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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 8ª

VARA CÍVEL DO CARIRI DO OESTE/AL

Distribuição por dependência

Processo nº: 0001234-56.2022.8.26.888

Ação de Execução de Título Extrajudicial

Cleber de Freitas, brasileiro, viúvo, padeiro, portador do RG nº XXXXXX


SSP/DF e CPF nº XXXXXXX, residente e domiciliado na Rua XXXX, CEP:
XXXXX, Cariri do Oeste/AL, endereço eletrônico, vem à presença de Vossa
Excelência, por sua advogada infra firmada, conforme procuração anexa, com
fulcro no art. 914 e seguintes do NCPC, opor

EMBARGOS À EXECUÇÃO C/C PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO

movida por, já qualificada nos autos em epígrafe, pelas razões de fato e de direito
a seguir expostas:

1- DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

Declara o Embargante que, tendo em vista o valor da causa, bem como sua
condição financeira, requer a concessão da gratuidade da justiça, por ser
economicamente hipossuficiente, não podendo arcar com as custas processuais
sem prejuízo do seu próprio sustento e da sua família, conforme os artigos 98 e
seguintes do Código de Processo Civil e art. 5º, LXXIV da Constituição da
República Federativa do Brasil.

2- DOS FATOS
Em apertada síntese, na data de XX/XX/XXXX, o Embargado ajuizou uma ação
de execução contra o devedor solvente fundado em título executivo extrajudicial,
tendo em face de TREM BÃO – PÃES DE QUEIJOS E CIA enquanto emitente
dos cheques e de CLEBRE DE FREITAS enquanto avalista.

Recebida a exordial, o Douto Magistrado determinou a citação da Executada para


efetuar o pagamento no prazo legal, podendo proceder com a pesquisa de
endereços da parte ré nos sistemas disponíveis (Renajud, Infojud e BacenJud).

A empresa TREM BÃO – PÃES DE QUEIJOS E CIA e o Sr. Cleber de Freitas


foram citados do teor da ação, para pagamento do débito na forma do art. 829 do
CPC. Diante disso, houve a determinação de constrição de valores em ativos
financeiros via Bacen-Jud, restando ocorrido o bloqueio da conta corrente
XXXXXXXXXX, Agência XXXXXXXXX, Banco XXXX, no valor de R$
1.500,00. Cumpre mencionar que o valor constrito é proveniente do último mês
de salário que é utilizado para a sua subsistência, mas que, por consequência da
execução proposta, foi integralmente bloqueado.

Cumpre ressaltar ainda, que o valor constrito não supera o valor da execução,
mas é facilmente comprovado que o seu bloqueio causa um enorme prejuízo a
subsistência do embargante, ainda que seja desconsiderado a natureza da verba.

Diante da fragilidade financeira que se encontra o embargante, resta comprovada


aqui um flagrante ilegalidade no ato vertente, razão pela qual oferta-se a presente
postulação.

3 - DOS DIREITOS

DA INCORREÇÃO DA PENHORA

Tendo em vista que, o gravame recaiu sobre verbas provenientes da sua


subsistência, bloqueados na conta corrente do Embargante, tal verba é a ÚNICA
renda para suprir alimentação e todos as necessidades básicas. Configurando
notório e grave prejuízo à subsistência do devedor e da sua família.
Tais circunstâncias conferem o direito ao Embargante em ter a suspensão da
penhora, conforme precedentes no tema:

AGTR. BLOQUEIO DE SALDO DE CONTA CORRENTE. VERBA DE


NATUREZA ALIMENTAR. IMPENHORABILIDADE. ART. 649, INCISO IV,
DO CPC. RECURSO PROVIDO. 1. Alega o agravante que o bloqueio realizado
através do BACENJUD trancou todos os valores existentes na conta bancária do
Banco do Brasil nº. XXXXX-5, agência XXXXX-5, verbas estas que possuiriam
natureza salarial, indispensáveis à sua subsistência, violentando o art. 649, IV do
CPC. 2. Da leitura do conjunto probatório, vê-se que o agravante recebe seus
proventos de aposentadoria na conta corrente acima, realizando movimentações
financeiras relativas à sua subsistência, como pagamento de contas, compra de
alimentos, dentre outras, conforme se depreende do extrato bancário colacionado
(identificador nº 4050000.3463120), gozando os valores depositados de natureza
alimentar, impenhoráveis, portanto (art. 649, inciso I, do CPC). 3. Precedentes
desta Corte Regional: AG140760/RN, RELATOR: DESEMBARGADOR
FEDERAL MANOEL ERHARDT, Primeira Turma, JULGAMENTO:
26/02/2015, PUBLICAÇÃO: DJE 05/03/2015 - Página 74; AG140239/SE,
RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL ROGÉRIO FIALHO MOREIRA,
Quarta Turma, JULGAMENTO: 13/01/2015, PUBLICAÇÃO: DJE 15/01/2015 -
Página 88; AG140497/PE, RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL
PAULO ROBERTO DE OLIVEIRA LIMA, Segunda Turma, JULGAMENTO:
13/01/2015, PUBLICAÇÃO: DJE 19/01/2015 - Página 56. 4. Cumpre salientar
que, não obstante a Douta Magistrada haver entendido que o valor bloqueado
seria "sobra" do mês anterior, o seu pequeno valor (R$ 2.275,76 (dois mil,
duzentos e setenta e cinco reais e setenta e seis centavos) não possui natureza de
investimento, tanto que permaneceu depositado na conta corrente, sem sofrer a
incidência de qualquer rendimento. 5. Agravo de instrumento provido.

(TRF-5 - AG: XXXXX20154050000 SE, Relator: Desembargador Federal


Manoel Erhardt, Data de Julgamento: 20/02/2016, 1º Turma)

E ainda:

O direito do Embargante vem primordialmente amparado pelo Código de


Processo Civil, no art. 833, IV, que trata de bens IMPENHORÁVEIS, senão
vejamos:
“Art. 833, IV do CPC: São impenhoráveis:

IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os


proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as
quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do
devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de
profissional liberal, ressalvado o § 2o;

DA PROPORCIONALIDADE OU RAZOABILIDADE

Diante do que dispõe o artigo acima mencionado sobre os bens impenhoráveis,


convém iluminar o inciso X que estabelece como impenhoráveis: “a quantia
depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-
mínimos.”

O valor encontrado e bloqueado na conta corrente do embargante é ínfimo diante


da garantia da impenhorabilidade dos valores em poupança, o total bloqueado em
conta corrente equivale a 1,49% do valor que é impenhorável na conta poupança,
demonstrando total falta de razoabilidade e proporcionalidade, fundamentos
derivados do princípio do devido processo legal esculpido na carta maior de 1988
e garantidor de proteção aos Direitos fundamentais.

Atualmente, o princípio da proporcionalidade é utilizado para aferir a


legitimidade das restrições dos direitos que traz, em sua essência, uma pauta
axiológica a qual se traduz na ideia de justiça, equidade, bom senso, prudência,
moderação, justa medida, proibição do excesso, direito justo e valores afins,
servindo de parâmetro para interpretação de todo o ordenamento jurídico. Ainda
nesse sentido, o princípio da proporcionalidade exige a verificação de atos do
poder público quanto à observância da adequação (ou utilidade), necessidade (ou
exigibilidade) e proporcionalidade em sentido estrito.

Verificamos ainda que o princípio da proporcionalidade deve ser visto como um


instrumento de controle da discricionariedade do poder público, de acordo com
BARROSO [1], a ponderação deve ser vista como um controle hermenêutico
capaz de direcionar a aplicação de uma norma jurídica no caso concreto,
sobretudo, quando há incidência de conflito entre direitos fundamentais para que
se verifique a melhor prossecução dos valores e fins do sistema constitucional.

Ainda nesse sentido, impõe uma consideração daquilo que normalmente acontece
na aplicação das normas e, de acordo com o entendimento do STF [2], ao
interpretar as normas, deve-se sempre seguir o entendimento do que ocorre no
dia a dia e não na extravagância, sendo assim, a razoabilidade deve atuar na
interpretação das regras gerais como decorrência do princípio da justiça.
Destarte, exige considerar os aspectos individuais nos casos em que costumam
ser desconsiderados pela generalidade legal. [3]

E por fim, consoante inteligência do artigo 835 do Código de Processo civil:

“Art. 836. Não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o produto
da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das
custas da execução.”

