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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 8ª VARA CÍVEL DA

COMARCA DE CARIRI DO OESTE – AL

PROCESSO AUTUADO SOB O 0004321-76.2022.8.26.888


APELANTE: Cleber de Freitas
APELADO: AM Expresso Transporte de Bens

CLEBER DE FREITAS, italiano, viúvo, padeiro, portador do RG nº xxx, inscrito no CPF sob nº
xxx.xxx.xxx.xx, endereço eletrônico xxx@xxx, residente e domiciliado na Rua Poupança, 73 em
Ferreira Gomes/AL, CEP xxxxxxxx, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por
seu procurador firmatário (procuração em anexo), OAB/xx, endereço eletrônico: xxx@xxx, com
endereço profissional na Rua xxx, nº xx, Bairro xx, Cidade xxx Estado xxx, CEP xxxxxx, local
onde recebe intimações, com fulcro nos artigos 914 e 917, inciso II, ambos do Código de
Processo Civil, apresentar seu Recurso De Apelação.

Após as formalidades previstas nos §§ 1º e 2º do art. 1.010 e do § 2º do art. 1.009, ambos do


CPC, sejam remetidos os autos ao tribunal, independentemente de juízo de admissibilidade.

Termos em que,

pede deferimento.

Local, data (dia/mês/ano).

[Nome completo do advogado]

OAB [número da OAB]


EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ALAGOS

APELANTE: Cleber de Freitas

APELADO: AM Expresso Transporte de Bens

PROCESSO: 0004321-76.2022.8.26.888

ORIGEM: Vara Comum Cível de Cariri Do Oeste

COLENDA CÂMARA

EMÉRITOS DESEMBARGADORES

RAZÕES DA APELAÇÃO

1 – SÍNTESE DOS FATOS:

O Apelado ajuizou ação de embargos à execução, em razão de ter tido o valor de seu
saláio bloqueado por Ação de Execução de Título Extrajudicial (nº 0001234-56.2022.8.26.888)

Na sentença o MM. Juiz da Vara Cível de declarou como legal a penhora e a menteve, sob
o argumento de que tese do STJ sustenta tal posicionamento, permitindo a presente penhora
desde que garantido o minimo existencial do devedor.

Neste contexto, não resta outra opção a apelante, senão interpor o presente recurso.

2 – PRELIMINARES RECURSAIS:

2.1 – DO CABIMENTO:

O art. 1.009 do CPC informa que o recurso contra sentença, é apelação.


Nos termos do § 1º, do art. 203 do CPC, sentença é o pronunciamento por meio do qual o
juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487 , CPC, põe fim à fase cognitiva do procedimento
comum, bem como extingue a execução.

A decisão impugnada pôs fim à fase cognitiva do procedimento comum, rejeitando o pedido
formulado na ação, com fundamento no art. 487, inciso I do CPC, tratando-se, portanto, de uma
sentença.

Dessa forma, verifica-se que o recurso adequado para combater a decisão de fls. XXI é a
apelação.

2.2 – TEMPESTIVIDADE:

O § 5º do art. 1.003 combinado com art. 219, ambos do CPC informam que, o prazo para
interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias úteis.

Neste caso, a sentença foi pública no dia 12/01/2017, e o prazo extingue-se após o dia
02/02/2017.

Desta forma, verifica-se que o presente recurso está tempestivo.

2.3 – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

É sabido que, de acordo com a legislação brasileira, independentemente de se tratar de


pessoa física ou jurídica, todos têm direito ao acesso à justiça, inclusive aqueles que não podem
arcar financeiramente, de forma integral ou parcial, com os custos de um processo.

Trata-se, na realidade, de um direito constitucional assegurado pelo artigo 5º, incisos


XXXIV e XXXV da CF/88, que garante a todos o direito de acesso à justiça em defesa de seus
direitos, independentemente do pagamento de taxas.

