
ordenamento jurídico brasileiro limites pré-determinados para o arbitramento de tal dano,
contudo, existem alguns requisitos para se chegar ao valor da condenação.

Dentre estes requisitos tem-se a proporcionalidade e a razoabilidade, os


quais o juiz deve-se valer a fim de se determinar um montante justo. Pela
proporcionalidade se entende que ao fixar o valor do dano moral o douto julgador deve
observar que o montante da condenação deve ser equivalente à lesão sofrida, desta forma
se tem também a razoabilidade, pois verificando a correspondência entre o valor
estabelecido e o dano, o magistrado se utiliza do bom senso e da lógica.

Outro ponto a ser suscitado é do caráter pedagógico do dano moral, vez


que este deve educar os condenados a não praticarem mais o ato danoso além de servir
como exemplo social, com o propósito de reprimir a sociedade em geral de condutas
semelhantes.

Por último, têm-se as condições econômicas tanto de quem indenizará quanto


de quem será indenizado, ora aqui não se roga enriquecimento ilícito, apenas a observação
das condições financeiras dos Réus, para que não seja decretado um valor ínfimo que não
terá caráter punitivo e nem compensará o dano, posto que os Requeridos tem elevada
condição financeira e seria indiferente o pagamento de baixo valor pecuniário.

Por todo exposto, requer o Autor que seja fixado o valor de R$ 50.000,00
(cinquenta mil reais) a título de danos morais, valor este justo, sensato e atendendo assim
a todos os requisitos para arbitramento de dano moral.

Todavia, baseando-se no princípio da eventualidade/concentração, caso V.


Exa., entenda que o quantum indenizatório seja outro, fixe-os pelos seus próprios critérios

Número do documento: 18030715261246200000037751493


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analíticos e jurídicos, desde que compatíveis com a real extensão do dano sofrido pelo
Autor e pelas especificidades do caso.

III.IV – DA TESE: “DA INEXISTÊNCIA DO DANO MATERIAL”

O Requerido alega que não merecem ser condenados a indenização por danos
materiais ao Autor.

No entanto, segundo prescreve o art. 186 do Código Civil, “aquele que, por
ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”

Também preceitua o art. 927 do Código Civil: “Aquele que, por ato ilícito
(art. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.”

Assim, de acordo com as normas positivadas em nosso ordenamento jurídico,


o dano causado ao Autor é proveniente de ato ilícito, gerando a obrigação de indenizar.

Não há dúvidas que no caso em questão o dano causado ao Autor se revestiu


de imprudência e negligência, causada pelo Estado, ao atribuir ao Requerente a
propriedade de um veículo com placa de Brasília/DF e que nunca foi seu. Não lhe dando
sequer direito ao contraditório e ampla defesa, posto que nunca foi notificado dos autos
de infração, sendo surpreendido com a cassação de sua CNH.

Em razão desse fato, teve o Requerente que arcar com diversas despesas,
causando danos patrimoniais que podem ser claramente demonstrados nos documentos
anexados à inicial.

Número do documento: 18030715261246200000037751493


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➢ Curso de Reciclagem no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais)
➢ Simulado DIRETRAN no valor de R$ 20,00 (vinte reais)
➢ Manual do aluno DIRETRAN no valor de R$ 20,00 (vinte reais)

Sendo assim Exa., não merecem as alegações dos Requeridos, devendo a


demanda ser julgada procedente, no que tange aos danos materiais no valor de R$ 540,00
(quinhentos e quarenta reais), e, ainda, de danos morais, em importe não inferior a R$
60.000,00 (sessenta mil reais).

III.V – DA TESE: “DO VALOR DO DANO – DA VEDAÇÃO DO


ORDENAMENTO JURIDICO AO ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA”

A parte Requerida aduz que o valor do dano moral pedido pela Autora é
desproporcional e que a parte Requerente está procurando uma forma de se enriquecer
ilicitamente.

Ocorre que no sistema jurídico brasileiro não existem limites


predeterminados para arbitramento do referido dano, porém, existem alguns requisitos
para se chegar ao valor da condenação.

Dentre os requisitos, tem-se a proporcionalidade, que determina que o valor


da condenação seja equivalente ao dano sofrido. E outro requisito é a razoabilidade, onde
o juiz, por meio do bom senso e da lógica, delibera sobre a quantia a ser indenizada à
pessoa que sofreu o dano.

O instituto do dano moral possui funções, e uma delas é demonstrar seu


caráter pedagógico ao agente causador do dano a fim de desestimular a prática de novas
ações danosas.

Número do documento: 18030715261246200000037751493


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No caso em voga, o Requerido é o Estado de Minas Gerais, e não há motivo
para que seja decretado um valor irrisório de indenização, pois se fosse dessa forma, a
medida não surtiria efeitos de caráter punitivo e pedagógico ao agente causador do dano,
e sequer uma compensação justa para o Requerente.

Assim, o Requerente impugna as referidas alegações, devendo ser arbitrado


valor justo e proporcional ao dano sofrido por ele e as especificidades do caso.

III.VI - DA TESE: “DA IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DA REGRA DA


INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA”

Aduz o Requerido não ser possível a inversão do ônus da prova, porquanto


não demonstrada a verossimilhança das alegações da Autora
.
Conforme já mencionado na exordial, em regra, o ônus da prova incumbe ao
autor, quanto o fato constitutivo de seu direito e ao réu, quanto à existência fato
impeditivo, modificativo, ou extintivo do direito do autor, conforme preceitua o artigo
373, incisos I e II do Código de Processo Civil.

Não obstante, o Código de Defesa do Consumidor garante ao consumidor o


direito a inversão do ônus da prova legal, prevista em seu artigo 6º, inciso VIII, face ao
desequilíbrio existente entre consumidor e fornecedor, buscando assim, amenizar a
diferença de forças existentes entre polos processuais.

A inversão do ônus da prova prevista no Código de Defesa do Consumidor


que possibilita a inversão do ônus probatório é de suma importância vez que o consumidor
é sem dúvidas a parte mais frágil da relação firmada entre fornecedor e consumidor,

Número do documento: 18030715261246200000037751493


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merecendo proteção contra possíveis abusos a serem praticados pelos fornecedores de
produtos ou serviços.

Logo após a entrada em vigor da Lei nº 8.078/90 surgiu uma discussão entre
os doutrinadores quanto aos requisitos autorizadores da inversão do ônus probatório,
prevendo a lei que deve estar demonstrada a verossimilhança das alegações e a
hipossuficiência do consumidor.

Porém, atualmente tal entendimento já restou consolidado, haja vista o


legislador não ter deixado margem para essa discussão quando inseriu no texto a frase
“verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente”. A partir da existência da
utilização da conjunção “ou” a presença de um ou outro requisito é suficiente para que
seja determinada a inversão do ônus da prova.

No caso em tela, verifica-se a presença de ambos os requisitos para o


deferimento da inversão do ônus da prova.

Por outro lado, o Requerido detém de meios muito mais eficazes de prova.
Verifica-se, Exa., que o Requerido é hiperssuficiente técnico em relação ao Autor, ora,
hipossuficiente.

Nesse sentido a jurisprudência tem se manifestado, senão veja-se:

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA


- ART. 6º, VIII - MOMENTO ADEQUADO - ATÉ A PROLAÇÃO
DO SANEADOR - IMPOSSIBLIDADE DE APLICAÇÃO APENAS
NA SENTENÇA. - A inversão do ônus da prova foi introduzida no
nosso ordenamento jurídico, de forma expressa, pelo art. 6º, VIII,
do CDC, que institui como direito básico do consumidor "a

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facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do
ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do
Juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,
segundo as regras ordinárias da experiência." - A definição do
momento processual adequado para que se delibere sobre a inversão do
ônus da prova é de extrema importância, não só porque a inversão
representa uma exceção à regra geral de distribuição do ônus da prova,
como também para que se resguardem garantias constitucionais, como
a ampla defesa, o contraditório e a igualdade entre as partes da relação
litigiosa. - Aplicar a inversão, apenas na sentença, significa introduzir
na relação processual um elemento odioso de surpresa, pois o réu, que,
até o momento da decisão final, orientava-se, na produção de prova,
pelo art. 333, do CPC, de repente fica sabendo que o Julgador entende
que deveria ter provado, também, a inexistência dos fatos constitutivos
do direito do autor. Tal forma de se conduzir o processo é por demais
injusta, subvertendo-se as garantias de certeza e segurança que o
Direito, desde a Idade Moderna, vem tentando manter, a duras penas.
(TJ-MG - AC: 10312110019147001 MG, Relator: Eduardo Mariné da
Cunha, Data de Julgamento: 16/03/2016, Câmaras Cíveis / 17ª
CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 29/03/2016) (Grifo Nosso)

Todavia, caso Vossa Excelência não entenda ser o caso de aplicação do ônus
da prova legal, o Novo Código de Processo Civil prevê no §1° do art. 373 a possibilidade
de inversão do ônus da prova judicial, ou seja, o juiz poderá determinar a distribuição do
ônus da prova, de modo diverso, entre os integrantes da relação processual caso entenda
existir dificuldade excessiva para determinada parte (aquela que possui originalmente o
encargo de produzir a prova), e, de outro lado, verifique maior facilidade da parte adversa
em fazê-lo. Situação está que se encaixa ao Requerente, uma vez que o mesmo é
hipossuficiente em questões probatórias.

Número do documento: 18030715261246200000037751493


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Assim, ante ao atendimento dos requisitos previstos no art. 6°, inciso VII do
Código de Defesa do Consumidor, o Autor impugna as alegações do Requerido, pelo que
requer seja concedida a inversão do ônus da prova.

III.VII – DA TESE: “DOS JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA”

Requer a Requerida em caso de eventual condenação à indenização, que a


correção monetária e os juros de mora incidam a partir da fixação do montante
indenizatória a título de danos morais e não a partir da data do evento danoso.

Ora Vossa Excelência, o justo e correto é que os juros moratórios e a correção


monetária incidem desde a prática do ato ilícito, que no caso foi é a suspensão da CNH
do Requerente, conforme prega o art. 398 do Código Civil Brasileiro, veja o artigo in
verbis:

Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o


devedor em mora, desde que o praticou.

Este também é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, veja a súmula


43 do STJ:

Súmula 43/STJ - 12/07/2016. Correção monetária. Ato ilícito.


Responsabilidade civil. Incidência a partir do efetivo prejuízo.
CCB, art. 159. CCB/2002, art. 186. «Incide correção monetária sobre
dívida por ato ilícito a partir da data do efetivo prejuízo.»

Há jurisprudências do Tribunal de Minas Gerais neste mesmo sentido:

Número do documento: 18030715261246200000037751493


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APELAÇÕES CÍVEIS - AÇÃO DECLARATÓRIA DE
INEXISTÊNCIA DE DÍVIDA C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS - RESPONSABILIDADE CIVIL - ATO ILÍCITO -
EXCLUDENTE - AUSENCIA - DANOS MORAIS -
RECONHECIMENTO - QUANTUM INDENIZATÓRIO - JUROS -
CORREÇÃO MONETÁRIA - MARCO INICIAL - SENTENÇA
REFORMADA EM PARTE - PRIMEIRO RECURSO PROVIDO EM
PARTE - SEGUNDO RECURSO NÃO PROVIDO. - O CDC adotou a
responsabilidade objetiva ao prestador de serviços, conforme prevê em
seu artigo 14. - É devida a reparação por danos morais pela instituição
financeira, quando no ato da contratação não age com a necessária
cautela ao possibilitar a fraude de terceiros na contratação de
empréstimos. - Comprovados os descontos indevidos, evidenciado o
dano moral indenizável pela conduta negligente do banco com prejuízo
para a parte autora que se viu privada de parte de sua pensão do INSS.
- Na fixação do quantum devido a título de danos morais, o Julgador
deve pautar-se pelo bom senso, moderação e prudência, sem perder de
vista que, por um lado, a indenização deve ser a mais completa possível
e, por outro, ela não pode tornar-se fonte de lucro. [...] Quanto ao início
da incidência de juros de mora, em mudança de posicionamento,
urge a determinação da fluência do encargo desde o evento danoso,
de acordo com a Súmula 54 do STJ e o art. 398 do CC. - Sentença
reformada em parte. Primeiro recurso provido em parte. Segundo
recurso não provido. (TJ-MG - AC: 10687120074863001 MG, Relator:
Mariângela Meyer, Data de Julgamento: 23/09/2014, Câmaras Cíveis /
10ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 03/10/2014)
(Grifo Nosso)

Diante o exposto, é imprescindível que seja aplicada a letra da lei expressa no


art. 398 do Código Civil, e consequentemente que incidam os juros de mora e correção

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monetária da condenação imposta à Requerida a partir da data em que ocorreu a
suspensão da CNH.

III.VIII – DA TESE: “DOS ÍNDICES DE ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA E


JUROS DE MORA”

Requer ainda a Requerida que no caso de qualquer condenação, deverá ser


levado em consideração o disposto na Lei nº 9.494/97, em seu art. 1º-F que assim dispõe
após a alteração determinada pela Lei nº 11.960/09, ou seja, na atualização monetária
deverá haver a incidência, uma única vez até o efetivo pagamento, dos índices oficiais de
remuneração básica, no caso, aqueles utilizados pela corregedoria de Justiça, e no caso
dos juros, deverão ser aplicados os da caderneta de poupança.

Pois bem, entende que o correto e justo é a incidência da correção monetária


pelo INPC, desde a data em que ocorreu o ato ilícito até a data do efetivo pagamento.

O novo regramento previsto no mencionado artigo 1º-F, sobre a correção


monetária, atenta contra a isonomia e estimula o enriquecimento ilícito do Estado, pois
este utiliza a taxa SELIC para cobrar seus créditos fiscais e pretende que suas dívidas
decorrentes de condenações judiciais sejam atualizadas, uma única vez, por juros de 0,5%
mais TR (taxa referencial), que são os índices oficiais aplicados à caderneta de poupança.

Não bastasse, ao empregar a expressão “uma única vez”, o novo dispositivo


legal contrariou toda a orientação jurisprudencial quanto aos termos iniciais de incidência
da correção monetária, desconsiderando que a TR “não pode se prestar como índice de
correção monetária, como decidido na ADI nº493 pelo STF”.

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Nessa parte, vê-se que o art. 5º da Lei 11.960/2009 atenta contra o direito de
propriedade e os princípios constitucionais da isonomia e da razoabilidade. Ora, o ideal é
que entre a Fazenda Pública e o particular fossem aplicados os mesmos índices de
atualização da dívida, pouco importando quem é o credor ou o devedor. Não é concebível
que o Estado utilize um critério para cobrar seu crédito e outro, mais suave, para pagar
suas dívidas, havendo de se garantir um tratamento igualitário nesta matéria.

É sabido que a TR como índice de correção monetária foi declarada


inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal nas ações direitas de
inconstitucionalidade 4357 e 4930, uma vez que este índice de correção não faz o devido
reajuste monetário.
Assim, a aplicação do INPC como índice de correção monetária é tema
totalmente pacificado nas jurisprudências, pois este é o índice que melhor reflete a real
valorização da moeda nacional, veja abaixo:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. ÍNDICE DE


CORREÇÃO MONETÁRIA EM SUBSTITUIÇÃO À TR. INPC. LEI
8.117 , ART. 4º . 1. Embargos de declaração acolhidos para sanar
omissão quanto ao índice de correção monetária que deve ser aplicado
em substituição à TR. 2. É pacífico neste Tribunal que a TR não deve
ser utilizada como critério de correção monetária, impondo-se sua
substituição por outro índice legal que reflita a inflação real do
período, sendo adequado para tanto o INPC, nos termos do art. 4º
da Lei 8.177 /91. 3. Precedente: AC 2000.38.00.029834-1/MG, Rel.
Juiz Federal Roberto Carvalho Veloso , Oi (conv) tava Turma, e-DJF1
p.575 de 14/03/2008. 4. Embargos de declaração a que se dá
provimento. (TRF-1 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA
APELAÇÃO CIVEL : EDAC 137202 MG 2000.01.99.137202-3; Data

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do Julgamento 12/09/2008, Relator: Desembargadora Federal Maria do
Carmo Cardoso, Data da Publicação: 26/09/2008) (Grifo Nosso)

EMBARGOS DECLARATÓRIOS. RECURSO ESPECIAL.


FUNGIBILIDADE. RECEBIMENTO. AGRAVO REGIMENTAL.
EXECUÇÃO FISCAL. ATUALIZAÇÃO DO DÉBITO. APELO
NOBRE PROVIDO. SUBSTITUIÇÃO DA TR PELO INPC.
ALEGAÇÃO DE REFORMATIO IN PEJUS. MANUTENÇÃO INPC.
JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
PELA IMPESTABILIDADE DA TR COMO ÍNDICE DE
CORREÇÃO. PRESERVAÇÃO DO VALOR DA MOEDA.
NECESSIDADE. IMPOSSIBILIDADE LOCUPLETAMENTO
SEM CAUSA PELO CONTRIBUINTE. 1. O Princípio da
Fungibilidade faculta o recebimento de embargos declaratórios como
agravo regimental. 2. Os débitos fiscais, admitem a utilização da TRD
a título juros de mora, incidentes a partir de fevereiro de 1991.
Precedentes jurisprudenciais desta Corte. (Precedentes: REsp 255383 /
RS, 2ª Turma, Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJ 14/11/2005;
(REsp 512308 / RJ, Rel. Min. Luiz Fux, DJ 28/02/2005; REsp 624525
/ PE, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ 05/09/2005; EDRESP
237266 / SE; Rel. Min. Franciulli Netto DJ de 29/03/2004; RESP
573230 / RS, Rel. Min. José Delgado, DJ de 15/03/2004; AGRESP
530144 / SC ; Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 09/12/2003) 3. O Pretório
Excelso assentou que: A taxa referencial (TR) não
e índice de correção monetária, pois, refletindo as variações do custo
primário da captação dos depósitos a prazo fixo, não
constitui índice que reflita a variação do poder aquisitivo da moeda.
(ADIN n.º 493 - DF, Tribunal Pleno, Relator Ministro Moreira Alves,
DJ de 04/09/1992) 4. A taxa referencial - TR, instituída pela Lei n.º
8.177 /91, consoante jurisprudência do E. STJ, não se
presta à correção monetária de débitos fiscais (Precedentes: REsp n.º

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692.731 - RS, Relator Ministro CASTRO MEIRA, Segunda Turma, DJ
de 01º de agosto de 2005; REsp n.º 204.533 - RJ, Relator Ministro
JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, Segunda Turma, DJ de 06 de junho
de 2005; REsp n.º 489.159 - SC, Relatora Ministra ELIANA
CALMON, Segunda Turma, DJ de 04 de outubro de 2004). 5. A
anulação de parte do débito fiscal exigido em ação de execução não
extrai a liquidez e certeza da Certidão de Dívida Ativa que fundamenta
a cobrança exacional, sendo certo que por simples operação aritmética
pode-se verificar o valor efetivamente devido. Precedentes: REsp.
1.022.462/RS, Rel. Min. FRANCISCO FALCÃO, DJU 28.05.08;
REsp. 737.138/PR, Rel. Min. JOSÉ DELGADO, DJU 01.08.05 e REsp.
535.943/SP, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJU 13.09.04).
6. "A jurisprudência desta Corte tem entendido que as alterações que
possam ocorrer na certidão de dívida por simples operação aritmética
não ensejam nulidade da CDA, fazendo-se no título que instrui a
execução o decote da majoração indevida." (AgRg no REsp.
779.496/PE, Rel. Min. ELIANA CALMON, 2ª Turma, DJU 17.10.07).
7. A indicação de índice oficial não sobrepuja a competência
jurisdicional, pelo contrário, é seu dever, sendo-lhe imposta tal atitude
na busca da melhor e mais justa entrega da prestação jurisdicional. A
ausência de previsão legislativa para a substituição da TR não impede
que por exercício jurisprudencial outra seja aplicada em razão de a
correção monetária representar mera e justa atualização da moeda
corroída pelo tormentoso processo inflacionário, nada acrescendo ao
principal. Precedente: Resp 645.517, Rel. Min. José Delgado. Dj.
13/12/2004. p.250. 8. A reformatio in pejus pode ser mitigada em
observância dos brocardos da mihi factum dabo tibi ius e iura novit
curia, máxime na hipótese em que a solução dada ao caso sub judice
configura consectário lógico da imperativa preservação do valor da
moeda, afastando-se o locupletamento sem causa do contribuinte e
consagrando o princípio da celeridade processual (Precedentes do REsp

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912.494/RJ">STJ: REsp 912.494/RJ, Rel. Ministra DENISE
ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/12/2008, DJe
12/02/2009 REsp 503.705/DF, Rel. Ministro Herman Benjamin,
Segunda Turma, julgado em 06.09.2007, DJ 08.02.2008; ; EDcl no
REsp 50.175/RJ, Rel. Ministro Demócrito Reinaldo, Primeira Turma,
julgado em 20.03.1997, DJ 19.05.1997). 9. Embargos Declaratórios
recebidos como agravo regimental, ao qual se NEGA PROVIMENTO.
(STJ - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL
: EDcl no REsp 1103227 RJ 2008/0243108-2, Data do Julgamento:
1/12/2009, Relator: Ministro Luiz Fux, Data de Publicação:
04/02/2010)

Diante o exposto, não há que se falar em aplicar a Taxa Referencial como


índice de correção monetária, impugnada está a tese da Requerida, merecendo ser
aplicado o INPC como índice de correção monetária.

III.IX – DA TESE: “DA IMPUGNAÇÃO AO PEDIDO DE CONDENAÇÃO AO


PAGAMENTO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS”

A Requerida impugna os pedidos de condenação ao pagamento dos


honorários contratuais, sob a alegação de que cada uma das partes deve suportar os
honorários de seus patronos e ainda alegou que a Autora poderia se valer da Defensoria
Pública, para, igualmente, demandar em juízo.

Pois bem Exa., primeiramente, cumpre esclarecer que, diante a cobrança


indevida realizada pela Requerida, o Autor buscou o patrocínio de advogado particular,
tendo em vista que, a cobrança indevida pela Requerida lhe trouxe diversos prejuízos.

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Desta forma, sabe-se que, apesar da Defensoria Pública atuar de forma eficaz
e com qualidade, infelizmente, devido à grande demanda de pessoas assistidas pela
Defensoria Pública, sabe-se que o Autor poderia não ter o ingresso de sua ação de forma
rápida, o que é aceitável, mas que, diante a situação da Autora, a mesma necessitou de
contratar advogado, devido a celeridade.

Nesse liame, os honorários contratuais são os honorários extrajudiciais, pois


os sucumbenciais relacionam-se com o processo e constituem crédito autônomo do
advogado. Assim, como os honorários contratuais são retirados do patrimônio do lesado,
para que haja reparação integral do dano sofrido o pagamento dos honorários advocatícios
previsto na Lei Civil só pode ser o dos contratuais.

Sendo assim, não há que se falar em mera liberalidade no ato da contratação


de advogado para patrocinar a causa, vez não ser aplicável o ius postulandi no rito
ordinário da justiça comum.

Assim, plenamente cabível a condenação da Requerida ao pagamento de


honorários advocatícios contratuais.

Assim, tendo em vista que a contratação de advogados se deu para a garantia


de um direito garantido pela legislação pátria, do qual a Requerida tem colocado
dificuldades, a Requerente impugna expressamente sua tese defensiva, pelo que requer a
total procedência dos pedidos pleiteados na inicial.

III.X – DA TESE: DA IMPUGNAÇÃO AO PEDIDO DE CONDENAÇÃO AO


PAGAMENTO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAS

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A Requerida impugna os pedidos de condenação ao pagamento dos
honorários sucumbências, sob a alegação de que não tenha dado causa ao processo, ocorre
como já exaustivamente refutado nesta impugnação e demonstrado na inicial, portanto
não merece guarida as suas alegações.

O art. 85 do Novo Código de Processo Civil assim dispõe, in verbis:

Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao


advogado do vencedor.
§ 1o São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no
cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução,
resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente.
§ 2o Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo
de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito
econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor
atualizado da causa, atendidos:
I - o grau de zelo do profissional;
II - o lugar de prestação do serviço;
III - a natureza e a importância da causa;
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o
seu serviço. (Grifo Nosso)

Diante o exposto, deve-se considerar para fixação dos honorários


advocatícios a complexidade do trabalho realizado pelos advogados do Requerente, a
qualidade de suas peças, o zelo profissional, o tempo despendido, lembrando que o
processo perdura por mais de dois anos, e também o valor da causa, que no caso em
questão é de R$ 60.540,40 (sessenta mil quinhentos e quarenta reais).

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Bem como, destaca-se especial atenção para as condições financeiras da
Requerida a qual é o Estado de Minas Gerais, possuindo plenas condições de arcar com
honorários de 20% sob o valor da condenação.

Além disso, para a fixação dos honorários advocatícios deve-se considerar


ainda, o disposto no artigo 36 do Código de Ética e Disciplina, que determina a
necessidade de ponderação na cobrança dos honorários, considerando-se a relevância, o
vulto, a complexidade e a dificuldade das questões versadas na demanda, o que neste
caso, evidenciam-se ser bem complexas tendo em vista o grau de zelo e complexidade
tanto da petição inicial, quanto de todas manifestações e recursos elaborados na demanda
em questão.

Desta feita, o Requerente impugna expressamente sua tese defensiva, pelo


que requer a total procedência dos pedidos pleiteados na inicial., por ser medida da mais
inteira justiça.

IV - DO ÔNUS DA IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA

A falta de impugnação específica dos fatos e teses declinados na inicial


importa em presunção de veracidade destes, ou seja, caso os Requeridos não impugnem
todas as teses alegadas pelo Requerente na exordial, aquelas que não foram impugnadas,
supõem-se verdadeiras.

Tem-se que os Requeridos não impugnam todas as teses alegadas pelo


Requerente, assim, deve ser aplicado o art. 341 do CPC/15, e considerado como
verdadeiras aquelas teses não contestadas.

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Veja a jurisprudência sobre o assunto:

APELAÇÃO CÍVEL - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - AÇÃO DE


COBRANÇA - NULIDADE DA SENTENÇA - VÍCIO EXTRA
PETITA - INOCORRÊNCIA - VEÍCULO REMOVIDO - PÁTIO DO
DEPOSITÁRIO - PAGAMENTO DAS DESPESAS - LIMITAÇÃO
DAS DIÁRIAS AO PERÍODO MÁXIMO DE 30 DIAS -
CONTESTAÇÃO - FALTA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA -
PRESUNÇÃO DE VERACIDADE - PROCEDÊNCIA DO PEDIDO
QUE SE IMPÕE - PRELIMINAR REJEITADA E RECURSO
PROVIDO. - Não há se cogitar de nulidade da sentença quando nela
não se verifica vício extra petita. - Inexistindo impugnação especificada
dos fatos articulados na petição inicial, a importar na presunção de
veracidade dos fatos articulados na inicial (CPC, art. 302), de rigor a
procedência, na íntegra, do pedido de cobrança de despesas resultantes
da remoção de veículos, mesmo porque não se afigura justo que o
autor/depositário permaneça com bens sob sua guarda,
indefinidamente, comprometendo o depósito de outros veículos, que lhe
permitiriam a obtenção de renda. (TJ-MG - AC: 10145110258418001
MG, Relator: José Flávio de Almeida, Data de Julgamento: 17/04/2013,
Câmaras Cíveis/12ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação:
26/04/2013)

Diante o exposto, requer seja decretada a confissão ficta dos Requeridos e a


presunção de veracidade das teses da declaração de nulidade do auto de infração,
tendo em vista que, tal tese foi alegada na exordial e não impugnadas pelos Requeridos.

V – DOS PEDIDOS

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Diante dos fundamentos acima, que se somam ao acervo probatório
produzido nos autos, REQUER:

a) Seja conhecida/admitida a presente Impugnação, eis que tempestiva;

b) Seja julgada totalmente procedente a presente demanda;

c) Seja aplicado o art. 341 do CPC/15 e, consequentemente, decretada a


confissão ficta dos Requeridos e a presunção de veracidade da tese da
declaração de nulidade do auto de infração, tendo em vista que, tais
teses foram alegadas na exordial e não impugnadas pela Requerida.

Assim, impugna-se in totum a peça contestatória e os documentos, reiterando


todos os termos da exordial, para que ao final seja julgada procedente a presente ação.

Nestes termos,
Pede e espera deferimento.

Uberlândia/MG, 07 de Março de 2018.

FERNANDO SUSIA LELIS JÚNIOR ISABELLA CRISTINA NEVES SILVA


OAB/MG 138.462 OAB/MG 142.617

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE UBERLâNDIA

1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

Avenida Rondon Pacheco, 6130, - lado par, Tibery, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38405-142

CERTIDÃO

PROCESSO Nº 5023231-06.2016.8.13.0702

CLASSE: PROCEDIMENTO COMUM (7)

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL,


DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO EST DE M GERAIS

Certifico e dou fé que expedi e encaminhei para a Central de Mandados o Mandado n. 204/1 de Citação
do DER/MG.

UBERLâNDIA, 20 de março de 2018.

Número do documento: 18032013395685700000038621326


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18032013395685700000038621326
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 20/03/2018 13:39:57 Num. 39840885 - Pág. 1
Certifico e dou fé que expedi e encaminhei para a Central de Mandados o Mandado n. 204/1 de Citação
do DER/MG.

Udi, 20/03/2018

Número do documento: 18032013405874500000038621675


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18032013405874500000038621675
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 20/03/2018 13:42:04 Num. 39841236 - Pág. 1
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE UBERLâNDIA

1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

Avenida Rondon Pacheco, 6130, - lado par, Tibery, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38405-142

CERTIDÃO

PROCESSO Nº 5023231-06.2016.8.13.0702

CLASSE: PROCEDIMENTO COMUM (7)

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL,


DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO EST DE M GERAIS

Certifico e dou fé que expedi e distribui, via Malote Digital, a Carta Precatória de Citação de DER - DF.
CP e comprovante de distribuição em anexo.

UBERLâNDIA, 22 de março de 2018.

Número do documento: 18032218030487200000038872311


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18032218030487200000038872311
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 22/03/2018 18:03:05 Num. 40093713 - Pág. 1
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Impresso em: 22/03/2018 às 18:00

RECIBO DE DOCUMENTO ENVIADO E NÃO LIDO


Código de
81320184557929
rastreabilidade:
Documento: Peças CP 5023231-06.2016.8.13.0702.pdf
Secretaria da 1ª Vara de Fazenda Pública e Autarquias da comarca de Uberlândia ( Nádia Patrícia Souto
Remetente:
Ferreira Gomes )
Destinatário: Serviço de Protocolo Administrativo - SEPRAD ( TJDFT )
Data de Envio: 22/03/2018 17:58:11
Assunto: Carta Precatória de Citação de DER - DF. Documentos anexos.

Código de
81320184557928
rastreabilidade:
Documento: CP 5023231.pdf
Secretaria da 1ª Vara de Fazenda Pública e Autarquias da comarca de Uberlândia ( Nádia Patrícia Souto
Remetente:
Ferreira Gomes )
Destinatário: Serviço de Protocolo Administrativo - SEPRAD ( TJDFT )
Data de Envio: 22/03/2018 17:58:11
Assunto: Carta Precatória de Citação de DER - DF. Documentos anexos.

1 de 1 22/03/2018 18:00
Número do documento: 18032218024292000000038872368
https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18032218024292000000038872368
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 22/03/2018 18:03:08 Num. 40093770 - Pág. 1
Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais
COMARCA DE UBERLÂNDIA — FÓRUM ABELARDO PENNA
SECRETARIA DA P VARA DA FAZENDA PÚBLICA E AUTARQUIAS
Rua Ma rtinésia, 34, Centro, CEP: 38.400-606, Anexo II
\ N% vv "¡tu jus. br (1' instância)
*************************************************************************

CARTA PRECATÓRIA
Justiça Gratuita

AO
MM. JUIZ DE DIREITO
COMARCA DE BRASÍLIA — DF
PRAZO DE CUMPRIMENTO: 30 DIAS

Processo: 5023231-06.2016.8.3.0702 (PJe)


Natureza: Procedimento Comum
Autor : José Carlos Silva
Réu : Estado de Minas Gerais e outros

O Doutor JOÃO ECYR MOTA FERREIRA, MM. Juiz de Direito. da 1"


Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia. Estado de
Minas Gerais, na forma da lei, etc...

FAZ SABER que perante este Juízo, processam-se os termos e atos da ação em
epígrafe, e como existem diligências a serem realizadas nessa Comarca,
DEPRECO a V.Exa se digne exarar o seu "CUMPRA-SE", fazendo assim
cumprir, tal como aqui se contém e declara, ou seja: PROCEDA a
CITAÇÃO do DER — DF, na pessoa de seu representante legal, com endereço
nessa Comarca, SAM BLOCO C — Setor Complementares — Ed. Sede do
DER — DF — CEP: 70620-030, Brasília/DE, para os termos e atos da presente
ação, e para que, apresente CONTESTAÇÃO, querendo, no prazo legal de trinta
(30) dias, contados da juntada da presente aos autos, após devidamente cumprida,
sob pena de presumirem-se como verdadeiros os fatos articulados pelo autor (art.
344 CPC). Tudo conforme consta das cópias anexas à presente que servirão de
contrafé.
CUMPRA-SE.
DADO E PASSADO nesta cidade de Uberlândia, aos 20 dias do mês de março do
ano de 2018. Eu. -44A,GUI (Nadia Patricia Souto Ferreira Gomes), Oficial de
Apoio Judicial, a digitei e subscrevo.

JOÃO-ECYR-11/2,10TA-FERRE-FRA
Juiz de Direito

Número do documento: 18032218025325000000038872393


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18032218025325000000038872393
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 22/03/2018 18:03:10 Num. 40093795 - Pág. 1
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE UBERLâNDIA

1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

Avenida Rondon Pacheco, 6130, - lado par, Tibery, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38405-142

TERMO DE JUNTADA

PROCESSO Nº 5023231-06.2016.8.13.0702

PROCEDIMENTO COMUM (7)

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL,


DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO EST DE M GERAIS

CERTIFICO QUE JUNTEI AOS PRESENTES AUTOS O COMPROVANTE DE RECEBIMENTO E


PROVIDÊNCIAS DA CARTA PRECATÓRIA CUJO JUÍZO DEPRECADO É BRASÍLIA/DF. EM
ANEXO.

UBERLâNDIA, 17 de abril de 2018

Número do documento: 18041716074702700000040410683


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18041716074702700000040410683
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 17/04/2018 16:07:48 Num. 41643180 - Pág. 1
\ Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais
COMARCA DE UBERLÂNDIA FÓRUM ABELARDO PENNA
SECRETARIA DA la VARA DA FAZENDA PÚBLICA E AUTARQUIAS
Rua Martinesia. 34, Centro. CEP: 38.400-606, Anexo II
yV\\ v..tinia.iiis.hr (1 instância)

CARTA PRECATÓRIA
Justiça Gratuita

AO
MM. JUIZ DE DIREITO
COMARCA DE BRASÍLIA DF
PRAZO DE CUMPRIMENTO: 30 DIAS

Processo: 5023231-06.2016.8.3.0702 (PJe)


Natureza: Procedimento Comum
Autor : José Carlos Silva
Réu : Estado de Minas Gerais e outros

O Doutor JOÃO ECYR MOTA FERREIRA. MM Juiz de Direito, da r


Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia. Estado de
Minas Gerais, na forma da lei, etc..

FAZ SABER que perante este Juízo, processam-se os termos e atos da ação em
epígrafe, e como existem diligências a serem realizadas nessa Comarca.
DEPRECO a V.Ex' se digne exarar o seu "CUMPRA-SE", fazendo assim
cumprir, tal como aqui se contém e declara, ou seja: PROCEDA a
CITAÇÃO do DER DF, na pessoa de seu representante legal. com endereço
nessa Comarca. SAM BLOCO C - Setor Complementares Ed. Sede do
DER BF CEP: 70620-030, Brasília/DF. para os termos e atos da presente
ação, e para que. apresente CONTESTAÇÃO, querendo, no prazo legal de trinta
(30) dias, contados da juntada da presente aos autos, após devidamente cumprida.
sob pena de presumirem-se como verdadeiros os fatos articulados pelo autor (art.
344 CPC). Tudo conforme consta das cópias anexas à presente que servirão de
contrafé.
CUMPRA-SE.
DADO E PASSADO nesta cidade de Uberlândia. aos 20 dias do mês de março do
ano de 2018. Eu. 4{2,..2)-1 (Nadia Patricia Souto Ferreira (Jomes). Oficial de
Apoio Judicial, a digitei e subscrevo.

Juiz de Direito

Número do documento: 18041716073368000000040410784


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18041716073368000000040410784
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 17/04/2018 16:07:49 Num. 41643281 - Pág. 1
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
PODER JUDICIÁRIO

MALOTE DIGITAL

Tipo de documento: Informações Processuais


Código de rastreabilidade: 81320184557928
Nome original: CP 5023231.pdf
Data: 09/04/2018 17:14:43
Remetente:
LINDOMAR MENDES LIRA
Serviço de Protocolo Administrativo - SEPRAD
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios
Prioridade: Normal.
Motivo de envio: Para conhecimento.
Assunto: FE 1026001/2018 / RECEBIMENTO DE CARTA PRECATÓRIA / 5023231-06.2016.8.3.0702 / 1
a VARA DA FAZENDA PÚBLICA E AUTARQUIAS - COMARCA DE UBERLÂNDIA / OUTROS •
unal de Justiça de Minas Gerais/ 81320184557928.

Número do documento: 18041716073368000000040410784


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18041716073368000000040410784
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 17/04/2018 16:07:49 Num. 41643281 - Pág. 2
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
PODER JUDICIÁRIO

MALOTE DIGITAL

Tipo de documento: Informações Processuais


Código de rastreabilidade: 8072018434502
Nome original: FE 2018-1026001 Etiqueta de Distribuição à 2a Vara de Precatórias do D
istrito Federal.pdf
Data: 09/04/2018 17:14:43
Remetente:
LINDOMAR MENDES LIRA
Serviço de Protocolo Administrativo - SEPRAD
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios
Prioridade: Normal.
Motivo de envio: Para conhecimento.
Assunto: FE 1026001/2018 / RECEBIMENTO DE CARTA PRECATÓRIA / 5023231-06.2016.8.3.0702 / 1
a VARA DA FAZENDA PÚBLICA E AUTARQUIAS - COMARCA DE UBERLÂNDIA / OUTROS •
unal de Justiça de Minas Gerais/ 81320184557928.

Número do documento: 18041716073368000000040410784


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18041716073368000000040410784
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 17/04/2018 16:07:49 Num. 41643281 - Pág. 3
-•
Processo Judicial Eletrônico - 1° Grau
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios
Comprovante de protocolo

Processo
Número do processo: 0708969-19.2018.8.07.0015
Órgão julgador: r Vara de Precatórias do DF
Jurisdição: Brasília - Fórum Prof. Júlio Fabbrini Mirabete
Classe: CARTA PRECATÓRIA CÍVEL (261)
Assunto principal: Citação
Partes: JOSE CARLOS SILVA (753.812.656-20)
DETRAN DF

Audiência
A audiência inicial do processo não foi agendada automaticamente.

Documentos protocolados Tipo Tamanho (KB)


Petição Inicial Petição Inicial 22,30
Recebimento de Carta Precatória 1026001- Documentos da Precatória 326,15
2018.pdf

Assuntos Lei
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO/Objetos de cartas precatórias/de
ordem/Citação

REQUERENTE REQUERIDO
JOSE CARLOS SILVA DETRAN DF

Complemento Valor
Unidade Judiciária
Número do Processo 5023231-06.2016.8.3.0702
UF
Email do Juizo Deprecante
Objeto/Sujeito da Diligência
Classe
Comarca
Distribuído em: 06/04/2018 18:18
Protocolado por: LUCIANA PEREIRA GUIMARAES

Número do documento: 18041716073368000000040410784


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18041716073368000000040410784
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 17/04/2018 16:07:49 Num. 41643281 - Pág. 4
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE UBERLâNDIA

1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

Avenida Rondon Pacheco, 6130, - lado par, Tibery, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38405-142

TERMO DE JUNTADA

PROCESSO Nº 5023231-06.2016.8.13.0702

PROCEDIMENTO COMUM (7)

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL,


DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO EST DE M GERAIS

CERTIFICO QUE JUNTEI AOS PRESENTES AUTOS O MANDADO N. 204/1 DE CITAÇÃO


CUMPRIDO. EM ANEXO.

UBERLâNDIA, 18 de abril de 2018

Número do documento: 18041817181417500000040530117


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18041817181417500000040530117
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 18/04/2018 17:18:15 Num. 41763302 - Pág. 1
PJe
Processo Judicial
eletrônico
11 1 II 1 II 1 II II fl 1

Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gera s


Uberlândia
ia Vara de Fazenda Pública e Autarquias de Uberlândia
AV, RONDON PACIWCO. 6130 - -1113ERY - 3223-5356
Procedimento Ordinário
204- MANDADO DE CITAÇÃO

1' FAZENDA PÚBLICA


PROCESSO: 5023231-06.2016.8.13.0702 (PROCESSO ELETRÔNICO)
MANDADO: 1
NOSSO N°: 023231-1

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA


RÉU: DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL e Outro(s).

Pessoa a ser citada:


DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO EST DE M GERAIS - CNPJ:
17.309.790/0012-47
Endereço:
R.ITABIRA, 257 - Fone:
DANIEL FONSECA - CEP: 38400324 - UBERLÂNDIA/MG

0(A) MM(a). Juiz(a) de Direito da vara supra manda ao(à) Oficial(a) de


Justiça Avaliador(a) abaixo nominado(a) que, em cumprimento a este, CITE a
parte ré, nome e endereço acima, para oferecer contestação no prazo de 15
dias.
Advirta-a, outrossim, que, não sendo contestada a ação, será
considerada revel e "presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato
formuladas pelo autor na petição inicial, cuja cópia segue anexa.
COMPLEMENTO / DESPACHO JUDICIAL
"Cite-se. Udi, 19/12/2016 (a) João Ecyr Mota Ferreira -

Ciente: se
a3-496-0 Q- 2f
rn23-1-069 an

Ao comparecer em Juizo, esteja munido de doc. de identificação e trajando vestimenta adequada ao ambiente forense.

Nome do Oficial que devera se identificar com sua Carteira Funcional:


Mandado:1
MAURO ABADIO RAMOS
REGIÃO: 2- SETOR 02 ASSISTÊNCIA
-JUDICIÁRIA
1 Verso
I Certidão.
' Anexa

O HORÁRIO DE ATENDIMENTO ÀS PARTES NAS SECRETARIAS DE JUIZO É DE 12:00 ÀS 18:00 HORAS

Número do documento: 18041817175622300000040530236


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18041817175622300000040530236
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 18/04/2018 17:18:20 Num. 41763421 - Pág. 1
UBERLÂNDIA, 20 de março de 2018.

Escrivã(o) Judicial: LIJCIANÀ,MANFRIM FEDOZZI


por ordem do(a) Jui a) de Direito

Número do documento: 18041817175622300000040530236


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18041817175622300000040530236
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 18/04/2018 17:18:20 Num. 41763421 - Pág. 2
Poder Judiciário do Estado de Minas Gerais

Vara: ia Fazenda Pública


Processo: .5023231-06.2016.8.13.0702
Mandado: 01

CERTIDÃO

Certifico e dou fé que, em cumprimento ao retro Mandado de dtação,


do MM. Juiz (a) de Direito da referida secretaria, compareci ao endereço indicado
no mandado no dia 27/03/2018 às 11h, e ali estando procedi à citação do
Departamento de Estradas e Rodagem do Estado de Minas Gerais, na pessoa
responsável a Sra. Ana Havia Rodrigues, RG MG 10 591358 e CPF 054.960.786-28,
a fim de se defender no prazo de 15 dias, e, após ciência do inteiro teor do
mandado, recebeu a contrafé que ofereci e exarou sua assinatura. O referido é
verdade.

Uberlândia, 27 de março de 2018.

Mauro
Oficia
P3

Número do documento: 18041817175622300000040530236


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18041817175622300000040530236
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 18/04/2018 17:18:20 Num. 41763421 - Pág. 3
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE UBERLÂNDIA

CERTIDÃO DE JUNTADA

"Certifico e dou fé que, em cumprimento às determinações deste juízo, foram expedidos e anexados aos
autos os seguintes documentos: MANDADO N. 204/1 DE CITAÇÃO CUMPRIDO."

, 18 de abril de 2018.

Número do documento: 18041817182847600000040530497


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18041817182847600000040530497
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 18/04/2018 17:19:20 Num. 41763684 - Pág. 1
Segue petição.

Número do documento: 18050213233326000000041390607


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18050213233326000000041390607
Assinado eletronicamente por: ANA CAROLINA DI GUSMAO ULIANA - 02/05/2018 13:23:33 Num. 42630646 - Pág. 1
ESTADO DE MINAS GERAIS
ADVOCACIA-GERAL DO ESTADO
Procuradoria do DEER

EXMO. SR. JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA


E AUTARQUIAS DA COMARCA DE UBERLÂNDIA/MG

Ref.: Autos nº 5023231-06.2016.8.13.0702


Autora: José Carlos Silva
Réus: DEER/MG e Outro

O DEPARTAMENTO DE EDIFICAÇÕES ESTRADAS DE


RODAGEM DO ESTADO DE MINAS GERAIS - DEER/MG, por
intermédio da Procuradora Estado que ao final assina, no exercício de suas
funções constitucionais e legais, especialmente em decorrência do Decreto n°
43.809 de 19 de Maio de 2004, que conferiu à Advocacia Geral do Estado -
AGE, representação judicial desta Autarquia, vem, perante V. Exa. apresentar
CONTESTAÇÃO, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir aduzidos.

I - SÍNTESE DA PRETENSÃO

Trata-se de ação declaratória de nulidade de auto de infração c/c


indenização por danos materiais e morais ajuizada por José Carlos Silva
contra o DEER/MG e outros.

O autor alega que em meados do ano de 2012, foi surpreendido


com a notícia que constava em sua CNH diversas multas de trânsito advindas
do veículo de placa JHP-0269 de Brasília/DF, o qual nunca foi de sua
propriedade, as multas foram registradas entre os anos de 2010 e 2011.

Informa o Requerente que ocorreu um equívoco na aplicação de


tais penalidades, visto que jamais foi proprietário do veículo autuado, no
entanto, mesmo assim foi multado e teve sua CNH suspensa (portaria punitiva
nº 127009/2016), o que lhe ocasionou vários prejuízos, posto que teve de
realizar curso de reciclagem, e está atualmente impedido de dirigir os veículos
que de fato são de sua propriedade.

Número do documento: 18050213212124300000041390728


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18050213212124300000041390728
Assinado eletronicamente por: ANA CAROLINA DI GUSMAO ULIANA - 02/05/2018 13:23:34 Num. 42630768 - Pág. 1
ESTADO DE MINAS GERAIS
ADVOCACIA-GERAL DO ESTADO
Procuradoria do DEER

Requer seja a ação julgada procedente, para que seja declarado a


nulidade das infrações de trânsito advindas do veículo de placa JHP-0269,
autuados na BR 497, sejam canceladas as multas resultantes das autuações na
BR 497, referentes ao veículo informado, bem como, retirados todos os pontos
já lançados em sua CNH. Requer, ainda, sejam as Rés condenadas ao
pagamento de indenização por danos morais no importe não inferior a
R$60.000,00 (sessenta mil reais), sejam condenados os entes públicos ao
pagamento dos danos materiais suportados pelo autor, no importe de
R$540,00 (quinhentos e quarenta reais) com juros e correção monetária e, por
fim, seja oficiado o Departamento de Trânsito do Distrito Federal, a juntar
aos autos o respectivo registro de propriedade do veículo de placa JHP-0269,
ou quaisquer outros documentos que sejam aptos a indicar o real proprietário
do veículo em questão.

II - MÉRITO

O Código de Trânsito Brasileiro (Lei nº 9503/97) estabelece que


qualquer inobservância de preceitos do Código constitui infração de trânsito:

“Art. 161. Constitui infração de trânsito a inobservância de


qualquer preceito deste Código, da legislação complementar
ou das resoluções do CONTRAN, sendo o infrator sujeito
às penalidades e medidas administrativas indicadas em cada
artigo, além das punições previstas no Capítulo XIX.
Parágrafo único. As infrações cometidas em relação às
resoluções do CONTRAN terão suas penalidades e medidas
administrativas definidas nas próprias resoluções.”

De início, cumpre observar que, que estando a Administração


sujeita ao princípio da Legalidade (art.37, caput, da CF), presume-se que todos
seus atos são praticados em conformidade com a lei e são verídicos os fatos
alegados. Os Princípios da Presunção de Veracidade e de Legitimidade
amparam os atos da Administração Pública e, em particular, a regularidade da
multa aplicada. Sobre a legalidade, leciona Alexandre de Moraes:

“O tradicional princípio da legalidade, previsto no art.5º,


II, da Constituição Federal e anteriormente estudado,

Número do documento: 18050213212124300000041390728


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18050213212124300000041390728
Assinado eletronicamente por: ANA CAROLINA DI GUSMAO ULIANA - 02/05/2018 13:23:34 Num. 42630768 - Pág. 2
ESTADO DE MINAS GERAIS
ADVOCACIA-GERAL DO ESTADO
Procuradoria do DEER

aplica-se normalmente na Administração Pública, porém de


forma mais rigorosa e especial, pois o administrador
público somente poderá fazer o que estiver expressamente
autorizado em lei e nas demais espécies normativas,
inexistindo, pois, incidência de sua vontade subjetiva pois
na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei
autoriza, diferentemente da esfera particular, onde será
permitida a realização de tudo que a lei não proíba.” (grifos
acrescidos) (in Direito Constitucional, 21 ed., São Paulo:
Atlas, 2007, p.304)

Sobre a presunção de legitimidade e de veracidade, expõe Maria


Sylvia Di Pietro, em seu livro de Direito Tributário, 13a edição, pág.182:

“A presunção de legitimidade diz respeito à conformidade do


ato com a lei; em decorrência desse atributo, presumem-se,
até prova em contrário, que os atos administrativos foram
emitidos com observância da lei. A presunção de veracidade
diz respeito aos fatos; em decorrência desse atributo,
presumem-se verdadeiros os fatos alegados pela
Administração. Assim ocorre com relação às certidões,
atestados, declarações, informações por ela fornecidos, todos
dotados de fé pública.”

De forma que sendo constatado qualquer inobservância de preceitos


do Código Trânsito Brasileiro, em atendimento ao princípio da legalidade,
deveria, como de fato fez a Administração Pública, lavrar o auto de infração.
Outra conduta não seria admissível.

A conduta de transitar em velocidade superior à máxima


permitida para o local em mais de 20% até 50% está prevista no art. 218, I, do
CTB:
“Art. 218. Transitar em velocidade superior à máxima
permitida para o local, medida por instrumento ou
equipamento hábil, em rodovias, vias de trânsito rápido,
vias arteriais e demais vias:
(...)

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Procuradoria do DEER

II - quando a velocidade for superior à máxima em mais de


20% (vinte por cento) até 50% (cinquenta por cento):
Infração - grave
Penalidade – multa”

Também está definida como infração a conduta de transitar em


veículo superior à máxima permitida em mais de 50%, conforme art.218, III
do CTB:

“Art. 218. Transitar em velocidade superior à máxima


permitida para o local, medida por instrumento ou
equipamento hábil, em rodovias, vias de trânsito rápido, vias
arteriais e demais vias:
(...)
III - quando a velocidade for superior à máxima em mais de
50% (cinquenta por cento)
Infração – gravíssima
Penalidade - multa [3 (três) vezes], suspensão imediata do
direito de dirigir e apreensão do documento de habilitação.”

O condutor do veículo de placa JHP-0269, de propriedade do


Autor à época da infração, cometeu essas infrações e por isso foram lavrados
os autos de infração nº L028830769, L028830203 e L028830122.

Apesar de alegar não ser o proprietário do veículo, verifica-se


pela documentação anexa que o mesmo é de propriedade de JOSÉ
CARLOS SILVA, inscrito sob o CPF 753.812.656-20, que condizem com
os dados apresentados pelo Autor na Inicial.

As infrações cometidas são de responsabilidade do condutor, se


devidamente identificado. Porém, como não houve indicação do infrator foi
aplicado o disposto no art. 257, §7°, do CTB:

“Art. 257. As penalidades serão impostas ao condutor, ao


proprietário do veículo, ao embarcador e ao transportador,
salvo os casos de descumprimento de obrigações e deveres

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Procuradoria do DEER

impostos a pessoas físicas ou jurídicas expressamente


mencionados neste Código.
(...)
§ 2º Ao proprietário caberá sempre a responsabilidade pela
infração referente à prévia regularização e preenchimento
das formalidades e condições exigidas para o trânsito do
veículo na via terrestre, conservação e inalterabilidade de
suas características, componentes, agregados, habilitação
legal e compatível de seus condutores, quando esta for
exigida, e outras disposições que deva observar.
(...)
§ 7o Não sendo imediata a identificação do infrator, o
principal condutor ou o proprietário do veículo terá quinze
dias de prazo, após a notificação da autuação, para
apresentá-lo, na forma em que dispuser o Conselho
Nacional de Trânsito (Contran), ao fim do qual, não o
fazendo, será considerado responsável pela infração o
principal condutor ou, em sua ausência, o proprietário do
veículo.” (grifos acrescidos)

Por tudo que foi dito, constata-se que a Administração Pública


apenas cumpriu a legislação vigente, aplicando as penalidades ao proprietário
do veículo.

Da indenização

Pelo exposto, resta demonstrado que não houve qualquer


equívoco na lavratura dos autos de infração. Sendo assim, não há que se falar
em indenização.

Assim, não há que se falar em responsabilidade objetiva da


Administração, ante a ausência de nexo de causalidade entre a conduta do
DEER/MG e o evento danoso.

Conforme o art. 186 do Código Civil, são requisitos necessários


para que haja o dever de indenizar: a) o ato; b) o dano; c) o nexo de
causalidade; d) o dolo ou a culpa do agente causador do dano.

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Procuradoria do DEER

O artigo 927 da lei 10.406 de 11 de janeiro de 2002 estabelece


que:

“Artigo 927 – Aquele que por ato ilícito (arts.186 e 187),


causar dano a outrem, é obrigado a repará-lo”.

