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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL

DA COMARCA DE SÃO PAULO - SP

CARLOS SILVA, brasileiro, solteiro, educador físico, RG nº


___________________________, inscrito no CPF sob o nº ________________________, residente e
domiciliado à Alameda Barros, nº 250, apartamento 301, Higienópolis, São Paulo - SP,,
por meio de seu advogado subscrito (proc. anexa), com endereço em __________________,
onde recebe intimações, vem, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo
539 e seguintes do Código de Processo Civil, apresentar

AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO

em face de COMPANHIA NEW CITY DE INVESTIMENTOS S/A, pessoa jurídica de


direito privado, CNPJ sob o nº ____________________, com sede à Avenida Paulista, nº 200,
Bela Vista, São Paulo - SP, e COMPANHIA NEW CITY DE CONSTRUÇÃO E
PLANEJAMENTO S/A, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ sob o nº ________________,
com sede na Avenida Intercontinental, nº 100, Jardim Jussara, Taboão da Serra - SP,
pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

1. DOS FATOS

O Autor adquiriu um imóvel residencial da sociedade empresária cindida


Companhia New City de Habitação LTDA, pelo valor total de R$200.000,00 (duzentos
mil reais), tendo pago, a título de entrada, a quantia de R$100.000,00 (cem mil reais).
Quando da celebração do negócio, em 5 de novembro de 2021, restou acordado o
parcelamento do saldo remanescente em 10 (dez) parcelas, mensais e sucessivas, de
R$10.000,00 (dez mil reais).
As parcelas estavam sendo devidamente emitidas e pagas, conforme prazo
determinado. Contudo, em 10 de julho de 2022, a Companhia se cindiu em duas
empresas, quais sejam, a Companhia New City de Investimentos S/A e a Companhia New
City de Construção e Planejamento S/A.

Ocorre que, Carlos notou que não houve a emissão do boleto para o
adimplemento da penúltima prestação, que venceria em 5 de agosto de 2022.

Diante dessa situação, o Autor entrou em contato com ambas as empresas,


visando explicar o ocorrido. Por sua vez, as Companhias alegaram, cada uma, que seriam
credoras legitimadas para o recebimento do crédito.

Ante os fatos narrados, não encontrou o Autor outra alternativa senão a


propositura da presente demanda, objetivando seja extinta a sua obrigação, enquanto
não houver a determinação do verdadeiro credor.

3. DO DIREITO

Em proêmio, resta trazer à luz a previsão positivada no art. 674, do Código de


Processo Civil. Vejamos:

Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer


constrição ou ameaça de constrição sobre bens que
possua ou sobre os quais tenha direito incompatível
com o ato constritivo, poderá requerer seu
desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de
terceiro.

Ocorre que, inobstante o fato de não figurar como parte na ação de execução
de nº 1012458-85.2017.8.26.0100, o embargante acabou sendo vítima de constrição de
um bem seu, qual seja, o imóvel de matrícula 20.000 no 18º Cartório de Registro de
Imóveis da Capital de São Paulo.
Segundo Andre Roque, “os embargos de terceiro são uma ação incidental de
procedimento especial e se destinam a desfazer ou a inibir constrição judicial indevida, que
se consumou ou está prestes a se consumar, atingindo bens de quem não é parte no
processo em que se determinou tal ato”.
Ademais, é admitida a oposição de embargos de terceiro quando fundados na
defesa da posse do promitente comprador, mesmo que o compromisso de compra e
venda do imóvel não tenha sido registrado - sendo esse o caso dos autos.
Assim prevê a Súmula n. 84 do STJ:

É admissível a oposição de embargos de


terceiro fundados em alegação de posse
advinda do compromisso de compra e venda de
imóvel, ainda que desprovido do registro.

Assim, com o devido acatamento à decisão que determinou a penhora do


referido imóvel - o qual, insta rememorar, atualmente pertencente ao embargante -, tal
entendimento mostra-se equivocado.

4. DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:


I. a determinação do efetivo credor para receber os valores vencidos e
vincendos, bem como seja autorizado o depósito judicial da importância
devida em cinco dias contados do deferimento, nos termos do art. 542, I,
do CPC;
II. a citação dos Réus para provarem seu direito;
III. a declaração de quitação das parcelas mensais já pagas;
IV. ao final, seja a ação julgada procedente, culminando na condenação dos
Réus ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios.

Ainda, protesta provar por meio de todos os meios de provas admitidos que
se fizerem necessários.
Dá-se à causa o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), conforme art. 292, §
2º, do CPC.

Termos em que,
pede deferimento

São Paulo, 16 de agosto de 2022.

[Assinatura]

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