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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO

__ VARA DE INTERDIÇÃO, SUCESSÕES E ALVARÁS DO TERMO


JUDICIÁRIO DE SÃO LUÍS, DA COMARCA DA ILHA DE SÃO
LUIS/MA.

Justiça Gratuita!

TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA – IDOSO (LEI Nº 10.741/2003)!

MARIA DAS GRAÇAS FURTADO DE CARVALHO DE MESQUITA,


brasileira, viúva, portadora da cédula de identidade RG nº 049952532013-0,
inscrita no CPF/MF sob o nº 508.635.333-53, (doc. 01) esposa do falecido,
viúva, de Jose carlos Irineu de mesquita falecido em 08/12/2020 , com
endereço na Endereço na Rua Arimatéia Cisne nº115, bairro Apeadouro, São
Luís-MA C EP: 65035-800, São Luís/MA, (doc. 02) por meio de sua advogada
que esta subscreve constante no instrumento procuratório em anexo (doc.
03), com endereço profissional situado na Rua 09, Quadra 25, nº 09,
Residencial Cidade Verde I, Paço do Lumiar – MA, CEP: 65130-000, local
onde recebe intimações e notificações de praxe e estilo, vem, mui
respeitosamente a ilustre presença de Vossa Excelência propor a presente,
vem, respeitosamente, a ilustre presença de Vossa Excelência, propor o
pedido de ALVARÁ JUDICIAL , o que faz pelos fatos e fundamentos a seguir
expostos:
I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Inicialmente, a Autora requer os benefícios da Justiça Gratuita,


nos termos do art. 98 e seguintes do CPC/15, uma vez que não possui
condições financeiras de arcar com custas, taxas, emolumentos, depósitos
judiciais e honorários advocatícios, bem como quaisquer outras despesas
processuais, sem prejuízo do sustento próprio e/ou de sua família (doc. 04).

II – DA PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO

Requer ainda, o benefício da prioridade na tramitação do


presente pleito, nos termos do art. 1.048 do CPC e art. 71 da Lei nº
10.741/2003 (Estatuto do Idoso), uma vez que o Autor é pessoa idosa, tem
hoje 67 (sessenta e sete) anos de idade.

DOS FATOS

A autora esposa do Sr. Jose Carlos Irineu de Mesquita, (doc. 05) ora
falecido, na data de 08/12/2020, conforme Certidão de Óbito anexa (doc.
06), o qual conviveram casados por 38 anos tendo dois filhos; Jose Carlos
Irineu de Mesquita Junior e Grazielle Carvalho de Mesquita. Tendo ciência de
que o falecido possuía valores depositados junto a seguinte instituição
financeira Banco do Brasil tentou pleitear administrativa, mas lhe foi negado,
pois, não consta o nome da autora como habilitada. Importante ressaltar que
o de cujus trabalhou de forma autônoma e nunca recolheu INSS.

No Banco do Brasil o de cujus possuía uma a conta bancária de nº


5133-0, na agência nº 0562-2 junto ao Banco do Brasil deixando o valor de
R$ 1.794,84 (um mil setecentos e noventa e quatro reais e oitenta e
quatro centavos) (doc. 07) sendo 1.502,00 (um mil e quinhentos e dois
referentes) mais o valor de R$ 224,24 (duzentos e vinte e quatro reais e
vinte e quatro centavos).
No mais, o finado não era segurado do INSS (Instituto Nacional do
Seguro Social) e não recebia nenhum benefício previdenciário, o autor era
comerciante, e nunca recolheu como contribuinte individual, não deixando
bens a inventariar, não havendo pessoas nominadas junto a previdência, para
constar em certidão devendo-se seguir a regra disposta pela legislação civil.

DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Sabemos que, de acordo com os artigos. 1º e 2º da Lei 6.858/80, os


saldos bancários e de contas de cadernetas de poupança e fundos de
investimento de valor até 500 (quinhentas) Obrigações do Tesouro Nacional,
serão pagos aos dependentes habilitados para pensão por morte.