Já o artigo 186 do código civil brasileiro dá a exata definição do


que é um ato ilícito.

“Artigo 186 – Aquele que, por ação ou omissão voluntária,


negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito”.

Ora, verificando-se os fatos ocorridos e subsumindo-os às normas


previstas na lei civil, observa-se que o Réu jamais foi negligente ou
imprudente, descabendo, portanto, falar em ato ilícito que poderia gerar uma
indenização.

De fato, não há no caso em tela o nexo de causalidade entre a


conduta da Administração e o resultado lesivo, o que afasta a responsabilidade
da Administração.

De uma atividade lícita, tal qual a desenvolvida pelo DEER no


cumprimento de suas funções institucionais, não pode decorrer condenação
em dano moral, como equivocadamente pretende o Autor

V - CONCLUSÃO

Por todo o exposto, requer seja julgado improcedente o pedido da


inicial, com os ônus sucumbenciais respectivos.

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Procuradoria do DEER

Protesta provar o alegado por todos os meios e provas admitidos


em direito.

Nestes termos,
Pede e espera deferimento.

Belo Horizonte, 02 de maio de 2018.

ANA CAROLINA DI GUSMÃO ULIANA


Procuradora do Estado de Minas Gerais
OAB/MG 112.122
MASP 1327253-9

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Número do documento: 18050213220360800000041390844
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IMPUGNAÇÃO A CONTESTAÇÃO DE ID "42630768".

Número do documento: 18052308413616300000042797738


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Excelentíssimo (a) Senhor (a) Doutor (a) Juiz (a) de Direito da 1ª Vara
da Fazenda Pública da Comarca de Uberlândia – Minas Gerais

Proc.: 5023231-06.2016.8.13.0702

JOSÉ CARLOS SILVA, devidamente qualificado nos autos em epígrafe,


que move em desfavor de ESTADO DE MINAS GERAIS, DEPARTAMENTO DE
TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL e DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE
RODAGEM DO ESTADO DE MINAS GERAIS, igualmente qualificada, vem,
respeitosamente, à presença de V. Exa., por intermédio de seus procuradores que a esta
subscrevem, e com fulcro no art. 350 do CPC/15, apresentar sua IMPUGNAÇÃO À

CONTESTAÇÃO DE ID “42630768” pelos motivos de fato e de direito que


passa a expor.

I - DA TEMPESTIVIDADE

Inicialmente, cumpre mencionar que a presente impugnação à contestação é


tempestiva, senão veja-se.

Número do documento: 18052308413630500000042797790


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18052308413630500000042797790
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O Requerente teve ciência do protocolo da contestação da 3° Requerida no
dia 02/05/2018, sendo assim, diante o princípio da celeridade processual e conforme
previsto no art. 218, § 4º, do CPC/2015, a presente impugnação à contestação é
tempestiva, mesmo que apresentada antes da intimação, veja-se:

“Art. 218. Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos


em lei.

§ 1o Quando a lei for omissa, o juiz determinará os prazos em


consideração à complexidade do ato.

§ 2o Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações


somente obrigarão a comparecimento após decorridas 48 (quarenta e
oito) horas.

§ 3o Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz, será de


5 (cinco) dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da
parte.

§ 4o Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo


inicial do prazo”. (Grifo Nosso)

Sendo assim, tempestiva, a presente impugnação à contestação, pelo que se


requer o seu recebimento e admissão.

II – BREVE RELATO DA CONTESTAÇÃO

Em sede de contestação, o 3° Requerido não alega nenhuma tese preliminar.

No mérito, o 3° Requerido alega a atividade administrativa das Autarquias e


alega inexistência de danos materiais e morais passíveis de indenização.

Ainda, aduz pela falta de nexo de causalidade e alega excludente de ilicitude.

Número do documento: 18052308413630500000042797790


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Destaca-se que o 3° Requerido não junta à contestação nenhum documento
que comprove fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do Autor.

Em que pese o entendimento do 3° Requerido, conforme demonstrar-se-á


adiante, suas alegações não merecem guarida.

III – EMBATE ÀS TESES MERITÓRIAS DA REQUERIDA

III.I – DA TESE: “PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE E VERACIDADE DOS


ATOS ADMINISTRATIVOS – AUSÊNCIA DE PROVA DOS FATOS
ALEGADOS - INEXISTÊNCIA DE PROVA INEQUIVOCA E
VEROSSIMILHANÇA DA ALEGAÇÕES”

O 3° Requerido Departamento De Estradas De Rodagem Do Estado de Minas


Gerais alega que a Administração Pública direta ou indireta está adstrita ao princípio da
legalidade previsto no art. 37 da Constituição Federal.

Pois bem, o princípio da legalidade aparece expressamente na nossa


Constituição Federal em seu art. 37, caput, que dispõe que “a administração pública
direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência”. Encontra-se fundamentado ainda no art. 5º, II, da mesma carta,
prescrevendo que: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
em virtude da lei”.

Como leciona Hely Lopes Meirelles: “a legalidade, como princípio de


administração, significa que o administrador público está, em toda sua atividade
funcional, sujeito aos mandamentos da lei, e às exigências do bem comum, e deles não se

Número do documento: 18052308413630500000042797790


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pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se à responsabilidade
disciplinar, civil e criminal, conforme o caso”.

Ora Exa., clarividente que, primeiro, o Autor teve sua carteira de habilitação
suspensa de forma indevida, por infrações causadas por veículo do qual nunca fora
proprietário e nem conhecimento.

Ademais, as infrações, foram cometidas no âmbito da administração pública


direta ou indireta, de modo que, caso não tivesse ocorrido, mas somente as demais, o
Autor não teria perdido seu direito de dirigir, pois a pontuação não ultrapassaria o limite
máximo anual.

Não obstante, o 3° Requerido alega que, em cumprimento a sua função,


encaminha ao proprietário do veículo, no prazo legal, as notificações de autuação e de
imposição de penalidades nos termos dos arts. 281 e 282 do Código de Trânsito
Brasileiro.

Ocorre Exa., que o Autor NUNCA RECEBEU QUALQUER


NOTIFICAÇÃO DE AUTUAÇÃO DO REFERIDO VEÍCULO, isto, pois, o Autor não
é e nunca foi proprietário do automóvel de placa JHP-0269, de modo que, somente tivera
ciência das multas, quando recebeu notificação sobre a suspensão de sua CNH.

Ainda Exa., clarividente que o Autor não poderia produzir as referidas provas,
tendo em vista que, NUNCA recebeu qualquer notificação de autuação de multas de
trânsito, de modo que, somente tomara conhecimento do ocorrido, quando foi notificado
acerca da suspensão de sua CNH, que foi justamente quando o Autor procurou entender
o que havia acontecido.

Ademais, o Autor não possui qualquer informação de quem é o real


proprietário do veículo.

Número do documento: 18052308413630500000042797790


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Não obstante, o Autor, acosta documento que demonstra que o mesmo possui
apenas um veículo em sua propriedade, qual seja, motocicleta Honda/CG 150 Fan, placa
HOC-9638.

Por outro lado, o Autor desconhece o agente financeiro que arrendou o


veículo gerador das infrações, e, em busca de informações da referida empresa, a mesma
localiza-se justamente no Estado de São Paulo, mais um motivo que demonstra que as
alegações do Autor são verídicas, pois, o mesmo é natural de Itumbiara/GO e reside há
muitos anos em Uberlândia/MG.

Veja abaixo documento de Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica da referida


empresa:

Número do documento: 18052308413630500000042797790


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Deste modo, clarividente que o Autor foi vítima de fraude na realização de
contrato com a empresa DIBENS LEASING ARR MERCANTIL, e, consequentemente,
de todos os transtornos gerados pela circulação de veículo que não é da propriedade do
Autor, mas que, de forma fraudulenta foi adquirido em seu nome.

Portanto Exa., as alegações do Requerido não merecem prosperar, de modo


que, a ação deve ser julgada totalmente procedente.

III.II - DA TESE: “DO NEXO DE CAUSALIDADE E DA EXCLUDENTE DE


ILICITUDE”

Requer o 3° Requerido a improcedência do pedido indenizatório tendo em


vista a ausência de nexo de causalidade entre a conduta do 3° Requerido e o alegado
prejuízo pelo Requerente, bem como pela ausência de qualquer responsabilidade do 3°
Requerido pelos supostos prejuízos suportados pelo Requerente.

Ora Vossa Excelência, destaca-se que a responsabilidade a ser aplicada no


caso em questão é a responsabilidade objetiva, a qual independe de prova da culpa ou
dolo por parte do causador do dano.

Neste sentido, é importante ressaltar que o Código de Defesa do Consumidor


consagrou a responsabilidade objetiva do fornecedor e do comerciante, tendo em vista
especialmente o fato de vivermos, hoje, em uma sociedade de produção e de consumo em
massa, responsável pela despersonalização ou desindividualização das relações entre
produtores, comerciantes e prestadores de serviços, em um polo, e compradores e usuários
do serviço em outro. Dando assim, maior proteção ao consumidor, polo hipossuficiente e
fraco da relação, pois pelo instituto da responsabilidade objetiva, o fornecedor do serviço,
ora o Requerido, responderá independentemente de culpa ou dolo pelo dano moral e

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material causado ao consumidor, neste caso, o Requerente. Veja o art. 14 do CDC e a
jurisprudência sobre o assunto:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da


existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como
por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

Assim, há também a responsabilidade civil prevista nos arts. 927 e 931 do


CPC/15, que decorre do simples fato de dispor-se alguém a realizar atividade de produzir,
estocar, distribuir e comercializar produtos ou executar determinados serviços, caso este
em que inquestionavelmente se enquadra o Requerido.

Dessa forma, o Requerente impugna expressamente os termos da defesa, pelo


que requer seja a presente ação julgada procedente.

III.III – DA TESE: “DA INEXISTÊNCIA DE DANO MORAL”

O 3° Requerido alega não ter cometido ato ilícito ensejador de dano moral e
material, tendo em vista que, aduzem ter agido de forma legítima e em total conformidade
com as disposições do Código de Trânsito Brasileiro.

Ocorre Exa. que, a conduta do 3° Requerido é danosa e abusiva, ofende


direitos basilares do indivíduo, constitui-se em verdadeiro abuso de poder e confiança.
Foi além do limite permitido em lei e ofendeu direitos personalíssimos do Autor, e nesta
toada, o dano moral reside dos próprios fatos narrados, pois atribuir a infração de trânsito
cometida por um veículo que não é e nunca foi de sua propriedade, causando-lhes
transtornos imensuráveis, visto que teve sua CNH cassada, e por isso necessário se fez a

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realização de curso de reciclagem e ainda permanece impedido de dirigir os veículos que
de fato são de sua propriedade.

Dano moral, frise-se é o dano causado injustamente a outrem, que não atinja
ou diminua o seu patrimônio; é a dor, a mágoa, a tristeza infligida injustamente a outrem
com reflexo perante a sociedade. Não se pode deixar de favorecer compensações
psicológicas ao ofendido moralmente que, obtendo a legítima reparação satisfatória,
poderá, porventura, ter os meios ao seu alcance de encontrar substitutivos, ou alívios,
ainda que incompletos, para o sofrimento. Já que, dentro da natureza das coisas, não pode
o que sofreu lesão moral recompor o "status quo ante" restaurando o bem jurídico
imaterial da honra, da moral, da autoestima, da dignidade da pessoa humana agredidos.

Dessa forma, é de responsabilidade dos Requeridos responder pela conduta


que deu ensejo aos transtornos injustamente causados à parte autora, conforme preceitua
os arts. 186 e 927 do Código Civil, e art. 5º, incisos V e X da Constituição Federal de
1988, os quais disciplinam sobre o dano moral, veja-se:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,


independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando
a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por
sua natureza, risco para os direitos de outrem.

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Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem;

X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem


das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou
moral decorrente de sua violação;

Ora, Vossa Excelência, é evidente que houve conduta ilícita e abusiva dos
Requeridos contra o Requerente, o que provocou sérios constrangimentos de ordem moral
desnecessários e que ultrapassam as barreiras do mero aborrecimento.

Harmonizando os dispositivos legais feridos é de inferir-se que a reparação


satisfatória por dano moral é abrangente a toda e qualquer agressão às emanações
personalíssimas do ser humano, tais como a honra, dignidade, reputação, liberdade
individual, vida privada, recato, abuso de direito, enfim, o patrimônio moral que
resguarda a personalidade no mais lato sentido.

Para Cahali:

“O atentado ao bem-estar psicofísico do indivíduo deve apresentar uma


certa magnitude ou expressividade para ser reconhecido como dano
moral, não bastando um mal estar trivial, de escassa importância,
próprio do risco cotidiano da convivência em sociedade. Haveria, por
assim dizer, um limite mínimo de tolerabilidade a partir do qual a lesão
se configura como relevante e prejudicial, hábil/suficiente a embasar a

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responsabilidade indenizatória. Haveria como que um ‘piso’ de
incômodos, inconveniente e desgostos a partir dos quais se configura o
dano moral indenizável” (CAHALI, Yussef Said. Dano Moral, p.53)

No que tange a Reponsabilidade do ente público, o ato ilícito é considerado


praticado, quando não há um mandamento legal que autorize a conduta do estado, posto
que, o agente público somente poderá agir nos limites estabelecidos pela lei.

O Código Civil buscou, no âmbito da Responsabilidade Civil, abarcar não


apenas a reparação dos danos que atingem o patrimônio dos indivíduos, mas também
àqueles de ordem exclusivamente moral, ou seja, aqueles que ferem a liberdade, a honra,
a saúde (mental ou física), a imagem e intimidade dos cidadãos.

Os Requeridos contestam também, o quantum pleiteado à título de


indenização pelos danos morais sofridos.

Desta forma, sobre o valor a ser fixado a título de dano moral não se tem no
ordenamento jurídico brasileiro limites pré-determinados para o arbitramento de tal dano,
contudo, existem alguns requisitos para se chegar ao valor da condenação.

Dentre estes requisitos tem-se a proporcionalidade e a razoabilidade, os


quais o juiz deve-se valer a fim de se determinar um montante justo. Pela
proporcionalidade se entende que ao fixar o valor do dano moral o douto julgador deve
observar que o montante da condenação deve ser equivalente à lesão sofrida, desta forma
se tem também a razoabilidade, pois verificando a correspondência entre o valor
estabelecido e o dano, o magistrado se utiliza do bom senso e da lógica.

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Outro ponto a ser suscitado é do caráter pedagógico do dano moral, vez
que este deve educar os condenados a não praticarem mais o ato danoso além de servir
como exemplo social, com o propósito de reprimir a sociedade em geral de condutas
semelhantes.

Por último, têm-se as condições econômicas tanto de quem indenizará quanto


de quem será indenizado, ora aqui não se roga enriquecimento ilícito, apenas a observação
das condições financeiras dos Réus, para que não seja decretado um valor ínfimo que não
terá caráter punitivo e nem compensará o dano, posto que os Requeridos tem elevada
condição financeira e seria indiferente o pagamento de baixo valor pecuniário.

Por todo exposto, requer o Autor que seja fixado o valor de R$ 50.000,00
(cinquenta mil reais) a título de danos morais, valor este justo, sensato e atendendo assim
a todos os requisitos para arbitramento de dano moral.

Todavia, baseando-se no princípio da eventualidade/concentração, caso V.


Exa., entenda que o quantum indenizatório seja outro, fixe-os pelos seus próprios critérios
analíticos e jurídicos, desde que compatíveis com a real extensão do dano sofrido pelo
Autor e pelas especificidades do caso.

III.IV – DA TESE: “DA INEXISTÊNCIA DO DANO MATERIAL”

O Requerido alega que não merecem ser condenados a indenização por danos
materiais ao Autor.

No entanto, segundo prescreve o art. 186 do Código Civil, “aquele que, por
ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”

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Também preceitua o art. 927 do Código Civil: “Aquele que, por ato ilícito
(art. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.”

Assim, de acordo com as normas positivadas em nosso ordenamento jurídico,


o dano causado ao Autor é proveniente de ato ilícito, gerando a obrigação de indenizar.

Não há dúvidas que no caso em questão o dano causado ao Autor se revestiu


de imprudência e negligência, causada pelo Estado, ao atribuir ao Requerente a
propriedade de um veículo com placa de Brasília/DF e que nunca foi seu. Não lhe dando
sequer direito ao contraditório e ampla defesa, posto que nunca foi notificado dos autos
de infração, sendo surpreendido com a cassação de sua CNH.

Em razão desse fato, teve o Requerente que arcar com diversas despesas,
causando danos patrimoniais que podem ser claramente demonstrados nos documentos
anexados à inicial.

➢ Curso de Reciclagem no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais)


➢ Simulado DIRETRAN no valor de R$ 20,00 (vinte reais)
➢ Manual do aluno DIRETRAN no valor de R$ 20,00 (vinte reais)

Sendo assim Exa., não merecem as alegações dos Requeridos, devendo a


demanda ser julgada procedente, no que tange aos danos materiais no valor de R$ 540,00
(quinhentos e quarenta reais), e, ainda, de danos morais, em importe não inferior a R$
60.000,00 (sessenta mil reais).

IV - DO ÔNUS DA IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA

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A falta de impugnação específica dos fatos e teses declinados na inicial
importa em presunção de veracidade destes, ou seja, caso os Requeridos não impugnem
todas as teses alegadas pelo Requerente na exordial, aquelas que não foram impugnadas,
supõem-se verdadeiras.

Tem-se que os Requeridos não impugnam todas as teses alegadas pelo


Requerente, assim, deve ser aplicado o art. 341 do CPC/15, e considerado como
verdadeiras aquelas teses não contestadas.

Veja a jurisprudência sobre o assunto:

APELAÇÃO CÍVEL - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - AÇÃO DE


COBRANÇA - NULIDADE DA SENTENÇA - VÍCIO EXTRA
PETITA - INOCORRÊNCIA - VEÍCULO REMOVIDO - PÁTIO DO
DEPOSITÁRIO - PAGAMENTO DAS DESPESAS - LIMITAÇÃO
DAS DIÁRIAS AO PERÍODO MÁXIMO DE 30 DIAS -
CONTESTAÇÃO - FALTA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA -
PRESUNÇÃO DE VERACIDADE - PROCEDÊNCIA DO PEDIDO
QUE SE IMPÕE - PRELIMINAR REJEITADA E RECURSO
PROVIDO. - Não há se cogitar de nulidade da sentença quando nela
não se verifica vício extra petita. - Inexistindo impugnação especificada
dos fatos articulados na petição inicial, a importar na presunção de
veracidade dos fatos articulados na inicial (CPC, art. 302), de rigor a
procedência, na íntegra, do pedido de cobrança de despesas resultantes
da remoção de veículos, mesmo porque não se afigura justo que o
autor/depositário permaneça com bens sob sua guarda,
indefinidamente, comprometendo o depósito de outros veículos, que lhe
permitiriam a obtenção de renda. (TJ-MG - AC: 10145110258418001
MG, Relator: José Flávio de Almeida, Data de Julgamento: 17/04/2013,

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Câmaras Cíveis/12ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação:
26/04/2013)

Diante o exposto, requer seja decretada a confissão ficta dos Requeridos e a


presunção de veracidade das teses da declaração de nulidade do auto de infração, da
aplicação do código de defesa do consumidor e inversão do ônus da prova e os
honorários contratuais advocatícios, tendo em vista que, tal tese foi alegada na exordial
e não impugnadas pelo 3° Requerido.

IV – DA IMPUGNAÇÃO AOS DOCUMENTOS

O Autor impugna os documentos juntados pela 3° Requerida nos autos, pois,


sabe-se que, não tem o condão de provar a verdade dos fatos, pois trata-se de telas
sistêmicas da empresa e documentos de uso exclusivo da empresa, ou seja, documentos
unilaterais, de modo que, facilmente podem ser manuseados e alterados pela Requerida,
a fim de ludibriar o Judiciário e obter vantagem perante a Requerente.

Acerca do tema, assim tem entendido a jurisprudência:

Apelante: DECEZAR TRANSPORTES RODOVIÁRIOS Apelada:


BRADESCO SEGUROS S.A. Relator: JUIZ SERGIO LUIZ
PATITUCCI APELAÇÃO CÍVEL - MONITÓRIA
INAPLICABILIDADE DOS EFEITOS DA REVELIA -
PLURALIDADE DE RÉUS - CONTESTAÇÃO APRESENTADA
POR UM DELES - ART. 320, I, DO CPC - REVELIA
CORRETAMENTE AFASTADA - ORÇAMENTO - DOCUMENTO
UNILATERAL QUE NÃO SE PRESTA A COMPROVAR A
ALEGADA DÍVIDA - RECURSO - NEGA PROVIMENTO. 1.- A
revelia não opera seus efeitos materiais à parte inerte, quando, havendo

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pluralidade de réus, um destes apresente contestação; 2.- A "prova
escrita" é todo e qualquer documento que autorize o Juiz a entender que
há direito à cobrança de determinada dívida. (TJ-PR - AC: 6998954 PR
0699895-4, Relator: Sérgio Luiz Patitucci, Data de Julgamento:
28/04/2011, 9ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ: 630) (Grifo
Nosso)

APELAÇÃO CÍVEL. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS.


AÇÃO MONITÓRIA. CONTRATO DE CHEQUE EMPRESA.
AUSÊNCIA DO CONTRATO. JUNTADA DE MEROS EXTRATOS
BANCÁRIOS. PROVA PRODUZIDA DE FORMA
UNILATERAL PELO BANCO AUTORA. AUSÊNCIA DE
DOCUMENTO COM FORÇA PROBANTE SUFICIENTE PARA
CONSTITUIR O TÍTULO PRETENDIDO. SENTENÇA DE
PROCEDÊNCIA DOS EMBARGOS À MONITÓRIA MANTIDA.
APELAÇÃO DESPROVIDA. (Apelação Cível Nº 70049587827,
Vigésima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Glênio
José Wasserstein Hekman, Julgado em 30/04/2014) (TJ-RS - AC:
70049587827 RS, Relator: Glênio José Wasserstein Hekman, Data de
Julgamento: 30/04/2014, Vigésima Câmara Cível, Data de Publicação:
Diário da Justiça do dia 08/05/2014) (Grifo Nosso)

Pelo exposto, merece a presente ação ser julgada totalmente procedente.

V – DOS PEDIDOS

Diante dos fundamentos acima, que se somam ao acervo probatório


produzido nos autos, REQUER:

a) Seja conhecida/admitida a presente Impugnação, eis que tempestiva;

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b) Seja julgada totalmente procedente a presente demanda;

c) Seja aplicado o art. 341 do CPC/15 e, consequentemente, decretada a


confissão ficta dos Requeridos e a presunção de veracidade da teses da
declaração de nulidade do auto de infração, da aplicação do código
de defesa do consumidor e inversão do ônus da prova e honorários
contratuais advocatícios, tendo em vista que, tais teses foram alegadas
na exordial e não impugnadas pela Requerida.

Assim, impugna-se in totum a peça contestatória e os documentos, reiterando


todos os termos da exordial, para que ao final seja julgada procedente a presente ação.

Nestes termos,
Pede e espera deferimento.

Uberlândia/MG, 23 de Maio de 2018.

FERNANDO SUSIA LELIS JÚNIOR ISABELLA CRISTINA NEVES SILVA


OAB/MG 138.462 OAB/MG 142.617

Número do documento: 18052308413630500000042797790


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PDFs anexos

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Assinado eletronicamente por: WELBIO COELHO SILVA - 31/05/2018 18:36:00 Num. 44590421 - Pág. 1
PROCURADORIA-GERAL DO DISTRITO FEDERAL
PROCURADORIA ADMINISTRATIVA – PROCAD

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) MAGISTRADO(A)

Órgão: 1ªVARA CÍVEL


Localização: UBERLÂNDIA
Processo: Procedimento Ordinário n. 5023231-06.2016.8.13.0702
Ativo: JOSE CARLOS SILVA
Passivo: DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL - DETRAN e outros
PGDF: 2018.01.016038

DETRAN/DF, por intermédio da Procuradoria-Geral do Distrito Federal, vem à presença de


Vossa Excelência apresentar CONTESTAÇÃO nos autos da ação em epígrafe.

1. FATOS

Trata-se de ação na qual a parte autora alega não ter adquirido o veículo GM Classic Life
2008/2009, cor preta, placas JHP 0269, Renavam 00991070607, embora esteja recebendo
notificações em razão do cometimento de infrações de trânsito.

Conforme informações ora juntadas, o veículo está registrado em nome de DIBENS


LEASING S/A ARR MERCANTIL, CNPJ 65.654.303/0001-73, sendo arrendatário JOSÉ CARLOS
SILVA, CPF 753.812.656-20, com endereço na SEPS 707/907, Bloco C, Conjunto E, Apto 118, Asa
Sul, Brasília (DF), CEP 70390-078, o que numericamente coincide com o CPF da parte autora.

DILAÇÃO DE PRAZO PARA APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS

Inicialmente, a PGDF informa que ainda não recebeu as informações completas que estão
sendo elaboradas pelo órgão/entidade, razão pela qual, em nome do interesse público, requer
prazo adicional de 30 (trinta) dias para essa juntada.

Esse pedido visa dar eficácia ao art. 9º da Lei n. 12.153/2009: "A entidade ré deverá
fornecer ao Juizado a documentação de que disponha para o esclarecimento da causa,
apresentando-a até a instalação da audiência de conciliação".

PRELIMINAR: INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO: MODIFICAÇÃO DE DEVEDOR E/OU CESSÃO DE


DÉBITOS TRIBUTÁRIOS E NÃO TRIBUTÁRIOS. COMPETÊNCIA DA VARA DE EXECUÇÃO FISCAL

No caso, a parte autora formula pretensão tendente a modificar sua responsabilidade em


relação a débitos tributários e não tributários, o que não é possível perante o Juízo Fazendário,

CNJ n. 5023231-06.2016.8.13.0702 PGDF n. 2018.01.016038 1 de 11

Número do documento: 18053118360079800000043337827


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haja vista a competência da VEF prevista no art. 35 da Lei Federal n. 11.697/2008 - Lei de
Organização Judiciária do Distrito Federal:

Art. 35. Compete ao Juiz da Vara de Execução Fiscal processar e julgar as


execuções em que o Distrito Federal ou entidades de sua administração
descentralizada, inclusive empresas públicas e sociedades de economia mista de
que participe, forem autores, réus, assistentes, litisconsortes, intervenientes ou
opoentes, excetuadas as de falência, acidentes de trabalho e de meio ambiente,
desenvolvimento urbano e fundiário.

Inclusive, até mesmo dentro da PGDF as atribuições são separadas para casos que
envolvam créditos/débitos tributários em tramitação junto à VEF, haja vista a notória
especialização da matéria tributária.

Todavia, entende que será possível que a parte autora alcance sua intenção perante este
Juízo apenas e tão-somente se ela e/ou o banco réu comprovarem nos autos o pagamento de
todos os tributos, impostos e multas existentes em relação ao aludido veículo, haja vista que a
Fazenda Pública não pode ser prejudica no caso.

PRELIMINAR: ILEGITIMIDADE PASSIVA DO DETRAN/DF

Fica esclarecido que o Detran/DF não tem legitimidade para responder pelo pedido de
devolução de valores relativos a tributos, impostos, licenciamento de competência do Distrito
Federal, haja vista ser pessoa jurídica diversa do ente federado, possuindo patrimônio próprio que
não se confunde com o daquele. De igual forma, não respode o Detran/DF por valores devidos a
título de seguro obrigatório à Seguradora Líder, pois esta tem personalidade jurídica diversa.

PRELIMINAR: INÉPCIA DA INICIAL: VIOLAÇÃO DA AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO.


ALEGAÇÃO DE OCORRÊNCIA DE FRAUDE. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO MÍNIMA DOS FATOS

A petição da parte autora deve ser indeferida (art. 330 do NCPC), uma vez que se constitui
de um emaranhado de questões fáticas que se sucedem sem muita lógica, prejudicando a
compreensão da lide para uma defesa adequada.

Garante o art. 5º, LV, da Constituição Federal que "aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os
meios e recursos a ela inerentes".

Por sua vez, o art. 330, § 1º, do CPC considera "inepta a petição inicial quando: I - lhe faltar
pedido ou causa de pedir; II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que
se permite o pedido genérico; III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si".

No caso, não é possível saber como a parte autora chegou ao valor da causa, muito menos
sua narrativa permite aferir corretamente quanto seriam os danos materiais, havendo uma
notória sobreposição de valores entre preço do veículo, financiamento bancário e juros.

Por outro lado, não fica claro onde a parte autora alega que a fraude teria ocorrido, já que

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o Ente Público recebeu a documentação de forma regular, tendo cuidado apenas de proceder aos
atos de transferência, nos exatos termos previstos na legislação de regência.

Desse modo, é preciso que a parte autora emende sua petição inicial a fim de esclarecer
em qual momento realmente ocorreu a fraude, devendo imputar culpa ou dolo adequadamente,
pois não cabe ao Detran/DF imiscuir-se na documentação que tenha sido recebido regularmente.

PRELIMINAR: AUSÊNCIA DE CITAÇÃO DE LITISCONSORTE PASSIVO NECESSÁRIO.


PROPRIETÁRIO/ARRENDANTE DE VEÍCULO SUPOSTAMENTE ENVOLVIDO EM FRAUDE

Depreende-se da documentação que o veículo é de propriedade de DIBENS LEASING S/A


ARR MERCANTIL, estando ela ou seus prepostos provavelmente envolvidos em eventual
procedimentos de fraude, de modo que cabe à parte autora promover sua citação.

Desse modo, requer seja intimada a parte autora a promover emenda à petição inicial,
denunciação da lide e/ou chamamento ao processo, na medida e de acordo com a situação fático-
jurídico de que tEm conhecimento, correndo essa estratégia processual por sua conta e risco.

MÉRITO: VIOLAÇÃO DIRETA DE NORMA JURÍDICA OBJETIVA E CLARA

Se fora lavrada regularmente a autuação, fica inabalada a presunção de legitimidade que


lhe é inerente, devendo ser rejeitados os pedidos, porquanto a parte autora não comprovou a
existência de qualquer irregularidade e/ou nulidade apta a ensejar o acolhimento dos pedidos.

Além de tudo, a documentação trazida com a petição inicial não contribui para demonstrar
as alegações. Assim, não tendo a parte autora se desincumbido do ônus probatório (art. 373 do
NCPC), devem os pedidos ser julgados improcedentes, conforme a jurisprudência distrital.

MÉRITO: PROCEDIMENTO DETRAN PARA TRANSFERÊNCIA DE VEÍCULOS. VEÍCULO


SUPOSTAMENTE OBJETO DE FURTO. INEXISTÊNCIA DE NEXO DE CAUSALIDADE. PRECEDENTE STJ

Com efeito, a eventual perda da propriedade do veículo pela parte autora somente pode
ser atribuída ao alienante do bem e à própria autora, que não tomou as cautelas exigíveis para a
aquisição do automóvel.

Isto porque o Detran/DF é parte alheia ao negócio jurídico entabulado entre vendedor e
comprador. Se a autora adquiriu veículo eivado de vício no documento de liberação, e somente
após foi constatada a existência da irregularidade, não há como se atribuir à Autarquia a
responsabilidade pela conduta do terceiro alienante.

Nessa ordem de idéias, não há como se imputar ao Ente Público responsabilidade pelo
evento, pois as vistorias realizadas pelo integram tão-somente o procedimento administrativo de
transferência e registro do automóvel e levam em consideração as informações passadas pelas
autarquias de outras unidades da federação e os documentos apresentados pelas partes.

Noutras palavras, a intervenção dos órgãos de fiscalização ocorre em momento posterior à

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realização do negócio, como mera etapa do procedimento de registro administrativo, de modo
que não se pode atribuir ao ente público qualquer responsabilidade pela conduta de terceiros.

Não se pode olvidar, ainda, que a transferência da propriedade de bem móvel ocorre com
a tradição, de modo que a intervenção dos órgãos administrativos relativamente à efetivação do
registro só ocorre quando já estava concluído o negócio jurídico e, portanto, caracterizado o dano.

Se a parte autora realmente experimentou o prejuízo de ter adquirido um veículo objeto


de fraude/equívoco na liberação documental, este dano jamais poderá ser atribuído ao órgão
administrativo responsável pela transferência e registro do veículo. A propósito, confira-se a
jurisprudência a respeito do tema:

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO.


SÚMULA 211/STJ. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. VEÍCULO REGISTRADO
PELO DETRAN. RES FURTIVA. APREENSÃO EM DILIGÊNCIA POLICIAL. OBRIGAÇÃO
INDENIZATÓRIA DO ESTADO. INEXISTÊNCIA. PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS DO
STF E STJ. 1. "Inadimissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da
oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada pelo Tribunal a quo."
(Súmula 211/STJ) Ausência de prequestionamento do art. 22 da Lei nº 8.078/90. 2.
"Veiculo admitido a registro, pelo departamento estadual de trânsito, a
requerimento do adquirente, mas que depois se verificou haver sido objeto de
furto. Ausente o nexo causal, entre a atividade do funcionário e o prejuízo
enfrentado pelo mencionado adquirente, não se acha caracterizada a
responsabilidade civil do estado. Precedentes do Supremo Tribunal Federal" (RE nº
134298/SP). 3. Não pode o DETRAN ser responsável por ato criminoso de terceiro
ou pela culpa dos próprios compradores. O comprador que perde o bem por ato
administrativo da autoridade policial, na busca e apreensão de veiculo furtado,
pode promover ação de indenização contra o vendedor. Art. 1.117 do C. Civil.
Precedentes. Art. 18 do Código de Defesa do Consumidor. 4. Precedentes
jurisprudenciais do STJ e STF. 5. Recurso especial parcialmente conhecido e
improvido. (STJ, REsp 493318/SC, Rel. Min. LUIZ FUX, 1ª TURMA, DJ 23.06.2003 p.
267 RSTJ vol. 176 p. 212)

Repita-se: a vistoria realizada no Detran/DF para fins de emplacamento do veículo


restringe-se aos aspectos de identificação e segurança do veículo, sem investigações profundas de
fraude, furto ou outro tipo de adulteração, na medida em que destinada ao mero registro de
propriedade do veículo. Portanto, não há qualquer respaldo para se imputar ao Detran/DF a
responsabilidade pela ocorrência de eventual irregularidade na transferência do veículo.

AUSÊNCIA DE RESPONSABILIDADE DO DETRAN/DF. FRAUDE DE TERCEIRA PESSOA

Se confirmada a fraude no processo de transferência, com ou sem adulteração de


documentos públicos, o Detran/DF será tão vítima quanto a parte autora, não podendo ser
responsável por reparação de danos materiais e/ou morais, haja vista que a ofensa decorre de
conduta perpetrada exclusivamente por terceira pessoa.

IMPOSSIBILIDADE DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO DE TRIBUTOS,

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IMPOSTOS, MULTAS, LICENCIAMENTO E SEGURO OBRIGATÓRIO DO VEÍCULO

Já foi dito que o Detran/DF não tem legitimidade para responder pelo pedido de devolução
de valores relativos a tributos, impostos, licenciamento de competência do Distrito Federal, haja
vista ser pessoa jurídica diversa do ente federado, possuindo patrimônio próprio que não se
confunde com o daquele.

De igual forma, não respode o Detran/DF por valores devidos a título de seguro
obrigatório à Seguradora Líder, pois esta tem personalidade jurídica diversa.

No entanto, em respeito ao princípio da eventualidade, todos esses valores são de


responsabilidade da parte autora, pois confessa estar na posse do veículo desde dezembro de
2014, não sendo crível, por exemplo, que, acobertada pela garantia de um seguro obrigatório,
venha depois postular a devolução dos valores.

A discussão em torno da propriedade é irrelevante no caso, pois a própria circulação do


veículo seria ilegal sem esses respectivos pagamentos, especialmente o seguro obrigatório de
acidentes. Se ostenta(va) a condição de proprietário real ou putativo, cabe à parte autora esses
ônus, sob pena de não poder usufruir do bem.

Se a parte autora estava na posse do bem como se dona fosse e o utilizava nas vias
públicas do Distrito Federal, não faz sentido postular a devolução de valores a título de imposto de
propriedade, licenciamento, seguros, muito menos as multas de trânsito.

IMPROCEDÊNCIA DA INDENIZAÇÃO DE DANOS MORAIS. RISCO SOCIAL DOS NEGÓCIOS.


VALOR POSTULADO ACIMA DOS PARÂMETROS DA JURISPRUDÊNCIA DISTRITAL

Não cabe indenização de danos morais no caso, pois no máximo trata-se de aborrecimento
oriundo da própria vida numa sociedade capitalista, que está sujeita a riscos e na qual as pessoas
adultas já estão preparadas para com eles lidar.

Se comprovada eventual irregularidade e/ou fraude, as pessoas e as coisas retornam ao


seu estado anterior e prosseguem suas vidas, não havendo indenização por supostos danos morais
para aspectos que já estão embutidos nos riscos negociais.

No caso, a parte autora postular indenizacao de danos morais de alta monta. Todavia, para
essa situação, em que a parte autora praticamente nada prova dos fatos articulados, no máximo
seria cabível uma indenização de R$ 2.000,00 se houver comprovação desses acontecimentos.

DISTRIBUIÇÃO PROPORCIONAL DA RESPONSABILIDADE: DEMORA INJUSTIFICÁVEL DO


SUPOSTO PREJUDICADO EM REGISTRAR A OCORRÊNCIA POLICIAL PARA APURAÇÃO DOS FATOS

Estabelece o art. 945 do Código Civil: "Se a vítima tiver concorrido culposamente para o
evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em
confronto com a do autor do dano".

Portanto, considerando a demora injustificada em promover o registro da ocorrência, que


poderia ter impedido ou dificultado o desencadeamento da atividade criminosa, deve ser

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imputada à empresa LOCALIZA a maior parte da culpa pelos infortúnios narrados no processo.
Ademais, por desempenhar atividade de risco, ela já contratou seguro para o veículo, que foi pago
pela locatária JOICE (vide fl. 125).

PRESUNÇÃO DE LEGALIDADE E VERACIDADE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Em relação aos argumentos invocados com vistas ao afastamento da presunção de


legalidade e veracidade dos atos administrativos, melhor sorte não assiste à parte autora. Como é
cediço, em virtude das prerrogativas que militam em favor dos atos administrativos, a parte
autora estaria investida no ônus de demonstrar a nulidade do auto de infração e apreensão do
veículo. A propósito do tema, confira-se o seguinte aresto da jurisprudência do TJDFT:

ADMINISTRATIVO E PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO


CAUTELAR INOMINADA. TRANSPORTE IRREGULAR DE PASSAGEIROS. APREENSÃO
DO VEÍCULO. IMPUGNAÇÃO DOS AUTOS DE INFRAÇÃO. PRETENSÃO DE LIBERAÇÃO
DO VEÍCULO SEM O PAGAMENTO DAS MULTAS E DAS TAXAS DE REMOÇÃO E
DEPÓSITO DO VEÍCULO. AUSÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS AUTORIZADORES DA
CONCESSÃO DA LIMINAR. MANTENÇA DA DECISÃO QUE A INDEFERIU. 1-
Considerando que a favor dos atos administrativos milita a presunção de
legitimidade e legalidade, mister se faz que, para se afastar tais presunções, haja
prova robusta acerca do vício que supostamente contamina o ato administrativo
exarado pelo Órgão Público. 2- Não se desincumbindo o agravante de seu ônus,
qual seja, demonstrar de forma inequívoca a plausibilidade de seu direito, e não se
encontrando presentes os pressupostos autorizadores da tutela cautelar, impõe-se
a mantença da decisão que indeferiu a liminar que visava a liberação do veículo do
recorrente, sem o pagamento das multas que lhe foram impostas, bem como sem o
recolhimento das taxas atinentes à remoção e depósito do veículo. 3- Agravo de
instrumento conhecido e não provido. (TJDFT. AGI 2002002006183, Relator Maria
Beatriz Parrilha, 2ª Turma Cível, julgado 31/03/2003, DJ 06/08/2003, p. 32)

Portanto, o afastamento da referida presunção somente se poderia delinear após ampla


dilação probatória e com amparo em fartos elementos de convencimento, o que não ocorre nos
presentes autos. Além disso, os documentos trazidos com a exordial, não demonstram ter havido
qualquer licitude do ato administrativo. Ao fim e ao cabo, as presunções de legalidade e
veracidade dos atos administrativos restaram confirmadas em Juízo, motivo pelo qual os pedidos
devem ser julgados totalmente improcedentes.

RESPONSABILIDADE CIVIL

A responsabilidade civil decorre de uma conduta que causa dano a outrem, ambos ligados
por um nexo de causalidade. Causa esta que serviria apenas ao antecedente fático ligado
necessariamente ao resultado danoso como uma consequência direta e imediata.

Esse ato humano, sendo negativo ou positivo, é decorrente de uma conduta ilícita
voluntária que gera o resultado lesivo. A especificação do Código Civil é que o ato ilícito advenha
de ação ou omissão, negligência ou imprudência, mas que, principalmente, viole direito, causando
prejuízo a outrem, conforme se vê:

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Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.

Agindo dessa forma, caberá a devida reparação aos danos causados ao bem que sofrera
prejuízo. Assim preceitua o CC:

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.

A obrigação de indenizar do Estado, decorrente da responsabilidade civil, deverá abrigar


para a sua caracterização o dano causado à terceiro por agente estatal, unidos pelo nexo de
causalidade, conforme o art. 37, § 6°, da Constituição Federal preceitua:

Art. 37. (...) § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado


prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável
nos casos de dolo ou culpa.

Portanto, para que haja, no caso dos presentes autos, a obrigação desse Ente Federativo
de indenizar, é preciso analisar as alegações feitas, a fim de identificar os requisitos necessários
para a caracterização da responsabilidade civil do Estado. Da narrativa do requerente, em sua
peça vestibular, verifica-se que não houve conduta ilícita por parte dos agentes estatais. Ao
contrário, a todo o tempo o requerente ataca de forma grosseira a autarquia requerida.

Assim, após a leitura da exposição fática feita pelo requerente, o qual utiliza de má-fé ao
tentar atribuir qualquer conduta ao requerido, visto a ausência de responsabilidade deste ou de
seus agentes, tecendo comentários falaciosos contra o requerido e seus agentes que estavam
cumprindo seu trabalho estritamente legal, no gozo de suas funções e atribuições, não merece
guarida nenhum dos pleitos apresentados pelos requerentes.

AUSÊNCIA DE DOLO

Para o deferimento do pedido dos requerentes, deve-se demonstrar existência de


procedimento malicioso por parte por parte do Ente Público, mas no caso não ficou demonstrado
qualquer procedimento de má-fé por parte da Autarquia, mas mero cumprimento da
determinação legal quanto aos procedimentos adotados nos casos de apreensão do veículo,
cobrança de diárias, leilão do veículo, abertura de processo de execução fiscal e inscrição na dívida
ativa quando do não pagamento do valor devido à Fazenda Pública.

Face ao exposto, não restam dúvidas de que o requerente não faz jus à indenização por
danos morais conforme pleiteado à exordial porque ausentes os requisitos necessários para tanto,
devendo, portando, serem julgados improcedentes todos os pedidos que ali foram feitos.

MERO ABORRECIMENTO

No presente caso, os requerentes procuram fundamentar suas pretensões com base em


meros aborrecimento inerentes ao nosso dia-a-dia. Faz partes das relações humanas pequenos

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contratempos, não se podendo fazer disso uma nova fonte de renda. No caso dos autos, verifica-
se que a intenção dos requerentes é conseguir vantagem pecuniária com base no suposto não
cumprimento do dever de agir dos agentes de trânsito do requerido.

Não merece guarida as falaciosas alegações dos requerentes. Os agentes de Trânsito do


requerido cumpriram com todas as determinações legais que poderiam adotar quando há um
acidente de trânsito. Assim, não há que se falar em indenização por danos morais. O dano moral,
assim compreendido todo o dano extra-patrimonial, não se caracteriza quando há mero
aborrecimento inerente a prejuízo material, sob pena de enriquecimento sem causa.

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS,


MORAIS E ESTÉTICOS. ACIDENTE DE TRÂNSITO. ATROPELAMENTO.
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DA PROPRIETÁRIA DO VEÍCULO. AUTORIA. NEXO
CAUSAL. ATO ILÍCITO. NÃO COMPROVAÇÃO. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO.
ÔNUS PROBATÓRIO. DESICUMBÊNCIA. INDENIZAÇÃO INDEVIDA. (CC , ARTS. 186 E
188 , I ). SENTEÇA MANTIDA. 1. Das formulações legais que regulam a repartição do
ônus probatório emerge a constatação de que, formulando pretensão indenizatória
lastreada na responsabilidade civil aquiliana e na culpa subjetiva, ao autor fica
debitado o encargo de revestir de sustentação os fatos constitutivos do direito que
invocara, e ao réu, de sua parte, o encargo de comprovar a coexistência de fatos
impeditivos, modificativos e extintivos do direito invocado pela contraparte e em
desfavor dos seus interesses (CPC , art. 333 , I ). 2. Emergindo dos elementos de
prova que, conquanto subsistente o ilícito – atropelamento – e os danos
experimentados pelo vitimado pelo ato injurídico, não conseguira lastrear a
imputação de responsabilidade que endereçara à parte ré, deixando de vincular
etiologicamente o havido a qualquer conduta antijurídica dela derivada, porquanto
não demonstrada a autoria ou vínculo de solidariedade enlaçando-a aos fatos, resta
obstado o aperfeiçoamento do nexo causal jungindo sua pessoa ao resultado
danoso havido, obstando a germinação dos pressupostos indispensáveis ao
afloramento da responsabilidade civil. 3. Consubstancia verdadeiro truísmo que os
pressupostos da responsabilidade civil, de acordo com o estampado nos artigos 186
e 927 do Código Civil , são (i) a caracterização de ato ilícito proveniente de ação ou
omissão do agente, (ii) a culpa do agente, (iii) o resultado danoso originário do ato
(iv) e o nexo de causalidade enlaçando etiologicamente a conduta ao efeito danoso,
emergindo dessas premissas normativas que, restando obstada a apreensão da
subsistência do fato constitutivo do direito invocado por não ter sido evidenciada a
autoria do ilícito, rompendo o nexo enlaçando o indigitado como seu protagonista
ao resultado danoso, o silogismo necessário à germinação da obrigação
indenizatória não se aperfeiçoa, determinando a rejeição do pedido formulado na
exata tradução da regra inserta no artigo 333, inciso I, do CPC. 4. Apelação
conhecida e desprovida. (TJ-DF - Apelação Cível APC 20110910200096 (TJ-DF) Data
de publicação: 26/05/2015)

A produção da prova do dano moral é de responsabilidade de quem se sentir vítima de


ofensa. Nesse sentido, melhor sorte não assiste ao requerente, já que não conseguiu demonstrar
de forma clara qualquer situação vexatória capaz de ensejar o direito de reparação.

Desse modo, a resposta do Poder Judiciário a situações como a dos autos deve ser
enérgica, uma vez que não se pode admitir que pessoas ingressem na Justiça com a finalidade de
auferir vantagem dos cofres públicos. Assim, deve o pedido ser julgado improcedente.

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AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. CONFIRMAÇÃO DA LEGALIDADE DA ATUAÇÃO ESTATAL

Cabe ressaltar que toda prova é o modo pelo qual o magistrado passa a ter conhecimento
dos fatos que envolvem a relação jurídica posta à apreciação da jurisdição, que julgará com base
na demonstração da ocorrência dos fatos.

Isso significa que devem ser provados os fatos alegados para que haja o livre
convencimento do julgador sobre o objeto demandado. Contudo, deve tais provas ser idôneas e
hábeis para corroborar com a tese de existência dos fatos. Sobre o assunto, ensina a doutrina:

“examinando o que seria(m) o(s) conceito(s) jurídico(s) de prova (rectius,


meio[s] de prova), concluímos que consite(m) naqueles meios, definidos pelo
Direito ou contidos por compreensão num sistema jurídico (v. arts. 332 e 366),
como idôneos a convencer prova como resultado) o juiz da ocorrência de
determinados fatos, os quais vieram ao processo em decorrência de atividade,
principalmente dos litigantes (prova como atividade).” (ARRUDA ALVIM, Manual de
Direito Processual Civil, 6ª ed., vol 2, p. 440)

HUMBERTO THEODORO JÚNIOR, em seu Curso de Direito Processual Civil (22ª ed., vol. 1, p.
423), dá a lição de que o ônus “consiste na conduta processual exigida da parte para que a
verdade dos fatos por ela arrolados seja admitida pelo juiz.” Ainda, o art. 333 do CPC salienta que
ao autor incumbe provar o alegado para que seu direito seja reconhecido pelo Estado:

Art. 333 - O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo


do seu direito.

Destarte, se faz indubitavelmente necessária a apresentação de provas adequadas para a


comprovação dos fatos narrados na inicial, o qual não houve no caso em voga. Não existem meios
aptos que demonstrem que o veículo de propriedade do requerente foi realmente clonado. Ou
ainda, que não estava no local, no dia e horário indicado no auto de infração em anexo.

Ainda, os atos dos agentes estatais são revestidos pelo manto da legalidade, portanto, há
uma presunção de veracidade. O que implica a produção de provas irrefutáveis em sentido
contrário para que esta presunção deixe de ser absoluta. Além de todo o exposto, pesa a favor do
Este federado a presunção de legalidade e veracidade dos atos administrativos, não merecendo
prosperar os pleitos da exordial.

IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO DE INDENIZAÇÃO DE DANOS MORAIS. RISCO SOCIAL DOS


NEGÓCIOS. VALOR POSTULADO ACIMA DOS PARÂMETROS DA JURISPRUDÊNCIA DISTRITAL

Não cabe indenização de danos morais no caso, pois no máximo trata-se de aborrecimento
oriundo da própria vida numa sociedade capitalista, que está sujeita a riscos e na qual as pessoas
adultas já estão preparadas para com eles lidar.

Se comprovada eventual irregularidade e/ou fraude, as pessoas e as coisas retornam ao


seu estado anterior e prosseguem suas vidas, não havendo indenização por supostos danos morais
para aspectos que já estão embutidos nos riscos negociais.

No caso, como a parte autora dá à causa o valor de relativo a danos materiais, infere-se daí
que os danos morais postulados são de alta monta monta.

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EXORBITÂNCIA DOS VALORES PRETENDIDOS

Apenas a título de argumentação e em homenagem ao princípio da eventualidade, já que


não se acredita na possibilidade de imposição do dever de indenizar ao DETRAN/DF, roga-se as
mais respeitosas vênias para tecer algumas considerações sobre o valor pedido pela parte autora.

A toda evidência, o valor requerido a título de indenização por dano moral é


flagrantemente incompatível com os elementos constantes dos autos e em desalinho com a
jurisprudência do TJDFT. Em hipóteses de igual gravidade, o TJDFT tem sido bem mais
parcimonioso, com o escopo de evitar condenações descabidas.

Nesse particular, se reconhecida à responsabilidade do poder público, assevera-se que,


embora o fato danoso tenha como consequência proporcionar profundo sofrimento, o patamar
indenizatório pleiteado ultrapassa, e em muito, o que vem sendo decidido, além de dissociar-se
dos critérios norteadores da fixação do dano moral, como se infere do julgado seguinte:

CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. ERRO MÉDICO. DANO CAUSADO POR


PREPOSTO DE FUNDAÇÃO PÚBLICA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. ÔNUS DA
PROVA. DANOS MATERIAIS. NATIMORTO. DANOS MORAIS - CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO.
I - Em se tratando de ação por danos materiais e morais causados por agente
público, no desempenho de suas funções, atribui-se ao estado a responsabilidade
objetiva.II - Não há danos materiais à ascendente do natimorto, pois inexiste
previsibilidade de que, se nascesse com vida, contribuiria para a melhora da vida
econômica familiar. III - O juiz, ao fixar os danos morais, analisa a condição social e
econômica da vítima, a condição econômica do ofensor e a extensão do dano e, fixá-
lo de modo que traga ganho econômico de cunho compensatório para a vítima, mas
sem trazer-lhe enriquecimento sem causa ou empobrecer o causador do dano.
(...) (TJDFT, APC E REMESSA DE OFÍCIO 20010150048739, Relatora Desa. Vera
Andrighi, 4ª Turma Cível, DJU 15/05/2002, Pág. : 100)

Em linha de arremate, na hipótese remota de condenação, forçosa é a fixação de


indenização por danos morais em patamar bem aquém do requerido pela parte autora.

INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE CAUSALIDADE. DANOS MATERIAIS

A parte autora alega, mas não faz prova de que a cassação de sua CNH e os gastos com a
realização de curso para obtenção de nova CNH tenham relação causal direta com os fatos
narrados nos autos, ou seja, não conseguiu estabelecer nexo de causalidade, tornando inviável a
obtenção de ressarcimento de danos materiais sem a prova de ligação entre as situacões.

DISTRIBUIÇÃO PROPORCIONAL DA RESPONSABILIDADE. USO DE DOCUMENTO PESSOAL

Estabelece o art. 945 do Código Civil: "Se a vítima tiver concorrido culposamente para o
evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em
confronto com a do autor do dano".

Nota-se dos autos que a parte autora certamente participou ou contribuiu para a
realização de um negócio jurídico que culminou com a vinculação de seu nome ao veículo.

CNJ n. 5023231-06.2016.8.13.0702 PGDF n. 2018.01.016038 10 de 11

Número do documento: 18053118360079800000043337827


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18053118360079800000043337827
Assinado eletronicamente por: WELBIO COELHO SILVA - 31/05/2018 18:36:01 Num. 44590453 - Pág. 10
PEDIDOS

Em face do exposto, requer:

a) prazo adicional de 30 (trinta) dias para juntada de informações detalhadas que estão
sendo elaboradas especificamente para este caso concreto, que poderá esclarecer
cabalmente a situação inusitada envolvendo o veículo;

b) sejam acatadas as preliminares e extinto o processo sem resolver o mérito;

c) seja reconhecida a incompetência absoluta do Juízo Fazendário;

d) seja determinada a emenda da petição inicial e/ou da defesa, bem como seja promovida
em seguida a citação de novos litisconsortes passivos necessários;

e) em relação ao pedido de devolução de tributos, impostos, licenciamento, multas e seguros,


seja reconhecida a ilegitimidade passiva do Detran/DF;

f) no mérito, sejam julgados improcedentes todos os pedidos da parte autora;

g) condenação da parte autora nas custas processuais e honorários advocatícios;

h) provar o alegado valendo-se de todos os meios de provas possíveis, inclusive depoimento


pessoal da parte autora e dos demais réus e/ou seus representantes legais, oitiva de
testemunhas, perícias etc.

