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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA ÚNICA DA

COMARCA DE SÃO CAETANO/PE.

ANTONIO JOSÉ DA SILVA, brasileiro, viúvo, agricultor, portador do RG nº


11312138 SDS/PE e inscrito no CPF nº 026.207.034-09;

MARIA JULIA DA SILVA, brasileira, solteira, costureira, portadora do RG nº


10.560.116 SDS/PE e inscrita no CPF nº 715.327.504-55;

MARIA JULIETE DA SILVA, brasileira, solteira, agricultora, portadora do RG


nº 11.341.814 SDS/PE e inscrita no CPF nº 719.650.494 -19; e

JOYCE MARIA DA SILVA, brasileira, solteira, agricultora, portadora do RG nº


11.341.767 SDS/PE e inscrita no CPF nº 719.650.514 -05, ambos residentes e
domiciliados na Rua Padre Cícero, nº 97, Centro de São Caetano/PE,CEP: 55130-000.

Por sua procuradora in fine assinado, qualificado em instrumento


procuratório em anexo, veem, com o devido respeito, perante Vossa Excelência,
protocolar PEDIDO DE ALVARÁ JUDICIAL, pelos motivos que passa a expor de fato
e de direito:

1. DAS PRELIMINARES

1.1. PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO

Inicialmente cumpre esclarecer que o primeiro requerente é idoso, contando


com mais de 60 (sessenta anos) anos de idade à data da propositura da ação,
conforme prova documental que faz anexo, razão pela qual tem direito a prioridade
da tramitação da presente demanda, nos termos da Lei Nº 10.741/2003 – Estatuto
do Idoso, combinada com a Lei Nº 13.466/2017 e artigo 1.048, I, do CPC.

1.2. DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

Rua Prefeito Caetano Gomes, Galeria Avenida Center– Sala 11, Centro
São Caetano/PE, CEP: 55130-000
Tel.(81) 3736-2930 e Cel. (81) 99275-9319
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Os Requerente não têm condições de arcar com quaisquer custas e
despesas de um processo judicial sem que isso cause prejuízo para ao seu sustento
e de sua família. Os requerentes recentemente estão órfãos de sua genitora, não
possuindo meios de sustento próprio, sendo atualmente sustentados por pessoas
amigas da genitora, sendo, inclusive, o valor pertinente ao presente alvará, auxiliar
nas despesas iniciais mais urgentes.

Para tal benefício os requerentes declaram ser hipossuficientes, havendo a


inviabilidade de pagamento das custas judiciais sem comprometer sua
subsistência, conforme clara redação do Art. 99 Código de Processo Civil de 2015.

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na


petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no
processo ou em recurso. § 1º Se superveniente à primeira manifestação
da parte na instância, o pedido poderá ser formulado por petição
simples, nos autos do próprio processo, e não suspenderá seu curso. § 2º
O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos
que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de
gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a
comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos. § 3º
Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida
exclusivamente por pessoa natural.

No caso dos autos, trata-se de quatro requerentes que não possuem emprego,
a única fonte de renda da família, se trata da pensão por morte recebida pelo Senhor
Antônio, no valor de 1 (um) salário mínimo, razão pela qual, impossível o pagamento
de qualquer quantia.

JUSTIÇA GRATUITA CONCEDIDA AO AUTOR. Sendo a ação ajuizada


após a entrada em vigor da Lei nº 13105/15 (Novo CPC), nos termos da
Lei nº. 1.060/50, a simples declaração lavrada pelo reclamante gera a
presunção de que é pobre na forma da lei, apenas podendo ser
elidida por prova em contrário. Apresentando o autor declaração de
pobreza autônoma, sem qualquer impugnação quanto à sua forma
ou conteúdo, resta mantida a concessão do benefício da justiça
gratuita. Recurso a que se nega provimento. (Processo: RO - 0001367-
63.2016.5.06.0145, Redator: Paulo Alcantara, Data de julgamento:
21/01/2019, Segunda Turma, Data da assinatura: 22/01/2019).