Assim, com base nos artigos 98 a 102 do CPC de 2015, o apelante requer a concessão da
gratuidade da justiça, uma vez que está passando por séries dificuldades financeiras, razão pela
qual, não tem condições de arcar com o recolhimento do presente preparo.
3 – RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA:

3.1 – DA IMPENHORABILIDADE DOS VALORES BLOQUEADOS - IMPOSSIBILIDADE DE


CONSTRIÇÃO DE VALORES REFERENTE A SALÁRIO

Consoante noção cediça, são impenhoráveis os recebimentos auferidos pela devedora a


título de salário, aplicando-se à hipótese o artigo 833, IV, do CPC:

Art. 833. São impenhoráveis

[...]

IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de


aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por
liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de
trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2º ;

Sabe-se, outrossim, da proteção constitucional do salário prevista expressamente no artigo


7º, inciso VI, da Constituição Federal, bem como, que a impenhorabilidade dos proventos
auferidos a título de salário possuem como objetivo precípuo a garantia da dignidade da pessoa
humana.

No caso em apreço, os valores penhorados da conta da executada são provenientes de


salário, e visam a garantia de subsistência desta, ou seja, tratam-se de valores que são utilizados
para manutenção das despesas precípuas, tais como, aluguel, água, luz, conta de telefone,
alimentação, dentre outros.

Assim, conforme documentos trazidos em anexo, demonstra-se que os valores bloqueados


na conta da executada são impenhoráveis. Com efeito, a constrição é eivada de nulidade.

A respeito da impenhorabilidade dos salários, a jurisprudência é bastante pacífica, como se


vê:

IMPENHORABILIDADE SALARIAL. São impenhoráveis os recebimentos auferidos pelo


devedor a título de salários, aplicando-se à hipótese o artigo 833, IV, do CPC, que estabelece
a impenhorabilidade de salários e proventos de aposentadoria. Embora o legislador tenha
previsto exceção a essa regra, conforme disposto no § 2º do referido dispositivo, há critérios
objetivos a serem observados que impedem a penhora sobre tais proventos, conforme ocorre
no presente caso.

(TRT-3 - AP: XXXXX20165030079 XXXXX-41.2016.5.03.0079, Relator: Emerson Jose Alves


Lage, Primeira Turma)

IMPENHORABILIDADE SALARIAL. Não é possível a penhora dos salários e eventuais


benefícios previdenciários dos Executados, conforme entendimento consolidado na OJ 153
da SDI-I do TST e na OJ 08 do Tribunal Regional do Trabalho da 3a Região.
(TRT-3 - AP: XXXXX20155030001 MG XXXXX-43.2015.5.03.0001, Relator: Eduardo Aurelio
P. Ferri, Data de Julgamento: 25/04/2019, Oitava Turma, Data de Publicação: 30/04/2019.)

Assim, conforme assentado na jurisprudência e legislação pátria, os salários são


impenhoráveis, sendo nula a penhora realizada, devendo, por conseguinte, serem imediatamente
desbloqueados os valores constritos via SISBAJUD, por se tratarem de bens impenhoráveis nos
termos do art. 833, inc. IV, do CPC.
Outrossim, é de rigor que seja retirada a restrição de penhora online da conta XXXX,
porquanto se trata de conta na qual recebe seu salário, conforme indicado anteriormente.
Além disso cabe destacar, que as presentes alegações estão devidamente provadas pelos
seguintes documentos: cópias dos extratos bancários, carteira de trabalho e declaração de
hipossuficiência, que evidenciam de forma inequívoca a situação do embargante. Tais
documentos, anexados ao presente recurso, demonstram de maneira clara e incontestável que o
embargante não possui qualquer outra fonte de renda além do salário que percebe, o qual,
lamentavelmente, se encontra penhorado no presente processo de execução.

4 - DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:

a) A intimação da parte embargada para, querendo, apresentar contrarrazões ao presente recurso


de apelação, nos termos da legislação processual vigente.

b) A devolução ao MM Juízo para correção do erro na sentença a fim de que seja proferida outra;

c) Caso, o pedido anterior não seja deferido, pugno pela remessa dos autos ao Tribunal
competente, para análise e julgamento do recurso.

d) A produção de todas as provas admitidas em direito, especialmente a juntada de documentos


complementares, caso necessário.

Termos em que,
pede deferimento.
Local, data (dia/mês/ano).
[Nome completo do advogado]
OAB [número da OAB]

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