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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE

DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE CAMPINAS / SP.

PEDIDO DE LIMINAR - URGENTE

PROCESSO Nº. 1037302-10.2014.8.26.0114

JOSÉ BEZERRA DA SILVA e OUTRO, já qualificados


nos autos em epígrafe, por sua advogada e procuradora infra-assinada, vem,
mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelência em atendimento a
decisão de fls.159, EMENDAR A INICIAL, requerendo com fulcro nos
artigos 16 do decreto lei 58/37 E 466 A, B, C, artigo do Código de Processo
Civil e artigos 389, 402 do Código Civil, propor:

AÇÃO DE ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA COM PEDIDO DE


LIMINAR C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS

em face de:

1 – ESPÓLIO DE TEREZA CONAGIN LOT (que também era conhecida


e assinava: THEREZA CONAGGIN LOT ou TEREZA CONAGGIN LOT –
RG. Nº 2.980.149-SSP/SP – CPF. 172.765.068-94 falecida em 12/10/2000,
conforme certidão de óbito (doc anexo), representado pelo inventariante
LUIZ RAPHAEL LOT JÚNIOR, brasileiro, casado, comerciante, portador
da Cédula de Identidade (RG) sob nº. 2.980.852-2 SSP/SP, inscrito no CPF
sob nº 552.609.008-63, residente e domiciliado à Rua Nicola Dimarzio, nº
50, nesta cidade de Campinas/SP, CEP 13.100.490 e com endereço
comercial (Optica Luiz Lot – Fone 3231-2466) à Rua General Osório, 1223,
Centro, nesta cidade de Campinas/SP, nomeado nos autos do Inventário e
Sobrepartilha, Processo nº 0028954-69.2004.8.26.0114 (Ordem nº
3344/2005) em trâmite pela 1ª Vara da Família e das Sucessões da comarca
de Campinas/SP (doc. anexo);
2 – ESPÓLIO DE LUIZ RAFAEL LOT (que também era conhecida e
assinava: LUIZ RAPHAEL LOT ou LUIS RAPHAEL LOT – RG. Nº
618.673-SSP/SP – CPF. 014.161.038-72 falecido em 08/07/2004, conforme
certidão de óbito (doc anexo), representado pelo inventariante LUIZ
RAPHAEL LOT JÚNIOR, brasileiro, casado, comerciante, portador da
Cédula de Identidade (RG) sob nº. 2.980.852-2 SSP/SP, inscrito no CPF sob
nº 552.609.008-63, residente e domiciliado à Rua Nicola Dimarzio, nº 50,
nesta cidade de Campinas/SP, CEP 13.100.490 e com endereço comercial
(Optica Luiz Lot – Fone 3231-2466) à Rua General Osório, 1223, Centro,
nesta cidade de Campinas/SP, nomeado nos autos do Inventário e
Sobrepartilha, Processo nº 0028954-69.2004.8.26.0114 (Ordem nº
3344/2005) em trâmite pela 1ª Vara da Família e das Sucessões da comarca
de Campinas/SP (doc. anexo);

3 – LUIZ RAPHAEL LOT JUNIOR, brasileiro, casado, comerciante,


portador da Cédula de Identidade (RG) sob nº. 2.980.852-2 SSP/SP, inscrito
no CPF sob nº 552.609.008-63, casado com ODETE TEIXEIRA DE
BARROS LOTE, inscrita no CPF nº 093.028.671-53 e RG 18026901-
SSP/SP, ambos residentes e domiciliados à Rua Nicola Dimarzio, nº 50,
nesta cidade de Campinas/SP, CEP 13.100.490 e com endereço comercial
(Optica Luiz Lot – Fone 3231-2466) à Rua General Osório, 1223, Centro,
nesta cidade de Campinas/SP

4 – LUIS CARLOS LOT, brasileiro, divorciado, comerciante, portador da


Cédula de Identidade (RG) 58102236X SSP/SP e CPF sob nº 603.375.408-
53, residente e domiciliado a Rua Luiz Gama, 1285, CEP 13.070-277 nesta
cidade de Campinas/SP.