EMENTA BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE DA


DECLARAÇÃO DE INSUFICIÊNCIA ECONÔMICA. É presumivelmente verdadeira a
declaração de insuficiência econômica formulada pelo trabalhador, sendo devida a
concessão do benefício da gratuidade de justiça, salvo na hipótese em que

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demonstrada a falsidade do seu teor. Aplicação do art. 99, § 3º, do CPC/2015. (TRT4,
RO 0020099-75.2016.5.04.0201, Relator (a): Tânia Regina Silva Reckziegel, 2ª
Turma, Publicado em: 16/03/2018).

Portanto, com suporte no artigo 5º, inciso LXXIV da Constituição Federal c/c o
artigo 4º da Lei da Lei 1.060/50, a Requerente requer a integral concessão dos
benefícios da justiça gratuita.

2. DOS FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS

REQUERENTE 1: ANTONIO JOSÉ DA SILVA (61 anos) – CÔNJUGE


REQUERENTE 2: MARIA JULIA DA SILVA (24 anos) - FILHA
REQUERENTE 3: MARIA JULIETE DA SILVA (23 anos) - FILHA
REQUERENTE 4: JOYCE MARIA DA SILVA (21 anos) – FILHA
DE CUJUS: MARIA DE LOURDES DA SILVA (Óbito em 01/09/2019)
GRAU DE PARENTESCO: CÔNJUGE e GENITORA (Herdeiros necessários)
OUTROS HERDEIROS: NÃO
SALDO DO CONSÓRCIO: R$ 6. 145,00
GRUPO-COTA-R-D: 41781/908/0-1, CONSÓRCIO HONDA, DE UMA MOTO POP 110i
OUTROS BENS: NÃO

Os requerentes são respectivãmente conjuge e filhos dã de cujus MARIA DE


LOURDES DA SILVA, CPF nº 012.963.314-31, fãlecidã em 01/09/2019, consoãnte
declãrãção de obito n ̊ 10311, que segue em ãnexo.

A falecida estava arcando com os pagamentos de um consórcio firmado com a


HONDA Consórcio, cujo bem base é uma motocicleta POP 110i, consoante documentação
em anexo.

A falecida deixou como únicos herdeiros o esposo e as três filhas, os requerentes:

1. ANTONIO JOSÉ DA SILVA (61 anos) – CÔNJUGE


2. MARIA JULIA DA SILVA (24 anos) - FILHA
3. MARIA JULIETE DA SILVA (23 anos) - FILHA
4. JOYCE MARIA DA SILVA (21 anos) – FILHA

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Não deixando outros herdeiros ou bens a partilhar.

Ocorre que tal contrato estava em nome da De Cujus, sendo os requerentes os únicos
herdeiros necessários da mesma.

Do bem motivado para presente demanda, denomina-se uma carta de


credito de consórcio que a de Cujus, pagava ao GRUPO-COTA-R-D: 41781/908/0-1,
CONSÓRCIO HONDA, DE UMA MOTO POP 110i, no valor R$ 6.145,00 (seis mil cento
e quarenta e cinco reais), conforme documentação em anexo.

Sem outros bens a partilhar, resta apenas esse crédito do consórcio HONDA, sendo
o cônjuge e os filhos, os únicos, beneficiário dos valores, conforme declarações em anexo.

O crédito perfaz a quantia de R$ 6.145,00 (seis mil cento e quarenta e cinco


reais), conforme documentação em anexo.

Assim, trata-se de simples pedido de levantamento de valor, nos termos do art.


1.103 do Código de Processo Civil, classificando-se tal pedido como de natureza
voluntária.

Encontra tal legitimidade de acordo com o disposto no art. 1.829 do Código Civil,
para fins de expedição de alvará judicial para o recolhimento dos valores acima descritos.

2.1. DO SEGURO QUITAÇÃO

O consórcio retro possuía seguro para quitação em caso de morte do


consorciado, no caso, a carta se encontra pronta para restituir os valores.

