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GARANTIAS LOCATÍCIAS
No entanto, sabemos que não há garantia capaz de blindar 100% (cem por
cento) o Locador dos riscos inerentes à locação, mas é possível, analisando o caso
concreto, escolher a garantia que melhor se adeque à situação, minimizando ao máximo
os riscos.
I - caução;
II - fiança;
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Até 21.11.2005, antes da lei 11.196, apenas as garantias previstas no
incisos I a III eram possíveis, quando então foi inserida na lei do inquilinato a cessão
fiduciária de quotas de fundo de investimento.
Essa posição do STJ baseia-se na não violação da intenção das partes, que
era, ao contrário do que o resultado de anular a clausula por dupla garantia, objetiva
proteger o locador.
Qualquer bem móvel pode ser objeto de garantia locatícia, desde que no
comércio, como automóveis, joias, eletroeletrônicos, entre outros.
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O que caracteriza essa modalidade de garantia é a entrega da coisa/bem ao
Credor/Locador.
Nas locações cujo valor do aluguel seja vultuoso, geralmente nas locações
corporativas, tem sido praticada a subscrição, pelo locatário, de um título de
capitalização, cujo valor, ao contrário da caução em dinheiro, não limita-se a três vezes
o valor do aluguel.
Caução de imóvel
Caso o locatário pretenda dar um bem imóvel como caução, para que seja
constituída, será necessária uma escritura pública.
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Diante disso, é possível que tanto a locação como a caução sejam de forma
pública, ou, ainda que o contrato de locação seja particular, a caução deverá ser
formalizada por escritura pública.
O fato de não registrar ou averbar a caução, não a torna nula, mas referida
garantia valerá somente entre as partes, não sendo oponível a terceiros.
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(interessada), o negócio jurídico não levado a registro, não tem a
eficácia de gerar a validade ou a transferência dos direitos que alega
ter sobre o imóvel sem que o registro se complete. Ademais, a matéria
discutida deve ser reservada aos embargos de terceiro, se, de fato, o
ato judicial constritivo mostrar-se indevido. (TJSP. Agravo de
Instrumento nº 20250223620178260000 , publicada em 14.03.2017)
LOCAÇÃO. EXECUÇÃO POR TÍTULO EXTRAJUDICIAL. PENHORA.
PLEITO DE INCIDÊNCIA SOBRE IMÓVEL OFERECIDO
EM CAUÇÃO NA OPORTUNIDADE DA
CONTRATAÇÃO. CAUÇÃO LANÇADA
NO REGISTRO IMOBILIÁRIO. VENDA POSTERIOR DO BEM A
TERCEIRO QUE NÃO IMPEDE A CONSTRIÇÃO DO BEM. AGRAVO
PROVIDO. Na oportunidade da contratação, os caucionantes
designaram imóvel para servir de caução à sua responsabilidade.
Tendo sido realizada posteriormente a venda do bem, entendeu o
Juízo ser inviável a incidência da penhora sobre ele, por não mais
integrar o patrimônio dos executados. Entretanto, tendo sido lançada
na matrícula imobiliária a constituição da caução, a sua
existência não poderia ser ignorada pela parte compradora, que
por isso fica sujeita aos seus efeitos. Daí a possibilidade de
efetivação da penhora sobre o mencionado imóvel. (TJSP, Agravo
de Instrumento nº 21140984220158260000, publicado em
28.07.2015)
APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS DE TERCEIRO. PROMESSA DE
COMPRA E VENDA. AUSÊNCIA DE REGISTRO. EFEITOS APENAS
ENTRE AS PARTES QUE CELEBRARAM O
NEGÓCIO. CAUÇÃO LOCATÍCIA. GARANTIA REAL. EFEITO DE
SEQUELA. PRORROGAÇÃO AUTOMÁTICA DA LOCAÇÃO.
EXTENSÃO DOS EFEITOS DA GARANTIA ATÉ A ENTREGA DO
IMÓVEL. ART. 39 , DA LEI Nº 8.245 /1991. RECURSO NÃO
PROVIDO. 1. A promessa de compra venda, caso não registrada na
matrícula do imóvel, produz efeitos apenas entre as partes que
celebraram o negócio jurídico. 2. A caução locatícia de imóvel,
devidamente averbada, tem natureza de direito real, sendo que, à vista
do efeito da sequela, permanece eficaz a despeito da alienação do
imóvel. 3. A prorrogação automática do contrato de locação gera a
extensão das garantias oferecidas até a devolução do imóvel, salvo
disposição contratual em contrário, nos termos do art. 39 , da Lei nº
8.245 /1991. 4. Recurso conhecido e não provido. (TJ-DF –
20160110855910, publicado em 27.09.2017)
Caução em dinheiro
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A caução em dinheiro, nos termos do §2º, do art. 38, da lei do inquilinato,
não poderá exceder o valor equivalente a 03 (três) meses de aluguel, e deve ser
depositada em caderneta de poupança, aberta com titularidade conjunta entre locador
e locatário.
Mas o que vemos na prática não é a aplicação da lei, e sim o valor da caução
ficando em poder do locador que, quando da restituição ao locatário, o faz tão somente
do valor recebido.
A lei 8.009/90, em seu art. 3º, excepciona os casos em que o bem de família
poderá ser penhorado, o que não é o caso da caução, e sim da fiança.
Logo, não é possível o bem de família ser penhorado para garantir a locação
em caso de caução. Daí a importância de verificação da ficha do garantidor, analisando
a viabilidade e segurança da garantia para o locador.
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1....LOCAÇAO. CAUÇAO. IMPENHORABILIDADE DO BEM DE
FAMÍLIA....IV - Impossibilita-se penhora do bem de família, por
obrigação decorrente de caução prestada em contrato de locação, por
não estar incluída entre as exceções previstas na Lei 8.009/90. (STJ -
Decisão Monocrática. RECURSO ESPECIAL: REsp 1760672 SP
2018/0209473-5, publicado em 06.04.2021
VÊNIA CONJUGAL
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Todavia, considerando as alterações legislativas no tocante aos direitos e
deveres dos cônjuges relacionado ao regime de bens, o Código Civil não exige a
anuência do cônjuge para alienar ou onerar imóveis em caso do regime de bens ser o
da Separação Total.
Nos termos do parágrafo único do art. 3º da lei 8.245/91, o cônjuge que não
anuiu no referido contrato de locação, não está obrigado a observar o prazo excedente.
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casados celebrem contratos com prazo inferior a dez anos sem concordância do
cônjuge.
Diante disso, ao término do prazo de 10 (dez) anos, para o qual não se exige
vênia, o cônjuge que não anuiu não está obrigado a respeitar o contrato, o qual, para
ele, é considerado por prazo indeterminado, podendo denunciar a locação a qualquer
tempo.
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PRAZO PARA ELIDIR A RESCISÃO DA LOCAÇÃO.
REQUERIMENTO, ENTRETANTO, DESACOMPANHADO DO
DEPÓSITO IMPOSTO POR LEI (ART. 62 , II , DA LEI DO
INQUILINATO ). PRECLUSÃO. MANUTENÇÃO DO DESPEJO QUE
SE IMPÕE. "A purgação da mora, para obstar a pretensão
desalijatória, precisa ser efetuada em 15 (quinze) dias a contar da
citação, e não é o bastante apenas a manifestação do interesse em
quitar o débito - é necessário o efetivo depósito da quantia devida (art.
62 , § 2º, da Lei n. 8.245 /91). (TJSC, Apelação Cível
03000829220158240064, publicado em data de 02.07.2019).
LOCAÇÃO. PRELIMINAR DE NULIDADE POR FALTA DE OUTORGA
UXÓRIA. INAPLICABILIDADE. ALEGAÇÃO DE FRAUDE.
CONTRATO DE LOCAÇÃO HÍGIDO. ÔNUS DE PROVA DO RÉU.
ART. 373 , INCISO II DO CPC . SENTENÇA MANTIDA. 1. A preliminar
de nulidade por ausência de citação do cônjuge é inócua, a previsão
invocada do art. 3º , parágrafo único da lei 8.245 de 1991 refere-se
a vênia conjugal em contratos com prazo superior a 10 anos. O
contrato foi firmado por 12 meses e prorrogado por prazo
indeterminado, sendo despicienda a citação do cônjuge que não
figurou na avença. 2. Hígido o contrato de locação forçoso concluir do
conjunto probatório formado nos autos, que a parte autora comprovou
o fato constitutivo de seu direito, mora do inquilino, cabendo ao
apelante provar o fato impeditivo, eventual existência de fraude, em
virtude do disposto no art. 373 , II , do CPC/2015 . 3. No que tange ao
pedido de efeito suspensivo, em que pese a situação vivenciada com
a pandemia da Covid-19, com o desprovimento da apelação não há
que se falar em suspensão do processo, uma vez que eventuais
recursos as instâncias extraordinárias são desprovidos de efeito
suspensivo, não impedindo o cumprimento provisório da sentença. 4.
Recurso improvido. (TJ-SP - Apelação Cível AC
10000977820198260434, publicado em 15.05.2021)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA.
DESPEJO. CONTRATO DE LOCAÇÃO.
FIANÇA. VÊNIA CONJUGAL. EMBARGOS DE TERCEIRO. ESTADO
CIVIL. OMISSÃO. COMPORTAMENTO USUAL. Consoante
orientação firmada no âmbito do Colendo Superior Tribunal de Justiça,
a fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica a
ineficácia total da garantia (Sumula 332/STJ), salvo se o fiador emitir
declaração falsa, ocultando o seu estado civil de casado.
