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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA

___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE CARIRI DO OESTE – AL

PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO
IDOSO COM + DE 70 ANOS

EMPRESA DE TRANSPORTES INTERESTADUAL DE MERCADORIAS,


DENOMINADA “AM EXPRESSO TRANSPORTE DE BENS”, pessoa jurídica
de direito privado, devidamente registrada no CNPJ nº xxx.xxxxxx.xxx, com
sede na Rua xx, Loja xx, CEP xxxxxxx em Nova Londres, Estado do Alagoas,
neste ato representado por seu proprietário, Senhor ANDRÉ DE MORAES,
brasileiro, com 71 anos de idade (doc. comprobatório anexo 1), estado civil,
inscrito no CPF nº xxx.xxx.xxx.xx RG nº xxx SSP/AL, residente e domiciliado à
Rua das Couves, 72, no município de Ferreira Gomes, interior do Estado de
Alagoas, CEP xxx, telefone xx.xxxxx.xxx, e-mail: xxx@xxx.com.br, por
intermédio de seu Advogado e bastante procurador infra assinado (doc. anexo
2), inscrito na OAB/AL sob o nº xxx, com endereço profissional na Av. xxx, n
xxx, , para fins do Art. 77, V do CPC, onde recebe as notificações e intimações
de estilo, vem, mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com
fundamento nos artigos 47, inciso I e 52 da Lei nº 7.357 de 1985, artigos 778,
784, 786, 789, 798 e 824 todos do Novo Código de Processo Civil e nos
demais dispositivos aplicáveis ao caso, PROPOR:

AÇÃO DE EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL


(CHEQUE - POR FALTA DE PAGAMENTO)

Em face da empresa “TREM BÃO – PÃES DE QUEIJOS E CIA”, pessoa


jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº xxx.xxxx.xxx, tendo como
administrador o Sr. xxx, com sede à Av. Tiburci, 712, CEP xx.xxxx, na cidade
de Cariri do Oeste/AL e do seu respectivo avalista o Sr. Cleber de Freitas,
residente na Rua Poupança, 73 em Ferreira Gomes/AL.
I – DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

É sabido que, de acordo com a legislação brasileira, independentemente


de se tratar de pessoa física ou jurídica, todos têm direito ao acesso à justiça,
inclusive aqueles que não podem arcar financeiramente, de forma integral ou
parcial, com os custos de um processo.
Trata-se, na realidade, de um direito constitucional assegurado
pelo artigo 5º, incisos XXXIV e XXXV da CF/88, que garante a todos o direito
de acesso à justiça em defesa de seus direitos, independentemente do
pagamento de taxas.
Tal entendimento foi sumulado pelo STJ, na Súmula 481, que assim
dispõe:
"Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou sem
fins lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de arcar com os
encargos processuais."

Assim, com base no artigo 98 do CPC de 2015 e Súmula 481 do STJ, o


autor requer a concessão da gratuidade da justiça, tendo em vista que sua
empresa está passando por sérias dificuldades financeiras e não teve
movimentação financeira atual, razão pela qual, não tem condições de arcar
com custas e demais despesas processuais, o que pode ser devidamente
comprovado por meio da farta documentação que segue anexa (doc. anexo 3).

II – DA LEGITIMIDADE ATIVA

A ação de execução pode ser proposta pelo credor e pelas pessoas


listadas no Art. 778 do CPC15: “Art. 778. Pode promover a execução forçada o
credor a quem a lei confere título executivo”.
Assim, o autor encontra-se perfeitamente enquadrado como legitimado
ativo para propor a presente demanda processual.

III – DA LEGITIMIDADE PASSIVA

A ação de execução de título extrajudicial deve ser proposta contra o


devedor, identificado no título. Além dele, a ação pode ser proposta contra as
pessoas relacionadas no art. 779 do CPC/15: “Art. 779. A execução pode ser
promovida contra: I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo;(...) ”
e artigo 47, inciso I, da Lei n. 7.357/85: “Art. 47 Pode o portador promover a
execução do cheque: I – contra o emitente e seu avalista;(...)”.
Ademais, visto que os executados se encontram devidamente
identificados nos títulos extrajudicial (anexo 4), eis que estes são verdadeiras
figuras a compor o polo passivo da demanda.

IV – DOS FATOS

O Sr. André de Moraes, com 71 anos, é proprietário da empresa de


transportes interestadual de mercadorias denominada “AM Expresso
Transporte de Bens” ora exequente.
A parte exequente afirma que prestou serviços à empresa “Trem Bão –
Pães de Queijos e Cia”, ora executada, e recebeu o pagamento, no valor de R$
40.000,00 (quarenta mil reais), por meio de títulos de créditos certos, líquidos
e exigíveis, fundadas em quatro CÁRTULAS DE CHEQUES de R$ 10.000,00
(dez mil reais) cada, que seguem em anexo (doc. anexo 5).
A pretensão da parte exequente fundamenta-se no fato de que os títulos
não foram compensados pela rede bancária tampouco houve pagamento em
mãos pela parte Executada, perfazendo o saldo ora em cobrança com os juros
desde a época do pagamento, o valor do montante de R$ 45.000,00 (quarenta
e cinco mil reais), motivo pelo qual ajuíza a presente ação para obrigá-la a
satisfazer o crédito.

