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AO JUÍZO DE UMA DAS VARAS CÍVEIS DA COMARCA DE MACAPÁ/ AP

SUPERMERCADOS PORTO GRANDE LTDA, pessoa jurídica de direito


privado, situado na rua..., bairro..., cidade..., inscrita no CNPJ sob o nº...,
representada pelo administrador João Santana conforme contrato social em
anexo (doc...), através de seu advogado constituído nos termos da procuração
em anexo (doc. ...), com endereço profissional na rua..., com fulcro no artigo
Art. 94, Lei nº 11.101/2005, vem respeitosamente perante Vossa Excelência,
requerer

PEDIDO DE FALÊNCIA

Em face de FERREIRA GOMES E CIA LTDA., atuando sobre o nome fantasia


Restaurante e Lanchonete Tartarugal, pessoa jurídica de direito privado,
situada na rua..., bairro..., cidade de..., inscrita no CNPJ sob o nº..., pelos
motivos de fato e de direito que se seguem:

I – DO ESCORÇO FÁTICO

O demandante é credor do demandado do quantum de R$48.400,00


(quarenta e oito mil e quatrocentos reais), podendo ser comprovado pelos
seguintes documentos protestados: 01 (uma) nota promissória no valor de R$
4.500,00 (quatro mil e quinhentos reais), vencida em 30/09/2013, com protesto
em 17/03/2014; 01 (um) boleto de cobrança de R$12.900,00 (doze mil e
novecentos reais), vencido e repactuado em 2014, contudo sem o devido
cumprimento; 23 (vinte e três) duplicatas totalizando 31.000,00 (trinta e um mil
reais), vencidas entre 2013 e 2014, com protesto falimentar em 26/03/2014.
Desta forma, resta claro que o valor do débito dá ensejo ao processo
falimentar. Ademais, após todas as tentativas de tratativas e de notificação, a
parte demandada não deu retorno, não restando outra opção a não ser a tutela
jurisdicional.
II- DO ARCABOUÇO PROBATÓRIO

Em primeiro lugar, cabe destacar a legitimidade processual do


demandante. A lei 11.101/2005 estabelece no seu art. 97, IV, a viabilidade de o
credor requerer a falência daquele que deve, vejamos:

Art. 97. Podem requerer a falência do devedor:


I – o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a
107 desta Lei;
II – o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou
o inventariante;
III – o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do
ato constitutivo da sociedade;
IV – qualquer credor.

Assim, a falência deve ser pedida por determinadas pessoas as quais


chamamos de agentes ativos. Na hipótese do credor, é ainda exigido que o
empresário apresente certidão do Registro Público de Empresas para
comprovar a regularidade de suas atividades, documento este, juntado aos
autos em epígrafe.
Outra necessidade que a legislação exige, é a do cabimento. Neste
caso, deve se verificar as hipóteses existentes na legislação falimentar que dão
margem para o provimento da demanda. Tal situação pode ser verificada
analisando o artigo 94, I, do mesmo diploma legal em comento. De igual modo,
se o devedor deixar de pagar quantia vencida e protestada com valor superior
a 40 (quarenta) salários mínimos, sua falência pode ser decretada, analisando
o dispositivo:

Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:


I – sem relevante razão de direito, não paga, no
vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos
executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40
(quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência;
II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não
deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo
legal;
III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte
de plano de recuperação judicial:

Consequentemente, levando em consideração que o salário mínimo


vigente é de R$ 724,00 (setecentos e vinte e quatro reais) e que o valor do
débito é de R$48.400,00 (quarenta e oito mil e quatrocentos reais), ou seja, 66
salários mínimos, não há o que se questionar sobre a viabilidade da demanda.
Ademais, com relação a validade processual dos comprovantes de
débitos apresentados, qual seja – a duplicata e o cheque, o Código de
Processo Civil é esclarecedor ao definir como títulos executivos extrajudiciais a
nota promissória e as duplicatas.

Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:


I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a
debênture e o cheque;
[...]

Não só isso, corroborando com o exposto, a Lei 5.474/68 reitera a


viabilidade da cobrança judicial por meio das duplicatas, quando as mesmas
tiverem sido protestadas e aceitas.

Art 15 - A cobrança judicial de duplicata ou triplicata será


efetuada de conformidade com o processo aplicável aos títulos
executivos extrajudiciais, de que cogita o Livro II do Código de
Processo Civil ,quando se tratar:
        l - de duplicata ou triplicata aceita, protestada ou
não;                

Uma vez que a parte devedora, ora demandada, não se recusou aos
recebimentos da duplicata, presente estão todos os requisitos necessários para
que esse douto Juízo acolha o pedido de falência face a demandada.

III- DOS REQUERIMENTOS

Ante todo o exposto, requer:

a) a citação da Requerida, na pessoa do seu representante legal, para,


querendo, apresentar defesa;

b) o depósito da quantia correspondente ao crédito pleiteado, com o fim de


evitar a falência, sob as penas da lei (art. 11, § 2º, Decreto-Lei n.º 7.661/45);

c) na hipótese da Ré não efetuar o depósito, seja decretada a falência, nos


termos da legislação vigente;
d) a condenação da Requerida ao pagamento de juros de mora a partir do
vencimento dos títulos, correção monetária, custas de cartório relativas aos
protestos, despesas processuais, bem como honorários de sucumbência, ainda
que efetuado o depósito.

Dá-se à causa o valor de R$ 48.400,00 (quarenta e oito mil e quatrocentos


reais)

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

Macapá/AP, 06 de outubro de 2020

ADVOGADO
OAB

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