Demonstrado nos autos que o casal usualmente omite seu estado civil
e que por ocasião da prestação da fiança no contrato de locação a
esposa não declarou ser casada, a princípio, não se tem elementos
para reconhecer a nulidade da fiança, devendo o cumprimento de
sentença seguir o seu curso até o julgamento de mérito dos embargos
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de terceiro. (TJ-DF – 07233365920198070000, publicada em
18.02.2020)
Locação de imóvel. Ação de despejo por falta de pagamento
cumulada com cobrança. Desocupação do imóvel no curso da
demanda e prosseguimento da cobrança. Sentença de procedência.
Alegação de nulidade da fiança por falta de outorga uxória. Fiança
prestada pelo marido em favor da esposa (locatária) no mesmo
contrato de locação firmado por ambos. Falta
de vênia conjugal suprida. Julgamento "ultra petita". Não
reconhecimento. Sentença mantida. Recurso desprovido, com
observação. Não há que se cogitar de invalidade da fiança, diante das
circunstâncias do caso concreto, em que a fiança foi prestada pelo
marido em favor da esposa (locatária) no mesmo contrato
de locação firmado por ambos. Não se vislumbra julgamento "ultra
petita". A magistrada ateve-se aos limites do pedido, julgando
procedente a ação de cobrança. (TJ-SP - Apelação Cível AC
10120664020158260011, publicado em data de 24.03.2020)
BENFEITORIAS
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2º TACiv-SP- Ap s/ver. 618.754-00/3 – Sétima Câmara – Rel. Paulo Ayrosa - J.
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Como visto, as benfeitorias, tem o objetivo de conservar, melhorar ou
embelezar o imóvel, já as acessões são obras que criam coisas novas.
A lei do inquilinato, em seu art. 35, dispõe tão somente das benfeitorias e,
nesse caso, ainda que de boa-fé, realizando o locatário qualquer nova construção no
imóvel, fará jus apenas ao direito de indenização, nos termos do art. 1.255, do Código
Civil, sem direito de retenção em caso de não recebimento.
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Nesse sentido também é o posicionamento do nosso Saudoso Sylvio
Capanema, que ao comentar o artigo 35 da lei, entende que o dispositivo deve ser
estendido para alcançar também as acessões.
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Apurado o valor do quantum indenização na ação própria, então
é possível a compensação com os alugueis, uma vez que se torna uma dívida
líquida e certa.
É pacífico o entendimento que, mesmo o locador tendo autorizado
a realização de benfeitorias úteis e voluptuárias, pode exigir o seu desfazimento,
ao final da locação, haja vista o dever do locatário de devolver o imóvel nas
condições em que o recebeu.
Sim, pode, mas diante de todo o exposto e também conforme dispõe o art.
23, VI, da lei do inquilinato, o locatário não pode fazer qualquer modificação interna ou
externa no imóvel sem o prévio e expresso consentimento do locador, uma vez que
ele não é o proprietário do imóvel.
Considerando o que dispõe o inciso IV, do art. 23, é dever do locatário levar,
imediatamente, ao conhecimento do locador, o surgimento de qualquer dano ou defeito
no imóvel.
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Logo, até mesmo as benfeitorias necessárias seriam de responsabilidade
do locador e a ele devem ser comunicadas, e caso não as faça, cabe ao locatário fazer,
pelo seu dever de manter o imóvel no estado em que o recebeu.
Diante dessas informações é que o contrato de locação deve ser muito bem
redigido, prevendo todas as possibilidades no tocante a benfeitorias, acessões e
reformas, principalmente se o imóvel for para fins não-residenciais.
Uma dúvida muito comum, por exemplo, é sobre quem paga os danos
causados em imóveis alugados decorrentes de eventos da natureza? E a resposta é o
locador, pois a ele cabe manter o uso e destinação do imóvel. Contudo, é possível
cláusula contratual dispondo de forma diversa.
TERMO DE VISTORIA
O termo de vistoria é fundamental nas locações, pois sem ele não é possível
comprovar avarias e danos existentes no imóvel e buscar o ressarcimento.
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Lembrando que laudo de vistoria não é apenas tirar fotos do imóvel, mas
especialmente descrever as condições do imóvel, na presença de locador e locatário.
Deve ser dado um prazo para o locatário contestar o laudo, caso necessário.
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autos a notificação destes acerca da data aprazada para sua realização.
3 .A apelante não se desincumbiu de demonstrar o fato constitutivo de seu
direito, conforme prescreve o art. 333 , I , do Código de Processo Civil . 4
.Recurso conhecidos e improvido. Sentença mantida. (TJ-DF - Apelação
Cível APC 20130110007853, Publicado em 22.06.2015)
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incidindo sobre tais valores os encargos de impontualidade contratualmente
estabelecidos. O laudo de vistoria unilateralmente produzido pelo
locador não pode ser adotado como parâmetro para a pretensão
indenizatória, devendo prevalecer à relação de reparos formulada pelo
locatário, mormente quando o autor não produziu perícia judicial a fim
de comprovar suas alegações. (TJ-MG - Apelação Cível AC
10702100067595001 MG. Publicado em 13.04.2018)
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IMÓVEL APÓS A ENTREGA PELA LOCATÁRIA. AUSÊNCIA
DE TERMO INICIAL DE VISTORIA. EXISTÊNCIA, CONTUDO,
DE TERMO FINAL DE VISTORIA REALIZADO QUANDO DA ENTREGA
DAS CHAVES, DEVIDAMENTE ASSINADO PELA LOCATÁRIA E NÃO
IMPUGNADO NO CURSO DO PROCESSO. VALOR A SER APURADO EM
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. REFORMA DA SENTENÇA, NO PONTO.
ÔNUS SUCUMBENCIAIS. REDISTRIBUIÇÃO. CONDENAÇÃO
EXCLUSIVA DOS RÉUS, DIANTE DA SUCUMBÊNCIA MÍNIMA DA
DEMANDANTE. PEDIDO DE MINORAÇÃO DOS HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS. PRETENSÃO PREJUDICADA. REDISTRIBUIÇÃO DA
SUCUMBÊNCIA JÁ REALIZADA DIANTE DA REFORMA PARCIAL DA
SENTENÇA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. (TJ-SC - Apelação
APL 03114151920188240005 Tribunal de Justiça de Santa Catarina
0311415-19.2018.8.24.0005 . Publicado em 09.02.2021)
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Nos termos do artigo 27, da lei do inquilinato, o Locatário tem preferência
para adquirir o imóvel locado, em igualdade de condições com possíveis compradores,
devendo o Locador dar-lhe conhecimento do negócio mediante notificação judicial ou
extrajudicial ou outro meio legal.
A cada nova proposta do comprador, uma nova notificação deverá ser feita
ao Locatário, nas mesmas condições.
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PREENCHIDOS. PRETENSÃO INDENIZATÓRIA. IMPROCEDÊNCIA.
APELO DESPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA. 1. O locatário após
ciência inequívoca da intenção do locador de alienação dos imóveis
por ele locados tem o prazo de trinta dias para exercitar o
seu direito de preferência na aquisição dos bens. 2. Nos termos do art.
33 da Lei n. 8.245 /91, o locatário preterido na negociação poderá
reclamar do alienante/locador as perdas e danos ou haver os imóveis
locados para si, se o requerer no prazo de seis meses a contar do registro
do ato no cartório de imóveis, contanto que o contrato de locação tenha sido
averbado no registro do imóvel pelo menos trinta dias antes da alienação, e
que promova o depósito do valor estipulado na negociação que pretende ver
anulada. 2.1. Esses requisitos são cumulativos, de modo que a ausência de
um deles não autoriza o locatário a exercer o direito de preferência na
aquisição do imóvel, foi o que ocorreu no caso em apreço. 3. É
desnecessária a averbação do contrato de locação no competente
cartório de registro de imóveis com vistas à concessão de indenização
de perdas e danos decorrente da preterição
do direito de preferência do locatário na aquisição do imóvel locado,
contudo, é imprescindível a comprovação da capacidade econômica
do locatário para aquisição do bem e do efetivo prejuízo por ele
suportado. Precedente do Superior Tribunal de Justiça: item 13 da edição
80 da Jurisprudência em Teses da Corte Cidadã. 4. Na hipótese vertente,
o locatário comprovou que teria condições para adquirir os imóveis locados,
no entanto, não se desincumbiu do seu ônus de comprovar o efetivo prejuízo
derivado do direito de preferência preterido. Além disso, os fatos - perda do
ponto e desvalorização do fundo de comércio - que eventualmente permitem
a concessão de indenização prevista no art. 52; § 3º, da Lei de Locações,
só podem ser verificados após a entrega dos imóveis locados. 5. Apelo
conhecido e desprovido. Sentença mantida. (TJ-DF -
07083231720198070001 DF 0708323-17.2019.8.07.0001. Publicado em
14.10.2020)
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RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL.
LOCAÇÃO. VENDA DO IMÓVEL LOCADO. DIREITO DE PREFERÊNCIA.
OFERTA AO LOCATÁRIO EM DESIGUALDADE DE CONDIÇÕES COM
TERCEIRO. VIOLAÇÃO AO ART. 27 DA LEI 8.245 /91. 1. Pedido de
indenização formulado por locatário contra os locadores em face dos
prejuízos sofridos em decorrência da forma como efetivado
o direito de preferência à aquisição do imóvel em condições superiores às
oferecidas a terceiro, com violação ao disposto no artigo 27 da Lei 8.245 /91.