Art. 1º - Os valores devidos pelos empregadores aos


empregados e os montantes das contas individuais do Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço e do Fundo de
Participação PIS- PASEP, não recebidos em vida pelos
respectivos titulares, serão pagos, em quotas iguais, aos
dependentes habilitados perante a Previdência Social ou na
forma da legislação específica dos servidores civis e militares,
e, na sua falta, aos sucessores previstos na lei civil,
indicados em alvará judicial, independentemente de
inventário ou arrolamento.

[...]

Art. 2º - O disposto nesta Lei se aplica às restituições relativas


ao Imposto de Renda e outros tributos, recolhidos por pessoa
física, e, não existindo outros bens sujeitos a inventário, aos
saldos bancários e de contas de cadernetas de poupança e
fundos de investimento de valor até 500 (quinhentas)
Obrigações do Tesouro Nacional.

No caso em tela, a autora encontra-se o rol descrito no art. 1829 do


Código Civil como cônjuge supérstite, casado em regime de comunhão
universal de bens, conforme certidão de casamento anexa.(doc 08).
Nestes termos prescreve a redação a seguir:

Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:


I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge
sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime
da comunhão universal , ou no da separação obrigatória de
bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da
comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado
bens particulares;
..............;
III - ao cônjuge sobrevivente

Cumpre salientar ainda, que não há necessidade de abertura de


inventário para que a Requerente seja autorizada a levantar a quantia em
comento, consoante dispõe o art. 666 do Código de Processo Civil:

Art. 666. Independerá de inventário ou de arrolamento o


pagamento dos valores previstos na Lei nº 6.858, de 24 de
novembro de 1980.

Assim, a Requerente, sendo viúva do de cujus, ou seja, seu herdeiro,


vem requerer a expedição de alvará para o levantamento do numerário
deixado por seu marido falecido, estando seus filhos de acordo conforme
declarações de anuência (doc. 09).

Nesse caminho aponta a doutrina:

"O art. 666 reproduz a regra do art. 1.037 do CPC de 1973,


sobre a desnecessidade do inventário ou arrolamento para os
valores devidos pelos empregadores aos empregados e os
montantes das contas individuais do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço e do Fundo de Participação PIS- PASEP,
não recebidos em vida pelos respectivos titulares (art. 1º,
caput, da Lei n. 6.858/80). O art. 2º daquele diploma também
se refere às restituições relativas ao Imposto de Renda e
outros tributos, recolhidos por pessoa física, e, não existindo
outros bens sujeitos a inventário, aos saldos bancários e de
contas de cadernetas de poupança e fundos de investimentos
de valor até 500 (quinhentas) Obrigações do Tesouro
Nacional." (Bueno, Cassio Scarpinella - Novo Código de
Processo Civil anotado/Cassio Scarpinella Bueno. São Paulo:
Saraiva, 2015. P. 422)
DOS PEDIDOS

Posto isso, requer que Vossa Excelência se digne a:

1) A concessão do benefício da JUSTIÇA GRATUITA, nos termos dos


arts. 98 e seguintes do Código de Processo Civil, em razão da parte Autora não
possuir condições financeiras para arcar com o pagamento das custas
processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do seu sustento ou de sua
família.]
2) A expedição do alvará competente referentes ao saldo na conta
bancária de nº 0562-2 Conta 5133-0 para levantamento das aplicações e
valores informados, conforme documento em anexo, acima mencionados.
3) A intimação do ilustre representante do Ministério Público;
4) A expedição do presente alvará para levantamento dos valores
constantes em conta do de cujus que perfazem o valor R$ o valor de R$
1.794,84 (um mil setecentos e noventa e quatro reais e oitenta e quatro
centavos
4) Requer provar o alegado com todos os meios de prova permitidos e
previstos em direito, especialmente a prova documental, pericial e
testemunhal.

Dá-se à causa o valor de R$ 1,794,84 *um mil setecentos e noventa e


quatro reais e oitenta e quatro centavos.
Nesses termos,

Pede e espera deferimento.

São Luís-MA, 23 de outubro de 2023.

Bianca Costa Lima


Advogada OAB/MA nº 20.7333

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