Brasília (DF), 31 de maio de 2018.

WELBIO COELHO SILVA


Procurador(a) do Distrito Federal
OAB/DF Nº 25.295

ROL DE TESTEMUNHAS: Considerando que a parte autora ainda não arrolou testemunhas, o Ente
Público irá arrolar suas testemunhas se houver designação de audiência de instrução,
comprometendo-se a adotar as providências do art. 455 CPC.

CNJ n. 5023231-06.2016.8.13.0702 PGDF n. 2018.01.016038 11 de 11

Número do documento: 18053118360079800000043337827


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18053118360079800000043337827
Assinado eletronicamente por: WELBIO COELHO SILVA - 31/05/2018 18:36:01 Num. 44590453 - Pág. 11
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
DEPARTAMENTO DE TRÂNSITO DO DISTRITO FEDERAL
Direção Geral
Procuradoria Jurídica

Memorando SEI-GDF n.º 1097/2018 - DETRAN/DG/PROJUR Brasília-DF, 24 de abril de 2018

À DIRCONV,

De ORDEM da Chefia desta Projur,


1. Veio da Procuradoria Geral do Distrito Federal, o anexo O cio 10119/2018
(7364939), cujo teor exige desta Autarquia as informações e os documentos per nentes aos fatos
narrados na petição inicial para subsidiar a defesa desta Autarquia.
2. Outrossim, para efe vação do pleno cumprimento do julgado, solicito direto
envio a alguma outra unidade administrativa desta Autarquia, acaso necessária a diligência.
3. Finalizados os trâmites no atendimento a tudo quanto demandado, solicito
o encaminhamento das informações a esta PROJUR com brevidade possível, observando o exíguo
prazo assinalado pela PGDF.

Atenciosamente,

Maria Claudinea Sobrinho


Assessora Técnica

Documento assinado eletronicamente por MARIA CLAUDINEA SOBRINHO - Matr.0250358-1,


Assessor(a) Técnico(a), em 24/04/2018, às 15:45, conforme art. 6º, do Decreto n° 36.756, de 16
de Setembro de 2015, publicado no Diário Oficial do Distrito Federal nº 180, quinta-feira, 17
de setembro de 2015.

A autenticidade do documento pode ser conferida no site:


http://sei.df.gov.br/sei/controlador_externo.php?
acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0
verificador= 7408101 código CRC= A78BB6E0.

"Bra s íl i a - Pa tri môni o Cul tura l da Huma ni da de"

SAM LOTE A BLOCO B EDIFÍCIO SEDE DETRAN-DF, TÉRREO - Ba i rro SETOR DE ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL - CEP 70620-000 - DF

00020-00013427/2018-31 Doc. SEI/GDF 7408101

Memorando 1097 (7408101) SEI 00020-00013427/2018-31 / pg. 1

Número do documento: 18053118360148400000043337834


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18053118360148400000043337834
Assinado eletronicamente por: WELBIO COELHO SILVA - 31/05/2018 18:36:02 Num. 44590460 - Pág. 1
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
DEPARTAMENTO DE TRÂNSITO DO DISTRITO FEDERAL
Direção Geral
Diretoria de Controle de Veículos e Condutores

Despacho SEI-GDF DETRAN/DG/DIRCONV Brasília-DF, 24 de abril de 2018

À Gervei,
Encaminho a V. Sª o referido processo para prestar informações per nentes aos fatos
narrados diretamente à Projur.

Érica Abreu
Assist. de Trânsito

Documento assinado eletronicamente por ERICA LIZ MENEZES DE ANDRADE ABREU -


Matr.0001335-8, Assistente de Trânsito, em 24/04/2018, às 17:41, conforme art. 6º, do
Decreto n° 36.756, de 16 de Setembro de 2015, publicado no Diário Oficial do Distrito Federal
nº 180, quinta-feira, 17 de setembro de 2015.

A autenticidade do documento pode ser conferida no site:


http://sei.df.gov.br/sei/controlador_externo.php?
acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0
verificador= 7422864 código CRC= 01FB08B5.

"Bra s íl i a - Pa tri môni o Cul tura l da Huma ni da de"

SAM LOTE A BLOCO B EDIFÍCIO SEDE DETRAN-DF, 1º ANDAR - Ba i rro SETOR DE ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL - CEP 70620-000 - DF

00020-00013427/2018-31 Doc. SEI/GDF 7422864

Despacho DETRAN/DG/DIRCONV 7422864 SEI 00020-00013427/2018-31 / pg. 2

Número do documento: 18053118360148400000043337834


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18053118360148400000043337834
Assinado eletronicamente por: WELBIO COELHO SILVA - 31/05/2018 18:36:02 Num. 44590460 - Pág. 2
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
DEPARTAMENTO DE TRÂNSITO DO DISTRITO FEDERAL
Diretoria de Controle de Veículos e Condutores
Gerência de Controle de Veículo

Despacho SEI-GDF DETRAN/DG/DIRCONV/GERVEI Brasília-DF, 25 de abril de 2018

A Senhora Chefe da Procuradoria Jurídica

Ref.: Memorando nº 1097 - Projur


Multa de Trânsito
Processo nº 5023231-06.2016.8.13.0702 e 2018.01.016038

Em atenção aos expedientes em epígrafe, informo a V. Sª que o veículo placa JHP0269


encontra-se registrado, neste Detran-DF, em nome d e DIBENS LEASING S/A ARR MERCANTIL, CNPJ
65.654.303/0001-73, constando como arrendatário JOSE CARLOS SILVA, CPF 753.812.656-20 , conforme
cópias de pesquisa anexas. 7454276
Esclareço que o registro das informações de caráter cadastral foram realizados dentro
das normas legais.
Atenciosamente,

Gênete Rosa
Gerente

Documento assinado eletronicamente por GENETE ROSA - Matr.0001035-9, Gerente de


Controle de Veículo, em 25/04/2018, às 15:14, conforme art. 6º, do Decreto n° 36.756, de 16 de
Setembro de 2015, publicado no Diário Oficial do Distrito Federal nº 180, quinta-feira, 17 de
setembro de 2015.

A autenticidade do documento pode ser conferida no site:


http://sei.df.gov.br/sei/controlador_externo.php?
acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0
verificador= 7453665 código CRC= A0B2963E.

"Bra s íl i a - Pa tri môni o Cul tura l da Huma ni da de"

SAM LOTE A BLOCO B EDIFÍCIO SEDE DETRAN-DF, 1º ANDAR - Ba i rro SETOR DE ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL - CEP 70620-000 - DF

00020-00013427/2018-31 Doc. SEI/GDF 7453665

Despacho DETRAN/DG/DIRCONV/GERVEI 7453665 SEI 00020-00013427/2018-31 / pg. 3

Número do documento: 18053118360148400000043337834


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18053118360148400000043337834
Assinado eletronicamente por: WELBIO COELHO SILVA - 31/05/2018 18:36:02 Num. 44590460 - Pág. 3
Consulta de Veículos na Base Local
DADOS DO VEICULO
Placa: JHP0269 Chassi: 8AGSA19909R123281 Remarcado(S/N): N

Lacre: Renavam: 00991070607 Protocolo de Circulação:


Situação: 1-EM CIRCULACAO Município: 09701-BRASILIA

Procedência: 1 - NACIONAL Tipo: 06-AUTOMOVEL Espécie: 01-PASSAGEIRO

CAT/SUB: 01-PARTICULAR / - Marca/Mod: 149017-I/GM CLASSIC LIFE

Ano Mod: 2009 Ano Fab: 2008 Cor: 11-PRETA Cap Passag: 005 Potência: 072 Cilindradas: 1000

Combustível: 16-ALCO/GASOL Nº Motor: P65049310 Nº Câmbio:


Faixa Seguro: 01 Ano Último Licenciamento: 2008 Carroceria: 999-NAO APLIC.

Deficiente Físico: Selo Idoso:


Roubo Furto: N Data da Última Atualização: 10/11/2009

Status do SNG: ARRENDAMENTO MERCANTIL - BAIXADA


DADOS DO PROPRIETÁRIO
Nome: DIBENS LEASING S/A ARR MERCANTIL CNPJ: 65.654.303/0001-73

POSSE
Nome: JOSE CARLOS SILVA CPF/CNPJ: 753.812.656-20

Endereço: SEPS 707/907 Nº: Bairro: A SUL

Complemento: BL C CONJ E APTO 118 Cidade: BRASILIA Cep: 70390078

Data Aquisição 0km: 07/11/2008 Valor 0km: 27200,00

Data Transferência: 07/11/2008 Valor: 27200,00 Nº Doc. Aquisição: 792497

PROPRIETÁRIO ANTERIOR
Nome: SMAFF AUTOMOVEIS LTDA CPF/CNPJ: 01.582.044/0001-30

Endereço Anterior: BRASILIA UF: DF

DADOS DA DOCUMENTAÇÃO
Data CRV: 14/11/2008 Nº CRV: ******** Data CRLV: // Nº CRLV:
RESTRIÇÕES
01-ARREND. MERCANTIL
04-RESTRICAO JUDICIAL

Observações: Nº Restrição:
Data Limite Restrição Tributária: // Doc. Restrição Tributária:

Dados Cadastrais (7454276) SEI 00020-00013427/2018-31 / pg. 4

Número do documento: 18053118360148400000043337834


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18053118360148400000043337834
Assinado eletronicamente por: WELBIO COELHO SILVA - 31/05/2018 18:36:02 Num. 44590460 - Pág. 4
Lista Proprietários de Veículo

PROPRIETÁRIOS DO VEÍCULO
Sequência Placa Chassi Proprietários - Arrendatários DT Pessoa CPF/CNPJ Data
65.654.303/0001-
ATUAL JHP0269 8AGSA19909R123281 DIBENS LEASING S/A ARR MERCANTIL 3124299
73
07/11/2008

01.582.044/0001-
ANTERIOR JHP0269 8AGSA19909R123281 SMAFF AUTOMOVEIS LTDA 1973951
30
07/11/2008

RETORNA

Dados Cadastrais (7454276) SEI 00020-00013427/2018-31 / pg. 5

Número do documento: 18053118360148400000043337834


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18053118360148400000043337834
Assinado eletronicamente por: WELBIO COELHO SILVA - 31/05/2018 18:36:02 Num. 44590460 - Pág. 5
IDENTIFICAÇÃO

Placa: JHP0269 Chassi: 8AGSA19909R123281 Ano Fab/Mod: 2008/2009 Renavam: 00991070607

DETALHAMENTO
Observação: Serviço: ** PAGO ** Depósito: ---

ANO IPVA * LICENCIAMENTO MULTAS SEGURO TOTAL

2018 R$ 496,16 R$ 70,34 ----- R$ 45,72 R$ 612,22

2017 R$ 521,62 R$ 85,84 ----- R$ 68,10 R$ 675,56

2016 R$ 566,17 R$ 91,97 ----- R$ 105,65 R$ 763,79

2015 R$ 566,07 R$ 100,53 ----- R$ 105,65 R$ 772,25

2014 R$ 614,41 R$ 109,47 ----- R$ 105,65 R$ 829,53

2013 R$ 695,54 R$ 118,72 ----- R$ 105,65 R$ 919,91

TOTAL 3.459,97 R$ 576,87 R$ 2.223,97 R$ 536,42 R$ 6.797,23

* Os valores de IPVA vencidos não estão acrescidos de juros e multa.

Dados Cadastrais (7454276) SEI 00020-00013427/2018-31 / pg. 6

Número do documento: 18053118360148400000043337834


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18053118360148400000043337834
Assinado eletronicamente por: WELBIO COELHO SILVA - 31/05/2018 18:36:02 Num. 44590460 - Pág. 6
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
DEPARTAMENTO DE TRÂNSITO DO DISTRITO FEDERAL
Direção Geral
Procuradoria Jurídica

Ofício SEI-GDF n.º 1145/2018 - DETRAN/DG/PROJUR Brasília-DF, 25 de abril de 2018

Senhor Procurador,

Com cordiais cumprimentos, acuso o recebimento do O cio n. 10119/2018 -


GEAD/UEG/GAB, número de referência 2018.01.016038, e encaminho as informações prestadas pelas
unidades competentes, conforme documentos em anexo.
Por oportuno, formulo protestos de apreço e consideração.

Atenciosamente,

Vera Lúcia Santana Araújo


Chefe da Projur Detran/DF

Documento assinado eletronicamente por VERA LUCIA SANTANA ARAUJO - Matr.0251111-8,


Chefe da Procuradoria Jurídica, em 25/04/2018, às 16:41, conforme art. 6º do Decreto n°
36.756, de 16 de setembro de 2015, publicado no Diário Oficial do Distrito Federal nº 180,
quinta-feira, 17 de setembro de 2015.

A autenticidade do documento pode ser conferida no site:


http://sei.df.gov.br/sei/controlador_externo.php?
acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0
verificador= 7462806 código CRC= 220DD306.

"Brasília - Patrimônio Cultural da Humanidade"


SAM LOTE A BLOCO B EDIFÍCIO SEDE DETRAN-DF, TÉRREO - Bairro SETOR DE ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL - CEP
70620-000 - DF
3343-5217

00020-00013427/2018-31 Doc. SEI/GDF 7462806

Ofício 1145 (7462806) SEI 00020-00013427/2018-31 / pg. 7

Número do documento: 18053118360148400000043337834


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18053118360148400000043337834
Assinado eletronicamente por: WELBIO COELHO SILVA - 31/05/2018 18:36:02 Num. 44590460 - Pág. 7
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE UBERLâNDIA

1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

Avenida Rondon Pacheco, 6130, - lado par, Tibery, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38405-142

PROCESSO Nº 5023231-06.2016.8.13.0702

PROCEDIMENTO COMUM (7)

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL,


DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO EST DE M GERAIS

Ao autor para, querendo, impugnar a contestação id 44590421.

UBERLâNDIA, 8 de junho de 2018

Número do documento: 18060814524175200000043771410


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18060814524175200000043771410
Assinado eletronicamente por: LUANA CARINE DO CARMO - 08/06/2018 14:53:30 Num. 45025882 - Pág. 1
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE UBERLâNDIA

1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

Avenida Rondon Pacheco, 6130, - lado par, Tibery, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38405-142

TERMO DE JUNTADA

PROCESSO Nº 5023231-06.2016.8.13.0702

PROCEDIMENTO COMUM (7)

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL,


DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO EST DE M GERAIS

CERTIFICO QUE JUNTEI AOS PRESENTES AUTOS A CARTA PRECATÓRIA DEVIDAMENTE


CUMPRIDA DE CITAÇÃO DO DER-DF. EM ANEXO.

UBERLâNDIA, 29 de junho de 2018

Número do documento: 18062917171123000000045202174


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18062917171123000000045202174
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 29/06/2018 17:17:11 Num. 46460561 - Pág. 1
\ Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais
COMARCA DE UBERLÂNDIA FÓRUM ABELARDO PENNA
SECRETARIA DA l' VARA DA FAZENDA PÚBLICA E AUTARQUIAS
Rua Martinésia, .34, Centro, CEP: 38.400406, Anexo II
m.,tjjngjus ht (1“ instinc ia)
inmanamesasanaanennams**********••••************************

CARTA PRECATÓRIA
Justiça Gratuita

AO
MM. JUIZ DE DIREITO
COMARCA DE BRASILIA- DF
PRAZO DE CUMPRIMENTO: 30 DIAS

Processo: 502323I-06.2016.8.3.0702 (PJe)


Natureza: Procedimento Comum
Autor : José Carlos Silva
Réu : Estado de Minas Gerais e outros

O Doutor JOÃO ECYR MOTA FERREIRA, MM. Juiz de Direito. da 1"


Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia. Estado de
Minas Gerais, na forma da lei, etc...

FAZ SABER que perante este Juízo. processam-se os termos e atos da açâo em
epígrafe, e como existem diligências a serem realizadas nessa Comarca.
DEPRECO a v.er se digne exarar o seu "CUMPRA-SE-. fazendo assim
cumprir, tal corno aqui se contém e declara, ou seja: PROCEDA a
CITAÇÃO do DER RE, na pessoa de seu representante legal, com endereço
nessa
ii_s_Ç ritr
ctsjAM_Bla nenta Ed Sede do
DER -1W - CEP: 70620-030, Drasiliall)F. para os termos e atos da presente
ação, e para que, apresente CONTESTAÇÃO, querendo, no prazo legal de trinta
(30) dias, contados da juntada da presente aos autos, após devidamente cumprida.
sob pena de presumirem-se como verdadeiros os fatos articulados pelo autor (art.
344 CPC). Tudo conforme consta das cópias anexas à presente que servirão de
contrafé.
CUMPRA-SE.
DADO E PASSADO nesta cidade de Uberlândia. aos 20 dias do mês de março do
ano de 2018. Eu. 4114)4 (Nadia Patricia Souto Ferreira Gomes). Oficial de
Apoio Judicial, a digitei e subscrevo.

Juiz de Direito

Número do documento: 18040618180997000000015027825


fittps://pje.tjdftjus.br/pje/Processo/ConsultaDocumentorlistView.seam?ndúl 8040618180997000000015027825
Assinado eletronicamente por: LUCIANA PEREIRA GUIMARAES - 06/04/2018 18:1810 Num. 15525300- Pâg. 3

Número do documento: 18062917171199900000045202366


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18062917171199900000045202366
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 29/06/2018 17:17:12 Num. 46460753 - Pág. 1
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
PODER JUDICIÁRIO

MALOTE DIGITAL

Tipo de documento: Carta Precatória


Código de rastreabilidade: 81320184557928
Nome original: CP 5023231.pdf
Data: 22/03/2018 18:00:31
Remetente:
NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA GOMES
Secretaria da 1a Vara de Fazenda Pública e Autarquias da comarca de Uberlândia
Tribunal de Justiça de Minas Gerais
Prioridade: Normal.
Motivo de envio: Para providências.
Assunto: Carta Precatória de Citação de DER - DF. Documentos anexos.

Número do documento: 18040618180997000000015027825


https://pjeitidftjustr/pje/Processo/ConsultaDocumentolistView.seamend=18040618180997000000015027825
Assinado eletronicamente por: LUCIANA PEREIRA GUIMARAES - 06/04/2018 18:18:10 Num. 15525300- Pág. 2

Número do documento: 18062917171199900000045202366


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18062917171199900000045202366
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 29/06/2018 17:17:12 Num. 46460753 - Pág. 2
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
PODER JUDICIÁRIO

MALOTE DIGITAL

Tipo de documento: Informações Processuais


Código de rastreabilidade: 8072018474065
Nome original: FE 201 8-1 026001 Oficio de devolução de Carta Precatória após cumprimen
to.pdf
Data: 07/06/2018 13:38:23
Remetente:
Ezequiel Ribeiro Macedo
Serviço de Protocolo Administrativo - SEPRAD
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios
Prioridade: Normal.
Motivo de envio: Para conhecimento.
Assunto: FE 201 8-1 026001 Oficio de devolução de Carta Precatória após cumprimento

Número do documento: 18062917171199900000045202366


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18062917171199900000045202366
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 29/06/2018 17:17:12 Num. 46460753 - Pág. 3
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios
PJe - Processo Judicial Eletrônico

25/04/2018
Número: 0708969-19.2018.8.07.0015
Classe: CARTA PRECATÓRIA CÍVEL
órgão julgador: 2° Vara de Precatórias do DF
Última distribuição : 06/04/2018
Assuntos: Citação
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes
Procuradorrierceiro vinculado JOSE CARLOS SILVA (REQUERENTE)
JOSE CARLOS SILVA (REQUERENTE)
DETRAN DF (REQUERIDO) DETRAN DF (REQUERIDO)
DER (REQUERIDO)
DER (REQUERIDO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
15525 06/04/2018 18:18 Petição Inicial Petição Inicial
275
15525 06/04/2018 18:18 Recebimento de Carta Precatória 1026001-2018 Documentos da Precatória
300
15537 10/04/2018 17:16 Decisão Decisão
001
16053 18/04/2018 19:08 Diligência Diligência
505
16053 18/04/2018 19:08 JOSE CARLOS Diligência
531

Número do documento: 18062917171199900000045202366


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18062917171199900000045202366
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 29/06/2018 17:17:12 Num. 46460753 - Pág. 4
CERTIDÃO

Certifico e dou fé que juntei os documentos digitalizadose os encaminhei eletronicamente à Vara de


Precatórias.

Informo que desde 28.8.2015 as cartas precatórias cumpridas no Distrito Federal estão tramitando
eletronicamente no Sistema PJe, o qual permite a imediata distribuição e acompanhamento de carta
precatória via internei diretamente pelo Juizo Deprecante ou pelo advogado da parte interessada.

Os juízos deprecantes poderão solicitar o acesso ao Sistema PJE preenchendo o formulário eletrônico
disponível na página do Tribunal, no link:
Intp://www2.tjdft.jus.bilformulariosicadastro juizo_deprecante.asp.

Para informações complementares acesse o link


lutp://www.tjdítjus.br/cidadaos/carta-precatoria/meio-eletronico

Luciana Guimarães

Servidor Distribuição

Número do documento: 18040618180984100000015027802


https://pjeljdftjus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18040618180984100000015027802
sinado eletronicamente por: LUCIANA PEREIRA GUIMARAES - 06/04/2018 18:18:09 Num. 15525275 - Pâg. 1

Número do documento: 18062917171199900000045202366


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18062917171199900000045202366
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 29/06/2018 17:17:12 Num. 46460753 - Pág. 5
Recebimento de Carta Precatória

Número Formulário: 1026001/2018


Servidor/Magistrado: e026001 - Ezequiel Ribeiro Macedo
Unidade: SEPRAD - SERVIÇO DE PROTOCOLO ADMINISTRATIVO

DADOS DA CARTA PRECATÓRIA A SER CUMPRIDA:

Espécie Documental: [Campo não Preenchido]

Canal de Recebimento: Sistema Hermes - Malote Digital

Código de Rastreabilidade: 81320184557928

Data de Emissão do Documento: 20/03/2018

Tribunal: OUTROS - - Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Juizo Deprecante: 1° VARA DA FAZENDA PÚBLICA E AUTARQUIAS - COMARCA DE


UBERLÂNDIA

N° do Processo no Deprecante: 5023231-06.2016.8.3.0702

Alvará de Soltura Busca e apreensão de menores medidas protetivas internação ou cirurgia: NÃO

Tratamento Prioritário para Idoso: NÃO

Tratamento Prioritário para PNE: NÃO

Carta Precatória a ser cumprida

Anexo: Anexo: 81320184557928 2.pdf

Anexo: Anexo: 81320184557928 1.pdf

SEPRAD-e026001 em 03/04/2018 14:57:01 SIPADWEB

Número do documento: 18040618180997000000015027825


https://pje.tjdftjus.bripje/Processo/ConsultaDocumentoilistViewseam?nd=18040618180997000000015027825
Assinado eletronicamente por: LUCIANA PEREIRA GUIMARAES - 06/04/2018 18:18:10 Num. 15525300 - Pág. 1

Número do documento: 18062917171199900000045202366


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18062917171199900000045202366
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 29/06/2018 17:17:12 Num. 46460753 - Pág. 6
Documentos Vinculados

Data da
Peça Descrição
Assinatura

03/04/2018 (Assinado)
No 2
16:49:42 Anexo: 81320184557928 2.pdf

03/04/2018 (Assinado)
No..
16:49:41 Anexo: 81320184557928 1.pdf

(Assinado) Formulario Eletronico 1026001/2018


Classificação: 08.01.1 ADMINISTRAÇÃO JUDICIÁRIA / APOIO JUDICIÁRIO / Recebimento de Carta Precatória
Formulãri 03/04/2018 Recebimento de Carta Precatória
o 16:52:28 Magistrado/Servidor: e026001 - Ezequiel Ribeiro Macedo
Unidade: SEPRAD - SERVIÇO DE PROTOCOLO ADMINISTRATIVO
Primeiro Destino: DISJFM - DISTRIBUIÇÃO DO FÓRUM JÚLIO FABBRINI MIRABETE

06/04/2018 18:14:02 SIPADWEB

Número do documento: 18040618180997000000015027825


https://pjetrdft.jus.bdpje/Processo/ConsultaDocurnentorlistView.seam?nd=18040618180997000000015027825
sinado eletronicamente por: LUCIANA PEREIRA GUIMARAES - 06/04/2018 18:18:10 Num. 15525300- Pág. 25

Número do documento: 18062917171199900000045202366


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18062917171199900000045202366
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 29/06/2018 17:17:12 Num. 46460753 - Pág. 7
Histórico do Documento

Em Descrição

04/04/2018 Delegação em 04/04/2018 às 15:40:31


Delegação Para: 312010- LUCIANA PEREIRA GUIMARAES
15:40:31
Log: t315646 em 04/04/2018 às 15:40

Encaminhamento por fluxo em 03/04/2018 às 16:49:42


03/04/2018 Para: DISJFM - DISTRIBUIÇÃO DO FÓRUM JÚLIO FABBRINI MIRABETE
Encaminhamento por fluxo
16:49:42 De: SEPRAD - SERVIÇO DE PROTOCOLO ADMINISTRATIVO
Log: T311577 em 03/04/2018 às 16:49:42

Em 03/04/2018 às 16:49:42
03/04/2018 Carta Precatória recebida para cumprimento [2720]
Atividade
16:49:42 Unidade: SEPRAD - SERVIÇO DE PROTOCOLO ADMINISTRATIVO
Por 311577- MARIA DIASSIS FERREIRA COSTA

06/04/2018 18:14:02 SIPADWEB

Número do documento: 18040618180997000000015027825


https://pjeljdftjustr/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18040618180997000000015027825
inado eletronicamente por: LUCIANA PEREIRA GUIMARAES - 06/04/2018 18:18:10 Num. 15525300- Pág. 26
.!

Número do documento: 18062917171199900000045202366


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18062917171199900000045202366
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 29/06/2018 17:17:12 Num. 46460753 - Pág. 8
Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

2VARPREC
r Vara de Precatórias do DF

Número do processo: 0708969-19.2018.8.07.0015

Classe judicial: CARTA PRECATÓRIA CÍVEL (261)

REQUERENTE: JOSE CARLOS SILVA

REQUERIDO: DETRAN DF e outros

DECISÃO COM FORÇA DE MANDADO - CITAÇÃO Cá/EL

Trata-se de Carta Precatória de CITAÇÃO, cujas diligências serão cumpridas na vigência da Lei n.
13.105, de 16/3/2015. São requisitados por carta precatória atos processuais a ser realizados fora dos
limites territoriais da comarca de origem (art. 273. inciso II, do CPC), devendo revestir-se dos requisitos
enumerados no art. 260 do referido Código. Na hipótese, preenchidos os requisitos legais, o cumprimento
da diligência de citação é medida que se impõe (art. 275).

Dessa maneira, CUMPRA-SE a carta precatória, que servirá de mandado com os acréscimos
necessários.

CITE-SE DER - DF para oferecer contestação, caso queira(m), no prazo de 15 (quinze) dias, cuja
fluência ocorrerá em dias úteis, em consonância com a sistemática do Novo CPC (art. 219, caput), sob
pena de revelia (art. 344). Em seguida, devolva-se ao Juizo Deprecante, com as nossas homenagens, após
as anotações de praxe.

Verificado que o(a)(s) requerido(a)(s) se OCULTA para não ser citado(a)(s), o Sr. Oficial de Justiça, após
certificar a ocorrência, procederá a citação com HORA CERTA, na forma estabelecida nos arts. 252 e
segs. do novo CPC.

BRASÍLIA, DF. 8 de abril de 2018.

EVANDRO NEIVA DE AMORIM

Juiz de Direito

Nome: DER - DF
Endereço: SAM, BLOCO C, EDIFICIO SEDE DER, SETOR COMPLEMENTAR, BRASÍLIA -
DF

Documentos associados ao processo

Número do documento: 18041017165188900000015038867


tips.//pje.tjdftjus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18041017165188900000015038867
Assinado eletronicamente por. EVANDRO NEIVA DE AMORIM - 10/04/2018 17:16:51 Num. 15537001 - Pág. 1

Número do documento: 18062917171199900000045202366


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18062917171199900000045202366
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 29/06/2018 17:17:12 Num. 46460753 - Pág. 9
Petição Inicial Petição Inicial 18040618180984100000015027802
Recebimento de Carta Precatória Documentos da
1026001-2018 Precatória 18040618180997000000015027825

ATENÇÃO: Os documentos encaminhados com a Carta Precatória pelo Juízo de origem, cujas
chaves de acesso estão acima descritas, poderão ser acessados na internet por meio do endereço:

https://pje.tjdft.jus.bripje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam

Ou das seguintes formas:

www.tjdft.jus.br > ADVOGADO > PROCESSO ELETRÔNICO - PJE >10 GRAU -


AUTENTICAÇÃO

www.tjdft.jus.br > CIDADÃO> AUTENTICAÇÃO DE DOCUMENTOS> Documentos emitidos


no PJe —1° Grau

Obs. 1: ESTA DECISÃO TEM FORÇA DE MANDADO;

Obs. 2: Conforme disposto na Portaria Conjunta 95, de 10 de dezembro de 2014, do TJDFT,


tratando-se o requerido de pessoa jurídica, a contrafé não acompanha o mandado.

Número do documento: 18041017165188900000015038867


ttps://pjepdftjuslar/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seamlnd=18041017165188900000015038867
Medo eletronicamente por: EVANDRO NEIVA DE AMORIM - 10/04/2018 17:16:51 Num 5537001 -Pág. 2

Número do documento: 18062917171199900000045202366


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18062917171199900000045202366
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 29/06/2018 17:17:12 Num. 46460753 - Pág. 10
Poder Judiciário da União

Tann- TRIBUNAL DE JUSTIÇA


TERRITÓRIOS
DO DISTRITO FEDERAL E DOS

Número do processo:
Classe judicial:

ID do Mandado: 15986279

CERTIDÃO

Certifico que em cumprimento ao presente mandado, recebido em regime de plantão, dirigi-me ao SAIN,
Bloco I, Ed. Sede, no dia 18 de abril de 2018, às 19:00 horas, oportunidade em que procedi À CITAÇÃO
DO DER - DF, por meio da Procuradoria-Geral do Distrito Federal, na pessoa da Dra. Paola Aires
Corrêa Lima. Procuradora-Geral, que identificou-se e qualificou-se autorizada a receber a presente e
dar-lhe as providências pertinentes, e que após leitura integral do mandado, tomou conhecimento do seu
inteiro teor, recebeu cópia deste e após nota de ciência no original.° relatado é verdade e dou fé.

Brasília, 18 de abril de 2018 19:08:16.

Número do documento: 18041819085830000000015529518


ps://pre.tjdftjus.bripjerProcesso/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18041819085830000000015529518
Meinado eletronicamente por: PATRICIA IRINEU DE SANTANA - 18/04/2018 19:08:58 Num. 16053505- Pág. 1

Número do documento: 18062917171199900000045202366


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18062917171199900000045202366
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 29/06/2018 17:17:12 Num. 46460753 - Pág. 11
Successfulty created

Poda Judiciário da Un RO

TJDFT TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

2VARPREC
2' Vara de Precatórios do DE

Número do processo: 0708969.1 9,2018.8.07.00115 Ciente, nos termos do art. 6°.


III, da Lei Complementa na I
f 395, de 31/07/2001.
Classe judicial:CARTA PRECATÓRIA CÍVEL (261)
Brasília. 18/04118, as
REQUERENTE: JOSE CARLOS SILVA 19h00m1n.
&vis, Anu.( IP
REQUERIDO: DETRAN DF e outros Paola Aires Corre5 Litnt
Procuradora-Geral

DECISÃO COM FORÇA DE MANDADO - CITAÇÃO CÍVEL

Trata-se de Cana Precatória de CITAÇÃO. tufas diligências serão cumpridas na vigência da Lei a, 13.105. de 1613/2015. São requisitados
por cana precatória atos processuais a ser realizados fora dos limites territoriais da comarca de origem (art. 273. inciso II, do (PC),
devendo revestir-se dos requisitos enumerados no art. 260 do referido Código. Na hipótese. preenchidos os requisitos legais. o
cumprimento da diligencia de citação d medida que se impõe (art. 275).

Dessa maneira, CUMPRA-SE a carta precatória, que servirá de mandado com os acréscimos necessários,

CITE-SE DER - DE para oferecer contestação, caso queira(m). no prazo de 15 (quinze) dias, cuja fluência ocorrerá em dias úteis, em
consonância com a sistemática do Novo CPC (art. 219, capa), sob pena de revelia (art. 344). Em seguida. devolva-se ao Juízo Deprecante,
com as nossas homenagens. após as anotações de praxe.

Verificado que 0(a)(3) rucluerido(a)(s) se OCULTA para r4o ser citado(aXs). o Sr. Oficial dc Justiça, após certificar a ocorrência. procederá
a citação com HORA CERTA, na forma estabelecida nos arts. 252 e segs. do novo CPC.

BRASÍLIA, DF, 8 de abril de 2018.

EVANDRO NEIVA DE AMORIM

Juiz de Direito

Nome DER - DE
Endereço: SAM, BLOCO C, F_DIFICIO SEDE DER, SETOR COMPLEMENTAR, RitAsta.tA - 11)1=

Documentos SSISOCi edos ao processo

Titulo Tipo Chave de acesso"


Petição Inicial Petição Inicial 18040618180984100090015027802
Recebimento de Carta Precatória Documentos da
18040618180997000000015027825
1026001-2018 Precatória

ATENCÃO: Os documentos encaminhados com a Carta Precatória pelo Juizo de minem. cuias
chaves de acesso estão acim descritas. poderão ser acessados na Internet por meio do endereço:
htlioslipje.thift.jus.bdpjefProcessofConsuliaDocumentofiistView.seam

1 de 2 18A34/2018 17:38

Número do documento: 18041819085843000000015529544


https://pje.trdftjustapjerProcesso/ConsultaDocumentorlistView.seam?nd.18041819085843000000015529544
Assinado eletronicamente por: PATRICIA IRINEU DE SANTANA- 18/04/2018 19:08:58 Num. 16053531 - Pág. 1

Número do documento: 18062917171199900000045202366


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18062917171199900000045202366
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 29/06/2018 17:17:12 Num. 46460753 - Pág. 12
Ou das seguintes formas:
www.tjdftjus,br > ADVOGADO> PROCESSO ELETRÔNICO - PJE > 1° GRAU - AUTENTICAÇÃO
wvirwtjdfijus.br > CIDADÃO> AUTENTICAÇÃO DE DOCUMENTOS> Documentos emitidos no PJe —
1° Grau

Obs. 1: ESTA DECISÃO TEM FORÇA DE MANDADO:

(Mis. 2: Conforme disposto na Portaria Conjunta 95, de 10 de dezembro de 2014, do TJDFT, tratando-se o requerido de pessoa
jurídica, a contrate não acompanha o mandado.

Assinado eletronicamente por: EVANDRO NEIVA IW ANIORIM


Lfl 10/042018 17:16:51
bnps://pje.ijdftjus.bripjefProcesso/ConsultaDoc oriento/list Viewseam
ID do documento: 15986279

18041017165188900000015038867
mimprirpi rj

2 de 2 18/04/2018 17:38

Número do documento 18041819085843000000015529544


fittps://pje.tjdftjus.bdpte/Processo/ConsultaDocumento/listViewseam,
nd=18041819085843000000015529544
Medo eletonicamente por: PATRICIA IRIN EU DE SANTANA - 18/04/2018 19:08:58 Num. 16053531 - Pâg. 2

Número do documento: 18062917171199900000045202366


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18062917171199900000045202366
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 29/06/2018 17:17:12 Num. 46460753 - Pág. 13
Requer a juntada de impugnação em PDF anexa.

Número do documento: 18070313532562800000045336228


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18070313532562800000045336228
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 03/07/2018 13:53:26 Num. 46594923 - Pág. 1
1

Excelentíssimo (a) Senhor (a) Doutor (a) Juiz (a) de Direito da 1ª Vara
da Fazenda Pública da Comarca de Uberlândia – Minas Gerais

Proc.: 5023231-06.2016.8.13.0702

JOSÉ CARLOS SILVA, devidamente qualificado nos autos em epígrafe,


que move em desfavor de ESTADO DE MINAS GERAIS, DEPARTAMENTO DE
TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL e DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE
RODAGEM DO ESTADO DE MINAS GERAIS, igualmente qualificada, vem,
respeitosamente, à presença de V. Exa., por intermédio de seus procuradores que a esta
subscrevem, e com fulcro no art. 350 do CPC/15, apresentar sua IMPUGNAÇÃO À

CONTESTAÇÃO DE ID “44590453” pelos motivos de fato e de direito que


passa a expor.

I - DA TEMPESTIVIDADE

Inicialmente, cumpre mencionar que a presente impugnação à contestação é


tempestiva, senão veja-se.

O Requerente teve ciência da intimação quanto à contestação em 12/06/2018,


data em que, foi concedido o prazo de 15 (quinze) dias para apresentação de impugnação,

Número do documento: 18070313532618500000045336285


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18070313532618500000045336285
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sendo assim, conforme previsto no art. 218, § 4º, do CPC/2015, o inicio deu-se em
13/06/2018, encerrando em 03/07/2018.

Sendo assim, tempestiva, a presente impugnação à contestação, pelo que se


requer o seu recebimento e admissão.

II – BREVE RELATO DA CONTESTAÇÃO

Em sede de contestação, o 2° Requerido – Departamento de Trânsito do


Distrito Federal, alega tese preliminar de incompetência, haja vista que a competência é
da vara de execução fiscal, ilegitimidade passiva, bem como inépcia da inicial e ausência
de citação de litisconsorte passivo necessário.

No mérito, o 2° Requerido alega violação direta de norma jurídica objetiva e


clara, vez que não comprovou a existência de qualquer irregularidade e alega inexistência
de danos materiais e morais passíveis de indenização.

Ainda, aduz pela falta de nexo de causalidade e alega excludente de ilicitude.

Destaca-se que o 2° Requerido não junta à contestação nenhum documento


que comprove fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do Autor.

Em que pese o entendimento do 2° Requerido, conforme demonstrar-se-á


adiante, suas alegações não merecem guarida.

III – EMBATE ÀS TESES PRELIMINARES DA REQUERIDA

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III.I – DA TESE: “INCOMPETÊNCIA DO JUIZO: MODIFICAÇÃO DE


DEVEDOR E/OU CESSÃO DE DÉBITOS TRIBUTÁRIOS E NÃO
TRIBUTÁRIOS. COMPETÊNCIA DA VARA DE EXECUÇÃO FISCAL –
ILEGITIMIDADE PASSIVA DO DETRAN/DF”

O 2° Requerido Departamento de Trânsito do Distrito Federal alega que


modificar a responsabilidade do Autor em relação a débitos tributários e não tributários,
não é possível perante o Juiz Fazendário, haja vista que trata de competência da Vara da
Execução Fiscal.

A responsabilidade civil do Estado tem princípios próprios e compatíveis com


a sua posição jurídica, por isso é mais extensa que a aplicável às pessoas privadas. Segue
as mesmas linhas da responsabilidade civil privada, mas com algumas regras específicas
que visam dar mais proteção das pessoas e entes não estatais.

A ordem jurídica nacional é una, sujeita a todos, inclusive o Estado e suas


autarquias, trata-se da aplicação do princípio da isonomia.

O princípio da isonomia sustenta um dos fundamentos para a


responsabilidade civil do Estado. Partindo do pressuposto que a legalidade para o
administrador é fazer tudo aquilo que a lei autoriza. Logo, se praticar algum ato fora dos
padrões estabelecidos na lei, o Estado terá de arcar com eventuais danos causados, assim
como o particular.

A caracterização da Responsabilidade do Estado se condiciona ao


preenchimento de três requisitos: conduta estatal, dano e nexo de causalidade entre a
conduta e o dano, todos estes preenchidos no caso em apresso, como percebemos o órgão
de Trânsito foi negligente em sua atuação, ao passo que tem responsabilidade por suas

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omissões, e o fato de indistintamente aplicar penalidade, sem confirmação se de fato o


requerente era proprietário e condutor do veículo multado, cumprindo assim os requisitos
ensejadores da responsabilidade civil do estado.

Note que não se exige a comprovação do elemento subjetivo do agente que


age em nome do Estado. Não há que se falar em culpa ou dolo no dano causado. A
responsabilidade civil do Estado está prevista no art. 37, §6º, da Constituição Federal.

“Art. 37 A administração pública direta e indireta de qualquer


dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,
também, ao seguinte:
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa.”

Neste sentido também tem caminhado a jurisprudência pátria:

“Ementa PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO.


AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. MULTAS DE
TRÂNSITO APLICADAS PELO DAER. SENTENÇA PENAL
ABSOLUTÓRIA. INEXISTÊNCIA DO FATO.
RESTABELECIMENTO DO DIREITO DE DIRIGIR.
LANÇAMENTO EXTEMPORÂNEO. APLICAÇÃO DE
MULTAS E AJUIZAMENTO DE AÇÃO PENAL. FALHA NA

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PRESTAÇÃO DO SERVIÇO POR PARTE DO DETRAN.


CONFIGURAÇÃO DE DANO MORAL. REEXAME DE
PROVAS. SÚMULA 7/STJ.1. Inviável análise de pretensão
que demanda o revolvimento do conjunto fático-probatório
dos autos. Incidência da Súmula 7/STJ.2. Agravo regimental
não provido. STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO
EM RECURSO ESPECIAL AgRg no AREsp 333295 RS
2013/0122825-5 (STJ) Data de publicação: 24/09/2013

Ementa APELAÇÃO — INDENIZAÇÃO POR DANOS


MORAIS — DETRAN — INSERÇÃO INDEVIDA DE DADOS
— MULTA DE TRÂNSITO — ILEGALIDADE — NÃO
DEMONSTRAÇÃO — IMPROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS —
CORREÇÃO. Não provada a ilegalidade de multa de trânsito
inserta no sistema de dados, a improcedência dos pedidos é
medida que se impõe. Recurso não provido. (Ap 78306/2015,
DES. LUIZ CARLOS DA COSTA, QUARTA CÂMARA CÍVEL,
Julgado em 26/01/2016, Publicado no DJE 03/02/2016) TJ-
MT - Apelação APL 00001651120088110026 78306/2015
(TJ-MT) Data de publicação: 03/02/2016

Assim, há também a responsabilidade civil prevista nos arts. 927 e 931 do


CPC/15, que decorre do simples fato de dispor-se alguém a realizar atividade de produzir,
estocar, distribuir e comercializar produtos ou executar determinados serviços, caso este
em que inquestionavelmente se enquadra o Requerido.

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Dessa forma, o Requerente impugna expressamente os termos da defesa, pelo


que requer seja a presente ação julgada procedente quanto a legitimidade passiva “ad
causam”.

III.II – DA TESE: “INÉPCIA DA INICIAL: VIOLAÇÃO DA AMPLA DEFESA E


CONTRADITÓRIO. ALEGAÇÃO DE OCORRÊNCIA DE FRAUDE.
AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO MÍNIMA DOS FATOS”

O 2° Requerido aduz que a petição inicial da Autora deve ser indeferida


conforme artigo 330 do NCPC, vez que constitui de um emaranhado de questões fáticas
que se sucedem sem logica, prejudicando a compreensão da lide para uma defesa
adequada.

Elucida à Vª. Exª. todo o narrado restara comprovado pelos documentos


trazidos a exordial, portanto não há que se falar em inépcia da inicial, tampouco em falta
de entendimento para propor uma defesa, senão vejamos:

O Requerente em meados do ano de 2012, foi surpreendido com a notícia que


constava em sua CNH diversas multas de trânsito advindas do veículo, I/GM CLASSIC
LIFE 2008/2009 cor preta, de BRASILIA -DF, Placa: JHP-0269, o qual nunca foi de sua
propriedade, as multas foram registradas entre os anos de 2010 e 2011.

As infrações foram cometidas em circunstâncias e lugares distintos, onde


percebe-se um grande equívoco na aplicação de tais penalidades, que podem ser advindas
de fraudes ou até mesmo de um erro/confusão com homônimos, visto que, o nome do
autor é muito comum. Nas referidas infrações não foi indicado o órgão aplicador
conforme pode ser verificado (histórico de multas anexo), e em razão de não saber o
CHASSI e RENAVAN do veículo, não consegue o Requerente ao menos saber, qual o

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órgão foi responsável pela aplicação das infrações de trânsito, conseguindo apenas retirar
um histórico de infrações de sua CNH, não tendo acesso ao auto de infração.

Destas infrações, duas delas foram apuradas na BR-497, a qual é de


responsabilidade do Estado de Minas Gerais em virtude de convênio nº 17 firmado em
1988 entre o Estado e a União, neste liame percebemos que as infrações apuradas neste
trecho são de responsabilidade do DEER MG.

Ora Exa., clarividente que, primeiro, o Autor teve sua carteira de habilitação
suspensa de forma indevida, por infrações causadas por veículo do qual nunca fora
proprietário e nem conhecimento.

Ademais, as infrações, foram cometidas no âmbito da administração pública


direta ou indireta, de modo que, caso não tivesse ocorrido, mas somente as demais, o
Autor não teria perdido seu direito de dirigir, pois a pontuação não ultrapassaria o limite
máximo anual.

Não obstante, o 2° Requerido alega que, em cumprimento a sua função,


encaminha ao proprietário do veículo, no prazo legal, as notificações de autuação e de
imposição de penalidades nos termos dos arts. 281 e 282 do Código de Trânsito
Brasileiro.

Ocorre Exa., que o Autor NUNCA RECEBEU QUALQUER


NOTIFICAÇÃO DE AUTUAÇÃO DO REFERIDO VEÍCULO, isto, pois, o Autor não
é e nunca foi proprietário do automóvel de placa JHP-0269, de modo que, somente tivera
ciência das multas, quando recebeu notificação sobre a suspensão de sua CNH.

Ainda Exa., clarividente que o Autor não poderia produzir as referidas provas,
tendo em vista que, NUNCA recebeu qualquer notificação de autuação de multas de
trânsito, de modo que, somente tomara conhecimento do ocorrido, quando foi notificado

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acerca da suspensão de sua CNH, que foi justamente quando o Autor procurou entender
o que havia acontecido.

Ademais, o Autor não possui qualquer informação de quem é o real


proprietário do veículo.

Não obstante, o Autor, acosta documento que demonstra que o mesmo possui
apenas um veículo em sua propriedade, qual seja, motocicleta Honda/CG 150 Fan, placa
HOC-9638.

Por outro lado, o Autor desconhece o agente financeiro que arrendou o


veículo gerador das infrações, e, em busca de informações da referida empresa, a mesma
localiza-se justamente no Estado de São Paulo, mais um motivo que demonstra que as
alegações do Autor são verídicas, pois, o mesmo é natural de Itumbiara/GO e reside há
muitos anos em Uberlândia/MG.

Assim não há que se falar em preliminar de inépcia da inicial, vez que restara
clarividente rebatidas as alegações do 2° Requerido, devendo portanto, dar total
prosseguimento do feito.

III.III – DA TESE: “AUSÊNCIA DE CITAÇÃO DE LITISCONSORTE PASSIVO


NECESSÁRIO. PROPRIETÁRIO/ARRENDANTE DE VEÍCULO
SUPOSTAMENTE ENVOLVIDO EM FRAUDE

Alega o 2° Requerido que o Autor deverá promover emenda à inicial,


denunciação a lide e/ou chamamento ao processo, na medida e de acordo com a situação
fático-juridico de quem tem conhecimento, haja vista que o veiculo é de propriedade de
DIBENS LEASING S/A ARR MERCANTIL.

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Elucida à Vª. Exª que o Autor desconhece o agente financeiro que arrendou o
veículo gerador das infrações, e, em busca de informações da referida empresa, a mesma
localiza-se justamente no Estado de São Paulo, mais um motivo que demonstra que as
alegações do Autor são verídicas, pois, o mesmo é natural de Itumbiara/GO e reside há
muitos anos em Uberlândia/MG.

Veja abaixo documento de Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica da referida


empresa:

Deste modo, clarividente que o Autor foi vítima de fraude na realização de


contrato com a empresa DIBENS LEASING ARR MERCANTIL, e, consequentemente,

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de todos os transtornos gerados pela circulação de veículo que não é da propriedade do


Autor, mas que, de forma fraudulenta foi adquirido em seu nome.

Portanto Exa., as alegações do Requerido não merecem prosperar, de modo


que, a ação deve ser julgada totalmente procedente.

IV – EMBATE ÀS TESES MERITÓRIAS DA REQUERIDA

IV.I – DA TESE: “VIOLAÇÃO DIRETA DE NORMA JURÍDICA OBJETIVA E


CLARA”

Aduz o Requerido que os documentos trazidos aos autos não comprovam as


alegações narradas na exordial, vez não demonstrada a verossimilhança das alegações,
tampouco prova do direito pleiteado.

Conforme já mencionado na exordial, em regra, o ônus da prova incumbe ao


Autor, quanto o fato constitutivo de seu direito e ao réu, quanto à existência fato
impeditivo, modificativo, ou extintivo do direito da Autora, conforme preceitua o artigo
373, incisos I e II do Código de Processo Civil.

Assim, logo após a entrada em vigor da Lei nº 8.078/90 surgiu uma discussão
entre os doutrinadores quanto aos requisitos autorizadores da inversão do ônus probatório,
prevendo a lei que deve estar demonstrada a verossimilhança das alegações e a
hipossuficiência do consumidor.

Porém, atualmente tal entendimento já restou consolidado, haja vista o


legislador não ter deixado margem para essa discussão quando inseriu no texto a frase

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“verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente”. A partir da existência da


utilização da conjunção “ou” a presença de um ou outro requisito é suficiente para que
seja determinada a inversão do ônus da prova.

No caso em tela, verifica-se a presença de ambos os requisitos para o


deferimento da inversão do ônus da prova.

Por outro lado, o Requerido detém de meios muito mais eficazes de prova.

Verifica-se, Exa., que o Requerido é hiperssuficiente técnico em relação a


Autora, ora, hipossuficiente.

Todavia, caso Vossa Excelência não entenda ser o caso de aplicação do ônus
da prova legal, o Novo Código de Processo Civil prevê no §1° do art. 373 a possibilidade
inversão do ônus da prova judicial, ou seja, o juiz poderá determinar a distribuição do
ônus da prova, de modo diverso, entre os integrantes da relação processual caso entenda
existir dificuldade excessiva para determinada parte (aquela que possui originalmente o
encargo de produzir a prova), e, de outro lado, verifique maior facilidade da parte adversa
em fazê-lo. Situação esta que se encaixa a Requerente, uma vez que a mesma é
hipossuficiente em questões probatórias.

Além de que, clarividente que, primeiro, o Autor teve sua carteira de


habilitação suspensa de forma indevida, por infrações causadas por veículo do qual nunca
fora proprietário e nem conhecimento.

Ademais, as infrações, foram cometidas no âmbito da administração pública


direta ou indireta, de modo que, caso não tivesse ocorrido, mas somente as demais, o
Autor não teria perdido seu direito de dirigir, pois a pontuação não ultrapassaria o limite
máximo anual.

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Ainda Exa., clarividente que o Autor não poderia produzir as referidas provas,
tendo em vista que, NUNCA recebeu qualquer notificação de autuação de multas de
trânsito, de modo que, somente tomara conhecimento do ocorrido, quando foi notificado
acerca da suspensão de sua CNH, que foi justamente quando o Autor procurou entender
o que havia acontecido.

Ademais, o Autor não possui qualquer informação de quem é o real


proprietário do veículo.

Portanto Exa., as alegações do Requerido não merecem prosperar, de modo


que, a ação deve ser julgada totalmente procedente.

IV.II - DA TESE: “PROCEDIMENTO DETRAN PARA TRANSFERÊNCIA DE


VEÍCULOS. VEÍCULO SUPOSTAMENTE OBJETO DE FURTO.
INEXISTÊNCIA DE NEXO DE CAUSALIDADE. PRECEDENTE STJ –
AUSÊNCIA DE RESPONSABILIDADE DO DETRAN/DF. FRAUDE DE
TERCEIRA PESSOA”

Requer o 2° Requerido a improcedência do pedido indenizatório tendo em


vista a ausência de nexo de causalidade entre a conduta do 2° Requerido e o alegado
prejuízo pelo Requerente, bem como pela ausência de qualquer responsabilidade do 2°
Requerido pelos supostos prejuízos suportados pelo Requerente.

Ora Vossa Excelência, destaca-se que a responsabilidade a ser aplicada no


caso em questão é a responsabilidade objetiva, a qual independe de prova da culpa ou
dolo por parte do causador do dano.

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Neste sentido, é importante ressaltar que o Código de Defesa do Consumidor


consagrou a responsabilidade objetiva do fornecedor e do comerciante, tendo em vista
especialmente o fato de vivermos, hoje, em uma sociedade de produção e de consumo em
massa, responsável pela despersonalização ou desindividualização das relações entre
produtores, comerciantes e prestadores de serviços, em um polo, e compradores e usuários
do serviço em outro. Dando assim, maior proteção ao consumidor, polo hipossuficiente e
fraco da relação, pois pelo instituto da responsabilidade objetiva, o fornecedor do serviço,
ora o Requerido, responderá independentemente de culpa ou dolo pelo dano moral e
material causado ao consumidor, neste caso, o Requerente. Veja o art. 14 do CDC e a
jurisprudência sobre o assunto:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da


existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como
por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

Assim, há também a responsabilidade civil prevista nos arts. 927 e 931 do


CPC/15, que decorre do simples fato de dispor-se alguém a realizar atividade de produzir,
estocar, distribuir e comercializar produtos ou executar determinados serviços, caso este
em que inquestionavelmente se enquadra o Requerido.

Dessa forma, o Requerente impugna expressamente os termos da defesa, pelo


que requer seja a presente ação julgada procedente.