2. A contrariedade da parte com a decisão recorrida não caracteriza vício de
julgamento, tendo o tribunal de origem expressamente se manifestado a
respeito dos argumentos alegados pelos recorrentes, 3. Tratando-se de
demanda direta entre locatário e locadores desnecessária a averbação do
contrato de locação na matrícula do imóvel por não envolver interesse de
terceiros, não sendo necessária a eficácia "erga omnes" ensejada pelo
registro para o seu ajuizamento. 4. Jurisprudência consolidada desta Corte
Superior no sentido do dever de o locador dar ciência inequívoca
ao locatário acerca do valor oferecido por terceiro interessado na aquisição
do imóvel locado, sendo a sua falta sancionada com o dever de reparação
dos prejuízos causados. 5. Peculiaridade do caso em que foi
oportunizado ao locatário o exercício do direito de preferência, mas em
condições desiguais às oferecidas pelo locador a terceiro. 6. Violação
pelos locadores ao dever de lealdade imposto pelo princípio da boa-fé
objetiva (art. 422 do CC ) ao omitirem o preço real oferecido por
terceiro. 7. Ato ilícito contratual caracterizado, incidindo o disposto no art.
405 do Código Civil , fixando-se como termo inicial dos juros moratórios a
data da citação. 8. RECURSOS ESPECIAIS PARCIALMENTE PROVIDOS.
(STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 1613668 RJ 2015/0115282-9 .
Publicado em 27.11.2018)
CLÁUSULA DE VIGÊNCIA
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O contrato precisa conter a cláusula de vigência da locação mesmo
em caso de venda pelo locador;
O contrato deve ser averbado na matrícula do imóvel.
Assim, para que a cláusula de vigência seja cumprida, não basta que um ou
dois desses requisitos estejam presentes, mas sim os três, caso contrário, o novo
proprietário poderá denunciar a locação para que o inquilino desocupe o imóvel em 90
(noventa) dias.
Frise-se que o registro do contrato de locação deve ser no Ofício de Registro
de Imóveis onde o imóvel estiver registrado, para que, em obediência ao princípio da
publicidade, conste na matrícula imobiliária a existência da locação e de sua vigência
até o termo final, ainda que ocorra a venda do imóvel.
Quando existe a averbação do contrato na matrícula imobiliária, não há
como o adquirente alegar desconhecimento da locação, sendo obrigado a cumprir a
locação até o término do prazo contratual.
Diante disso, podemos perceber que não é interessante ao locador a
colocação desta cláusula no contrato, sendo um recurso de proteção ao locatário,
principalmente nas locações não-residenciais (comerciais), em virtude dos prazos mais
longos destes contratos, e do alto investimento.
Importante ressaltar que, ainda que o contrato de locação seja por prazo
determinado e contenha a cláusula de vigência, esta não será oponível a terceiros,
justamente pela falta da averbação na matrícula imobiliária, pois não se pode obrigar
que o adquirente cumpra uma obrigação da qual não tinha conhecimento.
O entendimento dos tribunais, é de que não basta que o adquirente tenha
conhecimento da existência da cláusula de vigência, é obrigatória a averbação do
contrato na matrícula do imóvel, haja vista que se trata de requisito legal.
RECURSO ESPECIAL. AQUISIÇÃO. SHOPPING CENTER.
LOJAS. LOCAÇÃO. AÇÃO DE DESPEJO. CLÁUSULA DE VIGÊNCIA.
REGISTRO. AUSÊNCIA. OPOSIÇÃO. ADQUIRENTE. IMPOSSIBILIDADE.
1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência do
Código de Processo Civil de 2015 (Enunciados Administrativos nºs 2 e
3/STJ). 2. A controvérsia gira em torno de definir se o contrato
de locação com cláusula de vigência em caso de alienação precisa estar
averbado na matrícula do imóvel para ter validade ou se é suficiente o
conhecimento do adquirente acerca da cláusula para proteger o locatário. 3.
A lei de locações exige, para que a alienação do imóvel não interrompa
a locação, que o contrato seja por prazo determinado,
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haja cláusula de vigência e que o ajuste esteja averbado na matrícula do
imóvel. 4. Na hipótese dos autos, não há como opor a cláusula de vigência à
adquirente do shopping center. Apesar de no contrato de compra e venda
haver cláusula dispondo que a adquirente se sub-rogaria nas
obrigações do locador nos inúmeros contratos de locação, não há
referência à existência de cláusula de vigência, muito mesmo ao fato
de que o comprador respeitaria a locação até o termo final. 5. Ausente
o registro, não é possível impor restrição ao direito de propriedade,
afastando disposição expressa de lei, quando o adquirente não se
obrigou a respeitar a cláusula de vigência da locação. 6. Recurso
especial provido. (STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 1669612 RJ
2017/0101094-9, publicado em 14.08.2018)
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9ª C. Cível - 0011202-55.2020.8.16.0000 - Foz do Iguaçu - Rel.:
Desembargador Roberto Portugal Bacellar - J. 22.06.2020)
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V - fornecer ao locatário, caso este solicite, descrição minuciosa do
estado do imóvel, quando de sua entrega, com expressa referência
aos eventuais defeitos existentes;
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sexto dia útil do mês seguinte ao vencido, no imóvel locado, quando
outro local não tiver sido indicado no contrato;
[...]
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Sendo o imóvel para fins residenciais, necessário que o imóvel esteja em
perfeitas condições de habitabilidade. Sendo para fins comerciais (não-residencial), o
imóvel além de estar em condições, deve tolerar o exercício da atividade comercial do
locatário.
Todavia, nada impede que o imóvel seja entregue com vícios ou defeitos,
desde que esta situação seja aceita pelo locatário.
A segunda obrigação do locador, no tocante a garantir o uso pacífico do
imóvel, significa dizer que o locatário tem o direito de exercer plenamente a posse direta
do imóvel, sem contestação ou oposições.
Quanto a terceira obrigação, está intimamente ligada às anteriores, sendo
vedado ao Locador alterar a forma e destinação do imóvel, uma vez que estaria
turbando a posse do locatário.
A única obra que o locador pode realizar, independentemente de
autorização do locatário, são aquelas exigidas pelas autoridades públicas, com objetivo
de restaurar o imóvel às condições de habitabilidade ou reparar danos.
Ou seja, enquanto o imóvel estiver na posse do locatário, não pode o locador
realizar obras voluntárias que visem alterar a destinação do imóvel.
A quarta obrigação versa sobre a responsabilidade do locador por vícios e
defeitos anteriores à locação, não podendo ele alegar também desconhecer tais
problemas, considerando que o aluguel deve corresponder ao estado do imóvel.
Ainda que o vício ou defeito apareça após o início da locação, compete ao
locador o dever de repará-los, restituindo o imóvel a sua destinação.
A quinta obrigação está intimamente ligada aos termos de vistoria inicial e
final, haja vista que o locatário pode exigir descrição minuciosa do imóvel, quando de
sua entrega, com referência aos defeitos existentes.
A descrição não é obrigatória, mas se o locatário exigir, o locador não poderá
negar, considerando tratar-se de uma garantia ao locatário quando da devolução do
imóvel, para que seja comparado o estado de conservação do imóvel com àquele em
que foi entregue no início da locação.
É extremamente recomendável essa descrição minuciosa, uma vez que,
não conseguindo o locatário comprovar a preexistência dos defeitos, por eles ficará
responsável.
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O inciso VI do art. 22, fala da obrigatoriedade do locador em fornecer recibo
de quitação dos valores pagos pelo locatário, de forma discriminada.
Caso o locador se negue a fornecer o recibo ou forneça da forma incorreta,
com vícios de forma, o locatário poderá consignar o pagamento do aluguel, para que
obtenha prova do adimplemento de sua obrigação.
Inclusive, nos termos do art. 44, I, da lei do inquilinato, constitui crime a
recusa de fornecimento do recibo de quitação de aluguel nas habitações multifamiliares.
No tocante a forma, o que se exige é discriminação de valores pagos e quais
parcelas se referem, para que não restem dúvida sobre a quitação dos respectivos
valores.
Já o inciso VII, dispõe sobre o pagamento das taxas de
administração/intermediação da imobiliária, incluindo as despesas para verificação do
cadastro do pretenso locatário e fiadores.
Ou seja, é irrelevante que o contrato de locação já tenha sido assinado ou
não, sendo proibida a cobrança das referidas taxas do locatário ou pretendente à
locação.
Considerando que o aludido inciso expressa a proibição da cobrança da taxa
de cadastro, por um período passou-se a cobrar a “taxa de contrato”, por não se tratar
de vedação legal, mas de honorários para elaboração do próprio contrato de locação.
Contudo, diante da resistência dos locatários e instauração de processos
contra advogados e administradores de imóveis que insistiam em cobrar o valor dos
locatários, essa cobrança deixou de ser praticada, sendo possível ao locatário analisar
a situação que melhor se amolda às suas condições.
No inciso VIII, temos a obrigatoriedade do locador de pagar impostos e
taxas, assim como o prêmio de seguro contra incêndio, que incidam sobre o imóvel.
Contudo, essa obrigação pode ser transferida ao locatário em cláusula contratual,
quando da formalização da locação.
A praxe do mercado é transmitir ao locatário essas despesas. Todavia,
oriento que as despesas que não são possíveis a transferência de titularidade ao
locatário, que o próprio locador efetue o pagamento e o valor respectivo seja acrescido
ao valor do aluguel.