5 – ESPÓLIO DE PIERINA APPARECIDA LOT RG. Nº 3.576.831-


SSP/SP –falecida em 30/07/2004, conforme certidão de óbito (doc anexo),
representado pelo inventariante PAULO LOT JUNIOR, brasileiro, casado,
professor universitário, portador da Cédula de Identidade (RG) sob nº.
10.182.571 SSP/SP, inscrito no CPF sob nº 025.073.108.80, residente e
domiciliado à Rua Hermantino Coelho, 955 – apto 142, bairro Mansões
Santo Antonio, nesta cidade de Campinas/SP. CEP. 13.087-500 (Fone 3256-
0663), com endereço comercial à Avenida Andrade Neves, nº 1210, bairro
Botafogo, nesta cidade de Campinas/SP, CEP 13.013.161, nomeado nos
autos do Inventário, Processo nº 0028113-40.2005.8.26.0114 (Ordem nº
3907/2005) da 2ª Vara da Família e das Sucessões da comarca de
Campinas/SP (doc anexo);

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6 - PAULO LOT , brasileiro, viúvo, advogado, inscrito OAB/SP sob nº
33.830, portador da cédula de identidade 1.242.691-X-SSP/SP, e inscrito no
CPF sob nº 014.488.708-87, residente e domiciliado à Avenida Andrade
Neves, nº 1210, bairro Botafogo, nesta cidade de Campinas/SP, CEP 13013-
161 (fone: 3231.83.63), seguindo pelo rito sumário, pelos motivos de fato e
de direito a seguir expostos:

DOS FATOS

Os Requerentes adquiriram com muito sacrifício, um


terreno cujo os proprietários legítimos eram Sr. PAULO LOT e Sra. Pierina
Apparecida Lot (já falecida) e Sra. THEREZA CONAGGIN LOT E Sr.
LUIZ RAPHAEL LOT (já falecidos).

Os requerentes formalizaram no 1ª Tabelião de Notas de


Campinas, livro de notas 1741 de fls 396 na data de 19/04/1999 a escritura
de compra e venda, contratando de modo irrevogável a aquisição do bem
caracterizado por um lote de terreno designado pelo nº 12 da Quadra O
do loteamento denominado Jardim Sul América, situado em zona
urbana da cidade de Campinas/SP, comarca e 3ª Circunscrição
Imobiliária de Campinas, medindo 10,00 (10) metros de frente para a
rua treze (13); igual medida nos fundos, onde confronta com parte do
lote 28, por 30,00 m (trinta metros) de ambos os lados, quem da rua olha
para o imóvel, confronta do lado direito com o lote 13 e do lado
esquerdo confronta com passagem para pedestres, com área total de
300,00m2; cadastrado na Prefeitura Municipal de Campinas sob nº
047.767.000, quarteirão nº 5761 CEP 13.000-000 , negociado pelo
montante de R$3.000 (três mil reais), pago integralmente conforme consta
na escritura em anexo.

Provam os documentos em anexo (doc), que o requerente


adimpliu todo o acordado, efetuando o pagamento de todos os valores
negociado, não conseguindo porém, de forma amigável, que os requeridos
cumprissem sua parte, que é a transferência de propriedade mediante a
competente escritura definitiva de compra e venda.

Saliente-se que na ocasião da compra, foi apresentada


certidões negativas de ônus reais e de quaisquer espécies, não constando
qualquer registro de citação de ação real ou pessoal reipersecutória sobre o
imóvel objeto que ficaram arquivadas no cartório pasta 1729/99 e ITBI
arquivado sob nº 2.754/99 (doc anexo).

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Ocorre que em 25/08/2014, os requerentes foram registrar
a escritura do terreno, sendo impossibilitados por haver uma prenotação haja
vista que por falecimento de Tereza Conaggin Lot e Luiz Raphael Lot
(vendedores), a parte ideal de 50% pertencente ao casal foi atribuída em
favor de Luiz Raphael Lot Junior casado com Odete Teixeira de Barros Lot
e Luis Carlos Lot, devidamente registrados sob nº s 01 e 02 da matrícula nº
208.517 (doc anexo).

Diante disto, os requerentes tentaram contatar os


requeridos, a fim de tentar de forma amigável a referida escritura, no
entanto, não obtiveram sucesso.

Ademais, cumpre salientar que os Requerentes agiram de


boa fé e tomaram todas as cautelas de praxe, inclusive, sempre estiveram no
terreno zelando e cuidando da propriedade e iniciaram até uma pequena
edificação no mesmo.

Inobstante tal sobrepartilha, subsistem os direitos dos ora


Requerentes relativamente ao compromisso de compra e venda em apreço,
nos precisos termos do artigo 5º do Decreto nº 58, de 10 de dezembro de
1937, que preceitua:

“Art. 5º - A averbação atribui ao compromissário


DIREITO REAL oponível a terceiro, quanto à alienação ou oneração
posterior, e far-se à vista do instrumento de compromisso de compra e
venda, em que o oficial lançara a nota indicativa do livro, página e data do
assentamento.