IV.III – DA TESE: “IMPOSSIBILIDADE DE ISENÇÃO DE


RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO DE TRIBUTOS, IMPOSTOS,
MULTAS, LICENCIAMENTO E SEGURO OBRIGATÓRIO DO VEÍCULO”

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Alega novamente pela ilegitimidade do DETRAN/DF para responder pelo


pedido de devolução de valores relativos a tributos, impostos, licenciamento, haja vista
ser pessoa jurídica diversa do ente federado.

Porém, a responsabilidade civil do Estado tem princípios próprios e


compatíveis com a sua posição jurídica, por isso é mais extensa que a aplicável às pessoas
privadas. Segue as mesmas linhas da responsabilidade civil privada, mas com algumas
regras específicas que visam dar mais proteção das pessoas e entes não estatais.

A ordem jurídica nacional é una, sujeita a todos, inclusive o Estado e suas


autarquias, trata-se da aplicação do princípio da isonomia.

A caracterização da Responsabilidade do Estado se condiciona ao


preenchimento de três requisitos: conduta estatal, dano e nexo de causalidade entre a
conduta e o dano, todos estes preenchidos no caso em apresso, como percebemos o órgão
de Trânsito foi negligente em sua atuação, ao passo que tem responsabilidade por suas
omissões, e o fato de indistintamente aplicar penalidade, sem confirmação se de fato o
requerente era proprietário e condutor do veículo multado, cumprindo assim os requisitos
ensejadores da responsabilidade civil do estado.

Note que não se exige a comprovação do elemento subjetivo do agente que


age em nome do Estado. Não há que se falar em culpa ou dolo no dano causado. A
responsabilidade civil do Estado está prevista no art. 37, §6º, da Constituição Federal.

“Art. 37 A administração pública direta e indireta de qualquer


dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,

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impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,


também, ao seguinte:
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa.”

Assim, há também a responsabilidade civil prevista nos arts. 927 e 931 do


CPC/15, que decorre do simples fato de dispor-se alguém a realizar atividade de produzir,
estocar, distribuir e comercializar produtos ou executar determinados serviços, caso este
em que inquestionavelmente se enquadra o Requerido.

Dessa forma, o Requerente impugna expressamente os termos da defesa, pelo


que requer seja a presente ação julgada procedente quanto a legitimidade do
DETRAN/DF para a devida devolução de valores e condenação requeridos em exordial.

IV.IV – DA TESE: “DA IMPROCEDÊNCIA DA INDENIZAÇÃO DE DANOS


MORAIS. RISCO SOCIAL DOS NEGÓCIOS. VALOR POSTULADO ACIMA
DOS PARÂMETROS DA JURISPRUDÊNCIA DISTRITAL –
RESPONSABILIDADE CIVIL – AUSÊNCIA DE DOLO – MERO
ABORRECIMENTO – EXORBITÂNCIA DOS VALORES PRETENDIDOS”

O 2° Requerido alega não ter cometido ato ilícito ensejador de dano moral e
material, tendo em vista que, aduzem ter agido de forma legítima e em total conformidade
com as disposições do Código de Trânsito Brasileiro, bem como tratar de aborrecimento

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oriundo da própria vida numa sociedade capitalista, que está sujeita a riscos e na qual as
pessoas adultas já estão preparadas para com eles lidar.

Ocorre Exa. que, a conduta do 2° Requerido é danosa e abusiva, ofende


direitos basilares do indivíduo, constitui-se em verdadeiro abuso de poder e confiança.
Foi além do limite permitido em lei e ofendeu direitos personalíssimos do Autor, e nesta
toada, o dano moral reside dos próprios fatos narrados, pois atribuir a infração de trânsito
cometida por um veículo que não é e nunca foi de sua propriedade, causando-lhes
transtornos imensuráveis, visto que teve sua CNH cassada, e por isso necessário se fez a
realização de curso de reciclagem e ainda permanece impedido de dirigir os veículos que
de fato são de sua propriedade.

Dano moral, frise-se é o dano causado injustamente a outrem, que não atinja
ou diminua o seu patrimônio; é a dor, a mágoa, a tristeza infligida injustamente a outrem
com reflexo perante a sociedade. Não se pode deixar de favorecer compensações
psicológicas ao ofendido moralmente que, obtendo a legítima reparação satisfatória,
poderá, porventura, ter os meios ao seu alcance de encontrar substitutivos, ou alívios,
ainda que incompletos, para o sofrimento. Já que, dentro da natureza das coisas, não pode
o que sofreu lesão moral recompor o "status quo ante" restaurando o bem jurídico
imaterial da honra, da moral, da autoestima, da dignidade da pessoa humana agredidos.

Dessa forma, é de responsabilidade dos Requeridos responder pela conduta


que deu ensejo aos transtornos injustamente causados à parte autora, conforme preceitua
os arts. 186 e 927 do Código Civil, e art. 5º, incisos V e X da Constituição Federal de
1988, os quais disciplinam sobre o dano moral, veja-se:

Número do documento: 18070313532618500000045336285


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18070313532618500000045336285
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Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,


independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando
a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por
sua natureza, risco para os direitos de outrem.

Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem;

X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem


das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou
moral decorrente de sua violação;

Ora, Vossa Excelência, é evidente que houve conduta ilícita e abusiva dos
Requeridos contra o Requerente, o que provocou sérios constrangimentos de ordem moral
desnecessários e que ultrapassam as barreiras do mero aborrecimento.

Harmonizando os dispositivos legais feridos é de inferir-se que a reparação


satisfatória por dano moral é abrangente a toda e qualquer agressão às emanações
personalíssimas do ser humano, tais como a honra, dignidade, reputação, liberdade

Número do documento: 18070313532618500000045336285


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18070313532618500000045336285
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individual, vida privada, recato, abuso de direito, enfim, o patrimônio moral que
resguarda a personalidade no mais lato sentido.

Para Cahali:

“O atentado ao bem-estar psicofísico do indivíduo deve apresentar uma


certa magnitude ou expressividade para ser reconhecido como dano
moral, não bastando um mal estar trivial, de escassa importância,
próprio do risco cotidiano da convivência em sociedade. Haveria, por
assim dizer, um limite mínimo de tolerabilidade a partir do qual a lesão
se configura como relevante e prejudicial, hábil/suficiente a embasar a
responsabilidade indenizatória. Haveria como que um ‘piso’ de
incômodos, inconveniente e desgostos a partir dos quais se configura o
dano moral indenizável” (CAHALI, Yussef Said. Dano Moral, p.53)

No que tange a Reponsabilidade do ente público, o ato ilícito é considerado


praticado, quando não há um mandamento legal que autorize a conduta do estado, posto
que, o agente público somente poderá agir nos limites estabelecidos pela lei.

O Código Civil buscou, no âmbito da Responsabilidade Civil, abarcar não


apenas a reparação dos danos que atingem o patrimônio dos indivíduos, mas também
àqueles de ordem exclusivamente moral, ou seja, aqueles que ferem a liberdade, a honra,
a saúde (mental ou física), a imagem e intimidade dos cidadãos.

O Requeridos contesta também, o quantum pleiteado à título de indenização


pelos danos morais sofridos.

Número do documento: 18070313532618500000045336285


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18070313532618500000045336285
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Desta forma, sobre o valor a ser fixado a título de dano moral não se tem no
ordenamento jurídico brasileiro limites pré-determinados para o arbitramento de tal dano,
contudo, existem alguns requisitos para se chegar ao valor da condenação.

Dentre estes requisitos tem-se a proporcionalidade e a razoabilidade, os


quais o juiz deve-se valer a fim de se determinar um montante justo. Pela
proporcionalidade se entende que ao fixar o valor do dano moral o douto julgador deve
observar que o montante da condenação deve ser equivalente à lesão sofrida, desta forma
se tem também a razoabilidade, pois verificando a correspondência entre o valor
estabelecido e o dano, o magistrado se utiliza do bom senso e da lógica.

Outro ponto a ser suscitado é do caráter pedagógico do dano moral, vez


que este deve educar os condenados a não praticarem mais o ato danoso além de servir
como exemplo social, com o propósito de reprimir a sociedade em geral de condutas
semelhantes.

Por último, têm-se as condições econômicas tanto de quem indenizará quanto


de quem será indenizado, ora aqui não se roga enriquecimento ilícito, apenas a observação
das condições financeiras dos Réus, para que não seja decretado um valor ínfimo que não
terá caráter punitivo e nem compensará o dano, posto que os Requeridos tem elevada
condição financeira e seria indiferente o pagamento de baixo valor pecuniário.

Por todo exposto, requer o Autor que seja fixado o valor de R$50.000,00
(cinquenta mil reais) a título de danos morais, valor este justo, sensato e atendendo assim
a todos os requisitos para arbitramento de dano moral.

Todavia, baseando-se no princípio da eventualidade/concentração, caso V.


Exa., entenda que o quantum indenizatório seja outro, fixe-os pelos seus próprios critérios

Número do documento: 18070313532618500000045336285


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analíticos e jurídicos, desde que compatíveis com a real extensão do dano sofrido pelo
Autor e pelas especificidades do caso.

IV.V – DA TESE: “DA INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE CAUSALIDADE-


DANOS MATERIAIS”

O Requerido alega que o Autor não faz prova de que a cassação de sua CNH
e os gastos com a realização de curso para obtenção de nova CNH tenham relação causal
direta com os fatos narrados, ou seja, não estabelece o nexo de causalidade, tornando
inviável a obtenção de ressarcimento de danos materiais sem a prova de ligação entre as
situações.

Mas é notório saber que, o atual Código de Trânsito Brasileiro entrou em


vigor em 21 de janeiro de 1998. Por força da resolução n° 54/98 do Conselho Nacional
de Trânsito (Contran), está sujeito a sofrer a punição de suspensão do direito de dirigir o
condutor que atingir 20 (vinte) pontos num prazo de 12 (doze), assim, posteriormente, o
condutor penalizado deverá, obrigatoriamente, frequentar o curso de reciclagem para
reaver sua habilitação.

Assim, diante ao dano sofrido pelo Requerente quanto a suspensão de sua


CNH, há que se falar em dever de indenizar, conforme dispõe o art. 186 do Código Civil,
“aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito
e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”

Também preceitua o art. 927 do Código Civil: “Aquele que, por ato ilícito
(art. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.”

Número do documento: 18070313532618500000045336285


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Não há dúvidas que no caso em questão o dano causado ao Autor se revestiu


de imprudência e negligência, causada pelo Estado, ao atribuir ao Requerente a
propriedade de um veículo com placa de Brasília/DF e que nunca foi seu. Não lhe dando
sequer direito ao contraditório e ampla defesa, posto que nunca foi notificado dos autos
de infração, sendo surpreendido com a cassação de sua CNH.

Em razão desse fato, teve o Requerente que arcar com diversas despesas,
causando danos patrimoniais que podem ser claramente demonstrados nos documentos
anexados à inicial.

➢ Curso de Reciclagem no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais)


➢ Simulado DIRETRAN no valor de R$ 20,00 (vinte reais)
➢ Manual do aluno DIRETRAN no valor de R$ 20,00 (vinte reais)

Sendo assim Exa., não merecem as alegações dos Requeridos, devendo a


demanda ser julgada procedente, no que tange aos danos materiais no valor de R$540,00
(quinhentos e quarenta reais), e, ainda, de danos morais, em importe não inferior a
R$60.000,00 (sessenta mil reais).

V - DO ÔNUS DA IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA

A falta de impugnação específica dos fatos e teses declinados na inicial


importa em presunção de veracidade destes, ou seja, caso os Requeridos não impugnem
todas as teses alegadas pelo Requerente na exordial, aquelas que não foram impugnadas,
supõem-se verdadeiras.

Número do documento: 18070313532618500000045336285


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Tem-se que os Requeridos não impugnam todas as teses alegadas pelo


Requerente, assim, deve ser aplicado o art. 341 do CPC/15, e considerado como
verdadeiras aquelas teses não contestadas.

Veja a jurisprudência sobre o assunto:

“EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - DIREITO PROCESSUAL CIVIL -


AÇÃO DE COBRANÇA - NULIDADE DA SENTENÇA - VÍCIO EXTRA
PETITA - INOCORRÊNCIA - VEÍCULO REMOVIDO - PÁTIO DO
DEPOSITÁRIO - PAGAMENTO DAS DESPESAS - LIMITAÇÃO DAS
DIÁRIAS AO PERÍODO MÁXIMO DE 30 DIAS - CONTESTAÇÃO -
FALTA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA - PRESUNÇÃO DE
VERACIDADE - PROCEDÊNCIA DO PEDIDO QUE SE IMPÕE -
PRELIMINAR REJEITADA E RECURSO PROVIDO. - Não há se
cogitar de nulidade da sentença quando nela não se verifica vício extra
petita. - Inexistindo impugnação especificada dos fatos articulados na
petição inicial, a importar na presunção de veracidade dos fatos
articulados na inicial (CPC, art. 302), de rigor a procedência, na
íntegra, do pedido de cobrança de despesas resultantes da remoção de
veículos, mesmo porque não se afigura justo que o autor/depositário
permaneça com bens sob sua guarda, indefinidamente, comprometendo
o depósito de outros veículos, que lhe permitiriam a obtenção de renda.
(TJ-MG - AC: 10145110258418001 MG, Relator: José Flávio de
Almeida, Data de Julgamento: 17/04/2013, Câmaras Cíveis/12ª
CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 26/04/2013)”

Diante o exposto, requer seja decretada a confissão ficta dos Requeridos e a


presunção de veracidade das teses da declaração de nulidade do auto de infração, da
aplicação do código de defesa do consumidor e os honorários contratuais

Número do documento: 18070313532618500000045336285


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advocatícios, tendo em vista que, tal tese foi alegada na exordial e não impugnadas pelo
3° Requerido.

IV – DA IMPUGNAÇÃO AOS DOCUMENTOS

O Autor impugna os documentos juntados pela 2° Requerida nos autos, pois,


sabe-se que, não tem o condão de provar a verdade dos fatos, pois trata-se de telas
sistêmicas da empresa e documentos de uso exclusivo da empresa, ou seja, documentos
unilaterais, de modo que, facilmente podem ser manuseados e alterados pela Requerida,
a fim de ludibriar o Judiciário e obter vantagem perante a Requerente.

Acerca do tema, assim tem entendido a jurisprudência:

“Ementa: Apelante: DECEZAR TRANSPORTES RODOVIÁRIOS


Apelada: BRADESCO SEGUROS S.A. Relator: JUIZ SERGIO LUIZ
PATITUCCI APELAÇÃO CÍVEL - MONITÓRIA
INAPLICABILIDADE DOS EFEITOS DA REVELIA - PLURALIDADE
DE RÉUS - CONTESTAÇÃO APRESENTADA POR UM DELES - ART.
320, I, DO CPC - REVELIA CORRETAMENTE AFASTADA -
ORÇAMENTO - DOCUMENTO UNILATERAL QUE NÃO SE
PRESTA A COMPROVAR A ALEGADA DÍVIDA - RECURSO -
NEGA PROVIMENTO. 1.- A revelia não opera seus efeitos materiais à
parte inerte, quando, havendo pluralidade de réus, um destes apresente
contestação; 2.- A "prova escrita" é todo e qualquer documento que
autorize o Juiz a entender que há direito à cobrança de determinada
dívida. (TJ-PR - AC: 6998954 PR 0699895-4, Relator: Sérgio Luiz
Patitucci, Data de Julgamento: 28/04/2011, 9ª Câmara Cível, Data de
Publicação: DJ: 630) (Grifo Nosso)”

Número do documento: 18070313532618500000045336285


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18070313532618500000045336285
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EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. NEGÓCIOS JURÍDICOS


BANCÁRIOS. AÇÃO MONITÓRIA. CONTRATO DE CHEQUE
EMPRESA. AUSÊNCIA DO CONTRATO. JUNTADA DE MEROS
EXTRATOS BANCÁRIOS. PROVA PRODUZIDA DE FORMA
UNILATERAL PELO BANCO AUTORA. AUSÊNCIA DE
DOCUMENTO COM FORÇA PROBANTE SUFICIENTE PARA
CONSTITUIR O TÍTULO PRETENDIDO. SENTENÇA DE
PROCEDÊNCIA DOS EMBARGOS À MONITÓRIA MANTIDA.
APELAÇÃO DESPROVIDA. (Apelação Cível Nº 70049587827,
Vigésima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Glênio
José Wasserstein Hekman, Julgado em 30/04/2014) (TJ-RS - AC:
70049587827 RS, Relator: Glênio José Wasserstein Hekman, Data de
Julgamento: 30/04/2014, Vigésima Câmara Cível, Data de Publicação:
Diário da Justiça do dia 08/05/2014) (Grifo Nosso)”

Pelo exposto, merece a presente ação ser julgada totalmente procedente.

V – DOS PEDIDOS

Diante dos fundamentos acima, que se somam ao acervo probatório


produzido nos autos, REQUER:

a) Seja conhecida/admitida a presente Impugnação, eis que tempestiva;

b) Seja julgada totalmente procedente a presente demanda;

c) Seja aplicado o art. 341 do CPC/15 e, consequentemente, decretada a


confissão ficta dos Requeridos e a presunção de veracidade da teses da
declaração de nulidade do auto de infração, da aplicação do código

Número do documento: 18070313532618500000045336285


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18070313532618500000045336285
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de defesa do consumidor e honorários contratuais advocatícios, tendo


em vista que, tais teses foram alegadas na exordial e não impugnadas pela
Requerida.

Assim, impugna-se in totum a peça contestatória e os documentos, reiterando


todos os termos da exordial, para que ao final seja julgada procedente a presente ação.

Nestes termos,
Pede e espera deferimento.

Uberlândia/MG, 03 de Julho de 2018.

FERNANDO SUSIA LELIS JÚNIOR ISABELLA CRISTINA NEVES SILVA


OAB/MG 138.462 OAB/MG 142.617

Número do documento: 18070313532618500000045336285


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18070313532618500000045336285
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 03/07/2018 13:53:26 Num. 46594980 - Pág. 25
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE UBERLâNDIA

1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

Avenida Rondon Pacheco, 6130, - lado par, Tibery, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38405-142

PROCESSO Nº 5023231-06.2016.8.13.0702

PROCEDIMENTO COMUM (7)

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL,


DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO EST DE M GERAIS

Às partes para especificar as provas que pretendem produzir.

UBERLâNDIA, 5 de julho de 2018

Número do documento: 18070513184690700000045524846


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18070513184690700000045524846
Assinado eletronicamente por: LUANA CARINE DO CARMO - 05/07/2018 13:19:47 Num. 46784021 - Pág. 1
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE UBERLâNDIA

1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

Avenida Rondon Pacheco, 6130, - lado par, Tibery, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38405-142

PROCESSO Nº 5023231-06.2016.8.13.0702

PROCEDIMENTO COMUM (7)

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL,


DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO EST DE M GERAIS

Às partes para especificar as provas que pretendem produzir.

UBERLâNDIA, 5 de julho de 2018

Número do documento: 18070513191784400000045524847


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18070513191784400000045524847
Assinado eletronicamente por: LUANA CARINE DO CARMO - 05/07/2018 13:19:47 Num. 46784022 - Pág. 1
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE UBERLâNDIA

1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

Avenida Rondon Pacheco, 6130, - lado par, Tibery, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38405-142

PROCESSO Nº 5023231-06.2016.8.13.0702

PROCEDIMENTO COMUM (7)

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL,


DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO EST DE M GERAIS

Às partes para especificar as provas que pretendem produzir.

UBERLâNDIA, 5 de julho de 2018

Número do documento: 18070513190142600000045524848


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18070513190142600000045524848
Assinado eletronicamente por: LUANA CARINE DO CARMO - 05/07/2018 13:19:47 Num. 46784023 - Pág. 1
Segue petição.

Número do documento: 18070913131303600000045707425


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18070913131303600000045707425
Assinado eletronicamente por: NUBIA NETO JARDIM - 09/07/2018 13:13:13 Num. 46966992 - Pág. 1
ESTADO DE MINAS GERAIS
ADVOCACIA-GERAL DO ESTADO

EXMO. SR. JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA


E AUTARQUIAS DA COMARCA DE UBERLÂNDIA/MG

Ref.: Autos nº 5023231-06.2016.8.13.0702


Autor: José Carlos Silva
Réus: DEER/MG e Outros

O DEPARTAMENTO DE EDIFICAÇÕES E ESTRADAS DE


RODAGEM DO ESTADO DE MINAS GERAIS - DEER/MG, por
intermédio da Procuradora Estado que ao final assina, no exercício de suas
funções constitucionais e legais, especialmente em decorrência do Decreto n°
43.809 de 19 de Maio de 2004, que conferiu à Advocacia Geral do Estado -
AGE, expor e requerer o que se segue.

Em atendimento à intimação para especificar provas, o DEER/MG


vem informar que não possui mais provas a produzir. Dessa forma, requer-se o
julgamento antecipado da lide, ressalvando-se o direito de indicação de provas
caso seja deferida dilação probatória eventualmente requerida pelo Autor.

Nesses termos,
Pede deferimento.

Belo Horizonte, 09 de julho de 2018.

NÚBIA NETO JARDIM


Procuradora do Estado
MASP 1122374-0
OAB/MG 87998

Número do documento: 18070913131349500000045707449


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18070913131349500000045707449
Assinado eletronicamente por: NUBIA NETO JARDIM - 09/07/2018 13:13:13 Num. 46967016 - Pág. 1
PETIÇÃO DE MANIFESTAÇÃO DE PRODUÇÃO DE PROVAS EM PDF.

Número do documento: 18071308030445200000046067432


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18071308030445200000046067432
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 13/07/2018 08:03:04 Num. 47327835 - Pág. 1
1

Excelentíssimo (a) Senhor (a) Doutor (a) Juiz (a) de Direito da 1ª Vara
da Fazenda Pública da Comarca de Uberlândia – Minas Gerais

Proc. nº.: 5023231-06.2016.8.13.0702

JOSÉ CARLOS SILVA, devidamente qualificado nos autos em epígrafe,


que move em desfavor de ESTADO DE MINAS GERAIS, DEPARTAMENTO DE
TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL e DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE
RODAGEM DO ESTADO DE MINAS GERAIS., igualmente qualificados, vem
respeitosamente à presença de V. Exa., por intermédio de seus procuradores que a esta
subscreve, e em cumprimento a determinação judicial informar e requerer o que se segue.

Acurando-se os autos, verifica-se que o (a) D. Magistrado (a) determinou que


as partes especificassem as provas que desejam produzir, justificando-as.

Sendo assim, informa o Autor que possui interesse nas seguintes provas:

1) Depoimento pessoal dos representantes das Rés, a fim de que estes


comprovem os fatos narrados na inicial e contestados por eles;

2) Oitiva de testemunhas, tendo em vista que também tivera prejuízos de ordem


patrimonial e moral, assim como o Autor, sendo que serão arroladas e os
comprovantes de suas intimações serão anexados aos autos em momento
oportuno;

Número do documento: 18071308030493600000046067448


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18071308030493600000046067448
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 13/07/2018 08:03:05 Num. 47327851 - Pág. 1
2

3) À título de pedido sucessivo, acaso requerida e deferida a produção de novas


provas pelos Requeridos, seja concedido a Requerente o direito à contraprova,
em observância aos princípios do contraditório, ampla defesa e devido
processo legal.

4) Por fim Exa., requer o deferimento de prova documental superveniente, no


caso do surgimento de novas provas documentais, até o fim da instrução
processual.

Nestes termos,
Pede e espera deferimento.

Uberlândia/MG, 13 de Julho de 2018.

FERNANDO SUSIA LELIS JÚNIOR ISABELLA CRISTINA NEVES SILVA


OAB/MG 138.462 OAB/MG 142.617

Número do documento: 18071308030493600000046067448


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18071308030493600000046067448
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 13/07/2018 08:03:05 Num. 47327851 - Pág. 2
MM Juiz,

O ESTADO DE MINAS GERAIS, por sua Procuradora, vem, à presença de V. Exa., dizer que
NÃO tem provas a produzir.

Termos em que,

Pede deferimento.

ANA CAROLINA OLIVEIRA GOMES

Procuradora do Estado

MASP 1.128.631-7 OAB/MG 94.483

ANA CAROLINA OLIVEIRA GOMES


Procurador

11286317
MASP

94483
OAB/MG

Número do documento: 18071716380900000000046335332


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18071716380900000000046335332
Assinado eletronicamente por: ANA CAROLINA OLIVEIRA GOMES - 17/07/2018 16:37:19 Num. 47596528 - Pág. 1
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE UBERLâNDIA

1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

Avenida Rondon Pacheco, 6130, - lado par, Tibery, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38405-142

PROCESSO Nº 5023231-06.2016.8.13.0702

CLASSE: PROCEDIMENTO COMUM (7)

ASSUNTO: [Competência do Órgão Fiscalizador, CNH - Carteira Nacional de Habilitação]

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL,


DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO EST DE M GERAIS

Vistos etc.

Defiro apenas a produção de prova testemunhal, vez que os


depoimentos pessoais requeridos são desnecessários.

Designo audiência de instrução e julgamento para o dia 02/10/2018,


às 13h e 30min.

As partes deverão juntar rol de testemunhas em 15 dias.

Intimar.

UBERLâNDIA, 30 de julho de 2018

Número do documento: 18073010465912200000047121885


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18073010465912200000047121885
Assinado eletronicamente por: JOAO ECYR MOTA FERREIRA - 30/07/2018 10:46:59 Num. 48384973 - Pág. 1
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE UBERLâNDIA

1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

Avenida Rondon Pacheco, 6130, - lado par, Tibery, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38405-142

PROCESSO Nº 5023231-06.2016.8.13.0702

PROCEDIMENTO COMUM (7)

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL,


DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO EST DE M GERAIS

Intimação do Departamento de Trânsito do Distrito Federal:

Designo audiência de instrução e julgamento para o dia 02/10/2018, às 13h e 30min.

As partes deverão juntar rol de testemunhas em 15 dias.

***Segundo o artigo 455 do CPC, cabe ao advogado da parte informar ou intimar a testemunha por ele
arrolada do dia, da hora e do local da audiência designada, dispensando-se a intimação do juízo. Devendo
juntar aos autos a carta com aviso de recebimento, com antecedência de pelo menos 3 dias da audiência.

UBERLâNDIA, 7 de agosto de 2018

Número do documento: 18080718045429400000047772595


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18080718045429400000047772595
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 07/08/2018 18:08:02 Num. 49037728 - Pág. 1
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE UBERLâNDIA

1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

Avenida Rondon Pacheco, 6130, - lado par, Tibery, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38405-142

PROCESSO Nº 5023231-06.2016.8.13.0702

PROCEDIMENTO COMUM (7)

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL,


DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO EST DE M GERAIS

Intimação do autor:

Designo audiência de instrução e julgamento para o dia 02/10/2018, às 13h e 30min.

As partes deverão juntar rol de testemunhas em 15 dias.

***Segundo o artigo 455 do CPC, cabe ao advogado da parte informar ou intimar a testemunha por ele
arrolada do dia, da hora e do local da audiência designada, dispensando-se a intimação do juízo. Devendo
juntar aos autos a carta com aviso de recebimento, com antecedência de pelo menos 3 dias da audiência.

UBERLâNDIA, 7 de agosto de 2018

Número do documento: 18080718072453700000047772596


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18080718072453700000047772596
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 07/08/2018 18:08:02 Num. 49037729 - Pág. 1
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE UBERLâNDIA

1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

Avenida Rondon Pacheco, 6130, - lado par, Tibery, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38405-142

PROCESSO Nº 5023231-06.2016.8.13.0702

PROCEDIMENTO COMUM (7)

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL,


DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO EST DE M GERAIS

Intimação do Estado de Minas Gerais que também está respondendo pelo DEER - MG:

Designo audiência de instrução e julgamento para o dia 02/10/2018, às 13h e 30min.

As partes deverão juntar rol de testemunhas em 15 dias.

***Segundo o artigo 455 do CPC, cabe ao advogado da parte informar ou intimar a testemunha por ele
arrolada do dia, da hora e do local da audiência designada, dispensando-se a intimação do juízo. Devendo
juntar aos autos a carta com aviso de recebimento, com antecedência de pelo menos 3 dias da audiência.

UBERLâNDIA, 7 de agosto de 2018

Número do documento: 18080718063830900000047772597


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18080718063830900000047772597
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 07/08/2018 18:08:02 Num. 49037730 - Pág. 1
Segue petição e documento em PDF

Número do documento: 18082215162337500000048773383


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18082215162337500000048773383
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 22/08/2018 15:16:24 Num. 50041136 - Pág. 1
EXCELENTÍSSIMO(A) SR(A) DR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 1ª VARA DA
FAZENDA PÚBLICA E AUTARQUIAS DA COMARCA DE UBERLÂNDIA/MG.

Autos sob o n.º 5023231-06.2016.8.13.0702

JOSÉ CARLOS SILVA, devidamente qualificado nos autos da Ação Declaratória


de Nulidade de Auto de Infração c/c Indenização por Danos Materiais e Morais que move em
desfavor de ESTADO DE MINAS GERAIS, DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO
DISTRITO FEDERAL, DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO
ESTADO DE MINAS GERAIS, também já devidamente qualificadas nos autos em epígrafe,
vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seus procuradores que
a esta subscrevem, informar e requerer o que se segue.

I. PRELIMINAR

I.I ARROLAMENTO DE TESTEMUNHA, ART. 455, CPC

O art. 455, caput e §1º do CPC/15 prevê o seguinte:

Art. 455. Cabe ao advogado da parte informar ou intimar a testemunha por


ele arrolada do dia, da hora e do local da audiência designada, dispensando-se
a intimação do juízo.

Número do documento: 18082215162448200000048773477


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18082215162448200000048773477
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 22/08/2018 15:16:25 Num. 50041231 - Pág. 1
§ 1o A intimação deverá ser realizada por carta com aviso de recebimento,
cumprindo ao advogado juntar aos autos, com antecedência de pelo menos 3
(três) dias da data da audiência, cópia da correspondência de intimação e do
comprovante de recebimento.

Desta forma, diante a designação de audiência de instrução e julgamento para o dia


02/10/2018 às 13:30 horas, vem o Autor informar que, devidamente cumpriu o disposto no
referido artigo mencionado acima, pelo que, requer a juntada de cópia da Carta Convite para
comparecimento em audiência, devidamente assinada pela testemunha:

• ELISETE DE CASSIA DOLCI, brasileira, portadora da cédula de


identidade sob o nº. M-2.871.287, residente e domiciliada na cidade de
Uberlândia, Estado de Minas Gerais, na Av. Olímpica, nº 1064, Bairro
Liberdade, CEP: 38.401-260.

Pelo exposto, pugna pela juntada do referido documento em anexo, que


comprova a intimação da testemunha para comparecimento na audiência de instrução e
julgamento para o dia 02/10/2018 às 13:30 horas, neste Juízo.

II. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA

O despacho de ID sob n°. 48384973, ora atacada não deve permanecer por não
representar o melhor direito para o caso em questão.

Inconforma-se o Requerente com a conclusão expressa no despacho retro,


porquanto toma por base probatória somente os documentos acostados junto à inicial,
contestação, e oitiva de testemunha, indeferindo os depoimentos pessoais dos Requeridos
sem qualquer fundamento legal.

Número do documento: 18082215162448200000048773477


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18082215162448200000048773477
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 22/08/2018 15:16:25 Num. 50041231 - Pág. 2
Pois bem, como acima narrado, não pode prosperar uma decisão que considera tão
somente fatos e argumentos articulados pelos Requeridos, sem permitir ao Autor, o exaurimento
de todos os meios de provas de que dispõe para comprovar o alegado em sua peça inicial,
ocasionando verdadeiro cerceamento de defesa, como bem tem decidido o Supremo Tribunal
Federal:

PROVA - Produção Indeferida - Pendência de questões de fato - Julgamento


antecipado da lide inadmissível - Cerceamento de defesa. Recurso
extraordinário conhecido e provido para determinar se proceda a instrução
probatória, como de direito. (RE - 109.482-6 - PR - 2ª TJ 24.03.87 - Rel. Min.
Célio Borja - DJU 08.05.87). (In RT 620/241).

No mesmo sentido, o pronunciamento do Tribunal de Alçada do Estado de São


Paulo:

CERCEAMENTO DE DEFESA - Prova - Produção - Negativa - Julgamento


Antecipado da Lide que se constitui em cerceamento de defesa - Sentença
anulada - Recurso provido para esse fim. (Ap. 211.624-7, rel. Juiz Melo
Junqueira, 22.12.87). (In JTASP 110/288).

O depoimento pessoal pode ser solicitado pela parte adversa ou por determinação
do juízo, com a finalidade de esclarecer todos os fatos relativos a causa de pedir, podendo
ocorrer a qualquer momento no processo.

Registra-se ainda, por importante, que o CPC contempla duas modalidades de


depoimento pessoal:

a) O interrogatório, que se refere a modalidade em que o juiz pode, de oficio, em


qualquer estado do processo determinar o comparecimento das partes com o objetivo de
interrogá-las sobre os fatos narrados no processo conforme preconizado no art. 342 do CPC:
"O juiz pode, de ofício, em qualquer estado do processo, determinar o comparecimento pessoal
das partes, a fim de interrogá-las sobre os fatos da causa."

Número do documento: 18082215162448200000048773477


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18082215162448200000048773477
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 22/08/2018 15:16:25 Num. 50041231 - Pág. 3
b) O depoimento pessoal, que ocorre quando o juiz não determinar de oficio a oitiva
das partes, competindo a cada parte requerer o depoimento pessoal da outra, com objetivo de
interrogá-la na audiência de instrução e julgamento, segundo regra esculpida do art. 343 caput,
do CPC: “Quando o juiz não o determinar de ofício, compete a cada parte requerer o depoimento
pessoal da outra, a fim de interrogá-la na audiência de instrução e julgamento."

Se a parte intimada para comparecer em juízo, ou, comparecendo, se recusar a


depor, será aplicada a pena de confissão, com fulcro no art. 343, § 2º, do CPC: “Se a parte
intimada não comparecer, ou comparecendo, se recusar a depor, o juiz Ihe aplicará a pena de
confissão.”

A falta de exaurimento da fase de instrução processual com a não oportunidade de


produção de outras provas, que não as já constates nos autos, viola o princípio do contraditório
e da ampla defesa, previsto no art. 5º, LV, CF/88, ocasionando error in procedendo e, neste
caso, deverá reconsiderado o pedido de produção de prova oral.

Neste sentido as seguintes decisões, in verbis:

INDEFERIMENTO DE PROVA ORAL: CERCEAMENTO DE DEFESA


CONFIGURADO: NULIDADE. Configurado o cerceamento de defesa
com o indeferimento da prova oral, acolhe-se a preliminar de nulidade
para determinar a reabertura da instrução oportunizando à parte a
produção da prova pretendida. Recurso conhecido e nulidade acolhida.
(TRT-10 - ROPS: 286200700910000 DF 00286-2007-009-10-00-0, Relator:
Desembargador ALEXANDRE NERY DE OLIVEIRA, Data de Julgamento:
27/06/2007, 2ª Turma, Data de Publicação: 13/07/2007) (Grifo nosso)

É nítido que a falta de instrução processual, irá prejudicar o Autor, vez que a não
produção de provas que pretendiam produzir, como depoimento pessoal da parte contraria,
deixará em questionamento todo o alegado em exordial.

Número do documento: 18082215162448200000048773477


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18082215162448200000048773477
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 22/08/2018 15:16:25 Num. 50041231 - Pág. 4
Diante do exposto, o Autor requer que seja reconsiderado/reformada o despacho
que negou o pedido de produção de prova pelo depoimento pessoal dos representantes das Rés,
a fim de que estes comprovem os fatos narrados na inicial e contestados por eles, “ad
argumentandum” caso não seja esse o entendimento de Vossa Excelência cumpre registrar os
protestos do Requerente, em relação o despacho de ID sob n°. 48384973, em que negou o
pedido acima elencado, visando a resguardar seu direito de argüir a questão oportunamente, em
eventual recurso, afastando a preclusão, por ser medida da mais lídima justiça!

Nestes termos,

Pede e espera deferimento.

Uberlândia/MG, 22 de Agosto de 2018.

FERNANDO SUSIA LELIS JÚNIOR ISABELLA CRISTINA NEVES SILVA


OAB/MG 138.462 OAB/MG 142.617

Número do documento: 18082215162448200000048773477


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18082215162448200000048773477
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 22/08/2018 15:16:25 Num. 50041231 - Pág. 5
Número do documento: 18082215162516800000048773583
https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18082215162516800000048773583
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 22/08/2018 15:16:25 Num. 50041337 - Pág. 1
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO,

O ESTADO DE MINAS GERAIS, por seu Procurador, vem à presença de Vossa


Excelência, informar que está ciente da audiência.

RAFAEL RAPOLD MELLO


Procurador

13341433
MASP

144341
OAB/MG

Número do documento: 18082312011700000000048846554


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18082312011700000000048846554
Assinado eletronicamente por: RAFAEL RAPOLD MELLO - 23/08/2018 12:00:15 Num. 50114405 - Pág. 1
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE UBERLâNDIA

1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

Avenida Rondon Pacheco, 6130, - lado par, Tibery, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38405-142

PROCESSO 5023231-06.2016.8.13.0702

CLASSE PROCEDIMENTO COMUM (7)

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

Certifico e dou fé que, nesta data, faço estes autos conclusos para apreciação do pedido de reconsideração
(id50041136).

UBERLâNDIA, 19 de setembro de 2018

Número do documento: 18091916565127900000050824529


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18091916565127900000050824529
Assinado eletronicamente por: LUANA CARINE DO CARMO - 19/09/2018 16:56:52 Num. 52096714 - Pág. 1
Número do documento: 18091916565127900000050824529
https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18091916565127900000050824529
Assinado eletronicamente por: LUANA CARINE DO CARMO - 19/09/2018 16:56:52 Num. 52096714 - Pág. 2
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE UBERLâNDIA

1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

Avenida Rondon Pacheco, 6130, - lado par, Tibery, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38405-142

PROCESSO Nº 5023231-06.2016.8.13.0702

CLASSE: PROCEDIMENTO COMUM (7)

ASSUNTO: [Competência do Órgão Fiscalizador, CNH - Carteira Nacional de Habilitação]

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL,


DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO EST DE M GERAIS

Vistos etc.

Na inicial, o próprio autor afirmou que nunca foi


proprietário do veículo que gerou as multas. Assim, não há a menor necessidade dos depoimentos
pessoais requeridos.

Assim, mantenho a decisão que deferiu apenas a


produção da prova testemunhal.

Número do documento: 18091918401340800000050844451


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18091918401340800000050844451
Assinado eletronicamente por: JOAO ECYR MOTA FERREIRA - 19/09/2018 18:40:13 Num. 52116698 - Pág. 1
UBERLâNDIA, 19 de setembro de 2018

Número do documento: 18091918401340800000050844451


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18091918401340800000050844451
Assinado eletronicamente por: JOAO ECYR MOTA FERREIRA - 19/09/2018 18:40:13 Num. 52116698 - Pág. 2
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE UBERLâNDIA

1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

Avenida Rondon Pacheco, 6130, - lado par, Tibery, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38405-142

PROCESSO 5023231-06.2016.8.13.0702

CLASSE Nº PROCEDIMENTO COMUM (7)

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL,


DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO EST DE M GERAIS

TERMO DE AUDIÊNCIA

Aos dois (02) dias do mês de outubro (10) do ano de dois mil e dezoito (2018), nesta cidade de
Uberlândia, Estado de Minas Gerais, no Fórum, na sala das audiências, às 13:30 horas, presente o Dr.
JOÃO ECYR MOTA FERREIRA, Juiz de Direito da 1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias, comigo
Escrevente do Judicial, adiante nomeada, foi aberta audiência de instrução e julgamento dos autos nº
5023231-06.2016.8.13.0702da AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE AUTO DE
INFRAÇÃO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS proposta porJOSÉ
CARLOS SILVA em face de ESTADO DE MINAS GERAIS, DEPARTAMENTO DE ESTRADAS
DE RODAGEM DE MINAS GERAIS – DEER MG eDEPARTAMENTO DE TRÂNSITO DO
DISTRITO FEDERAL – DETRAN DF.Feitos os pregões pela Escrevente do Judicial, servindo como
porteira, constatou-se a presença do requerente, acompanhado dos advogados, Dr. Guilherme de Almeida
Souza, ausentes os réus.

Iniciada a audiência, foi ouvida uma testemunha arrolada pelo autor, tendo o juiz tomado o depoimento
pessoal deste último de ofício.

Pelo juiz foi dito o seguinte: “Uma vez que o autor mencionou já ter proposto ação no Juizado Especial

Número do documento: 18100214321685100000051774793


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18100214321685100000051774793
Assinado eletronicamente por: JOAO ECYR MOTA FERREIRA - 02/10/2018 14:32:17 Num. 53048824 - Pág. 1
desta Comarca, determino que ele junte aos autos cópia da inicial da referida ação, bem como, da
sentença proferida no referido feito.

Nada mais havendo, Eu, _________________ (Carolina de Moraes Vieira Silva), Estagiária do Judicial, o
digitei e subscrevo.

João Ecyr Mota Ferreira (JD): ______________________________________

P.p. Requerente: ___________________________________________________

P.p. 1º Requerido: _________________________________________________

P.p. 2º Requerido: _________________________________________________

P.p. 3º Requerido: _________________________________________________

Número do documento: 18100214321685100000051774793


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18100214321685100000051774793
Assinado eletronicamente por: JOAO ECYR MOTA FERREIRA - 02/10/2018 14:32:17 Num. 53048824 - Pág. 2
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE UBERLâNDIA

1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

Avenida Rondon Pacheco, 6130, - lado par, Tibery, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38405-142

TERMO DE JUNTADA

PROCESSO Nº 5023231-06.2016.8.13.0702

PROCEDIMENTO COMUM (7)

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL,


DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO EST DE M GERAIS

CERTIFICO QUE JUNTEI AOS PRESENTES AUTOS O DEPOIMENTO JUDICIAL DE ELISETE DE


CÁSSIA DOLCI E DE JOSÉ CARLOS SILVA. EM ANEXO.

UBERLâNDIA, 2 de outubro de 2018

Número do documento: 18100216344377200000051803192


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18100216344377200000051803192
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l' VARA DA FAZENDA PÚBLICA E AUTARQUIAS
COMARCA DE UBERLÂNDIA
*****************************************************************
DEPOIMENTO JUDICIAL

02 de outubro de 2018
Autos n° 5023231-06.2016.8.13.0702

NOME: Elisete de Cassia Dolo!


ENDEREÇO: Av Olímpica, 1064, Bairro Liberdade
IDADE: 57 anos
ESTADO CIVIL: solteira
PROFISSÃO: aposentada
NATURALIDADE: Poços de Caldas-MG
Se sabe ler e escrever: sim.

SENDO INQUIRIDA PELO MM. JUIZ, às suas perguntas, respondeu: "Que


conhece o autor há vinte anos; Que acredita que o autor nunca foi
proprietário de um veículo modelo Corsa; Que a depoente é vizinha do
autor e nunca o viu com veiculo desse modelo; Que não sabe dizer se o
autor tem parentes em Brasília; Que o autor comentou com a depoente que
havia perdido a CNH por conta do que foi narrado na inicial; Que ele
estava muito revoltado e triste, sentindo-se humilhado."

Às perguntas do advogado do requerente, respondeu: "Que o autor nunca


recebeu notificação de infração de trânsito e de aplicação de multa;
Que o autor nunca comentou nada com a depoente sobre financiamento de
veículo."

Às perguntas do procurador do primeiro requerido, respondeu: não


compareceu

Às perguntas do procurador do segundo requerido, respondeu: não


compareceu

Às perguntas do procurador do terceiro requerido, respondeu: não


compareceu

NADA MAIS havendo, encerrou-se este depoimento. Eu,


(Carolina de Moraes Vieira Silva), Estagiária do Judicial o digitei e
subscrevo.

João Ecyr Mota Ferreira (JD)

P.p. Requerentes: (
6
:),LL/I,nen.a Às
çt,
P.p. 1° Requerido:

P.p. 2° Requerido:

P.p. 3° Requerido:

Depoente: gyl.

Número do documento: 18100216344533200000051803265


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l' VARA DA FAZENDA PÚBLICA E AUTARQUIAS
COMARCA DE UBERLÂNDIA
*****************************************************************

DEPOIMENTO JUDICIAL

02 de outubro de 2018
Autos n° 5023231-06.2016.8.13.0702

NOME: José Carlos Silva


ENDEREÇO: Av. Olímpica, 1056, Bairro Liberdade
IDADE: 52 anos
ESTADO CIVIL: Divorciado
PROFISSÃO: aposentado
NATURALIDADE: Itumbiara-GO
Se sabe ler e escrever: sim.

SENDO INQUIRIDO PELO MM. JUIZ, às suas perguntas, respondeu: "Que o


depoente nunca perdeu documentos em sua vida; Que nunca adquiriu
veículo em Brasília; Que o depoente é proprietário de um Corsa Sedan,
ano 2011, cor preta, placa HOF-3169; Que também é proprietário de uma
motocicleta; Que o depoente descobriu por acaso que havia multas em seu
nome, pois precisou transferir uma motocicleta que havia vendido e fez
consulta junto ao DETRAN MG; Que o depoente chegou a propor ação no
Juizado Especial da Comarca de Uberlândia, tendo por finalidade a
suspensão dos pontos que lhe foram atribuídos pelas referidas
infrações; Que, na referida ação, não pediu indenização; Que nunca
residiu em Brasília nem adquiriu veículo naquela cidade; Que não sabe
se o veículo mencionado na inicial já esteve ou está em seu nome."

NADA MAIS havendo, encerrou-se este depoimento. Eu,


(Carolina de Moraes Vieira Silva), Estagiária do Judicial o digitei e
subscrevo.

João Ecyr Mota Ferreira (JD)

P.p. Requerente:

P.p. Requeridos:

Depoente:

Número do documento: 18100216344533200000051803265


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18100216344533200000051803265
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 02/10/2018 16:34:47 Num. 53077333 - Pág. 2
PETIÇÃO DE MANIFESTAÇÃO EM PDF.

Número do documento: 18100416000826400000052003347


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18100416000826400000052003347
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 04/10/2018 16:00:08 Num. 53277808 - Pág. 1
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 1ª
VARA DA FAZENDA PÚBLICA E AUTARQUIAS DA COMARCA DE
UBERLÂNDIA

Proc. n.º 5023231-06.2016.8.13.0702

JOSE CARLOS SILVA, já devidamente qualificado nos autos em epígrafe,


que move em desfavor de ESTADO DE MINAS GERAIS E OUTROS, igualmente
qualificados, vem respeitosamente à presença de V. Exa., por intermédio de seus
procuradores que a esta subscreve, e em cumprimento a determinação em audiência de
instrução e julgamento em 02/10/2018, informar e requerer o que se segue.

Primeiramente, cumpre esclarecer que na mencionada audiência o Dr.


Guilherme de Almeida Souza, brasileiro, casado, advogado, inscrito na OAB/MG n°.
158.842, representou o Autor com poderes para realizar o referido ato.

Desse modo, manifesta o Autor por intermédio de seus advogados infra-


assinados, perante à presença de Vossa Excelência, requerer a juntada do anexo
Substabelecimento com Reserva Específica de Poderes, conferido ao Substabelecido
apenas para a realização de audiência.

Não obstante, ultrapassada a questão preliminar acurando-se os autos,


verifica-se que o (a) D. Magistrado (a) ainda, determinou que: “Uma vez que o autor
mencionou já ter proposto ação no Juizado Especial desta Comarca, determino que
ele junte aos autos cópia da inicial da referida ação, bem como, da sentença
proferida no referido feito”.
1

Número do documento: 18100416000891600000052003785


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Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 04/10/2018 16:00:09 Num. 53278246 - Pág. 1
Ocorre que, o Autor está diligenciando para obtenção e visualizar o referido
processo para o cumprimento da mencionada determinação do r. Juízo, o procurador do
Autor foi informado que os autos se encontram arquivados, desta forma não ser possível
fazer carga do processo, vez que os autos estarão disponíveis apenas após o procedimento
de desarquivamento, que poderá levar até 7 (dias) úteis, desta forma não sendo possível
a juntada neste momento dos documentos necessários determinados por Vossa
Excelência.

Desta forma, requer o Autor DILAÇÃO DE PRAZO DE 15 (DIAS) ÚTEIS,


para cumprir a determinação judicial e juntar aos presentes autos as cópias determinadas
por este D. Juízo, bem como requer a Vossa Excelência, que o Autor seja intimado para
realizar as devidas determinações acima elencadas.

Nestes termos,
pede e espera deferimento.

Uberlândia/MG, 04 de outubro de 2018.

FERNANDO SUSIA LELIS JÚNIOR ISABELLA CRISTINA NEVES SILVA


OAB/MG 138.462 OAB/MG 142.617

Número do documento: 18100416000891600000052003785


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18100416000891600000052003785
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 04/10/2018 16:00:09 Num. 53278246 - Pág. 2
Substabelecimento em anexo.

Número do documento: 18100416090072300000052005580


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18100416090072300000052005580
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 04/10/2018 16:09:01 Num. 53280042 - Pág. 1
SUBSTABELECIMENTO COM RESERVA ESPECÍFICA DE PODERES

Por meio do presente instrumento, firmado na melhor forma e para os devidos


fins de direito, o Dr. FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR, brasileiro, solteiro,
advogado, inscrito na OAB-MG nº. 138.462 e na OAB-GO nº. 35.978 e a Dra.
ISABELLA CRISTINA NEVES SILVA, brasileira, solteira, advogada, inscrita na
OAB-MG nº. 142.617, todos com escritório profissional na cidade de Uberlândia-MG, na
Avenida Brasil, nº. 2.998, Bairro Brasil, CEP de nº. 38.400-718, Fone: (34) 3211-8548,
substabelecem na pessoa de Dr. GUILHERME DE ALMEIDA SOUZA, brasileiro,
casado, advogado, inscrito na OAB/MG 158.842, dentre o rol de poderes outorgados por
JOSE CARLOS SILVA, nos autos do Processo de nº 5023231-06.2016.8.13.0702,
competência específica para realização da audiência de instrução e julgamento agendada
para o dia 02/10/2018 às 13:30 horas perante a 1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias
da Comarca de Uberlândia.

Uberlândia-MG, 04 de outubro de 2018.

FERNANDO SUSIA LELIS JÚNIOR ISABELLA CRISTINA NEVES SILVA


OAB/MG 138.462 OAB/MG 142.617

Av. Brasil, n° 2998, B. Brasil - CEP: 38400-718 - Uberlândia, MG


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Número do documento: 18100416090140200000052005890


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Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 04/10/2018 16:09:02 Num. 53280354 - Pág. 1
Manifestação de juntada de documentos e ausência de existência de conexão. ARQUIVOS EM PDF.

Número do documento: 18101915274585600000053041364


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18101915274585600000053041364
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 19/10/2018 15:27:47 Num. 54318252 - Pág. 1
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO 1ª
VARA DA FAZENDA PÚBLICA E AUTARQUIAS DA COMARCA DE
UBERLÂNDIA – MINAS GERAIS.

Processo nº: 5023231-06.2016.8.13.0702

JOSÉ CARLOS SILVA, já qualificado nos autos da Ação Declaratória de


Nulidade de Auto de Infração c/c Indenização por Danos Materiais e Morais que move
em desfavor de ESTADO DE MINAS GERAIS e outros, igualmente qualificados, vem,
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seus procuradores
que a esta subscrevem, informar e requerer o que se segue.

Acurando-se os autos, verifica-se que em Ata de Audiência de Id. 53048824,


o D. Magistrado determinou a juntada aos autos de cópia da inicial e da sentença proferida
na ação proposta pelo Requerente no Juizado Especial desta Comarca.

Pois bem, em atendimento ao disposto no referido termo de audiência, o


Requerente junta aos autos a cópia dos referidos documentos, contudo, cumpre tecer
algumas considerações acerca da ação de nº 0090782-54.2017.8.13.0702 em trâmite
perante a 2ª UJ – 4º JD Cível da comarca de Uberlândia/MG.

Primeiramente, cumpre salientar que a referida demanda de nº 0090782-


54.2017.8.13.0702 versa sobre Ação Declaratória de Nulidade de Auto de Infração c/c

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Número do documento: 18101915274761400000053041593


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Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 19/10/2018 15:27:48 Num. 54318481 - Pág. 1
Indenização por Danos Materiais e Morais em face do Estado de São Paulo e
Departamento de Estradas e Rodagem do Estado de São Paulo, em razão de Autos de
Infrações lavrados em seu nome no estado de São Paulo, advindas do veículo de um
terceiro desconhecido de placa JHP-0269.

As supostas infrações foram cometidas perante o Estado de São Paulo nas


seguintes circunstâncias:

• Cód 745-5 – Transitar em velocidade superior a máxima permitida em


mais de 20 até 50, data 07/03/2011, hora 15:59, SP 320 km 581 metros
900, pontos 4.

• Cód 659-9 – conduzir veículo não registrado licenciado, 25/03/2011,


hora 18:10, SP 462 km 147 metros 0000.

• 663-7, Veículo sem Equipamento obrigatório 25/03/2011, hora 18:10,


SP 463 Km 147, Metros 000.

Assim, tem-se que a causa de pedir das ações são claramente distintas, tendo
em vista que, a presente demanda, por sua vez, versa sobre Autos de Infrações lavrados
no estado de Minas Gerais, haja vista, as infrações cometidas pelo terceiro no respectivo
Estado, senão veja-se:

• Cód 746-30- Transitar em velocidade superior a máxima permitida em


mais de 20 até 50, data 10/11/2010, hora 15:52, BR-497
Uberlândia/Prata, pontos 5.

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Número do documento: 18101915274761400000053041593


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• Cód 746-30- Transitar em velocidade superior a máxima permitida em
mais de 20 até 50, data 10/11/2010, hora 15:44, BR-497
Uberlândia/Prata, pontos 5.

Desse modo, não há que se levantar a hipótese de conexão entre as demandas,


pois, enquanto a demanda de nº 5023231-06.2016.8.13.0702 pleiteia o cancelamento dos
Autos de Infração lavrados perante o Estado de Minas Gerais, a demanda de nº 0090782-
54.2017.8.13.0702 pleiteia o cancelamento dos Autos de Infrações lavrados perante o
Estado de São Paulo, sendo, portanto, distintas as causas de pedir.