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O pagamento diretamente pelo locador é importante e medida de extrema
cautela, principalmente com relação a dívidas de IPTU e condomínio, consideradas
dívidas propter rem, e que podem levar o imóvel à penhora/leilão.
O inadimplemento desses encargos sujeitará o locatário a ação de despejo,
ainda que o valor dos alugueis estejam em dia.
No inciso IX, temos a obrigatoriedade do locador de apresentar os
comprovantes de pagamentos dos valores arcados pelo locatário. Caso solicitado pelo
locatário, o locador não pode se furtar à apresentação dos recibos.
Já o ultimo inciso, que abarca a décima obrigação do locador, referente ao
pagamento das despesas extraordinárias do condomínio, que são aquelas
caracterizadas por sua imprevisibilidade, não estando elencadas no orçamento do
condomínio.
Importante ressaltar que não é possível transmitir essa obrigatoriedade ao
locatário, sendo nula a cláusula contratual que assim disponha.
Ao locatário, a lei do inquilinato também elenca os seus deveres, no art. 23,
sendo o primeiro e principal dever do locatário, o de pagar pontualmente o aluguel e os
encargos da locação, sejam eles exigidos por lei ou contratualmente pactuados.
O inadimplemento do locatário é considerado infração legal e contratual,
sendo causa de rescisão do contrato, além de ser uma violação ao princípio da boa-fé
objetiva e ser considerado enriquecimento sem causa do inquilino.
Equivocadamente, muitos locatários imaginam que a ação de despejo
fundada no inadimplemento dos respectivos valores, apenas possa ser ajuizada em
caso de vencimento de três meses do valor do aluguel, o que não é verdade, haja vista
que nos termos da lei, no dia seguinte ao vencimento da obrigação ou expirado os dias
de tolerância contratualmente previstos, já poderá o inquilino sofrer o despejo.
Caso o contrato não preveja a data de vencimento do aluguel, este deverá
ser pago até o sexto dia útil do mês seguinte ao vencido.
Quanto ao local do pagamento do aluguel, a prática é que o contrato preveja,
contudo, não existindo essa previsão contratual, o aluguel deverá ser pago no imóvel
locado, devendo o locador ou seu representante comparecer para receber.
Não comparecendo o locador, não poderá ser constituído em mora o
locatário, que para eximir-se da obrigação poderá consignar o pagamento.
30
A segunda obrigação do locatário, prevista no inciso II, é de utilização do
imóvel para o fim a que se destina, seja residencial, não-residencial ou por temporada,
devendo cuidá-lo como se fosse seu.
Também é obrigação do locatário, finda a locação, restituir o imóvel no
estado em que o recebeu, ressalvadas as deteriorações decorrente do uso normal do
imóvel.
Assim, responde o locatário pelos danos e deteriorações do imóvel a que
der causa, e não pelas marcas deixadas no imóvel pelo decurso do tempo. Aqui mais
uma vez friso a importância da realização do laudo de vistoria inicial e final.
Uma obrigação muito importante do locatário, é levar ao conhecimento do
locador o surgimento de qualquer dano ou defeito, para que então o locador possa
repará-lo, assim como eventuais turbações praticadas por terceiros.
A não comunicação imediata ao locador, pode agravar os danos existentes
no imóvel, situação da qual o locatário será responsabilizado.
Quanto à defesa da posse, o locatário, como possuir direto do imóvel,
poderá fazê-la.
O locatário deverá, também, reparar imediatamente e às suas expensas,
todos os danos causados por si, seus familiares, dependentes ou visitantes.
Como a lei dispõe que a reparação deve ser imediata, não poderá o locatário
exonerar-se de tal obrigação, e pretender realizar a reparação pertinente apenas
quando da devolução do imóvel.
Uma obrigatoriedade importantíssima, já estudada quando falamos das
benfeitorias, é que o locatário não pode modificar o imóvel, interna ou externamente,
sem consentimento prévio do locador, sob pena de infração legal.
Apesar de não muito comentado, e até mesmo desconhecido de muitos
locatários, também constitui infração legal não entregar as correspondências destinadas
ao locador e entregues no imóvel locado.
É obrigação do locatário, ainda, pagar as despesas de consumo do imóvel,
como telefone, energia elétrica, água, além de a ele também poder ser transferido, por
disposição contratual, o pagamento de despesas destinadas ao locador.
O locatário é obrigado também, a permitir a vistoria periódica do imóvel,
mediante prévio agendamento de dia e horário, além de permitir a visitação por terceiros
em caso de não exercício do seu direito de preferência na aquisição do imóvel.
31
Também constituiu dever legal do locatário, quando locado imóvel situado
em condomínio, cumprir integralmente a convenção de condomínio e os regulamentos
internos.
Estando a convenção de condomínio devidamente registrada no Ofício de
Registro de Imóveis competente, não poderá o locatário alegar desconhecimento,
podendo ser notificado e demandado ao pagamento de multas por infração às normas
do condomínio.
Falando em condomínio, compete ao locatário pagar as despesas
ordinárias, que são aquelas necessárias a administração e manutenção do condomínio,
previstas no orçamento.
Ou seja, as despesas com instalação e equipamentos, competem ao
locador, enquanto as de manutenção, cabem ao locatário.
Vejamos os entendimentos jurisprudenciais sobre os principais deveres do
locatário:
32
LOCATIVOS COM CHEQUE. DEVOLUÇÃO DA CÁRTULA PELA
INSUFICIÊNCIA DE FUNDOS. PARTE DEVEDORA NÃO SE
DESINCUMBIU DO ÔNUS DE COMPROVAR O PAGAMENTO DO
DÉBITO, NOS TERMOS DO DISPOSTO NO ART. 333 , INC. II , DO
CPC . DEVER DE ADIMPLIR A OBRIGAÇÃO. AUSÊNCIA DE PROVA
DE QUE OS SERVIÇOS DE ÁGUA FORAM PRESTADOS QUANDO
O LOCATÁRIO ESTAVA EM POSSE DO IMÓVEL, NÃO SENDO
DEVIDO O PAGAMENTO. INEXISTÊNCIA DE TERMO DE VISTORIA
QUE AFASTA A RESPONSABILIDADE DO LOCATÁRIO,
PELO PAGAMENTO DOS REPAROS REALIZADOS NO BEM.
RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. (Recurso Cível Nº
71005218565, Primeira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais,
Relator: Roberto Carvalho Fraga, Julgado em 28/07/2015).
RECURSO INOMINADO. AÇÃO INDENIZATÓRIA. CONTRATO DE
LOCAÇÃO. RESSARCIMENTO DE BENFEITORIAS. AUSENTE
PROVA DO EFETIVO VALOR PAGO. INVIABILIDADE DE SE
BASEAR TÃO SOMENTE NOS VALORES ALEGADOS PELO
AUTOR. PEDIDO CONTRAPOSTO. PAGAMENTO DE LOCATIVOS
E DAS FATURAS DE ÁGUA E ENERGIA ELÉTRICA, BEM COMO
REFORMAS DEPOIS DA SAÍDA DO LOCATÁRIO. ÔNUS DO
AUTOR EM COMPROVAR A EFETIVA DESOCUPAÇÃO, COM A
ENTREGA DAS CHAVES. DEVER DE PAGAR ALUGUEL ATÉ
EFETIVA DESOCUPAÇÃO. CONTAS DE ÁGUA E LUZ QUE FORAM
QUITADAS, SEM PROVA DE QUEM AS TENHA PAGO. AUSENTE
PROVA DAS CONDIÇÕES DO IMÓVEL ANTES DA VIGÊNCIA DO
CONTRATO. SENTENÇA REFORMADA EM PARTE. RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO. (Recurso Cível Nº 71005817911, Quarta
Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Luis Antonio
Behrensdorf Gomes da Silva, Julgado em 01/07/2016).
APELAÇÃO - LOCAÇÃO - DESPESAS ORDINÁRIAS
DE CONDOMÍNIO - OBRIGAÇÃO DE PAGAMENTO - LOCATÁRIO.
Nos termos do art. 23 , inciso XII da Lei 8.245 /91, é obrigação do
locatário pagar as despesas ordinárias de condomínio, utilizadas
para a manutenção e conservação de instalações comuns. V.Vp -
EMENTA: APELAÇÃO. LOCAÇÃO. ENCARGOS DO LOCATÁRIO.
ARTIGO 23 , LEI 8245 /91. TAXAS EXTRAORDINÁRIAS.
IMPOSSIBILIDADE. Dentre os encargos previstos na locação se
encontra as taxas de condomínio que se dividem em ordinárias e
extraordinárias. O locatário é obrigado a pagar as taxas ordinárias
do condomínio, pois que as extraordinárias são de
responsabilidade do locador. Inteligência dos artigos 22 e 23 , lei
8245 /91. (TJ-MG - Apelação Cível AC 10518100007203001 MG (TJ-
MG); publicação: 07/07/2014)
33
LOCAÇÃO DE IMÓVEL RESIDENCIAL. AÇÃO DE DESPEJO CC .
COBRANÇA DE ALUGUERES E ENCARGOS
LOCATÍCIOS. DESPESAS ORDINÁRIAS DE CONDOMÍNIO.
Desnecessidade de existência de cláusula contratual que
contenha previsão expressa acerca do dever do Réu/Locatário de
arcar com as despesas ordinárias de condomínio. Dever "ex
lege", isto é, decorrente da própria lei. Inteligência do art. 23 , XII ,
da Lei nº 8.245 /1991. Inexistindo previsão contratual de renúncia, pela
Autora/Locadora, ao dever do Réu/Locatário de arcar com
as despesas ordinárias de condomínio, deverá incidir na espécie a
norma que rege as relações locatícias. Reforma parcial da r. sentença.