Com tal, cumpre aos Requeridos, como cumpria aos


PROMITENTES VENDEDORES originários, a final transferência, pelos
meios legais, e em definitivo, do lote de terreno em referencia, para os ora
Requerentes, face ao citado Contrato de Compromisso de Compra e Venda ,
e sem qualquer obrigação pendente por parte do Requerente, que tem
quitados todos os pagamentos e encargos a ele relativos e com todos os
impostos a ele relativos devidamente pagos.

Os requerentes têm direito de exigir a outorga definitiva


da escritura, conforme preceituam os artigos 15 e 16 do Decreto Lei nº 58,
de 10.12.37, “in verbis”:

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“Art. 15 – Os compromissários tem o direito de,
antecipando ou ultimando o pagamento integral do preço, e estando quites
com os impostos e taxas, exigir a outorga da escritura de compra e venda.”

“Art. 16 – Recusando-se os compromitentes a outorgar a


escritura definitiva no caso do art. 15, o compromissário poderá propor, para
o cumprimento da obrigação, ação de adjudicação compulsória, que tomará
o rito sumaríssimo”.

A súmula 413 do STF, da mesma forma:

“O compromisso de compra e venda de imóveis, ainda


que não loteados, dá direito à execução compulsória quando reunidos os
requisitos legais”.

A jurisprudência dominante em nossos Tribunais é no


sentido de que:

“Não há necessidade de inscrição de compromisso de


compra e vendo no Registro de Imóveis para gerar efeitos entre as partes e,
portanto para o comprador invocar a tutela da adjudicação é o suprimento
judicial de manifestação de vontade dos vendedores. Execução direta, de
cunho pessoal, entre os signatários da obrigação originária,
independentemente de qualquer formalidade”. (Ap. 422.014-6, 25.4.90, 2ª C
1º TACSP, Rel Juiz Sena Rebouças, in RT 659/108.

“Dispensável para a propositura de ação de adjudicação,


ou similar, o registro do pré-contrato no álbum imobiliário. O direito pessoal
à transferência do domínio decorre da satisfação integral do preço pelo
promitente comprador. O registro confere “direito real oponível a terceiro,
quanto à alienação ou oneração posterior”, nos termos da legislação
vigente”. (Ap. 190.025.155, 11.101.90, 2ª CC TARS, Rel. Juiz Antonio
Janyr Dall’ Agnorl Junior, in JTARS 76/207.

“Adjudicação compulsória – Compromisso de Compra e


Venda – Instrumento particular não registrado – validade –orientação do
tribunal – Precedentes – Recurso desacolhido. Segundo jurisprudência da
Corte, a promessa de compra e venda somente reclama inscrição do
instrumento para sua validade e eficácia perante terceiros, mostrando-se
hábil à obtenção da adjudicação compulsória em relação ao promitente
vendedor independentemente desse registro”. (DJU 21921144 de 16/11/92 –
Rec. Exp. Nº 13.639/0 – SP – rel. Min. Sálvio de Figueiredo – j. 20/10/92).

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“Civil. Processual Civil. Promessa de Compra e Venda de
imóvel. Escritura definitiva. Obrigação satisfeita. Reconhecimento do
pedido. Sucumbência. Ônus. Havendo os promitentes compradores
cumprido a sua obrigação, possuem o direito subjetivo líquido e certo de
exigirem a outorga de escritura definitiva ou a adjudicação compulsória do
imóvel. O reconhecimento do pedido não exime a parte, sucumbente do
pagamento das despesas processuais e honorários advocatícios, conforme
exegese do art. 26 do Código de Processo Civil. Apelações desprovidas”.
(Ac. Um. Da 3ª T do TRF da 1ª R – Ac 89.01.247321 – BA – Re. Juiz
Vicente Leal – j. 10.05.93, DJU II 27.05.93, p. 20.109 – ementa oficial.

LIMINAR

O artigo 804 do CPC, prevê a possibilidade do


“Juiz conceder liminarmente ou após a justificação prévia a medida
cautelar, sem ouvir o réu, quando verificar que este, sendo citado, poderá
torna-la ineficaz, caso em que poderá determinar que o requerente preste
caução, real ou fidejussória de ressarcir os danos que o requerido possa vir
a sofrer”.
Para concessão da medida liminar há que estar
presente o periculum in mora e o fumus boni iurs, o primeiro, a parte
requerente deverá demonstrar fundado temor de que, enquanto aguarda a
tutela definitiva, venham a faltar as circunstancias de fato e favoráveis a
própria tutela, vez que pode ocorrer quando houver risco de perecimento,
destruição, desvio, deterioração ou qualquer tipo de alteração no estado das
pessoas, bens ou provas necessárias para a perfeita e eficiente atuação do
provimento final de mérito; o segundo requisito, consiste no Juízo de
probabilidade e verossimilhança do direito cautelar a ser acertado.