Tanto é verdade que os entes públicos pelas quais compõem o polo passivo
das demandas também são distintos, pois, a cada Estado deverá recair a obrigação de
reparar os danos causados ao Requerente, cada qual por seu respectivo Auto de Infração
lavrado indevidamente em face deste.

Insta frisar que as demandas tramitam também sob ritos distintos, pois,
enquanto a demanda de nº 5023231-06.2016.8.13.0702 tramita pelo Rito Ordinário, a
demanda de nº 0090782-54.2017.8.13.0702, tramita pelo Rito Sumaríssimo e desse
modo, pressupõe a tramitação de feitos sob o mesmo rito e o processo no âmbito dos
Juizados Especiais Cíveis segue rito processual próprio, com princípios norteadores
próprios, que o distingue do rito ordinário dos processos que tramitam nas varas comuns,
não restando configurado o instituto jurídico da conexão.

Assim é o entendimento jurisprudencial, que, já foi proferida decisão em


ações que versam sobre objetos distintos, partes e processos sob ritos distintos, não há
que se falar em conexão, de modo que as demandas devem ser processadas e julgadas
pelos seus Juízos de origem.

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Número do documento: 18101915274761400000053041593


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A fim de comprovar o acima alegado, segue abaixo decisão proferida pela 1ª
Turma Recursal dos Juizados Especiais do Distrito Federal:

JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS. RECURSO INOMINADO. AÇÃO


DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS. AUSÊNCIA DA RÉ A SESSÃO DE CONCILIAÇÃO.
REVELIA CONFIGURADA. CONEXÃO. OBJETOS, P ARTES E
PROCESSOS SOB RITOS DISTINTOS. INEXISTÊNCIA.
PRELIMINAR AFASTADA. INSCRIÇÃO NA DÍVIDA ATIVA DO
DF. DANO MORAL CONFIGURADO. PROPORCIONALIDADE E
RAZOABILIDADE NA FIXAÇÃO. MULTA COMINATÓRIA
REDUZIDA. RAZOABILIDADE. RECURSO CONHECIDO E
PARCIALMENTE PROVIDO. 1. NÃO COMPARECENDO, A P
ARTE RÉ, À SESSÃO DE CONCILIAÇÃO OU À AUDIÊNCIA DE
INSTRUÇÃO E JULGAMENTO CARACTERIZADO ESTÁ O
FENÔMENO DA REVELIA, NOS TERMOS DO ART. 20, DA LEI
Nº 9.099/95. 2. TRATANDO-SE DE PROCESSOS QUE
POSSUEM COMO P ARTES PESSOAS DISTINTAS E QUE
TRAMITAM SOB RITOS DIFERENCIADOS, NÃO RESTA
CONFIGURADO O INSTITUTO JURÍDICO DA CONEXÃO,
AFASTADA, PORTANTO, A PRELIMINAR ALEGADA PELA
RECORRENTE NA PEÇA RECURSAL. 3. EM RAZÃO DA
DESÍDIA DA RÉ, A P ARTE AUTORA, APÓS A ALIENAÇÃO DO
VEÍCULO, RECEBEU DIVERSAS MULTAS EM SEU NOME,
COBRANÇAS DE LICENCIAMENTO, IPVA, SEGURO
OBRIGATÓRIO E NOTIFICAÇÃO DE QUE SEU NOME TERIA
SIDO INCLUÍDO NA DÍVIDA ATIVA DO DISTRITO FEDERAL,
JUSTIFICANDO A COMINAÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS, A QUAL FOI FIXADA OBSERVANDO-SE OS

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Número do documento: 18101915274761400000053041593


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CRITÉRIOS DE RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. 4.
A MULTA COMINATÓRIA DEVE SER APLICADA COM
OBSERVÂNCIA AO PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE,
DEVENDO SER SUFICIENTE PARA CONSTRANGER UMA P
ARTE A REALIZAR A OBRIGAÇÃO SEM ACARRETAR O
ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA DA OUTRA P ARTE. 5.
RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO PARA
REFORMAR A SENTENÇA TÃO SOMENTE PARA REDUZIR A
MULTA COMINATÓRIA FIXADA PARA O VALOR DE R$ 200,00
(DUZENTOS REAIS) POR DIA, ATÉ O LIMITE DE R$ 5.000,00
(CINCO MIL REAIS). SEM CUSTAS ADICIONAIS E SEM
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, À FALTA DE RECORRENTE
VENCIDO. (TJ-DF - ACJ: 247138420118070001 DF 0024713-
84.2011.807.0001, Relator: DEMETRIUS GOMES CAVALCANTI,
Data de Julgamento: 05/06/2012, 1ª Turma Recursal dos Juizados
Especiais do Distrito Federal, Data de Publicação: 08/06/2012, DJ-e
Pág. 204). (Grifos nossos.)

Pelo exposto, requerer a juntada de cópia da petição inicial, sentença e


acórdão do processo de nº 0090782-54.2017.8.13.070 e, por fim, informa o Autor que
não há conexão entre as demandas em questão, de modo que, cada ação deverá ser
processada e julgada por seus Juízos de origem.

Nestes termos, pede e espera deferimento.

Uberlândia/MG, 19 de Outubro de 2018.

FERNANDO SUSIA LELIS JÚNIOR ISABELLA CRISTINA NEVES SILVA


OAB/MG 138.462 OAB/MG 142.617

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Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 19/10/2018 15:27:50 Num. 54320080 - Pág. 3
Número do documento: 18101915274955700000053043191
https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18101915274955700000053043191
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 19/10/2018 15:27:50 Num. 54320080 - Pág. 4
Número do documento: 18101915275050000000053043517
https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18101915275050000000053043517
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 19/10/2018 15:27:50 Num. 54320405 - Pág. 1
Número do documento: 18101915275050000000053043517
https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18101915275050000000053043517
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 19/10/2018 15:27:50 Num. 54320405 - Pág. 2
Número do documento: 18101915275050000000053043517
https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18101915275050000000053043517
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 19/10/2018 15:27:50 Num. 54320405 - Pág. 3
Número do documento: 18101915275050000000053043517
https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18101915275050000000053043517
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 19/10/2018 15:27:50 Num. 54320405 - Pág. 4
Número do documento: 18101915275050000000053043517
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Número do documento: 18101915275050000000053043517
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Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 19/10/2018 15:27:50 Num. 54320405 - Pág. 6
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE UBERLâNDIA

1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

Avenida Rondon Pacheco, 6130, - lado par, Tibery, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38405-142

PROCESSO Nº 5023231-06.2016.8.13.0702

CLASSE: PROCEDIMENTO COMUM (7)

ASSUNTO: [Competência do Órgão Fiscalizador, CNH - Carteira Nacional de Habilitação]

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL,


DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO EST DE M GERAIS

Vistos etc.

Vista às partes para que, no prazo legal, apresentem


suas alegações finais.

Após, venham conclusos para sentença.

Número do documento: 18110718015140200000054344552


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Assinado eletronicamente por: JOAO ECYR MOTA FERREIRA - 07/11/2018 18:01:52 Num. 55624115 - Pág. 1
UBERLâNDIA, 7 de novembro de 2018

Número do documento: 18110718015140200000054344552


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18110718015140200000054344552
Assinado eletronicamente por: JOAO ECYR MOTA FERREIRA - 07/11/2018 18:01:52 Num. 55624115 - Pág. 2
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE UBERLâNDIA

1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

Avenida Rondon Pacheco, 6130, - lado par, Tibery, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38405-142

PROCESSO Nº: 5023231-06.2016.8.13.0702

CLASSE: PROCEDIMENTO COMUM (7)

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS e outros (2)

Vista ao Departamento de Trânsito do Distrito Federal para alegações finais.

UBERLâNDIA, 7 de dezembro de 2018

Número do documento: 18120717110737900000056516969


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18120717110737900000056516969
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 07/12/2018 17:13:09 Num. 57801109 - Pág. 1
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE UBERLâNDIA

1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

Avenida Rondon Pacheco, 6130, - lado par, Tibery, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38405-142

PROCESSO Nº: 5023231-06.2016.8.13.0702

CLASSE: PROCEDIMENTO COMUM (7)

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS e outros (2)

Vista à parte autora para alegações finais.

UBERLâNDIA, 7 de dezembro de 2018

Número do documento: 18120717123056500000056516970


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18120717123056500000056516970
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 07/12/2018 17:13:09 Num. 57801110 - Pág. 1
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

COMARCA DE UBERLâNDIA

1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

Avenida Rondon Pacheco, 6130, - lado par, Tibery, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38405-142

PROCESSO Nº: 5023231-06.2016.8.13.0702

CLASSE: PROCEDIMENTO COMUM (7)

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS e outros (2)

Vista ao Estado de Minas Gerais para alegações finais.

UBERLâNDIA, 7 de dezembro de 2018

Número do documento: 18120717120213300000056516971


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18120717120213300000056516971
Assinado eletronicamente por: NADIA PATRICIA SOUTO FERREIRA - 07/12/2018 17:13:09 Num. 57801111 - Pág. 1
MM. Juiz,

O ESTADO DE MINAS GERAIS, por sua procuradora que esta subscreve, vem, mui
respeitosamente, à ilustre presença de Vossa Excelência, nos termos da lei, em sede de
alegações finais, sob a forma de memorial, reiterar todos os termos das manifestações
anteriormente oferecidas, eis que ao longo da instrução processual prova alguma logrou
produzir a parte autora em seu benefício.

No mais espera confiante nos d. subsídios de V. Exa., que há de dar capital desfecho à demanda
ou julgá-la inteiramente improcedente, o que desde logo fica requerido.

Termos em que,

Pede deferimento.

LARISSA RODRIGUES RIBEIRO


Procurador

13272489
MASP

142366
OAB/MG

Número do documento: 18121810344100000000057250296


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18121810344100000000057250296
Assinado eletronicamente por: LARISSA RODRIGUES RIBEIRO - 18/12/2018 10:32:29 Num. 58535803 - Pág. 1
Seguem alegações finais pelo DETRAN/DF

Número do documento: 19011015541477000000058026297


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19011015541477000000058026297
Assinado eletronicamente por: JANAINA CARLA MENDONCA HERINGER - 10/01/2019 15:54:15 Num. 59312666 - Pág. 1
PROCURADORIA-GERAL DO DISTRITO FEDERAL
PROCURADORIA ADMINISTRATIVA – PROCAD

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) MAGISTRADO(A)

Órgão: 1ªVARA CÍVEL


Localização: UBERLÂNDIA
Processo: Procedimento Ordinário n. 5023231-06.2016.8.13.0702
Ativo: JOSE CARLOS SILVA
Passivo: DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL - DETRAN e outros
PGDF: 2018.01.016038

DETRAN/DF, por intermédio da Procuradoria-Geral do Distrito Federal, vem à presença de


Vossa Excelência apresentar alegações finais, reiterando os termos da contestação, nos autos da ação
em epígrafe.

1. FATOS

Trata-se de ação na qual a parte autora alega não ter adquirido o veículo GM Classic Life
2008/2009, cor preta, placas JHP 0269, Renavam 00991070607, embora esteja recebendo
notificações em razão do cometimento de infrações de trânsito.

Conforme informações ora juntadas, o veículo está registrado em nome de DIBENS


LEASING S/A ARR MERCANTIL, CNPJ 65.654.303/0001-73, sendo arrendatário JOSÉ CARLOS
SILVA, CPF 753.812.656-20, com endereço na SEPS 707/907, Bloco C, Conjunto E, Apto 118, Asa
Sul, Brasília (DF), CEP 70390-078, o que numericamente coincide com o CPF da parte autora.

PRELIMINAR: ILEGITIMIDADE PASSIVA DO DETRAN/DF

Fica esclarecido que o Detran/DF não tem legitimidade para responder pelo pedido de
devolução de valores relativos a tributos, impostos, licenciamento de competência do Distrito
Federal, haja vista ser pessoa jurídica diversa do ente federado, possuindo patrimônio próprio que
não se confunde com o daquele. De igual forma, não respode o Detran/DF por valores devidos a
título de seguro obrigatório à Seguradora Líder, pois esta tem personalidade jurídica diversa.

PRELIMINAR: INÉPCIA DA INICIAL: VIOLAÇÃO DA AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO.


ALEGAÇÃO DE OCORRÊNCIA DE FRAUDE. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO MÍNIMA DOS FATOS

A petição da parte autora deve ser indeferida (art. 330 do NCPC), uma vez que se constitui
de um emaranhado de questões fáticas que se sucedem sem muita lógica, prejudicando a
compreensão da lide para uma defesa adequada.

Número do documento: 19011015541526200000058026502


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19011015541526200000058026502
Assinado eletronicamente por: JANAINA CARLA MENDONCA HERINGER - 10/01/2019 15:54:15 Num. 59312871 - Pág. 1
Garante o art. 5º, LV, da Constituição Federal que "aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os
meios e recursos a ela inerentes".

Por sua vez, o art. 330, § 1º, do CPC considera "inepta a petição inicial quando: I - lhe faltar
pedido ou causa de pedir; II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que
se permite o pedido genérico; III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si".

No caso, não é possível saber como a parte autora chegou ao valor da causa, muito menos
sua narrativa permite aferir corretamente quanto seriam os danos materiais, havendo uma
notória sobreposição de valores entre preço do veículo, financiamento bancário e juros.

Por outro lado, não fica claro onde a parte autora alega que a fraude teria ocorrido, já que
o Ente Público recebeu a documentação de forma regular, tendo cuidado apenas de proceder aos
atos de transferência, nos exatos termos previstos na legislação de regência.

Desse modo, é preciso que a parte autora emende sua petição inicial a fim de esclarecer
em qual momento realmente ocorreu a fraude, devendo imputar culpa ou dolo adequadamente,
pois não cabe ao Detran/DF imiscuir-se na documentação que tenha sido recebido regularmente.

PRELIMINAR: AUSÊNCIA DE CITAÇÃO DE LITISCONSORTE PASSIVO NECESSÁRIO.


PROPRIETÁRIO/ARRENDANTE DE VEÍCULO SUPOSTAMENTE ENVOLVIDO EM FRAUDE

Depreende-se da documentação que o veículo é de propriedade de DIBENS LEASING S/A


ARR MERCANTIL, estando ela ou seus prepostos provavelmente envolvidos em eventual
procedimentos de fraude, de modo que cabe à parte autora promover sua citação.

Desse modo, requer seja intimada a parte autora a promover emenda à petição inicial,
denunciação da lide e/ou chamamento ao processo, na medida e de acordo com a situação
fático-jurídico de que tEm conhecimento, correndo essa estratégia processual por sua conta e
risco.

MÉRITO: VIOLAÇÃO DIRETA DE NORMA JURÍDICA OBJETIVA E CLARA

Se fora lavrada regularmente a autuação, fica inabalada a presunção de legitimidade que


lhe é inerente, devendo ser rejeitados os pedidos, porquanto a parte autora não comprovou a
existência de qualquer irregularidade e/ou nulidade apta a ensejar o acolhimento dos pedidos.

Além de tudo, a documentação trazida com a petição inicial não contribui para demonstrar
as alegações. Assim, não tendo a parte autora se desincumbido do ônus probatório (art. 373 do
NCPC), devem os pedidos ser julgados improcedentes, conforme a jurisprudência distrital.

CNJ n. 5023231-06.2016.8.13.0702 PGDF n. 2018.01.016038 2 de 10

Número do documento: 19011015541526200000058026502


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Assinado eletronicamente por: JANAINA CARLA MENDONCA HERINGER - 10/01/2019 15:54:15 Num. 59312871 - Pág. 2
MÉRITO: PROCEDIMENTO DETRAN PARA TRANSFERÊNCIA DE VEÍCULOS. VEÍCULO
SUPOSTAMENTE OBJETO DE FURTO. INEXISTÊNCIA DE NEXO DE CAUSALIDADE. PRECEDENTE STJ

Com efeito, a eventual perda da propriedade do veículo pela parte autora somente pode
ser atribuída ao alienante do bem e à própria autora, que não tomou as cautelas exigíveis para a
aquisição do automóvel.

Isto porque o Detran/DF é parte alheia ao negócio jurídico entabulado entre vendedor e
comprador. Se a autora adquiriu veículo eivado de vício no documento de liberação, e somente
após foi constatada a existência da irregularidade, não há como se atribuir à Autarquia a
responsabilidade pela conduta do terceiro alienante.

Nessa ordem de idéias, não há como se imputar ao Ente Público responsabilidade pelo
evento, pois as vistorias realizadas pelo integram tão-somente o procedimento administrativo de
transferência e registro do automóvel e levam em consideração as informações passadas pelas
autarquias de outras unidades da federação e os documentos apresentados pelas partes.

Noutras palavras, a intervenção dos órgãos de fiscalização ocorre em momento posterior à


realização do negócio, como mera etapa do procedimento de registro administrativo, de modo
que não se pode atribuir ao ente público qualquer responsabilidade pela conduta de terceiros.

Não se pode olvidar, ainda, que a transferência da propriedade de bem móvel ocorre com
a tradição, de modo que a intervenção dos órgãos administrativos relativamente à efetivação do
registro só ocorre quando já estava concluído o negócio jurídico e, portanto, caracterizado o dano.

Se a parte autora realmente experimentou o prejuízo de ter adquirido um veículo objeto


de fraude/equívoco na liberação documental, este dano jamais poderá ser atribuído ao órgão
administrativo responsável pela transferência e registro do veículo. A propósito, confira-se a
jurisprudência a respeito do tema:

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AUSÊNCIA DE


PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 211/STJ. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO.
VEÍCULO REGISTRADO PELO DETRAN. RES FURTIVA. APREENSÃO EM DILIGÊNCIA
POLICIAL. OBRIGAÇÃO INDENIZATÓRIA DO ESTADO. INEXISTÊNCIA. PRECEDENTES
JURISPRUDENCIAIS DO STF E STJ. 1. "Inadimissível recurso especial quanto à
questão que, a despeito da oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada
pelo Tribunal a quo." (Súmula 211/STJ) Ausência de prequestionamento do art. 22
da Lei nº 8.078/90. 2. "Veiculo admitido a registro, pelo departamento estadual de
trânsito, a requerimento do adquirente, mas que depois se verificou haver sido
objeto de furto. Ausente o nexo causal, entre a atividade do funcionário e o
prejuízo enfrentado pelo mencionado adquirente, não se acha caracterizada a
responsabilidade civil do estado. Precedentes do Supremo Tribunal Federal" (RE nº
134298/SP). 3. Não pode o DETRAN ser responsável por ato criminoso de terceiro
ou pela culpa dos próprios compradores. O comprador que perde o bem por ato
administrativo da autoridade policial, na busca e apreensão de veiculo furtado,
pode promover ação de indenização contra o vendedor. Art. 1.117 do C. Civil.
Precedentes. Art. 18 do Código de Defesa do Consumidor. 4. Precedentes
jurisprudenciais do STJ e STF. 5. Recurso especial parcialmente conhecido e
improvido. (STJ, REsp 493318/SC, Rel. Min. LUIZ FUX, 1ª TURMA, DJ 23.06.2003 p.
267 RSTJ vol. 176 p. 212)

Repita-se: a vistoria realizada no Detran/DF para fins de emplacamento do veículo


CNJ n. 5023231-06.2016.8.13.0702 PGDF n. 2018.01.016038 3 de 10

Número do documento: 19011015541526200000058026502


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19011015541526200000058026502
Assinado eletronicamente por: JANAINA CARLA MENDONCA HERINGER - 10/01/2019 15:54:15 Num. 59312871 - Pág. 3
restringe-se aos aspectos de identificação e segurança do veículo, sem investigações profundas de
fraude, furto ou outro tipo de adulteração, na medida em que destinada ao mero registro de
propriedade do veículo. Portanto, não há qualquer respaldo para se imputar ao Detran/DF a
responsabilidade pela ocorrência de eventual irregularidade na transferência do veículo.

AUSÊNCIA DE RESPONSABILIDADE DO DETRAN/DF. FRAUDE DE TERCEIRA PESSOA

Se confirmada a fraude no processo de transferência, com ou sem adulteração de


documentos públicos, o Detran/DF será tão vítima quanto a parte autora, não podendo ser
responsável por reparação de danos materiais e/ou morais, haja vista que a ofensa decorre de
conduta perpetrada exclusivamente por terceira pessoa.

IMPOSSIBILIDADE DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO DE TRIBUTOS,


IMPOSTOS, MULTAS, LICENCIAMENTO E SEGURO OBRIGATÓRIO DO VEÍCULO

Já foi dito que o Detran/DF não tem legitimidade para responder pelo pedido de devolução
de valores relativos a tributos, impostos, licenciamento de competência do Distrito Federal, haja
vista ser pessoa jurídica diversa do ente federado, possuindo patrimônio próprio que não se
confunde com o daquele.

De igual forma, não respode o Detran/DF por valores devidos a título de seguro obrigatório
à Seguradora Líder, pois esta tem personalidade jurídica diversa.

No entanto, em respeito ao princípio da eventualidade, todos esses valores são de


responsabilidade da parte autora, pois confessa estar na posse do veículo desde dezembro de
2014, não sendo crível, por exemplo, que, acobertada pela garantia de um seguro obrigatório,
venha depois postular a devolução dos valores.

A discussão em torno da propriedade é irrelevante no caso, pois a própria circulação do


veículo seria ilegal sem esses respectivos pagamentos, especialmente o seguro obrigatório de
acidentes. Se ostenta(va) a condição de proprietário real ou putativo, cabe à parte autora esses
ônus, sob pena de não poder usufruir do bem.

Se a parte autora estava na posse do bem como se dona fosse e o utilizava nas vias
públicas do Distrito Federal, não faz sentido postular a devolução de valores a título de imposto de
propriedade, licenciamento, seguros, muito menos as multas de trânsito.

IMPROCEDÊNCIA DA INDENIZAÇÃO DE DANOS MORAIS. RISCO SOCIAL DOS NEGÓCIOS.


VALOR POSTULADO ACIMA DOS PARÂMETROS DA JURISPRUDÊNCIA DISTRITAL

Não cabe indenização de danos morais no caso, pois no máximo trata-se de aborrecimento
oriundo da própria vida numa sociedade capitalista, que está sujeita a riscos e na qual as pessoas
adultas já estão preparadas para com eles lidar.

Se comprovada eventual irregularidade e/ou fraude, as pessoas e as coisas retornam ao


seu estado anterior e prosseguem suas vidas, não havendo indenização por supostos danos morais
para aspectos que já estão embutidos nos riscos negociais.
CNJ n. 5023231-06.2016.8.13.0702 PGDF n. 2018.01.016038 4 de 10

Número do documento: 19011015541526200000058026502


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No caso, a parte autora postular indenizacao de danos morais de alta monta. Todavia, para
essa situação, em que a parte autora praticamente nada prova dos fatos articulados, no máximo
seria cabível uma indenização de R$ 2.000,00 se houver comprovação desses acontecimentos.

DISTRIBUIÇÃO PROPORCIONAL DA RESPONSABILIDADE: DEMORA INJUSTIFICÁVEL DO


SUPOSTO PREJUDICADO EM REGISTRAR A OCORRÊNCIA POLICIAL PARA APURAÇÃO DOS FATOS

Estabelece o art. 945 do Código Civil: "Se a vítima tiver concorrido culposamente para o
evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em
confronto com a do autor do dano".

Portanto, considerando a demora injustificada em promover o registro da ocorrência, que


poderia ter impedido ou dificultado o desencadeamento da atividade criminosa, deve ser
imputada à empresa LOCALIZA a maior parte da culpa pelos infortúnios narrados no processo.
Ademais, por desempenhar atividade de risco, ela já contratou seguro para o veículo, que foi pago
pela locatária JOICE (vide fl. 125).

PRESUNÇÃO DE LEGALIDADE E VERACIDADE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Em relação aos argumentos invocados com vistas ao afastamento da presunção de


legalidade e veracidade dos atos administrativos, melhor sorte não assiste à parte autora. Como é
cediço, em virtude das prerrogativas que militam em favor dos atos administrativos, a parte
autora estaria investida no ônus de demonstrar a nulidade do auto de infração e apreensão do
veículo. A propósito do tema, confira-se o seguinte aresto da jurisprudência do TJDFT:

ADMINISTRATIVO E PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO


CAUTELAR INOMINADA. TRANSPORTE IRREGULAR DE PASSAGEIROS. APREENSÃO
DO VEÍCULO. IMPUGNAÇÃO DOS AUTOS DE INFRAÇÃO. PRETENSÃO DE LIBERAÇÃO
DO VEÍCULO SEM O PAGAMENTO DAS MULTAS E DAS TAXAS DE REMOÇÃO E
DEPÓSITO DO VEÍCULO. AUSÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS AUTORIZADORES DA
CONCESSÃO DA LIMINAR. MANTENÇA DA DECISÃO QUE A INDEFERIU. 1-
Considerando que a favor dos atos administrativos milita a presunção de
legitimidade e legalidade, mister se faz que, para se afastar tais presunções, haja
prova robusta acerca do vício que supostamente contamina o ato administrativo
exarado pelo Órgão Público. 2- Não se desincumbindo o agravante de seu ônus,
qual seja, demonstrar de forma inequívoca a plausibilidade de seu direito, e não se
encontrando presentes os pressupostos autorizadores da tutela cautelar, impõe-se
a mantença da decisão que indeferiu a liminar que visava a liberação do veículo do
recorrente, sem o pagamento das multas que lhe foram impostas, bem como sem o
recolhimento das taxas atinentes à remoção e depósito do veículo. 3- Agravo de
instrumento conhecido e não provido. (TJDFT. AGI 2002002006183, Relator Maria
Beatriz Parrilha, 2ª Turma Cível, julgado 31/03/2003, DJ 06/08/2003, p. 32)

Portanto, o afastamento da referida presunção somente se poderia delinear após ampla


dilação probatória e com amparo em fartos elementos de convencimento, o que não ocorre nos
presentes autos. Além disso, os documentos trazidos com a exordial, não demonstram ter havido
qualquer licitude do ato administrativo. Ao fim e ao cabo, as presunções de legalidade e
veracidade dos atos administrativos restaram confirmadas em Juízo, motivo pelo qual os pedidos
devem ser julgados totalmente improcedentes.

CNJ n. 5023231-06.2016.8.13.0702 PGDF n. 2018.01.016038 5 de 10

Número do documento: 19011015541526200000058026502


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RESPONSABILIDADE CIVIL

A responsabilidade civil decorre de uma conduta que causa dano a outrem, ambos ligados
por um nexo de causalidade. Causa esta que serviria apenas ao antecedente fático ligado
necessariamente ao resultado danoso como uma consequência direta e imediata.

Esse ato humano, sendo negativo ou positivo, é decorrente de uma conduta ilícita
voluntária que gera o resultado lesivo. A especificação do Código Civil é que o ato ilícito advenha
de ação ou omissão, negligência ou imprudência, mas que, principalmente, viole direito, causando
prejuízo a outrem, conforme se vê:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.

Agindo dessa forma, caberá a devida reparação aos danos causados ao bem que sofrera
prejuízo. Assim preceitua o CC:

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.

A obrigação de indenizar do Estado, decorrente da responsabilidade civil, deverá abrigar


para a sua caracterização o dano causado à terceiro por agente estatal, unidos pelo nexo de
causalidade, conforme o art. 37, § 6°, da Constituição Federal preceitua:

Art. 37. (...) § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado


prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável
nos casos de dolo ou culpa.

Portanto, para que haja, no caso dos presentes autos, a obrigação desse Ente Federativo
de indenizar, é preciso analisar as alegações feitas, a fim de identificar os requisitos necessários
para a caracterização da responsabilidade civil do Estado. Da narrativa do requerente, em sua
peça vestibular, verifica-se que não houve conduta ilícita por parte dos agentes estatais. Ao
contrário, a todo o tempo o requerente ataca de forma grosseira a autarquia requerida.

Assim, após a leitura da exposição fática feita pelo requerente, o qual utiliza de má-fé ao
tentar atribuir qualquer conduta ao requerido, visto a ausência de responsabilidade deste ou de
seus agentes, tecendo comentários falaciosos contra o requerido e seus agentes que estavam
cumprindo seu trabalho estritamente legal, no gozo de suas funções e atribuições, não merece
guarida nenhum dos pleitos apresentados pelos requerentes.

AUSÊNCIA DE DOLO

Para o deferimento do pedido dos requerentes, deve-se demonstrar existência de


procedimento malicioso por parte por parte do Ente Público, mas no caso não ficou demonstrado
qualquer procedimento de má-fé por parte da Autarquia, mas mero cumprimento da
determinação legal quanto aos procedimentos adotados nos casos de apreensão do veículo,
cobrança de diárias, leilão do veículo, abertura de processo de execução fiscal e inscrição na dívida
ativa quando do não pagamento do valor devido à Fazenda Pública.

CNJ n. 5023231-06.2016.8.13.0702 PGDF n. 2018.01.016038 6 de 10

Número do documento: 19011015541526200000058026502


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Face ao exposto, não restam dúvidas de que o requerente não faz jus à indenização por
danos morais conforme pleiteado à exordial porque ausentes os requisitos necessários para tanto,
devendo, portando, serem julgados improcedentes todos os pedidos que ali foram feitos.

MERO ABORRECIMENTO

No presente caso, os requerentes procuram fundamentar suas pretensões com base em


meros aborrecimento inerentes ao nosso dia-a-dia. Faz partes das relações humanas pequenos
contratempos, não se podendo fazer disso uma nova fonte de renda. No caso dos autos,
verifica-se que a intenção dos requerentes é conseguir vantagem pecuniária com base no suposto
não cumprimento do dever de agir dos agentes de trânsito do requerido.

Não merece guarida as falaciosas alegações dos requerentes. Os agentes de Trânsito do


requerido cumpriram com todas as determinações legais que poderiam adotar quando há um
acidente de trânsito. Assim, não há que se falar em indenização por danos morais. O dano moral,
assim compreendido todo o dano extra-patrimonial, não se caracteriza quando há mero
aborrecimento inerente a prejuízo material, sob pena de enriquecimento sem causa.

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS,


MORAIS E ESTÉTICOS. ACIDENTE DE TRÂNSITO. ATROPELAMENTO.
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DA PROPRIETÁRIA DO VEÍCULO. AUTORIA. NEXO
CAUSAL. ATO ILÍCITO. NÃO COMPROVAÇÃO. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO.
ÔNUS PROBATÓRIO. DESICUMBÊNCIA. INDENIZAÇÃO INDEVIDA. (CC , ARTS. 186 E
188 , I ). SENTEÇA MANTIDA. 1. Das formulações legais que regulam a repartição do
ônus probatório emerge a constatação de que, formulando pretensão indenizatória
lastreada na responsabilidade civil aquiliana e na culpa subjetiva, ao autor fica
debitado o encargo de revestir de sustentação os fatos constitutivos do direito que
invocara, e ao réu, de sua parte, o encargo de comprovar a coexistência de fatos
impeditivos, modificativos e extintivos do direito invocado pela contraparte e em
desfavor dos seus interesses (CPC , art. 333 , I ). 2. Emergindo dos elementos de
prova que, conquanto subsistente o ilícito – atropelamento – e os danos
experimentados pelo vitimado pelo ato injurídico, não conseguira lastrear a
imputação de responsabilidade que endereçara à parte ré, deixando de vincular
etiologicamente o havido a qualquer conduta antijurídica dela derivada, porquanto
não demonstrada a autoria ou vínculo de solidariedade enlaçando-a aos fatos, resta
obstado o aperfeiçoamento do nexo causal jungindo sua pessoa ao resultado
danoso havido, obstando a germinação dos pressupostos indispensáveis ao
afloramento da responsabilidade civil. 3. Consubstancia verdadeiro truísmo que os
pressupostos da responsabilidade civil, de acordo com o estampado nos artigos 186
e 927 do Código Civil , são (i) a caracterização de ato ilícito proveniente de ação ou
omissão do agente, (ii) a culpa do agente, (iii) o resultado danoso originário do ato
(iv) e o nexo de causalidade enlaçando etiologicamente a conduta ao efeito danoso,
emergindo dessas premissas normativas que, restando obstada a apreensão da
subsistência do fato constitutivo do direito invocado por não ter sido evidenciada a
autoria do ilícito, rompendo o nexo enlaçando o indigitado como seu protagonista
ao resultado danoso, o silogismo necessário à germinação da obrigação
indenizatória não se aperfeiçoa, determinando a rejeição do pedido formulado na
exata tradução da regra inserta no artigo 333, inciso I, do CPC. 4. Apelação
conhecida e desprovida. (TJ-DF - Apelação Cível APC 20110910200096 (TJ-DF) Data
CNJ n. 5023231-06.2016.8.13.0702 PGDF n. 2018.01.016038 7 de 10

Número do documento: 19011015541526200000058026502


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de publicação: 26/05/2015)

A produção da prova do dano moral é de responsabilidade de quem se sentir vítima de


ofensa. Nesse sentido, melhor sorte não assiste ao requerente, já que não conseguiu demonstrar
de forma clara qualquer situação vexatória capaz de ensejar o direito de reparação.

Desse modo, a resposta do Poder Judiciário a situações como a dos autos deve ser
enérgica, uma vez que não se pode admitir que pessoas ingressem na Justiça com a finalidade de
auferir vantagem dos cofres públicos. Assim, deve o pedido ser julgado improcedente.

AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. CONFIRMAÇÃO DA LEGALIDADE DA ATUAÇÃO ESTATAL

Cabe ressaltar que toda prova é o modo pelo qual o magistrado passa a ter conhecimento
dos fatos que envolvem a relação jurídica posta à apreciação da jurisdição, que julgará com base
na demonstração da ocorrência dos fatos.

Isso significa que devem ser provados os fatos alegados para que haja o livre
convencimento do julgador sobre o objeto demandado. Contudo, deve tais provas ser idôneas e
hábeis para corroborar com a tese de existência dos fatos. Sobre o assunto, ensina a doutrina:

“examinando o que seria(m) o(s) conceito(s) jurídico(s) de prova (rectius,


meio[s] de prova), concluímos que consite(m) naqueles meios, definidos pelo
Direito ou contidos por compreensão num sistema jurídico (v. arts. 332 e 366),
como idôneos a convencer prova como resultado) o juiz da ocorrência de
determinados fatos, os quais vieram ao processo em decorrência de atividade,
principalmente dos litigantes (prova como atividade).” (ARRUDA ALVIM, Manual de
Direito Processual Civil, 6ª ed., vol 2, p. 440)

HUMBERTO THEODORO JÚNIOR, em seu Curso de Direito Processual Civil (22ª ed., vol. 1, p.
423), dá a lição de que o ônus “consiste na conduta processual exigida da parte para que a
verdade dos fatos por ela arrolados seja admitida pelo juiz.” Ainda, o art. 333 do CPC salienta que
ao autor incumbe provar o alegado para que seu direito seja reconhecido pelo Estado:

Art. 333 - O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo


do seu direito.

Destarte, se faz indubitavelmente necessária a apresentação de provas adequadas para a


comprovação dos fatos narrados na inicial, o qual não houve no caso em voga. Não existem meios
aptos que demonstrem que o veículo de propriedade do requerente foi realmente clonado. Ou
ainda, que não estava no local, no dia e horário indicado no auto de infração em anexo.

Ainda, os atos dos agentes estatais são revestidos pelo manto da legalidade, portanto, há
uma presunção de veracidade. O que implica a produção de provas irrefutáveis em sentido
contrário para que esta presunção deixe de ser absoluta. Além de todo o exposto, pesa a favor do
Este federado a presunção de legalidade e veracidade dos atos administrativos, não merecendo
prosperar os pleitos da exordial.

CNJ n. 5023231-06.2016.8.13.0702 PGDF n. 2018.01.016038 8 de 10

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IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO DE INDENIZAÇÃO DE DANOS MORAIS. RISCO SOCIAL DOS
NEGÓCIOS. VALOR POSTULADO ACIMA DOS PARÂMETROS DA JURISPRUDÊNCIA DISTRITAL

Não cabe indenização de danos morais no caso, pois no máximo trata-se de aborrecimento
oriundo da própria vida numa sociedade capitalista, que está sujeita a riscos e na qual as pessoas
adultas já estão preparadas para com eles lidar.

Se comprovada eventual irregularidade e/ou fraude, as pessoas e as coisas retornam ao


seu estado anterior e prosseguem suas vidas, não havendo indenização por supostos danos morais
para aspectos que já estão embutidos nos riscos negociais.

No caso, como a parte autora dá à causa o valor de relativo a danos materiais, infere-se daí
que os danos morais postulados são de alta monta monta.

EXORBITÂNCIA DOS VALORES PRETENDIDOS

Apenas a título de argumentação e em homenagem ao princípio da eventualidade, já que


não se acredita na possibilidade de imposição do dever de indenizar ao DETRAN/DF, roga-se as
mais respeitosas vênias para tecer algumas considerações sobre o valor pedido pela parte autora.

A toda evidência, o valor requerido a título de indenização por dano moral é


flagrantemente incompatível com os elementos constantes dos autos e em desalinho com a
jurisprudência do TJDFT. Em hipóteses de igual gravidade, o TJDFT tem sido bem mais
parcimonioso, com o escopo de evitar condenações descabidas.

Nesse particular, se reconhecida à responsabilidade do poder público, assevera-se que,


embora o fato danoso tenha como consequência proporcionar profundo sofrimento, o patamar
indenizatório pleiteado ultrapassa, e em muito, o que vem sendo decidido, além de dissociar-se
dos critérios norteadores da fixação do dano moral, como se infere do julgado seguinte:

CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. ERRO MÉDICO. DANO CAUSADO POR


PREPOSTO DE FUNDAÇÃO PÚBLICA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. ÔNUS DA
PROVA. DANOS MATERIAIS. NATIMORTO. DANOS MORAIS - CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO.
I - Em se tratando de ação por danos materiais e morais causados por agente
público, no desempenho de suas funções, atribui-se ao estado a responsabilidade
objetiva.II - Não há danos materiais à ascendente do natimorto, pois inexiste
previsibilidade de que, se nascesse com vida, contribuiria para a melhora da vida
econômica familiar. III - O juiz, ao fixar os danos morais, analisa a condição social e
econômica da vítima, a condição econômica do ofensor e a extensão do dano e,
fixá-lo de modo que traga ganho econômico de cunho compensatório para a vítima,
mas sem trazer-lhe enriquecimento sem causa ou empobrecer o causador do dano.
(...) (TJDFT, APC E REMESSA DE OFÍCIO 20010150048739, Relatora Desa. Vera
Andrighi, 4ª Turma Cível, DJU 15/05/2002, Pág. : 100)

Em linha de arremate, na hipótese remota de condenação, forçosa é a fixação de


indenização por danos morais em patamar bem aquém do requerido pela parte autora.

CNJ n. 5023231-06.2016.8.13.0702 PGDF n. 2018.01.016038 9 de 10

Número do documento: 19011015541526200000058026502


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INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE CAUSALIDADE. DANOS MATERIAIS

A parte autora alega, mas não faz prova de que a cassação de sua CNH e os gastos com a
realização de curso para obtenção de nova CNH tenham relação causal direta com os fatos
narrados nos autos, ou seja, não conseguiu estabelecer nexo de causalidade, tornando inviável a
obtenção de ressarcimento de danos materiais sem a prova de ligação entre as situacões.

DISTRIBUIÇÃO PROPORCIONAL DA RESPONSABILIDADE. USO DE DOCUMENTO PESSOAL

Estabelece o art. 945 do Código Civil: "Se a vítima tiver concorrido culposamente para o
evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em
confronto com a do autor do dano".

Nota-se dos autos que a parte autora certamente participou ou contribuiu para a
realização de um negócio jurídico que culminou com a vinculação de seu nome ao veículo.

PEDIDOS

Em face do exposto, requer que sejam acatadas as preliminares e extinto o processo sem
resolver o mérito; caso superadas, requer que sejam julgados improcedentes os pedidos autora.

Brasília (DF), 10 de janeiro de 2019.

Janaína Carla dos Santos Mendonça


Procuradora do Distrito Federal
OAB/DF Nº 22.070

CNJ n. 5023231-06.2016.8.13.0702 PGDF n. 2018.01.016038 10 de


10

Número do documento: 19011015541526200000058026502


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19011015541526200000058026502
Assinado eletronicamente por: JANAINA CARLA MENDONCA HERINGER - 10/01/2019 15:54:15 Num. 59312871 - Pág. 10
ARQUIVO EM PDF

Número do documento: 19013115393932600000059470332


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19013115393932600000059470332
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 31/01/2019 15:39:40 Num. 60759669 - Pág. 1
Excelentíssimo (a) Senhor (a) Doutor (a) Juiz (a) de Direito da 1ª Vara da Fazenda
Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia – Minas Gerais

Processo nº: 5023231-06.2016.8.13.0702

JOSÉ CARLOS SILVA, já devidamente qualificado nos autos da Ação


Declaratória de Nulidade de Auto de Infração c/c Indenização por Danos Materiais e
Morais em epígrafe, que move em desfavor de ESTADO DE MINAS GERAIS e outros,
igualmente qualificados, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por
intermédio de seus procuradores que a esta subscrevem, apresentar suas RAZÕES
FINAIS EM FORMA DE MEMORIAIS, o que faz pelas seguintes razões de fato e de
direito.

I – DA TEMPESTIVIDADE

Inicialmente, cumpre mencionar que as presentes alegações finais são


tempestivas, senão veja-se.

O Requerente teve ciência da intimação para apresentar alegações finais no


prazo de 15 dias em 11/12/2018, assim, observando às regras de contagem estabelecidas

Av. Brasil, n° 2998, B. Brasil - CEP: 38400-718 - Uberlândia, MG


Fone: 34 3211-8548
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Número do documento: 19013115394078500000059470402


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19013115394078500000059470402
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 31/01/2019 15:39:41 Num. 60759739 - Pág. 1
no art. 224 do CPC/15, o prazo iniciou-se em 12/12/2018, encerrando-se em 31/01/2019.
Tempestiva, portanto, as presentes alegações finais.

II – BREVE RELATO DAS ALEGAÇÕES FINAIS

A presente ação foi distribuída em 16 de dezembro de 2016 perante a 1ª Vara


da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia – Minas Gerais.

As partes Requeridas foram devidamente citadas e apresentaram cada qual


sua contestação, pelo que restaram devidamente impugnadas pelo Requerente.

Posteriormente, as partes foram intimadas para especificarem as provas pelas


quais pretendiam produzir, sendo que os Requeridos manifestaram não possuir mais
provas a produzir e o Requerente manifestou requerendo o depoimento pessoal das partes,
oitiva de testemunhas e produção de provas superveniente, restando deferido tão somente
a oitiva de testemunhas, ora pleiteada, na mesma oportunidade fora designada audiência
de instrução para 02/10/2018 às 13:30h.

Em 02/10/2018 foi realizada a audiência instrutória, ocorrendo a oitiva da


testemunha indicada, bem como, o depoimento pessoal do Requerente, sendo os autos
conclusos.

Por fim, as partes foram intimadas para apresentarem suas alegações finais.

III – DO MÉRITO

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Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 31/01/2019 15:39:41 Num. 60759739 - Pág. 2
Conforme já explicitado na exordial, o Requerente em meados do ano de 2012,
foi surpreendido com a notícia que constava em sua CNH diversas multas de trânsito
advindas do veículo, I/GM CLASSIC LIFE 2008/2009 cor preta, de BRASILIA -DF,
Placa: JHP-0269, o qual nunca foi de sua propriedade, as multas foram registradas entre
os anos de 2010 e 2011.

As infrações foram cometidas nos seguintes circunstâncias e lugares:

1- Cód 746-30- Transitar em velocidade superior a máxima permitida em mais


de 20 até 50, data 10/11/2010, hora 15:52, BR-497 Uberlândia/Prata, pontos
5.

2- Cód 746-30- Transitar em velocidade superior a máxima permitida em mais


de 20 até 50, data 10/11/2010, hora 15:44, BR-497 Uberlândia/Prata, pontos
5.

3- Cód 745-5- Transitar em velocidade superior a máxima permitida em mais


de 20 até 50, data 07/03/2011, hora 15:59, SP 320 km 581 metros 900,
pontos 4.

4- Cód 659-9- conduzir veículo não registrado licenciado, 25/03/2011, hora


18:10, SP 463 Km 147 Metros 0000

5- 663-7, Veículo sem Equipamento obrigatório 25/03/2011, hora 18:10, SP


463 Km 147 Metros 0000.

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No entanto, é notório o equívoco na aplicação de tais penalidades, que podem ser
advindas de fraudes ou até mesmo de um erro/confusão com homônimos, visto que, o
nome do autor é muito comum.

Nas referidas infrações não foram indicadas sequer o órgão aplicador conforme
pode ser verificado (histórico de multas anexo), e em razão de não saber o CHASSI e
RENAVAN do veículo, não consegue o Requerente ao menos saber, qual o órgão foi
responsável pela aplicação das infrações de trânsito, conseguindo apenas retirar um
histórico de infrações de sua CNH, não tendo acesso ao auto de infração.

Destas infrações, duas delas foram apuradas na BR-497, a qual é de


responsabilidade do Estado de Minas Gerais em virtude de convênio nº 17 firmado em
1988 entre o Estado e a União, neste liame percebemos que as infrações apuradas neste
trecho são de responsabilidade do DEER MG.

Isto posto, importante frisar que o Requerente JAMAIS foi proprietário do veículo
autuado, no entanto, mesmo assim foi multado e teve sua CNH suspensa (portaria punitiva
nº 127009/2016), o que lhe ocasionou vários prejuízos, posto que teve de realizar curso
de reciclagem, e está atualmente impedido de dirigir os veículos que de fato são de sua
propriedade.

Outro fato importante, é que na data das infrações que foram atribuídas ao
Requerente, o mesmo encontrava-se em seu trabalho, sendo totalmente impossível que
tenha praticado tais infrações, visto que, nem mesmo o veículo autuado é verdadeiramente
de sua propriedade.

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Como podemos vislumbrar, o Requerente não teve nenhuma falta do trabalho no
período mensal que foram cometidas as infrações, o que significa que não abandonou seu
posto como segurança na empresa TBI SEGURANÇA LTDA, visto que trabalhava em
horário comercial, fato que pode ser apurado em seus demonstrativos anexos, que não
trazem nenhum valor atribuído à título de adicional noturno, posto não fazer jus em razão
do horário comercial trabalhado, portanto indevidas as infrações a ele atribuídas.

Cumpre frisar que as Requeridas em momento algum, fizeram provas de suas


alegações e tão somente sustentaram teses de que o Requerente não trouxe aos autos
qualquer elemento que afastasse a presunção de veracidade e legitimidade das autuações.
Como poderia o Requerente fazer prova das alegações se nem mesmo foi notificado e não
possui qualquer documento do veículo o qual JAMAIS foi de sua propriedade? Caberia
às Requeridas comprovarem a referida legitimidade e veracidade, e não o fizeram! Não
juntaram qualquer documento comprobatório!

Por essa razão, deve ser declarada a nulidade dos autos de infração supra, nos
termos do art. 280 da Lei 9.503/97, posto que em consulta realizada à CNH do
Requerente, não consta as referidas infrações de trânsito especificadas segundo o Código
de Trânsito Brasileiro, sendo identificadas apenas por Portaria de órgão administrativo,
além da não identificação correta do proprietário e condutor do veículo.

Além disso, é devida a condenação das Requeridas ao pagamento de indenização


por danos morais ao Requerente por todo o sofrimento e por todo o transtorno a que foi
submetido em razão de autos de infração lavrados indevidamente em seu nome,
acarretando na apreensão de sua CNH, lhe trazendo danos imensuráveis de ordem moral,
pelo que deve ser fixada a indenização em favor do Autor em valor não inferior a
R$60.000,00 (sessenta mil reais).

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O Requerente também faz jus à indenização por todo o dano material suportado,
uma vez que desembolsou valores para realizar um curso de reciclagem, simulado do
Diretran e um manual do aluno do Diretran devendo ser reembolsado no valor de
R$540,00 (quinhentos e quarenta reais), além da necessidade de contratar um advogado
particular para ajuizar a presente ação judicial, pelo que devem ser as Requeridas
condenadas ao pagamento de honorários advocatícios contratuais fixados em 30% sobre
o valor da condenação e seus acessórios, uma vez que as próprias Requeridas foram quem
deram causa ao ajuizamento da demanda judicial.

Cumpre salientar que, diferente do que foi alegado pelas partes Requeridas, o
Requerente devidamente comprovou em documentos anexados à exordial através de
recibos, os valores dispendidos para a realização da reciclagem!

Não obstante, importante frisar ainda que, o que se discute nos presentes autos,
não é apenas o mérito das infrações cometidas e que fizeram com que o Requerente
tivesse suspensa sua CNH, mas também, a PROPRIEDADE DO VEÍCULO, que
NUNCA FOI DO REQUERENTE e as requeridas quedaram-se inertes em comprovar a
devida elaboração das autuações em nome do Requerente.

Desta feita, o Autor, ora Recorrente, reitera in tontum os termos da Petição


Inicial e das Impugnações às Contestações, tendo em vista a extensão do dano
experimentado pelo Requerente, a evidente má-fé na conduta das partes Requeridas,
conforme amplamente relatado, requer seja a presente ação judicial para o fito de declarar
a nulidade dos autos de infração supra, bem como, sejam as partes Requeridas condenadas
ao pagamento de indenização por dano moral em valor não inferior a R$60.000,00
(sessenta mil reais), ao pagamento de indenização por danos materiais no valor de
R$540,00 (quinhentos e quarenta reais), ao pagamento de honorários advocatícios

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contratuais no percentual de 30% (trinta por cento) do valor da condenação e ao
pagamento de honorários sucumbenciais no percentual de 20% (vinte por cento) sobre o
valor da condenação, por ser MEDIDA DE INTEIRA JUSTIÇA!

Nestes termos,
Pede e espera deferimento.

Uberlândia/MG, 31 de janeiro de 2019.

FERNANDO SUSIA LELIS JÚNIOR ISABELLA CRISTINA NEVES SILVA


OAB/MG 138.462 OAB/MG 142.617

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Justiça de Primeira Instância

Comarca de UBERLâNDIA / 1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

PROCESSO Nº 5023231-06.2016.8.13.0702

CLASSE: [CÍVEL] PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7)

ASSUNTO: [Competência do Órgão Fiscalizador, CNH - Carteira Nacional de Habilitação]

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL,


DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO EST DE M GERAIS

Vistos etc.

Número do documento: 20081709452708700000349315774


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JOSE CARLOS SILVA, já qualificado, propôs a presente ação em face doESTADO DE
MINAS GERAIS,do DEPARTAMENTO DE EDIFICAÇÕES DE ESTRADAS E RODAGEM DE
MINAS GERAIS- DEER MG edo DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL
– DETRAN-DF.

Na inicial, a justificar sua pretensão, o autor alega que, em meados de 2012, se


surpreendeu ao constatar pontos em sua CNH, provenientes de multas relativas a um veículo que nunca
foi de sua propriedade, as quaisresultaram na suspensão de sua Carteira Nacional de Habilitação.

Relata que trabalha em horário comercial e que, quando do cometimento das infrações,
estava trabalhando, o que evidencia a impossibilidade de ter praticado tais transgressões.

Sustenta a responsabilidade dos entes estatais, tendo em vista que lhe foramaplicadas
penalidades sem que que houvesse a correta identificação doproprietário ou do condutor do veículo.

Aduz que, nas consultas realizadas em sua CNH, não é possível identificar especificamente
as infrações cometidas, razão pela qual asmultasdevem ser declaradas nulas.

Outrossim, destacou que tal situação lhe causou transtornos imensuráveis, além de lhe
acarretar despesas, como o curso de reciclagem, por exemplo, devendo ser indenizado por danos materiais
e extrapatrimoniais, nos termos dos artigos 927 e 196 do Código Civil.

Com tais considerações, requereu, inicialmente, a concessão dos benefícios da justiça


gratuita, e, no mais, a declaração de nulidade das infrações, o cancelamento das multas, com a
consequente retirada dos pontos lançados na suaCNH e a condenação dos réus ao pagamento de
indenização por danos morais em valor não inferior a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) e por danos
materiais, no importe de R$ 540,00 (quinhentos e quarenta reais), além da expedição de ofício ao Detran
– DF para juntar o registro de propriedade do veículo.

Em seguida, declinei da competência por considerar que o Detran -DF era uma autarquia
federal. Posteriormente, contudo, os autos voltaram para esta comarca, vez que, em verdade, trata-se de
uma autarquia distrital.

Número do documento: 20081709452708700000349315774


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Devidamente citado, o Estado de Minas Gerais apresentou contestação, na qual alegou, em
sintese, que a fiscalização de trânsito e aplicação de multas são atos administrativos decorrentes do poder
de polícia, que gozam de presunção de legitimidade e veracidade.

Asseverou, ademais, que antes de ser aplicada a multa, é enviada uma notificação,
conferindo prazo ao infrator para impugnar o fato.

Acentuou que o dano meramente hipotético não é passível de ser indenizado e que,
inexistindo provas que demonstrem a efetiva diminuição patrimonial, não há que se falar em reparação
por dano material.

Além disso, ressaltou que não restou comprovado o dano extrapatrimonial sofrido pelo
autor, tampouco o nexo entre o suposto dano e qualquer conduta dolosa ou culposa do Estado.

Por fim, para o caso de condenação, requereuque a indenização seja fixada em observância
ao princípio da razoabilidade e pautada na moderação e no comedimento, além da aplicação do disposto
no art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, quanto aos juros e à correção monetária.

O autor apresentou impugnação à contestação do primeiro requerido.

O segundo réu apresentou contestação, sustentando, emprincípio, que agiu em atendimento


ao princípio da legalidade, sendo certo que, apesar do autor alegar o contrário, o que se extrai do
documento do veículo é que ele é o proprietário e, não havendo indicação do condutor infrator, aplica-se a
penalidade ao donodo automóvel.

Outrossim, destacou a inexistência de nexo de causalidade entre a conduta do DEER/MG e


o evento danoso, já que não houve qualquer equívoco na lavratura dos autos de infração, razão pela qual
não há que se falar em indenização.

Em seguida, o requerente impugnou a contestação do segundo réu.

Por fim, o DETRAN/DF apresentou contestação, na qual requereu, inicialmente, a dilação


de prazo para apresentação dos documentos requeridos pelo autor na exordial.