RECURSO DA AUTORA/LOCADORA PROVIDO. (TJ-SP - Apelação
APL 00028356820108260338 SP 0002835-68.2010.8.26.0338 (TJ-
SP), publicada em 05.03.2015).
Agora, se a locação for por prazo determinado, o Locador não poderá reaver
o imóvel alugado antes do término do contrato, exceto, nos seguintes casos:
Se o prazo da locação for ajustado por escrito e por prazo igual ou superior
a 30 meses (2 anos e meio), ao final deste prazo, ocorre a resolução do contrato
independentemente de notificação. Contudo, se o locatário permanecer no imóvel por
34
mais de 30 dias, sem oposição do Locador, a locação prorroga-se por prazo
indeterminado. Neste caso, o Locador poderá reaver o imóvel a qualquer tempo, desde
que notificado o Locatário com antecedência de 30 dias.
35
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO CIVIL. LOCAÇÃO DE
IMÓVEL. ALIENAÇÃO. ADQUIRENTE.
DENÚNCIA. PRAZO DE DESOCUPAÇÃO. NOTIFICAÇÃO.
DESPEJO. LIMINAR. REQUISITOS. AUSÊNCIA. I - Se o imóvel for
alienado durante a locação, o adquirente poderá denunciar o contrato,
com o prazo de noventa dias para a desocupação, salvo se
a locação for por tempo determinado e o contrato contiver cláusula de
vigência em caso de alienação e estiver averbado junto à matrícula do
imóvel (Lei n.º 8.245 /91, art. 8º ). A denúncia vazia deverá ser
exercitada no prazo de noventa dias contados do registro da
venda ou do compromisso, presumindo - se, após esse prazo, a
concordância na manutenção da locação (art. 8º, § 2º). II -
Conceder-se-á liminar para desocupação em 15 (quinze) dias,
independentemente da audiência da parte contrária e desde que
prestada a caução no valor equivalente a três meses de aluguel, nas
ações que tiverem por fundamento exclusivo o término
do prazo da locação não residencial, tendo sido proposta a ação em
até 30 (trinta) dias do termo ou do cumprimento de notificação
comunicando o intento de retomada (art. 59, § 1º, VIII) III - Deu-se
provimento ao recurso. (TJ-DF - 07012032320198070000 DF
0701203-23.2019.8.07.0000 (TJ-DF), publicada em 14.06.2019)
Agravo de Instrumento – AÇÃO DE DESPEJO – CONTRATO
DE LOCAÇÃO NÃO RESIDENCIAL – PRAZO INDETERMINADO –
DENÚNCIA DO CONTRATO – DESOCUPAÇÃO VOLUNTÁRIA –
NÃO OCORRÊNCIA – DIREITO DO LOCADOR
A DESOCUPAÇÃO DO IMÓVEL – AGRAVO DE INSTRUMENTO
CONHECIDO E NÃO PROVIDO. 1. Controvérsia centrada na
discussão acerca do preenchimento, ou não, dos requisitos legais para
o deferimento de tutela provisória de natureza antecipada, destinada
à concessão liminar de Mandado de Despejo, em decorrência de
denúncia vazia de contrato de locação de imóvel não residencial
com prazo indeterminado. 2. O art. 300 , do CPC/2015 , prevê que a
tutela de urgência, espécie de tutela provisória (art. 294 , CPC/15 ),
será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano, ou de risco ao resultado
útil do processo, podendo ser de natureza cautelar ou antecipada. 3.
Em sede recursal, a interposição de Agravo de Instrumento contra
decisão que apreciou, na origem, pedido de tutela provisória de
urgência, devolve ao Tribunal a apreciação desses requisitos (art. 299
, parágrafo único , CPC/15 ), a fim de ser deferida, ou não, a medida
liminar pleiteada. 4. Segundo prevê o art. 56 , da Lei nº 8.245 , de
18/10/1991 (Lei de Locação de Imóveis Urbanos), nos casos
de locação não residencial, o contrato por prazo determinado cessa,
de pleno direito, findo o prazo estipulado, independentemente de
notificação ou aviso. 5. Contudo, nos termos do parágrafo único, do
36
mesmo dispositivo, findo o prazo estipulado, se o locatário permanecer
no imóvel por mais de trinta (30) dias sem oposição do locador,
presume-se prorrogada a locação nas condições ajustadas, mas
sem prazo determinado. Nesse caso, conforme prevê o art. 57, da
referida lei de regência, o contrato de locação por prazo indeterminado
pode ser denunciado por escrito, pelo locador, concedidos ao locatário
trinta (30) dias para a desocupação. 6. A hipótese dos autos se amolda
justamente ao disposto no parágrafo único, do art. 56, e no art. 57 , da
Lei nº 8.245 , de 18/10/1991 (Lei de Locação de Imóveis Urbanos), na
medida em que as celebraram contrato de locação de imóvel não
residencial, pelo período de 06/06/2016 à 05/06/2017. 7.
Posteriormente, com o fim do prazo determinado, houve a prorrogação
automática por prazo indeterminado, sendo que, em junho/2019, o
autor-agravado decidiu não prosseguir com o referido contrato,
encaminhando notificação de denúncia vazia ao réu-agravante, a qual
foi recebida em 18/06/2019, entretanto, após o decurso do prazo de
trinta (30) dias para desocupação voluntária, isso não ocorreu. 8.
Nessas circunstâncias, é direito do proprietário a retomada do bem,
dada a natureza jurídica da relação de direito material vigente entre as
partes (contrato de locação não residencial por prazo indeterminado).
9. Agravo de Instrumento conhecido e não provido. (TJ-MS - Agravo
de Instrumento AI 14063155420208120000 MS 1406315-
54.2020.8.12.0000 (TJ-MS), publicada em 28.07.2020).
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE DESPEJO.
RETOMADA. LOCAÇÃO NÃO RESIDENCIAL. DENÚNCIA VAZIA.
RENOVAÇÃO DO CONTRATO POR TEMPO DETERMINADO.
POSSIBILIDADE. INCABÍVEL O DESPEJO POR DENUNCIAL VAZIA
DURANTE O PRAZO DO CONTRATO. AFASTADA ALEGAÇÃO DE
NULIDADE DA CLÁUSULA CONTRATUAL QUE ESTIPULOU A
PRORROGAÇÃO DO PRAZO DA LOCAÇÃO POR
TEMPO DETERMINADO. 1. As partes firmaram aditivo ao contrato
de locação estipulando que o prazo restaria automaticamente
prorrogado por iguais períodos de 36 meses desde que nenhuma das
partes comunicasse por escrito a desistência do direito de renovação
automática antes do prazo máximo de 210 (duzentos e dez) dias
anteriores ao término da renovação, o que não ocorreu. 2. Não é nula
a cláusula contratual que estipula o prazo determinado para
prorrogação do contrato, eis que não contraria a Lei de Locações. 3.
No caso dos autos, vigente o contrato de locação, não é possível a
decretação do despejo retomada tal como postulado, nos termos do
art. 4º da Lei 8245 /91. Sentença mantida. NEGARAM PROVIMENTO
AO APELO. (TJ-RS - Apelação Cível AC 70058685389 RS (TJ-RS),
publicada em 26/11/2015).
37
CONTRATO DE LOCAÇÃO – CLÁUSULAS IMPORTANTES
38
22, VIII, lei do inquilinato), podendo ser transferida ao locatário. Uma possibilidade é o
locador contratar, adiantar o pagamento do seguro e descontar do locatário juntamente
com o pagamento dos aluguéis.
Com relação ao contrato de locação, importante ressaltar que a sua
executividade independe da assinatura de duas testemunhas, conforme já reconhecido
pelo CPF, no art. 784, VIII.
39
celebração do contrato, então é possível a parte que se sentir prejudica, pleitear a
revisão do valor do aluguel, ou até mesmo a resolução do contrato.
Em caso de pluralidade de locadores ou locatários, considerando a
solidariedade determinada no art. 2º, da lei do inquilinato, a revisão poderá ser proposta
por apenas um locador ou locatário, aproveitando a sentença aos demais.
O art. 68 da lei do inquilinato disciplina o rito e o procedimento a ser adotado
na ação revisional, o que gera uma grande discussão, uma vez que o rito sumário foi
extinto pelo Código de Processo Civil de 2015, em seu art. 318.
Mas, considerando que a lei do inquilinato é lei especial e determinada a
tramitação da ação pelo rito sumário, sendo norma cogente, não poderá ser alterada
por opção do autor da ação, e por interpretação da parte final do art. 318, do CPC,
referida ação continuará tramitando pelo rito sumário.
Considerando que a ação revisional é cabível caso não haja acordo entre as
partes, pode o réu da ação alegar que o autor não comprovou a tentativa frustrada de
acordo para ingresso com a ação? Não, pois o fato do autor entrar com a ação,
assumindo os ônus decorrentes, faz presumir o fracasso nas tentativas.
Considerando o lapso temporal mínimo de 03 (três) anos estabelecido na lei
para a revisão do aluguel, a doutrina entende possível que esse prazo seja prolongado
por convenção entre as partes, o que caracterizaria uma renúncia parcial ao direito de
revisão. No entanto, reduzir o prazo já não é possível, sob pena de afetar a estabilidade
do contrato.