No caso sub judice, o direito dos requerentes


sobre o imóvel é indiscutível, especialmente por tratar-se da venda e compra
através de escritura pública lavrada em tabelião de notas em 16/04/1999 (doc
anexo), fazendo prova plena do negocio jurídico havido entre as partes
(artigo 215 do cc), deixando evidente a probabilidade e verossimilhança dos
direitos dos requerentes.

No que tange o PERICULUM IN MORA, este


também se faz presente, haja vista que os herdeiros de LUIZ RAPHAEL
LOT E TEREZA CONACHIN LOT, efetuaram a sobrepartilha do bem
em litigio (conforme docs anexos) e deram total poderes a um terceiro,
através de uma procuração de alienar e dispor de 50% dos terrenos do
Loteamento do Jd. Sul América e segundo a informação do próprio 3º

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Cartório de Registro de Imóveis, este terceiro está efetuando as vendas
de todo loteamento, inclusive O LOTE DOS REQUERENTES.

Portanto, visando a preservação dos direitos dos


requerentes e evitar o envolvimento de terceiros que poderiam adquirir o
imóvel dos requeridos por constarem como co-proprietários na matricula, o
que por certo causaria um dano irreparável ou de difícil reparação, Requer à
Vossa Excelência, que digne conceder liminar determinando o bloqueio
da matrícula face ao imóvel ser objeto de ação judicial na qual apura-se
o real proprietário do bem.

Pelo exposto, requer a Vossa Excelência:

a) Que seja acolhido os argumentos contidos para


concessão liminar, inaldita altera parts, expedindo-se Oficio ao 3º
Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Campinas/SP,
determinando o bloqueio da matrícula face ao imóvel ser objeto de ação
judicial na qual apura-se o real proprietário do bem.

b) Digne-se determinar a CITAÇÃO dos requeridos


por Oficial de Justiça, sendo os Espólios citados na pessoa dos
inventariantes anteriormente transcritos, para outorgarem a escritura
definitiva de compra e venda no prazo de cinco dias e, se não o fizerem,
seja a presente julgada PROCEDENTE e o imóvel ADJUDICADO
aos Requerentes, com a condenação dos Requeridos nos consectários
legais.

c) Em não sendo esse o entendimento de Vossa


Excelência, requer total procedência do pedido e a condenação dos
Requeridos na indenização de valor que propicie aos Requerentes adquirir
outro terreno equivalente ao objeto da demanda, bem como na indenização a
títulos de danos materiais dos valores dos Impostos e Taxas, e custas
devidamente atualizadas e corrigidas até o momento do efetivo pagamento.

d) Condenação dos Requeridos ou de terceiros que


venham a apresentar qualquer impugnação à pretensão dos requerentes, ao
pagamento das despesas e custas processuais, bem como, honorários
advocatícios que desde já se requer seja fixado no percentual de 20% sobre o
valor da causa que, deverá ser atualizado pela Tabela do Tribunal de Justiça

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do Estado de São Paulo, desde a propositura da ação até a data do efetivo
pagamento da condenação dos honorários fixados na sentença.

e) Requer também que seja deferido aos Requerentes os


benefícios da Assistência Judiciária Gratuita, por serem eles pobres na forma
da Lei nº 1.060/50, com alterações advindas das Leis 7.510/86 e 7.871/89, e
do art. 5.º, LXXIV, da Magna Carta e por não poderem suportar com o
pagamento de eventual custas, despesas processuais e honorários
advocatícios, sem comprometer sua mantença e de sua família.

Protesta por todos os meios de prova em direito


admitidas, especialmente o depoimento pessoal dos réus, sob pena de
confissão e revelia e, inquirição de testemunhas, se necessário, cujo rol
oportunamente apresentado em Cartório.

Dá-se à causa o valor de R$5.000,00 para efeitos


meramente fiscais.

Termos que,

Pede deferimento.

Campinas, 03 de dezembro de 2014.

MARILU CRISTINA RIBEIRO LEFOSSE


OAB/SP 348.910

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