Além disso, alegou, preliminarmente, incompetência do juízo, sustentando que a ação

Número do documento: 20081709452708700000349315774


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deveria ser julgada pela Vara de Execução Fiscal; ilegitimidade passiva, pois não compete ao
DETRAN/DF devolver os valores relativos a tributos, impostos, licenciamento ou seguro obrigatório;
inépcia da inicial, por ser a petição inicial de difícil compreensão e a ausência de citação da empresa
arrendante do veículo, por se tratar de litisconsorte passivo necessário.

No mérito, acentuou a presunção de legitimidade das autuações, pois lavradas


regularmente, além de ressaltar que, eventual fraude ou outro tipo de adulteração jamais pode ser
atribuída ao órgão responsável pela transferência e registro do veículo, já que a ofensa decorre de conduta
de terceiro.

Reafirmou sua ilegitimidade para devolução dos valores de tributos, já que o recolhimento
destes compete ao Distrito Federal e que, tampouco merece prosperar a pretensão indenizatória, por se
tratar de mero aborrecimento.

Outrossim, asseverou que o autor não comprovou o nexo causal necessário para
configuração do dano material, e requereu, para o caso de condenação, que a indenização seja fixada em
valor módico.

A contestação do terceiro requerido foi impugnada pelo autor.

Instadas as partes a especificar provas, o autor requereu o depoimento pessoal dos réus e a
oitiva de testemunhas, enquanto os requeridos informaram que nada mais desejavam produzir.

Realizada audiência de instrução e julgamento, juntou-se aos autos o termo de audiência e


os depoimentos.

Em seguida, o autor juntou aos autos cópia de processo proposto no juizado especial.

Intimadas para apresentar alegações finais, as partes reiteraram os termos da inicial e das
contestações.

É o relatório. Decido.

Afasto a preliminar de incompetência absoluta, pois, de acordo com o art. 59 da Lei de


Organização Judiciária do Estado de Minas Gerais, o presente feito é da competência das Varas de
Fazenda Pública e Autarquias.

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Também não há que se falar em inépcia da inicial, vez que referida peça preenche todos os
requisitos exigidos pela lei processual.

A legitimidade passiva do Detran-DF, por sua vez, é patente, vez que parte das multas
contestadas foi por ele aplicada.

Por fim, não vislumbro, no caso presente, a hipótese de litisconsórcio necessário, não
havendo razão alguma para a citação da pessoa jurídica que celebrou contrato de leasing envolvendo o
veículo em relação ao qual foram aplicadas as multas, vez que as consequências de tais recairam somente
sobre o autor.

No mérito, analisando a prova carreada aos autos, entendo que a pretensão autoral não
merece acolhimento.

Com efeito, em que pesemas alegações do autor, os documentos por ele juntados não
comprovam que ele nunca adquiriu o veículo ou residiu em Brasília, tampouco que estava em horário de
trabalho quando do cometimento das infrações de trânsito que getraram as multas questionadas.

Assim, estando o veículo registrado em seu nome, demonstra-se legítima a cobrança das
multas e a atribuição dos pontos pelas infrações, na ausência de indicação do condutor do automóvel.

Outrossim, é mister dizer que o requerente não fez prova alguma de que as notificações das
infrações estejam em desacordo com as normas do CTB, pois, ao contrário do que ele alega, as
transgressões cometidas foram devidamente identificadas e deascritas.

Por fim, julgo improcedentesos pedidos contidos na inicial, condenando o autor ao


pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios do patrono dosréus, fixados estes em
10% do valor da causa atualizado.

Estando o requerente sob o pálio da gratuidade de justiça, fica suspensa a cobrança das
verbas de sucumbência.

Publicar. Registrar. Intimar.

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UBERLâNDIA, 17 de agosto de 2020

Avenida Rondon Pacheco, 6130, - lado par, Tibery, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38405-142

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Justiça de Primeira Instância

Comarca de UBERLâNDIA / 1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

PROCESSO Nº 5023231-06.2016.8.13.0702

CLASSE: [CÍVEL] PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7)

ASSUNTO: [Competência do Órgão Fiscalizador, CNH - Carteira Nacional de Habilitação]

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL,


DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO EST DE M GERAIS

Vistos etc.

Número do documento: 20081709584500500000349155813


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JOSE CARLOS SILVA, já qualificado, propôs a presente ação em face doESTADO DE
MINAS GERAIS,do DEPARTAMENTO DE EDIFICAÇÕES DE ESTRADAS E RODAGEM DE
MINAS GERAIS- DEER MG edo DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL
– DETRAN-DF.

Na inicial, a justificar sua pretensão, o autor alega que, em meados de 2012, se


surpreendeu ao constatar pontos em sua CNH, provenientes de multas relativas a um veículo que nunca
foi de sua propriedade, as quaisresultaram na suspensão de sua Carteira Nacional de Habilitação.

Relata que trabalha em horário comercial e que, quando do cometimento das infrações,
estava trabalhando, o que evidencia a impossibilidade de ter praticado tais transgressões.

Sustenta a responsabilidade dos entes estatais, tendo em vista que lhe foramaplicadas
penalidades sem que que houvesse a correta identificação doproprietário ou do condutor do veículo.

Aduz que, nas consultas realizadas em sua CNH, não é possível identificar especificamente
as infrações cometidas, razão pela qual asmultasdevem ser declaradas nulas.

Outrossim, destacou que tal situação lhe causou transtornos imensuráveis, além de lhe
acarretar despesas, como o curso de reciclagem, por exemplo, devendo ser indenizado por danos materiais
e extrapatrimoniais, nos termos dos artigos 927 e 196 do Código Civil.

Com tais considerações, requereu, inicialmente, a concessão dos benefícios da justiça


gratuita, e, no mais, a declaração de nulidade das infrações, o cancelamento das multas, com a
consequente retirada dos pontos lançados na suaCNH e a condenação dos réus ao pagamento de
indenização por danos morais em valor não inferior a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) e por danos
materiais, no importe de R$ 540,00 (quinhentos e quarenta reais), além da expedição de ofício ao Detran
– DF para juntar o registro de propriedade do veículo.

Em seguida, declinei da competência por considerar que o Detran -DF era uma autarquia
federal. Posteriormente, contudo, os autos voltaram para esta comarca, vez que, em verdade, trata-se de

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uma autarquia distrital.

Devidamente citado, o Estado de Minas Gerais apresentou contestação, na qual alegou, em


sintese, que a fiscalização de trânsito e aplicação de multas são atos administrativos decorrentes do poder
de polícia, que gozam de presunção de legitimidade e veracidade.

Asseverou, ademais, que antes de ser aplicada a multa, é enviada uma notificação,
conferindo prazo ao infrator para impugnar o fato.

Acentuou que o dano meramente hipotético não é passível de ser indenizado e que,
inexistindo provas que demonstrem a efetiva diminuição patrimonial, não há que se falar em reparação
por dano material.

Além disso, ressaltou que não restou comprovado o dano extrapatrimonial sofrido pelo
autor, tampouco o nexo entre o suposto dano e qualquer conduta dolosa ou culposa do Estado.

Por fim, para o caso de condenação, requereuque a indenização seja fixada em observância
ao princípio da razoabilidade e pautada na moderação e no comedimento, além da aplicação do disposto
no art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, quanto aos juros e à correção monetária.

O autor apresentou impugnação à contestação do primeiro requerido.

O segundo réu apresentou contestação, sustentando, emprincípio, que agiu em atendimento


ao princípio da legalidade, sendo certo que, apesar do autor alegar o contrário, o que se extrai do
documento do veículo é que ele é o proprietário e, não havendo indicação do condutor infrator, aplica-se a
penalidade ao donodo automóvel.

Outrossim, destacou a inexistência de nexo de causalidade entre a conduta do DEER/MG e


o evento danoso, já que não houve qualquer equívoco na lavratura dos autos de infração, razão pela qual
não há que se falar em indenização.

Em seguida, o requerente impugnou a contestação do segundo réu.

Por fim, o DETRAN/DF apresentou contestação, na qual requereu, inicialmente, a dilação


de prazo para apresentação dos documentos requeridos pelo autor na exordial.

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Além disso, alegou, preliminarmente, incompetência do juízo, sustentando que a ação
deveria ser julgada pela Vara de Execução Fiscal; ilegitimidade passiva, pois não compete ao
DETRAN/DF devolver os valores relativos a tributos, impostos, licenciamento ou seguro obrigatório;
inépcia da inicial, por ser a petição inicial de difícil compreensão e a ausência de citação da empresa
arrendante do veículo, por se tratar de litisconsorte passivo necessário.

No mérito, acentuou a presunção de legitimidade das autuações, pois lavradas


regularmente, além de ressaltar que, eventual fraude ou outro tipo de adulteração jamais pode ser
atribuída ao órgão responsável pela transferência e registro do veículo, já que a ofensa decorre de conduta
de terceiro.

Reafirmou sua ilegitimidade para devolução dos valores de tributos, já que o recolhimento
destes compete ao Distrito Federal e que, tampouco merece prosperar a pretensão indenizatória, por se
tratar de mero aborrecimento.

Outrossim, asseverou que o autor não comprovou o nexo causal necessário para
configuração do dano material, e requereu, para o caso de condenação, que a indenização seja fixada em
valor módico.

A contestação do terceiro requerido foi impugnada pelo autor.

Instadas as partes a especificar provas, o autor requereu o depoimento pessoal dos réus e a
oitiva de testemunhas, enquanto os requeridos informaram que nada mais desejavam produzir.

Realizada audiência de instrução e julgamento, juntou-se aos autos o termo de audiência e


os depoimentos.

Em seguida, o autor juntou aos autos cópia de processo proposto no juizado especial.

Intimadas para apresentar alegações finais, as partes reiteraram os termos da inicial e das
contestações.

É o relatório. Decido.

Afasto a preliminar de incompetência absoluta, pois, de acordo com o art. 59 da Lei de


Organização Judiciária do Estado de Minas Gerais, o presente feito é da competência das Varas de

Número do documento: 20081709584500500000349155813


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Fazenda Pública e Autarquias.

Também não há que se falar em inépcia da incial, vez que referida peça preenche todos os
requisitos exigidos pela lei processual.

A legitimidade passiva do Detran-DF, por sua vez, é patente, vez que parte das multas
contestadas foi por ele aplicada.

Por fim, não vislumbro, no caso presente, a hipótese de litisconsórcio necessário, não
havendo razão alguma para a citação da pessoa jurídica que celebrou contrato de leasing envolvendo o
veículo em relação ao qual foram aplicadas as multas, vez que as consequências de tais recaíram somente
sobre o autor.

No mérito, analisando a prova carreada aos autos, entendo que a pretensão autoral não
merece acolhimento.

Em que pesemas alegações do autor, os documentos por ele juntados não comprovam que
ele nunca adquiriu o veículo ou residiu em Brasília, tampouco que estava em horário de trabalho quando
do cometimento das infrações de trânsito que getraram as multas questionadas.

Assim, estando o veículo registrado em seu nome, demonstra-se legítima a cobrança das
multas e a atribuição dos pontos pelas infrações, na ausência de indicação do condutor do automóvel.

Outrossim, é mister dizer que o requerente não fez prova alguma de que as notificações das
infrações estejam em desacordo com as normas do CTB, pois, ao contrário do que ele alega, as
transgressões cometidas foram devidamente identificadas e deascritas.

Por fim, julgo improcedentesos pedidos contidos na inicial, condenando o autor ao


pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios do patrono dosréus, fixados estes em
10% do valor da causa atualizado.

Estando o requerente sob o pálio da gratuidade de justiça, fica suspensa a cobrança das
verbas de sucumbência.

Publicar. Registrar. Intimar.

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UBERLâNDIA, 17 de agosto de 2020

Avenida Rondon Pacheco, 6130, - lado par, Tibery, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38405-142

Número do documento: 20081709584500500000349155813


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20081709584500500000349155813
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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Justiça de Primeira Instância

Comarca de UBERLâNDIA / 1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

PROCESSO Nº 5023231-06.2016.8.13.0702

CLASSE: [CÍVEL] PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7)

ASSUNTO: [Competência do Órgão Fiscalizador, CNH - Carteira Nacional de Habilitação]

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL,


DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO EST DE M GERAIS

Vistos etc.

Número do documento: 20081713582845400000353980775


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20081713582845400000353980775
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JOSE CARLOS SILVA, já qualificado, propôs a presente ação em face do ESTADO DE
MINAS GERAIS, do DEPARTAMENTO DE EDIFICAÇÕES DE ESTRADAS E RODAGEM DE
MINAS GERAIS- DEER MG e do DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL
– DETRAN-DF.

Na inicial, a justificar sua pretensão, o autor alega que, em meados de 2012, se


surpreendeu ao constatar pontos em sua CNH, provenientes de multas relativas a um veículo que nunca
foi de sua propriedade, as quais resultaram na suspensão de sua Carteira Nacional de Habilitação.

Relata que trabalha em horário comercial e que, quando do cometimento das infrações,
estava trabalhando, o que evidencia a impossibilidade de ter praticado tais transgressões.

Sustenta a responsabilidade dos entes estatais, tendo em vista que lhe foram aplicadas
penalidades sem que que houvesse a correta identificação do proprietário ou do condutor do veículo.

Aduz que, nas consultas realizadas em sua CNH, não é possível identificar especificamente
as infrações cometidas, razão pela qual as multas devem ser declaradas nulas.

Outrossim, destacou que tal situação lhe causou transtornos imensuráveis, além de lhe
acarretar despesas, como o curso de reciclagem, por exemplo, devendo ser indenizado por danos materiais
e extrapatrimoniais, nos termos dos artigos 927 e 196 do Código Civil.

Com tais considerações, requereu, inicialmente, a concessão dos benefícios da justiça


gratuita, e, no mais, a declaração de nulidade das infrações, o cancelamento das multas, com a
consequente retirada dos pontos lançados na sua CNH e a condenação dos réus ao pagamento de
indenização por danos morais em valor não inferior a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) e por danos
materiais, no importe de R$ 540,00 (quinhentos e quarenta reais), além da expedição de ofício ao Detran
– DF para juntar o registro de propriedade do veículo.

Em seguida, declinei da competência por considerar que o Detran -DF era uma autarquia
federal. Posteriormente, contudo, os autos voltaram para esta comarca, vez que, em verdade, trata-se de
uma autarquia distrital.

Número do documento: 20081713582845400000353980775


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Devidamente citado, o Estado de Minas Gerais apresentou contestação, na qual alegou, em
sintese, que a fiscalização de trânsito e aplicação de multas são atos administrativos decorrentes do poder
de polícia, que gozam de presunção de legitimidade e veracidade.

Asseverou, ademais, que antes de ser aplicada a multa, é enviada uma notificação,
conferindo prazo ao infrator para impugnar o fato.

Acentuou que o dano meramente hipotético não é passível de ser indenizado e que,
inexistindo provas que demonstrem a efetiva diminuição patrimonial, não há que se falar em reparação
por dano material.

Além disso, ressaltou que não restou comprovado o dano extrapatrimonial sofrido pelo
autor, tampouco o nexo entre o suposto dano e qualquer conduta dolosa ou culposa do Estado.

Por fim, para o caso de condenação, requereu que a indenização seja fixada em
observância ao princípio da razoabilidade e pautada na moderação e no comedimento, além da aplicação
do disposto no art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, quanto aos juros e à correção monetária.

O autor apresentou impugnação à contestação do primeiro requerido.

O segundo réu apresentou contestação, sustentando, em princípio, que agiu em


atendimento ao princípio da legalidade, sendo certo que, apesar do autor alegar o contrário, o que se extrai
do documento do veículo é que ele é o proprietário e, não havendo indicação do condutor infrator,
aplica-se a penalidade ao dono do automóvel.

Outrossim, destacou a inexistência de nexo de causalidade entre a conduta do DEER/MG e


o evento danoso, já que não houve qualquer equívoco na lavratura dos autos de infração, razão pela qual
não há que se falar em indenização.

Em seguida, o requerente impugnou a contestação do segundo réu.

Por fim, o DETRAN/DF apresentou contestação, na qual requereu, inicialmente, a dilação


de prazo para apresentação dos documentos requeridos pelo autor na exordial.

Além disso, alegou, preliminarmente, incompetência do juízo, sustentando que a ação

Número do documento: 20081713582845400000353980775


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deveria ser julgada pela Vara de Execução Fiscal; ilegitimidade passiva, pois não compete ao
DETRAN/DF devolver os valores relativos a tributos, impostos, licenciamento ou seguro obrigatório;
inépcia da inicial, por ser a petição inicial de difícil compreensão e a ausência de citação da empresa
arrendante do veículo, por se tratar de litisconsorte passivo necessário.

No mérito, acentuou a presunção de legitimidade das autuações, pois lavradas


regularmente, além de ressaltar que, eventual fraude ou outro tipo de adulteração jamais pode ser
atribuída ao órgão responsável pela transferência e registro do veículo, já que a ofensa decorre de conduta
de terceiro.

Reafirmou sua ilegitimidade para devolução dos valores de tributos, já que o recolhimento
destes compete ao Distrito Federal e que, tampouco merece prosperar a pretensão indenizatória, por se
tratar de mero aborrecimento.

Outrossim, asseverou que o autor não comprovou o nexo causal necessário para
configuração do dano material, e requereu, para o caso de condenação, que a indenização seja fixada em
valor módico.

A contestação do terceiro requerido foi impugnada pelo autor.

Instadas as partes a especificar provas, o autor requereu o depoimento pessoal dos réus e a
oitiva de testemunhas, enquanto os requeridos informaram que nada mais desejavam produzir.

Realizada audiência de instrução e julgamento, juntou-se aos autos o termo de audiência e


os depoimentos.

Em seguida, o autor juntou aos autos cópia de processo proposto no juizado especial.

Intimadas para apresentar alegações finais, as partes reiteraram os termos da inicial e das
contestações.

É o relatório. Decido.

Afasto a preliminar de incompetência absoluta, pois, de acordo com o art. 59 da Lei de


Organização Judiciária do Estado de Minas Gerais, o presente feito é da competência das Varas de
Fazenda Pública e Autarquias.

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Também não há que se falar em inépcia da incial, vez que referida peça preenche todos os
requisitos exigidos pela lei processual.

A legitimidade passiva do Detran-DF, por sua vez, é patente, vez que parte das multas
contestadas foi por ele aplicada.

Por fim, não vislumbro, no caso presente, a hipótese de litisconsórcio necessário, não
havendo razão alguma para a citação da pessoa jurídica que celebrou contrato de leasing envolvendo o
veículo em relação ao qual foram aplicadas as multas, vez que as consequências de tais recaíram somente
sobre o autor.

No mérito, analisando a prova carreada aos autos, entendo que a pretensão autoral não
merece acolhimento.

Em que pesem as alegações do autor, os documentos por ele juntados não comprovam que
ele nunca adquiriu o veículo ou residiu em Brasília, tampouco que estava em horário de trabalho quando
do cometimento das infrações de trânsito que getraram as multas questionadas.

Assim, estando o veículo registrado em seu nome, demonstra-se legítima a cobrança das
multas e a atribuição dos pontos pelas infrações, na ausência de indicação do condutor do automóvel.

Outrossim, é mister dizer que o requerente não fez prova alguma de que as notificações
das infrações estejam em desacordo com as normas do CTB, pois, ao contrário do que ele alega, as
transgressões cometidas foram devidamente identificadas e deascritas.

Por fim, julgo improcedentes os pedidos contidos na inicial, condenando o autor ao


pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios do patrono dos réus, fixados estes em
10% do valor da causa atualizado.

Estando o requerente sob o pálio da gratuidade de justiça, fica suspensa a cobrança das
verbas de sucumbência.

Publicar. Registrar. Intimar.

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Avenida Rondon Pacheco, 6130, - lado par, Tibery, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38405-142

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Justiça de Primeira Instância

Comarca de UBERLâNDIA / 1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

PROCESSO Nº 5023231-06.2016.8.13.0702

CLASSE: [CÍVEL] PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7)

ASSUNTO: [Competência do Órgão Fiscalizador, CNH - Carteira Nacional de Habilitação]

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL,


DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO EST DE M GERAIS

Vistos etc.

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JOSE CARLOS SILVA, já qualificado, propôs a presente ação em face do ESTADO DE
MINAS GERAIS, do DEPARTAMENTO DE EDIFICAÇÕES DE ESTRADAS E RODAGEM DE
MINAS GERAIS- DEER MG e do DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL
– DETRAN-DF.

Na inicial, a justificar sua pretensão, o autor alega que, em meados de 2012, se


surpreendeu ao constatar pontos em sua CNH, provenientes de multas relativas a um veículo que nunca
foi de sua propriedade, as quais resultaram na suspensão de sua Carteira Nacional de Habilitação.

Relata que trabalha em horário comercial e que, quando do cometimento das infrações,
estava trabalhando, o que evidencia a impossibilidade de ter praticado tais transgressões.

Sustenta a responsabilidade dos entes estatais, tendo em vista que lhe foram aplicadas
penalidades sem que que houvesse a correta identificação do proprietário ou do condutor do veículo.

Aduz que, nas consultas realizadas em sua CNH, não é possível identificar especificamente
as infrações cometidas, razão pela qual as multas devem ser declaradas nulas.

Outrossim, destacou que tal situação lhe causou transtornos imensuráveis, além de lhe
acarretar despesas, como o curso de reciclagem, por exemplo, devendo ser indenizado por danos materiais
e extrapatrimoniais, nos termos dos artigos 927 e 196 do Código Civil.

Com tais considerações, requereu, inicialmente, a concessão dos benefícios da justiça


gratuita, e, no mais, a declaração de nulidade das infrações, o cancelamento das multas, com a
consequente retirada dos pontos lançados na sua CNH e a condenação dos réus ao pagamento de
indenização por danos morais em valor não inferior a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) e por danos
materiais, no importe de R$ 540,00 (quinhentos e quarenta reais), além da expedição de ofício ao Detran
– DF para juntar o registro de propriedade do veículo.

Em seguida, declinei da competência por considerar que o Detran -DF era uma autarquia
federal. Posteriormente, contudo, os autos voltaram para esta comarca, vez que, em verdade, trata-se de

Número do documento: 20081717440823500000354945864


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uma autarquia distrital.

Devidamente citado, o Estado de Minas Gerais apresentou contestação, na qual alegou, em


sintese, que a fiscalização de trânsito e aplicação de multas são atos administrativos decorrentes do poder
de polícia, que gozam de presunção de legitimidade e veracidade.

Asseverou, ademais, que antes de ser aplicada a multa, é enviada uma notificação,
conferindo prazo ao infrator para impugnar o fato.

Acentuou que o dano meramente hipotético não é passível de ser indenizado e que,
inexistindo provas que demonstrem a efetiva diminuição patrimonial, não há que se falar em reparação
por dano material.

Além disso, ressaltou que não restou comprovado o dano extrapatrimonial sofrido pelo
autor, tampouco o nexo entre o suposto dano e qualquer conduta dolosa ou culposa do Estado.

Por fim, para o caso de condenação, requereu que a indenização seja fixada em
observância ao princípio da razoabilidade e pautada na moderação e no comedimento, além da aplicação
do disposto no art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, quanto aos juros e à correção monetária.

O autor apresentou impugnação à contestação do primeiro requerido.

O segundo réu apresentou contestação, sustentando, em princípio, que agiu em


atendimento ao princípio da legalidade, sendo certo que, apesar do autor alegar o contrário, o que se extrai
do documento do veículo é que ele é o proprietário e, não havendo indicação do condutor infrator,
aplica-se a penalidade ao dono do automóvel.

Outrossim, destacou a inexistência de nexo de causalidade entre a conduta do DEER/MG e


o evento danoso, já que não houve qualquer equívoco na lavratura dos autos de infração, razão pela qual
não há que se falar em indenização.

Em seguida, o requerente impugnou a contestação do segundo réu.

Por fim, o DETRAN/DF apresentou contestação, na qual requereu, inicialmente, a dilação


de prazo para apresentação dos documentos requeridos pelo autor na exordial.

Número do documento: 20081717440823500000354945864


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20081717440823500000354945864
Assinado eletronicamente por: JOAO ECYR MOTA FERREIRA - 17/08/2020 17:44:08 Num. 356788452 - Pág. 3
Além disso, alegou, preliminarmente, incompetência do juízo, sustentando que a ação
deveria ser julgada pela Vara de Execução Fiscal; ilegitimidade passiva, pois não compete ao
DETRAN/DF devolver os valores relativos a tributos, impostos, licenciamento ou seguro obrigatório;
inépcia da inicial, por ser a petição inicial de difícil compreensão e a ausência de citação da empresa
arrendante do veículo, por se tratar de litisconsorte passivo necessário.

No mérito, acentuou a presunção de legitimidade das autuações, pois lavradas


regularmente, além de ressaltar que, eventual fraude ou outro tipo de adulteração jamais pode ser
atribuída ao órgão responsável pela transferência e registro do veículo, já que a ofensa decorre de conduta
de terceiro.

Reafirmou sua ilegitimidade para devolução dos valores de tributos, já que o recolhimento
destes compete ao Distrito Federal e que, tampouco merece prosperar a pretensão indenizatória, por se
tratar de mero aborrecimento.

Outrossim, asseverou que o autor não comprovou o nexo causal necessário para
configuração do dano material, e requereu, para o caso de condenação, que a indenização seja fixada em
valor módico.

A contestação do terceiro requerido foi impugnada pelo autor.

Instadas as partes a especificar provas, o autor requereu o depoimento pessoal dos réus e a
oitiva de testemunhas, enquanto os requeridos informaram que nada mais desejavam produzir.

Realizada audiência de instrução e julgamento, juntou-se aos autos o termo de audiência e


os depoimentos.

Em seguida, o autor juntou aos autos cópia de processo proposto no juizado especial.

Intimadas para apresentar alegações finais, as partes reiteraram os termos da inicial e das
contestações.

É o relatório. Decido.

Afasto a preliminar de incompetência absoluta, pois, de acordo com o art. 59 da Lei de


Organização Judiciária do Estado de Minas Gerais, o presente feito é da competência das Varas de

Número do documento: 20081717440823500000354945864


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Assinado eletronicamente por: JOAO ECYR MOTA FERREIRA - 17/08/2020 17:44:08 Num. 356788452 - Pág. 4
Fazenda Pública e Autarquias.

Também não há que se falar em inépcia da incial, vez que referida peça preenche todos os
requisitos exigidos pela lei processual.

A legitimidade passiva do Detran-DF, por sua vez, é patente, vez que parte das multas
contestadas foi por ele aplicada.

Por fim, não vislumbro, no caso presente, a hipótese de litisconsórcio necessário, não
havendo razão alguma para a citação da pessoa jurídica que celebrou contrato de leasing envolvendo o
veículo em relação ao qual foram aplicadas as multas, vez que as consequências de tais recaíram somente
sobre o autor.

No mérito, analisando a prova carreada aos autos, entendo que a pretensão autoral não
merece acolhimento.

Em que pesem as alegações do autor, os documentos por ele juntados não comprovam que
ele nunca adquiriu o veículo ou residiu em Brasília, tampouco que estava em horário de trabalho quando
do cometimento das infrações de trânsito que getraram as multas questionadas.

Assim, estando o veículo registrado em seu nome, demonstra-se legítima a cobrança das
multas e a atribuição dos pontos pelas infrações, na ausência de indicação do condutor do automóvel.

Outrossim, é mister dizer que o requerente não fez prova alguma de que as notificações
das infrações estejam em desacordo com as normas do CTB, pois, ao contrário do que ele alega, as
transgressões cometidas foram devidamente identificadas e deascritas.

Por fim, julgo improcedentes os pedidos contidos na inicial, condenando o autor ao


pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios do patrono dos réus, fixados estes em
10% do valor da causa atualizado.

Estando o requerente sob o pálio da gratuidade de justiça, fica suspensa a cobrança das
verbas de sucumbência.

Número do documento: 20081717440823500000354945864


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Avenida Rondon Pacheco, 6130, - lado par, Tibery, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38405-142

Número do documento: 20081717440823500000354945864


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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Justiça de Primeira Instância

Comarca de UBERLâNDIA / 1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

PROCESSO Nº 5023231-06.2016.8.13.0702

CLASSE: [CÍVEL] PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7)

ASSUNTO: [Competência do Órgão Fiscalizador, CNH - Carteira Nacional de Habilitação]

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL,


DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO EST DE M GERAIS

Vistos etc.

Número do documento: 20082516160301900000440980906


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Assinado eletronicamente por: JOAO ECYR MOTA FERREIRA - 25/08/2020 16:16:03 Num. 442863537 - Pág. 1
JOSE CARLOS SILVA, já qualificado, propôs a presente ação em face doESTADO DE
MINAS GERAIS,do DEPARTAMENTO DE EDIFICAÇÕES DE ESTRADAS E RODAGEM DE
MINAS GERAIS- DEER MG edo DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL
– DETRAN-DF.

Na inicial, a justificar sua pretensão, o autor alega que, em meados de 2012, se


surpreendeu ao constatar pontos em sua CNH, provenientes de multas relativas a um veículo que nunca
foi de sua propriedade, as quais resultaram na suspensão de sua Carteira Nacional de Habilitação.

Relata que trabalha em horário comercial e que, quando do cometimento das infrações,
estava trabalhando, o que evidencia a impossibilidade de ter praticado tais transgressões.

Sustenta a responsabilidade dos entes estatais, tendo em vista que lhe foram aplicadas
penalidades sem que que houvesse a correta identificação do proprietário ou do condutor do veículo.

Aduz que, nas consultas realizadas em sua CNH, não é possível identificar especificamente
as infrações cometidas, razão pela qual as multas devem ser declaradas nulas.

Outrossim, destacou que tal situação lhe causou transtornos imensuráveis, além de lhe
acarretar despesas, como o curso de reciclagem, por exemplo, devendo ser indenizado por danos materiais
e extrapatrimoniais, nos termos dos artigos 927 e 196 do Código Civil.

Com tais considerações, requereu, inicialmente, a concessão dos benefícios da justiça


gratuita, e, no mais, a declaração de nulidade das infrações, o cancelamento das multas, com a
consequente retirada dos pontos lançados na sua CNH e a condenação dos réus ao pagamento de
indenização por danos morais em valor não inferior a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) e por danos
materiais, no importe de R$ 540,00 (quinhentos e quarenta reais), além da expedição de ofício ao Detran
– DF para juntar o registro de propriedade do veículo.

Em seguida, declinei da competência por considerar que o Detran -DF era uma autarquia
federal. Posteriormente, contudo, os autos voltaram para esta comarca, vez que, em verdade, trata-se de
uma autarquia distrital.

Devidamente citado, o Estado de Minas Gerais apresentou contestação, na qual alegou, em


síntese, que a fiscalização de trânsito e aplicação de multas são atos administrativos decorrentes do poder
de polícia, que gozam de presunção de legitimidade e veracidade.

Asseverou, ademais, que antes de ser aplicada a multa, é enviada uma notificação,
conferindo prazo ao infrator para impugnar o fato.

Acentuou que o dano meramente hipotético não é passível de ser indenizado e que,
inexistindo provas que demonstrem a efetiva diminuição patrimonial, não há que se falar em reparação
por dano material.

Além disso, ressaltou que não restou comprovado o dano extrapatrimonial sofrido pelo
autor, tampouco o nexo entre o suposto dano e qualquer conduta dolosa ou culposa do Estado.

Por fim, para o caso de condenação, requereu que a indenização seja fixada em
observância ao princípio da razoabilidade e pautada na moderação e no comedimento, além da aplicação
do disposto no art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, quanto aos juros e à correção monetária.

O autor apresentou impugnação à contestação do primeiro requerido.

Número do documento: 20082516160301900000440980906


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O segundo réu apresentou contestação, sustentando, em princípio, que agiu em
atendimento ao princípio da legalidade, sendo certo que, apesar do autor alegar o contrário, o que se extrai
do documento do veículo é que ele é o proprietário e, não havendo indicação do condutor infrator,
aplica-se a penalidade ao dono do automóvel.

Outrossim, destacou a inexistência de nexo de causalidade entre a conduta do DEER/MG e


o evento danoso, já que não houve qualquer equívoco na lavratura dos autos de infração, razão pela qual
não há que se falar em indenização.

Em seguida, o requerente impugnou a contestação do segundo réu.

Por fim, o DETRAN/DF apresentou contestação, na qual requereu, inicialmente, a dilação


de prazo para apresentação dos documentos requeridos pelo autor na exordial.

Além disso, alegou, preliminarmente, incompetência do juízo, sustentando que a ação


deveria ser julgada pela Vara de Execução Fiscal; ilegitimidade passiva, pois não compete ao
DETRAN/DF devolver os valores relativos a tributos, impostos, licenciamento ou seguro obrigatório;
inépcia da inicial, por ser a petição inicial de difícil compreensão e a ausência de citação da empresa
arrendante do veículo, por se tratar de litisconsorte passivo necessário.

No mérito, acentuou a presunção de legitimidade das autuações, pois lavradas


regularmente, além de ressaltar que, eventual fraude ou outro tipo de adulteração jamais pode ser
atribuída ao órgão responsável pela transferência e registro do veículo, já que a ofensa decorre de conduta
de terceiro.

Reafirmou sua ilegitimidade para devolução dos valores de tributos, já que o recolhimento
destes compete ao Distrito Federal e que, tampouco merece prosperar a pretensão indenizatória, por se
tratar de mero aborrecimento.

Outrossim, asseverou que o autor não comprovou o nexo causal necessário para
configuração do dano material, e requereu, para o caso de condenação, que a indenização seja fixada em
valor módico.

A contestação do terceiro requerido foi impugnada pelo autor.

Instadas as partes a especificar provas, o autor requereu o depoimento pessoal dos réus e a
oitiva de testemunhas, enquanto os requeridos informaram que nada mais desejavam produzir.

Realizada audiência de instrução e julgamento, juntou-se aos autos o termo de audiência e


os depoimentos.

Em seguida, o autor juntou aos autos cópia de processo proposto no juizado especial.

Intimadas para apresentar alegações finais, as partes reiteraram os termos da inicial e das
contestações.

É o relatório. Decido.

Afasto a preliminar de incompetência absoluta, pois, de acordo com o art. 59 da Lei de


Organização Judiciária do Estado de Minas Gerais, o presente feito é da competência das Varas de
Fazenda Pública e Autarquias.

Também não há que se falar em inépcia da inicial, vez que referida peça preenche todos os
requisitos exigidos pela lei processual.

A legitimidade passiva do Detran-DF, por sua vez, é patente, vez que parte das multas
contestadas foi por ele aplicada.

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Por fim, não vislumbro, no caso presente, a hipótese de litisconsórcio necessário, não
havendo razão alguma para a citação da pessoa jurídica que celebrou contrato de leasing envolvendo o
veículo em relação ao qual foram aplicadas as multas, vez que as consequências de tais recaíram somente
sobre o autor.

No mérito, analisando a prova carreada aos autos, entendo que a pretensão autoral não merece
acolhimento.

Em que pesem as alegações do autor, os documentos por ele juntados não comprovam que
ele nunca adquiriu o veículo ou residiu em Brasília, tampouco que estava em horário de trabalho quando
do cometimento das infrações de trânsito que geraram as multas questionadas.

Assim, estando o veículo registrado em seu nome, demonstra-se legítima a cobrança das
multas e a atribuição dos pontos pelas infrações, na ausência de indicação do condutor do automóvel.

Outrossim, é mister dizer que o requerente não fez prova alguma de que as notificações das
infrações estejam em desacordo com as normas do CTB, pois, ao contrário do que ele alega, as
transgressões cometidas foram devidamente identificadas e descritas.

Por fim, julgo improcedentesos pedidos contidos na inicial, condenando o autor ao


pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios do patrono dos réus, fixados estes em
10% do valor da causa atualizado.

Estando o requerente sob o pálio da gratuidade de justiça, fica suspensa a cobrança das
verbas de sucumbência.

Publicar. Registrar. Intimar.

UBERLâNDIA, 25 de agosto de 2020

Avenida Rondon Pacheco, 6130, - lado par, Tibery, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38405-142

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Justiça de Primeira Instância

Comarca de UBERLâNDIA / 1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

PROCESSO Nº 5023231-06.2016.8.13.0702

CLASSE: [CÍVEL] PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7)

ASSUNTO: [Competência do Órgão Fiscalizador, CNH - Carteira Nacional de Habilitação]

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL,


DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO EST DE M GERAIS

Vistos etc.

Número do documento: 20082516454603900000441830837


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20082516454603900000441830837
Assinado eletronicamente por: ALESSANDER SILVA DE PAIVA - 25/08/2020 16:45:46 Num. 443838421 - Pág. 1
JOSE CARLOS SILVA, já qualificado, propôs a presente ação em face doESTADO DE
MINAS GERAIS,do DEPARTAMENTO DE EDIFICAÇÕES DE ESTRADAS E RODAGEM DE
MINAS GERAIS- DEER MG edo DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL
– DETRAN-DF.

Na inicial, a justificar sua pretensão, o autor alega que, em meados de 2012, se


surpreendeu ao constatar pontos em sua CNH, provenientes de multas relativas a um veículo que nunca
foi de sua propriedade, as quais resultaram na suspensão de sua Carteira Nacional de Habilitação.

Relata que trabalha em horário comercial e que, quando do cometimento das infrações,
estava trabalhando, o que evidencia a impossibilidade de ter praticado tais transgressões.

Sustenta a responsabilidade dos entes estatais, tendo em vista que lhe foram aplicadas
penalidades sem que que houvesse a correta identificação do proprietário ou do condutor do veículo.

Aduz que, nas consultas realizadas em sua CNH, não é possível identificar especificamente
as infrações cometidas, razão pela qual as multas devem ser declaradas nulas.

Outrossim, destacou que tal situação lhe causou transtornos imensuráveis, além de lhe
acarretar despesas, como o curso de reciclagem, por exemplo, devendo ser indenizado por danos materiais
e extrapatrimoniais, nos termos dos artigos 927 e 196 do Código Civil.

Com tais considerações, requereu, inicialmente, a concessão dos benefícios da justiça


gratuita, e, no mais, a declaração de nulidade das infrações, o cancelamento das multas, com a
consequente retirada dos pontos lançados na sua CNH e a condenação dos réus ao pagamento de
indenização por danos morais em valor não inferior a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) e por danos
materiais, no importe de R$ 540,00 (quinhentos e quarenta reais), além da expedição de ofício ao Detran
– DF para juntar o registro de propriedade do veículo.

Em seguida, declinei da competência por considerar que o Detran -DF era uma autarquia
federal. Posteriormente, contudo, os autos voltaram para esta comarca, vez que, em verdade, trata-se de
uma autarquia distrital.

Devidamente citado, o Estado de Minas Gerais apresentou contestação, na qual alegou, em


síntese, que a fiscalização de trânsito e aplicação de multas são atos administrativos decorrentes do poder
de polícia, que gozam de presunção de legitimidade e veracidade.

Asseverou, ademais, que antes de ser aplicada a multa, é enviada uma notificação,
conferindo prazo ao infrator para impugnar o fato.

Acentuou que o dano meramente hipotético não é passível de ser indenizado e que,
inexistindo provas que demonstrem a efetiva diminuição patrimonial, não há que se falar em reparação
por dano material.

Além disso, ressaltou que não restou comprovado o dano extrapatrimonial sofrido pelo
autor, tampouco o nexo entre o suposto dano e qualquer conduta dolosa ou culposa do Estado.

Por fim, para o caso de condenação, requereu que a indenização seja fixada em
observância ao princípio da razoabilidade e pautada na moderação e no comedimento, além da aplicação
do disposto no art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, quanto aos juros e à correção monetária.

O autor apresentou impugnação à contestação do primeiro requerido.

Número do documento: 20082516454603900000441830837


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O segundo réu apresentou contestação, sustentando, em princípio, que agiu em
atendimento ao princípio da legalidade, sendo certo que, apesar do autor alegar o contrário, o que se extrai
do documento do veículo é que ele é o proprietário e, não havendo indicação do condutor infrator,
aplica-se a penalidade ao dono do automóvel.

Outrossim, destacou a inexistência de nexo de causalidade entre a conduta do DEER/MG e


o evento danoso, já que não houve qualquer equívoco na lavratura dos autos de infração, razão pela qual
não há que se falar em indenização.

Em seguida, o requerente impugnou a contestação do segundo réu.

Por fim, o DETRAN/DF apresentou contestação, na qual requereu, inicialmente, a dilação


de prazo para apresentação dos documentos requeridos pelo autor na exordial.

Além disso, alegou, preliminarmente, incompetência do juízo, sustentando que a ação


deveria ser julgada pela Vara de Execução Fiscal; ilegitimidade passiva, pois não compete ao
DETRAN/DF devolver os valores relativos a tributos, impostos, licenciamento ou seguro obrigatório;
inépcia da inicial, por ser a petição inicial de difícil compreensão e a ausência de citação da empresa
arrendante do veículo, por se tratar de litisconsorte passivo necessário.

No mérito, acentuou a presunção de legitimidade das autuações, pois lavradas


regularmente, além de ressaltar que, eventual fraude ou outro tipo de adulteração jamais pode ser
atribuída ao órgão responsável pela transferência e registro do veículo, já que a ofensa decorre de conduta
de terceiro.

Reafirmou sua ilegitimidade para devolução dos valores de tributos, já que o recolhimento
destes compete ao Distrito Federal e que, tampouco merece prosperar a pretensão indenizatória, por se
tratar de mero aborrecimento.

Outrossim, asseverou que o autor não comprovou o nexo causal necessário para
configuração do dano material, e requereu, para o caso de condenação, que a indenização seja fixada em
valor módico.

A contestação do terceiro requerido foi impugnada pelo autor.

Instadas as partes a especificar provas, o autor requereu o depoimento pessoal dos réus e a
oitiva de testemunhas, enquanto os requeridos informaram que nada mais desejavam produzir.

Realizada audiência de instrução e julgamento, juntou-se aos autos o termo de audiência e


os depoimentos.

Em seguida, o autor juntou aos autos cópia de processo proposto no juizado especial.

Intimadas para apresentar alegações finais, as partes reiteraram os termos da inicial e das
contestações.

É o relatório. Decido.

Afasto a preliminar de incompetência absoluta, pois, de acordo com o art. 59 da Lei de


Organização Judiciária do Estado de Minas Gerais, o presente feito é da competência das Varas de
Fazenda Pública e Autarquias.

Também não há que se falar em inépcia da inicial, vez que referida peça preenche todos os
requisitos exigidos pela lei processual.

A legitimidade passiva do Detran-DF, por sua vez, é patente, vez que parte das multas
contestadas foi por ele aplicada.

Número do documento: 20082516454603900000441830837


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Por fim, não vislumbro, no caso presente, a hipótese de litisconsórcio necessário, não
havendo razão alguma para a citação da pessoa jurídica que celebrou contrato de leasing envolvendo o
veículo em relação ao qual foram aplicadas as multas, vez que as consequências de tais recaíram somente
sobre o autor.

No mérito, analisando a prova carreada aos autos, entendo que a pretensão autoral não merece
acolhimento.

Em que pesem as alegações do autor, os documentos por ele juntados não comprovam que
ele nunca adquiriu o veículo ou residiu em Brasília, tampouco que estava em horário de trabalho quando
do cometimento das infrações de trânsito que geraram as multas questionadas.

Assim, estando o veículo registrado em seu nome, demonstra-se legítima a cobrança das
multas e a atribuição dos pontos pelas infrações, na ausência de indicação do condutor do automóvel.

Outrossim, é mister dizer que o requerente não fez prova alguma de que as notificações das
infrações estejam em desacordo com as normas do CTB, pois, ao contrário do que ele alega, as
transgressões cometidas foram devidamente identificadas e descritas.

Por fim, julgo improcedentesos pedidos contidos na inicial, condenando o autor ao


pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios do patrono dos réus, fixados estes em
10% do valor da causa atualizado.

Estando o requerente sob o pálio da gratuidade de justiça, fica suspensa a cobrança das
verbas de sucumbência.

Publicar. Registrar. Intimar.

UBERLâNDIA, 25 de agosto de 2020

Avenida Rondon Pacheco, 6130, - lado par, Tibery, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38405-142

Número do documento: 20082516454603900000441830837


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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Justiça de Primeira Instância

Comarca de UBERLâNDIA / 1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

PROCESSO Nº 5023231-06.2016.8.13.0702

CLASSE: [CÍVEL] PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7)

ASSUNTO: [Competência do Órgão Fiscalizador, CNH - Carteira Nacional de Habilitação]

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL,


DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO EST DE M GERAIS

Vistos etc.

Número do documento: 20082516454606400000441830838


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20082516454606400000441830838
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JOSE CARLOS SILVA, já qualificado, propôs a presente ação em face doESTADO DE
MINAS GERAIS,do DEPARTAMENTO DE EDIFICAÇÕES DE ESTRADAS E RODAGEM DE
MINAS GERAIS- DEER MG edo DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL
– DETRAN-DF.

Na inicial, a justificar sua pretensão, o autor alega que, em meados de 2012, se


surpreendeu ao constatar pontos em sua CNH, provenientes de multas relativas a um veículo que nunca
foi de sua propriedade, as quais resultaram na suspensão de sua Carteira Nacional de Habilitação.

Relata que trabalha em horário comercial e que, quando do cometimento das infrações,
estava trabalhando, o que evidencia a impossibilidade de ter praticado tais transgressões.

Sustenta a responsabilidade dos entes estatais, tendo em vista que lhe foram aplicadas
penalidades sem que que houvesse a correta identificação do proprietário ou do condutor do veículo.

Aduz que, nas consultas realizadas em sua CNH, não é possível identificar especificamente
as infrações cometidas, razão pela qual as multas devem ser declaradas nulas.

Outrossim, destacou que tal situação lhe causou transtornos imensuráveis, além de lhe
acarretar despesas, como o curso de reciclagem, por exemplo, devendo ser indenizado por danos materiais
e extrapatrimoniais, nos termos dos artigos 927 e 196 do Código Civil.

Com tais considerações, requereu, inicialmente, a concessão dos benefícios da justiça


gratuita, e, no mais, a declaração de nulidade das infrações, o cancelamento das multas, com a
consequente retirada dos pontos lançados na sua CNH e a condenação dos réus ao pagamento de
indenização por danos morais em valor não inferior a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) e por danos
materiais, no importe de R$ 540,00 (quinhentos e quarenta reais), além da expedição de ofício ao Detran
– DF para juntar o registro de propriedade do veículo.

Em seguida, declinei da competência por considerar que o Detran -DF era uma autarquia
federal. Posteriormente, contudo, os autos voltaram para esta comarca, vez que, em verdade, trata-se de
uma autarquia distrital.

Devidamente citado, o Estado de Minas Gerais apresentou contestação, na qual alegou, em


síntese, que a fiscalização de trânsito e aplicação de multas são atos administrativos decorrentes do poder
de polícia, que gozam de presunção de legitimidade e veracidade.

Asseverou, ademais, que antes de ser aplicada a multa, é enviada uma notificação,
conferindo prazo ao infrator para impugnar o fato.

Acentuou que o dano meramente hipotético não é passível de ser indenizado e que,
inexistindo provas que demonstrem a efetiva diminuição patrimonial, não há que se falar em reparação
por dano material.

Além disso, ressaltou que não restou comprovado o dano extrapatrimonial sofrido pelo
autor, tampouco o nexo entre o suposto dano e qualquer conduta dolosa ou culposa do Estado.

Por fim, para o caso de condenação, requereu que a indenização seja fixada em
observância ao princípio da razoabilidade e pautada na moderação e no comedimento, além da aplicação
do disposto no art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, quanto aos juros e à correção monetária.

O autor apresentou impugnação à contestação do primeiro requerido.

Número do documento: 20082516454606400000441830838


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20082516454606400000441830838
Assinado eletronicamente por: ALESSANDER SILVA DE PAIVA - 25/08/2020 16:45:46 Num. 443838422 - Pág. 2
O segundo réu apresentou contestação, sustentando, em princípio, que agiu em
atendimento ao princípio da legalidade, sendo certo que, apesar do autor alegar o contrário, o que se extrai
do documento do veículo é que ele é o proprietário e, não havendo indicação do condutor infrator,
aplica-se a penalidade ao dono do automóvel.

Outrossim, destacou a inexistência de nexo de causalidade entre a conduta do DEER/MG e


o evento danoso, já que não houve qualquer equívoco na lavratura dos autos de infração, razão pela qual
não há que se falar em indenização.

Em seguida, o requerente impugnou a contestação do segundo réu.

Por fim, o DETRAN/DF apresentou contestação, na qual requereu, inicialmente, a dilação


de prazo para apresentação dos documentos requeridos pelo autor na exordial.

Além disso, alegou, preliminarmente, incompetência do juízo, sustentando que a ação


deveria ser julgada pela Vara de Execução Fiscal; ilegitimidade passiva, pois não compete ao
DETRAN/DF devolver os valores relativos a tributos, impostos, licenciamento ou seguro obrigatório;
inépcia da inicial, por ser a petição inicial de difícil compreensão e a ausência de citação da empresa
arrendante do veículo, por se tratar de litisconsorte passivo necessário.

No mérito, acentuou a presunção de legitimidade das autuações, pois lavradas


regularmente, além de ressaltar que, eventual fraude ou outro tipo de adulteração jamais pode ser
atribuída ao órgão responsável pela transferência e registro do veículo, já que a ofensa decorre de conduta
de terceiro.

Reafirmou sua ilegitimidade para devolução dos valores de tributos, já que o recolhimento
destes compete ao Distrito Federal e que, tampouco merece prosperar a pretensão indenizatória, por se
tratar de mero aborrecimento.

Outrossim, asseverou que o autor não comprovou o nexo causal necessário para
configuração do dano material, e requereu, para o caso de condenação, que a indenização seja fixada em
valor módico.

A contestação do terceiro requerido foi impugnada pelo autor.

Instadas as partes a especificar provas, o autor requereu o depoimento pessoal dos réus e a
oitiva de testemunhas, enquanto os requeridos informaram que nada mais desejavam produzir.

Realizada audiência de instrução e julgamento, juntou-se aos autos o termo de audiência e


os depoimentos.

Em seguida, o autor juntou aos autos cópia de processo proposto no juizado especial.

Intimadas para apresentar alegações finais, as partes reiteraram os termos da inicial e das
contestações.

É o relatório. Decido.

Afasto a preliminar de incompetência absoluta, pois, de acordo com o art. 59 da Lei de


Organização Judiciária do Estado de Minas Gerais, o presente feito é da competência das Varas de
Fazenda Pública e Autarquias.

Também não há que se falar em inépcia da inicial, vez que referida peça preenche todos os
requisitos exigidos pela lei processual.

A legitimidade passiva do Detran-DF, por sua vez, é patente, vez que parte das multas
contestadas foi por ele aplicada.

Número do documento: 20082516454606400000441830838


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20082516454606400000441830838
Assinado eletronicamente por: ALESSANDER SILVA DE PAIVA - 25/08/2020 16:45:46 Num. 443838422 - Pág. 3
Por fim, não vislumbro, no caso presente, a hipótese de litisconsórcio necessário, não
havendo razão alguma para a citação da pessoa jurídica que celebrou contrato de leasing envolvendo o
veículo em relação ao qual foram aplicadas as multas, vez que as consequências de tais recaíram somente
sobre o autor.

No mérito, analisando a prova carreada aos autos, entendo que a pretensão autoral não merece
acolhimento.

Em que pesem as alegações do autor, os documentos por ele juntados não comprovam que
ele nunca adquiriu o veículo ou residiu em Brasília, tampouco que estava em horário de trabalho quando
do cometimento das infrações de trânsito que geraram as multas questionadas.

Assim, estando o veículo registrado em seu nome, demonstra-se legítima a cobrança das
multas e a atribuição dos pontos pelas infrações, na ausência de indicação do condutor do automóvel.

Outrossim, é mister dizer que o requerente não fez prova alguma de que as notificações das
infrações estejam em desacordo com as normas do CTB, pois, ao contrário do que ele alega, as
transgressões cometidas foram devidamente identificadas e descritas.

Por fim, julgo improcedentesos pedidos contidos na inicial, condenando o autor ao


pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios do patrono dos réus, fixados estes em
10% do valor da causa atualizado.

Estando o requerente sob o pálio da gratuidade de justiça, fica suspensa a cobrança das
verbas de sucumbência.

Publicar. Registrar. Intimar.

UBERLâNDIA, 25 de agosto de 2020

Avenida Rondon Pacheco, 6130, - lado par, Tibery, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38405-142

Número do documento: 20082516454606400000441830838


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20082516454606400000441830838
Assinado eletronicamente por: ALESSANDER SILVA DE PAIVA - 25/08/2020 16:45:46 Num. 443838422 - Pág. 4
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Justiça de Primeira Instância

Comarca de UBERLâNDIA / 1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

PROCESSO Nº 5023231-06.2016.8.13.0702

CLASSE: [CÍVEL] PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7)

ASSUNTO: [Competência do Órgão Fiscalizador, CNH - Carteira Nacional de Habilitação]

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL,


DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO EST DE M GERAIS

Vistos etc.

Número do documento: 20082516454605100000441830839


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20082516454605100000441830839
Assinado eletronicamente por: ALESSANDER SILVA DE PAIVA - 25/08/2020 16:45:46 Num. 443838423 - Pág. 1
JOSE CARLOS SILVA, já qualificado, propôs a presente ação em face doESTADO DE
MINAS GERAIS,do DEPARTAMENTO DE EDIFICAÇÕES DE ESTRADAS E RODAGEM DE
MINAS GERAIS- DEER MG edo DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL
– DETRAN-DF.

Na inicial, a justificar sua pretensão, o autor alega que, em meados de 2012, se


surpreendeu ao constatar pontos em sua CNH, provenientes de multas relativas a um veículo que nunca
foi de sua propriedade, as quais resultaram na suspensão de sua Carteira Nacional de Habilitação.

Relata que trabalha em horário comercial e que, quando do cometimento das infrações,
estava trabalhando, o que evidencia a impossibilidade de ter praticado tais transgressões.

Sustenta a responsabilidade dos entes estatais, tendo em vista que lhe foram aplicadas
penalidades sem que que houvesse a correta identificação do proprietário ou do condutor do veículo.