Quanto a petição inicial da revisional, além dos requisitos do art. 319 do
CPC, deverá indicar o valor do aluguel pretendido.
O valor da causa é de uma anuidade, tendo como base o valor do aluguel
vigente à época do ajuizamento da ação, e não com base no valor pretendido na ação.
É possível requerer na petição inicial a fixação de valor provisório do aluguel,
demonstrando os elementos necessários ao arbitramento, não podendo o juiz negar a
fixação de aluguel provisório, uma vez cumpridos os requisitos legais.
Tratando-se de rito sumário, a contestação do réu deverá ser oferecida na
audiência. Serão 02 (duas) audiências, uma de conciliação, e outra de instrução e
julgamento caso haja necessidade ainda de produção de provas.
Caso seja necessário, o juiz determinará realização de perícia para
arbitramento do aluguel.
40
Todas as provas são admitidas, devendo as provas documentais ser
apresentadas com a inicial ou com a citação, e a prova oral, como depoimento pessoal
e oitiva de testemunhas, será colhida na audiência, sendo a principal prova a pericial,
caso não haja acordo entre as partes.
Importante se atentar ao que dispõe os parágrafos do art. 68, que dispõe em
seu §1º a não possibilidade de ingresso com ação revisional em caso de pendência de
prazo para desocupação (art. 46, §2º - locação residencial e 57 – locação não
residencial).
O objetivo da norma neste caso é justamente não onerar ainda mais o
locatário, que já fora notificado para desocupar o imóvel, não podendo sofrer uma ação
para revisão/aumento do valor do aluguel.
Já o §2º do artigo 68, dispõe sobre o reajuste do aluguel provisório no curso
da ação, que ocorrerá pelo índice e periodicidade definida no contrato ou, na falta de
previsão, pelos critérios legais.
O não pagamento do aluguel provisório ensejará ação de despejo.
O aluguel fixado na sentença retroage à data da citação, devendo o locatário
pagar eventuais diferenças, devidamente reajustadas. (art. 69)
Caso seja solicitado pelo locador ou sublocador, a periodicidade do reajuste
do aluguel e o indexador poderão ser alterados quando da sentença (§1º, art. 69)
A execução das diferenças do valor do aluguel determinado na sentença e
o valor do aluguel provisório, será realizada nos autos da ação revisional (§2º, art. 69).
É possível que na ação revisional haja acordo entre as partes para
desocupação do imóvel, sendo expedido mandado de despejo pelo Juiz. (art.70)
Observemos o entendimento dos tribunais sobre a ação revisional e a
fixação do valor do novo aluguel:
41
aferição do justo valor do locativo, por meio de perícia, nos termos do
art. 68 , IV , da Lei nº 8.245 /91 - Cerceamento de defesa evidenciado
- Necessidade de retorno dos autos à origem para instrução probatória
- RECURSO PROVIDO PARA ANULAR A SENTENÇA. (TJ-SP -
Apelação Cível AC 10069950720208260068 SP 1006995-
07.2020.8.26.0068 (TJ-SP), publicado em 04.02.2022)
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO
ESPECIAL. AÇÃO REVISIONAL DE LOCAÇÃO COMERCIAL.
SÚMULA 158/STJ. NÃO INCIDÊNCIA. SIMILITUDE
FÁTICA. AÇÃO REVISIONAL E AÇÃO RENOVATÓRIA. CONTEÚDO
DO ATO POSTULATÓRIO. AUSÊNCIA DE CONSENSO ENTRE
LOCADOR E LOCATÁRIO SOBRE O VALOR DO ALUGUEL.
INTERVENÇÃO JUDICIAL. CÁLCULO SOBRE BENFEITORIAS E
ACESSÕES. POSSIBILIDADE. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA
PROVIDOS. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS RECURSAIS. NÃO
INCIDÊNCIA. ÊXITO DO RECORRENTE EM NOVO GRAU
RECURSAL. 1. Ação ajuizada em 28/4/11. Embargos de divergência
interpostos em 26/4/16. Autos atribuídos a Relatora em 20/11/19.
Julgamento: CPC/15 . 2. O propósito dos embargos de divergência
consiste em definir se a ação revisional de contrato de locação autoriza
o ajuste do valor do aluguel, considerando em seu cálculo eventual
acessão realizada pelo locatário, com autorização do locador. 3. O
nome de um ato processual não afeta sua natureza, que segue intacta
e inalterada a despeito de erros que hajam sido cometidos na
denominação. Sobressai, assim, como critério de identificação de
demandas, o conteúdo do ato postulatório, ou seja, é a pretensão o
dado que - em confronto com os demais (nomen e forma) - espelha na
postulação o sentido aparente da vontade de seu autor. Doutrina sobre
o tema. 4. A ação revisional é resguardada para as hipóteses em que
não há acordo entre locador e locatário sobre o valor do aluguel. Por
exercício da autonomia privada das partes contratantes, nada impede
que: i) os gastos relativos à acessão sejam descontados do valor do
aluguel por determinado tempo; ii) a acessão seja realizada por
investimento exclusivo de uma das partes com a correspondente
indenização ao final do contrato, seja pelo locador, seja pelo locatário;
iii) a acessão seja custeada por apenas uma parte, renunciando-se à
indenização correspondente ao investimento. 5. Contudo, ausente
consenso entre as partes, em sede
de ação revisional de locação comercial, o novo aluguel deve
refletir o valor patrimonial do imóvel locado, inclusive decorrente
de benfeitorias e acessões nele realizadas pelo locatário, pois
estas incorporam-se ao domínio do locador, proprietário do bem.
6. Embargos de divergência conhecidos e providos. (STJ -
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL EREsp
1411420 DF 2013/0349083-6 (STJ)
42
AÇÃO REVISIONAL. LOCAÇÃO. Sentença que indeferiu a inicial,
ante a não regularização do polo ativo da ação – litisconsórcio ativo
necessário - inocorrência – pluralidade de locadores implica em
solidariedade (Lei 8.245 /91, art. 2º ), legitimando cada locador,
individualmente, a ajuizar ação decorrente da locação, sem a anuência
dos demais locadores - anulação da r. sentença, com o regular
processamento da demanda no Juízo de origem. RECURSO DO
AUTOR PROVIDO. (TJ-SP - Apelação APL 10594210720148260100
SP 1059421-07.2014.8.26.0100 (TJ-SP).
AÇÃO DE DESPEJO
Assim, foi proibida a concessão de liminar nas ações de despejo até o dia
30.10.2020.
43
Em julgamento da Ação de Arguição de Preceito Fundamental 828, o STF,
por voto do ministrito Luis Roberto Barroso, seguido por maioria dos votos, deferiu
liminar prorrogando os efeitos da lei 14.216/2021 até 31.03.2022, e estendendo os seus
efeitos também aos imóveis rurais.
Seja qual for o motivo do término da locação, a ação competente para que
o locador recupere a posse do imóvel é a ação de despejo, que seguirá o rito ordinário,
hoje procedimento comum. (arts. 5º e 59).
Em ambos os casos, seja pelas hipóteses do art. 59, §1º, seja por concessão
de tutela de urgência, a liminar de despejo para desocupação em 15 (quinze) dias estará
condicionada à prestação de caução.
O STJ já se posicionou neste sentido, aduzindo não ser taxativo o rol do art.
59, §1º, da lei do inquilinato e, presentes os requisitos do art. 300, do CPC, a medida
liminar deve ser deferida.
44
dos elementos exigidos pelo art. 59 da Lei de Locações, é possível o
deferimento de pedido liminar de despejo, desde que satisfeitos os
requisitos mencionados pelo art. 273 do caderno de ritos civil. II - O
cenário fáctico do presente feito impede que o recorrente apresente
uma prova inequívoca, porquanto impossível provar fato inexistente.
Em casos como este, cabe ao agravado demonstrar haver realizado o
pagamento de suas mensalidades, o que afastaria de plano a
pretensão do recorrente. III - Ao não apresentar um elemento
probatório sequer, o agravado demonstra que suas alegações são
plenamente insustentáveis, à medida que contraditórias entre si. IV -
Recurso conhecido e provido. Decisão unânime. (e-STJ, fl. 176) (STJ
RECURSO ESPECIAL Nº 1.207.161 - AL (2010/0150779-2),
publicado em 8.02.2011)
A caução não precisa necessariamente ser em dinheiro, podendo o próprio
imóvel da locação ser dado em garantia, desde que o locador comprove a titularidade
do bem.
A ação de despejo pode ser cumulada com a ação de cobrança por falta de
pagamento de aluguel e acessórios da locação.
Sendo a locação garantida por fiador, este também integrará o polo passivo
da ação em caso de cobrança de valores inadimplidos. (art. 62)
O réu não pode depositar o valor que entender justo, deve depositar o valor
requerido na inicial ou, então, contestar a ação.
Todavia, nos termos do parágrafo único do art. 62, o réu (locatário) não
poderá efetuar a quitação do débito se já o tenha se valido deste direito nos últimos 24
(vinte e quatro) meses.
45
A ação de despejo apenas poderá ser processada no juizado especial se a
causa de pedir for para uso próprio do locador, nos termos do disposto no art. 3º da lei
9.099/95, excluindo-se as demais hipóteses do inciso III do art. 47 da lei do inquilinato.
Nos termos do art. 65, caso seja necessário, o ato do despejo se dará com
emprego de força e arrombamento.
46
Sendo o imóvel abandonado após ajuizada a ação, o locador poderá imitir-
se na posse do imóvel mediante autorização judicial. (art. 66).