O pedido feito junto a empresa de consórcio restou prejudicado, tendo em


vista, informado pela empresa que somente poderia realizar o pagamento da
carta retro em forma de alvará judicial, inventário ou decisão judicial diversa.

Cumpre salientar ainda, que não há necessidade de abertura de inventário


para que a Requerente seja autorizada a levantar a quantia em comento, consoante dispõe
o art. 666 do Código de Processo Civil:

Art. 666. Independerá de inventário ou de arrolamento o pagamento


dos valores previstos na Lei nº 6.858, de 24 de novembro de 1980.

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Assim, os Requerentes, ou seja, seus únicos herdeiros, vem requerer a
expedição de alvará para o levantamento do numerário deixado por sua falecida
genitora.

Nesse caminho aponta a doutrina:

“O ãrt. 666 reproduz ã regrã do ãrt. 1.037 do CPC de 1973, sobre ã


desnecessidade do inventário ou arrolamento para os valores devidos pelos
empregadores aos empregados e os montantes das contas individuais do
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e do Fundo de Participação PIS-
PASEP, não recebidos em vida pelos respectivos titulares (art. 1º, caput, da
Lei n. 6.858/80). O art. 2º daquele diploma também se refere às restituições
relativas ao Imposto de Renda e outros tributos, recolhidos por pessoa física, e, não
existindo outros bens sujeitos a inventário, aos saldos bancários e de
contas de cadernetas de poupança e fundos de investimentos de valor até
500 (quinhentãs) Obrigãções do Tesouro Nãcionãl.” (Bueno, Cãssio Scarpinella – Novo
Código de Processo Civil anotado/Cassio Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. P.
422)

Nesse sentido:

TJ-PR Rel. Des. Lenice Bodstein 11a Câm. Cível Apelação nº 0009373-
48.2010.8.16.0026 J. 14.10.2019 - APELAÇÃO CÍVEL. ALVARÁ JUDICIAL. SÍNTESE FÁTICA.
DIREITOS SUCESSÓRIOS EM CONTRATO DE CONSÓRCIO. INICIAL QUE BUSCA A
EXPEDIÇÃO DO ALVARÁ PARA LEVANTAMENTO DOS VALORES. SENTENÇA QUE JULGA
IMPROCEDENTE O PEDIDO POR FALTA DE AUSÊNCIA, DETERMINANDO A PARTILHA EM
INVENTÁRIO. RECURSO. INSURGÊNCIA DOS HERDEIROS QUE BUSCAM A EXPEDIÇÃO DO
INSTRUMENTO NESTES AUTOS. ALVARÁ JUDICIAL. EXPEDIÇÃO. CABIMENTO NA
HIPÓTESE. SOBREPARTILHA CONSENSUAL QUE TINHA POR OBJETO OS DIREITOS DO
DE CUJUS EM CONTRATOS DE CONSÓRCIO. SENTENÇA HOMOLOGATÓRIA. TRÂNSITO
EM JULGADO. PARTE QUE BUSCA O ALVARÁ PARA LEVANTAMENTO DE VALORES.
LONGO TRÂMITE PROCESSUAL. AUSÊNCIA DE ÓBICE AO DEFERIMENTO DA MEDIDA.
EXPEDIENTE QUE DEVE SE ALINHAR À SENTENÇA DA SOBREPARTILHA. RECURSO
CONHECIDO E PROVIDO PARA DETERMINAR A EXPEDIÇÃO DO ALVARÁ JUDICIAL.