Aduz que, nas consultas realizadas em sua CNH, não é possível identificar especificamente
as infrações cometidas, razão pela qual as multas devem ser declaradas nulas.

Outrossim, destacou que tal situação lhe causou transtornos imensuráveis, além de lhe
acarretar despesas, como o curso de reciclagem, por exemplo, devendo ser indenizado por danos materiais
e extrapatrimoniais, nos termos dos artigos 927 e 196 do Código Civil.

Com tais considerações, requereu, inicialmente, a concessão dos benefícios da justiça


gratuita, e, no mais, a declaração de nulidade das infrações, o cancelamento das multas, com a
consequente retirada dos pontos lançados na sua CNH e a condenação dos réus ao pagamento de
indenização por danos morais em valor não inferior a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) e por danos
materiais, no importe de R$ 540,00 (quinhentos e quarenta reais), além da expedição de ofício ao Detran
– DF para juntar o registro de propriedade do veículo.

Em seguida, declinei da competência por considerar que o Detran -DF era uma autarquia
federal. Posteriormente, contudo, os autos voltaram para esta comarca, vez que, em verdade, trata-se de
uma autarquia distrital.

Devidamente citado, o Estado de Minas Gerais apresentou contestação, na qual alegou, em


síntese, que a fiscalização de trânsito e aplicação de multas são atos administrativos decorrentes do poder
de polícia, que gozam de presunção de legitimidade e veracidade.

Asseverou, ademais, que antes de ser aplicada a multa, é enviada uma notificação,
conferindo prazo ao infrator para impugnar o fato.

Acentuou que o dano meramente hipotético não é passível de ser indenizado e que,
inexistindo provas que demonstrem a efetiva diminuição patrimonial, não há que se falar em reparação
por dano material.

Além disso, ressaltou que não restou comprovado o dano extrapatrimonial sofrido pelo
autor, tampouco o nexo entre o suposto dano e qualquer conduta dolosa ou culposa do Estado.

Por fim, para o caso de condenação, requereu que a indenização seja fixada em
observância ao princípio da razoabilidade e pautada na moderação e no comedimento, além da aplicação
do disposto no art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, quanto aos juros e à correção monetária.

O autor apresentou impugnação à contestação do primeiro requerido.

Número do documento: 20082516454605100000441830839


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20082516454605100000441830839
Assinado eletronicamente por: ALESSANDER SILVA DE PAIVA - 25/08/2020 16:45:46 Num. 443838423 - Pág. 2
O segundo réu apresentou contestação, sustentando, em princípio, que agiu em
atendimento ao princípio da legalidade, sendo certo que, apesar do autor alegar o contrário, o que se extrai
do documento do veículo é que ele é o proprietário e, não havendo indicação do condutor infrator,
aplica-se a penalidade ao dono do automóvel.

Outrossim, destacou a inexistência de nexo de causalidade entre a conduta do DEER/MG e


o evento danoso, já que não houve qualquer equívoco na lavratura dos autos de infração, razão pela qual
não há que se falar em indenização.

Em seguida, o requerente impugnou a contestação do segundo réu.

Por fim, o DETRAN/DF apresentou contestação, na qual requereu, inicialmente, a dilação


de prazo para apresentação dos documentos requeridos pelo autor na exordial.

Além disso, alegou, preliminarmente, incompetência do juízo, sustentando que a ação


deveria ser julgada pela Vara de Execução Fiscal; ilegitimidade passiva, pois não compete ao
DETRAN/DF devolver os valores relativos a tributos, impostos, licenciamento ou seguro obrigatório;
inépcia da inicial, por ser a petição inicial de difícil compreensão e a ausência de citação da empresa
arrendante do veículo, por se tratar de litisconsorte passivo necessário.

No mérito, acentuou a presunção de legitimidade das autuações, pois lavradas


regularmente, além de ressaltar que, eventual fraude ou outro tipo de adulteração jamais pode ser
atribuída ao órgão responsável pela transferência e registro do veículo, já que a ofensa decorre de conduta
de terceiro.

Reafirmou sua ilegitimidade para devolução dos valores de tributos, já que o recolhimento
destes compete ao Distrito Federal e que, tampouco merece prosperar a pretensão indenizatória, por se
tratar de mero aborrecimento.

Outrossim, asseverou que o autor não comprovou o nexo causal necessário para
configuração do dano material, e requereu, para o caso de condenação, que a indenização seja fixada em
valor módico.

A contestação do terceiro requerido foi impugnada pelo autor.

Instadas as partes a especificar provas, o autor requereu o depoimento pessoal dos réus e a
oitiva de testemunhas, enquanto os requeridos informaram que nada mais desejavam produzir.

Realizada audiência de instrução e julgamento, juntou-se aos autos o termo de audiência e


os depoimentos.

Em seguida, o autor juntou aos autos cópia de processo proposto no juizado especial.

Intimadas para apresentar alegações finais, as partes reiteraram os termos da inicial e das
contestações.

É o relatório. Decido.

Afasto a preliminar de incompetência absoluta, pois, de acordo com o art. 59 da Lei de


Organização Judiciária do Estado de Minas Gerais, o presente feito é da competência das Varas de
Fazenda Pública e Autarquias.

Também não há que se falar em inépcia da inicial, vez que referida peça preenche todos os
requisitos exigidos pela lei processual.

A legitimidade passiva do Detran-DF, por sua vez, é patente, vez que parte das multas
contestadas foi por ele aplicada.

Número do documento: 20082516454605100000441830839


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20082516454605100000441830839
Assinado eletronicamente por: ALESSANDER SILVA DE PAIVA - 25/08/2020 16:45:46 Num. 443838423 - Pág. 3
Por fim, não vislumbro, no caso presente, a hipótese de litisconsórcio necessário, não
havendo razão alguma para a citação da pessoa jurídica que celebrou contrato de leasing envolvendo o
veículo em relação ao qual foram aplicadas as multas, vez que as consequências de tais recaíram somente
sobre o autor.

No mérito, analisando a prova carreada aos autos, entendo que a pretensão autoral não merece
acolhimento.

Em que pesem as alegações do autor, os documentos por ele juntados não comprovam que
ele nunca adquiriu o veículo ou residiu em Brasília, tampouco que estava em horário de trabalho quando
do cometimento das infrações de trânsito que geraram as multas questionadas.

Assim, estando o veículo registrado em seu nome, demonstra-se legítima a cobrança das
multas e a atribuição dos pontos pelas infrações, na ausência de indicação do condutor do automóvel.

Outrossim, é mister dizer que o requerente não fez prova alguma de que as notificações das
infrações estejam em desacordo com as normas do CTB, pois, ao contrário do que ele alega, as
transgressões cometidas foram devidamente identificadas e descritas.

Por fim, julgo improcedentesos pedidos contidos na inicial, condenando o autor ao


pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios do patrono dos réus, fixados estes em
10% do valor da causa atualizado.

Estando o requerente sob o pálio da gratuidade de justiça, fica suspensa a cobrança das
verbas de sucumbência.

Publicar. Registrar. Intimar.

UBERLâNDIA, 25 de agosto de 2020

Avenida Rondon Pacheco, 6130, - lado par, Tibery, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38405-142

Número do documento: 20082516454605100000441830839


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20082516454605100000441830839
Assinado eletronicamente por: ALESSANDER SILVA DE PAIVA - 25/08/2020 16:45:46 Num. 443838423 - Pág. 4
MM juiz,

O ESTADO DE MINAS GERAIS, por sua procuradora que esta subscreve, nos autos da ação em
epígrafe, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência manifestar ciência da r. sentença.

LARISSA RODRIGUES RIBEIRO

Procuradora do Estado

OAB/MG 142.366 MASP 1.327.248-9

Número do documento: 20082613590626800000450982415


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20082613590626800000450982415
Assinado eletronicamente por: LARISSA RODRIGUES RIBEIRO - 26/08/2020 13:59:06 Num. 452775046 - Pág. 1
Recurso de Apelação. Arquivo em PDF.

Número do documento: 20091817313047900000714194147


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20091817313047900000714194147
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 18/09/2020 17:31:31 Num. 716531778 - Pág. 1
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA
1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE UBERLÂNDIA-MG

Proc.: 5023231-06.2016.8.13.0702

JOSE CARLOS SILVA, já devidamente qualificado nos autos da


Ação Declaratória de Nulidade de Auto de Infração c/c Indenização por Danos
Materiais e Morais em epígrafe, que move em desfavor de ESTADO DE MINAS
GERAIS E OUTROS, também já qualificados nos autos, vem respeitosamente
à presença de V. Exa., por seus procuradores que a esta subscrevem,
inconformados com a r. sentença de fls., nos termos do artigo 1.009 e
seguintes do CPC/15, apresentar o presente RECURSO DE APELAÇÃO, o que
faz mediante as Razões Recursais anexas.

O Apelante teve ciência da r. sentença em 26/08/2020. Assim,


tendo em vista o prazo do artigo 1.003, § 5°, e às regras de contagem
estabelecidas no art. 224 ambos do CPC/15, o prazo do Apelante para interpor
Recurso de Apelação teve início em 27/08/2020, encerrando-se em
18/09/2020, considerando os feriados dos dias 31/08/2020 (aniversário de
Uberlândia) e 07/09/2020 (Dia da Independência do Brasil). Tempestivo,
portanto, o presente recurso.

Ademais, é inexigível do Apelante a feitura do preparo, vez que lhe


foi concedido nos autos os benefícios da Justiça Gratuita, conforme despacho
de Id “17013945.
1

Número do documento: 20091817313136300000714194152


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20091817313136300000714194152
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 18/09/2020 17:31:31 Num. 716531783 - Pág. 1
Nesse ínterim, REQUER seja recebido o presente Recurso de
Apelação, devendo as Apeladas serem intimadas para apresentarem suas
contrarrazões no prazo legal.

Após, remeter as Razões Recursais anexas, juntamente com a


integralidade dos autos em epígrafe, ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado
de Minas Gerais, com as homenagens de estilo.

Termos que
Pede e espera deferimento.

Uberlândia/MG, 18 de setembro de 2020.

FERNANDO SUSIA LELIS JÚNIOR ISABELLA CRISTINA NEVES SILVA


OAB/MG 138.462 OAB/MG 142.617

Número do documento: 20091817313136300000714194152


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20091817313136300000714194152
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 18/09/2020 17:31:31 Num. 716531783 - Pág. 2
RAZÕES DE APELAÇÃO

APELANTE: JOSE CARLOS SILVA

APELADAS: ESTADO DE MINAS GERAIS


DETRAN/MG
DEER/MG

ORIGEM: 1ª Vara Cível da Comarca de Uberlândia/MG

Processo nº: 5023231-06.2016.8.13.0702

EGRÉGIO TRIBUNAL
ILUSTRES DESEMBARGADORES

I – PRESSUPOSTO DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL

Conforme consta na peça de interposição, estão presentes todos os


pressupostos de admissibilidade recursal.

Enfatiza-se especialmente os requisitos regularidade de


representação, tempestividade e preparo, que neste caso é inexigível, tendo
em vista o Apelante litigar sob o pálio da justiça gratuita.

O instrumento particular de mandato outorgado pelo Apelante aos


advogados infra-assinados, constante dos autos desde o ajuizamento da ação,
torna regular a representação processual.

Número do documento: 20091817313136300000714194152


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20091817313136300000714194152
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 18/09/2020 17:31:31 Num. 716531783 - Pág. 3
O Apelante teve ciência da r. sentença em 26/08/2020. Assim,
tendo em vista o prazo do artigo 1.003, § 5°, e às regras de contagem
estabelecidas no art. 224 ambos do CPC/15, o prazo do Apelante para interpor
Recurso de Apelação teve início em 27/08/2020, encerrando-se em
18/09/2020, considerando os feriados dos dias 31/08/2020 (aniversário de
Uberlândia) e 07/09/2020 (Dia da Independência do Brasil). Tempestivo,
portanto, o presente recurso.

Ademais, é inexigível do Apelante a feitura do preparo, vez que lhe


foi concedido nos autos os benefícios da Justiça Gratuita, conforme despacho
de Id “17013945.

Portanto, estando configurados para o caso todos os pressupostos


objetivos e subjetivos de admissibilidade, pugna-se deste Egrégio Tribunal
seja recebido/conhecido o presente Recurso de Apelação, em todos os seus
temas e desdobramentos.

II – SÍNTESE DO PROCESSO

Trata-se de Ação Declaratória de Nulidade de Auto de Infração c/c


Indenização por Danos Materiais e Morais ajuizada pelo Apelante em desfavor
das Apeladas em razão de multas de trânsitos geradas em seu nome entre os
anos de 2010 e 2011 advindos do veículo I/GM CLASSIC LIFE 2008/2009 cor
preta, de BRASILIA -DF, Placa: JHP-0269, o qual nunca foi de sua
propriedade, o que incorreu na suspensão de sua carteira de habilitação,
tendo o Apelante que realizar curso de reciclagem para que pudesse obtê-la
novamente.

As infrações foram cometidas nos seguintes circunstâncias e


lugares:
4

Número do documento: 20091817313136300000714194152


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20091817313136300000714194152
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 18/09/2020 17:31:31 Num. 716531783 - Pág. 4
1- Cód 746-30- Transitar em velocidade superior a
máxima permitida em mais de 20 até 50, data
10/11/2010, hora 15:52, BR-497 Uberlândia/Prata,
pontos 5.
2- Cód 746-30- Transitar em velocidade superior a
máxima permitida em mais de 20 até 50, data
10/11/2010, hora 15:44, BR-497 Uberlândia/Prata,
pontos 5.
3- Cód 745-5- Transitar em velocidade superior a
máxima permitida em mais de 20 até 50, data
07/03/2011, hora 15:59, SP 320 km 581 metros 900,
pontos 4.
4- Cód 659-9- conduzir veículo não registrado
licenciado, 25/03/2011, hora 18:10, SP 463 Km 147
Metros 0000.

5- 663-7, Veículo sem Equipamento obrigatório


25/03/2011, hora 18:10, SP 463 Km 147 Metros 0000.

Ocorre Excelência, que além de não ser o proprietário e jamais ter


visto o veículo, nas datas das infrações que lhe foram atribuídas, o Apelante
encontrava-se em seu local de trabalho, sendo totalmente impossível que o
mesmo tenha praticado tais infrações, visto que sequer o veículo autuado era
de sua propriedade, tampouco o mesmo jamais residiu na cidade de
Brasília/DF.

Indignado pelas multas de trânsito geradas em seu nome por


infrações que não cometeu e pela suspensão de sua CNH, o que incorreu na
necessidade do Apelante realizar até mesmo um curso de reciclagem, tendo
que dispender tempo e dinheiro para tanto, o Apelante pleiteou na exordial a
5

Número do documento: 20091817313136300000714194152


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20091817313136300000714194152
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 18/09/2020 17:31:31 Num. 716531783 - Pág. 5
declaração de nulidade dos autos de infração, bem como, indenização pelos
danos morais experimentados em valor não inferior a R$60.000,00 (sessenta
mil reais) e indenização pelos danos materiais referentes aos valores
dispendidos para a realização do curso de reciclagem, totalizando a quantia
de R$540,00 (quinhentos e quarenta reais).

Ao final, pugnou pela condenação das Apeladas ao pagamento de


honorários contratuais no percentual de 30% (trinta por cento) sobre o valor
da indenização fixada e condenação ainda aos honorários sucumbenciais no
percentual de 20% (vinte por cento) sobe o valor da indenização fixada e seus
acessórios.

Intimadas, as Apeladas apresentaram suas respectivas contestações


pelas quais restaram impugnadas.

Posteriormente, o feito foi encaminhado para instrução,


oportunidade em que foi ouvida uma testemunha, além do depoimento
pessoal do Apelante.

Em seu depoimento, a testemunha arrolada pelo Apelante afirmou


veemente que é vizinha do Apelante e o conhece há mais de 20 (vinte) anos
e jamais viu o Apelante com um veículo de modelo Corsa, o que por si só
já evidencia o fato de que o veículo não pertence ao Apelante, tampouco as
multas geradas em seu nome. Por fim, as partes apresentaram suas razões
finais.

Após a instrução processual, mesmo diante das diversas evidências


de que as infrações de trânsito não foram cometidas pelo Apelante, o D.
Magistrado julgou improcedentes os pedidos aviados na exordial, conforme
dispositivo, in verbis:
6

Número do documento: 20091817313136300000714194152


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20091817313136300000714194152
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 18/09/2020 17:31:31 Num. 716531783 - Pág. 6
Por fim, julgo improcedentes os pedidos contidos na
inicial, condenando o autor ao pagamento das custas
processuais e dos honorários advocatícios do patrono dos
réus, fixados estes em 10% do valor da causa atualizado.

Estando o requerente sob o pálio da gratuidade de justiça,


fica suspensa a cobrança das verbas de sucumbência.

Não obstante, em que pese o entendimento do D. Magistrado, a r.


sentença deve ser reformada nos seguintes termos expostos a seguir,
devidamente fundamentados.

III – PRELIMINAR AO MÉRITO

III.I – JUSTIÇA GRATUITA RECURSAL

Informa o Apelante que, em 1ª instância requereu a concessão dos


benefícios da Justiça Gratuita, e lhe foi concedido nos autos os benefícios da
Justiça Gratuita em Id “17013945”, não obstante, pugna o Apelante pela
concessão dos benefícios da justiça gratuita também na fase recursal.

Ademais, sabe-se que, a gratuidade judiciária pode ser tanto


postulada, quanto deferida, em qualquer fase processual, inclusive em fase
recursal, deste modo, segue jurisprudência neste sentido:

AGRAVO DE INSTRUMENTO EMBARGOS À EXECUÇÃO


DEFERIMENTO DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA EM
FASE RECURSAL BENEFÍCIO NÃO RETROAGE DECISÃO
MANTIDA - RECURSO NÃO PROVIDO (TJ-SP - AI:
21650947820148260000 SP 2165094-
7

Número do documento: 20091817313136300000714194152


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20091817313136300000714194152
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 18/09/2020 17:31:31 Num. 716531783 - Pág. 7
78.2014.8.26.0000, Relator: Luiz Eurico, Data de
Julgamento: 03/11/2014, 33ª Câmara de Direito Privado,
Data de Publicação: 04/11/2014) (Grifo Nosso)

RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADE DE


FATO POST MORTEM C/C PARTILHA DE BENS -
APRECIAÇÃO DE PEDIDO DE GRATUIDADE DE
JUSTIÇA NA FASE RECURSAL - NÃO INCIDÊNCIA DA
SÚMULA 380 DO STF- CONCUBINATO E SOCIEDADE DE
FATO COMO DIFERENTES CONCEITOS - INEXISTÊNCIA
DA SOCIEDADE DE FATO. 1 - É POSSÍVEL A
CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DA GRATUIDADE DE
JUSTIÇA A QUALQUER TEMPO, NADA OBSTANDO SEU
DEFERIMENTO NA FASE RECURSAL. [...] (TJ-DF - AC:
4847398 DF, Relator: VERA ANDRIGHI, Data de
Julgamento: 14/09/1998, 5ª Turma Cível, Data de
Publicação: DJU 03/02/1999 Pág. : 71) (Grifos Nossos)

GRATUIDADE DE JUSTIÇA - DEFERIMENTO EM FASE


RECURSAL - POSSIBILIDADE DESDE QUE
PREENCHIDOS OS REQUISITOS LEGAIS A gratuidade
de justiça, que compreende a isenção do pagamento de
custas processuais e demais despesas do processo, está
assegurada pela Lei nº 1.060/50 a todo aquele que,
postulando em juízo, não se encontre em condições de
demandar, sem prejuízo do próprio sustento ou de sua
família. Sendo um direito subjetivo público, a gratuidade
deve ser deferida a todo aquele que satisfizer os requisitos
legais (comprovação de miserabilidade jurídica, mediante
declaração firmada sob as penas da lei), não importando
8

Número do documento: 20091817313136300000714194152


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20091817313136300000714194152
Assinado eletronicamente por: FERNANDO SUSIA LELIS JUNIOR - 18/09/2020 17:31:31 Num. 716531783 - Pág. 8
se a parte está ou não assistida por advogado particular.
O benefício da justiça gratuita pode ser concedido "em
qualquer instância", como disposto no art. 790, § 3º da
CLT, sendo imperioso reconhecer que pode o requerimento
ser formulado em razões de recurso ordinário, desde que
não ultrapassado o prazo legal para o seu oferecimento.
Inteligência da Orientação Jurisprudencial nº 269, da SDI-
I, do c. TST. No caso dos autos, o reclamante, tanto em
primeira instância como em grau recursal, afirmou
estar impossibilitado de arcar com os custos do
processo, declaração que goza de presunção juris
tantum de veracidade. Inexistindo provas robustas de ser
falsa a declaração prestada (ônus processual que competia
à parte ré) e preenchidos os requisitos exigidos pelo art.
790, § 3º da CLT, defere-se à parte autora o benefício da
gratuidade de justiça. (TRT-1 - RO:
00109884720135010010 RJ, Data de Julgamento:
16/02/2016, Quinta Turma, Data de Publicação:
29/02/2016) (Grifos Nossos)

Desta forma, requer o Apelante, nesta fase recursal, que sejam


mantidos os benefícios da justiça gratuita, nos termos do art. 5º, inciso LXXIV,
da CRF/1.988 c/c os arts. 98 e 99 do CPC/15 c/c as alterações das Leis de
nº. 7.115/83 e 7.51086, tendo em vista que o Apelante não se encontra em
situação financeira para arcar com as custas e despesas processuais, de modo
que, o seu indeferimento, poderá lhe acarretar prejuízos irreparáveis.

Sendo assim, pugna pelo deferimento da justiça gratuita nesta fase


recursal, por não poder arcar com as custas e despesas processuais.

Número do documento: 20091817313136300000714194152


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Desta forma, ultrapassada a questão preliminar suscitada pelo
Apelante, passa-se à razões para reforma da r. sentença.

IV - RAZÕES PARA REFORMA

IV.I – DA NECESSÁRIA REFORMA DA SENTENÇA PARA DECLARAR A


NULIDADE DOS AUTOS DE INFRAÇÕES – INSUBSISITÊNCIA DAS
AUTUAÇÕES

O D. Magistrado de primeira instância julgou improcedente os


pedidos iniciais, fundamentando meramente que os documentos acostados
pelo Apelante não comprovam que ele nunca adquiriu o veículo ou residiu em
Brasília/MG, tampouco, que estava em horário de trabalho quando do
cometimento das infrações de trânsito que geraram as multas questionadas.

Primeiramente, ora Ilustre Desembargador Relator, em que pese o


entendimento do D. Magistrado de 1ª instância, não merece a prosperar a
sentença de improcedência, isso porque o Apelante fez prova de tudo o que
estava ao seu alcance!

Além disso, para confirmar que o veículo autuado não era e jamais
foi de propriedade do Apelante, bastaria uma simples expedição de ofício para
a empresa Dibens Leasing S/A Arr Mercantil apresentar os documentos
fornecidos pelo terceiro e o respectivo contrato de
financiamento/arrendamento assinado, onde com toda certeza seria
constatado que o mesmo jamais foi proprietário do veículo e jamais realizou
qualquer negócio jurídico junto à aludida empresa.

Ainda, não há que se falar em falta de provas, posto que o Apelante,


acostou aos autos os seus holerites referentes à época das autuações, onde se
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faz possível demonstrar que o Apelante estava laborando nos dias em que
foram geradas as autuações, sendo que não existe nenhum desconto em seus
holerites correspondente à eventuais faltas em serviço, o que demonstra que
era impossível ser o Apelante o condutor do veículo no momento das
autuações, posto que, o Apelante laborava em horário comercial e algumas
das autuações referente ao dia 10/11/2020 (quarta-feira) fora geradas em
horário comercial, às 15:52 e 15:44 hrs, respectivamente, senão vejamos:

1- Cód 746-30- Transitar em velocidade superior a


máxima permitida em mais de 20 até 50, data
10/11/2010, hora 15:52, BR-497 Uberlândia/Prata,
pontos 5.
2- Cód 746-30- Transitar em velocidade superior a
máxima permitida em mais de 20 até 50, data
10/11/2010, hora 15:44, BR-497 Uberlândia/Prata,
pontos 5.

Veja, Excelência, que era impossível o Apelante encontrar-se nos


lugares das autuações nestas datas e horários, conforme se faz possível
comprovar em seu holerite (doc. Id “16819369), onde não existe nenhum
desconto relacionado à faltas em serviço:

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No caso das infrações de trânsito geradas no mês de março/2011,
cumpre observar que até mesmo no dia 07/03/2011 (segunda-feira) no
horário de 15:59 hrs, o Apelante encontrava-se na empresa onde laborava,
repita-se, em horário comercial, e nessa mesma data até mesmo assinou seu
holerite, além do holerite também não constar nenhum desconto referente a
faltas, senão vejamos:

3- Cód 745-5- Transitar em velocidade superior a


máxima permitida em mais de 20 até 50, data
07/03/2011, hora 15:59, SP 320 km 581 metros 900,
pontos 4.
4- Cód 659-9- conduzir veículo não registrado
licenciado, 25/03/2011, hora 18:10, SP 463 Km 147
Metros 0000
5- 663-7, Veículo sem Equipamento obrigatório
25/03/2011, hora 18:10, SP 463 Km 147 Metros 0000.

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Cumpre frisar que o dia 25/03/2011 também era um dia de
semana, ou seja, uma sexta-feira em que o Apelante estava trabalhando, de
modo que não poderia o Apelante estar viajando e ao mesmo tempo
trabalhando nas dependências de seu empregador.

Além disso, em momento algum o D. Magistrado “a quo” considerou


o depoimento da testemunha arrolada pelo Apelante (doc. de Id “, onde a
mesma, que é vizinha do Apelante há 20 (vinte) anos, afirma veemente jamais
ter visto o Apelante na posse de um veículo Corsa, vejamos a transcrição do
depoimento da testemunha ao responder o questionamento do próprio
Magistrado:

“Que conhece o autor há vinte anos; Que acredita que o


autor nunca foi proprietário de um veículo modelo
Corsa; Que a depoente é vizinha do atuor e nunca o
viu com veículo desse modelo; Que não sabe dizer se o
autor tem parentes em Brasília; Que o autor comentou com
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a depoente que havia perdido a CNH por conta do que foi
narrado na inicial; Que ele estava muito revoltado e
triste, sentindo-se humilhado.” Grifou-se.

Excelência, existem diversas evidências de que o veículo o qual


originou-se as autuações e multas de trânsito em nome do Apelante é de
propriedade de terceiro, posto que, o Apelante jamais fora proprietário e
sequer dirigiu o aludido veículo e, portanto, diante de todos os indícios não
poderia lhe ser imputada a culpa pelas infrações de trânsito cometidas por
terceiro, tampouco a retenção de sua carteira de habilitação.

Ademais o endereço para onde foram remetidas as notificações de


autuações pelas Apeladas trata-se de endereço desconhecido pelo Apelante,
sendo que o mesmo jamais residiu em Brasília/DF, tendo estabelecido sua
residência fixa apenas na cidade de Uberlândia/MG, onde, inclusive, estava
empregado.

Nota-se ainda que o endereço das autuações era bastante duvidoso,


pois nem mesmo o carteiro conseguia localizá-lo, sendo que na maioria das
vezes a correspondência fora devolvida com a observação “endereço
insuficiente”, o que evidencia ainda mais a possibilidade de ocorrência de uma
fraude por terceiros, senão vejamos:

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Assim, nem mesmo poderia o Apelante defender-se nas atuações
geradas, posto que, sequer sabia da existência do impasse pois jamais recebeu
qualquer notificação de autuação ou penalidade!

Diante as provas apresentadas, Ilustre Julgador, não há dúvidas


quanto a insubsistências dos autos de infrações gerados em nome do
Apelante, pois existem provas e fortes indícios de que o Apelante nunca fora
proprietário do veículo autuado e jamais esteve nos locais das autuações
naquelas datas e horários, tendo sido vítima de uma fraude.

Nesse sentido:

DIREITO ADMINISTRATIVO. AUTO DE INFRAÇÃO DE


TRÂNSITO. CLONAGEM DE VEÍCULO. INDÍCIOS E
PROVAS QUE SUFICIENTEMENTE COMPROVAM A
TESE DO AUTOR. 1. Os indícios e provas juntadas aos
autos comprovam que a tese do autor de que teve seu
veículo clonado é verdadeira. 2. Hipótese em que se
pode concluir que a parte autora não praticou as
infrações de trânsito que lhe são imputadas, impondo-
se o reconhecimento da nulidade das
autuações. (TRF4, AC 5003622-63.2018.4.04.7100,
TERCEIRA TURMA, Relatora CARLA EVELISE JUSTINO
HENDGES, juntado aos autos em 24/06/2019)

AUTO DE INFRAÇÃO. TRÂNSITO. AUTO DE INFRAÇÃO.


MULTA. CLONAGEM DE VEÍCULO. PLAUSIBILIDADE.
ANULAÇÃO.
Ainda que não se possa afirmar categoricamente que a
autuação em questão derivou da prática da fraude
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conhecida como 'clonagem' de placas ou veículos, é
possível concluir, pelas circunstâncias fáticas e
probatórias insertas nos autos, que tal situação
ocorreu no caso concreto, dando ensejo a uma
autuação indevida da parte autora. Hipótese em que se
pode concluir que a parte autora não praticou a
infração de trânsito que lhe é imputada, impondo-se
reconhecer a nulidade da autuação. (TRF4, AC
5013901-56.2014.404.4001, QUARTA TURMA, Relatora
VIVIAN JOSETE PANTALEÃO CAMINHA, data da decisão
05/04/2017).

APELAÇÃO – Ação ordinária – DETRAN/SP – Veículo


clonado – Pedido de nulidade de autuações, cancelamento
de pontos lançados no prontuário, liberação de
licenciamento e condenação em danos morais – Sentença
de improcedência – Irresignação do recorrente – Apesar de
a nulidade dos AITs dever ser direcionada aos entes
públicos que lavraram as infrações, o DETRAN pode ser
responsabilizado pelos atos administrativos referentes a
sua gestão, como o cancelamento da pontuação e a
liberação de licenciamento – Conjunto probatório indica
a clonagem do veículo – Laudo pericial elaborado pelo
Instituto de Criminalística – Inocorrência de danos morais
por parte da Administração Pública, diante da ausência de
ato ilícito – Precedentes desta Corte – Reforma parcial da
sentença para determinar ao DETRAN o cancelamento
da pontuação atribuída ao prontuário do recorrente e,
consequentemente, liberando-se a realização do

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licenciamento do veículo em questão – Parcial
provimento do recurso.
(TJ-SP - AC: 10091775420178260590 SP 1009177-
54.2017.8.26.0590, Relator: Marcos Pimentel Tamassia,
Data de Julgamento: 24/06/2020, 1ª Câmara de Direito
Público, Data de Publicação: 24/06/2020)

Ainda, quanto a necessidade de nulidade dos Autos de Infrações em


razão da insubsistência, diferente do discorrido pelo D. Magistrado, foi
veemente demonstrado nos autos.

Assim dispõe o Artigo 280 da Lei nº 9.503 de 23 de Setembro de


1997:

Art. 280. Ocorrendo infração prevista na legislação de


trânsito, lavrar-se-á auto de infração, do qual constará:
I - tipificação da infração;
II - local, data e hora do cometimento da infração;
III - caracteres da placa de identificação do veículo, sua
marca e espécie, e outros elementos julgados necessários
à sua identificação;
IV - o prontuário do condutor, sempre que possível;
V - identificação do órgão ou entidade e da autoridade ou
agente autuador ou equipamento que comprovar a
infração;
VI - assinatura do infrator, sempre que possível, valendo
esta como notificação do cometimento da infração.
§ 1º (VETADO)
§ 2º A infração deverá ser comprovada por declaração da
autoridade ou do agente da autoridade de trânsito, por
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aparelho eletrônico ou por equipamento audiovisual,
reações químicas ou qualquer outro meio
tecnologicamente disponível, previamente regulamentado
pelo CONTRAN.
§ 3º Não sendo possível a autuação em flagrante, o agente
de trânsito relatará o fato à autoridade no próprio auto de
infração, informando os dados a respeito do veículo, além
dos constantes nos incisos I, II e III, para o procedimento
previsto no artigo seguinte.
§ 4º O agente da autoridade de trânsito competente para
lavrar o auto de infração poderá ser servidor civil,
estatutário ou celetista ou, ainda, policial militar
designado pela autoridade de trânsito com jurisdição
sobre a via no âmbito de sua competência.

Ao verificar-se que o auto de infração de trânsito deve conter


elementos mínimos, conforme se infere do artigo 280 do CTB e por tratar-se
de ato administrativo, certamente este poderá ser questionado na seara
administrativa consoante o disposto no Capítulo XVIII do CTB e na Resolução
nº 149/2003, do CONTRAN, em sede de defesa de autuação, em recurso
administrativo interposto à JARI ou, ainda, em última instância
administrativa ao CETRAN, acerca dos requisitos essenciais a sua validade e
eficácia.

Registre-se, por oportuno, que não está descartada a apreciação do


auto pelo Poder Judiciário, o qual velará pela sua legalidade e legitimidade,
tendo em vista ainda, que o Apelante nunca fora sequer notificado a responder
qualquer autuação, pois desconhece o veículo com placa de Brasília/DF, o
qual lhe foi atribuído sua propriedade, sendo impossível exercer o
contraditório e a ampla defesa.
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Além do mais, ao analisar-se um auto de infração de trânsito deve-
se verificar primeiramente o requisito competência, ou seja, se tal documento
fora expedido por agente que detenha as atribuições legais para a prática de
tal ato.

A esse respeito, é oportuna a lição de Cássio Mattos Honorato, ao tratar


dos requisitos dos atos administrativos voltados às atividades de trânsito:

"considerando que a competência é a prerrogativa jurídica


para a prática de determinados atos, deve-se questionar se
o agente de trânsito era competente para elaborar a
autuação".

Dessa forma, quando o auto de infração de trânsito foi lavrado por


agente de trânsito é fundamental observar-se o disposto no artigo 280, § 4º do
CTB, o qual dispõe que " o agente da autoridade de trânsito competente para
lavrar o auto de infração poderá ser servidor civil, estatutário ou celetista, ou
ainda, policial militar designado pela autoridade de trânsito com jurisdição
sobre a via no âmbito de sua competência."

É preciso, portanto, que o agente satisfaça os requisitos previstos no


aludido dispositivo do CTB, devendo ser designado pela autoridade de trânsito
competente para que possa cumprir seu mister, isto posto, o Apelante não
teve acesso a qualquer auto de infração sendo impossível que verificasse até
mesmo os requisitos intrínsecos de validade do ato administrativo.

Saliente-se que o policial militar é agente público pertencente a


órgão integrante do Sistema Nacional de Trânsito e conforme exigência do
artigo 23, Inciso III, do CTB, a sua competência para fiscalização de
trânsito depende da existência de convênio com o órgão executivo.
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Ademais, todo ato emanado de agente incompetente, ou realizado
além do limite de que dispõe a autoridade incumbida de sua prática, é
inválido, por lhe faltar um elemento básico de sua perfeição, qual seja, o poder
jurídico para manifestar a vontade da Administração.

Ao tratar-se da finalidade do ato administrativo voltada ao auto de


infração, note-se que é requisito obrigatório e tem-se em conta sempre o fim
público perquirido pela Administração Pública.

Aliás, uma leitura mais atenta à Lei nº 9.503/97, nos permite


concluir que este requisito está inserto de forma implícita nos artigos 1º e 269,
§ 2º, ao perceber-se que a lavratura de um auto de infração é um dos
mecanismos (sancionador) assinalado pelo Código de Trânsito Brasileiro de
modo a se garantir um trânsito em condições seguras.

Nesse passo, para a consecução deste fim público, é dever dos


agentes o exercício de atos inerentes ao poder de polícia administrativa de
trânsito, no âmbito de suas respectivas competências, objetivando
prioritariamente a proteção à vida e a incolumidade física das pessoas.

Quanto à forma do auto de infração, prescreve o artigo 280 que este


deverá conter certos requisitos, considerados essenciais à sua validade. E, em
complementação ao aludido dispositivo, o CONTRAN editou a Resolução nº
01/98, na qual estabeleceu-se as informações mínimas que deverão constar
do auto de infração de trânsito.

Assim, é recorrente o questionamento acerca da consistência e


regularidade dos autos de infrações, ao notar-se que por vezes há a falta de
anotação em determinados campos, em afronta à Resolução nº 01/98, do
CONTRAN.
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Saliente-se, por oportuno, que a arguição supracitada deve ser
analisada cuidadosamente, pois a Resolução nº 01/98, do CONTRAN foi
criada com a finalidade de estabelecer quais os campos devem constar no
auto, isto é, o seu aspecto formal, quando impresso.

Nesse passo, torna-se evidente que o preenchimento ou não de


determinados campos dependerá daquilo que expressamente o Código de
Trânsito Brasileiro prevê, ou seja, propriamente aos requisitos obrigatórios
condicionados pelo artigo 280 do CTB.

Anote-se, contudo, que se o artigo 280 do CTB não estabelecer como


dado obrigatório o preenchimento de campo constante no auto, todavia,
considerado obrigatório pela Resolução nº 01/98 do CONTRAN, a omissão
de tal formalidade não necessariamente implicará em nulidade do auto.

Isto posto, reputamos que não há que se falar, ao nosso ver, em


nulidade do ato, uma vez que a omissão de determinados dados (ditos não
essenciais) não tem o condão de afetar as condições de eficácia do ato, desde
que tenham atingido a finalidade do ato.

Destarte, cumpre asseverar que o preenchimento do auto de


infração requer do agente o registro de todos os requisitos reputados
obrigatórios pelo artigo 280 do CTB, dentre os quais, elenca-se a seguir, a
exemplo, o requisito "tipificação da infração", previsto no inciso I, do artigo
280.

Nesse contexto, torna-se obrigatório que o agente de trânsito registre


no corpo da peça acusatória o artigo do CTB que tipifica a infração cometida
pelo infrator ou, alternativamente, a descrição da conduta prescrita
no artigo violado, vez que o código de enquadramento estabelecido pela
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Portaria nº 01/98 do DENATRAN não substitui, por si só, a tipificação da
infração.

Contudo, há artigos no CTB que comportam diversas condutas


infracionais em suas descrições legais, o que exige por parte dos agentes, além
da tipificação da infração (artigo violado e/ou descrição da infração), a
descrição minuciosa, no campo destinado a observações, da conduta
efetivamente transgredida, como forma de se imputar ao infrator a exata
conduta por este praticada, permitindo-lhe, desse modo, em nível de recurso,
a ampla e irrestrita defesa acerca da acusação que lhe fora imposta.

Assim, consoante o disposto, eis algumas infrações, a título


exemplificativo, que comportam condutas múltiplas em suas descrições
legais, quais sejam, as infrações previstas nos artigos 167, 175, 181 (inciso
VIII), 208, todos do CTB.

Desta feita, o motivo, como elemento integrante da perfeição do ato,


vem expresso no Codex de trânsito, portanto, é um elemento vinculado, e
como podemos vislumbrar (documento anexo), em consulta realizada a CNH
do Apelante, não consta as infrações de trânsito especificadas segundo o
Código de Trânsito Brasileiro, sendo identificadas apenas por Portaria de
órgão administrativo, o que como percebemos já macula o ato administrativo,
além da não identificação correta do proprietário e condutor do veículo.

Sendo esta medida de extrema necessidade e justiça requer o


Apelante, que seja reformada a sentença primeva para declarar a nulidade dos
autos de infração trazidos à baila, tendo em vista, a prova de que as infrações
não foram cometidas pelo Apelante e os indícios de que houve fraude por parte
de terceiros, além da não identificação do condutor e do proprietário do
veículo, posto que foi atribuída erroneamente a propriedade do mesmo ao
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Apelante, seja em virtude de fraudes ou confusão com homônimos ou
qualquer outro motivo equivocado, sendo veemente insubsistentes as
autuações geradas em seu nome!

IV.II – DA REFORMA DA SENTENÇA PARA CONDENAR AS APELADAS AO


PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS AO APELANTE

O D. Magistrado de 1º grau julgou improcedente o pedido na exordial


de indenização por danos morais, pois entendeu que não houve conduta ilícita
das Apeladas no sentido de preencher o requisito caracterizador da
responsabilidade civil.

De fato, é sabido que para a configuração da responsabilidade civil


é preciso estarem presentes os pressupostos legais descritos no art. 927 do
Código Civil Brasileiro. Não obstante, o Apelante comprova nos autos
mediante os documentos anexados a exordial e depoimento de testemunha
que preenche todos os requisitos para tanto.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187),
causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,


independentemente de culpa, nos casos especificados em
lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo
autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem.

Veja bem, no caso sub judice presentes estão todos estes requisitos,
eis que a empresa Apelada efetivamente cometeu ato ilícito ao expedir
autuações e multas de trânsito por infrações não cometidas pelo Apelante e
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ainda determinar a suspensão da sua CNH, compelindo-o a realizar curso de
reciclagem.

A conduta Estatal foi danosa e abusiva, ofendeu direitos basilares


do Apelante, constituindo-se em verdadeiro abuso de poder e confiança. Foi
além do limite permitido em lei e ofendeu direitos personalíssimos do
Apelante, e nesta toada, o dano moral reside dos próprios fatos narrados, pois
atribuir a infração de transito cometida por um veículo que não é e nunca foi
de sua propriedade, causando lhes transtornos imensuráveis, visto que teve
sua CNH cassada, e por isso necessário se fez a realização de curso de
reciclagem e ainda permanece impedido de dirigir os veículos que de fato são
de sua propriedade.

Dano moral, frise-se é o dano causado injustamente a outrem, que


não atinja ou diminua o seu patrimônio; é a dor, a mágoa, a tristeza infligida
injustamente a outrem com reflexo perante a sociedade, o Apelante não
poderia ser nem ao menos condutor do referido veículo, pois estava em seu
trabalho nos horários das infrações, sendo totalmente abusivas a infrações
aplicadas.

Não se pode deixar de favorecer compensações psicológicas ao


ofendido moralmente que, obtendo a legítima reparação satisfatória, poderá,
porventura, ter os meios ao seu alcance de encontrar substitutivos, ou alívios,
ainda que incompletos, para o sofrimento. Já que, dentro da natureza das
coisas, não pode o que sofreu lesão moral recompor o "status quo
ante" restaurando o bem jurídico imaterial da honra, da moral, da autoestima,
da dignidade da pessoa humana agredidos.

Harmonizando os dispositivos legais feridos é de inferir-se que a


reparação satisfatória por dano moral é abrangente a toda e qualquer agressão
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às emanações personalíssimas do ser humano, tais como a honra, dignidade,
reputação, liberdade individual, vida privada, recato, abuso de direito, enfim,
o patrimônio moral que resguarda a personalidade no mais lato sentido.

Quanto a suspensão indevida de CNH, como ocorreu no presente


caso, geral dano moral, in re ipsa, que dispensa a comprovação do dano
sofrido pelo Apelante, senão vejamos algumas ementas:

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITOS CIVIL E PROCESSUAL


CIVIL. AÇÃO ANULATÓRIA. INDEVIDA SUSPENSÃO DA
CNH DO AUTOR/APELADO. ERRO ADMINISTRATIVO
COMETIDO PELO DETRAN/TO. DANO MORAL IN RE
IPSA CONFIGURADO. 1. A suspensão indevida da
Carteira Nacional de Habilitação (CNH) gera indenização
por dano moral, porquanto limitar o direito fundamental
de locomoção do indivíduo (art. 5º, XV, CRFB), ultrapassa
os meros dissabores cotidianos. 2. A suspensão indevida
da CNH configura dano moral presumido (in re ipsa).
Precedentes. 3. Caso concreto em que o autor/apelado
teve a sua CNH suspensa por erro administrativo
praticado pelo DETRAN/TO, que, ao aplicar a
penalidade de suspensão do direito de dirigir a um
determinado infrator de trânsito, acabou por cominar
referida sanção ao autor/apelado, que jamais cometera
qualquer infração de trânsito. INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS. REDUÇÃO DO QUANTUM
INDENIZATÓRIO. DESCABIMENTO. VALOR FIXADO NA
ORIGEM QUE É RAZOÁVEL. 4. A indenização por dano
moral tem tríplice função: a compensatória (reparatória,
ressarcitória ou indenizatória), isto é, a de mitigar o
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sofrimento da vítima; a punitiva, qual seja, a de sancionar
o infrator pelo ilícito que ele cometeu; e, por fim, a
preventiva, vale dizer, para dissuadir o cometimento de
novos atos ilícitos. Doutrina civilista. Jurisprudência. 5.
Para a fixação de indenização por danos morais são
levadas em consideração as peculiaridades da causa, em
montante que desestimule o ofensor a repetir o ilícito, sem
constituir, de outro lado, enriquecimento indevido. 6. É
razoável e, portanto, atende à tríplice função da
indenização por danos morais o quantum fixado em R$
10.000,00 (dez mil reais) para o caso de reparação de
danos extrapatrimoniais causados ao autor, que teve a
sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH)
indevidamente suspensa por erro cometido pelo
Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN/TO),
que, ao suspender a CNH de um infrator de trânsito,
qualificou-o erroneamente e suspendeu o documento
que permitia o autor dirigir veículo automotor. Erro
praticado pela Administração Pública que causou danos
morais ao autor, que teve a sua CNH suspensa, mesmo
sem ter praticado qualquer infração de trânsito que
justificasse a cominação de tal penalidade. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS. REFORMA. FIXAÇÃO
NA ORIGEM EM VALOR EXCESSIVO. 7. É excessiva e
desarrazoada a fixação de honorários advocatícios
sucumbenciais em 20% (vinte por cento) do valor da
condenação imposta à Fazenda Pública estadual,
notadamente quando a causa não é complexa, não houve
a necessidade de prática, pelo advogado da parte
vencedora, de atos processuais em comarca diversa da de
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origem e, por fim, quando sequer houve audiência
instrutória, já que o feito foi julgado antecipadamente. 8.
Apelação cível conhecida e parcialmente provida.
Reformada parcialmente a sentença, única e
exclusivamente para reduzir os honorários advocatícios
sucumbenciais para o equivalente a 10% (dez por cento)
do valor da condenação imposta, na origem, ao
réu/apelante. (TJ-TO - AC: 00196403520188270000,
Relator: ETELVINA MARIA SAMPAIO FELIPE) Grifou-se.

Compra e venda de veículos. Indenizatória de danos


materiais e morais, fundada no atraso na transferência do
veículo, o que ocasionou imposição de multa
administrativa, pontuação indevida na carteira da
autora e implicações, suspensão / cassação da CNH
provisória. Sentença de parcial procedência. Dano
moral caracterizado. Pedido de majoração da reparação
moral. Indenização bem fixada no montante de R$
10.000,00, adequada à hipótese dos autos, atingindo sua
finalidade sancionatória ao ofensor e compensatória à
vítima. Determinação de ofício ao Detran para retirada da
multa e pontuação correspondente. Apelo provido em
parte. (TJ-SP - APL: 10156275620168260005 SP
1015627-56.2016.8.26.0005, Relator: Soares Levada,
Data de Julgamento: 14/01/2019, 34ª Câmara de Direito
Privado, Data de Publicação: 14/01/2019) Grifou-se.

Destaca-se que para a Constituição Federal Brasileira, considerada


como Constituição Cidadã, a integridade moral tem valor idêntico e tão

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relevante como a integridade física, eis que esta buscou resguardar, ao
máximo, por meio do art. 5º, incisos V e X a integridade moral do ser humano.

Nesse sentido, cumpre destacar que em casos como tal é de suma


importância a observância do princípio da reparação integral, conforme
explica o Doutrinador Sérgio Cavalieri Filho, veja-se:

O anseio de obrigar o agente, causador do dano, a repará-


lo inspira-se no mais elementar sentimento de justiça. O
dano causado pelo ato ilícito rompe o equilíbrio jurídico-
econômico anteriormente existente entre o agente e a
vítima. Há uma necessidade fundamental de se
restabelecer esse equilíbrio, o que se procura fazer
recolocando o prejudicado no status quo ante. Impera
neste campo o princípio da restitutio in integrum, isto é,
tanto quanto possível, repõe-se a vítima à situação
anterior à lesão. Isso se faz através de uma indenização
fixada em proporção ao dano. Indenizar pela metade é
responsabilizar a vítima pelo resto (Daniel Pizzaro, in
Daños, 1991). Limitar a reparação é impor a vítima que
suporte o resto dos prejuízos não indenizados.1

A restituição da vítima ao estado em que se encontrava antes da


ocorrência do ato ilícito constitui uma exigência da justiça comutativa (ou
corretiva), sob pena de não se realizar a função primordial da responsabilidade
civil.

1
Cavalieri Filho, Sergio. Programa de responsabilidade civil – 11. ed. – São Paulo : Atlas, 2014.
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Ademais, cumpre mencionar que a indenização por danos morais
deve atender às peculiaridades de cada caso, devendo o magistrado, de forma
prudente, atender a dupla finalidade da indenização: reparatória e
pedagógica (teoria do desestímulo).

Ou seja, enquanto as respeitáveis figuras do judiciário continuarem


por banalizar o quantum da condenação do dano moral, depararemos com
um judiciário abarrotado de demandas com pedidos de danos morais
devido as condutas que se repetem contra os consumidores, como é o
caso em discussão.

Nessa vertente, e diante da decisão proferida, alguns


desembargadores e até mesmo ministros já vem acertadamente utilizando o
método bifásico para analisar a adequação de valores referentes a
indenização por danos morais.

Sucintamente, o método bifásico é divido em 2 fases, do qual


primeiramente será considerado o interesse jurídico lesado, em
conformidade com os precedentes jurisprudenciais que apreciaram casos
semelhantes, e essa análise resultará o valor básico para a indenização.
E em um segundo momento, as peculiaridades e circunstâncias do caso
(gravidade do fato em si, culpabilidade do agente, culpa concorrente da
vítima, condição econômica das partes) é que dará mais segurança ao juiz
para alcançar o montante definitivo.

O ministro Paulo de Tarso Sanseverino do Superior Tribunal de


Justiça em seu RECURSO ESPECIAL No 1.152.541 - RS (2009/0157076-0)
pondera perfeitamente a utilização do método bifásico, e assim, novos julgados
passaram aplicar a referida sistemática, que nas palavras do ministro Luiz
Felipe Salomão, "Realmente, o método bifásico parece ser o que melhor atende
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às exigências de um arbitramento equitativo da indenização por danos
extrapatrimoniais, uma vez que minimiza eventual arbitrariedade de critérios
unicamente subjetivos do julgador, além de afastar eventual tarifação do dano."

Nesta senda, cumpre destacar o conceito de ato ilícito trazida pelo


Código Civil em seu art. 186, in verbis:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,


negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito. (grifou-se)

No que tange a Reponsabilidade do ente público, o ato ilícito é


considerado praticado, quando não há um mandamento legal que autorize a
conduta do estado, posto que, a agente público somente poderá agir nos
limites estabelecidos pela lei.

O Código Civil buscou, no âmbito da Responsabilidade Civil, abarcar


não apenas a reparação dos danos que atingem o patrimônio dos indivíduos,
mas também àqueles de ordem exclusivamente moral, ou seja, aqueles que
ferem a liberdade, a honra, a saúde (mental ou física), a imagem e intimidade
dos cidadãos.

Sobre valor a ser fixado a título de dano moral não se tem no


ordenamento jurídico brasileiro limites pré-determinados para o arbitramento
de tal dano, contudo, existem alguns requisitos para se chegar ao valor da
condenação.

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Dentre estes requisitos tem-se a proporcionalidade e a
razoabilidade, os quais o juiz deve-se valer a fim de se determinar um
montante justo.

Pela proporcionalidade se entende que ao fixar o valor do dano moral


o douto julgador deve observar que o montante da condenação deve ser
equivalente à lesão sofrida, desta forma se tem também a razoabilidade, pois
verificando a correspondência entre o valor estabelecido e o dano, o
magistrado se utiliza do bom senso e da lógica.

Outro ponto a ser suscitado é do caráter pedagógico do dano


moral, vez que este deve educar o condenado a não praticar mais o ato danoso
além de servir como exemplo social, com o propósito de reprimir a sociedade
em geral de condutas semelhantes.

Por último, têm-se as condições econômicas tanto de quem


indenizará quanto de quem será indenizado, ora aqui não se roga
enriquecimento ilícito, apenas a observação das condições financeiras das
Apeladas, que no caso em análise são entidades estatais, para que não seja
decretado um valor ínfimo que não terá caráter punitivo e nem compensará o
dano, posto que as demandadas tem elevada condição financeira e seria
indiferente o pagamento de baixo valor pecuniário.

Por todo exposto, requer o Apelante a reforma da sentença primeva


para condenar as Apeladas ao pagamento de indenização por danos morais
que deve ser fixada em valor não inferior a R$60.000,00 (sessenta mil reais),
valor este justo, sensato e atendendo assim a todos os requisitos para
arbitramento de dano moral.

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Não obstante, caso não seja esse o entendimento de Vossas
Excelências, o que não se acredita, requer a Vossas Excelências dignem-se
arbitrar indenização justa e proporcional à extensão do dano, levando-se em
conta os princípios da proporcionalidade e razoabilidade.

IV.III – DA REFORMA DA SENTENÇA PARA CONDENAR AS APELADAS AO


PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAS EM RAZÃO DO
CURSO DE RECICLAGEM

Segundo prescreve o art. 186 do Código Civil, aquele que, por ação
ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Também preceitua o art. 927 do Código Civil:

“Aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.”

Assim, de acordo com as normas positivadas em nosso ordenamento


jurídico, o dano causado ao Apelante é proveniente de ato ilícito, gerando a
obrigação de indenizar.

Não há dúvidas que no caso em questão o dano causado ao Apelante


se revestiu de imprudência e negligência, causada pelo o estado, ao atribuir
ao Apelante a propriedade de um veículo com placa de Brasília/DF e que
nunca foi de sua propriedade, conforme robustamente comprovado.

Não dando-lhe sequer direito ao contraditório e ampla defesa, posto


que nunca foi notificado dos autos de infração, sendo surpreendido com a

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cassação de sua CNH e ainda obrigado a realizar curso de reciclagem, além de
ficar impedido de dirigir os veículos que são realmente de sua propriedade.