47
expressamente os requisitos necessários para o deferimento de
medida liminar de despejo. Além das hipóteses previstas na Lei de
Inquilinato, para fins de concessão da medida liminar de despejo,
deverão estar presentes os requisitos do artigo 300 do CPC/15,
autorizadores da concessão da tutela antecipada, quais sejam, a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil
do processo. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO. ( Agravo de
Instrumento Nº 70078183290, Décima Quinta Câmara Cível, Tribunal
de Justiça do RS, Relator: Adriana da Silva Ribeiro, Julgado em
19/09/2018). (TJ-RS - AI: 70078183290 RS, Relator: Adriana da Silva
Ribeiro, Data de Julgamento: 19/09/2018, Décima Quinta Câmara
Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 26/09/2018)
Direito Civil e Processo Civil. Ação de despejo. Decisão que negou a
concessão de liminar. Contrato de locação de imóvel residencial com
prazo de doze meses. Inadimplência da ré desde o terceiro mês de
contrato. Notificação extrajudicial expedida em julho de 2019. Inércia
da ré. Contrato de locação sem fiador, tendo a caução (equivalente a
dois meses de aluguel) sido há muito superada pelos meses de
inadimplência. Contrato encerrado em 15/11/19, sem prorrogação e
sem que o locatário saísse do bem. Presença dos requisitos legais
para a concessão da liminar de despejo, dispensada a caução diante
do preenchimento dos requisitos previstos no artigo 300 do CPC,
sendo evidente não apenas a probabilidade do direito (ante a
inadimplência da locatária e o término do prazo da locação) quanto o
perigo de dano - e o dano em si - decorrente do não recebimento
tempestivo das verbas locatícias, importantes à composição da renda
mensal da parte autora. Decisão que se reforma. Recurso provido.
(TJ-RJ - AI: 00691397320198190000, Relator: Des(a). MARCO
ANTÔNIO IBRAHIM, Data de Julgamento: 07/02/2020, QUARTA
CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 2020-02-12)
AGRAVO INTERNO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE
DESPEJO C/C COBRANÇA DE ALUGUEIS. IMÓVEL RESIDENCIAL.
CAUÇÃO DADA EM GARANTIA DO CONTRATO. REQUISITOS.
LIMINAR PARA DESPEJO. NÃO PREENCHIMENTO. 1. O art. 59, §
1º da Lei nº 8.245/1991 dispõe que, nas ações de despejo, conceder-
se-á liminar para desocupação em 15 dias, independentemente da
oitiva da parte contrária e desde que prestada a caução no valor
equivalente a três meses de aluguel, quando o locatário não pagar o
aluguel e os acessórios da locação no vencimento previsto. 2. A
previsão de cláusula expressa sobre a prestação de caução e a
ausência de prova concreta do alegado inadimplemento parcial desse
dispositivo inviabilizam a concessão da liminar pleiteada. 3. Agravo
interno prejudicado. Agravo de instrumento conhecido e não provido.
(TJ-DF 07512860920208070000 DF 0751286-09.2020.8.07.0000,
48
Relator: DIAULAS COSTA RIBEIRO, Data de Julgamento:
06/05/2021, 8ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE :
18/05/2021 . Pág.: Sem Página Cadastrada.).
Verificamos como regra geral na lei do inquilinato, nos termos do art. 23, I,
que o local do pagamento do aluguel deve ser no imóvel locado, caso não disponha
49
local diverso no contrato. Assim, cabe ao locador/credor procurar o locatário/devedor
para receber o valor do aluguel.
A petição inicial, além dos requisitos legais dos arts. 319 e 320 do CPC,
deverá conter a especificação clara e precisa dos aluguéis e acessórios que se pretende
pagar, com a indicação dos respectivos valores, e o pedido de quitação das obrigações
que se vencerem durante a tramitação da ação, cujos depósitos deverão ser feitos em
seus respectivos vencimentos.
50
Indispensável também, que o locatário demonstre qual motivo ensejou o
ajuizamento da ação de consignação, haja vista que não pode simplesmente escolher
pagar pela via da consignação.
Ocorre que, não sendo localizado o credor/locador, essa audiência era por
vezes remarcada, tornando o processo moroso.
Nos termos do art. 67, II, da lei do inquilinato, o autor/locatário, terá o prazo
de 24 (vinte e quatro) horas, contados do despacho que determina a citação, para
efetuar o pagamento da prestação devida.
51
Realizado o depósito pelo locatário de forma extrajudicial, o locador poderá
agir de três formas:
52
impedir a extinção contratual verificada pelo decurso do prazo
contratual, bem como para obstar a entrega do imóvel mediante
depósito judicial das chaves em juízo. Precedentes. 2. Agravo interno
a que se nega provimento. (STJ - AgInt no AREsp: 1610017 SP
2019/0322938-2, Relator: Ministro RAUL ARAÚJO, Data de
Julgamento: 29/06/2020, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação:
DJe 05/08/2020)
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO DE ENTREGA DE CHAVES. LOCAÇÃO
DE IMÓVEL. Recusa ao recebimento das chaves em virtude do estado
precário do imóvel. Condição do imóvel que não impede o recebimento
das chaves. Recurso desprovido. (TJ-SP - APL:
10090135220148260604 SP 1009013-52.2014.8.26.0604, Relator:
Dimas Rubens Fonseca, Data de Julgamento: 18/01/2017, 28ª
Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 18/01/2017)
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO -
CONTRATO DE LOCAÇÃO - ENTREGA DAS CHAVES - RESCISÃO
DO CONTRATO -DANOS DECORRENTES DO DESGATE NATURAL
DO TEMPO - RESPONSABILIDADE DO LOCATÁRIO -
INEXISTÊNCIA. O termo final do contrato de locação é a efetiva
entrega das chaves, de modo que as obrigações do locatário, em
relação ao pagamento dos encargos locatícios, persistem apenas até
a mencionada data. O locatário não pode ser responsabilizado por
danos gerados ao imóvel objeto da locação pelo desgaste natural do
tempo. (TJ-MG - AC: 10287140008296001 MG, Relator: José de
Carvalho Barbosa, Data de Julgamento: 20/02/2020, Data de
Publicação: 06/03/2020)
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO.
ALUGUEIS. RECUSA INJUSTA DA LOCADORA. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS. Evidenciada a recusa injusta da locadora em
receber os alugueis provenientes do contrato de locação de imóvel
industrial, deve ser mantida a sentença que julgou procedente a ação
de Consignação em Pagamento, inclusive, no tocante aos honorários
advocatícios arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o montante
consignado (art. 85, § 2º do CPC). APELAÇÃO CONHECIDA E
DESPROVIDA. (TJ-GO – Apelação Cível 00754893920158090051,
Relator: LEOBINO VALENTE CHAVES, Data de Julgamento:
10/09/2018, 3ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ de 10/09/2018)
APELAÇÃO CÍVEL. LOCAÇÃO. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM
PAGAMENTO. ALUGUÉIS. RECUSA INJUSTIFICADA NÃO
EVIDENCIADA. Não evidenciada a recusa injustificada no
recebimento do credito de demanda trabalhista, tendo em vista os
descontos efetuados pelo advogado a título de honorários
convencionais, sem a demonstração da regular contratação nesse
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sentido. Sentença mantida. SUCUMBÊNCIA. PRINCÍPIO DA
CAUSALIDADE. Não tendo sido efetuado o regular pagamento na
esfera extrajudicial, deve o autor suportar o ônus sucumbencial, uma
vez que deu causa ao ajuizamento da ação.APELAÇÃO
DESPROVIDA. (TJ-RS - AC: 70066391434 RS, Relator: Ana Beatriz
Iser, Data de Julgamento: 07/10/2015, Décima Quinta Câmara Cível,
Data de Publicação: 27/10/2015)
CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO. ALUGUÉIS E ENCARGOS.
CLÁUSULA PENAL. 1 - No contrato de locação, legítimo estipular
cláusula penal compensatória, sobretudo se fixada em valor razoável
e consentâneo ao usualmente praticado. 2 - A consignação, para que
tenha efeito de pagamento e, em consequência, extinga a obrigação,
pressupõe o depósito do valor devido, acrescido dos encargos
contratuais. 3 - Apelação provida em parte. (TJ-DF 20090111205828
DF 0077247-73.2009.8.07.0001, Relator: JAIR SOARES, Data de
Julgamento: 31/08/2011, 6ª Turma Cível, Data de Publicação:
Publicado no DJE : 08/09/2011 . Pág.: 160)
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO.
ALUGUEIS E ENCARGOS DA LOCAÇÃO. Decisão monocrática da
Relatora de reforma parcial da sentença apenas para fazer constar a
parcial procedência do pedido, ante o levantamento da quantia
reconhecida como incontroversa, nos autos da Ação de Consignação
em Pagamento. RECURSO DE AGRAVO INTERNO (artigo 557 § 1º,
Código de Processo Civil). A Agravante limita-se a repetir trechos da
petição do Apelo, configurando tão-somente puro inconformismo, não
trazendo qualquer argumento ou documento novo capaz de abalar os
fundamentos lançados na decisão hostilizada. RECURSO
DESPROVIDO. (TJ-RJ - APL: 00626491820088190001, Relator:
Des(a). LEILA MARIA RODRIGUES PINTO DE CARVALHO E
ALBUQUERQUE, Data de Julgamento: 27/11/2012, DÉCIMA OITAVA
CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 29/11/2012)
AÇÃO RENOVATÓRIA
54
O referido dispositivo legal, elenca as 03 (três) condições que devem ser
cumpridas, de forma cumulativa, para que o locatário obtenha o direito a renovação.