Com o amparo do STJ

"PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO - AGRAVO DE INSTRUMENTO


EM EXECUÇÃO FISCAL - PENHORA ON LINE - SISTEMA BACEN JUD -
ARTS. 11, 1, DA LEI 6.830/80 E 655, 1, DO CPC - VALOR IRRISÓRIO -
DESPROPORCIONALIDADE - DESCABIMENTO DA CONSTRIÇÃO -
INTELIGÊNCIA DO ART. 659, § 2~, DO CPC - AGRAVO NÃO PROVIDO.
1. Conquanto configurada hipótese permissiva de penhora de numerário de
conta-corrente do executado via Bacen Jud, nos termos dos arts. 11, 1, da Lei
6.830/80 e 655, 1, do CPC, não se levará a efeito referida restrição, quando
evidente que ínfimo o valor a ser bloqueado, e, em conseqüência, será totalmente
absorvido pelo pagamento das custas da execução, conforme inteligência do art.
659, § 20, do CPC (AG XXXXX-5/MG, ReI. Desembargador Federal Souza
Prudente, 8ª Turma do TRF1, DJF 29.04.2011; AGA XXXXX-0/MG, ReI.
Desembargadora Federal Maria do Carmo Cardoso, 8~ Turma do TRF1, DJF
05.12.2008). 2. Na hipótese dos autos, pretende a exequente efetivar penhora do
valor de R$86,80, existente em conta bancária do executado, para segurar
execução no montante de R$77.908,08, evidenciando-se, portanto, a
desproporcionalidade da constrição. 3. Agravo de instrumento não provido. 4.
Peças liberadas pelo Relator, em 05/03/2012, para publicação do acórdão."
Rejeitados os embargos de declaração opostos (fls. 171/175, e-STJ). No presente
recurso especial, a recorrente alega, preliminarmente, ofensa aos arts. 458 e 535,
inciso II, do CPC, porquanto, apesar da oposição dos embargos de declaração, o
Tribunal de origem não se pronunciou sobre pontos necessários ao deslinde da
controvérsia. Aduz, no mérito, que o acórdão regional contrariou as disposições
contidas nos arts. 11 da Lei n. 6.830/80; 655, 655-A e 656, inciso I, todos do
CPC. Sustenta, outrossim, que "a nova sistemática dos arts. 655 e 655-A do CPC,
introduzida pela Lei n. 11.382/2006, combinados com o art. 11 da LEF, a
penhora on line tornou-se modalidade prioritária, ficando prejudicada toda a
jurisprudência pretérita que exigia prévio esgotamento dos meios constritivos.
Isso porque essa medida visa a evitar o risco de a Fazenda Pública não ter o seu
crédito satisfeito, caso seja penhorado outro bem senão o dinheiro. Reforça esse
posicionamento o disposto no art. 15, 11, da LEF, que permite à Fazenda Pública
postular a substituição dos bens penhorados por outros, independentemente da
ordem enumerada no artigo 11 do mesmo diploma, bem como o reforço da
penhora insuficiente; e no art. 656, 1, do CPC, que permite ao credor pleitear a
substituição da penhora se não for obedecida a ordem legal" (fls. 190/191, e-
STJ). Alega, ainda, que "a Primeira Turma do eg. STJ firmou, recentemente, no
REsp XXXXX, entendimento de que, ainda que tenha sido encontrada quantia de
baixa monta em conta corrente do devedor, tal quantia deve ser utilizada para
satisfação da dívida, sendo teratológico - palavra utilizada pelo próprio relator - o
seu desbloqueio por razões de irrisoriedade" (fl. 195, e-STJ). Sem contrarrazões,
sobreveio o juízo de admissibilidade positivo da instância de origem (fls.
201/202, e-STJ). É, no essencial, o relatório. Com razão à recorrente. Nos termos
da jurisprudência pacífica do STJ, não é permitido o desbloqueio de numerário
penhorado pelo Sistema Bacen Jud, em razão somente do baixo valor comparado
ao total da dívida. Nesse sentido, as ementas dos seguintes julgados:
"TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA ON-LINE. VALOR
IRRISÓRIO. DESBLOQUEIO. PROVIDÊNCIA INDEVIDA. 1. A
jurisprudência desta Corte Superior firmou a compreensão de que não é válido o
desbloqueio do valor penhorado pelo Sistema BacenJud, em razão da só
inexpressividade frente ao total da dívida. 2. Agravo regimental a que se nega
provimento."(AgRg no REsp XXXXX/PR, Rel. Ministro OG FERNANDES,
SEGUNDA TURMA, julgado em 04/12/2014, DJe 18/12/2014.)"PROCESSO
CIVIL. EXECUÇÃO. PENHORA" ON LINE ". VALOR IRRISÓRIO. ART.
659, § 2º, DO CPC. INAPLICABILIDADE À FAZENDA PÚBLICA,
BENEFICIÁRIA DE ISENÇÃO DE CUSTAS. 1. Afasta-se a alegada violação
do art. 535, II, do Código de Processo Civil, pois o acórdão recorrido está
suficientemente fundamentado, muito embora o Tribunal de origem tenha
decidido de modo contrário aos interesses da parte embargante. Isso, contudo,
não significa omissão, mormente por terem sido abordados todos os pontos
necessários para a integral resolução da controvérsia. 2. A Primeira Turma, ao
julgar o REsp XXXXX/MG (Rel. Min. Luiz Fux, DJe 19.8.2010), enfrentou
situação semelhante à dos presentes autos, ocasião em que deixou consignado
que as regras da penhora são informadas pelo princípio da utilidade, no sentido
de que o ato de constrição deve considerar a liquidez dos bens visando a
satisfação da entrega de soma ao credor. Outrossim, o princípio da utilidade