Em razão desse fato, teve o Apelante que arcar com diversas


despesas, causando danos patrimoniais que podem ser claramente
demonstrados nos documentos anexos à exordial.

1. Curso de Reciclagem no valor de R$ 500,00


(quinhentos reais)
2. Simulado DIRETRAN no valor de R$ 20,00 (vinte
reais)
3. Manual do aluno DIRETRAN no valor de R$ 20,00
(vinte reais)

Ainda, há diversas jurisprudências que entende ser devida a indenização por


danos materiais nos casos em que o indivíduo necessita realizar o curso de
reciclagem em razão de suspensão indevida de CNH, senão vejamos:

RESPONSABILIDADE CIVIL - Dano material e moral –


Indicação fraudulenta do nome do autor como
condutor de veículo em auto de infração de trânsito,
resultando suspensão prolongada do direito de dirigir,
além da necessidade de participar de curso e exame de
reciclagem – Autorização para indicação não comprovada
– Perícia grafotécnica criminal que concluiu que as
assinaturas não partiram do punho do autor – Ato ilícito,
dano, culpa e nexo causal configurados – Indenizações
devidas – Montante arbitrado com razoabilidade - Pedido
procedente – Ratificação dos fundamentos da sentença
(art. 252, RITJSP/09) – Recurso improvido.
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(TJ-SP - AC: 10252731620188260007 SP 1025273-
16.2018.8.26.0007, Relator: Luiz Antonio de Godoy, Data
de Julgamento: 08/09/2020, 1ª Câmara de Direito
Privado, Data de Publicação: 08/09/2020)

Assim, ora Ilustre Relator, uma vez reconhecida a insubsistência dos


autos de infrações, merece ser a sentença reformada para condenar as
Apeladas a indenizar o Apelante pelo dano material experimentando
resultante do desembolso com as despesas do curso de reciclagem, pelo que
se requer.

IV.IV – DA INCIDÊNCIA DOS JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA


A PARTIR DA DATA DE OCORRÊNCIA DO ATO ILICITO

Havendo reforma da r. sentença recorrida, é justo e correto que os


juros moratórios e a correção monetária incidam desde a prática do ato ilícito,
que no caso foi a data da expedição do primeiro auto de infração em desfavor
do Apelante, conforme prega o art. 398 do Código Civil Brasileiro, veja o artigo
in verbis:

Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito,


considera-se o devedor em mora, desde que o praticou.

Este também é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, veja


a súmula 43 do STJ:

Súmula 43/STJ - 12/07/2016. Correção monetária.


Ato ilícito. Responsabilidade civil. Incidência a partir
do efetivo prejuízo. CCB, art. 159. CCB/2002, art. 186.

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«Incide correção monetária sobre dívida por ato ilícito a
partir da data do efetivo prejuízo.»

Veja bem, o caráter antijurídico da conduta das Apeladas se


caracterizou no momento em que estas expediram autos de infrações ao
Apelante, sendo que o mesmo jamais fora proprietário do veículo autuado,
tampouco esteve nos locais da autuações naquelas datas e horários, assim, a
incidência da correção monetária e dos juros de mora deve ocorrer a partir da
data da expedição do primeiro auto de infração em desfavor do Apelante até o
pagamento da condenação, e sequer incidir juros de mora a partir da citação.

Há jurisprudências do Tribunal de Minas Gerais neste mesmo


sentido:

APELAÇÕES CÍVEIS - AÇÃO DECLARATÓRIA DE


INEXISTÊNCIA DE DÍVIDA C/C INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS - RESPONSABILIDADE CIVIL - ATO
ILÍCITO - EXCLUDENTE - AUSENCIA - DANOS MORAIS -
RECONHECIMENTO - QUANTUM INDENIZATÓRIO -
JUROS - CORREÇÃO MONETÁRIA - MARCO INICIAL -
SENTENÇA REFORMADA EM PARTE - PRIMEIRO
RECURSO PROVIDO EM PARTE - SEGUNDO RECURSO
NÃO PROVIDO. - O CDC adotou a responsabilidade
objetiva ao prestador de serviços, conforme prevê em seu
artigo 14. - É devida a reparação por danos morais pela
instituição financeira, quando no ato da contratação não
age com a necessária cautela ao possibilitar a fraude de
terceiros na contratação de empréstimos. - Comprovados
os descontos indevidos, evidenciado o dano moral
indenizável pela conduta negligente do banco com prejuízo
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para a parte autora que se viu privada de parte de sua
pensão do INSS. - Na fixação do quantum devido a título
de danos morais, o Julgador deve pautar-se pelo bom
senso, moderação e prudência, sem perder de vista que,
por um lado, a indenização deve ser a mais completa
possível e, por outro, ela não pode tornar-se fonte de lucro.
[...] Quanto ao início da incidência de juros de mora,
em mudança de posicionamento, urge a determinação
da fluência do encargo desde o evento danoso, de
acordo com a Súmula 54 do STJ e o art. 398 do CC. -
Sentença reformada em parte. Primeiro recurso provido
em parte. Segundo recurso não provido. (TJ-MG - AC:
10687120074863001 MG, Relator: Mariângela Meyer,
Data de Julgamento: 23/09/2014, Câmaras Cíveis / 10ª
CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 03/10/2014)
(Grifo Nosso)

Diante o exposto, é imprescindível que a r. sentença seja reformada


a fim de que seja aplicada a letra da lei expressa no art. 398 do Código Civil,
e consequentemente que incidam os juros de mora e correção monetária da
quantia imposta às Apeladas a partir da data da expedição do primeiro auto
de infração em desfavor do Apelante, por ser medida de justiça!

IV.V – DA CONDENAÇÃO DAS APELADAS A PAGAREM HONORÁRIOS


ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS EM 20% (VINTE POR CENTO) SOBRE O
VALOR DA CONDENAÇÃO

Diante a improcedência da demanda, o D. Magistrado de 1º grau


entendeu pela sucumbência do Apelante, condenando-a ao pagamento de
custas e honorários de sucumbência fixados em 10% (dez por cento) sobre o
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valor atualizado da causa, ficando suspensa a exigibilidade em razão do
Apelante litigar sob os auspícios da justiça gratuita.

Ora Exa., com a reforma parcial da sentença, com a declaração de


nulidade dos autos de infrações e com a condenação das Apeladas ao
pagamento de indenização por danos morais e materiais, deverá a r. sentença
também ser reformada no sentido de que as Apeladas sejam condenadas ao
pagamento integral das custas e honorários advocatícios no importe de 20%
do valor da condenação e seus acessórios ou não sendo possível mensurar o
quantum, sobre o valor atualizado da causa, visto que, não é justo os Apelantes
arcarem com custas processuais e honorários de sucumbência, sendo que, de
fato o direito do Apelante foi reconhecido por meio desta ação.

Além disso, esta é valoração correta e estaria proporcional aos


serviços prestados pelos patronos do Apelante.

O art. 85 do Novo Código de Processo Civil assim dispõe, in verbis:

Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar


honorários ao advogado do vencedor.
§ 1o São devidos honorários advocatícios na reconvenção,
no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na
execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos,
cumulativamente.
§ 2o Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e
o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação,
do proveito econômico obtido ou, não sendo possível
mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos:
I - o grau de zelo do profissional;
II - o lugar de prestação do serviço;
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Número do documento: 20091817313136300000714194152


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III - a natureza e a importância da causa;
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido
para o seu serviço.

Diante o exposto, deve-se considerar para fixação dos honorários


advocatícios a complexidade do trabalho realizado pelos advogados do
Apelante, a qualidade de suas peças, o zelo profissional, o tempo despendido,
lembrando que o processo perdura por quase cinco anos, e também o valor da
causa, que no caso em questão é de R$ 60.540,00 (sessenta mil, quinhentos
e quarenta reais).

Bem como, destaca-se especial atenção para as condições


financeiras das Apeladas, são entes estatais, possuindo plenas condições de
arcar com honorários de 20% sob o valor da condenação ou sobre o valor
atualizado da causa.

Além disso, para a fixação dos honorários advocatícios deve-se


considerar ainda, o disposto no artigo 36 do Código de Ética e Disciplina, que
determina a necessidade de ponderação na cobrança dos honorários,
considerando-se a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade das
questões versadas na demanda, o que neste caso, evidenciam-se ser bem
complexas tendo em vista o grau de zelo e complexidade tanto da petição
inicial, quanto de todas manifestações e recursos elaborados na demanda em
questão.

Portanto, uma vez que o Apelante é beneficiário da justiça gratuita,


devem ser as Apeladas condenadas integralmente pelas custas e despesas
processuais e honorários advocatícios, que requer seja no percentual de 20%
do valor da condenação ou não sendo possível mensurar o proveito econômico

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Número do documento: 20091817313136300000714194152


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obtido sobre o valor atualizado da causa, por ser medida de mais inteira
justiça.

V - CONCLUSÃO

Diante dos fundamentos acima, que se somam ao acervo probatório


produzido nos autos, REQUER à Vossa Excelência:
a) Seja conhecido/admitido o presente Recurso de Apelação, eis que
demonstrados todos os requisitos objetivos e subjetivos de
admissibilidade;

b) Seja, preliminarmente, concedido os benefícios da Justiça


Gratuita Recursal, com amparo nos arts. 98 e 99 do CPC/2015
c/c as alterações das Leis de nº 7.115/83 e 7.510/86, bem ainda
no art. 5º, inciso LXXIV, da CRFB/88, nesta fase recursal, haja
vista que o Apelante não pode demandar em juízo sem prejuízo
do sustento próprio e da sua família;

c) Seja provido o presente Recurso de Apelação para o fito de


reformar a r. sentença nos pontos recorridos pelo Autor, e por
fim: a) declarar a nulidade de todos os autos de infrações, ora
objeto da presente lide, bem como, bem como, b) para condenar
as Apeladas ao pagamento da indenização por danos morais no
importe não inferior a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) ou, caso
não seja este o entendimento de V.Exa., em valor justo e
proporcional à extensão do dano sofrido e, por fim, c) para
condenar as Apeladas ao pagamento de indenização por danos
materiais no valor de R$540,00 (quinhentos e quarenta reais),
por ser medida de inteira justiça!

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Número do documento: 20091817313136300000714194152


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d) Que incida do valor da condenação correção monetária e juros
de mora desde a data da ocorrência do ato ilícito, qual seja, a
data da expedição do primeiro auto de infração em desfavor do
Apelante, nos termos do art. 389 do CC/02;

e) Seja a Apelada condenada aos honorários advocatícios


sucumbenciais de 20% do valor da condenação ou não sendo
possível mensurá-la, sobre o valor atualizado da causa nos
termos do art. 85, §2º e §11 do CPC/15;

Nestes termos,
Pede e espera deferimento.

Uberlândia/MG, 18 de setembro de 2020.

FERNANDO SUSIA LELIS JÚNIOR ISABELLA CRISTINA NEVES SILVA


OAB/MG 138.462 OAB/MG 142.617

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Recurso de Apelação. Arquivo em PDF.

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Recurso de Apelação. Arquivo em PDF.

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ESTADO DE MINAS GERAIS
ADVOCACIA-GERAL DO ESTADO
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________________________________________________________________

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA


DA FAZENDA PÚBLICA E AUTARQUIAS DA COMARCA DE
UBERLÂNDIA – MINAS GERAIS

Processo n.º: 5023231-06.2016.8.13.0702


Requerente: José Carlos Silva
Requerido: Estado de Minas Gerais

O ESTADO DE MINAS GERAIS, nos autos em epígrafe


discriminados, por sua Procuradora que esta subscreve, vem, à presença de Vossa
Excelência, tempestiva e respeitosamente, apresentar CONTRARRAZÕES à
Apelação de Id, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas, requerendo sua
juntada e regular processamento, com as formalidades e homenagens de estilo.

Termos em que,
Pede deferimento.

Uberlândia, 22 de setembro de 2020.

LARISSA RODRIGUES RIBEIRO


Procuradora do Estado
OAB/MG 142.366 MASP 1.327.248-9

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Autos n°: 5023231-06.2016.8.13.0702

CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO

Colenda Câmara,

Ínclitos Julgadores,

Não há qualquer razão que justifique o pedido de reforma da r.


sentença proferida pelo MM. Juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da
comarca de Uberlândia nos moldes em que pretende o apelante, como se verá
adiante:

I – SÍNTESE DA INICIAL

Trata-se de ação proposta em desfavor do Estado de Minas Gerais,


do DEER-MG e do DETRAN - DF, objetivando seja declarada a nulidade de
infrações de trânsito em nome do autor, cometidas com o veículo de placa JHP-
0269 na Rodovia BR-497, com a consequente retirada dos pontos do prontuário
do autor.

Requereu, outrossim, a condenação do requerido ao pagamento de


indenização por danos morais, bem como de danos materiais, uma vez que ao ter
sua CNH suspensa, teve de realizar curso de reciclagem.

Alega que foi notificado de diversas infrações de trânsito cometidas


com o referido veículo e que não é proprietário deste e que à época dos fatos,
estava em seu trabalho, não tendo sido responsável por tais infrações de trânsito.

Ao final, pleiteiou a condenação do Estado ao pagamento de


honorários contratuais, em 30% do valor da causa e de custas processuais e
honorários sucumbenciais, em 20% do valor da causa.

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Após a oposição dos réus à pretensão da parte autora e da instrução
do processo, o juiz julgou improcedente os pedidos contidos na inicial. Condenou,
outrossim, o apelante em honorários advocatícios no montante de 10% do valor
da causa, cobrança esta suspensa em razão da concessão dos benefícios da
assistência judiciária gratuita.

Inconformado com a r. decisão, apresentou o apelante o presente


recurso, pugnando pela reforma da r. sentença.

No entanto, não estão seus reclamos, data venia, a merecer acolhida


por parte deste Egrégio Sodalício, como adiante se verá.

II - RESPOSTA ÀS RAZÕES DE RECURSO

II.1 - PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE E VERACIDADE DOS ATOS


ADMINISTRATIVOS

O apelante requer seja o Estado compelido a cancelar as infrações de


trânsito, bem como a pontuações e as multas geradas.

A fiscalização de trânsito e a aplicação de multas são atos


administrativos, mais especificamente atos de poder de polícia, e, como tal, gozam
de presunção de legitimidade e veracidade.

Nesse sentido:
“(...) Os atos administrativos, quando
editados, trazem em si a presunção de legitimidade, ou seja, a
presunção de que nasceram em conformidade com as devidas
normas legais, como bem anota DIEZ. Essa característica não
depende de lei expressa, mas deflui da própria natureza do ato
administrativo, como ato emanado de agente integrante da
estrutura do Estado.
Vários são os fundamentos dados a essa característica. O
fundamento precípuo, no entanto, reside na circunstância de
que se cuida de aos emanados de agentes detentores de parcela
do Poder Público, imbuídos, como é natural, do objetivo de
alcançar o interesse público que lhes compete proteger. Desse
modo, inconcebível seria admitir que não tivessem a aura de
legitimidade, permitindo-se que a todo momento sofressem
algum entrave oposto por pessoas de interesses contrários. Por

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esse motivo é que se há de supor que presumivelmente estão em
conformidade com a lei.(...)” (José dos Santos Carvalho Filho,
“Manual de Direito Administrativo”, 13ª ed., Lumen Juris
editora, Rio de Janeiro, 2005, p. 98).

Portanto, as autuações que o autor pretende descaracterizar, por se


tratarem de ato administrativo praticado por autoridade estatal, presumem-se
legítimas, e os fatos nela insculpidos presumem-se verdadeiros.

Nesse sentido é a pacífica e remansosa jurisprudência, como


exemplifica o seguinte aresto:

APELAÇÃO CÍVEL. MULTA DE TRÂNSITO. BHTRANS.


AGRAVOS RETIDOS. PEDIDO EXPRESSO PARA EXAME.
PRELIMINAR. REJEIÇÃO. ILEGITIMIDADE PASSIVA DO
MUNICÍPIO. OCORRÊNCIA. ANULAÇÃO DA AUTUAÇÃO.
OPORTUNIDADE. PROVA INEQUÍVOCA. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS. INTELIGÊNCIA DO ART. 20, ' 41, DO
CPC. RECURSOS A QUE SE
NEGAM PROVIMENTO. 1. Se a legitimação passiva está
ligada àquele em face do qual a pretensão levada a juízo deverá
produzir seus efeitos, se acolhida, na hipótese compete
exclusivamente à BHTRANS a execução das atribuições do
trânsito municipal. 2. ""Os atos administrativos gozam de
presunção de legitimidade e veracidade, principalmente
aqueles vinculados à atividade fiscalizadora do Estado. No
entanto, em se tratando de uma presunção ""iuris tantum"", tais
atos praticados não são intocáveis, podendo ser anulados
acaso comprovado pelo autor o abuso da autuação. Em outros
termos, a autuação de trânsito lavrada pelo policial militar
goza da presunção de legitimidade e veracidade ""iuris
tantum"", que somente pode ser ilidida por prova em contrário
a cargo do particular"". 3. Negar provimento aos agravos
retidos, rejeitar a preliminar e, no mérito, negar provimento do
apelo principal e ao recurso adesivo. (Autos n.º
1.0024.03.998273-1/003, Relator CÉLIO CÉSAR PADUANI,
publicado em 04/08/2005; grifos não originais).

Posto isto, tem-se que correto se mostra o procedimento adotado pelo


DETRAN/MG. O Estado, no presente caso, age única e exclusivamente em
observância ao princípio da legalidade constitucionalmente consagrado e
amparado.

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Ademais, o autor não trouxe aos autos qualquer elemento que
afastasse as presunções de legitimidade e veracidade contidas nas autuações de
trânsito em tela, razão pela qual não há como se descaracterizar a multa, já
que decorrente do estrito cumprimento do dever legal.

Excelências, é sabido e consabido que, antes de ser aplicada a multa,


o infrator recebe uma notificação que lhe confere prazo para impugnar o fato antes
deste ser convertido em multa.

Nesse momento, poderia a parte autora ter se dirigido ao órgão


competente e contestado o fato, comprovando que não estava no local quando da
ocorrência do fato, etc.

Ora, obtendo êxito na comprovação do quanto alegado, a multa


sequer teria sido aplicada ao autor.

Contudo, o ora recorrente sequer tentou resolver a celeuma na esfera


administrativa, ao contrário, ingressou no Judiciário querendo o cancelamento dos
pontos em seu prontuário e, ainda, danos morais e materiais.

Excelências, é esse tipo de conflito (se é que há conflito


propriamente dito) que abalroa o Poder Judiciário, sendo que a procedência
dos pedidos iniciais servirá somente para solidificar o pensamento popular
que notoriamente está se formando: “Ir ao DETRAN dá muito trabalho. É
melhor ir ao judiciário que lá o Juiz manda e o DETRAN tem que cumprir.”

Destarte, não há que se falar em reforma da r. sentença, razão pela


qual sua manutenção é a medida que se impõe.

II.2 – DA INEXISTÊNCIA DO DEVER DO RÉU DE INDENIZAR –


AUSÊNCIA DE CONDUTA ESTATAL

Conforme acima explanado, de rigor explicitar que não se verificou


qualquer conduta estatal que pudesse ensejar a condenação em danos materiais ou
morais como requerida pelo recorrente.

Para configuração da responsabilidade objetiva das pessoas jurídicas


de direito público o ordenamento jurídico reclama a presença de três elementos
indispensáveis à configuração do dever de indenizar, consistentes na conduta do

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agente público, no dano e no nexo de causalidade entre os dois primeiros. Para
fins de ressarcimento na hipótese de atos comissivos, nos termos do artigo 37, §6.º
da Constituição de 1988, compete à parte comprovar o nexo de causalidade entre
o prejuízo sofrido e a conduta estatal.

Analisando os termos da petição inicial, verifica-se que há pedido de


indenização por danos materiais e morais.

Todavia, conforme acima salientado, a conduta estatal em apreender


o veículo foi legítima.

Assim, não há fato que dê causa aos supostos danos alegados pelo
autor e não há de se cogitar de culpa estatal.

Por essas razões, não poderá o Estado ser responsabilizado pelo


pagamento de indenização ao autor, pois a entidade governamental só responde
pelos atos praticados por seus agentes no efetivo exercício da função pública, nos
termos do artigo 37, §6.º da Constituição de 1988, e dessa maneira, comprova-se
que não houve conduta do Estado (ação ou omissão) que dê ensejo à tal
responsabilidade.

Pelo exposto, não há que se falar em nexo de causalidade entre


qualquer conduta do réu e os danos sofridos pelo ora recorrente, repelindo-se suas
pretensões e mantendo-se a r. sentença tal como lançada.

II.3 - AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE DANOS MATERIAIS

No que tange ao cabimento da reparação do dano material, não há


sequer prova robusta que demonstre a efetiva diminuição patrimonial, já que o
dano meramente hipotético não é passível de ser indenizado.

Neste sentido, vale à pena transcrever o que leciona Carlos Alberto


Bittar, que define: “a) SÃO PATRIMONIAIS os prejuízos de ordem econômica
causado por violações a bens materiais ou imateriais de seu acervo. (...)”
(Reparação civil por danos morais. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 1993.
pág. 28).

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Previamente cabe destacar que não restou comprovado nos autos que
o ora recorrido tenha sofrido prejuízos financeiros em decorrência da conduta
estatal, já que o dano material deve ser certo e demonstrado de plano.

Dessa forma, como não há qualquer demonstração de ocorrência de


dano material, a r. sentença deverá ser mantida.

II.4 - DO NÃO CABIMENTO DOS DANOS MORAIS - AUSÊNCIA DE


CONDUTA ESTATAL – AUSÊNCIA DE PROVAS DO SUPOSTO DANO
SOFRIDO – VEDAÇÃO AO ENRIQUECIMENTO ILÍCITO

Há de ressaltar que o apelo se funda em fato totalmente descabido e


insubsistente para a configuração de qualquer tipo de dano, muito menos “moral”.

Insta salientar também que não restou configurada qualquer


conduta culposa ou dolosa do Estado, muito menos o nexo de causalidade
com o suposto dano que, em verdade, não existiu, restando claro que não há
que falar em indenização por danos morais.

Por outra vertente, não obstante a ausência de conduta do Estado e


o nexo de causalidade, verifica-se também que não restou configurado qualquer
tipo de dano moral.

Cabe observar que as ações de dano moral chegaram ao nefando


status de serem lenitivas à sociedade em geral. A exacerbação das pretensões, e a
perda do senso de equilíbrio e de equidade, que devem nortear as pretensas
indenizações, foram sobrepujadas pela facilidade de se auferir vantagem com a
simples alegação de dor, sofrimento, angústia, isolamento, execração, infâmia,
desprestígio social, causadas por uma possível ofensa à moral “ilibada” do
indivíduo, que permitem dar escancha à reparação, e que contribuem
decisivamente para estabelecer a verdadeira “indústria” das indenizações.

O dano moral no Brasil banalizou-se e desmoralizou-se face a


pretensões que fogem ao regramento específico, aplicando-se a casos sem razão
de ser, que levaram ao desprestígio do instituto.

Obtempere-se tal vertente com a sagacidade de Yussef Said Cahali:

“Há neste momento um sério risco de o Brasil atingir o nível


desproporcional em que chegaram os Estados Unidos, onde todo e
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ESTADO DE MINAS GERAIS
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qualquer produto contém em sua embalagem, advertências de toda
ordem, visando prevenir possíveis ações judiciais, bem como as
escolas recusam-se a dar qualquer remédio ao seus alunos, ainda que
uma aspirina, com receio de que lhes cause uma reação adversa, que
enseje uma ação de indenização, bem como tantos outros casos. É a
tipica pretensão de prevenir o absurdo com o despropositado, de
modo a impedir ao insensato com o ‘non sense’”. (grifo nosso)

Para que o dano causado enseje ressarcimento, deve-se observar


vários critérios para o seu pleno enquadramento, quais sejam:

a) intensidade da ofensa;

b) a extensão do prejuízo à imagem do ofendido;

c) o nexo de causalidade entre o ato ilícito e o dano efetivamente


causado.

Não atender a tais requisitos é portar-se contra os princípios gerais


de direito e todo o ordenamento.

Pela análise perfunctória da presente vexata, verifica-se que o


apelante não sofreu qualquer dano, qualquer turbação de sua honra ou moral,
pretendendo tão somente com esta increpável aventura judiciária, auferir lucro
indevido, uma vez que não houve existência de qualquer fato que gerasse
obrigação de indenizar do Estado.

Ora, se não existiu nenhum fato ou conduta antijurídica do


Estado, não há falar em qualquer reparação, de forma que nada é devido ao
apelante, sendo descabido o pedido de reforma da r. sentença com a
condenação do apelado em danos morais.

Quanto ao dano moral propriamente dito, o autor age no campo das


conjecturas, nada comprovando a esse respeito, ou seja, não se desincumbiu de
seu ônus de comprovar qual o dano efetivamente sofrido.

Segundo o renomado autor Rui Stoco, em sua obra Responsabilidade


Civil e sua Interpretação Jurisprudencial:

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“não basta que o agente haja procedido contra jus, isto é, não se
define a responsabilidade pelo fato de cometer um “erro de conduta”.
Não basta que a vítima sofra um dano, que é elemento objetivo do
dever de indenizar, pois se não houver um prejuízo, a conduta
antijurídica não gera obrigação de indenizar.” (p. 75)

No caso em tela, portanto, não há de se falar em danos morais, pois


restou configurada a inexistência de responsabilidade estatal pelo suposto evento
danoso.

Além disso, a teoria da reparação do dano baseia-se no princípio de


que a indenização só será devida se provado o dano sofrido pela vítima, sob
pena de enriquecimento ilícito.

A dor moral deve aflorar das provas dos autos para possibilitar sua
mensuração, sob pena de enriquecimento sem causa.

Nessa esteira, merecido transcrever trecho da obra de Silvio


Rodrigues, Curso de Direito Civil quando afirma que:

“(...) a responsabilidade civil patrimonial ou extrapatrimonial


possui pressupostos que, se não forem demonstrados, não geram
o dever de indenizar, quais sejam: a culpa; os danos; a relação
de causalidade entre a culpa e os danos”.

Ora, da narração do fato e instrução do feito não se vislumbra dano


moral que pudesse ter sofrido o apelante.

No caso em análise, não existe nos autos qualquer indício de que


o Estado tenha praticado alguma conduta ilegal, ou ainda, que tenha se
omitido em praticar alguma conduta necessária.

Destarte, o dano moral, sem prova convincente de suposto prejuízo à


imagem e honra, como no caso em apreço, não se consolida para efeitos de
ressarcimento, em especial se o requerente não demonstrou de forma robusta em
que consistiram os supostos danos morais.

Pode-se dizer, quando muito, que a parte autora sofrera meros


aborrecimentos e dissabores, uma vez que sua pretensão (realização de doação

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para suas filhas), fora concluída, sem que lhe acarretasse qualquer prejuízo, fato
este que afasta o dano moral indenizável. Nesse é a mais autorizada
jurisprudência:

“CIVIL. DANO MORAL. NÃO OCORRÊNCIA.


O mero dissabor não pode ser alçado ao patamar do dano moral,
mas somente aquela agressão que exacerba a naturalidade dos
fatos da vida, causando fundadas aflições ou angústias no espírito
de quem ela se dirige.
Recurso parcialmente conhecido e, nessa parte, provido.”
(STJ – Resp 215666/RJ, Rel. Min. César Asfor Rocha, 4ª T, DJ
29/10/2001).

Ementa: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO -


GRAVAME EQUIVOCADO EM VEÍCULO - LUCROS
CESSANTES NÃO COMPROVADOS - DANOS MORAIS -
MERO ABORRECIMENTO - LESÃO À HONRA NÃO
CONFIGURADA - SENTENÇA REFORMADA. Para que se
mostre viável o pedido de indenização por danos materiais,
consubstanciados em lucros cessantes, diferentemente do abalo
psicológico que autoriza ressarcimento em função de aspectos
subjetivos, deve haver a explícita comprovação dos prejuízos
reclamados, ou seja, daquilo que a parte deixou de receber, tendo
em vista a natureza objetiva do dano, sob pena de indeferimento.
Simples aborrecimentos da vida cotidiana não configuram
causa de dano moral, não se podendo admitir que qualquer
transtorno, como o equívoco ao proceder gravame em veículo,
em razão de ato de terceiro, enseje reparação, mormente se
não evidenciada ofensa à honra do autor. (TJ-MG - Apelação
Cível AC 10105110115703001 MG (TJ-MG) Data de publicação:
04/10/2013) (grifo nosso)

Não há, pois, que se falar em danos morais sofridos pelo apelante,
razão pela qual a manutenção da r. sentença é a medida que se impõe.

III – ALTERNATIVAMENTE – VALOR DA INDENIZAÇÃO DO DANO


MORAL – VEDAÇÃO DO ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA - DA
FIXAÇÃO DOS DANOS MORAIS

Ainda que se tenha demonstrado nos tópicos anteriores a manifesta


impossibilidade de se deferir em favor da parte autora o pedido de indenização
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por danos morais em face do Estado de Minas Gerais, impondo-se a total
improcedência da demanda, em face do princípio da eventualidade, na remota
hipótese de se considerar que há direito ao recebimento de indenização, o réu traça
as seguintes considerações acerca do montante da eventual condenação e sua
forma de fixação.

É cediço que o montante da indenização por danos morais não é pré-


estabelecido em lei, mas há que se levar em conta o disposto no artigo 944 e 945
do Código Civil:

Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.


Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a
gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir,
equitativamente, a indenização.

Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento


danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a
gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.

Segundo bem observado em voto proferido nos autos n.º


1.0433.03.098699-9/002 pela Desembargadora Teresa Cristina da Cunha Peixoto:

“(...) o valor a ser arbitrado, a título de dano moral, deve guardar


correspondência com a gravidade objetiva da lesão, o seu efeito
lesivo, ao que se acresce a verificação das condições econômicas
das partes.
O ressarcimento há que se dar em justa medida, de modo que não
implique em enriquecimento sem causa, mas que também não
sirva de estímulo para o causador do mal, impedindo- o que
cometa novas ações assemelhadas.

Na hipótese, o ressarcimento do dano moral não há de ser


restituído na íntegra, apenas apresentando-se como uma função
satisfativa, pois inexiste medida exata para o aferimento da dor
que, como reconhecido, não pode ser mensurada monetariamente.
(...)”
Na hipótese dos presentes autos, analisando-se todos esses critérios,
postos pela doutrina e jurisprudência como necessários à fixação do valor da
indenização por danos morais, percebe-se que a quantia pleiteada pelo autor, a
título de indenização por danos morais é extremamente excessiva.
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É excessiva porque não se coaduna com o efeito lesivo; tal valor,
ainda, implica enriquecimento sem causa do autor e ultrapassa em muito o
suficiente para estimular o Estado a adotar maiores cautelas; outrossim, tal valor
não teria uma função satisfativa, que deve permear indenizações da espécie, mas
sim enriquecedora.

Como se sabe, o valor da indenização deve estar pautado no


princípio da razoabilidade, bem como no respeito ao princípio da proibição
do enriquecimento sem causa.

Lapidar, a respeito, a advertência de CAIO MÁRIO DA SILVA


PEREIRA, para quem,

"É também princípio capital, em termos de liquidação das


obrigações, que não pode ela transformar-se em motivo de
enriquecimento. Apura-se o quantitativo do ressarcimento
inspirado no critério de evitar o dano ('de damno vitando'), não
porém para proporcionar à vítima um lucro ('de lucro capiendo').
Ontologicamente subordina-se ao fundamento de restabelecer o
equilíbrio rompido, e destina-se a evitar o absurda, data maxima
venia, pelo que resta aqui formal e expressamente impugnada.
Afinal, para fins de arbitramento da indenização, a fim de evitar -
se o enriquecimento ilícito, devem ser sopesadas as seguintes
circunstâncias: (a) a real natureza do evento em que se envolveu
o Autor; (b) a eventual ilegalidade da prisão processual; e (c) a
real condição sócio-econômica do Autor.

Alerta-se também que uma eventual decisão condenatória em face


do Estado de Minas Gerais deverá estar pautada na moderação e no comedimento,
visto que o dinheiro público será utilizado para o seu pagamento, não podendo a
sociedade arcar com pedidos de indenização desvirtuados do contexto político e
social do País.

A par dessas considerações, abstraindo-se aqui a falta de


comprovação de erro por parte do agente estatal e de dano efetivo, os valores
eventualmente fixados pelo juízo monocrático na sentença de primeira instância
hão de observar patamares condizentes com a situação narrada nos autos e com
as condições econômicas do ora apelante.

Fica, pois, requerido que, na impensável eventualidade de se


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reformar a r. sentença e condenar o Estado requerido no pagamento de verbas
indenizatórios por danos morais, a fixação do valor há de se dar de maneira
módica, principalmente por se tratar de condenação em face da Fazenda Pública.

IV – CONCLUSÃO

Diante de todo o exposto, o Estado de Minas Gerais requer seja


negado provimento ao recurso de apelação aviado pelo requerente, mantendo-se
a r. sentença de 1º grau, impondo-se ao ora apelante a responsabilidade integral
pelo pagamento das verbas e gravames da sucumbência.

Alternativamente, se assim não entenderem os galardoados


Desembargadores, hipótese que se ventila apenas em oblação ao debate, pugna o
apelado pela manifestação expressa de Vossas Excelências acerca das matérias
constitucionais e legais acima levantadas, para fins de acesso às instâncias
excepcionais.

Nestes Termos,
Pede deferimento.

Uberlândia, 22 de setembro de 2020.

LARISSA RODRIGUES RIBEIRO


Procuradora do Estado
OAB/MG 142.366 MASP 1.327.248-9

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EXCELENTISSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DA 1ª COMARCA CÍVEL DE UBERLÂNDIA

Processo nº: 5023231-06.2016.8.13.0702

Apelante: José Carlos da Silva

Apelado: Distrito Federal

O DISTRITO FEDERAL, Pessoa Jurídica de Direito Público Interno, por seu Procurador, no exercício
regular das atribuições do cargo, regularmente constituído por força de lei, nos autos do processo em
epígrafe, vem, respeitosamente, apresentar CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO para o Egrégio
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, pelas razões de fato e de direito aduzidas em apenso.

Termos em que

Pede deferimento

Brasília/DF, 13 de outubro de 2020

thaise braga castro

Procuradora do Distrito Federal

OAB/DF 25292

CONTRARRAZÕES DA APELAÇÃO

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Egrégio Tribunal.

Colenda Turma.

I-DOS FATOS

Trata-se de ação declaratória de nulidade de auto de infração cumulada com danos materiais e morais em
razão da multa de trânsito aplicada ao apelante entre os anos de 2010 e 2011, em razão da propriedade do
veículo exercida naquele período do automóvel veículo I/GM Classic Life 2008/2009, cor preta,
Brasília-DF, Placa JHP 0269.

Alega o apelante que pelas infrações imputadas a ele, teve a CNH suspensa em razão da pontuação
elevada, o que ensejou a realização do curso de reciclagem para ter novamente a habilitação.

A sentença reconheceu a legitimidade passiva do Detran DF, mas julgou os pedidos improcedentes, uma
vez que o autor não comprovou que nunca residiu em Brasília e que não possuía veículo, considerou,
portanto, legítimas a cobrança das multas e atribuição dos pontos pelas infrações, pois o autor não
conseguiu indicar qual seria o condutor do veículo naquele momento.

Inconformado o autor interpôs apelação, razão pela qual se apresenta as contrarrazões.

II – DO MÉRITO

O que pretende o apelante é desconstituir o auto de infração, desqualificar as multas aplicadas, na


tentativa de não pagá-las. Para isso, levanta supostas irregularidades no auto de infração. Contudo,
analisando o auto de infração, constata-se que esse está de acordo com o que determina o art. 280 da Lei
9503/97.

Os documentos apresentados como demonstrativo do salário em nada refuta o auto de infração,


uma vez que não excluem que ele nunca residiu em Brasília ou que nunca adquiriu o veículo. Não há
demonstração que ele estava trabalhando em Uberlândia exatamente nos dias em que houve a lavratura
dos autos de infração.

Com efeito, a eventual perda da propriedade do veículo pelo apelante somente pode ser atribuída
ao alienante do bem e à própria autora, que não tomou as cautelas exigíveis para a aquisição do
automóvel.

Isto porque o Detran/DF é parte alheia ao negócio jurídico entabulado entre vendedor e comprador. Se a
autora adquiriu veículo eivado de vício no documento de liberação, e somente após foi constatada a
existência da irregularidade, não há como se atribuir à Autarquia a responsabilidade pela conduta do
terceiro alienante.

Nessa ordem de ideias, não há como se imputar ao Ente Público responsabilidade pelo evento, pois as
vistorias realizadas pelo integram tão-somente o procedimento administrativo de transferência e registro
do automóvel e levam em consideração as informações passadas pelas autarquias de outras unidades da
federação e os documentos apresentados pelas partes.

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Noutras palavras, a intervenção dos órgãos de fiscalização ocorre em momento posterior à realização do
negócio, como mera etapa do procedimento de registro administrativo, de modo que não se pode atribuir
ao ente público qualquer responsabilidade pela conduta de terceiros.

Não se pode olvidar, ainda, que a transferência da propriedade de bem móvel ocorre com a tradição, de
modo que a intervenção dos órgãos administrativos relativamente à efetivação do registro só ocorre
quando já estava concluído o negócio jurídico e, portanto, caracterizado o dano.

Se a parte autora realmente experimentou o prejuízo de ter adquirido um veículo objeto de


fraude/equívoco na liberação documental, este dano jamais poderá ser atribuído ao órgão administrativo
responsável pela transferência e registro do veículo. A propósito, confira-se a jurisprudência a respeito do
tema:

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA


211/STJ. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. VEÍCULO REGISTRADO PELO DETRAN.
RES FURTIVA. APREENSÃO EM DILIGÊNCIA POLICIAL. OBRIGAÇÃO INDENIZATÓRIA DO
ESTADO. INEXISTÊNCIA. PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS DO STF E STJ. 1. "Inadimissível
recurso especial quanto à questão que, a despeito da oposição de embargos declaratórios, não foi
apreciada pelo Tribunal a quo." (Súmula 211/STJ) Ausência de prequestionamento do art. 22 da Lei nº
8.078/90. 2. "Veiculo admitido a registro, pelo departamento estadual de trânsito, a requerimento
do adquirente, mas que depois se verificou haver sido objeto de furto. Ausente o nexo causal, entre
a atividade do funcionário e o prejuízo enfrentado pelo mencionado adquirente, não se acha
caracterizada a responsabilidade civil do estado. Precedentes do Supremo Tribunal Federal" (RE nº
134298/SP). 3. Não pode o DETRAN ser responsável por ato criminoso de terceiro ou pela culpa dos
próprios compradores. O comprador que perde o bem por ato administrativo da autoridade policial, na
busca e apreensão de veiculo furtado, pode promover ação de indenização contra o vendedor. Art. 1.117
do C. Civil. Precedentes. Art. 18 do Código de Defesa do Consumidor. 4. Precedentes jurisprudenciais do
STJ e STF. 5. Recurso especial parcialmente conhecido e improvido. (STJ, REsp 493318/SC, Rel. Min.
LUIZ FUX, 1ª TURMA, DJ 23.06.2003 p. 267 RSTJ vol. 176 p. 212)

Repita-se: a vistoria realizada no Detran/DF para fins de emplacamento do veículo restringe-se aos
aspectos de identificação e segurança do veículo, sem investigações profundas de fraude, furto ou outro
tipo de adulteração, na medida em que destinada ao mero registro de propriedade do veículo. Portanto,
não há qualquer respaldo para se imputar ao Detran/DF a responsabilidade pela ocorrência de eventual
irregularidade na transferência do veículo.

Ademais, se confirmada a fraude no processo de transferência, com ou sem adulteração de documentos


públicos, o Detran/DF será tão vítima quanto a parte autora, não podendo ser responsável por reparação
de danos materiais e/ou morais, haja vista que a ofensa decorre de conduta perpetrada exclusivamente por
terceira pessoa.

No caso, a parte autora postular indenizacao de danos morais de alta monta. Todavia, para essa situação,
em que a parte autora praticamente nada prova dos fatos articulados, no máximo seria cabível uma
indenização de R$ 2.000,00 se houver comprovação desses acontecimentos.

II.IDA INEXISTÊNCIA DE DANO MORAL

No que toca ao pedido de indenização por dano moral, o Distrito Federal reitera que o conjunto fático
probatório colacionado aos autos não permite inferir que este Ente (ou seus prepostos) tenha causado

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verdadeiro abalo psíquico ao apelante.

Tal situação dos autos configure-se mero aborrecimento, passível de ocorrência pelos fatos da vida, não
ensejando danos morais. Faz partes das relações humanas pequenos contratempos, não se podendo fazer
disso uma nova fonte de renda. No caso dos autos, verifica-se que a intenção do apelante é conseguir
vantagem pecuniária com base no suposto não cumprimento do dever de agir dos agentes de trânsito do
requerido.

Com efeito, indevido o pretendido pagamento de indenização por dano moral, que não pode ter o escopo
de enriquecimento ilícito da parte, mas sim de justa reparação, quando de fato existente fundamento fático
e jurídico para impor qualquer condenação ao Erário, o que, definitivamente não é o caso desta ação.

Pede-se pela improcedência total do pedido de indenização por danos morais, eis que não há prova
alguma nos autos da existência de uma conduta injusta e ilícita praticada por prepostos deste Ente,
tampouco de omissão ou falha na prestação de qualquer serviço.

Assim, ressalta-se mais uma vez que não cabe indenização de danos morais no caso, pois no máximo
trata-se de aborrecimento oriundo da própria vida numa sociedade capitalista, que está sujeita a riscos e
na qual as pessoas adultas já estão preparadas para com eles lidar.

O que pretende o apelante é se utilizer do caso, para obter um enriquecimento ilícito. Tais atitudes são
coibidas pelo Poder Judiciário, conforme ementa de jurisprudência, in verbis:

CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO COMINATÓRIA EINDENIZATÓRIA. VEÍCULO


FINANCIADO. VENDA ATERCEIRO. INADIMPLÊNCIA. INSCRIÇÃO EM
CADASTRODESABONADOR. DÉBITOS TRIBUTÁRIOS E MULTA DETRÂNSITO. DANOS
MORAIS. INDEVIDOS. SENTENÇAMANTIDA.1 - Descabe o pleito de ressarcimento por danos
morais emface do terceiro adquirente de veículo financiado, quando ainscrição do nome do vendedor em
cadastro desabonador,decorre de inadimplência pelo descumprimento de relaçãocontratual estabelecida
entre este e o agente financiador, quesequer integrou a lide, ou anuiu aquele negócio.2 - Concedida a
medida de urgência para que as multas, taxas,impostos e seguro obrigatório recaiam sob o nome do
terceiroadquirente do veículo financiado, mediante o envio de ofícioaos órgãos governamentais
competentes, mostra-se indevido oressarcimento por danos morais fundado em mero temor.

3- Negou-se provimento. (APC 20150710315749, Rel. Leila Arlanch, DJ 01.12.2017)

Assim, qualquer responsabilidade civil decorre de uma conduta que causa dano a outrem, ambos ligados
por um nexo de causalidade. Causa esta que serviria apenas ao antecedente fático ligado necessariamente
ao resultado danoso como uma consequência direta e imediata.

Esse ato humano, sendo negativo ou positivo, é decorrente de uma conduta ilícita voluntária que gera o
resultado lesivo. A especificação do Código Civil é que o ato ilícito advenha de ação ou omissão,
negligência ou imprudência, mas que, principalmente, viole direito, causando prejuízo a outrem,
conforme se vê:

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Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Agindo dessa forma, caberá a devida reparação aos danos causados ao bem que sofrera prejuízo. Assim
preceitua o CC:

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

A obrigação de indenizar do Estado, decorrente da responsabilidade civil, deverá abrigar para a sua
caracterização o dano causado à terceiro por agente estatal, unidos pelo nexo de causalidade, conforme o
art. 37, § 6°, da Constituição Federal preceitua:

Art. 37. (...) § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Portanto, para que haja, no caso dos presentes autos, a obrigação desse Ente Federativo de indenizar, é
preciso analisar as alegações feitas, a fim de identificar os requisitos necessários para a caracterização da
responsabilidade civil do Estado. Da narrativa do apelante, verifica-se que não houve conduta ilícita por
parte dos agentes estatais.

Para o deferimento do pedido do apelante, deve-se demonstrar existência de procedimento malicioso por
parte por parte do Ente Público, mas no caso não ficou demonstrado qualquer procedimento de má-fé por
parte da Autarquia, mas mero cumprimento da determinação legal quanto aos procedimentos adotados
nos casos de apreensão do veículo, cobrança de diárias, leilão do veículo, abertura de processo de
execução fiscal e inscrição na dívida ativa quando do não pagamento do valor devido à Fazenda Pública.

Face ao exposto, não restam dúvidas de que o apelante não faz jus à indenização por danos morais
conforme pleiteado, porque ausentes os requisitos necessários para tanto, devendo, portando, serem
julgados improcedentes todos os pedidos que ali foram feitos

Quanto ao dano material, o apelante alega, mas não faz prova de que a cassação de sua CNH e os gastos
com a realização de curso para obtenção de nova CNH tenham relação causal direta com os fatos narrados
nos autos, ou seja, não conseguiu estabelecer nexo de causalidade, tornando inviável a obtenção de
ressarcimento de danos materiais sem a prova de ligação entre as situacões.

II.II EXORBITÂNCIA DOS VALORES PRETENDIDOS

Apenas a título de argumentação e em homenagem ao princípio da eventualidade, já que não se acredita


na possibilidade de imposição do dever de indenizar ao DETRAN/DF, roga-se as mais respeitosas vênias
para tecer algumas considerações sobre o valor pedido pelo apelante.

A toda evidência, o valor requerido a título de indenização por dano moral é flagrantemente incompatível
com os elementos constantes dos autos e em desalinho com a jurisprudência do TJDFT. Em hipóteses de
igual gravidade, o TJDFT tem sido bem mais parcimonioso, com o escopo de evitar condenações

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descabidas.

Nesse particular, se reconhecida à responsabilidade do poder público, assevera-se que, embora o fato
danoso tenha como consequência proporcionar profundo sofrimento, o patamar indenizatório pleiteado
ultrapassa, e em muito, o que vem sendo decidido, além de dissociar-se dos critérios norteadodes da
fixação do dano moral, como se infere do julgado seguinte:

CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. ERRO MÉDICO. DANO CAUSADO POR PREPOSTO DE


FUNDAÇÃO PÚBLICA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. ÔNUS DA PROVA. DANOS
MATERIAIS. NATIMORTO. DANOS MORAIS - CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO. I - Em se tratando de
ação por danos materiais e morais causados por agente público, no desempenho de suas funções,
atribui-se ao estado a responsabilidade objetiva.II - Não há danos materiais à ascendente do natimorto,
pois inexiste previsibilidade de que, se nascesse com vida, contribuiria para a melhora da vida econômica
familiar. III - O juiz, ao fixar os danos morais, analisa a condição social e econômica da vítima, a
condição econômica do ofensor e a extensão do dano e, fixá-lo de modo que traga ganho econômico de
cunho compensatório para a vítima, mas sem trazer-lhe enriquecimento sem causa ou empobrecer o
causador do dano. (...) (TJDFT, APC E REMESSA DE OFÍCIO 20010150048739, Relatora Desa. Vera
Andrighi, 4ª Turma Cível, DJU 15/05/2002, Pág. : 100)

Em linha de arremate, na hipótese remota de condenação, forçosa é a fixação de indenização por danos
morais em patamar bem aquém do requerido pelo apelante.

II.III-PRESUNÇÃO DE LEGALIDADE E VERACIDADE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Em relação aos argumentos invocados com vistas ao afastamento da presunção de legalidade e veracidade
dos atos administrativos, melhor sorte não assiste ao apelante. Como é cediço, em virtude das
prerrogativas que militam em favor dos atos administrativos, pelo apelante estaria investida no ônus de
demonstrar a nulidade do auto de infração e apreensão do veículo. A propósito do tema, confira-se o
seguinte aresto da jurisprudência do TJDFT:

ADMINISTRATIVO E PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO CAUTELAR


INOMINADA. TRANSPORTE IRREGULAR DE PASSAGEIROS. APREENSÃO DO VEÍCULO.
IMPUGNAÇÃO DOS AUTOS DE INFRAÇÃO. PRETENSÃO DE LIBERAÇÃO DO VEÍCULO SEM
O PAGAMENTO DAS MULTAS E DAS TAXAS DE REMOÇÃO E DEPÓSITO DO VEÍCULO.
AUSÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS AUTORIZADORES DA CONCESSÃO DA LIMINAR.
MANTENÇA DA DECISÃO QUE A INDEFERIU. 1- Considerando que a favor dos atos
administrativos milita a presunção de legitimidade e legalidade, mister se faz que, para se afastar
tais presunções, haja prova robusta acerca do vício que supostamente contamina o ato
administrativo exarado pelo Órgão Público. 2- Não se desincumbindo o agravante de seu ônus, qual
seja, demonstrar de forma inequívoca a plausibilidade de seu direito, e não se encontrando presentes os
pressupostos autorizadores da tutela cautelar, impõe-se a mantença da decisão que indeferiu a liminar que
visava a liberação do veículo do recorrente, sem o pagamento das multas que lhe foram impostas, bem
como sem o recolhimento das taxas atinentes à remoção e depósito do veículo. 3- Agravo de instrumento
conhecido e não provido. (TJDFT. AGI 2002002006183, Relator Maria Beatriz Parrilha, 2ª Turma Cível,
julgado 31/03/2003, DJ 06/08/2003, p. 32)

Portanto, o afastamento da referida presunção somente se poderia delinear após ampla dilação probatória
e com amparo em fartos elementos de convencimento, o que não ocorre nos presentes autos. Além disso,
os documentos trazidos com a exordial, não demonstram ter havido qualquer licitude do ato

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administrativo. Ao fim e ao cabo, as presunções de legalidade e veracidade dos atos administrativos
restaram confirmadas em Juízo, motivo pelo qual os pedidos devem ser julgados totalmente
improcedentes.

Cabe ressaltar que toda prova é o modo pelo qual o magistrado passa a ter conhecimento dos fatos que
envolvem a relação jurídica posta à apreciação da jurisdição, que julgará com base na demonstração da
ocorrência dos fatos.

Isso significa que devem ser provados os fatos alegados para que haja o livre convencimento do julgador
sobre o objeto demandado. Contudo, deve tais provas ser idôneas e hábeis para corroborar com a tese de
existência dos fatos. Sobre o assunto, ensina a doutrina:

“examinando o que seria(m) o(s) conceito(s) jurídico(s) de prova (rectius, meio[s] de prova), concluímos
que consite(m) naqueles meios, definidos pelo Direito ou contidos por compreensão num sistema jurídico
(v. arts. 332 e 366), como idôneos a convencer prova como resultado) o juiz da ocorrência de
determinados fatos, os quais vieram ao processo em decorrência de atividade, principalmente dos
litigantes (prova como atividade).” (ARRUDA ALVIM, Manual de Direito Processual Civil, 6ª ed., vol
2, p. 440)

HUMBERTO THEODORO JÚNIOR, em seu Curso de Direito Processual Civil (22ª ed., vol. 1, p. 423),
dá a lição de que o ônus “consiste na conduta processual exigida da parte para que a verdade dos fatos por
ela arrolados seja admitida pelo juiz.” Ainda, o art. 333 do CPC salienta que ao autor incumbe provar o
alegado para que seu direito seja reconhecido pelo Estado:

Art. 333 - O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito.

Destarte, se faz indubitavelmente necessária a apresentação de provas adequadas para a comprovação dos
fatos narrados na inicial, o qual não houve no caso em voga. Não existem meios aptos que demonstrem
que o veículo de propriedade do requerente foi realmente clonado. Ou ainda, que não estava no local, no
dia e horário indicado no auto de infração em anexo.

Ainda, os atos dos agentes estatais são revestidos pelo manto da legalidade, portanto, há uma presunção
de veracidade. O que implica a produção de provas irrefutáveis em sentido contrário para que esta
presunção deixe de ser absoluta. Além de todo o exposto, pesa a favor do Este federado a presunção de
legalidade e veracidade dos atos administrativos, não merecendo prosperar os pleitos da exordial.

Por firm, os honorários de sucumbência não devem ser majorados para 20%, pois não preenche a causa os
requisitos do art. 85, §2º, uma vez que se trata de causa corriqueira, não apresenta grande relavância,
sendo mais uma para o escritório de advocacia.

III – DOS PEDIDOS

Em face do exposto, pede e espera o Distrito Federal que esse Egrégio Tribunal não dê provimento à
apelação, mantendo a sentença recorrida.

Nestes Termos,

Pede deferimento.

Brasília/DF, 13 de outubro de 2020.

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THAISE BRAGA CASTRO

Procuradora do Distrito Federal

OAB/DF -25292

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Justiça de Primeira Instância

Comarca de UBERLâNDIA / 1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Uberlândia

PROCESSO Nº: 5023231-06.2016.8.13.0702

CLASSE: [CÍVEL] PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7)

ASSUNTO: [Competência do Órgão Fiscalizador, CNH - Carteira Nacional de Habilitação]

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS e outros (2)

Vistos etc.

Ao TJMG.

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UBERLâNDIA, data da assinatura eletrônica.

JOAO ECYR MOTA FERREIRA

Juiz(íza) de Direito

Avenida Rondon Pacheco, 6130, - lado par, Tibery, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38405-142

Número do documento: 20112617474171500001560617239


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Poder Judiciário do Estado de Minas Gerais

Justiça de Primeira Instância

COMARCA DE UBERLâNDIA/1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de


Uberlândia/MG

PROCESSO Nº: 5023231-06.2016.8.13.0702

CLASSE: [CÍVEL] PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7)

AUTOR: JOSE CARLOS SILVA

RÉU: ESTADO DE MINAS GERAIS, DEPARTAMENTO DE TRANSITO DO DISTRITO FEDERAL,


DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO EST DE M GERAIS

CERTIDÃO

Certifico e dou fé que procedi a remessa dos autos para o e. Tribunal de Justiça, conforme segue.

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UBERLâNDIA, 30 de novembro de 2020.

NOME

CARGO

Avenida Rondon Pacheco, 6130, - lado par, Tibery, UBERLâNDIA - MG - CEP: 38405-142

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