[...]
55
que for curto o período existente entre os contratos escritos. 2. Em
hipóteses tais, em que mediou período razoável entre os contratos
escritos - dezesseis meses -, não há como se ter como admissível a
accessio temporis. Precedentes. 3. Agravo regimental improvido. (STJ
- AgRg no REsp: 61436 SP 1995/0008704-9, Relator: Ministro
HAMILTON CARVALHIDO, Data de Julgamento: 16/03/2006, T6 -
SEXTA TURMA, Data de Publicação: --> DJ 17/04/2006 p. 217RDR
vol. 39 p. 411)
57
O direito do locatário renovar o contrato não é absoluto, podendo o locador
recusar a renovação nos casos de determinação do Poder Público para realizar obras
que importem na radical transformação do imóvel, ou em caso do imóvel ser utilizado
pelo próprio locador ou para transferência de fundo de comércio já existente há mais de
um ano. (art. 52).
Assim, por exemplo, o empreendedor identifica que precisa criar uma área
de lazer no shopping, destinada às crianças, e sob a alegação de exclusivo interesse
do negócio e de que a reforma aumentará a valorização do empreendimento, recusa a
renovação.
III - prova da quitação dos impostos e taxas que incidiram sobre o imóvel e
cujo pagamento lhe incumbia;
58
IV - indicação clara e precisa das condições oferecidas para a renovação da
locação;
O que se extrai do art. 71, é que não basta que o locatário cumpra os
requisitos do art. 51 da lei do inquilinato, é necessário também que ele esteja adimplente
com os aluguéis e encargos da locação, assim como, que apresente as condições
oferecidas para a renovação e, sendo o contrato segurado com fiador, indique se este
fiador aceita permanecer com os encargos da fiança ou, então, que indique novo fiador,
com comprovação da aceitação dele e do cônjuge.
Nos termos do art. 72, o réu (locador e/ou sublocador), pode alegar em sede
de contestação, todas as matérias de direito que entender cabíveis. Já quanto as
matérias de fato, limitam-se a:
59
Para alegação do inciso II, o locador deverá apresentar em sua contestação
a contraproposta do valor oferecido pelo locatário, indicando de forma clara e precisa o
valor que pretende de locação e o atual valor do imóvel.
60
Não sendo renovada a locação, o juiz determinará o despejo no prazo de 30
(trinta) dias, o que possibilita a execução provisória da sentença, nos mesmos termos
daquela prevista na ação de despejo. (arts. 74 e 64)
61
certas singularidades, as quais o diferenciam dos contratos ordinários
de locação. Por essa razão, há divergência na doutrina sobre a
natureza desse contrato. Apesar dessas singularidades, revela-se
mais razoável considerar o contrato pactuado entre o empreendedor
do shopping center e o lojista como um típico contrato de locação, com
características próprias. 4. Independentemente da natureza jurídica
que se atribua a essa espécie contratual, a Lei nº 8.245/91 consagra
a possibilidade da propositura, pelo lojista, de ação renovatória de
locação. Assim, preenchidos os requisitos legais previstos nos arts. 51
e 71 da referida lei, o lojista fará jus à renovação do contrato de
locação da unidade imobiliária localizada em shopping center. 5. A
ação renovatória de locação tem como escopo principal a extensão do
período de vigência do contrato. E, considerando que a retribuição
inicialmente entabulada guarda relação com a alteração do prazo
estipulado, também é possível a alteração do valor do locativo por
essa via. Essa espécie de ação judicial é dúplice, daí porque é
juridicamente possível ao locador postular, em sede de contestação,
a majoração do valor do locativo. 6. No contrato de locação de espaço
em shopping center, para a fixação do locativo, são ponderadas as
características especiais do empreendimento e que o diferencia dos
demais, como a disponibilidade e facilidade de estacionamento, a
segurança do local, a oferta de produtos e serviços, opções de lazer,
entre outros. Ou seja, há uma série de fatores que influenciam na
fixação da remuneração mensal e que são alheios ao valor de
mercado. 7. Frente às singularidades que diferenciam tais contratos,
o art. 54 da Lei nº 8.245/91 assegura a prevalência dos princípios da
autonomia da vontade e do pacta sunt servanda. Nesse sentido,
alteração do aluguel percentual em sede de ação renovatória de
locação de espaço em shopping center somente é viável caso
demonstrado pela parte postulante locatário ou locador o desequilíbrio
econômico superveniente resultante de evento imprevisível (arts. 317
e 479 do CC/02). Vale dizer, a dissonância entre o locativo percentual
contratado e o valor de mercado não autoriza, por si só, a alteração do
aluguel, sob pena de o juiz se imiscuir na economia do contrato 8.
Recurso especial conhecido e provido. (STJ - REsp: 1947694 SP
2021/0076281-5, Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de
Julgamento: 14/09/2021, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de
Publicação: DJe 16/09/2021)
62
renovação do contrato e não cede, diante de simples dúvidas ou meras
suspeitas levantadas pelo inquilino, sobre a veracidade do alegado.
(TJ-MG - AC: 10702084458703001 Uberlândia, Relator: José Affonso
da Costa Côrtes, Data de Julgamento: 15/07/2010, Câmaras Cíveis
Isoladas / 15ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 17/08/2010)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. LOCAÇÃO. AÇÃO RENOVATÓRIA.
DECISÃO QUE DETERMINOU A REALIZAÇÃO DE PERÍCIA PARA
VERIFICAR O VALOR LOCATIVO REAL DO IMÓVEL. ALEGAÇÃO
DE PROPOSTA DE RENOVAÇÃO DEFASADA ARGUIDA NA
DEFESA DA AGRAVANTE. DISCRICIONARIEDADE DO JUIZ DE
DIREITO DE SOPESAR A NECESSIDADE, UTILIDADE E
OPORTUNIDADE DA PRODUÇÃO DE PROVA. PERÍCIA
PERTINENTE PARA ANÁLISE DA PREVALÊNCIA DA RENOVAÇÃO
COM VALOR ATUAL OU DA PROPOSTA DE TERCEIRO. DECISÃO
AGRAVADA MANTIDA. Agravo de instrumento improvido, com
determinação. (TJ-SP - AI: 21296149720188260000 SP 2129614-
97.2018.8.26.0000, Relator: Cristina Zucchi, Data de Julgamento:
10/12/2018, 34ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação:
11/12/2018)
RECURSOS DE APELAÇÃO E ADESIVO – AÇÃO RENOVATÓRIA
DE CONTRATO DE LOCAÇÃO – SENTENÇA DE
IMPROCÊNDENCIA DO PEDIDO – MELHOR PROPOSTA DE
TERCEIRO – CAUSA IMPEDITIVA DA RENOVAÇÃO LOCATÍCIA –
ART. 72, INCISO III, DA LEI DE LOCAÇÕES – FIXAÇÃO DE
INDENIZAÇÃO AO LOCATÁRIO EM DECORRÊNCIA DA NÃO
PRORROGAÇÃO DA LOCAÇÃO – ART. 75 DA LEI DE LOCAÇÕES
– CONTRATO PRORROGADO DURANTE O CURSO DA AÇÃO –
INDENIZAÇÃO DESCABIDA - VALOR LOCATIVO ÍNFIMO –
PRETENSÃO DO REQUERIDOS DE DECLARAR O VALOR JUSTO
DOS ALUGUÉIS - PERÍCIA - EXPERT JUDICIAL - VALOR DE
MERCADO – SENTENÇA MANTIDA - RECURSO DE APELAÇÃO E
ADESIVO DESPROVIDOS. 1- A ação renovatória visa garantir ao
locatário de contrato não residencial, cumpridos alguns requisitos, o
direito de permanência no imóvel, usufruindo do ponto que se criou e
se desenvolveu. 2- Por meio da ação renovatória, a empresa locatária
que exerce atividade econômica produtiva passa a ter direito à
renovação por sucessivos períodos do respectivo contrato de aluguel,
ainda que contra a vontade do locador, desde que cumpridos os
requisitos previstos no art. 51, incisos I a III c/c art. 71, incisos I a VII,
da Lei de Locações. 3- A proposta de terceiro em melhores
condições é causa impeditiva da renovação locatícia, consoante
art. 72, inciso III, da Lei de Locações, cabendo ao autor cobrir a
proposta ou requerer a integração do terceiro proponente no polo
passivo da lide e pugnar a indenização prevista no art. 75 da
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legislação mencionada. 4- A indenização prevista no caput do art.
75 da Lei de Locações, se justifica em decorrência aos eventuais
lucros cessantes, perda do ponto e consequente desvalorização
do fundo de comércio. Entretanto, in casu, em decorrência do
decurso do prazo em que tramitou o processo, mais de 05 (cinco)
anos, o autor não experimentou os mencionados prejuízos, pois
permaneceu no ponto comercial por tempo superior ao requerido
na inicial. 5- Os valores depositados em Juízo pela parte autora,
atendeu as atualizações prevista no contrato, bem como a quantia
periodicamente é coincidente com o resultado da avaliação do perito
judicial, ou seja, o locador recebeu o aluguel justo, de acordo com os
valores de mercado. (TJ-MT - AC: 00321366120118110041 MT,
Relator: NILZA MARIA POSSAS DE CARVALHO, Data de
Julgamento: 19/03/2019, Primeira Câmara de Direito Privado, Data de
Publicação: 25/03/2019)
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