sobrepõe-se ao princípio da economicidade, analisados ambos à luz da
razoabilidade, por isso que se o devedor é titular de vários bens suficientes à
satisfação do crédito exequendo, deve-se constringir o de menor valor;
reversamente, se o devedor somente possui pequeno numerário que não se
enquadra nas hipóteses de impenhorabilidade, deve ser penhorado. Consta do
voto proferido pelo Ministro Luiz Fux, no precedente supracitado, que a regra do
artigo 659, § 2º, do Código de Processo Civil, segundo a qual"não se levará a
efeito a penhora, quando evidente que o produto da execução dos bens
encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução",
tem como destinatário o credor exequente, para que não desprenda fundos
líquidos mais expressivos do que o crédito que se tem que receber. Ao final, o
Ministro Luiz Fux concluiu que a Fazenda Pública é isenta de custas, por isso
que a penhora de numerário preferencial não pode ser liberada sem a sua
aquiescência, a pretexto da aplicação do artigo 659, § 2º, do Código de Processo
Civil. 3. Recurso parcialmente provido, pelas mesmas razões de decidir adotadas
pela Primeira Turma, para determinar o bloqueio dos valores encontrados em
nome do executado, permitindo-se a este, se for o caso, comprovar, na primeira
instância, que as quantias depositadas em conta corrente referem-se à hipótese do
inciso IV do caput do art. 649 do Código de Processo Civil ou que estão
revestidas de outra forma de impenhorabilidade."(REsp XXXXX/RS, Rel.
Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em
05/04/2011, DJe 13/04/2011.) Como bem determinou o Min. Luiz Fux, no
julgamento do REsp XXXXX/MG, a"regra do art. 659, § 2º, do CPC, que
dispõe,"verbis", que"não se levará a efeito a penhora, quando evidente que o
produto da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo
pagamento das custas da execução"tem como destinatário o credor exequente,
para que não despenda fundos líquidos mais expressivos do que o crédito que se
tem que receber. 4. Deveras, a Fazenda Pública é isenta de custas, por isso que a
penhora de numerário preferencial não pode ser liberada sem a sua aquiescência,
a pretexto da aplicação do art. 659, § 2º, do CPC". A propósito, a ementa do
referido julgado: "PROCESSO CIVIL. EXECUÇÃO. PENHORA" ON LINE ".
VALOR IRRISÓRIO. ART. 659, § 2º, DO CPC. INAPLICABILIDADE À
FAZENDA PÚBLICA, BENEFICIÁRIA DE ISENÇÃO DE CUSTAS. 1. As
regras da penhora são informadas pelo princípio da utilidade no sentido de que o
ato de constrição deve considerar a higidez dos bens visando a satisfação da
entrega de soma ao credor. 2. O princípio da utilidade sobrepõe-se ao princípio
da economicidade, analisados ambos à luz da razoabilidade, por isso que se o
devedor é titular de vários bens suficientes à satisfação do crédito exequendo,
deve-se constringir o de menor valor; reversamente, se o devedor somente possui
pequeno numerário que não se enquadra nas hipóteses de impenhorabilidade
previstas no art. 659-A do CPC deve ser penhorado. 3. A regra do art. 659, § 2º,
do CPC, que dispõe,"verbis", que"não se levará a efeito a penhora, quando
evidente que o produto da execução dos bens encontrados será totalmente
absorvido pelo pagamento das custas da execução"tem como destinatário o
credor exequente, para que não despenda fundos líquidos mais expressivos do
que o crédito que se tem que receber. 4. Deveras, a Fazenda Pública é isenta de
custas, por isso que a penhora de numerário preferencial não pode ser liberada
sem a sua aquiescência, a pretexto da aplicação do art. 659, § 2º, do CPC. 5.
Recurso especial provido."(REsp XXXXX/MG, Rel. Ministro LUIZ FUX,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 05/08/2010, DJe 19/08/2010.) No caso dos
autos, o Tribunal de origem, ao analisar a matéria, assim se manifestou (fls.
156/157, e-STJ):"3. Com efeito, conquanto configurada hipótese permissiva de
penhora de numerário de conta-corrente do executado via Bacen Jud, nos termos
dos arts. 11, 1, da Lei 6.830/80 e 655, 1, do CPC, não se levará a efeito referida
restrição, quando evidente que ínfimo o valor a ser bloqueado, e, em
consequência, será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução,
conforme inteligência do art. 659, § 20, do CPC. (...) 5. Na hipótese dos autos,
pretende a exeqüente efetivar penhora do valor de R$86,80, existente em conta
bancária do executado, para segurar execução no montante de R$77.908,08,
evidenciando-se, portanto, a desproporcionalidade da constrição, cujo numerário
ficará totalmente absorvido pelo débito relativo às custas processuais."Como se
vê, merece reforma o acórdão recorrido por contrariar a atual e pacífica
jurisprudência do STJ. Ante o exposto, com fundamento no art. 557, § 1º-A, do
CPC, dou provimento ao recurso especial. Publique-se. Intimem-se. Brasília
(DF), 27 de fevereiro de 2015. MINISTRO HUMBERTO MARTINS Relator