V – DOS FUNDAMENTOS

a) Do Título Extrajudicial

O cheque é título de credito, que goza de presunção de liquidez, certeza


e exigibilidade, que por estas características e força da legislação, o coloca na
condição de título executivo extrajudicial, assim entendido pelo inciso I, do
artigo 784 do Novo Código de Processo Civil: “Art. 784. São títulos executivos
extrajudiciais: I – a letra de cambio, a nota promissória, a duplicata, a
debenture e o cheque”.
Os títulos executivos são concebidos pela lei (nullum titulus sine lege). A
lei enuncia em numerus clausus os títulos extrajudiciais constantes da relação
do art. 784 do CPC/2015. A enumeração exaustiva decorre do fato de que os
mencionados títulos autorizam a prática de atos de soberania e de enérgica
invasão na esfera jurídico-patrimonial do devedor. O cheque é um título
executivo extrajudicial decorrente de tal lei, devendo este ser pautado por uma
eficácia executiva rígida.

B) Da Prescrição Do Cheque

Com relação à qualidade de título executivo extrajudicial que guarda


guarida a presente ação e seu prazo prescricional o referido cheque está
perfeitamente em conformidade com o disposto no artigo 59 da Lei 7.357/85.
É necessário o entendimento do artigo 33 da Lei nº 7.357/85, para
conhecermos a primeira ação referente ao cheque e seu prazo de prescrição:
“Art. 33 O cheque deve ser apresentado para pagamento, a contar do dia da
emissão, no prazo de 30 (trinta) dias, quando emitido no lugar onde houver de
ser pago; e de 60 (sessenta) dias, quando emitido em outro lugar do País ou no
exterior”
O prazo para a propositura da ação de execução é de seis meses,
contados do término do prazo de apresentação e não da data de emissão ou
do dia da apresentação, como assim dispo o artigo 59, da Lei nº 7.357/85:

Art. 59 da Lei 7.357/85 – “Prescrevem em 6 (seis) meses, contados


do termino do prazo de apresentação, a ação que o art. 47 desta Lei
assegura ao portador”.

Assim, o cheque em questão fora apresentado no dia xx/xx/xxx,


findando-se sua prescrição no xx/xx/xxxx, portanto está este título dentro do
prazo prescricional estabelecido pela legislação ordinária.

C) Declaração Da Câmara De Compensação De Recusa De Pagamento.

Para se valer da ação de execução ou da ação cambial contra os


endossantes e seus avalistas, conforme o caso, o título em questão deverá ter
sido levado a protesto ou haver do sacado ou câmara de compensação,
declaração que comprove a recusa do pagamento, sendo tal procedimento
dispensável contra o emitente e seu avalista, pois assim dispõe o artigo 47 e
Incisos I e II, da Lei nº 7.357/85, novamente transcrito:

“Art. 47 - Pode o portador promover a execução do cheque:


I - contra o emitente e seu avalista;
II - contra os endossantes e seus avalistas, se o cheque apresentado
em tempo hábil e a recusa de pagamento é comprovada pelo protesto
ou por declaração do sacado, escrita e datada sobre o cheque, com
indicação do dia de apresentação, ou, ainda, por declaração escrita e
datada por câmara de compensação.”

No texto do referido artigo e incisos, podemos constatar que o protesto


ou as declarações, são realmente indispensáveis para propor ação de
execução ou cambial contra os endossantes e seus avalistas, sendo este
procedimento dispensado somente nos casos previsto no § 4º, do artigo 47, da
Lei nº 7.357/85, a saber: “Art. – 47 .... § 4º A execução independe do protesto e
das declarações previstas neste artigo, se a apresentação ou o pagamento do
cheque são obstados pelo fato de o sacado ter sido submetido a intervenção,
liquidação extrajudicial ou falência”.
Nos termos do referido parágrafo, apenas para a execução esta
dispensada o protesto ou as declarações, sendo que, para uma ação cambial
contra os endossantes e seus avalistas, o protesto ou as declarações é
indispensável, devendo o credor para tanto, observar o prazo de protesto e das
declarações, disposto no artigo 48, da Lei nº 7.357, in verbis:
Art. 48 O protesto ou as declarações do artigo anterior devem fazer-
se no lugar de pagamento ou do domicílio do emitente, antes da
expiração do prazo de apresentação. Se esta ocorrer no último dia do
prazo, o protesto ou as declarações podem fazer-se no primeiro dia
útil seguinte.