TJ-PR Rel. Des. Fausto Moreira Diniz 6a Câm. Cível Apelação nº 0381342-
77.2015.8.09.0043 J. 30.11.2017 APELAÇÃO CÍVEL. PROCEDIMENTO DE JURISDIÇÃO
VOLUNTÁRIA. ALVARÁ JUDICIAL PARA LEVANTAMENTO DE COTAS DE CONSÓRCIO EM
NOME DO DE CUJUS. ÚNICO BEM, DE PEQUENO VALOR, E ÚNICOS HERDEIROS.
POSSIBILIDADE. 1. Falecendo uma pessoa e esta deixando bens, dispensa-se,

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excepcionalmente, o ajuizamento de inventário ou arrolamento, quando o de cujus deixar
somente créditos provenientes de saldos bancários, cadernetas de
poupança, ou fundos de investimentos, no qual se encaixa o caso em análise. Nesse
sentido, autoriza a Lei nº 6.858/1980, que dispõe sobre o pagamento aos dependentes ou
sucessores, de valores não recebidos em vida pelos respectivos titulares, que o
recebimento seja feito por mero alvará judicial. 2. Sendo os postulantes, maiores, os
únicos herdeiros do de cujus, não havendo outros bens a partilhar e o crédito ser de
pequena monta, impõe-se a cassação da sentença que indeferiu o pleito de expedição de
alvará e julgou extinto o feito. 3. Estando a causa madura para julgamento, nos termos
do artigo 1.013, § 3º, do Código de Processo Civil anterior, possível se mostra a este
Sodalício desde já enfrentar o mérito. 4. À vista da documentação acostada na petição
inicial, a qual evidencia as alegações dos autores, o julgamento procedente da postulação
é medida que se impõe, determinando, consequentemente, a expedição do alvará judicial
em favor do pleiteante, conforme requerido. APELO CONHECIDO E PROVIDO. SENTENÇA
CASSADA. PEDIDO INICIAL JULGADO PROCEDENTE.

3. DOS HONORÁRIOS CONTRATUAIS

Requer a retenção dos honorários contratuais no importe de 30% (trinta por


cento), incidente sobre os créditos, nos moldes do art. 22§4° da lei 8.906/90 a serem
expedidos em alvará próprio.

4. DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer a Vossa Excelência:

4.1. O acolhimento da preliminar (Estatuto do Idoso), para determinar o julgamento


prioritário do feito, conforme preconiza a Lei Nº 10.741/2003, combinada com a Lei Nº
13.466/2017 e artigo 1.048, I, do CPC;

4.2. A concessão do benefício da gratuidade de justiça, nos termos do artigo 5º. LXXIV da
Constituição Federal e nos artigos 98 e seguintes, do Código de Processo Civil com
alterações posteriores, por se tratar as requerentes de pessoas economicamente carentes,
não podendo arcarem com as custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo
do próprio sustento;

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4.3. Oficiar a ADMINISTRADORA DE CONSÓRCIO NACIONAL HONDA LTDA, CNPJ:
45.441.789/0001-54, na Avenida. Sen. Roberto Simonsen, 304 – Santo Antônio / São
Caetano do Sul - SP, CEP: 09530-401, para disponibilizar os valores da cota da falecida,
em favor dos requerentes, no presente autos, referente ao GRUPO-COTA-R-D:
41781/908/0-1, CONSÓRCIO HONDA, de uma moto POP 110i, no valor R$ 6.145,00,
ou outro atualizado, julgando procedente o pedido, ou ainda, autorizando o levantamento
do valor junto ao Consórcio Nacional HONDA, expedindo o consequente Alvará Judicial,
para todos os efeitos;

4.4. Por fim, pugna a retenção de 30% (trinta por cento) do valor devido aos Requerentes
a título de honorários advocatícios contratual conforme contrato assinado que segue em
anexo, que deverá ser pago diretamente ao patrono subscrito

Pretende provar aos que for necessário, usando de todos os meios permitidos em
direito, depoimentos de testemunhas, bem como novas provas, documentais e outras, que
eventualmente venham a surgir.

Dá-se à causa para todos os fins, o valor de R$ 6.145,00 (seis mil cento e quarenta
e cinco reais).

Nestes termos,
Pede deferimento.

São Caetano, data eletrônica.

Jaqueline da S. Lima
OAB/PE Nº 40.592

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