(STJ - REsp: XXXXX AC XXXXX/XXXXX-8, Relator: Ministro HUMBERTO


MARTINS, Data de Publicação: DJ 16/03/2015)

Portanto, é cabível o pedido.

4 - DOS PEDIDOS

Ante o exposto, o Embargante requer:

a) a CONCESSÃO do benefício da justiça gratuita, uma vez que, o Embargante


não possui meios para arcar com as custas do processo. Fundamenta seus pedidos
nos artigos 98 e seguintes do CPC e art. 5º, LXXIV da Constituição da Republica
Federativa do Brasil; (declaração anexa)

b) a intimação do Embargado, na pessoa de seu Advogado, para que, querendo,


apresente impugnação no prazo legal.

c) o ACOLHIMENTO DA PRELIMINAR com a extinção imediata da execução,


ou assim não sendo, subsidiariamente o reconhecimento da incorreção da
penhora.

d) sejam julgados PROCEDENTES, declarando nula a penhora do valor de R$


1.500,00 na conta corrente da Embargante e efetuando o DESBLOQUEIO
IMEDIATO.

e) a CONDENAÇÃO do Embargado no pagamento dos honorários


sucumbenciais e custas processuais.

f) requer que todas as publicações sejam divulgadas em nome das advogadas


infra-assinadas, Dra. XXXXXXX OAB/XX e Dra. OAB/XX, sob pena de
nulidade

Provará o alegado por todos os meios em direito admitidos, em especial pela


juntada de documentos, oitiva de testemunhas e depoimento pessoal do
Embargado.

Dá-se à causa o valor de R$ 1.500,00

Nestes termos,

Pede deferimento.

Cidade, data.
Advogado

OAB nº

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