D) Do Demonstrativo De Débito

Em Cumprimento ao disposto no artigo 798, inciso I, alínea ‘b’ do Novo


Código de Processo Civil, o EXEQUENTE apresenta o demonstrativo dos
débitos atualizados em anexo.
Estatui o Código de Processo Civil que o exequente deverá apresentar o
demonstrativo de debito atualizado
Art. 798. Ao propor a execução, incumbe ao exequente:
I - instruir a petição inicial com:
a) o título executivo extrajudicial;
b) o demonstrativo do débito atualizado até a data de propositura da
ação, quando se tratar de execução por quantia certa;.

Assim, o autor apresenta a este juízo, conforme legislação pragmática, o


demonstrativo de débito atualizado, com aplicação de juros legais, juros
moratórios, atualização monetária e honorários de advogado, juntados ao
(anexo 6).
Nessa esteira, verifica-se que o Código Civil de 2002 protegeu o credor
ao aplicar os juros e atualizações monetárias, quando o seu devedor não
cumprisse com a obrigação pactuada. Vejamos:

“Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda


que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado
responde aos outros pela obrigação acrescida.

Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o


pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e
forma que a lei ou a convenção estabelecer.

Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der
causa, mais juros, atualização dos valores monetários segundo
índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de
advogado.

Art. 407. Ainda que se não alegue prejuízo, é obrigado o devedor aos
juros da mora que se contarão assim às dívidas em dinheiro, como às
prestações de outra natureza, uma vez que lhes esteja fixado o valor
pecuniário por sentença judicial, arbitramento, ou acordo entre as
parte.”

Segundo ALBERTO TRABUCCHI, o primeiro requisito para que o


devedor incorra em mora é o vencimento da dívida, que a torna exigível; a
prestação devida deverá ser líquida e certa (na debeatur). O segundo requisito
fundamental da mora solvendi, diz, é a culpa do devedor: mora est injusta
dilatio. Finalmente, a mora deve poder ser constatada com certeza.
Na lição de ORLANDO GOMES, “a mora pressupõe: a) vencimento da
dívida; b) culpa do devedor; c) viabilidade do cumprimento tardio”.
Os juros moratórios, diferentemente do que ocorre com os
compensatórios, são previstos como consequência do inadimplemento ou
inexecução do contrato, ou de simples retardamento.
Dito isto, com base no Parágrafo único e na alínea b do Art. 798 do
Código de Processo Civil, segue em (anexo 7) o Demonstrativo de débito
atualizado no valor de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais).

VI – DOS PEDIDOS

Ante o exposto, o exequente requer que V. excelência determine:


a) Que seja concedida a gratuidade da justiça ao autor, nos moldes do
Art. 98, do CPC15 e na lei Lei 1.060/1950.

b) Que seja dado PROSSEGUIMENTO À PRESENTE EXECUÇÃO, nos


termos e fundamentos acima transcritos;

c) Seja dispensada a designação de audiência de conciliação, com fulcro


no artigo 319, inciso VII, do Novo Código de Processo Civil;

d) Seja o Executado citado para, em 3 (três) dias, efetuar o pagamento


do valor de R$ 45.000,000 (quarenta e cinco mil reais) referente ao valor total
dos cheques com a devida correção e atualização monetária, sob pena de, não
o fazendo, ter de imediato tantos bens penhorados quanto bastem para a
garantia da dívida, conforme os artigos 829 e 831 do Novo Código de Processo
Civil;

e) Seja expedida Certidão comprobatória do ajuizamento da presente


Execução, a teor do artigo 828, do Novo Código de Processo Civil, para fins de
averbação no registro de imóveis, veículos ou outros bens sujeitos à penhora,
arresto ou indisponibilidade;

f) Seja realizada busca de bens e valores existentes em nome do


executado, por meio dos sistemas RENAJUD, BACENJUD e INFOJUD;

g) Não sendo o Executado localizado, desde já REQUER seja


determinado ao Sr. Oficial de Justiça o ARRESTO de tantos bens quanto
bastem para garantir a presente Execução, com fulcro no artigo 830, do Novo
Código de Processo Civil;

h) Seja fixado honorários advocatícios ao executado, no aporte de 10%,


nos termos do Art. 827, do CPC15.
i) Seja o Executado inscrito em cadastros de inadimplentes, na forma do
artigo 782, § 3º, do Novo Código de Processo Civil.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidas em


direito, assim como a posterior juntada de documentos que se fizerem
necessários ao deslinde da presente causa.

Dá-se à causa, o valor de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais)

Nestes Termos,
Pede e Aguarda Deferimento.

Local e Data.
ADVOGADO
OAB/UF nº

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